30.7.15

Capítulo 67 - Parte 1/2

Algumas semanas depois.. 

 - Ai meu Deus! Você está ansiosa? – As roupinhas delicadas estavam espalhadas pela cama enorme e macia. Juntas, Demi e Elizabeth dobravam as roupinhas de Bernardo e selecionavam o que Demi levaria para o hospital assim que entrasse em trabalho de parto daqui mais ou menos duas semanas. O clima estava descontraído e maravilhoso, as duas conversavam abertamente sobre como se sentiam e Demi nunca se sentiu tão feliz por saber que a sua filha estava radiante. Elizabeth estava feliz e era de se notar até no jeito que a menina falava e via o mundo, o sorriso nunca saía dos lábios bonitos. Estava mais madura e vaidosa, a cópia da mãe com alguns aspectos físicos diferentes, mas ainda sim era como uma cópia perfeita de Demi.

   - Ansiosa para que anjo? – Perguntou Demi rindo da animação de Elizabeth. Já era noite e por mais que conversar com a filha fosse bom, Demi estava com sono e se preparando psicologicamente para o próximo dia que, querendo ou não, seria um dia decisivo e carregado já que Demi escolhera aquele dia para procurar Alex, a mãe de Jenny. – Ansiosa para a sua consulta amanhã? – Agora o sorriso não existia mais nos lábios de Elizabeth e a menina fizera careta ao se lembrar de que amanhã teria que visitar o consultório da ginecologista que cuidava da sua saúde íntima desde a sua primeira menstruação.

   - Mãe! – Disse a menina corando envergonhada desviando os olhos dos da mãe para que pudesse dobrar a primeira peça de roupa que Bernardo ganhara: o macacão branco com detalhe dourados.

   - Separe esse macacão, as luvinhas e os sapatos. Quero que seja a primeira roupinha dele, foi o seu pai que comprou. – Elizabeth assentiu sorrindo dobrando cuidadosamente o macacão e o colocando dentro da mala azul cheia de desenho de ursinhos que Daniel ajudara Demi a escolher. – Amanhã nós temos que acordar cedo, tenho muitas coisas para resolver. – Comentou Demi dobrando o par de roupas que Bernardo ganhara de Dianna. – E a senhorita não vai me contar como foi? – Perguntou Demi esboçando um pequeno sorriso que deixou Elizabeth vermelha. Desde que contara que tivera a primeira vez com o namorado Demi vivia importunando a menina, mas nunca conseguia nenhum pequeno detalhe já que Lizzie sempre acabava mais vermelha que um pimentão e desconversava.

   - Mãe! – Choramingou a menina mordendo o lábio inferior com ansiedade e Demi não resistiu rindo. No começo estivera tão preocupada, e ainda estava, mas não havia nada que pudesse fazer para reverter à situação e pelos tópicos que tinha lido na internet a única coisa que ela deveria fazer era orientar a filha da melhor forma que podia e tentar ser compreensiva para que Lizzie continuasse confiando em suas orientações de mãe e amiga.

   - Você quer que eu conte como foi a minha primeira vez? – Disse Demi recostando-se nos travesseiros que Elizabeth organizara para que ela pudesse ficar confortável. Conforme os dias se aproximavam do parto a dor na coluna a deixava completamente desconfortável. – Meu amor, isso é importante, não precisa entrar em detalhes específicos demais, só quero saber como você se sentiu. – Disse da forma mais calma possível buscando no criado-mudo a panela onde tinham feito brigadeiro.

   - Onde está o papai? – Perguntou Lizzie olhando para a porta do banheiro e logo para a porta do closet. Joe aparecera várias vezes no quarto para importuná-las, principalmente a Demi. Ele tentava roubar beijos e a panela de brigadeiro. Demi sabia que ele o fazia apenas para que ela pudesse relaxar e curtir mais aquelas semanas antes que entrasse em trabalho de parto já que Demi optara pelo parto normal e não era nada fácil para uma mulher... bem pelo contrário, era uma missão muito difícil, pois duas vidas estavam em jogo.

   - Está por ai, aposto que está perturbando Daniel ou brincando com Buffy e a gangue. – Disse ao se lembrar de que Joe não saía do pé do filho, tentava animá-lo sempre que podia com as suas brincadeiras bobas.

   - Como foi a sua primeira vez? – Perguntou a menina em um sussurro. Lizzie já sabia alguns detalhes da primeira vez da mãe, mas sempre gostava de ouvir porque sabia que não era toda mãe que compartilhava aquela parte da vida com a filha. Fora as mães que eram rudes e preconceituosas em relação a sexo, não conversavam com as filhas, situações sempre acabavam mal por falta de informações.

   - Nós tínhamos seis meses de namoro e eu sabia que o seu pai queria muito... mas eu ainda não me sentia preparada, naquela época eu era tão frágil e tinha a autoestima muito baixa, tinha vergonha do meu corpo e às vezes pensava que um rapaz bonito como o seu pai só queria me usar.. Claro que ninguém sabia disso, eu escondia muito bem os meus segredos, mas o seu pai conseguiu quebrar aquelas barreiras e o nosso amor começou a crescer a partir daquele momento. Ele disse que me amava alguns dias antes e eu me senti tão feliz. – Elizabeth sorriu encorajando a mãe que continuasse. – A gente estava no apartamento que usávamos para passar o tempo e namorar, Joe queria fazer panquecas, mas a ideia não me agradava muito porque eu sempre evitava comer, e quando comia.. – Demi riu de si mesma quando fingiu enfiar o dedo na boca simulando o que fazia quando tinha bulimia. – Mas acabei cedendo, o seu pai estava tão diferente comigo depois daquele dia que disse que me amava, ele estava mais carinhoso e apaixonado. Eu não fazia ideia de como fazia panquecas e nós resolvemos pegar a receita na internet. O notebook do seu pai estava no quarto dele no primeiro andar, mas ele não sabia se estava na mochila ou no armário. Então ele começou a procurar no armário e eu na mochila, e para a minha surpresa encontrei uma caixa de preservativo. – Demi riu ao citar “preservativo” e ver a reação de Lizzie. A menina estava corada! – Eu fiquei chateada porque pensei que ele estava me traindo e porque nós já tínhamos conversado sobre sexo e eu disse a ele que não estava preparada. Tentei ir embora, mas estava chovendo muito e não tinha como dirigir, tive que voltar para o apartamento e tentei passar a noite no quarto do seu tio Nick, mas era tão grande, trovejava muito e estava frio... Acabei no quarto do seu pai e pedi desculpa para que eu pudesse dormir com ele já que estava morrendo de medo. Ele me abraçou para me proteger do frio e aos poucos a minha raiva passava e eu sentia que ele me amava de verdade, nós acabamos fazendo amor. Foi uma das noites mais especiais de toda a minha vida, cada beijo e toque eu me sentia amada e especial. – Demi suspirou fundo e fechou os olhos ao se lembrar daquela noite, de como Joe a beijava e a olhava com aqueles lindos olhos esverdeados gritando de amor como se pedisse permissão para continuar.

   - Choveu a noite toda? – Perguntou Elizabeth esboçando um pequeno sorriso ao ver as bochechas coradas da mãe e o sorriso magnífico que não saía dos lábios dela.

   - Não sei.. Acho que eu estava muito ocupada.. – Foi inevitável não corar com os olhares que elas trocaram. As memórias ainda eram tão vivas, mas Demi nunca tinha parado para analisar aquele detalhe. Choveu a noite toda? Bem, se lembrara de que a chuva ficava cada vez mais forte e os lindos olhos de Joe junto às palavras dele eram mais que aquela percepção se estava chovendo ou não.

   - E? – A então pergunta de Elizabeth ficou no ar, mas Demi entendeu o objetivo da menina que já estava tão vermelha e sem graça quanto como ela.

   - Doeu. – Sussurrou Demi mordendo o lábio inferior e olhando para o resto de brigadeiro que ainda tinha na panela. – Mas conforme você vai praticando... melhora. – Será que desejar ser uma avestruz naquele momento era pedir demais? A vontade de Demi era de esconder-se num buraco mesmo que ele só escondesse apenas o seu rosto.

   - E a vovó? – Perguntou Lizzie finalmente conseguindo sustentar o olhar da mãe sem que as duas ficassem vermelhas e encolhidas de vergonha.

   - A sua vó surtou! – Disse Demi com graça. – Na verdade nem ela e nem o seu vô gostavam do Joe, não que ele fosse um rapaz rebelde... bem pelo contrário, mas eles só tinham medo de que alguma coisa acontecesse. Gravidez cedo e doenças sexualmente transmissíveis, essas coisas. – Disse olhando para os olhos da menina e Lizzie pareceu entender o porquê dela ter ficado brava a principio. – Sexo faz parte da vida, e nós temos que saber como vamos encaixá-lo, sabe? Se você vai fazer por fazer ou porque você ama o seu parceiro e já se sente preparada para esse passo. E pelo amor de Deus não pode esquecer o preservativo nessas duas situações. – O bom de contar a sua história a Lizzie era que ela podia encaixar aos poucos os seus conselhos que Demi tinha certeza que a menina não deixaria de seguir por hipótese alguma.

   - E ela te levou para consultar com o ginecologista? – Perguntou a menina com receio. Demi compreendia de tal forma aquele receio de Lizzie já que era horrível visitar o ginecologista... Era tão constrangedora a situação, principalmente quando era preciso ser examinada.

   - Não, ela estava brava comigo e eu fiquei brava com ela. Então nós ficamos nos preservativos por um bom tempo e depois eu, infelizmente, tive que procurar um médico, e para piorar a situação Miley foi comigo para acabar com a minha vida. – Finalmente elas riam juntas quebrando aquele clima sério e tenso. – Não tem porque ter medo, eu vou estar ao seu lado para te proteger e não vou fazer como a sua tia. – Demi sorriu de orelha a orelha quando Lizzie a abraçou apertado. Deus! Era tão gratificante saber que a sua menina estava permitindo que elas tivessem aquela conversa, porque assim como tinham mães que não conversavam com as filhas sobre sexo, tinham as filhas que não permitiam de maneira nenhuma que as mães “invadissem” aquela área e preferiam os conselhos das amigas que muitas vezes só as levavam para o rumo errado, claro que tinha as suas exceções.

   - Mãe, eu te amo. – Disse a menina ainda abraçada à mãe minutos mais tarde fitando os olhos da mãe com os seus lindos olhos esverdeados.

   - Também amo você filhote. – Demi aproveitou para encher a menina de beijos exagerados o que não fazia há meses, e Lizzie sorriu de orelha a orelha deixando-se ser beijada pela mãe e rindo quando podia.

   - Eu estava com medo. – Começou a dizer quebrando o silêncio que se formara entre elas há minutos e minutos que estavam abraçadas. – Na verdade eu não sei o que me deu.. O Eric é tão respeitoso comigo que às vezes até para conseguir um beijo é difícil, então a gente nunca tinha chegado quase lá... Quando ele me contou que estudaria engenharia em Santa Mônica eu quase surtei, não por falta de confiança nele. Eu sei como as mulheres são, não só as mulheres porque as amizades dos meninos também influenciam muitos os meninos a trair a namorada. Eu só estava uma bagunça de sentimentos que me sufocavam, principalmente quando você estava em coma. E o Eric me ajudou tanto, ele foi tão carinhoso e compreensível comigo todo esse tempo enquanto eu só surtava e brigava com ele por qualquer menina. Um dia antes de ele ir para a faculdade eu chorei tanto com medo de perdê-lo, então pensei que a gente precisava de um tempo só nosso, sem faculdade, ciúmes ou qualquer coisa. E acabou acontecendo.. – Demi assentiu acariciando os cabelos da menina. Sabia que era difícil aquela situação que Lizzie vivera com o namorado. – Tive que mentir sobre a casa da Júlia para conseguir passar a noite fora de casa. Os pais dele não estariam em casa naquela noite. Nós jantamos, conversamos enquanto víamos as estrelas e aos poucos a gente... – Lizzie espiou rapidamente para saber se a mãe a olhava e o rubor tomou conta de se rosto ao encontrar os lindos olhos marrons de Demi fixos nela. – Eu estava com medo e ele queria esperar, mas foi tão forte e especial que acabou acontecendo. – Abraçar a filha e beijá-la era o que Demi mais fazia pensando que por mais que Lizzie tivera a sua primeira noite de amor, ela jamais deixaria de ser o seu bebê.

   - E a proteção? – Perguntou Demi esboçando um sorriso divertido e Lizzie deitou-se na cama escondendo o rosto no travesseiro e bagunçando algumas roupinhas de Bernardo. – Ei! Não é só porque a senhorita faz coisas com o seu namorado que pode bagunçar as roupinhas do seu irmão. – Demi tombou a cabeça e gargalhou quando a menina tentou se esconder ainda mais com o travesseiro.

   - Mãe! – Elizabeth acabou rindo junto com a mãe quando a olhou. – Você é muito boba e pior que a tia Miley. – Disse e acabara levando um tapa no bumbum.

   - Nada disso mocinha. – Disse Demi controlando-se para não gargalhar novamente. – E a proteção Elizabeth? – Tornou a perguntar dessa vez com o tom de voz mais sério e olhando para os olhos da menina.

   - Eu tinha algumas que sobraram da aula de biologia. – Disse envergonhada. Demi respirou fundo. Sentia-se feliz, preocupada e de alguma forma ausente. Feliz porque sabia que Elizabeth estava radiante de felicidade e compartilhara com ela. Preocupada porque o seu coração de mãe sempre queria proteger os filhos em todas as circunstâncias principalmente porque Lizzie ainda era muito nova para ter sexo com o namorado. E ausente porque passara aqueles cinco meses desde a primeira vez da menina na estrada fazendo shows e dando mais atenção a Daniel e Bernardo enquanto ignorava a sua própria intuição que tinha algo de diferente com Elizabeth.

   - Como você se sentiu? – Perguntou Demi ajeitando-se da forma que podia para se levantar da cama. O ruim de estar grávida era que a vontade de fazer xixi era incontrolável!

   - Quer ajuda? – Perguntou Lizzie preocupada ao ver a mãe caminhar calçada com as sandálias do pai em direção ao banheiro.

   - Estou bem meu anjo. – Depois que estava aliviada Demi aproveitou para escovar os dentes já que não queria ter que se levantar mais uma vez para fazer mais nada naquele dia. – Então? – Disse voltando para cama em passos sutis. A barriga pesava.

   - Eu estava com medo, mas eu me senti tão feliz e amada, ele foi tão carinhoso. – Disse a menina sentando-se para terminar de dobrar as roupinhas do irmão. – Nós só vamos levar essa mala? – Perguntou ao notar que a mala de bebê já estava cheia.

   - Só, vou colocar o seu pai para fazer a minha e se faltar alguma coisa coloco junto. – Segundo o médico obstetra, a bolsa estouraria daqui a mais ou menos duas semanas, e no decorrer daquele prazo Demi pensara que poderia incrementar o que estivesse faltando das coisas de Bernardo. – Estou muito feliz por vocês. – Disse voltando à atenção a filha e Lizzie sorriu levando a mão junto à barriga da mãe para acariciá-la e brincar com o seu irmãozinho.

   - Eu também estou muito feliz por você e pelo papai. – Disse a menina esboçando um lindo sorriso para a mãe. – E estou ansiosa para saber como ele é. – Aquela pergunta era fácil de ser respondida, Demi levou a mão junto à da menina acariciando a barriga e surpreendeu-se com um chute do pequeno.

   - Oi pequeno! – Disse a menina animada e beijando a barriga da mãe. - Aposto que ele vai ter os olhos do seu pai. – Por mais que Lizzie fosse a cópia de Demi e Daniel tivesse a pele clara como a da mãe, Demi não conseguia imaginar Bernardo com alguns de seus traços, sempre o imaginava um bebê médio, moreno claro e de olhos esverdeados ou verdes como os irmãos e os do pai.

   - Eu também acho. – Lizzie depositou um beijo demorado no topo da barriga da mãe e empilhou as roupinhas que ficariam em casa para guardá-las no guarda-roupa do quarto do pequeno Bernardo. O quarto não era longe e ficava naquele mesmo andar vizinho do quarto de Daniel. – Está tarde, e você precisa descansar. – Demi não protestou como sempre fazia, naquela noite ela estava cansada, as costas não davam trégua e a leve azia a deixava enjoada.

   - Você pode trazer o seu pai pela orelha para mim? Ele sumiu. – Resmungou Demi manhosa acomodando-se na cama da forma mais confortável que encontrara.

   - Claro, vou buscá-lo agora mesmo. – A oportunidade era perfeita para puxar a orelha do pai por pirraçá-la como Joe tinha o feito mais cedo. Lizzie dera um beijo demorado na bochecha da mãe depois que guardara a mala de Bernardo no closet e então despediu-se com um boa noite e um sorriso tímido logo saindo do quarto para levar as roupinhas do irmão para o quarto e sair a procura do pai.

O nono mês era o estágio mais difícil da gravidez. Alisando a barriga, Demi tinha o coração um pouco mais acelerado apenas em pensar na possibilidade de poder entrar em trabalho de parto a qualquer momento. Era assustador e uma responsabilidade muito grande para ela como mãe e mulher. E Deus! Porque a insegurança a rondava daquele jeito? Demi estava tensa e com medo de não conseguir.

   - Querido? – Chamou assim que a porta do quarto foi aberta e quando olhou na direção de Joe, ele já caminhava apressado para o banheiro. Demi franziu o cenho estranhando ser ignorada da forma que ele a ignorou. Será que ao menos ele ouvira? Quando era mais tarde Demi, de olhos fechados, apenas ouviu os passos de Joe em direção ao closet. – Joseph? – Tornou a chamar quando sentiu o lado esquerdo da cama afundar. – Está tudo bem amor? – Perguntou assim que abriu os olhos e o encontrou vestido com um conjunto de moletom já que por mais que o clima de Los Angeles não fosse como o das outras cidades americanas e a neve lá fora derretia rápido demais, ainda fazia frio naquela época do ano.

   - Está. – Demi o conhecia o suficiente para saber que Joe não estava bem. Ele não tinha a olhado nos olhos enquanto falava e muito menos tentara beijá-la.

   - Joseph, o que foi amor? – Perguntou agora preocupada esforçando-se para se deitar de lado para que pudesse observá-lo.

   - Nada Demi. – Disse vagamente suspirando. – Já hidratou a barriga? – Perguntou Joe erguendo-se para olhá-la. Desde que descobriram a gravidez Joe vinha ajudando Demi fazendo massagens e hidratando a pele da esposa com cremes e óleos com fins de evitar as estrias.

   - Ainda não, acho que não preciso mais hidratar a pele, minha barriga já está enorme. – Comentou Demi acariciando a barriga.

   - É importante hidratar. – Quando percebera Joe já curvava-se sobre si para que pudesse alcançar a gaveta do criado-mudo e pegar os cremes e óleos que vinham ajudando a manter a pele clara de Demi saudável. – Como estão os seus pés? Quer que eu os massageie. – Às vezes Demi pensara que era pedir e ser abusar demais, porém era como estar no paraíso quando Joe a massageava com aquelas mãos divinas, Demi se sentia bem e relaxada, por isso nunca recusava a massagem.

   - Obrigada querido. – Quando as mãos dele ergueram a blusa de moletom que ela usava e espalharam o óleo suavemente numa massagem gostosa, Demi respirou fundo e fechou os olhos como uma gata manhosa. Era tão bom ser mimada e tratada como uma rainha, e quando Joe tornou a se curvar Demi o espiou e o puxou para um rápido beijo. – Joseph. – Chamou abrindo os olhos contra a vontade quando Joe se afastou depois que ela separou os lábios dos dele curiosa para saber o porquê dele não corresponder o beijo como sempre fazia. – Joe. – Tornou a chamar impaciente segurando as mãos dele obrigando que Joe a olhasse nos olhos.

   - O que? – Murmurou Joe de cenho franzido curvando-se para capturar os lábios dela com os seus, mas não foi o suficiente para convencer Demi que tudo estava bem.

   - Está tudo bem? – Perguntou Demi o olhando nos olhos e ele assentiu balançando a cabeça e logo voltou a cuidar da pele da esposa. – Você está estranho. – Disse Demi quando Joe ergueu a calça de moletom que ela vestia até a altura da coxa para começar a massageá-la das panturrilhas aos pés.

   - Só estou cansado. – Disse Joe concentrado no que fazia. E céus! Era uma maravilha sentir as mãos grandes e másculas dele a abraçando naquela massagem divina, Demi chegara a deixar gemidos escapar. – Vou buscar meias. – Demi gemeu frustrada quando ele se levantou guardando os óleos e cremes e foi lavar as mãos e a procura de meias no closet.

   - Elizabeth levou as roupinhas do Bernardo para o quarto dele? – Perguntou Demi distraída enquanto Joe calçava as meias em seus pés.

   - Levou. – Demi franziu o cenho e o olhou. Joe estava mais tenso e estranho, se é que era possível.. – Boa noite. – Disse depois que apagara as luzes e deitou-se ao lado dela depositando um rápido beijo nos lábios femininos.

   - Joseph. – Quando escutara a voz da esposa o chamando Joe curvou-se procurando o rosto dela com as mãos e quando o encontrou selou os lábios aos dela num beijo quente e intenso. – Não querido, não estou reclamando. – Sussurrou nos lábios dele e os roçou com os seus. – Eu te conheço muito bem para saber que tem alguma coisa errada. – Demi ergueu o braço e as cegas encontrou o abajur e o acendeu para que pudesse fitar o amado. – Vamos amor, o que aconteceu para você estar assim? – As expressões dele agora tristonhas foi o suficiente para deixar Demi mais que preocupada e surpresa quando Joe curvou-se para beijá-la na boca.

   - Dem, eu.. – Joe a abraçou de lado escondendo o rosto na curva do pescoço de Demi. – Eu ouvi toda a sua conversa com Elizabeth. – Por aquela Demi simplesmente não esperava, tanto que a única reação que tivera foi arregalar os olhos e contar até dez para que não infartasse a espera do caos que Joe faria. Ai meu Deus! Ele iria surtar e provavelmente tentaria estrangular Eric.

   - Você o que? – Sussurrou quando era mais tarde com a voz falha. – Ai meu Deus! – Murmurou Demi tombando a cabeça para trás. Diabos! O que ela faria? Contaria futuramente a Joe já que os dois teriam que orientar principalmente Elizabeth já que Eric era mais velho e com certeza os pais dele já tinham tido aquela conversa com o rapaz. Mas agora tudo estava fora do controle. – Joseph. – Chamou. De todas as reações de Joe, Demi nunca imaginara que ele ficaria daquele jeito, pensara que ele teria um surto e caçaria Eric por Los Angeles com qualquer objeto que pudesse machucar o rapaz. – Está bravo? – Perguntou acariciando o rosto dele com a mão.

   - Furioso. – Sussurrou Joe fechando os olhos para sentir o carinho que Demi fazia em sua barba.

   - Amor... Nós sabíamos que iria acontecer. – Disse procurando olhá-lo e Joe choramingou quando Demi lhe beijou a testa. – Quando ela me contou eu queria esganá-la, mas pensei bastante e vi que não era o caminho certo. – Será que ele estava mesmo furioso? Demi o olhou nos olhos e além da carência que eles demonstravam a tristeza também estava ali presente, o que machucou o coração de Demi.

   - Eu vou socá-lo tanto querida, você não faz ideia de como eu quero socá-lo. – Choramingou Joe aninhando-se a ela. – Vou socá-lo tanto, Dem. Ele nunca mais vai encostar um dedo no meu bebê. – Então aquele era o ponto. Joe estava com ciúmes e com medo de perder Lizzie assim como Demi.

   - Joseph, você não vai socar ninguém. – Ele estava tão manhoso e sedento a carinho, Demi adentrara os cabelos dele com os dedos para acariciá-los e em troca recebera um beijo quente no pescoço. – Elizabeth não é mais um bebê. – Disse e Joe desabou a chorar. Deus! Aquilo estava mesmo acontecendo? – Joe, amor. – Demi virou-se sentindo a barriga pesar para o lado para que pudesse acariciar o rosto de Joe e limpar as lágrimas que molhavam o rosto dele.

   - Ela era o meu bebê Dem. – Daniel e o pai poderiam ser próximos, mas Elizabeth conseguia conquistar o coração do pai de uma forma incrível com um simples gesto. Joe era simplesmente apaixonado pela filha e para ele, Lizzie ainda era um bebê que ele teria que proteger sempre, principalmente dos garotos que queriam tirá-la de seus braços.

   - Ela ainda é o seu bebê, amor. – Disse Demi fazendo carinho no rosto dele. – Não é porque ela teve a primeira vez que as coisas vão mudar entre vocês. – Ora, Demi não esperava aquela atitude infantil de Joe, mas ele o fizera.. Ignorara o que ela dizia cantarolando “Lá.. lá.. lá.. lá.. lá..”. – Você está sendo bobo. – Disse já irritada voltando à posição de origem que a deixara mais confortável.

   - Bobo? Eu estou preocupado com a minha filha Demetria! Ela só é uma menina inocente e indefesa. – Disse de sobressalto e Demi respirou fundo já se controlando para enfrentar o Joe ciumento.

   - Elizabeth é uma mulher forte. – Disse Demi o olhando fixamente nos olhos. – Ela ainda está crescendo, é claro, mas sabe muito bem o que vai fazer da vida, eu acredito nela e sempre vou apoiá-la. O que nós temos que fazer agora é orientá-la, passar a nossa melhor experiência para ela que nada vai sair do eixo. Amor, tente compreendê-la, você ouviu da boca dela, tente sentir como ela está feliz, e isso é o que importa Joe. Não vale a pena criar uma confusão com algo tão simples e natural, vamos só estar com ela e amá-la. – As palavras de Demi surgiam efeito conforme Joe se lembrava da conversa que escutara, de como Lizzie parecia radiante em meio à timidez, de como ela sorriu para ele quando foi o chamar. Demi tinha razão, deveriam apoiar a filha a reprimi-la.

   - O meu medo não é esse. Eu só não quero que ninguém brinque de amá-la, que as pessoas a diminua.. Há tantas pessoas boas e más nesse mundo e nós não sabemos com quem estamos realmente vivendo, é muito difícil saber se podemos ou não confiar no próximo, principalmente no relacionamento dos nossos filhos. E se Eric machucá-la, Dem? O que eu vou fazer? Não quero que Lizzie também fique triste, já não basta Daniel. – Era simplesmente por isso que Demi o amava incondicionalmente até porque um amor verdadeiro não incluía apenas amar o parceiro e querê-lo bem, envolvia aquele amor especial, generoso e bondoso que englobava os filhos e o bem deles. Não era como aqueles casais egoístas que simplesmente se amavam e se esqueciam de compartilhar o amor que tinham com os filhos.

   - Por isso que nós temos que arriscar e trabalharmos juntos para orientá-los. Beth e Dan. O apoio é fundamental para a vida deles. São só adolescentes que estão se descobrindo, amor. Lembra da gente? – Joe respirou fundo assentindo, tinha que concordar com Demi por mais furioso que estivesse até porque ele ainda era o pai protetor e babão.

   - Agradeço até hoje por te chovido tanto naquela noite. – O sorriso de Joe foi de orelha a orelha, ele se aproximou mais de Demi e pressionou os lábios dela com os seus. – Você se lembrar de todos os detalhes. – Disse fitando os olhos dela deixando que as testas se encostassem.

   - Foi uma das melhores noites da minha vida, não consigo esquecer. – Fitando os olhos dele Demi se lembrou exatamente daqueles momentos de amor que tiveram juntos, de como Joe a tocava e a fitava com os olhos bonitos deixando transparecer todo o amor que por ela sentia.

   - Você só era uma menina e eu estava tão assustado porque você me fazia sentir coisas que eu nunca tinha sentido. Eu estava louco de amor por você. – Demi sorriu ao fitá-lo nos olhos, abraçou-o e o beijou na boca. Se pudesse o abrigaria entre as pernas para que finalmente pudesse matar aquela saudade que os consumiam. – Meu bebê. – Disse Joe carinhosamente a beijando na testa. – Minha menina. – Ele roçou o nariz ao dela e juntou os lábios num beijo carinhoso e carregado de amor.

   - Estava? – Perguntou Demi ainda ofegante arqueando as sobrancelhas quando Joe separou o beijo e puxou mais o travesseiro para que ele pudesse dormir agarrado com a esposa.

   - Ainda sou. – Disse os cobrindo. Estava frio e a ideia de aquecer Demi lhe aparecia perfeita. – Posso te abraçar assim? Não incomoda? – Perguntou quando passou o braço um pouco abaixo da barriga de grávida e colocou uma perna entre as dela.

   - Não, estou bem. – Disse Demi erguendo o braço para que pudesse desligar o abajur sobre o criado-mudo. – Você tem que me esquentar querido, está frio. – Joe riu depositando um beijo carinhoso atrás da orelha dela aproveitando para inebriar-se com aquele cheiro maravilhoso de frutas dos cabelos de Demi.

   - Você também tem que me esquentar bebê. – Acabaram rindo e trocando uma série de selinhos daquele mesmo jeito que estavam.

   - Joe, está tudo bem? Você não está bravo? – Perguntou Demi quebrando aquele silêncio que se formara entre eles em meio as caricias que trocavam.

   - Não posso dizer que não estou bravo e que não quero socar o Eric, mas também não quero ser injusto. – Disse Joe calmamente já de olhos fechados.

   - Entendo. Nós vamos consultar um médico amanhã.. coisas de mulher. – Disse Demi já sabendo que Joe sabia de seus planos com Lizzie no dia seguinte na ginecologista, Demi só não queria expor demais a vida íntima da filha. – Depois nós podemos tomar café juntos, eu, você, Lizzie e Eric já que Dan vai estar na escola nos dois primeiros horários. – A ideia era começar a preparar Lizzie e Eric para a futura conversa que teriam sobre aquele assunto constrangedor.

   - Que eu me lembre alguém aqui está grávida e no nono mês, não pode ficar por ai como se fosse uma garotinha que acabou de aprender a andar. – Joe espalmou a barriga de Demi já preocupado com ela e Bernardo. Céus! Por que Demi nunca parava quieta? A mulher sempre tinha que estar aprontando alguma coisa!

   - Eu vou de carro, nada de mal vai nos acontecer. – Disse levando a mão junto à dele.

   - Deus jamais permitiria, amanhã nós resolvemos como vamos nos encontrar. – Com um beijo carinhoso na bochecha Joe se afastou assustando Demi e logo sussurrou. - Vou orar. – Como ele sempre fazia toda vez antes de dormir: colocava-se de joelhos e orava por minutos e minutos.

Continua...

25.7.15

Capítulo 66

Alguns meses depois...

Arrepiado ou partido de lado? No estacionamento do shopping em pleno final de tarde californiana Joe estava indeciso entre arrepiar os cabelos ou parti-los de lado. Olhava-se no espelho interno do carro indeciso e super ansioso para encontrar-se com Demi e finalmente beijá-la depois de um dia cansativo na empresa. Bem, não só na empresa. Nos últimos meses estivera tão preocupado e cansado.

A gravidez de Demi lhe tirava o sono, o trabalho no estúdio e na NY Times não faziam diferente, estivera lutando tanto para conseguir manter-se sã, principalmente depois do incidente em um dos shows acústicos da mini-tour que a esposa fizera pelo país. A cena perturbadora não saía de sua mente, pensara que perderia o seu pequeno Bernardo quando Demi um tanto animada e emocionada demais tropeçou em um dos cabos de força do sistema de som. Deus! A sorte foi que o instinto protetor de Joe falou mais alto e antes mesmo que Demi caísse de metros de altura, ele a envolveu em seus braços impedindo que ela caísse para fora do palco. Joe ficara tão nervoso e com medo por todo aquele tempo que Demi estivera na estrada que contratara seguranças para vigiá-la e alertara todos os funcionários em relação aos cabos e tudo que pudesse machucar a amada e o seu pequeno. E como sempre Demi odiou ser vigiada, o que foi motivo para tantas discussões com Joe, mas no final, depois de uma noite intensa de amor, Joe explicara com tanta paciência e cuidado que o objetivo dele era só protegê-la e proteger o bebê.

Como a ansiedade era grande, Joe tirou o paletó que vestia, afrouxou a gravata cor de rosa que Demi escolhera, levou as mangas da camisa branca até a altura dos cotovelos e resolveu que arrepiaria os cabelos já que Demi sempre dizia que ele ficava sexy com os cabelos daquela forma. Tudo bem, tudo estava em seu devido lugar. Concluiu Joe olhando-se atentamente no espelho satisfeito com o que via. E antes de sair do carro pegara uma de suas balinhas de hortelã porque sabia que Demi ficaria de pernas bambas em pleno shopping ao beijá-lo no boca. Céus! Por que ele estava tão nervoso para encontrá-la? Parecia um adolescente virgem em seu primeiro encontro.

   - Relaxa. – Disse Joe para si mesmo adentrando os bolsos da calça social com as mãos ignorando o olhar de muitas das mulheres que o devorara com os olhos. Jamais retribuiria aqueles olhares porque não lhe interessava flertar com outra mulher a não ser Demi. Ela estava o tempo todo em seus pensamentos em um cantinho especial, Joe pensava na esposa já com um pequeno sorriso nos lábios e com a melhor sensação de paz que poderia existir e às vezes se perguntava como era possível amar alguém daquela proporção que o devorava.

 Olhando para os lados à medida que caminhava, Joe resolveu que procuraria Demi na praça de alimentação já que ela estava no shopping a um bom tempo com as amigas na tarde das garotas que também incluía Daniel. Dan não saía do pé da mãe. Estava sempre ao lado de Demi a ajudando com tudo que ela precisava, eles se divertiam tanto juntos, às vezes brigavam mais não demorava muito para que fizessem as pazes. Infelizmente Demi ainda não se sentia pronta para conversar com Alex e a falta de tempo por conta da turnê, de toda a repercussão da carta que escrevera contando a verdade e os preparativos finais para a chegada do bebê atrapalhava bastante a agenda já lotada de Demi. Demi até tentara conversar com Jenny, mas a garota estava com tanto medo das loucuras da mãe que nunca dava uma resposta certa, e mesmo Dan sofrendo, a alegria da chegada do irmão aplacava um pouco mais aquela dor.

   - Boa tarde garotas. – Joe sorriu tímido assim que se aproximou da mesa que elas ocupavam em plena praça de alimentação com milhares e milhares de pessoas. Deus! Eram tantas sacolas que Joe engolira em seco ao se lembrar de que tinha emprestado os cartões de crédito para Demi. E pensando na sua baixinha, Joe correu os olhos pela bagunça que era aquela mesa. Miley estava ao lado de Taylor e elas fofocavam baixinho e riam; Selena com sua barriga de pouco mais de cinco meses carregava no dedo anelar da mão esquerda um enorme anel de noivado de brilhantes e conversava com Daniel, Danielle e Anne distraída. – Onde está a minha gatinha? – Perguntou já preocupado para o filho.

   - Está no banheiro. – Disse Dan olhando brevemente para o pai para que então pudesse tirar a sacola que ocupava um dos lugares vazios para que Joe pudesse se sentar junto a eles.

   - Ela foi sozinha ao banheiro? – Perguntou Joe olhando para o filho.

   - Não, foi com a Marissa. – Disse Daniel ainda entretido com a conversa com as tias. Joe respirou aliviado ao saber que Demi não estava sozinha, pois caso estivesse ele teria que invadir o banheiro feminino atrás da esposa para saber se estava tudo bem.

Os minutos se passaram e a ansiedade para encontrar Demi aumentava cada vez mais, porém Joe aproveitava o tempo em que ela não chegava para arrumar os cabelos pelo reflexo da tela do iphone que lhe servira de espelho. Céus! Não era apenas as mulheres que eram inseguras e cuidadosas em relação à aparência, ao menos Joe era um homem que gostava de estar bem consigo mesmo e estar sempre arrumado.

   - Adivinha quem é. – Bem, apesar do susto, Joe sorriu ao sentir aquelas pequenas mãos femininas quentinhas em contato com a sua pele lhe tampando os olhos. O perfume era tão familiar e até mesmo o respirar Joe já conhecia. Tocara as mãos dela com as suas e assim que disse o nome dela, Joe a olhou e sorriu de orelha a orelha levantando-se para envolver Demi num abraço de urso.

   - Oi pequena. – Disse Joe ainda com Demi nos braços a olhando tão admirado e sorrindo ao notar como ela ficara linda com o novo corte de cabelo. – Você está linda, Dem. – Elogiou a deixando coradinha. Tocara as mechas dos cabelos de Demi agora mais curtos e acariciou o rosto da amada com a ponta dos dedos. – Gostei do seu corte de cabelo. – Disse por que sabia que as mulheres adoravam quando os homens notavam aqueles pequenos e importantes detalhes.

   - Obrigada amor. – Mesmo com a barriga pesando e estando enorme, Demi ergueu-se na ponta das sapatilhas para que pudesse envolver o pescoço de Joe com os braços e repousar as mãos nos cabelos da nuca dele. – Você também está lindo. – Elogiou arrancando um lindo sorriso dos lábios bonitos dele. Aos poucos o sorriso nos lábios de Joe morria e o desejo entre eles era estampado em seus olhos. Fitaram-se intensamente por minutos cada vez mais próximos e esquecendo que estavam em um local público, o beijo aconteceu mesmo as falsas tosses e as indiretas de Miley. Beijaram-se matando toda aquela saudade daquele tempo que ficaram separados naquele dia e logo Demi um tanto envergonhada aninhou-se ao peito de Joe satisfeita e ofegante por estar nos braços dele.

   - Como foi o seu dia? – Perguntou Joe todo tímido e apaixonado fitando os lindos olhos marrons de Demi que também fitavam os seus.

   - Divertido. – Disse Demi acomodando-se a cadeira onde estava sentada anteriormente e Joe cumprimentou Marissa e sentou-se ao lado da esposa. – E o seu? – Perguntou enlaçando os dedos aos dele.

   - O meu? – Joe sorriu fitando os dedos enlaçados aos dela. – Muito cansativo minha linda. – Disse a olhando nos olhos esboçando o seu melhor sorriso deixando Demi tão corada e ansiosa para receber um beijo dele.

   - O que foi? – Perguntou ela ainda corada desviando os olhos dos dele e Joe riu baixinho antes de aproximar-se e roçar os lábios nos dela com tanto amor e carinho.

   - Te amo. – Disse dando um selinho estalado nos lábios dela. – Como o nosso menino está hoje? – Perguntou Joe todo orgulhoso acariciando a barriga da esposa com as mãos. Bernardo já estava com os seus oito meses e provavelmente o parto seria daqui a três ou quatro semanas.

   - Chutando muito. – Demi sorriu levando a mão junto à de Joe. – Ele está muito agitado. – Comentou se lembrando dos sustos que levara naquele dia por conta dos chutes de Bernardo.

   - Ele está ansioso para nascer, querida. – Joe focou os olhos nos dela, acariciou-lhe o rosto com a mão e roçou os lábios aos dela. – Quer ir para casa? Você tem que descansar. – Disse um tanto preocupado. Joe sabia que aquele final de gravidez não era nada fácil para Demi, ela sempre estava tão cansada e sonolenta, mas naquele dia Demi resolvera quebrar as regras e fora ao shopping passear com as amigas e ajudar Selena com o enxoval da pequena Alice.

   - Estou bem. – Disse o olhando nos olhos. – Você não vai jogar futebol hoje? – Perguntou Demi descansando a cabeça na curva do pescoço de Joe que sorriu acariciando-lhe o rosto.

   - Acho que vou para casa para descansar com você. – Disse e Demi ergueu-se para olhá-lo.

   - Joseph! Você não precisa desmarcar os seus compromissos por minha causa, Bernardo e eu vamos ficar bem em casa com Beth e Dan. – Joe franziu o cenho não gostando nada daquela ideia de deixar Demi sozinha ou até mesmo na “responsabilidade” de dois adolescentes. – Eu estou bem querido, e estou ansiosa para te ver jogando. – Raramente aquilo acontecia, e Demi sorriu de orelha a orelha ao flagrar Joe corado.

   - Tem certeza? – Perguntou Joe observando Daniel, que agora estava calado fitando as mãos. Droga! Doía tanto ver o seu garoto triste como Dan estava nos últimos meses. Daniel não era mais o mesmo garoto brincalhão de meses atrás, procurava sempre se isolar e se Demi não fosse tão insistente para que ele ficasse com ela, certamente Daniel teria entrado em depressão.

   - Tenho. – Demi também olhou para o filho e suspirou sentindo-se culpada por ainda não ter conversado com Alex, se é que resolveria alguma coisa. – Estou preocupada com ele. – Sussurrou para Joe, que assentiu observando o filho. Daniel parecia um tanto incomodado e Joe só percebeu o que o incomodava quando Dan tentou espiar uma mesa há poucos metros da que eles estavam e logo franziu o cenho irritado. Deus! O sorriso nasceu nos lábios de Joe que discretamente mostrou a Demi o que incomodava o garoto. Uma mesa cheia de garotas que cochichavam e lanchavam olhares na direção da mesa que eles estavam, principalmente a menina de cabelos negros que Joe suspeitara flertar com Daniel.

   - Fala com ela. – Disse Joe assustando Daniel que arregalou os olhos e corou ao receber olhares das tias e do pai.

   - Falar com quem? – Tentou desconversar Dan um tanto irritado.

   - Com aquela gatinha que não para de olhar para você. – Demi cerrou os olhos quando Joe olhou para a mesa e esboçou aquele sorriso galanteador. Diabos! Ela o mataria.

   - Joseph! – Disse Demi o puxando pela gravata. – É melhor você se comportar. – Disse o fuzilando com os olhos e Joe engoliu em seco logo esboçando um sorriso amarelo.

   - Eu só tenho olhos para você querida. – Joe aproveitou o beijo que dera na bochecha de Demi para que pudesse espiar as garotas e Daniel. Talvez se Dan conhecesse outra garota as coisas seriam mais fáceis. – O que você acha Dem? A morena é perfeita para o nosso menino. – Discretamente Demi espiou a mesa das meninas, mas tivera que acenar porque fora flagrada e as meninas acenaram para ela eufóricas.

   - Sem chances. – Murmurou Daniel mal humorado. Estivera a tarde toda naquele shopping e até fora legal fazer compras com a mãe e as tias. O mundo feminino era estranho, mas Dan achara divertido a forma que as mulheres não paravam de conversar num minuto sequer, nunca havia silêncio e elas riam de qualquer coisa. Por mais que tinha se divertido, Jenny não saía de sua cabeça. Tinha sido assim por todos aqueles meses que eles estavam separados e não seria agora que a amada deixaria os seus pensamentos para dar lugar a uma garota que Dan até achara atraente, mas que não imaginava um futuro.

   - Joe, deixa ele. – Comentou Demi percebendo o quão sem graça Daniel já estava. – E se você olhar mais uma vez para aquela mesa você vai dormir na garagem no chão frio! – Em meio à ameaça, ao menos ele ganhara um beijo na boca.

   - Meninas, vamos? Christopher está me esperando. – Disse Selena. Em toda a sua vida Demi nunca vira a amiga tão feliz como Selena estava. O brilho nos olhos era inigualável, e o sorriso de Sel denunciava o quão feliz ela estava.

   - Hum.. – Murmurou Joe arqueando as sobrancelhas e as meninas riram assim como Demi. – O bofe está te esperando Sel? – Demi revirou os olhos, mas riu das caras e bocas que Joe fazia. Ele era tão bobo quando queria.

   - Dem, controla a sua bicha. – Demi riu do comentário de Selena e aproveitou para agarrar Joe e o encher de beijos quentes pelo rosto e finalmente na boca.

   - A gente podia ir para casa. – Sussurrou Demi beijando o maxilar de Joe próximo a orelha dele. – Para a nossa cama. – Joe esboçou aquele sorrisinho de menino levado e capturou os lábios dela com os seus num beijo apaixonado. Bem, fazer amor estava difícil nos últimos meses, a barriga de Demi estava grande e o receio de Joe só de imaginar em machucar o pequeno Bernardo acabava com todo o clima.

   - Dem.. Eu adoraria. – Sussurrou agradecendo a Deus por não serem mais o centro das atenções. – Mas você precisa descansar, estamos quase lá amor, só mais algumas semanas. Nós vamos ter o nosso filhote e vamos poder fazer amor. – Tornou a sussurrar enlaçando os dedos aos dela.

   - Mas vai demorar amor, nós vamos ter que esperar o resguardo. – Sussurrou Demi o olhando com aqueles lindos olhos marrons e carentes. – E eu preciso relaxar. – Joe beijou o biquinho que Demi fazia e logo a abraçou de forma que o rosto ficava escondido no pescoço dela.

   - Prometo te ajudar a relaxar, tudo bem? – Cedeu sabendo que se a gravidez para ele já era de tirar o sono, imagina para Demi que carregava uma vida no ventre. – Mas ainda prefiro que você descanse durante todo o dia. – Disse e Demi fez careta. Deus! A mulher era tão teimosa! Joe a olhou e suspirou, se Demi soubesse como ele estava louco para fazer amor com ela.. mas Joe colocava em primeiro lugar a saúde do filho e da esposa, encontraria uma forma de ajudá-la a relaxar sem que para isso sexo estivesse envolvido.

   - O dia todo amor? – A pequena discussão seguiu-se por minutos e mais minutos, Demi sempre tentava argumentar e Joe respondia pacientemente que era para o bem dela e do bebê. Conversaram entre cochichos durante todo o tempo que estavam na praça de alimentação do shopping e enquanto caminhavam abraçados de lado logo atrás do grupo de amigas de Demi, Anne e Daniel. Tudo isso porque Demi era teimosa demais.

   - Deus, Demi! Juro que quando você se recurar do parto eu vou te pegar de jeito. – Joe a olhou nos olhos e sorriu satisfeito quando viu o leve rubor tomar conta do rosto de Demi. – E vai ser daquele jeito. – Sussurrou dando um leve beijo nos lábios dela. Demi sabia que quando Joe prometia amanhecia o dia e ele mal tinha começado...

   - Joe! – Demi o olhou nos olhos e respirou fundo. Porque ele tinha que dizer aquelas coisas logo naquele local que estavam? Olhara a sua volta e quando encontrou Marissa a poucos centímetros deles, Demi quase infartou de tanta vergonha. Será que ela tinha escutado?

   - Daniel está com Selena, Dani e Anne, e Miley e Taylor estão de segredo. Acho que sobrei. – Disse Marissa esboçando aquele sorriso culpado que Demi conhecia muito bem. Droga! Ela tinha escutado.

   - Como está o seu pai? – Perguntou Joe a Marissa. Jamais Joe seria capaz de agradecer a Deus por toda a sabedoria que William, pai de Mairssa e médico que cuidou de Demi, tivera para administrar aquela situação agonizante que viveram durante um mês.

   - Está bem, trabalhando como sempre. – Comentou Marissa suspirando e adentrando as mãos nos bolsos. Às vezes Demi se perguntava como uma mulher tão bonita e inteligente como Marissa era tão sozinha. A mãe havia morrido e o pai vivia trabalhando.

   - Quer assistir ao jogo comigo? Joe vai jogar hoje com os amigos. – Convidou Demi tendo a certeza que Marissa passaria mais uma noite sozinha em seu apartamento já que não estava mais namorando.

   - Obrigada pelo convite, mas daqui a pouco tenho que ministrar o grupo de casais. – Disse Marissa fitando os olhos da amiga.

   - Pensei que você só trabalhava com casos como o meu. – Disse Demi fitando os olhos de Marissa enquanto caminhavam. O shopping estava tão cheio naquele fim de tarde.

   - O meu trabalho é bem amplo. É tão interessante o nosso debate sobre o comportamento dos homens e das mulheres em um relacionamento, o pessoal geralmente fica tão surpreso com cada detalhe simples que faz toda a diferença nos relacionamentos do cotidiano. – Comentou Marissa atiçando a curiosidade de Demi, que olhou esperançosamente para Joe.

   - Deve ser muito divertido. – Disse Joe e Marissa assentiu sorrindo de algo que lembrara. Ela só não os convidava para entrar para o grupo porque a decisão tinha que partir do casal.

   - Vocês não fazem ideia. Na verdade é uma mistura de sentimentos. Há casais histéricos demais, outros já são pura comédia, temos alguns dramáticos. Enfim, é uma lista sem fim. O legal é que todos nós acabamos nos identificando, sabe? Sempre encontramos alguém que tem praticamente o mesmo ponto de vista e também tem aquelas pessoas que são o nosso oposto, mas é bom porque nós conseguimos enxergar através de uma pessoa desconhecida coisas que não conseguimos enxergar sozinhos e nem com os nossos parceiros. – Marissa estava tão envolvida fascinada com o seu próprio mundo encantando Joe e Demi com o seu trabalho que só notou a pessoa a sua frente quando esbarraram-se com tudo. – Desculpe. – Apressou a dizer recompondo-se para que não caísse.

   - Está tudo bem. – Soou a voz feminina da mulher que pegava a bolsa do chão.

   - Você se machucou? – Perguntou Marissa preocupada, mas assim que a mulher a olhou ambas esboçaram um sorriso. E Demi, que estava ao lado de Marissa junto com Joe, arregalou os olhos ao ver de quem se tratava.

   - Dra. Callahan! Como vai? – Era um sonho? Melhor, um pesadelo? Alex, a mãe de Jenny, tinha educação e sorria para as pessoas? Deus! De todas as vezes que encontrara com a mulher a mesma não parecia nenhum pouquinho feliz, bem pelo contrário... E agora esboçava sorrisos e tinha a melhor educação do mundo? Ao menos com Marissa, Alex era educada.

   - Estou bem Srta. Shorty. – Disse Marissa educadamente naquele tom profissional que Demi conseguira ultrapassar até que elas construíssem a amizade que tinham. – Amanhã no meu consultório? – Demi desviou os olhos de Marissa e Alex para que então pudesse procurar Daniel, e quando finalmente o encontrou a pouquíssimos metros de onde ela estava, Demi arregalou os olhos ao ver Dan de cenho franzido e de punho cerrado fitando algo logo a sua frente que a deixou intrigada. Oh meu Deus! Demi olhou para Joe que a largou para que pudesse se aproximar de Daniel para que evitasse que o garoto explodisse de raiva. Jenny estava um tanto incomodada próxima da mãe e um rapaz envolvia a sua cintura possessivamente com os braços. Por um momento Demi sentiu a raiva tomar conta de si só por saber que Daniel sofria, mas assim que fitara Jenny o olhar encontrou com o da menina e a raiva sumiu. Jenny parecia tão abatida e triste, mas mesmo assim esboçou um pequeno e tímido sorriso apenas para Demi. O que tinha acontecido com aquela menina feliz e sorridente? Jenny não parecia nem de perto aquela garota, estava triste e infeliz. Isso! Era aquele termo o correto. Jenny parecia tão infeliz quanto Daniel, e Demi teve a certeza que aquele rapaz que a abraçava pela cintura deveria ser uma das maluquices de Alex para que a filha pudesse esquecer Daniel.

   - É melhor eu ir, se não vou me cortar de dó. – A risada sem graça de Alex fez Demi revirar os olhos cansada daquela brincadeira infantil e Marissa olhou para a paciente um tanto confusa.

   - Demi, Daniel está bem? – Perguntou Marissa assim que aproximou-se da amiga, mas de longe pudera ver Joe tentar acalmar o rapaz que chegara estar vermelho.

   - Ele só está chateado. Você não sabe quem ela é? – Disse Demi virando-se para fitar o filho e Marissa negou balançando a cabeça.

   - Alex é minha paciente há anos. – Comentou Marissa confusa e Demi arregalou os olhos.

   - Alex precisa de um psiquiatra, não de um psicólogo. – Disse Demi distraída e Marissa a repreendeu com o olhar. – Desculpe.. É uma longa história... Eu a conheci antes da reabilitação quando ainda era adolescente, nós brigamos e Daniel é apaixonado pela filha dela, mas o namoro não deu certo por causa dessa louca. Enfim, são tantas coisas. – O sentido de Demi estava em Daniel, tanto que atropelara as próprias palavras e olhava na direção do filho. Dan deveria estar arrasado.

   - Espere, ela é a Alex Shorty? – Disse Marissa despertando a atenção de Demi que apenas assentiu preocupada com Dan. – Ai meu Deus! Como eu pude esquecer? – Comentou e Demi a olhou arqueando as sobrancelhas.

   - Tudo bem? – Perguntou Demi puxando Marissa pelo braço para que elas pudessem alcançar Joe e Daniel.

   - Eu só estava pensando numa coisa. – Disse Marissa. Pensar em toda aquela história de Demi fez Marissa lembrar-se de como Demi tinha a ajudado a enfrentar os obstáculos da vida e da amizade que construíra com Demi naquele tempo que elas se conheceram. Estava na hora de contar toda a verdade a Demi já que ela não era mais a sua paciente.

   - Está tudo bem meu amor? – Perguntou Demi a Daniel preocupada ignorando os olhares das pessoas e até mesmo daqueles que tiravam fotos. Ótimo, o shopping estava ficando cada vez mais cheio e os paparazzi começavam a chegar.

   - Está. – Disse o garoto ainda de olhos cerrados fitando Jenny que também o fitava, mas Alex logo a puxou junto com o rapaz. – Nós podemos ir? – Perguntou Daniel arrumando os cabelos com as mãos. Demi sabia que ele estava irritado e que a qualquer momento o garoto poderia partir para cima daquele rapaz que abraçava Jenny. Caminharam em silêncio, Dan estava tão quieto e Demi fazia questão de estar ao lado do filho. Anne conversava com Selena e Dani; Miley e Taylor ainda conversavam e agora Joe e Marissa também conversando logo atrás de Dan e Demi.

   - Está tudo bem Daniel? – Tornou a perguntar Demi assim que entravam no carro de Joe depois que tinham despedido das meninas.

   - Está. – Disse o garoto puxando o cinto de segurança, mas logo o soltou assustando os pais. – Aliás, vocês podem esperar um pouquinho? – Perguntou e Demi cerrou os olhos já sabendo que Dan iria aprontar.

   - Esperar? – Perguntou Joe esperando pelo o que o garoto diria.

   - É, prometo não demorar. – Antes mesmo que pudessem protestar Daniel já corria pelo estacionamento em direção à entrada do shopping.

   - Joseph! Ele vai aprontar. – Disse Demi preocupada e no mesmo instante Joe buscou o celular no bolso e ligou para o filho. – Amor, vai atrás dele. – Pediu Demi, mas quando Joe riu enquanto falava ao telefone com Daniel, Demi perdeu a paciência e abriu a porta do carro. Se Joe não iria atrás de Dan para impedi-lo de fazer uma besteira, ela mesma iria atrás do menino.

   - Querida, está tudo bem. – Disse Joe a puxando pelo braço assim que guardou o telefone no bolso. – Dan não vai fazer nada. – Disse curvando-se para fechar a porta do carro.

   - Tem certeza? – Perguntou Demi ainda aflita e Joe assentiu esboçando um sorriso de orelha a orelha.

   - Ele disse que só tentaria pegar o número do celular daquela garota da praça de alimentação. – Demi arregalou os olhos em surpresa. Pensara que era uma atitude precipitada demais.. E se aquele rapaz fosse apenas um amigo ou um primo de Jenny? E se fosse uma armação de Alex? Daniel não tinha enxergado a tristeza nos olhos de Jenny? Céus! Era tão evidente para Demi que não a conhecia como Dan conhecia.

   - Eu não acho que seja uma boa ideia. – Disse Demi pensando no que Marissa dissera sobre Alex.. Se Alex era paciente de Marissa, algo de errado deveria estar acontecendo.

   - Dem, Dan não pode ficar correndo atrás de Jenny a vida toda, ele é jovem, tem que se divertir, sair, namorar. – Demi revirou os olhos para aquela teoria de Joe, tudo bem que ele estava certo em alguns pontos, mas Jenny fazia parte de Daniel e Demi tinha certeza que o filho amava a namorada.

   - E o amor? Joseph, você não vê que eles se amam? E vão jogar esse sentimento no lixo por minha culpa? – O arrepio foi inevitável quando os dedos dele acariciaram a sua bochecha e Joe aproximou-se o suficiente para beijar onde acabara de acariciar.

   - Se eles se amam de verdade nada nesse mundo será capaz de separá-los. Um dia eles vão ficar juntos. Eles ainda são jovens demais, Dem. – Demi respirou fundo acomodando-se mais ao banco.

   - Joe. – Sussurrou o nome dele quando sentiu os lábios quentes e macios de Joe em seu maxilar. – Quando nós nos apaixonamos eu tinha a idade de Jenny e você era um ano mais velho que Dan, nós enfrentamos tantas coisas mesmo sendo jovens demais. E olha só tudo que nós vivemos, não foi nada fácil, bem pelo contrário, e eu não me arrependo de nada que fiz para estar com você. Valeu a pena cada loucura, nós vivemos todos esses anos com o nosso amor crescendo cada vez mais. Eu quero que Dan viva o amor com Jenny, e se ele arrumar outra garota as coisas não vão acontecer para eles. – A esse altura do campeonato Joe já tinha os lábios roçados nos de Demi num beijo lento e sofrido enquanto todas aquelas lembranças da adolescência ao lado de Demi tomava conta de suas memórias.

   - Eu sei. – Sussurrou ofegando. – Eu acredito amor, que se.. – Antes mesmo que ele pudesse concluir a frase Demi roçou os lábios aos dele. – que se eles se amam, eles vão ficar juntos. Daniel só está chateado, ele precisa de tempo e coragem para enfrentar a Alex. – Demi fixou os olhos nos de Joe pensando que aquela parte era a sua carga e não a de Daniel.

   - Eu vou falar com ela, prometo. – Sussurrou desviando os olhos dos dele para fixá-los nos lábios bonitos de Joe e levemente borrados de batom vermelho. – Se não fosse Bernardo eu te atacaria aqui mesmo. – Sussurrou Demi nos lábios de Joe e os roçou rapidamente com os seus.

   - Essa é a melhor parte de ser casado com uma tarada. – Sussurrou Joe dando um selinho nos lábios de Demi. – Mas a gracinha precisa descansar, nada de traquinagens Demetria. – Se dependesse de Demi estariam em casa enroscados em meios aos gemidos e grunhidos. Não era à toa que as pessoas diziam que as mulheres grávidas eram fogosas. A última vez que fizeram amor foi no aniversário de casamento de dezoito anos de casados há quase um mês atrás e desde então Demi estava subindo pelas paredes louca para fazer amor com Joe a todo custo, porém ele que estava preocupado demais com o quase acidente no palco nesse meio tempo preferiu proteger a esposa e o filho de todo o mal, e isso incluía sexo já que Joe andara lendo tantas coisas na internet que nem mesmo era verdade, mas que fora o suficiente para deixá-lo assustado e receoso.

   - Joseph, você não pode fazer isso comigo. – Choramingou aflita tentando se aproximar mais dele, porém a barriga enorme atrapalhava e causava incomodo na coluna. – Amor, a gente transou durante toda a gravidez de Daniel e Elizabeth, você sabe que não tem problema. – Tornou a choramingar feliz por conseguir alcançar o pescoço dele com os lábios e acariciar o peito e o abdômen com a mão.

   - Não faz isso. – A voz de Joe soou falha quando a pequena mão de Demi ameaçou á descer um pouco mais por seu abdômen em direção à felicidade... Diabos ela não o seduziria ali, seduziria? – Dem, não... – O gemido escapou pelos lábios de Joe quando a mão dela finalmente o apertou lá e Demi roçou os lábios aos dele com paixão.

   - Promete que vai fazer amor comigo? – Sussurrou nos lábios dele movimentando a mão lá em baixo o que fez Joe gemer de deleite.

   - Eu.. eu.. Bebê, não faz isso. – Joe a beijou nos lábios e os dois acabaram rindo. – Te amo pequena. – Sussurrou nos lábios dela quando Demi levou a mão que o acariciava lá em baixo ao braço dele. – Eu só quero cuidar de vocês meu anjo. – Os lábios de Demi deveriam ser como uma droga que Joe era total dependente. Beijara-os incansavelmente por minutos e mais minutos, Joe chegara perder o fôlego e quando encostara a testa a de Demi e fitou os lindos olhos marrons o sorriso nasceu em seus lábios e reafirmara para si mesmo que jamais conseguiria viver sem aquela mulher, sem aqueles lindos olhos marrons e aquele sorriso que iluminava o seu dia.

   - Eu sei. – Demi sorria lindamente sem conseguir desviar os olhos dos dele. – Nós estamos em boas mãos pequeno. – Disse levando a mão de Joe para a sua barriga. – Eu só sinto a sua falta querido. – Sussurrou quando era mais tarde e estavam quietos sentindo o pequeno Bernardo com as testas encostadas e com os olhos fechados.

   - Eu estou aqui. – Disse Joe a olhando nos olhos. - Prometo que vamos dar um jeito. – O sorriso de Demi foi o melhor e Joe tivera que rir a envolvendo num desajeitado abraço que foi o pretexto perfeito para que eles pudessem selar os lábios num beijo demorado e intenso.

   - Pai, eu.. Droga! – Os carinhos de Demi nas mechas de cabelo da nuca de Joe e os carinhos dele no braço e na barriga dela eram o suficiente para entretê-los, porém o beijo era de levar a outra dimensão, estavam tão envolvidos que Daniel bufara frustrado por ter flagrado aquela cena mais uma vez... A sorte era que dessa vez eles não diziam frases ousadas e não se tocavam em lugares íntimos. – Ei, eu estou aqui. – Disse um pouco mais alto completamente sem jeito e os pais se separaram assustados e ofegantes.

   - Oi! – Dissera Demi em estado de alerta e vermelha. Céus! Joe esboçou um sorriso ao vê-la corada. Ele simplesmente adorava quando aquilo acontecia, Demi ficava tão fofa envergonhada!

   - Conseguiu? – Perguntou Joe dando partida no carro.

   - Consegui. – Daniel fitou o pedaço de papel com a letra feminina de caneta rosa escrito “Amber” e o número do celular da menina que quase o agarrou em público. – Eu só.. – Dan tornou a fitar o pedaço de papel e respirou fundo sentindo o coração doer ao fitar os olhos de Jenny naquela tarde. – Eu não sei o que fazer. – Os olhos de Daniel fixaram-se nos de Demi pelo retrovisor e a resposta veio como uma luz no fim do túnel.

   - Vai ligar para ela? – Perguntou Joe, mas Dan já tinha jogado o papel por uma pequena brecha do vidro da janela da porta do carro em movimento.

   - Mais tarde. – O sorriso cúmplice surgiu nos lábios de Demi e nos de Daniel, que curvou-se e beijou a bochecha da mãe. – Você é a melhor mãe do mundo. – Sussurrou e o sorriso nos lábios de Demi alargou-se.

   - Nós vamos dar um jeito. – Disse Demi fitando os olhos lindos de Daniel. – Mamãe promete bebê. – Dan sorriu sabendo que quando a mãe prometia ela cumpria mesmo que às vezes demorava um pouquinho.

(...)

   - Você tem certeza que não quer ir para casa? – Joe havia acabado de estacionar o carro no estacionamento do estádio que jogaria futebol com os amigos e os irmãos naquele começo de noite, por um lado estava animado, porém pelo outro estava preocupado com Demi e queria que ela repousasse.

   - Tenho Joe, Elizabeth vai estar comigo, não tem nenhum problema. – Garantiu Demi desprendendo o cinto de segurança do banco do carona. – Só preciso do seu paletó caso faça muito frio. – Automaticamente Joe curvou-se e pegou o paletó ao lado de Daniel e o vestiu em Demi.

   - Elizabeth já está chegando? – Perguntou Joe a Daniel. Ultimamente Lizzie passara mais tempo com a colega de escola do que com a família, visitava Eric nos finais de semana em Santa Mônica e sempre quando voltava para casa estava estranha ou brigada com Eric por ciúmes. A menina estava tão independente e Demi estava completamente assustada com a evolução de Elizabeth.

   - Ela já chegou pai. – Disse Daniel abrindo a porta do carro e Joe aproveitou para roubar um beijo de Demi aproveitando que o garoto não os olhava.

   - Linda. – Sussurrou com a testa encostada a dela e Demi mordeu o lábio inferior e o empurrou só para provocá-lo. – Como você sabe que ela já chegou? – Joe apressou-se em sair do carro e abrir a porta para Demi estendendo-lhe a mão para impressioná-la.

   - Ela mandou mensagem. – Dan revirou os olhos e virou as costas para os pais. Como eles podiam ser tão grudentos e melosos? Ninguém podia dá uma oportunidade sequer e eles já estavam trocando beijos ou fazendo coisas que Daniel preferia não pensar. Diabos! Nem quando estava com Jenny conseguia superar o pai e a mãe. – Eu estou vendo. – Disse Daniel de mau humor buscando a mochila com os uniformes no porta-malas. Infelizmente ele ainda podia escutar o barulho dos beijos e até mesmo dos tapas que Demi dava em Joe.

   - Joseph! – Demi o empurrou e Joe riu voltando a abraçá-la de lado. Que Deus o perdoasse, mas Joe adorava pirraçá-la. – Você é muito chato, sabia? – Disse cedendo e o envolvendo num abraço de lado já que Demi sabia que Joe não iria desistir.

   - Vocês dois são tão.. – Murmurou Daniel os olhando. – melosos e grudentos. – A careta do garoto foi motivo para risada para Joe e Demi.

   - É só o amor. – Disse Joe aproveitando para beijar a testa de Demi enquanto esperavam os carros passar para que pudessem atravessar na faixa. - Você tem certeza que quer jogar? – Perguntou a Daniel. Por mais que Dan fosse um pouco maior que ele, a experiência do garoto nem se comparava a do pai, e mesmo que fosse um jogo de futebol Joe tinha medo que Dan se machucasse já que ele jogaria com homens mais velhos e mais fortes.

   - Tenho. – Disse Daniel. Nesse meio tempo que estava separado de Jenny, Dan dedicara-se aos esportes e agora frequentava a academia com o pai sempre que podia. – Algum problema? – Perguntou e Joe negou balançando a cabeça.

   - Vocês demoraram! – Disse Elizabeth assim que avistou os pais e o irmão se aproximarem da primeira fileira da arquibancada.

   - Trânsito pequenina. – Joe puxou a menina para um abraço de urso e a beijou na testa. Ele simplesmente adorava mimar a filha. – Deus! Você está à cara da sua mãe. – Disse olhando de Demi para Lizzie e a menina sorriu de orelha a orelha feliz. Ora, se ela estava à cara da mãe, então estava linda!

   - Vamos cara, eles estão nos esperando! – Daniel puxou o pai pelo braço antes mesmo que Joe pudesse beijar Demi.

   - Acho que preciso de ajuda. – Aquele único degrau que dava acesso a primeira fila de cadeiras da arquibancada era grande e Demi tinha certeza que não conseguiria subir sozinha. Os degraus da escada de casa ela até conseguia subir com muita paciência e cuidado, mas os degraus não eram tão altos como aquele e graças à ajuda de Elizabeth, Demi conseguiu subir e se instalar numa cadeira confortável e que não daria muito trabalho caso alguma coisa acontecesse por ser acessível e fora de perigo.

   - Não está cansada? – Perguntou Lizzie acomodando-se na cadeira vizinha a da mãe. – Como foi à tarde? – Tornou a perguntar fitando os olhos da mãe por uma fração de segundos para que logo desviasse o olhar deixando Demi intrigada. Aquilo vinha acontecendo com frequência e Demi não sabia o porquê da menina não olhá-la nos olhos. Lizzie estava diferente, Demi tinha certeza que estava..

   - Não, estou bem. – Disse Demi já cansada daquela pergunta. – Foi ótima, nós compramos quase todo o shopping. A sua madrinha perguntou por você e mandou avisar que ainda essa semana é para você escolher um dia para ajudá-la com as coisas de Alice e do casamento. – Selena era a madrinha de Lizzie e por mais que não tinha muito tempo por conta da carreia e agora a gravidez e o casamento, Sel procurava um jeito de estar presente na vida da afilhada.

   - Eu vou ligar para ela. – Disse a menina levando a mão à barriga da mãe. – A mãe de Eric mandou um presente para Bernardo. – Demi sorriu quando a menina tirou da bolsa que carregava sapatinhos de lã de cor azul de um saco de presente branco com lacinhos azuis.

   - São lindos. – Disse Demi já imaginando o seu pequenino com aqueles sapatinhos. – Mais tarde vou ligar para agradecer. – Comentou e Lizzie assentiu focando no campo ainda vazio enquanto a mãe guardava os sapatinhos de lã na bolsa.

   - Está tudo bem? Eu estou preocupada com você. – As palavras de Demi assustaram Elizabeth que mexeu-se desconfortável na cadeira e olhou rapidamente para os olhos da mãe.

   - Querida, olhe as minhas coisas. – A voz de Joe as desconcentrou e Elizabeth respirou fundo aliviada. – Vou marcar um gol para vocês. – Joe deu um rápido selinho nos lábios da esposa e logo se juntou ao grupo de homens que já gritavam por ele.

   - Não vai me contar o que está acontecendo? – Perguntou Demi olhando para a filha esperando pacientemente que Lizzie começasse a falar. – Eu te conheço meu anjo, o que está errado? – Demi acariciou o rosto da menina enquanto a mesma fitava o colo.

   - Mãe.. eu. – Começou a dizer Elizabeth e a primeira lágrima rolou pelo rosto da menina. Intuição de mãe nunca falhava! – Eu não sei como dizer. – Disse limpando as lágrimas com as mãos.

   - O que está acontecendo Elizabeth? – Não foi intencional, o tom severo e preocupado era apenas a reação de Demi a pensar que algo não estava certo com a sua menina.

   - Mãe... Eu e o Eric, a gente... – Sussurrou a menina aflita fitando o colo e o coração de Demi quase saiu pela boca. – Eu não estou grávida. – Disse fitando brevemente os olhos arregalados da mãe. Deus! Será que ela estava bem?

   - Elizabeth Marie Jonas! – Demi respirou fundo diversas vezes. Elizabeth, Eric, sexo? Ai meu Deus! A visão ficou turva e por um pouco não desmaiara. – Você o que? – Disse quase num grito, mas daí lembrou que não podia ficar nervosa.

   - Mãe! Eu posso explicar. – Choramingou a menina a olhando nos olhos. Então era por isso que Lizzie estava tão estranha! Que Deus lhe desse forças.. Ou melhor, paciência!

   - Ai meu Deus! – Demi fechou os olhos respirando fundo e abraçando o próprio corpo para proteger o seu Bernardo. – Há quanto tempo? – Perguntou mais calma.

   - Eu nunca dormi na casa da Júlia. – Disse a menina depois de minutos quebrando aquele silêncio tenso que se forma entre elas. – Me deixa explicar! – Apressou-se em dizer Elizabeth quando viu que a mãe passara da típica cor de pele claríssima para o vermelho! Diabos! Ela estava frita! – Eu estava com medo. Ele estava a caminho da faculdade e eu pensei que alguém mais interessante que eu pudesse tomá-lo de mim. Sei lá, uma menina mais velha e mais experiente. – Demi cobriu o rosto com as mãos sem saber o que pensar.

   - Você mentiu para mim e escondeu isso por todo esse tempo. – Dessa vez não teve como Lizzie desviar o olhar intenso da mãe. – Elizabeth, você tem apenas dezesseis anos, você sabe o que significa sexo nessa idade? E você fez porque estava com um medo estúpido! Você poderia ter engravidado ou qualquer merda. – Nervosa Demi massageou as têmporas na tentativa frustrada de se acalmar. Deus! A sua menina era só um bebê! Lizzie só tinha dezesseis anos e não sabia nem da metade das coisas do mundo. – Cinco meses Elizabeth! Cinco meses! – Disse irritada assustando a menina. Demi sabia que não estava indo pelo caminho certo culpando Elizabeth, mas também sentia medo do que poderia acontecer a menina. Nessas horas todas os absurdos cercavam a sua cabeça. O medo de Lizzie engravidar cedo, de a menina ser forçada a fazer algo que não queria e o medo das doenças sexualmente transmissíveis.

   - Mamãe, eu.. – As lágrimas já rolavam descontroladamente pelo rosto da menina. Não contara antes porque estava com medo da reação da mãe e focada apenas em Eric e nas garotas que o sondava.

O nervoso fora substituído pelo instinto de proteção de mãe. Demi olhava para a menina e era impossível não se lembrar de quando contara para Dianna sobre a sua primeira vez com Joe. Estava sendo injusta com Lizzie assim como Dianna fora injusta com ela, tudo bem que a preocupação não era em vão, ela só tinha que ser mais compreensiva e carinhosa com a filha como lera uma vez na internet, porém Demi pensara que a filha não teria sexo com o namorado tão cedo..

   - Meu anjo, desculpa se te assustei. – Envolvera a menina em seus braços da melhor forma que pudera e para a sua surpresa Lizzie aninhou-se a ela mesmo assustada. – Olha para a mamãe. – Pediu da forma mais carinhosa e quando Lizzie a olhou Demi limpou as lágrimas que rolavam pelo rosto da menina e roçou o nariz ao dela dizendo que apesar de tudo ela não estava mais chateada.

   - Desculpa. – Sussurrou a menina chorosa e Demi negou balançando a cabeça.

   - Você está crescendo tão rápido. Ontem era um bebê, uma menina, uma mocinha e hoje você é uma mulher. E todo mulher sabe o que faz e sabe as consequências do que faz. – Disse olhando fixamente nos olhos de Lizzie.

   - Você não está brava? – Perguntou a menina com receio.

   - Estou. – Disse e Lizzie arregalou os olhos. – Estou brava porque você inventou essa história durante todo esse tempo, nós vamos ter que conversar sobre isso. – Lizzie assentiu sabendo que a mãe tinha razão.

   - Você vai contar para o papai? – Perguntou envergonhada só de pensar que o pai saberia daquele pequeno e importante detalhe.

   - Nós vamos ter que conversar querida, eu, você, Eric e o seu pai. – Elizabeth arregalou os olhos e engoliu em seco. Mil vezes diabos!

   - Ele vai surtar! – Disse a menina assustada. – Mãe, ele vai fazer uma loucura. – Demi riu do desespero da menina, ainda não era certeza se contaria ou não para Joe, primeiro ela tinha que estudar a situação para saber o que faria. – Por que a gente tem que conversar sobre isso? – Perguntou emburrada.

   - Porque tem coisas que vocês ainda não entendem. – Disse Demi olhando para os olhos da menina. – Fora que nós temos que visitar a ginecologista. – Demi riu da cara de desgosto de Elizabeth, não existia castigo pior no mundo que ir ao consultório de um ginecologista, mas ela queria garantir que tudo estava bem com a saúde da filha e decidir junto com Lizzie o melhor método contraceptivo.

   - Eu vou ficar de castigo? – Perguntou Lizzie toda manhosa abraçando a mãe de lado.

   - Por que não ficaria? Não é só porque a mocinha já é uma mulher que vai deixar de ser o bebê da mamãe que leva bronca e palmada no bumbum. – Demi beijou a bochecha da filha a protegendo em seus braços e a gritaria no campo as assustou.

   - O papai fez um gol. – Murmurou Elizabeth e Demi gargalhou ao ver Joe correr a todo vapor pelo campo de braços abertos e logo deslizar de joelhos na grama como aqueles craques de futebol.

   - Tem mais alguma coisa para me contar? – Perguntou Demi quando era mais tarde. Ela estava tão concentrada em Joe admirando a beleza dele e a habilidade que ele tinha para jogar futebol que acabara esquecendo se da história de Elizabeth.

   - Não, você já sabe de tudo. – Lizzie sustentou o olhar da mãe e acabaram sorrindo de orelha a orelha por saber que tudo estava bem entre elas.

Continua... Oi! Espero que gostem do capítulo! Será qual vai ser a reação do Joe? E o que aconteceu com a Alex lá no passado para ela ser tão noiada "mal resolvida". Beijos e até o próximo capítulo, obrigaaaada pelos comentários!