25.5.14

Capítulo 40 - BIG

É tão ruim deitar-se para dormir e mal conseguir pregar os olhos, concentrar-se no que realmente importa, apenas relembrando de uma das piores cenas de todo o seu casamento. Deveria ter passado a noite inteira acordada, em alerta com os olhos pregados em Joe totalmente assustada. Mas quando finalmente o sono veio, Daniel acordou chorando, era apenas fome e fralda suja, nada que um chá de erva cidreira, lenços umedecidos e uma fralda nova não resolvesse. Quando deitou a cabeça no travesseiro, o sono finalmente acertou-a com tudo, mas o despertador acabara de tocar. Não dava para acreditar. Mal conseguiu pregar os olhos por malditos quinze minutos e já que tinha que se levantar. Era para ter sido uma noite totalmente diferente da qual fora. E ela iria dormir enroscada a Joe, iria acordar maravilhosamente bem e teria um ótimo dia, do qual estava cheios de compromissos importantes.
   - Demi? - Deus! Por qual razão ela estava nervosa? Tentara sair da cama sem fazer movimentos bruscos para não acordá-lo, ainda não sabia como iria agir depois da terrível noite passada, estava tão confusa e chocada.
   - Hum.. Bom dia. - Disse totalmente sem jeito. - É a cabeça? - Perguntou. Não era de duvidar que Joe teria uma senhora ressaca ao acordar, tanto que Demi já deixara um comprimido de aspirina e um copo d'água sobre o criado-mudo.
   - Está doendo muito. - Murmurou franzindo o cenho. - O que aconteceu? - Perguntou. Joe arregalou os olhos ao olhá-la, por que Demi tinha os olhos semicerrados como se fosse atacá-lo? Talvez ela fosse atacá-lo..
   - Querido, beba um pouco de água e tome o remédio. - Demi sentou-se na cama e ficou a observá-lo quase engasgar enquanto tomava a água e o comprimido totalmente confuso. - Eu não sei o que aconteceu. - Disse ao colocar o copo sobre o criado-mudo. - Não se lembra de nada? - Não esperava que Joe fosse do tipo de bêbado que aprontava e depois não se lembrava de nada.
   - Nós não assistimos aos filmes? - Murmurou sem olhar para ela.
   - Não. - O jeito que Demetria o olhava era totalmente intimidante, sem nenhum sorriso. A cada vez que acordavam juntos, Demi oferecia a Joe um sorriso e um beijo de bom dia. Mas nesta manhã ela parecia chateada. - Você não quer me explicar o que aconteceu? - Perguntou com os olhos fixos nele.
   - Demi, eu.. - Joe fitou os olhos dela rapidamente e voltou a fitar suas mãos. - Eu só me lembro d.. - Maldito celular! Pensou irritada. Apenas sim e não, Joe já sabia que o trabalho a chamava.
   - Joseph, você sabe que hoje é um dia importante, terça-feira. - Suspirou antes de prosseguir. - Tenho uma reunião com minha assessora e preciso ir ao estúdio. - Assessora porque Joe não permitira que Demi trabalhasse com homens. Era A ginecologista, A médica, A assessora e assim por diante.
   - Claro, eu me lembro. - Disse olhando-a. - Quando você voltar nós podemos conversar com calma. - Demi apenas assentiu e levantou-se. - Demi. - Joe gemeu quando pôs-se de pé, a cabeça doía muito.
   - O que foi? - Até mesmo estando brava e descabelada, Demi estava completamente linda.
   - Obrigado. - Trocaram olhares e antes que Joe pudesse beijá-la, Demi praticamente correu para o banheiro o deixando frustrado. De qualquer forma, ele não iria conseguir dormir por vários motivos. Demetria estava estranha. A cabeça doía. Não conseguia lembrar o que tinha acontecido depois que começara a beber. E por dentro estava acabado. Tivera que recorrer ao banheiro do corredor, e quando abriu a porta do quarto, chocou-se com ela.
   - Daniel está acordado. - Disse rapidamente. - Vou banhá-lo.
   - Eu estou com fome. - Demi revirou os olhos, homens.
   - A cozinha está a seu dispor. - Ele deveria ter aprontado a pior coisa do mundo para que Demi o tratasse de tal forma. - Joseph, vai para a cozinha. Eu já desço para preparar o café. - Disse pacientemente enquanto adentrava o quarto de Dan sendo seguida por ele.
   - Mama. - Demi quase enfartara ao vê-lo. De pé. Apoiado à grade do berço erguendo os bracinhos para que ela o pegasse.
   - Daniel Jonas! - Joe saiu o mais rápido possível do quarto. Dan arregalou os olhos enquanto a mãe o pegava no colo. - O que a mamãe já disse sobre tentar ficar de pé? E se você cair? - Dan estava realmente assustado. Demi o despia no trocador. Banho. Oh não! Não era porque não gostava de tomar banho.. Ora, era a melhor hora para brincar com seus patinhos, mas estava frio, muito frio.
   - Mama. - Dan a chamou. Os olhos verdes totalmente marejados.
   - Você tem que tomar banho meu amor. - Demi o enrolou na manta e o aninhou no colo. - Mamãe vai deixar você mamar depois, o que acha do nosso acordo? - Não adiantara de nada. Dan começou a chorar enquanto Demi o levava para o banheiro que tinha sido especialmente projetado para ele. Logo quando Joe comprou a casa, não fazia ideia que eles teriam um bebê no início do casamento, então tiveram que adaptar um banheiro exclusivamente para o bebê. - Daniel, mamãe está tentando te deixar limpinho e cheiroso. - Demi beijou a testa do filho o distraindo. Quando deu por si já estava dentro da banheira. Céus, Dan não parava de chorar. Um choro alarmado e completamente irritante para quem não tinha dormido a noite inteirinha. – Ei, calma bebê. – Demi o beijou novamente e começou a brincar com ele o distraindo. Não gostava quando Dan chorava, o coração partia em pedaços e ela sentia-se como se fosse a culpada.
   - Mama. – Dan finalmente riu, claro, ainda entre lágrimas, Demi o enchia de beijos. E ele adorava quando ela fazia aquilo.
   - Foi tão ruim assim? – Demi beijou a bochecha do pequeno e o abraçou contra o corpo. Dan ficara tão bonitinho enrolado na toalha. – Vamos vestir a roupa anjo. – Caminharam até o trocador entre beijos e gargalhadas. Era Demetria que tinha passado uma noite em claro? Ficara tão feliz só de ver aquele bebê, ele iluminava seu dia. O vestiu com uma calça de moletom branca, calçou as pantufas de cachorrinho e vestiu uma camisa azul bebê com listras brancas mais o casaco azul do mesmo tom da camisa. – Está na hora de cortar o cabelo. – Os cabelos do pequeno estavam grandes e começava a criar leves ondas nas pontas, Demi os penteou para o lado e pôs uma touca branca que tinha um enorme pompom azul. Daniel estava à coisinha mais linda.
Ficara tão encantada com aquele bebê que obrigou-se a fotografa-lo. Em questão de segundos o celular começou a tocar freneticamente, Demi postara a foto em uma de suas redes sociais.
   - Vamos? Mamãe vai preparar o melhor café da manhã para o bebê mais lindo deste mundo. – Aninhou-o no colo e o beijou na bochecha. As risadas de Dan eram a essência daquela casa, sem elas tudo seria tão vazio e sem vida. Quando Demi adentrou a cozinha com o pequeno nos braços, teve que respirar fundo para não chorar. Doía tanto vê-lo naquele estado. Joe estava sentando a mesa, tinha uma xícara em mãos, as feições tristes. Ele estava tão distante.
   - Joe. – Demi o chamou da forma mais carinhosa que conseguira. Agora sentia-se mal por ter sido tão dura com ele. – Meu amor fique aqui. – Demi sentou o pequeno na cadeirinha e sorriu ao ver que Joe já tinha preparado a papinha. – Joe. - O chamou com a voz mais firme, e o rapaz a olhou.
   - Bom dia filho. – Joe levantou-se meio sem jeito e beijou a testa de Dan demoradamente e logo sorriu para Dan. Um sorriso triste e forçado.
   - Joe. – Demi o chamou novamente. Os olhos estavam marejados e o coração apertado. Porque ela tinha que o amar a ponto de ter o coração despedaçado só porque ele estava triste? Porque era tão dependente daquele amor? Sentiu-se em casa quando o calor do corpo dele envolveu o dela. As lágrimas escorreram por seu rosto e ela soluçou entre o choro. Era uma confusão de sentimentos. Estava triste pelo fim da banda. Estava com raiva porque ele tinha chegado bêbado em casa. Estava com medo por ele. E estava bastante angustiada e terrivelmente chocada por tudo que tinha acontecido na noite passada.
   - Não chora. – A voz dele era tão calma, tão paciente e acolhedora. Demi só o abraçou com mais força. Tivera tanto medo de perdê-lo. Porque o amava tão incondicionalmente? Não queria e nem iria soltá-lo, ter os braços de Joe abraçando sua cintura era o que ela queria para sempre, estar aninhada ao peito dele. Estar com ele em todos os milésimos da vida.
   - Você não faz ideia de como eu fiquei preocupada com você! – Disse entre o choro. Enquanto isso Daniel os assistia sem entender nada. – Não faz mais isso, por favor. – Joe assentiu e a abraçou com mais força. Demi era a melhor coisa que já tinha acontecido em toda sua vida. Ela fazia seu coração viver disparado. Mal acreditava que ela era sua. A sensação de tê-la era como se o ar lhes faltasse quando a via, borboletas tomassem conta de seu estomago quando a beijava. E quando a possuía. Por Deus. Era como se o coração fosse sair pela boca a qualquer segundo e ondas elétricas corressem por seu corpo.
   - Eu estou bem. – Ele disse forçando um sorriso e olhando nos olhos dela. Mas onde estava aquele brilho especial que só ele tinha? Tudo que ela conseguia ver era dor e decepção. O que Demi mais queria era arrancar aquela dor que Joe sentia, e a sentir por ele. Como iria conseguir viver sem os sorrisos sinceros de Joe e seus lindos olhos brilhantes e esverdeados?
   - Eu quero te bater. – Porque em uma hora queria protegê-lo e em outra queria socá-lo? Ah! Sim. Ficou horas e horas apenas pensando no pior, e quando ele finalmente apareceu, graças a Wilmer que foi um ótimo amigo, estava bêbado. Bêbado!
   - Bebê, depois nós vamos conversar. – Joe beijou os lábios dela rapidamente e olhou para o pequeno Daniel. – Você precisa comer para ir trabalhar. – Demi assentiu não deixando de perceber a pontada de tristeza na voz dele.
   - Oh meu Deus. – Deveria estar atrasada. Muito atrasada. Sentou-se a mesa e comeu o misto que Joe preparara e bebeu o chocolate quente enquanto Joe dava a papinha para Dan, que por sinal, não sendo novidade, recusava as colheradas de aviãozinho e fazia careta quando Joe o enganava e o fazia comer. – Eu tenho que me arrumar. – Em questão de segundos Demi subiu as escadas de dois em dois degraus, estava sem fôlego e sentia que iria vomitar. Tinha uma hora para se arrumar e estar na Starbucks do centro de Los Angeles. Resumindo, super atrasada. Nunca que iria se arrumar em quinze minutos e dirigir até o centro de Los Angeles em quarenta e cinco minutos. Mesmo depois do banho de gato e de vestir o terninho que a deixava com cara de empresária, Demetria ainda conseguira alongar os cílios perfeitamente com rímel. Deveria admitir para si mesma. Ela estava completamente linda. A camisa branca, o blazer e a saia de cor preta. Os cabelos jogados divinamente de lado caindo pelos ombros em leves ondas. E o batom vermelho... Demi mais parecia uma empresária fatal e sedutora do que uma estrela da música.
   - Respira Demetria. – Disse a si mesma enquanto colocava os brincos, segurava uma pasta mais a bolsa e descia as escadas. – Joe, você viu meu Iphone? – Perguntou enquanto adentrava a cozinha revirando a bolsa.
   - Não faço ideia de onde quer que ele... esteja. – Joe não escutou Dan fazer um “Ah” com a boca aberta querendo mais papinha. Não escutou Buffy latinho querendo mais biscoitos. Ela estava completamente linda. – Você está completamente linda. – Disse como pensara.
   - Iphone. Eu estou atrasada Joe. – Só foi Demi olhar para o pequeno e lembra-se da foto. Escadas. Ela estava começando a considerar a ideia de ter o próprio elevador em casa. Era tão chato subir escadas, ainda mais tentando se equilibrar em quinze centímetros de salto. Estava exatamente onde ela o deixara, no trocador de Dan. Novamente a luta para descer degrau por degrau. – Você cuida dele, tudo bem? – Disse adentrando a cozinha. Só não sabia para quem valia aquela frase. Se era para Joe cuidar de Dan, ou se era para Dan cuidar de Joe.
   - Mama. – Choramingou completamente manhoso erguendo os bracinhos para que a mãe pudesse mima-lo.
   - Bebê, a mamãe tem que ir. – Demi o pegou no colo e o beijou. – Prometo não demorar. – “Não demorar”, foi o que Joe disse, mas demorou e voltou bêbado para casa. – Daniel, você vai se comportar direitinho, e vai obedecer o papai. – Demi o beijou mais uma vez e logo virou-se para Joe. – Por favor, cuide dele. – Disse fitando os olhos de Joe. Estava tão preocupada para ter que sair e deixá-los sozinhos.
   - Eu vou cuidar. – Caminharam até a porta. Dan nos braços de Demi e Joe ao lado dela carregando a bolsa e a pasta.
   - Meu anjo, vai com o papai. – Beijou a bochecha do pequeno e o entregou para Joe. – Quero que você fique forte, eu amo vocês. – Demi beijou os lábios de Joe e caminhou às pressas até o carro.
O trânsito estava horrível, sem mencionar o enxame de paparazzi que a esperava do lado de fora de casa. Discou rapidamente o número de sua assessora, Hanna, uma simpática jovem completamente eficiente que contratara há pouco mais de dois meses. Hanna era fanática pelos Jonas Brothers, no começo fora difícil, mas a moça era tão agradável e competente que Demetria resolveu contratá-la.
   - Demi, cadê você? – A jovem perguntou do outro lado da linha.
   - No trânsito Hanna, em quinze minutos estou chegando. – Segundos depois Firework tocava no som do carro. Demi arregalou os olhos ao olhar para o lado e deparar-se com dois rapazes fazendo gestos obscenos para ela. Deveria ter ligado para Max, seu segurança particular, do que sair sozinha por Los Angeles com um bando de paparazzi na cola e rapazes zombeteiros. Give Me Love deveria ter se repetido mais de três vezes, e Demi cantava todos os versos da música se lembrando de Joe.
Estacionou o carro e caminhou completamente frustrada por ter se esquecido de pegar um casaco. Estava nevando. Como sempre, a Starbucks estava cheia, ninguém parecia acreditar que Demetria Lovato, ou Jonas, estava lá, em carne e osso. Demi sorriu timidamente e caminhou até a mesa onde a moça loura estava sentada.
   - Está linda. – Hanna beijou-lhe a bochecha e sorriu verdadeiramente admirando-a. – Você poderia ser menos famosa? – Demi apenas riu. Ela parecia tão bem, sorrindo para todos e em sua mascara de beleza impecável. Mas não estava com cabeça para aquele mundo. Só queria estar em casa, vestida em seu moletom com seu filho e o marido.
   - O que a senhora deseja? – Demi sorriu educadamente para a jovem que lhe atendia. A moça conseguira disfarçar o nervosismo da voz, mas não conseguira disfarçar suas delicadas mãos tremendo.
   - Morango frappucciono base creme, Hanna? – Olhou para a assessora sorrindo.
   - O mesmo. – Com um sorriso educado, a jovem as deixou.
   - O que temos para hoje? – Perguntou Demetria batendo a ponta dos dedos na mesa. Demi sentia que a qualquer momento era iria desmaiar de tanto sono.
   - Hoje nós temos.. – Hanna era a pessoa mais estilosa que Demi conhecia. Os cabelos loiros platinado batiam um pouco abaixo do ombro. Os olhos marrons eram amigáveis, e a morena clara estava linda no terninho rosa pastel. – Ginecologista, dentista, unhas, tarde de autógrafos no shopping, estúdio e uma reunião confidencial. – Não. Não existia coisa pior que ir ao ginecologista. Era tão constrangedor contar sobre a sua vida sexual e às vezes ter que ser exa...
   - Nada de ginecologista. – Disse rapidamente e alto o suficiente para que  a metade da clientela da cafeteria olhasse diretamente para ela. – Desmarca. – Sussurrou completamente corada.
   - Nikki quer falar com você. – Murmurou a moça checando os compromissos de Demi na agenda eletrônica. – Demi, você não pode desmarcar a ginecologista. – Hanna disse calmamente.
   - Hoje é doze? – Porque tudo estava tão errado? Mas de qualquer forma ginecologista é o inferno.
   - Sim, doze. – Hanna sorriu para a jovem que lhe servia o café. – Algum problema? – Perguntou assim que a moça saiu.
   - Sim, preciso de um buscopan. – Não iria demorar muito para que as cólicas começassem a atormentá-la. Mal dia. – Pode desmarcar o dentista, ginecologista e unhas? – Ainda teria mais três compromissos, mas faltar ao dentista, ginecologista e deixar de fazer as unhas não iria comprometer sua carreira...
   - Sexta ou Sábado? – Perguntou depois de um gole do frappucciono.
   - Sábado. – O dia mal tinha começado e Demi estava cansada ao extremo. Primeiro foram ao estúdio. Demi não precisou apenas de buscopan, o paracetamol foi convocado quando a cabeça parecia que iria explodir com as batidas da música. Simplesmente não conseguiu compor um verso se quer. Nenhuma batida fora de seu agrado e ela não era a pessoa mais agradável do estúdio.. bem pelo contrário.
   - Demi, você está bem? – Nikki, sua empresária perguntou assim que ela sentou-se ao abençoado sofá.
   - Não estou bem. – Respondeu sem rodeios. – Hanna, por favor, traga-me dois comprimidos de buscopan. – Demi chegara a ficar pálida, aquela maldita dor começara a apertar seu interior atingindo suas pernas e a coluna.
   - O que há de errado? – Mesmo depois de tomar os comprimidos e acomodar-se ao sofá, Demi ainda parecia mal.
   - Cólica. – Limitou-se a dizer. Demi não costumava misturar sua vida pessoal com sua carreira, não gostava de expor Joe e Dan. – Quando nós podemos ir para a tarde de autógrafos? – Na verdade Demi queria saber quando ela iria para casa.
   - Depois que você, Mike e o Steve terminarem os novos arranjos. – Demi estava quase fechando os olhos, mas os arregalou. Os novos arranjos? Por Deus! Isto demoraria séculos.
   - Hanna, eu preciso de café, café forte. – Se teria que manter-se acordada, de bom humor e esquecer que estava morrendo cólica, precisaria de uma boa e forte dose de café. Já não aguentava mais a dor nas pernas e olhos lacrimejando, o remédio ainda não tinha agira e o café só ajudou a deixá-la completamente enjoada com a mistura de chocolate quente, misto, frappucciono de Morango base creme, água e mais café realmente muito forte. Sem contar a cólica. E três comprimidos.
   - Demi, sua tablatura está de cabeça pra baixo. – Demi arregalou os olhos e sorriu amarelo. Na verdade nem estava prestando atenção, aproveitava quando todos estavam distraídos para cochilar.
   - Nós podemos encerrar por hoje? Eu posso trabalhar no arranjo e o entregar na quinta. – Demi mantinha os olhos pregados aos de Nikki, ela precisava descansar antes que o pior acontecesse.
   - Você tem até a meia noite de quinta-feira para nos entregar estes arranjos. Lembre-se que é para o próximo show no domingo. – Demi apenas assentiu, ela poderia trabalhar nos arranjos junto com Joe. Ele era ótimo com aquelas coisas.
   - Tudo bem, vamos Hanna? – Demi recolheu as tablaturas e as guardou na pasta. Agora ela poderia adiantar a reunião e depois partir diretamente para o shopping e então estaria livre.
   - Ainda falta uma hora e meia para a tarde de autógrafos. – Dizia Hanna enquanto elas caminhavam pelos corredores da gravadora, certamente Nikki estava uma fera...
   - Não podemos adiantar a reunião ou remarcá-la? Eu realmente tenho que ir para casa. – Limitou-se a dizer. A vontade de Demi era de se livrar daqueles sapatos de salto, só fazia piorar a cólica.
   - Não prometo nada. – Nunca imaginara que associar sua vida pessoal e a carreira fosse tão difícil.. Bem pelo contrário.
Demi pensara que as coisas seriam menos complicadas, que toda aquela pressão iria diminuir, mas parecia que a cada dia que se passava sua fama aumentava. Realmente não era fácil, de forma alguma. No estacionamento, ela quase o atropelou. Ele. O ex-Beatle. Paul McCartney. O coração quase saiu pela boca por conta da quase besteira que fizera. Durante o caminho estava mais pálida do que o normal, estava tensa e cheia de dor. Fora que estava irritada e preocupada, Hanna não parava de falar.
   - Demi, tenho boas notícias. Sua reunião foi remarcada para a quarta-feira da semana que vem. – Só faltou gritar de alegria. Menos um compromisso. E ela chegaria mais cedo em casa se tudo desse certo.
   - Obrigado Hanna, obrigado. – Sorriu de orelha a orelha. Agora só teria que autografar, sorrir e ser fotografada.
Quase três horas sorrindo e autografando. Demi tinha a certeza que iria desabar naquela mesa a qualquer momento. A cabeça só faltava explodir, o ventre doía e ela não aguentava mais escrever uma letra se quer.
   - Hanna, pelo amor de Deus eu preciso ir para casa. – Murmurou quase chorando. Alguém neste mundo deveria ter piedade. Se as pessoas soubessem o quão difícil era ter que manter uma imagem, manter uma carreira e uma família da qual era totalmente dependente dela. Por mais que ela amasse Joe, Dan e os seus milhares de fãs, era muita coisa para uma mulher só.
   - Max, leve Demi para casa. – O coração partiu-se ao ver a decepção de cada fã na fila. Eles deveriam ter ficado horas e horas a espera dela. O que iria fazer? Não estava bem fisicamente e muito menos psicologicamente, estava acabada. Tinha vontade de derramar-se em lágrimas. Conforme caminhava para fora do shopping cercada de seguranças, Demi dizia “Desculpe” e o que conseguia alcançar autografava. Aquelas pessoas estavam ali por ela. Elas sempre estiveram ali em todos os momentos de sua vida lhe dando apoio nas horas que ela mais precisava.
Durante o caminho para casa Demi estava tão quieta que Hanna e Max não a reconhecia. Tinha sido um péssimo dia. Nada deu certo, exatamente nada. Estava tão frustrada e chateada.
   - Srta. Lovato, Mattew está vindo com o carro. – Demi apenas assentiu. Sua Mercedes branca estava no estacionamento do shopping, achava melhor voltar para casa na SUV preta.
   - Obrigado Max. Hanna amanhã nós nos comunicamos. – Hanna apenas assentiu. Finalmente estava em casa. Conforme caminhava, os flocos de neve caiam sobre seu corpo quente, já era noite. No fundo era bom, talvez ela só precisasse tomar um ar e tudo iria melhorar. Quando levou a mão até a maçaneta da porta de vidro abrindo-a. Demi sorriu. Estava em casa. Sua casa quetinha e aconchegante.
   - Joe? – O chamou largando a bolsa na primeira sala. Caminhou até a sala de tevê, e lá estava ele. Tão lindo dormindo no sofá. Tinha vontade de beijá-lo. Graças a Deus tudo estava bem. Ficara tão preocupada com ele. Mas estava faltando alguém... Franzindo o cenho, Demi subiu as escadas e caminhou diretamente para o quarto de Dan. Verificou o berço, mas ele não estava lá. Em canto algum do quarto. Tirou os sapatos de salto ferozmente e caminhou para o seu quarto. A cama estava como deixara. Bagunçada. E Dan não estava nela.
   - Dan? – O chamou conforme descia as escadas. – Daniel? – O chamou enquanto caminhava diretamente para a cozinha.
Semicerrou os olhos. Respirou fundo. Lá estava ele. Descalço, as mãozinhas, boca e a camisa estavam sujas de achocolatado. O chão e o começo da bancada estavam encerados de margarina juntamente com o pequeno Buffy, que tinha os pelos da cabeça, onde Dan costumava o acariciar sujos de margarina. Sem contar que os utensílios mais leves como talheres e algumas panelas estavam esparramados pela cozinha e cada um tinha um dos patinhos do pequeno. Dan pulou assustado quando foi descoberto. A mãe gritava o pai furiosamente. Ele tinha que admitir, estava com muito medo dela.
   - Joseph! – Demi o gritou mais uma vez. Teria que se controlar caso contrário iria passar mal. – Joe! – O gritou novamente.
   - Demi, o que aconteceu? – Joe ainda estava sonolento, mal conseguia andar.
   - O que aconteceu? – Disse sorrindo sarcasticamente. – Joseph, eu vou trabalhar e peço para que você cuide do seu filho e é assim que você cuida dele? – Joe arregalou os olhos ao ver a bagunça que Dan tinha feito.
   - E quem disse que eu não cuidei do nosso filho? – Disse no mesmo tom que ela.
   - Se você tivesse cuidado dele, certamente esta bagunça não existiria. – Disse entre dentes o fitando com os olhos semicerrados.
   - Para a sua informação nós estávamos no sofá a sua espera. – Ora, ele não tinha culpa se o filho era criativo.. criativo até demais.
   - A única pessoa que estava no sofá era você. – Quase gritou de tão irritada que estava.
   - Demi, ele só está brincando. – Defendeu o pequeno. Talvez ele só estivesse brincando, talvez ela estivesse realmente muito irritada e talvez tudo estava contra ela.
   - Eu só pedi para que você cuidasse dele Joe, apenas isto. – Demi caminhou até o bebê e o pegou no colo. – Vamos tomar banho anjo. – Mal olhou para Joe. Estava tão esgotada que nem se lembrava de que o corpo doía, recusava-se lembrar de que ele devia explicações a ela. Banhou o pequeno e sentou-se a poltrona para amamentá-lo. Porque as coisas tinha que ser assim? Um dia atrás tudo estava tão bem e agora tudo estava tão errado. Não se permitiu ser forte, deixou que as lágrimas rolassem por seu rosto enquanto seu bebê mamava. Será que ela tinha o assustado? Ele estava tão encolhido e quieto.
   - Dan. – O chamou e o pequeno a olhou assustado ainda com o bico do peito na boca. – Mamãe não deveria gritar e nem ficar super brava com você e o papai. – Demi o tirou do peito e o abraçou. Ele era tão pequeno e por mais que fosse muito danado, ele era indefeso e inocente. – É só que... Meu amor, as coisas não são fáceis. E a mamãe teve um dia muito, muito ruim. – Não soube ao certo quanto tempo tinha o abraçado e sussurrado que o amava, mas Dan acabou adormecendo em seus braços. Quando o colocou no berço, beijou-lhe a testa demoradamente deixando as lágrimas escorrer por seu rosto, o cobriu com a coberta e mais uma vez sussurrou que o amava antes deixá-lo dormir.
Como faz para parar de doer? Sentia que se não se controlasse iria acabar surtando. Praticamente quarenta horas sem descanso algum. Trancou-se no banheiro, precisava urgentemente de um banho quente. Ignorou quanto ele a chamou, apenas permitiu-se relaxar na banheira anestesiando a dor física, e aliviando a emocional derramando suas tantas lágrimas. Respirou fundo e enrolou-se a toalha.
   - Você está bem? – Joe levantou-se rapidamente do chão e aproximou-se dela. – Desculpe meu amor. – Apressou-se em dizer.
   - Eu preciso me vestir. – Sussurrou antes de caminhar para o closet. Não sabia se estava preparada para escutar as desculpas dele. Estava tão cansada de tudo, vestiu o primeiro moletom, que por sinal era dele. Pretendia dormir por um dia inteirinho. Deixou os cabelos soltos e suspirou fundo antes de adentrar o quarto.
   - Eu não vou te morder. – Joe sorriu ao vê-la, ela ficava tão linda vestindo suas roupas. Observou-a caminhar timidamente até a cama e deitar-se no lado esquerdo, já que o dele era o direito, e fitar o teto. – Cansada? – Perguntou cobrindo-a.
   - Eu não durmo desde ontem Joseph. Estou morrendo de cólica e tudo está errado. – A voz soou calma, como se não fosse ela que tivera um péssimo dia.
   - Eu posso explicar. – Sussurrou se aproximando dela.
   - Então me explica porque você voltou bêbado para casa, porque eu estou morrendo de cólica e sono, explique-me Joseph porque eu quase atropelei o Paul McCarteney, porque milhares de fãs estão decepcionados comigo. E porque o meu filho estava naquela situação quando voltei para casa. – Joe respirou fundo e a puxou para o peito.
   - Ontem eu e o Nick tivemos uma discussão horrível, nossos planos não sãos os mesmos para a banda. E nossa relação não é mais a mesma.. – Demi ergueu-se e o olhou totalmente assustada.
   - Eu sinto muito. – Disse o olhando nos olhos.
   - Foi horrível. – Joe sorriu ao receber um selinho nos lábios e logo ela se aninhou a ele. – Perdi a cabeça, eu estava com muita raiva e nervoso. Então eu acabei bebendo, bebendo muito. – Sussurrou as últimas palavras abraçando-a. – São sete anos bebê, e acabou. – Joe respirou fundo e deixou que o silêncio reinasse. Não imaginava que as coisas fossem ser assim, mas talvez fosse o sinal que cada um deveria seguir seu caminho. Aliás, eles não eram os mesmos. Agora eram homens com suas esposas e com seus filhos, antes eram apenas garotos cheios de sonhos que se realizaram no decorrer de sete anos de uma carreira brilhante e cheia de sucesso.
   - Wilmer te trouxe para casa, ele disse que você estava atrás da Ashley. – Joe arregalou os olhos. Lembrava-se de pouca coisa.
   - E você acha que ela é minha amante? – Perguntou rindo e Demi assentiu.
   - Joe, eu quero saber de tudo que aconteceu entre vocês. – Tudo bem, ela tinha o direito de saber. Aliás, ele sabia de tudo que tinha acontecido entre Demi e Wilmer.
   - Depois que eu terminei com você no Canadá, eu e Ashley começamos a ficar. Na época eu estava muito confuso, não sabia o que fazer, e um dia aconteceu. – Disse completamente incomodado. Não queria que fantasmas do passado intervisse em sua vida ao lado de Demi.
   - Sexo? – Sussurrou calmamente. Estava surpresa e temia saber a respostas.
   - Não.. – Disse rapidamente. – Quando você estava na clinica nós voltamos a ficar, eu só andava bêbado e minha mãe me expulsou de casa quando.. – Como ele iria dizer aquilo? Demi iria surtar.
   - Quando? – Sussurrou o olhando atentamente.
   - Eu tinha ido para a balada com Ashley, nós estávamos bêbados e eu a levei para a casa dos meus pais. Minha mãe nos flagrou no sofá, nós discutimos e eu fui expulso de casa. – Ora, ela nunca tinha trocado um beijo com Joe na casa dos pais dele. Quando queriam namorar ele a levava para o apartamento desativado da família, ou iam para a casa dela.
   - O que estavam fazendo no sofá? – Perguntou sem olhá-lo. Miley tinha comentado que Joe só vivia bêbado e tinha sido expulso de casa quando ela estava na clinica, mas nunca imaginara que Ashley estava envolvida. Então todos sabiam daquelas história, exceto ela?
   - Demi.. – Disse em um sussurro e ela o olhou esperando uma resposta. – Nós estávamos começamos a fazer sexo. – Demi franziu o cenho, ela estava tão séria.. – Começamos, não terminamos. – Mal conseguia olhá-la, sabia que a qualquer momento seria esbofeteado, era sempre assim.

   - E? – No fundo, bem no fundo mesmo, ela estava feliz que ele finalmente tinha contado sobre Ashley. Agora fazia sentindo porque aquela maldita mulher não largava do pé do SEU homem. – Você foi atrás dela para terminar o que tinham começado há três anos? – Arrependeu-se. Tinha sido o suficiente por hoje. Não iria ouvir mais nenhuma palavra, virou-se e fechou os olhos. Mal dia, mal dia.

Continua.. Tadinha da Demi, sofreu o capítulo inteirinho, até o Dan judiou da coitada. O que vocês acham que vai acontecer? Dan é muito danado cara, quase ele e o pai foram para o tronco, hsuahsua. Beijos e até o próximo capítulo. 


7 comentários:

  1. mds eu estou em lagrimas :'((
    tadinha da Demi, nem sei por onde começar... ela ficara exausta tadinha, mal conseguiu dormir por causa do bêbado do Joe, depois aquele monte de compromissos, depois ainda a irresponsabilidade de Joe, tadinho de Dan :/
    quero bater no Joe, ele esta sendo um idiota, e se realmente ele tiver ido atrás da Ashley para terminar o que ele havia começado eu vou ter que ser obrigada a cortar o amiguinho dele jahdbjahdkaskdhksj
    Demi, pode bater nele mesmo!!
    tadinho de Dan, ele ficara assustado, ele não tinha culpa, né? Joe que foi lerdo e dormiu e deixou a criança sozinha na casa, se Dan já soubesse andar não quero nem imaginar o que essa criança iria fazer dghadjahgdj
    eu ameei!!! pensei até que quando Demi fosse para o ginecologista, quem sabe ela não descobrisse q estava gravida?? mas depois eu pensei q outro bebê iria enlouquecer ela jashdjhbsadhjdad
    Beijoos e posta logo!!! <3

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  2. Vei vc me fez chorar cara como vc pode fazer isso?? Eu simplesmente ameei e vc colocou os Jonas ai o fim da banda e meu coracao de Jonastic nao aguenta ai vem a Demi sofre coitada ai pronto fudeu com tudo vei e tipo ficou perfeito ♥
    Tadinha da Demi :( mulher e o sexo forte so de ler a palavra colica me arrepiei kkkkkk
    Mdss Daniel vc e mt sapeka kkkkk vc colocou seu pai numa fria coitado do Joe
    e uau Demi vc esta nesse exato momento de cabeca quente e falou o q nao devia e vai treta.. q tipo de pessoa sou eu affs
    Ta perfeito ♥♥ Joe finge q nao ouviu o q ela disse,vou te dar um conselho quando uma mulher esta com colica e estressada ela nao segura a lingua e se eu tbm tivesse no lugar da Demi teria feito pior kkkkkk to falando dela e sou pior
    Sobre a mini fic mds essa nao foi uma mini fic e sim A mini fic vei eu amei ficou perfeito estou sem palavras para dizer sobrr a fic so q vc arrasou,divou,sambou,lacrou e todos os tipos de sambas q pode se dizer ficou perfeitoooo ♥♥
    Resumindo
    Ta perfeita,espero q nao tenha treta,sou toda bugada ♥♥♥
    Posta Logo
    Xoxo

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  3. Tadinha da Demi!! Que dia foi esse.... além de não dormir a noite teve que enfrentar um dia desses... o Joe não olhou o bebê direito rsrs e Dan aproveitou para fazer traquinagem rsrs ainda bem que não aconteceu nada de mais se não a Demi ia pirar com ele!!
    Como sempre você arrasa nos cap Amanda!! Adoro a sua fic!! Ela é muito real, sério mesmo. Você faz com que nós sentimos alegria, tristeza, raiva e amor... tudo junto!! Parabéns!! Bju!!

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  4. Sambou
    ai que do da demi ficou sofrendo o capitulo inteiro :/
    vo da uma voadora na cara da mocreia da ashely
    nunca gostei dela
    afinal ela e o joe transaram ou não ?
    tadinho do dan sempre paga o pato
    posta logo

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  5. Omg... Posta mais!!!!! Seria legal uma viagem de Jemi com o Dan para o Brasil >< só uma ideia.....

    Bjs,

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  6. Achei que ela pegou um pouco pesado cara! Tipo ele bebeu e tudo mais ok ela ta puta da vida mais daí falar que ele trai ela é muito já! Não acho que ele faria isso, ele ama ela pô. A banda acabou foi uma barra pra ele e tudo mais acho que ela deveria entender pelo menos esse lado! Não é por que ela teve um dia ruim que tem descontar nele! Bom foda-se to defendendo o Joe mesmo e já era ¬¬
    Demi ta muito radical cara! Amei o capitulo de verdade, já preciso demais ele ficou tão perfeito :3
    Bom isso é tudo beijos ♥

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  7. POSTA MAIS!! EU ESTOU SURTANDO AQUI AHSGDJHSADJD
    Dan, o bebê mais fofo desse mundo, já esta traquinando sajdhksahd <3

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