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Capítulo 42 - Parte 2/2

Era estranho, por que aquele nervoso tomava conta de cada célula do seu corpo? Tudo bem, relaxa. Pensou enquanto passava as mãos pelos cabelos de frente ao espelho do closet. Respirou fundo e enquanto caminhava, lê-se arrastava, para fora do quarto, em um ato nervoso Demi brincava com a aliança de casada. Assim que fechara a porta do quarto e virara o corpo para que pudesse caminhar em direção as escadas, o barulho de passos pesados se aproximava dela mais e mais. O sangue corria pelo menos duas vezes mais rápido que o normal em suas veias e o coração batia tão rápido que ela poderia jurar que o escutava. Um breve arrepio e as pernas tremiam mais que bambu em ventania. A gravata fina e preta estava folgada, a camisa branca começara a ser desabotoada e os curtos cabelos estavam bagunçados. Os olhos dele escureceram ao encontrar os dela. 

   - Pensei que tinha desistido. - Demi engoliu seco e evitou olhá-lo, ela acabaria o atacando.

   - Não, claro que não. - Disse rapidamente atropelando as próprias palavras. - Eu só tinha passado no quarto. - A cada segundo que se passava sentia-se mais idiota. Como iria esclarecer as coisas se mal conseguia olhá-lo e completar uma frase sem gaguejar? Por que ele tinha que ser tão sexy?

   - Hum.. - Porque ele estava tão perto? Arrepiou-se bruscamente quando ele a puxou sutilmente para perto de seu corpo másculo. - Você está linda. - Droga! Porque o corpo não a obedecia? Algo dizia. "Relaxe Demi e deixei-o fazer o que quiser." e "Vocês vão conversar! Deixe as coisas claras, esteja no comando." Seria o anjinho e o diabinho dos filmes e novelas? Seja lá o que for ela não estava nenhum pouco interessada. Quando deu por si Joe tinha jogado seus cabelos de lado e tinha os lábios colados em seu pescoço o beijando e mordiscando.

   - Joe, para. - Disse meio incerta em um sussurro, mas ele continuou. A respiração quente fazia sua pele arrepiar e o beijos eram semelhantes a brasa quente. Tentou se afastar dele, mas acabou encurralada contra a parede o que fez os olhos de Joe ganharem um brilho diferente.

   - Eu estou com saudades. - Demi fechou os olhos e aos poucos foi se entregando. A voz rouca dele era de enlouquecer qualquer um de tesão. - Você não está? - Mordeu-lhe o lóbulo da orelha e logo distribuiu beijos quentes do maxilar até o queixo. Demi não tivera tempo e nem coragem de responder. Os lábios de Joe já estavam selados aos dela e a língua dele fazia uma breve pressão para que pudesse invadir sua boca para explorá-la. Para que resistir? Ela sentia tanta falta dele, dos beijos carinhosos e das noites de amor ardentes. Envolveu o pescoço de Joe e enterrou os dedos aos cabelos curtos dele o deixando aprofundar o beijo. Satisfeito, Joe a empurrou contra a parede para que pudesse erguê-la. Automaticamente Demi envolveu a cintura de Joe com suas pernas e o abraçou com mais força. Eles deveriam estar indo para a cama, certo?

   - Hum? - Gemeu enquanto beijava o pescoço dele, Joe subia as escadas que levavam até o terraço. Iriam fazer amor ao ar livre? E ainda por cima naquele frio?

   - Você confia em mim? - Perguntou olhando-a. Céus! Ele estava em pé quase na metade da escada e com ela nos braços. O que Demi não sabia era que ela não pesava quase nada, ele poderia carrega-la em seus braços para onde quisesse.

   - Claro. - A soou falha. O coração iria sair pela boca, ela tinha certeza que iria. Joe sentou-se no degrau da escada e segurou-a firmemente. Demi encolheu-se completamente a ele, por mais que confiasse nele, tinha medo de cair, o que fazia com que ela não desgrudasse do corpo dele de maneira alguma. Joe selou os lábios aos de Demi carinhosamente na tentativa de acalmá-la enquanto uma de suas mãos tratava de protegê-la e a outra em desabotoar a calça.

   - De pé, nós não precisamos da sua calça. - Ainda vidrada nos beijos dele, Demi colocou uma de suas mãos na parede e a outra agarrava o corrimão gelado com força. Joe a ajudou livrar-se dos sapatos de salto os tirando cuidadosamente dos pés. As mãos dele subiram da panturrilha até as coxas dela apertando-as precisamente. Desabotoou o botão da calça olhando-a com aquele olhar safado e um leve sorriso malicioso nos lábios, desceu o zíper e logo a calça junto com a calcinha pelas coxas grossas e bronzeadas. Joe não se importou de jogar a peça escada a baixo, puxou Demi para seu colo e suas mãos trabalharam em livrar-se do blazer bordô o mais rápido possível.

   - Você não está jogando limpo. - Sussurrou. Ora, ela vestia apenas a blusa, que ele já tentava tirar, e o sutiã enquanto Joe estava vestido da cabeça aos pés.

   - Só a blusa, prometo que vou tirar o sutiã no segundo round. - Sentiu um maldito frio agudo instalar-se em suas costas e o agarrou com força assim que Joe se livrou da blusa. - São tão lindos e deliciosos. - Demi arregalou os olhos levemente e um gemido não deixou de escapar dos seus lábios assim que Joe beijou os seios ainda cobertos pelo sutiã. 

Definitivamente adorava aquelas coxas grossas e idolatrava os seios fartos, só não sabia como poderia acaricia-la ao mesmo tempo. Sua boca queria envolver a de Demi e estar em volta dos mamilos, suas mãos queriam apertar as coxas, apalpar o traseiro e massagear os seios. Não faltava completamente nada para que ela o deixasse louco, aliás, só faltava estar dentro dela. 

Pulsava de excitação que chegara a doer, a calça estava apertada o incomodava. Sentia-se como se estivesse sendo sufocado aos poucos. Com certa dificuldade desabotoou o botão quase o arrancando e o zíper desceu sozinho. Joe gemeu e quase pulou quando seu traseiro quentinho tocou a cerâmica completamente gelada.

   - Joseph.. - Gemeu tombando a cabeça para trás sentindo a glande brincar com sua entrada provocando-a mais ainda. Ela poderia gozar apenas o olhando. Tão duro e grande. Por seus lábios entreabertos escapavam os tantos gemidos enquanto ele a preenchia centímetro por centímetro. Joe semicerrou os olhos e ficou a observá-la enquanto também gemia e investia precisamente dentro dela. Não deixou de levar uma mão até a nádega direita e a outra mão até a coxa esquerda acariciando-a.

   - Mais rápido. - Gemeu.

 O medo de cair, a adrenalina lhe consumindo, o desejo correndo por suas veias, a vontade de esbofeteá-lo ali mesmo e a excitação tomando conta de si. E ela só sabia gemer e pedir por mais. Tinha sentido tanta falta dele, aquela transa mais parecia uma de sua fantasias que jamais iria contar para absolutamente ninguém. 

   - Rápido Joe, rápido por favor. - Estava tão fora de si, e a cada investida parecia que o prazer se triplicava em seu interior. Joe a puxou mais para si e alcançou os lábios dela com os seus enquanto se moviam juntos, a cada investida um gemido escapava dos lábios de ambos, e sentiam que estavam quase lá. Bastou uma única estocada para que ele entregasse os pontos e explodisse em jatos quentes. Esforçou-se para abraçá-la e mover-se precisamente até que sentiu o corpo dela completamente mole.

Se os braços dele não estivessem envolvendo seu corpo possessivamente, Demi teria a certeza que iria cair. Mal conseguia se mover, suas pernas estavam moles como o resto de seu corpo. Apenas deixou-se ser abraçada por ele enquanto se recuperavam.

   - Demi? – Pôs uma mecha dos cabelos dela atrás da orelha e beijou a testa suada demoradamente. – Você está bem? – A voz soou tão calma e um pequeno sorriso se instalou em seus lábios assim que ela o olhou. Aquelas sardas, os olhos amarronzados com um brilho diferente e um pequeno e tímido sorriso nos lábios fizeram o seu coração bater mais forte.

   - Estou. – Demi beijou os lábios dele rapidamente e logo encaixou a cabeça ao pescoço dele.

   - Você não vai dormir, vai? – Perguntou rindo. Sabia que Demi era perita em dormir no pós-sexo.

   - Talvez. – Aquele sorriso cheio de segundas intenções. Em questão de segundos ela estava de pé, determinada, virou-se o deixando babando e desceu um degrau. Sorriu como um anjo ao olhá-lo, curvou-se deixando os lábios a poucos centímetros dos dele. – Você não vem? – Sussurrou mordendo levemente o lábio inferior de Joe. – Vamos? – Aquele sorriso doce era quase perverso, Joe sorriu como ela enquanto descia as escadas sendo puxado pela gravata.

   - Vem cá. – Uma tentativa falha de abraçá-la por trás, habilmente, Demi virou-se e o empurrou em direção à cama. 

Joe arrastou-se de costas até que as mesmas tocassem a cabeceira da cama enquanto Demi tirava os sapatos e as meias dele. Seus dedos trabalhavam em desabotoar botão por botão da camisa enquanto Demi puxava a calça dele para baixo junto com a box. As peças de roupa voaram por todo o quarto até que a necessidade de Demi de deixá-lo completamente nu fosse cessada pelos beijos ardentes de Joe.

   – Você não faz ideia de como é linda. – Joe sorriu ao olhá-la completamente nua. Envolveu os lábios dela com os dele em um beijo rápido enquanto suas mãos deslizavam pelo corpo dela. Beijou todo o pescoço e desceu os beijos para o tórax. Demi gemeu de bom grado sentindo a boca quente de Joe envolveu seu mamilo direito chupando-o enquanto a mão dele acariciava o seio esquerdo. Ele era tão cuidadoso, brincava com a língua no mamilo e a corria envolta da auréola logo repetindo o mesmo no mamilo esquerdo. Joe continuou a descer os beijos pela barriga de Demi. Quando a língua dele rodeou o umbigo rapidamente e voltou a beijá-la cada vez mais baixo, Demi gemeu em aprovação. A pele da virilha era levemente beliscada pelo dentes de Joe, a respiração dele se aproximava cada vez mais... Os braços envolveram as coxas imobilizando-as e ele logo estava entre elas e Demi gemia como ele queria enquanto a chupava, lambia e a beijava por toda a intimidade. Céus! Aquilo era de enlouquecer, a língua dele se movia no mesmo ritmo e ela queria mais, queria mais rápido e mais intenso, mas ele nada fez, continuou exatamente como estava enquanto Demi se contorcia mais e mais na cama. Mesmo guiando a mão até a cabeça dele, Joe apenas sorriu e continuou devagar e quente. A outra mão puxou o lençol da cama com força o rasgando e ao mesmo tempo Demi atingiu seu ápice com um grito mudo.

   - Joe! – O peito subia e descia freneticamente, mal conseguia puxar o ar e os braços e as pernas estavam tão pesados que ela não conseguia os mover. Era como se estivesse anestesiada e completamente relaxada de prazer.

   - O que foi querida? – Porque ela queria esbofeteá-lo? Ah! Joe tinha aquela carinha de menino inocente e lambia os lábios
.
   - Vem. – Por mais cara de pau que ele fosse, Demi não pode deixar de sorrir e beijá-lo intensamente enquanto seus corpos se conectavam mais uma vez. Suas pernas estavam envolvidas a cintura de Joe e Demi o abraçava com força o sentindo bater no fundo.. Seus lábios se encontraram mais uma vez e Demi aproveitou a distração de Joe para inverter as posições, agora era ela quem estava por cima.

Os olhos estavam tão fixos aos dela, os lábios quase se tocavam e eles gemiam juntos, abraçados com os dedos enlaçados. Sentira tanta a falta dela, jamais permitiria que Demetria se afastasse dele como fizera durante estas duas semanas. Será se ela não tinha noção que ele precisava dela? Que ela era a melhor parte que lhe faltava? Mal conseguia passar horas sem ela, como iria passar mais dias? Foram as piores duas semanas de toda a sua vida. Gemeram juntos e Joe maravilhou-se ao ver as pupilas de Demi se dilatar e o corpo dela amolecer juntamente com o seu.

   - Demi? – A chamou quando já não ofegavam tanto. – Banho? – Disse assim que ela o olhou com cara de sono. Não hesitou em roubar um selinho e abraçá-la com força contra o corpo. Quem sabe ele não conseguiria um terceiro round.. Mas Demi estava tão quieta enquanto tomavam banho juntos, apenas trocaram beijos e caricias quase “inocentes”... Ele não iria permitir que ela se afastasse, sabia que tinha sido errado na questão de não contar o que tinha acontecido no passado.. Mas não via aquilo como um monstro de sete cabeças que se regeneravam e se multiplicavam. Estava disposto a explicar o que fosse necessário e iria fazê-lo para o bem da sua relação. Trocaram-se em silêncio, não aquele silêncio tenso de antes, algo agradável com direito a sorrisinhos apaixonados e Joe, como sempre, emprestou uma de suas t-shirts brancas para Demi e uma blusa de moletom cinza e logo se deitaram em novos lençóis debaixo da coberta quentinha.

   - Então? – Perguntou Joe. Estavam deitados frente a frente, e Demi tinha um sorrisinho tímido e tenso nos lábios.

   - Então? – Sorriu para ele. Ter Demetria Lovato ao seu lado, com todas as suas sardas a mostra e aquele sorriso exclusivo apenas para ele, fazia seu coração bater mais forte. Sentia-se tão especial de tê-la.

   - Tudo bem. – Sorriu fraco e aproximou-se mais dela. – Desculpe-me, eu não deveria ter mentido para você. O que aconteceu no passado foi algo tão fútil, não me orgulho do que fiz. – Joe olhou de um jeito nervoso para Demi e se surpreendeu ao encontrar o olhar tranquilo dela. – Não foi uma época fácil para mim. Aliás, eu nem me lembro de muita coisa, eu só andava bêbado. – Sorriu fraco. – Depois que fui expulso de casa tive consciência da burrada que eu estava fazendo com a minha vida. Comprei o meu antigo apartamento e me afastei da bebida, lancei o meu álbum e sai em turnê. – Suspirou se lembrando de como tinha sido difícil, as únicas pessoas que deram apoio a Joe foram os irmãos e as amigas. – Eu não estava mais ficando com ela e nem outras mulheres, juro. – Sorriu nervoso. – Quando minha mãe resolveu me perdoar às coisas ficaram mais fáceis, e quando eu voltei da turnê, você estava lá. – Nunca iria se esquecer daquele dia. Os cabelos estavam vermelhos e ela parecia uma típica garota americana, vestia um vestido florido e tinha um olhar ansioso à espera dele.

   - Joe, eu fiquei chateada, muito chateada. – A voz dela soou tão calma. – Mas eu sei que errei, errei muito no passado. – Disse o olhando. – Quando você me contou eu estava tentando esquecer um dia turbulento e estressante, e uma noite inteira sem conseguir dormir. Acho que exagerei um pouco, mas não posso negar que fiquei chateada. – Era o certo a fazer, não iria continuar com aquela tempestade em um mínimo copo d’água por uma coisa, como Joe disse: fútil.

   - Perdoado? – Sorriu e roubou um selinho.

   - Prometa que não vai respirar perto dela. – Disse rindo. – E se aquela mulher lhe dirigir a palavra sem a minha permissão, eu juro que vou arrancar cada fio de cabelo da cabeça daquela vaca com uma pinça cega e vou esfolá-la no asfalto cheio de brita quente. – Joe arregalou os olhos e assentiu estático.

   - Prometo. – Disse rapidamente a fazendo rir. – E desculpa por chegar bêbado em casa. – Sussurrou sem conseguir olhar nos olhos dela.

   - Joe.. – Demi apenas o abraçou com força o confortando. – Eu sei que está sendo difícil para você. Se pudesse eu arrancaria esta dor e colocava em mim, mas a única coisa que posso fazer e te dar amor e apoio. – A cada palavra Joe a abraçava com mais força. – Eu e Dan somos a sua família e nós sempre vamos estar aqui para te dar todo o amor do mundo, para te apoiar em todas as suas ideias. – Demi beijou os lábios dele urgentemente e o abraçou.

   - Obrigado. – Demi sentiu o coração partir. Aquele sorriso meio triste e meio feliz, o que ela iria fazer? Não aguentava o ver naquele estado.

   - Você não precisa procurar conforto na bebida, não seja fraco como eu fui. – Joe fixou os olhos aos dela e esperou que ela continuasse. Eram tão raros aqueles momentos. – É assim que o vicio começa, você bebe um pouco para esquecer os problemas, bebe um pouco porque brigou com a família ou o namorado, alguém te oferece um cigarro e você aceita só para não parecer careta. É assim que começa meu amor, quando a realidade volta com tudo já é tarde demais. – Joe arregalou os olhos levemente. Demi tinha razão.. Era assim que começava, aliás, foi assim que ela começou.. – Tudo bem? Eu e Dan sempre vamos estar aqui para você. – O pequeno e tímido sorriso nos lábios dela também o fez sorrir. Trocaram olhares apaixonados e selaram os lábios.

   - Terceiro round boneca? – Demi assentiu rindo entre o beijo e logo Joe estava entre suas pernas. Aquela noite iria ser longa...

Continua... Oi! Espero que vocês gostem deste capítulo.. Eu acho que não sei escrever mais hots, isto está uma droga, exceto o da escada.. Mas sei lá .-. Enfim, vocês querem reconciliação, hot e treta. Treta ainda vai ter, hot também e consequentemente reconciliação u.u Beijos!

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Capítulo 42 - Parte 1/2

   - Merda! Eu já disse que eu não vou. - Rosnou pausadamente o olhando.
   - E eu já disse que você vai! - Retrucou ficando de frente a ela. Chegara soltar faíscas. Do que adiantara a conversa com Dianna? Eles eram duas cabeças duras.
   - Eu não vou e pronto. - Sentou-se na cama e cruzou os braços emburrada como uma criança.
   - Meu Deus. - Joe enterrou os dedos nos cabelos e pôs-se a andar de um lado para o outro. - O que está acontecendo com você? - Perguntou olhando para ela.
   - Você vai mesmo me obrigar a fazer o que eu não quero? - Os olhos estavam cheios de lágrimas. Joe agachou-se entre as pernas dela e a olhou como se a mesma fosse uma criança.
   - Não, eu não vou. - Quando as mãos dela tocaram seus ombros Joe a olhou intensamente, não entendia porque as coisas estavam tão complicadas. - Você não deveria brigar com a sua melhor amiga, a culpa foi minha. Ela só fez o que eu pedi. - Demi respirou fundo. Estava imóvel com o corpo dele afundando o dela contra o colchão. - Até quando você vai ficar brava? Eu sei que fui completamente idiota, mas eu não quero ficar longe de você. - Não deixou de sorrir quando ela o beijou, finalmente!
   - Eu não responsabilizo se acontecer à terceira guerra mundial. - Adorava quando ela mordia o lábio inferior e o encarava com aquela cara de quem iria aprontar. E literalmente, Demi não brincava em serviço...
   - Estou perdoado? - Deveria aproveitar do bom humor repentino de Demetria, sabia que a qualquer hora ela poderia mudar completamente de ideia e ele iria dormir a casinha do cachorro.
   - Ainda não. - Joe abriu a boca, mas não conseguiu emitir som algum. - Nós precisamos e vamos conversar Joseph. - Suspirou enquanto seus braços envolviam o pescoço dele. - Quero que você compreenda meu ponto de vista. Eu não sou a vilã desta história Joseph, não sou. - Com um beijo rápido e tal habilidade, Demi livrou-se do corpo dele sobre o seu e correu para o banheiro o deixando completamente confuso. Tinha vilão naquela história? Ficou a pensar.
O bom de ser casada com Joe Jonas era que ele nunca iria reclamar da demora a ficar pronta, até porque eles demoravam o mesmo tempo para se arrumar, e às vezes Joe ainda demorava mais que ela. Mas hoje Demi demorou mais que ele, em compensação estava linda. Optara por uma blusa branca com um blazer bordô, que é uma mistura do vermelho com púrpura, calça preta e sapatos pretos.
Era uma pena ter que tirá-lo do berço, mas Dan não poderia ficar sozinho em casa. O pequeno estava completamente mal humorado depois que voltara da casa dos avós, não queria brincar com o pai, só quis mamar por alguns minutos e depois dormir profundamente.
   - Por favor, nada de confusões. – Advertiu-a assim que estacionou o carro na ampla garagem de Nick. Joe também não se sentia a vontade, mas era sossegado, ao contrário de Demi que procurava encrenca onde passava. Só estava ali em consideração à mãe e Miley, que o convidou com tanta animação e disse que iria revelar o sexo do bebê.
   - Tudo bem. – Murmurou chateada. Ora, ela não iria procurar confusão com ninguém. Só iria se defender se alguém resolvesse atacá-la. Envolveu o bebê adormecido com a manta e o aninhou perfeitamente em seus braços. Joe a ajudou a descer do carro e eles caminharam em silêncio. Demi com Dan e Joe com o presente de Miley. Não era uma festa com música alta, bebidas e muita gente. Era mais para a família e amigos mais íntimos. Aquilo foi realmente estranho, Joe cumprimentou Miley calorosamente como Demi cumprimentara Nick, mas quando inverteram os papéis...
   - Feliz aniversário. – Murmurou completamente incomodada com aquela situação desagradável.
   - Obrigado. – Murmurou no mesmo tom da amiga logo recebendo um abraço estranho. – Ora, comprei uma barra de chocolate para o meu afilhado e ele está dormindo. – Olhou para o pequeno Daniel dormindo serenamente nos braços da mãe.
   - Ele estava cansado, foi à igreja com Anne e o meu pai, e depois passou a tarde brincando. – Demi forçou um sorriso e quando Miley assentiu e beijou a testa do pequeno, Demi caminhou até Dani e sentou-se ao lado dela.
   - Clima chato. – Dani comentou e Demi assentiu. – Selena está na cozinha com o Ian. – Demi semicerrou os olhos. Selena era outra que também sabia e não tinha contado absolutamente nada, considerava-se traída por suas melhores amigas.
   - Nick e Joe não estão se falando. – Demi observou os dois irmãos trocarem faíscas apenas pelo olhar.. Aquilo não iria dar certo. – Onde está o Kevin? – Perguntou antes que Dani pudesse respondê-la Kevin aproximou-se delas com duas bebidas.
   - Oi Demi. – Sorriu e beijou-lhes a bochecha. Kevin ficara neutro, não estava a favor de Joe e nem de Nick. – Como estão as coisas? – Perguntou esboçando um sorriso.
   - Na mesma. – Sorriu brevemente e olhou para a direção que Joe estava. Joe conversava com o pai de Miley e outro homem do qual Demi não conhecia. Acenou envergonhada e desviou o olhar de Joe, por qual razão ele tinha que olhar para ela logo agora? Minutos mais Daniel acordou nos braços da mãe, o pequeno soluçava e a olhava com os olhos marejados.
   - Vá buscar água, eu cuido dele. – Demi apenas assentiu e entregou o pequeno para Denise. Após cumprimentos calorosos, Demi dirigiu-se a cozinha. Semicerrou os olhos e não deu mais um passo se quer. Lá estavam eles, os três. Joe, Miley e Selena. Mil vezes droga!
   - Daniel está com sede. – Murmurou assim que os três fixaram os olhos nela deixando-a sem graça. Sufocante. Esta é a palavra para definir aquele maldito silêncio: sufocante. Miley assentiu pegando a chuquinha das mãos de Demi e encheu-a de água. – Obrigado. – Disse fitando os próprios pés.
   - Disponha. – Pela primeira vez Demi fitou os olhos de Miley, forçou um breve sorriso e quando já estava quase na saída da cozinha semicerrou os olhos.
   - Não cumprimenta mais os amigos? – A voz de Selena ecoou pelas paredes. Ótimo, Selena tinha cutucado a onça com vara curta.
   - Bem, eu já os cumprimentei. – Sorriu cinicamente e saiu daquela cozinha o mais rápido possível deixando-os perplexos. – Eu acho que vou para casa. – Suspirou e sentou-se ao lado de Dani.
   - Algum problema? – Kevin perguntou franzindo o cenho.
   - Três, e estão na cozinha. – Tudo bem, ela deveria se lembrar de que iria conversar com Joe. Eles tinham combinado, aliás, Demi dissera para Dianna que iria se resolver com as amigas e com Joe. O fim da banda já não estava fazendo bem para ninguém e se ela resolvesse brigar com metade do mundo por conta daquela história de Joe, acabaria prejudicando a todos, principalmente ela.
Conversou animadamente com Kevin e Dani enquanto amamentava Dan, mas no fundo não consiga tirar Joe da cabeça. Ela tinha motivos, excelentes motivos para agir de tal forma. Ficou chateada com as amigas por uma boa razão e pela mentira de Joe. Aliás, sentia-se boba, completamente boba. Onde Joe, o ex-galã adolescente teria-a como única mulher? Ora, Joe tivera diversas namoradas antes de começar a namorar sério com ela. Talvez ele realmente tivesse tido-a como a primeira mulher, mas infelizmente não foi a única. E também tinha um pequeno detalhe que a deixava com a consciência pesada.. Joe não foi o único homem da sua vida, anos atrás dormira com Wilmer Valderrama. Mas todos sabiam, só pensara o porquê de Joe esconder algo tão simples? O breve relacionamento que tivera com Wilmer não abalou em completamente nada no amor que sentia por Joe.. Tinha a certeza que estava exagerando um pouco.. pelo menos Joe agora sabia que jamais deve contrariar uma mulher com TPM.
   - Gostaria de agradecer a presença de todos. – A voz de Miley a despertou de suas tantas reflexões. – E agradecer por mais um ano de vida. – Um breve beijo e palmas, Miley continuou o discurso. – E especialmente ao nosso pequeno Bryan que mudou a minha vida há três meses. – Não pode deixar de sorrir de orelha a orelha. Miley teria um menino, um novo amigo para Dan! Nick estava radiante, abraçou a esposa e a beijou nos lábios e logo na barriga. E Demi também não deixou de abraçar Miley calorosamente e lhe desejar sinceras felicidades.
Um pequeno puxão foi o suficiente para Demi gemer de dor. Olhou para baixo e deparou-se com os grandes olhos verdes de Dan marejados e o pequeno puxava o cordão que Joe lhe presenteara.
   - O que foi meu anjo? – Perguntou para o bebê o ajeitando no colo. – Não fica bravo. – Dan parecia tão irritado, choramingava baixinho e às vezes a chamava. Era de partir o coração. – Joseph. – O chamou, mas Joe estava distraído conversando com Selena. – Joe. – O chamou novamente.
   - Algum problema? – Perguntou olhando-a franzindo o cenho já que Dan estava emburrado.
   - Dan, acho que ele não está bem. – Sentou-se ao lado de Joe, achara estranho, Dan estava irritado desde mais cedo.
   - O que foi com o anjinho do papai? – Joe pegou o pequeno dos braços de Demi e o abraçou deixando Dan ficar de pé em seu colo.
   - Não é fome Demi? – Perguntou Selena gentilmente enterrando os dedos no cabelo de Dan.
   - Acho que não, ele já mamou e a fralda está limpa. – Ficara totalmente agoniada quando Dan chorava de tal forma.
   - O que você quer? Fala para o papai. – Joe beijou a testa de Dan e o surpreendeu ao levar as mãos até as costas dele para que ele pudesse ficar de pé praticamente sozinho. – Você já quer ir para casa? Acho que ele está irritado com alguma coisa. – Olhou diretamente para Demi.
   - Quero. – Por mais que aquele dia não tivesse sido cansativo, Demi queria tentar resolver as coisas com Joe o mais rápido possível. Aquela despedida foi tão desagradável e forçada, Demi evitava no máximo que podia as amigas e Joe evita, em especial, Nicholas. Dan chorava e não queria desgrudar dos braços de Joe de maneira alguma, tanto que Demi teve guiar o carro em um silêncio cruelmente sufocante.
   - Ei, calma. Nós chegamos em casa. – Disse ao pequeno em seus braços. Já que não tinha mais voz para chorar, Dan derramava lágrimas e choramingava.
   - Pode pegar a minha bolsa? Vou levá-lo para dentro. – Joe apenas assentiu e entregou o bebê para Demi. Agora mais essa. Não sabia como poderia fazer Dan parar de chorar, nem quando entrou em casa e Buffy aproximou-se deles o pequeno parou de chorar. Ele só chorava assim quando estava com cólica estomacal. – Calma meu amor. – Demi o deitou no sofá e começou a despi-lo.
   - O que ele tem? – Perguntou Joe assim que os encontrou na sala. Demi flexionava as perninhas do pequeno e aos poucos ele parava de chorar.
   - Cólica. – Joe quase empalideceu. Ter cólicas deveria ser realmente ruim. Aliás, se a cólica de Demi e Dan o atingia tanto, imagina se ele tivesse cólicas? Seria o fim do mundo.  – Joe? Você está bem? – Demi perguntou ao fitá-lo.
   - Estou. – Limitou-se a dizer e ficou a observar Demi cuidar de Dan. Cólica é a maior inimiga de um homem. Cólica e menstruação.
   - Amor, você pode preparar o banho e separar uma roupa quente para ele? – Aquilo era um sinal ou um impulso? Ele tinha mesmo ouvido a palavra “Amor”? Não pode deixar de sorrir e praticamente correr até o andar de cima indo diretamente para o quarto de Dan. Amor! A água da banheira estava morna. Aqueles sabonetes e xampus de bebê eram tão cheirosos, ele adorava beijar o filho e sentir aquele cheirinho de bebê lhe invadir as narinas. Separou um moletom confortável para o pequeno e uma fralda nova.
   - O banho já está pronto. – Disse assim que Demi entrou no quarto com Dan nos braços. Agora ele parecia mais calmo. Demi assentiu com um leve sorriso e levou Dan para o banheiro. Agora ele ria e brincava com o patinho na banheira, era praticamente um milagre Dan aceitar tomar banho.
   - Olha Dan, Buffy veio te ver tomar banho. – Demi sorriu para o cachorrinho, ele estava sentado de perna de índio e balançava o rabinho completamente alegre. Dan aproximou-se da borda da banheira e tentou falar, mas só saiu “Uffy” e depois riu. – Nada de tentar ficar de pé. – Disse para o pequeno o sentando novamente e terminou de banhá-lo. Nos dias quentes, Dan adorava prolongar seu banho para que pudesse brincar com o patinho na banheira, ele achava bonitinha aquela coisinha amarela flutuando na água.  – Vamos bebê. – Demi pegou o pequeno e Joe o envolveu com a toalha branca. Agora Dan parecia mais disposto e ele até riu enquanto Demi o vestia.
   - Ele não está com cara de quem está com sono. – Disse rindo da carinha sapeca de Daniel. Por Deus! Daniel não daria sossego tão cedo, ele não gostava da ideia de dormir, por isso acordava mal humorado. Queria brincar o tempo inteirinho e aprontar bastante para enlouquecer a mãe com suas travessuras.
   - Ele é muito cara de pau. – Dan riu escandalosamente quando Demi mordeu sua bochecha, adorava quando ela fazia aquilo. – Eu já sei o que vou fazer para ele dormir. – Demi sorriu brevemente para Joe e depois para o pequeno que já estava todo animado nos braços dela.
   - Lá vem ele. – Disse Joe rindo.
   - Daniel! – Demi o repreendeu, estavam os três na cozinha. Demi preparava um chá de erva cidreira para Dan. Joe estava sentado à mesa e Dan, bem, ele estava no cercadinho, mas encontrara um jeito de escapar e toda hora engatinhava até a mãe e o pai. – Meu amor, você tomou banho e o chão está sujo. – Demi pegou o pequeno no colo e logo a chuquinha na bancada da cozinha.
   - Quarto? – Perguntou enquanto desabotoava os pulsos da camisa.
   - Vamos assistir a desenhos, acho que vai ajudar. – Dan adorava assistir desenhos, ele gargalhava bastante, às vezes acabava dormindo e sempre chupava o dedo do pé, o que deixava Demi completamente louca. E Dan adorava vê-la nervosa, era bem engraçado. Quem disse que Daniel quis o chá de erva doce? Aquele bebê estava ficando expert em burlar as regras. Bebeu metade do chá na chuquinha e depois choramingou até conseguir mamar.
   - Até eu estou com sono. – Joe tombou a cabeça para trás e relaxou o corpo no sofá.
   - Ele está quase dormindo. – Demi sussurrou para não acordar o bebê, tarde demais. Os olhos dele já estavam arregalados novamente e passou a mamar intensamente. – Ele acordou. – Murmurou frustrada. Joe já cochilava no sofá, Buffy e Oliver estavam dormindo na outra sala, perto da lareira, em suas mini-camas. Até ela estava com sono. Desligou a tevê e começou a cantarolar baixinho e zanzar com o pequeno em movimentos lentos. Levantou-se assustada, acabara cochilando também. Dan finalmente tinha dormido como um anjo.
   - Joe, Dan dormiu. – Sussurrou próximo ao marido que logo assentiu balançando a cabeça. Levantou-se cuidadosamente e subiu as escadas. Agora aquela ansiedade tomava conta de si, beijou a testa do pequeno e o cobriu com a coberta. – Mamãe te ama. – O beijou mais uma vez e preparou-se para deixar o quarto.

Continua... Mil desculpas, sério! Era para mim postar o capítulo completo, mas eu vou ter que sair para levar o meu irmão na escola e não vou poder escrever. E vocês querem tretas e hots, bem, acho que o próximo capítulo vai ser hot, e talvez tenha uma treta, mas ainda vai ter muitas tretas nessa fic... Beijos! 

27.5.14

Capítulo 41

A risada contagiante de Daniel chamou-lhe atenção. Sorriu para o filho que brincava no cercadinho junto com Buffy e os tantos brinquedos. O forno apitara. Demi pôs a luva térmica e segundos depois o cheiro maravilhoso da lasanha de carne invadia suas narinas. Duas semanas tinham se passado desde a revelação de Joe. As coisas não estavam fáceis.
   - Vem filho, vamos chamar o seu pai para almoçar. - Demi curvou-se e pegou o bebê no colo. Aquele dia estava tão estranho. Não nevava como antes, a temperatura estava equilibrada, nem frio e nem calor. Demi aproveitara para usar um de seus confortáveis vestidos soltinhos de alcinha estampado com minúsculas florzinhas azuis mostrando o seu bronzeado. Até então eles não tinha discutido como fizeram no decorrer das duas semanas, iniciaram o dia com um "Bom dia" e trocaram sorrisinhos apaixonados. Mas aquilo, definitivamente, não significava que eles estavam bem. Conforme se aproximava da garagem, os acordes sutis e a voz rouca e baixa de Joe preenchiam seus ouvidos. Ele tocava tão preguiçosamente.  "Im falling in Im falling down I wanna begin but I don’t know how". Arrepiou-se ao vê-lo com o violão fosco de cor marfim nos braços. Joe estava no assento do motorista, tinha a cabeça tombada para trás, os olhos fechados, o tronco nu, e ele vestia apenas calça jeans, parecia estar em outra dimensão. Por mais que aquela cena partia ainda mais seu coração, era impossível não pensar em beijar os lábios carnudos, cravar as unhas nos ombros largos enquanto se moviam juntos e gemiam baixinho. Sentia a falta dele, mas não iria ceder assim tão fácil só porque ele estava incrivelmente sexy tocando violão exibindo seus músculos perfeitos.
   - Joseph, o almoço está pronto. - Disse o despertando do transe. Joe assentiu e colocou o violão no assento do passageiro.
   - Dan, vem com o papai. - O pequeno foi de bom grado para os braços do pai. Sorriu mostrando os seus dentinhos que estavam nascendo recebendo os beijos do pai. - Você está com fome? Eu estou morrendo de fome. - Demi os observava, eles tinham a personalidade semelhante até demais. Adoravam rir e eram completamente carentes de carinho.
Só poderia ser castigo. Demi quase chocou-se contra a parede, aqueles braços.. as costas largas.. Pena que ele era completamente idiota. Ora, se Joe tivesse dito há três anos que transou com Ashley, e claro, não tivesse dito que ela foi a "primeira" e "única" garota da vida dele, as coisas não estariam de tal forma.
   - Parece maravilhoso. - Comentou sorrindo para ela. Por que ele tinha que ser tão lindo? Demi corou bruscamente e quase tropeçou nos próprios pés.
   - É eu acho que está. - Murmurou tentando disfarçar, mas Joe só fez arquear as sobrancelhas e rir.
   - Dan pode comer lasanha? - Perguntou Joe enquanto servia-se.
   - Acho que sim. É importante que ele conheça novos alimentos. - Um pedaço bem cortado e com a ajuda dela Dan iria conseguir comer, ele estava ficando esperto e começando a aceitar alguns alimentos, mas ainda não largara o peito. Demi sentou-se ao lado do pequeno para ajudá-lo a comer. No começo ele estranhou, mas pareceu gostar depois de algumas colheradas.
   - Hoje é o aniversário da Miley. - Comentou depois de bebericar o suco de laranja. Estar na mesma mesa que Demetria em silêncio era tão estranho, geralmente nas refeições eles se divertiam e riam mais que comiam.
   - Eu sei. - Murmurou mal o olhando. Além de Joe, Demi também tinha brigado feio com Miley. Ficara tão chateada com aquela história de Ashley, e tudo piorou quando soube que Miley também sabia e não contou nada.
   - Nós vamos à festa, minha mãe iria ter um ataque se não fossemos. - Limitou-se a dizer já que Demi mal o olhava.
   - Eu não vou. - Disse entredentes. Céus! Demetria era a mulher mais teimosa e cabeça dura que Joe um dia já conheceu em toda a sua vida.
   - Nós podemos ficar um pouco, depois voltamos para casa. - Sugeriu e ela o olhou rapidamente com os olhos semicerrados, aquela maldita TPM não iria acabar nunca? Ou já tinha acabado e Demi que era arredia mesmo?
   - Eu vou para a casa da minha mãe. - Disse seca o olhando. - Meu pai vai levar Anne e Dan para à igreja. Mamãe e eu vamos assar biscoitos. – Joe assentiu meio incomodado, sabia que Demi era dura na queda, mas o que poderia fazer? – Não quer ir conosco? – Limitou-se a dizer.
   - Talvez mais tarde. – Murmurou fitando o pouco que restava da lasanha em seu prato. Jurava que aquele dia iria ser diferente, que eles iriam se divertir juntos e tudo voltaria ao normal. Porém as coisas estavam bem distantes de como imaginara ser.
   - Nós vamos assar biscoito de queijo. – Demi mordeu o lábio inferior para não sorrir junto com ele. Sabia que Joe adorava biscoito de queijo, ele sorria que nem um menino completamente alegre.
   - Acho que posso passar lá. – Disse sorrindo envergonhado.
   - Tudo bem. – Demi sorriu fraco e voltou-se para Dan. Riu quando viu o estado do pequeno, ele comia sozinho usando suas mãozinhas como talheres, claro, apenas a lasanha já que o brócolis estava rejeitado no cantinho do prato. – Porquinho da mamãe. – Demi mordeu-lhes a bochecha e o bebê riu abobalhado. O almoço seguiu entre as travessuras de Dan e as gargalhadas escandalosas de Demi, ele tinha sentido tanta falta daqueles momentos, entretanto, ficou quieto os observando com um pequeno sorriso nos lábios. Quando terminaram, Demi colocou Dan no cercadinho e eles organizaram a louça. Ela lavava e ele secava. Era um dos acordos, Demi e Joe concordaram que não precisavam de uma empregada doméstica. Eram apenas três pessoas, então não era muita coisa e eles poderiam se virar sozinhos. Mas na questão de limpeza contrataram as faxineiras que limpavam a casa na segunda, quarta e sexta já que aquela casa era grande demais para que Demetria e Joseph a limpassem sozinhos.
   - O que vai fazer agora? – Perguntou Joe olhando discretamente para as pernas bronzeadas da esposa.
   - Vou tentar compor um pouco. – Disse enxugando as mãos no pano de prato. – Por quê? – Perguntou completamente distraída. Dan e Buffy formavam uma bela dupla, ficara feliz de ter acertado no presente de aniversário do filho.
   - Nada. – Disse completamente sem graça. – Quer ajuda? – Perguntou olhando-a.
   - Claro. – Demi engoliu seco ao olhá-lo. Sem camisa. Moreno. Forte. Seu amado marido. Caminhou até o cercadinho para pegar Dan no colo logo sendo acompanhado por Buffy e Joe. Aquele lugar era estratégico, não batia vento e ela poderia vigá-lo do sofá. Colocou o pequeno no cercadinho da sala e depositou um beijo na testa dele, logo Dan estava concentrado em montar seus bloquinhos coloridos enquanto Buffy mordia o seu osso de borracha.
   - Qual o ritmo desta música? – Hesitou, mas sentou-se ao lado dele. Joe tinha os olhos atentos e parecia surpreso ao ler a letra da música no caderninho de Demi.
   - Ainda não sei, mas Mike e eu concordamos em um belo solo de guitarra. – Disse brevemente o olhando. Franziu o cenho e balançou a cabeça levemente.
   - A melodia tem que ser leve bebê, sem guitarras ou baterias. – Demi o observou atentamente enquanto ele batia a ponta dos dedos sobre o caderno e batia o pé descalço no chão ritmicamente. – Apenas sua voz e o piano. Vai ficar perfeito. – Demi apenas assentiu. Ele tinha razão, a letra daquela música era reveladora demais para uma batida de rock, teria que ser algo mais leve, mais calmo.
   - Obrigado. – Ofereceu-lhes um sorriso sincero e beijou a bochecha dele demoradamente. Em um movimento rápido, Joe virou o rosto e alcançou os lábios dela com os dele. Demi não hesitou em beijá-lo ternamente espalmando o peito nu com as mãos enquanto ele se deitava delicadamente sobre ela sem ousar em partir o beijo.
Maldito telefone! Afastaram-se completamente assustados como se o que estivessem fazendo era proibido. Joe levantou-se cambaleando e alcançou o aparelho na mesinha de vidro que ficava do outro lado da sala. Demi passou as mãos pelos cabelos os arrumando e respirava precisamente, já que ele a deixou completamente ofegante.
   - Demi, é a sua mãe. – A voz dele soou baixa, entregou o telefone para Demi e completamente sem graça foi para o cercadinho brincar com Dan enquanto Demi conversava com Dianna.
   - Papa. – Dan entregou um dos bloquinhos coloridos para Joe e voltou-se a concentrar na sua pequena “construção”. Ele era tão centrado, os olhos fixos ao que ele estava planejando. Joe o olhou atentamente e entregou o bloquinho para o pequeno. Segundos depois Dan tinha um de seus patinhos no topo da construção e os outros espalhados a sua volta.
   - Dan, a vovó ligou. – Joe a olhou rapidamente e voltou a fitar o pequeno. – Anne já está pronta, só estão nos esperando. – Daniel olhou para a mãe e depois para o pai e voltou a montar seus bloquinhos. – Vamos meu amor, não podemos demorar. – Demi arrumou os cabelos dele e o bebê sorriu timidamente para ela e depois estava em seus braços todo feliz.
   - Papa. – Dan apontou para Joe que brincava com o pequeno Buffy e depois para Demi.
   - Dan quer saber se você vai conosco. – Demi praticamente traduziu o que Daniel queria saber.
   - Ei. – Joe levantou-se. – Papai vai mais tarde comer os biscoitos que a mamãe e a vovó vão fazer. Nós podemos brincar com Anne de esconde esconde, o que você acha? – Dan não entendia nada, apenas riu quando Joe beijou sua bochecha.
  - Vamos tomar banho meu amor. – O olhar que Demi lançou a Joe era intenso o suficiente para deixá-lo inebriado de paixão. Ele a conhecia muito bem para saber que ela também sentia a falta dele.
   - Demi. – Chamou-a antes que ela pudesse pisar no primeiro degrau da escada. – Pense sobre o jantar, Miley vai revelar o sexo do bebê. – Tudo que ele viu nos olhos dela foi uma esperança que logo sumiu. Não era exatamente o que ele queria propor, mas faltou um pouco de coragem da parte dele.
Chutou o chão aborrecido consigo mesmo e jogou-se no sofá. Porque as coisas estavam tão frias? Demi já tinha dado espaço para que ele pudesse se aproximar, mas sempre tinha um pequeno detalhe que os faziam agir como se fossem inimigos de guerra. Em exceto o beijo de agora a pouco, foi o único em duas semanas que mal se falavam, ou melhor, o toque mais intimo. Estava cheio de saudades dela. Dos sorrisos e das gargalhadas. De quando ela estava agarrada a ele sussurrando que o amava. E quando ela apareceu bronzeada? Perdeu a conta de quantos banhos gelados tivera que tomar.. Assustou-se quando algo pesado e peludo pulou com tudo e aninhou-se ao seu abdômen. Sorriu para o filhote e fez um breve carinho na cabeça dele. Demi tinha sido completamente criativa, e ele estava tão orgulhoso. Buffy era uma ótima companhia para Dan, era brincalhão e completamente carinhoso.
   - Joe. – Demi ficara a pensar no que ele estava pensando e porque tinha um sorrisinho involuntário nos lábios. – Joseph. - O nome soara tão doce, assim que o rapaz a olhou Demi teve uma imensa vontade de sorrir. – Nós já estamos indo, apareça lá mais tarde. – Sentiu os olhos dele a acompanhar até a porta. Tinha vontade de desistir de ir para a casa da mãe para passar a tarde inteirinha nos braços dele.
Já tinha vivido os piores e os melhores momentos de sua vida naquela casa. Demi estacionou o carro na garagem e logo pegou o pequeno na cadeirinha no banco de trás. Tocou a campainha e alguns minutos depois a porta foi aberta. Olhou para os lados e franziu o cenho. Quem abrira a porta? A risadinha de Dan lhes chamou a atenção e quando olhou para baixo encontrou os olhos azuis de Anne.
   - “Emetria” – Como Dianna tinha a péssima mania de chamá-la sempre de “Demetria”, Anne acabou aprendendo, porém ela não conseguia pronunciar corretamente.
   - Oi Anne. – Demi agachou-se ficando na mesma altura da pequena e a beijou carinhosamente. – Onde está a mamãe? – Perguntou fechando a porta e adentrando a casa. Anne tinha sumido em questão de segundos. Demi seguiu os passos da irmã até a cozinha e gargalhou gostosamente. – Ah! Muito bonito vocês dois. – Disse ainda rindo. Não tinha coisa melhor que pegar os pais no flagra, claro, quando ela era mais nova e “inocente” ficava vermelha como um pimentão, mas depois de certas aventuras com um certo moreno de olhos castanhos esverdeados... era completamente cômico pegar casais no flagra.
   - Demetria! – Dianna a repreendeu completamente sem graça. – Coisa que a senhorita não faz o mesmo. – Demi arqueou a sobrancelha e corou levemente ainda rindo.
   - Como está minha menina? – Eddie beijou a testa de Demi e a abraçou. – Onde está o Joe? – Perguntou enquanto pegava o pequeno dos braços de Demi.
   - Bem, estou bem. – Murmurou. – Joe está em casa, ele vem mais tarde. – Pelo olhar de Dianna lá vinha interrogatório.
   - E este garoto? Está pronto para sair com o vovô? – Dan riu sentindo os dedos de Eddie correr por sua barriga.
   - Vocês já vão? – Demi fez biquinho, sabia que Dan adorava aquelas brincadeiras, ele gargalhava que só. – Mamãe vai sentir muita falta de um bebê. – Beijou a bochecha do filho nos braços do pai o deixando completamente corado. Era tão fofo, Dan era completamente apaixonado por ela. – Que ela ama muito e muito. – A gargalhada gostosa e o grito dele preencheu a cozinha quando Demi o mordeu na bochecha.
   - Mama. – Disse ainda rindo estendendo os bracinhos para que pudesse ser mimado nos braços da mãe. Não demorou muito e ele já estava sendo beijado em toda a região do rosto.
   - Você vai se comportar direito rapazinho. – Demi o repreendeu, sabia que aquele inofensivo bebê poderia colocar fogo na igreja em uma leve distração de quem quer que fosse. Daniel era curioso demais. – Mamãe vai esquentar o seu bumbum se você aprontar bebê. – Dan arregalou os olhos quando recebeu um tapa de mentira, mas depois riu sapeca.
   - Filha, nós temos que ir. – Demi apenas assentiu olhando para o pai e Anne. Dan aninhou a mãe quando percebeu que iria ficar longe dela, estava quieto e atento a tudo enquanto caminhavam para a garagem.
   - Não vai chorar meu amor. – Sussurrou o colocando na cadeirinha. – Quando você voltar à mamãe vai deixar você mamar, o que acha? Depois podemos comer biscoitos e chocolate e você vai poder brincar de esconde esconde com o papai e a Anne. – Demi sorriu para a irmã, também na cadeirinha ao lado de Dan e beijou as testas dos bebês. – Divirtam-se. – Sorriu quase chorando, não gostava da ideia de ter que ficar longe dele por mais que fosse por poucos minutos. Dan estava assustado, mas logo recebeu um beijo da mãe que o fez sorrir de orelha a orelha.
   - O pior é quando eles crescem e saem em turnê por o mundo a fora, é de enlouquecer. – Dianna abraçou Demi enquanto viam o carro partir. – Ou quando eles resolvem sumir com o namorado e só voltam de madrugada para casa. – Demi fez uma careta, mas logo elas riram.
   - Todo mundo tem essa fase. – Defendeu-se. – Aposto que a senhora fazia pior. – Demi arregalou os olhos como Dan fizera agora pouco ao receber um tapa, porém verdadeiro, no traseiro.
   - Não é porque está casada e tem um filho que pode desacatar sua mãe. – Demi arqueou as sobrancelhas e mordeu o lábio inferior para não rir. – Vamos cozinhar bebê da mamãe, temos uma tarde livre só para nós. 
   - Mãe! – Demi revirou os olhos quando Dianna a abraçou de lado mimando-a. – Eu não sou um bebê. – Murmurou.
   - Para mim você é e sempre será meu bebê. – Mais uma vez revirou os olhos e bufou irritada. – Eu sei que agora você faz bebês, mas não vai deixar de levar umas belas broncas e se precisar palmadas. E pare de revirar os olhos. – Demi apenas riu e a abraçou, sentia falta da mãe. Muita falta.
   - Nós já vamos cozinhar? – Desviou o olhar de Dianna. O interrogatório começaria agora.
   - Depois que você me contar o que está acontecendo. – De repente todo aquele clima descontraído foi substituído pela tensão de Demetria, chegara empalidecer. – Por favor, você não vai esconder nada, só quero te ajudar filha. – Demi encheu um copo d’água e bebericou uma, duas, três vezes e respirou fundo ao olhar para a mãe.
   - Duas semanas discutindo. – Suspirou frustrada e sentou-se a mesa. Simplesmente desabafou, chorou e sentiu-se um pouco aliviada por estar dividindo aquela história com outra pessoa.
   - Demi, olha filha, é normal qualquer casal brigar. – Dianna suspirou e ficou a pensar em como iria ajudá-la. – Claro que não é fácil. É melhor vocês conversarem civilizadamente. Fala para ele como você se sentiu quando ele chegou bêbado em casa. Casamento não se resume a amor e sexo, tem que ter dialogo, confiança, compreensão. – Demi assentiu cabisbaixo. Sentia-se perdida e sem saber o que fazer para livrar-se daquela situação, mas sabia que Dianna tinha razão. Deveria conversar com Joe, eles iriam esclarecer toda aquela história maluca e voltariam a ser o casal feliz de sempre.
Mais tarde os biscoitos assavam no forno, Demi tinha a cabeça no tórax da mãe abraçando-a completamente manhosa enquanto conversavam sobre filhos, cabelos, como era horrível estar de TPM e homens. Demi não conseguia tirar Joe da cabeça, sentia tanta saudade de estar agarrada a ele. Dianna levantou-se e correu até a porta, a campainha tocava.
   - Mãe, eu estou com frio. – Deus! Por ela era tão manhosa? Estava deitada no sofá, os cabelos completamente bagunçados e Demi estava com cara de quem está com depressão.
   - Joe, você pode resolver o problema desta menina? – Demi quase caiu do sofá e virou-se. Lá estava ele lindo de morrer vestindo uma camisa gola polo preta calça clara e calçava um tênis tão branco que chegara doer às vistas. Demi passou as mãos nos cabelos tentando arrumá-los. Por que ele tinha que aparecer logo agora? Ela deveria estar horrível.
   - Claro. – Aquele sorriso de lado. Ai meu Deus! Ele se aproximava dela! Demi lançou um olhar mortal para a mãe, que sorriu amarelo e os deixou sozinhos. – Sente-se. – Ordenou-a e Demi revirou os olhos. Fechou os olhos ao sentir as mãos dele acariciar seu rosto e logo domar as mechas do cabelo atrás da orelha. Com um beijo carinhoso na testa, Joe a deitou no sofá embrulhando-a com a coberta e deitando a cabeça na mesma em seu colo. – Melhor? – Perguntou beijando-a na bochecha.
   - Muito melhor. – Demi sorriu timidamente sentindo as mãos dele acariciar seu corpo coberto. Por mais que eles estivessem em silêncio total, aquele clima não era desagradável. Bem pelo contrário, Demi sentia-se completamente segura nos braços dele.

Continua.. Oi! Então, o que acham que vai acontecer? Demi está começando a ceder... E o Joe também, claro, eles não vão aguentar ficar tanto tempo um longe do outro... Beijos 


25.5.14

Capítulo 40 - BIG

É tão ruim deitar-se para dormir e mal conseguir pregar os olhos, concentrar-se no que realmente importa, apenas relembrando de uma das piores cenas de todo o seu casamento. Deveria ter passado a noite inteira acordada, em alerta com os olhos pregados em Joe totalmente assustada. Mas quando finalmente o sono veio, Daniel acordou chorando, era apenas fome e fralda suja, nada que um chá de erva cidreira, lenços umedecidos e uma fralda nova não resolvesse. Quando deitou a cabeça no travesseiro, o sono finalmente acertou-a com tudo, mas o despertador acabara de tocar. Não dava para acreditar. Mal conseguiu pregar os olhos por malditos quinze minutos e já que tinha que se levantar. Era para ter sido uma noite totalmente diferente da qual fora. E ela iria dormir enroscada a Joe, iria acordar maravilhosamente bem e teria um ótimo dia, do qual estava cheios de compromissos importantes.
   - Demi? - Deus! Por qual razão ela estava nervosa? Tentara sair da cama sem fazer movimentos bruscos para não acordá-lo, ainda não sabia como iria agir depois da terrível noite passada, estava tão confusa e chocada.
   - Hum.. Bom dia. - Disse totalmente sem jeito. - É a cabeça? - Perguntou. Não era de duvidar que Joe teria uma senhora ressaca ao acordar, tanto que Demi já deixara um comprimido de aspirina e um copo d'água sobre o criado-mudo.
   - Está doendo muito. - Murmurou franzindo o cenho. - O que aconteceu? - Perguntou. Joe arregalou os olhos ao olhá-la, por que Demi tinha os olhos semicerrados como se fosse atacá-lo? Talvez ela fosse atacá-lo..
   - Querido, beba um pouco de água e tome o remédio. - Demi sentou-se na cama e ficou a observá-lo quase engasgar enquanto tomava a água e o comprimido totalmente confuso. - Eu não sei o que aconteceu. - Disse ao colocar o copo sobre o criado-mudo. - Não se lembra de nada? - Não esperava que Joe fosse do tipo de bêbado que aprontava e depois não se lembrava de nada.
   - Nós não assistimos aos filmes? - Murmurou sem olhar para ela.
   - Não. - O jeito que Demetria o olhava era totalmente intimidante, sem nenhum sorriso. A cada vez que acordavam juntos, Demi oferecia a Joe um sorriso e um beijo de bom dia. Mas nesta manhã ela parecia chateada. - Você não quer me explicar o que aconteceu? - Perguntou com os olhos fixos nele.
   - Demi, eu.. - Joe fitou os olhos dela rapidamente e voltou a fitar suas mãos. - Eu só me lembro d.. - Maldito celular! Pensou irritada. Apenas sim e não, Joe já sabia que o trabalho a chamava.
   - Joseph, você sabe que hoje é um dia importante, terça-feira. - Suspirou antes de prosseguir. - Tenho uma reunião com minha assessora e preciso ir ao estúdio. - Assessora porque Joe não permitira que Demi trabalhasse com homens. Era A ginecologista, A médica, A assessora e assim por diante.
   - Claro, eu me lembro. - Disse olhando-a. - Quando você voltar nós podemos conversar com calma. - Demi apenas assentiu e levantou-se. - Demi. - Joe gemeu quando pôs-se de pé, a cabeça doía muito.
   - O que foi? - Até mesmo estando brava e descabelada, Demi estava completamente linda.
   - Obrigado. - Trocaram olhares e antes que Joe pudesse beijá-la, Demi praticamente correu para o banheiro o deixando frustrado. De qualquer forma, ele não iria conseguir dormir por vários motivos. Demetria estava estranha. A cabeça doía. Não conseguia lembrar o que tinha acontecido depois que começara a beber. E por dentro estava acabado. Tivera que recorrer ao banheiro do corredor, e quando abriu a porta do quarto, chocou-se com ela.
   - Daniel está acordado. - Disse rapidamente. - Vou banhá-lo.
   - Eu estou com fome. - Demi revirou os olhos, homens.
   - A cozinha está a seu dispor. - Ele deveria ter aprontado a pior coisa do mundo para que Demi o tratasse de tal forma. - Joseph, vai para a cozinha. Eu já desço para preparar o café. - Disse pacientemente enquanto adentrava o quarto de Dan sendo seguida por ele.
   - Mama. - Demi quase enfartara ao vê-lo. De pé. Apoiado à grade do berço erguendo os bracinhos para que ela o pegasse.
   - Daniel Jonas! - Joe saiu o mais rápido possível do quarto. Dan arregalou os olhos enquanto a mãe o pegava no colo. - O que a mamãe já disse sobre tentar ficar de pé? E se você cair? - Dan estava realmente assustado. Demi o despia no trocador. Banho. Oh não! Não era porque não gostava de tomar banho.. Ora, era a melhor hora para brincar com seus patinhos, mas estava frio, muito frio.
   - Mama. - Dan a chamou. Os olhos verdes totalmente marejados.
   - Você tem que tomar banho meu amor. - Demi o enrolou na manta e o aninhou no colo. - Mamãe vai deixar você mamar depois, o que acha do nosso acordo? - Não adiantara de nada. Dan começou a chorar enquanto Demi o levava para o banheiro que tinha sido especialmente projetado para ele. Logo quando Joe comprou a casa, não fazia ideia que eles teriam um bebê no início do casamento, então tiveram que adaptar um banheiro exclusivamente para o bebê. - Daniel, mamãe está tentando te deixar limpinho e cheiroso. - Demi beijou a testa do filho o distraindo. Quando deu por si já estava dentro da banheira. Céus, Dan não parava de chorar. Um choro alarmado e completamente irritante para quem não tinha dormido a noite inteirinha. – Ei, calma bebê. – Demi o beijou novamente e começou a brincar com ele o distraindo. Não gostava quando Dan chorava, o coração partia em pedaços e ela sentia-se como se fosse a culpada.
   - Mama. – Dan finalmente riu, claro, ainda entre lágrimas, Demi o enchia de beijos. E ele adorava quando ela fazia aquilo.
   - Foi tão ruim assim? – Demi beijou a bochecha do pequeno e o abraçou contra o corpo. Dan ficara tão bonitinho enrolado na toalha. – Vamos vestir a roupa anjo. – Caminharam até o trocador entre beijos e gargalhadas. Era Demetria que tinha passado uma noite em claro? Ficara tão feliz só de ver aquele bebê, ele iluminava seu dia. O vestiu com uma calça de moletom branca, calçou as pantufas de cachorrinho e vestiu uma camisa azul bebê com listras brancas mais o casaco azul do mesmo tom da camisa. – Está na hora de cortar o cabelo. – Os cabelos do pequeno estavam grandes e começava a criar leves ondas nas pontas, Demi os penteou para o lado e pôs uma touca branca que tinha um enorme pompom azul. Daniel estava à coisinha mais linda.
Ficara tão encantada com aquele bebê que obrigou-se a fotografa-lo. Em questão de segundos o celular começou a tocar freneticamente, Demi postara a foto em uma de suas redes sociais.
   - Vamos? Mamãe vai preparar o melhor café da manhã para o bebê mais lindo deste mundo. – Aninhou-o no colo e o beijou na bochecha. As risadas de Dan eram a essência daquela casa, sem elas tudo seria tão vazio e sem vida. Quando Demi adentrou a cozinha com o pequeno nos braços, teve que respirar fundo para não chorar. Doía tanto vê-lo naquele estado. Joe estava sentando a mesa, tinha uma xícara em mãos, as feições tristes. Ele estava tão distante.
   - Joe. – Demi o chamou da forma mais carinhosa que conseguira. Agora sentia-se mal por ter sido tão dura com ele. – Meu amor fique aqui. – Demi sentou o pequeno na cadeirinha e sorriu ao ver que Joe já tinha preparado a papinha. – Joe. - O chamou com a voz mais firme, e o rapaz a olhou.
   - Bom dia filho. – Joe levantou-se meio sem jeito e beijou a testa de Dan demoradamente e logo sorriu para Dan. Um sorriso triste e forçado.
   - Joe. – Demi o chamou novamente. Os olhos estavam marejados e o coração apertado. Porque ela tinha que o amar a ponto de ter o coração despedaçado só porque ele estava triste? Porque era tão dependente daquele amor? Sentiu-se em casa quando o calor do corpo dele envolveu o dela. As lágrimas escorreram por seu rosto e ela soluçou entre o choro. Era uma confusão de sentimentos. Estava triste pelo fim da banda. Estava com raiva porque ele tinha chegado bêbado em casa. Estava com medo por ele. E estava bastante angustiada e terrivelmente chocada por tudo que tinha acontecido na noite passada.
   - Não chora. – A voz dele era tão calma, tão paciente e acolhedora. Demi só o abraçou com mais força. Tivera tanto medo de perdê-lo. Porque o amava tão incondicionalmente? Não queria e nem iria soltá-lo, ter os braços de Joe abraçando sua cintura era o que ela queria para sempre, estar aninhada ao peito dele. Estar com ele em todos os milésimos da vida.
   - Você não faz ideia de como eu fiquei preocupada com você! – Disse entre o choro. Enquanto isso Daniel os assistia sem entender nada. – Não faz mais isso, por favor. – Joe assentiu e a abraçou com mais força. Demi era a melhor coisa que já tinha acontecido em toda sua vida. Ela fazia seu coração viver disparado. Mal acreditava que ela era sua. A sensação de tê-la era como se o ar lhes faltasse quando a via, borboletas tomassem conta de seu estomago quando a beijava. E quando a possuía. Por Deus. Era como se o coração fosse sair pela boca a qualquer segundo e ondas elétricas corressem por seu corpo.
   - Eu estou bem. – Ele disse forçando um sorriso e olhando nos olhos dela. Mas onde estava aquele brilho especial que só ele tinha? Tudo que ela conseguia ver era dor e decepção. O que Demi mais queria era arrancar aquela dor que Joe sentia, e a sentir por ele. Como iria conseguir viver sem os sorrisos sinceros de Joe e seus lindos olhos brilhantes e esverdeados?
   - Eu quero te bater. – Porque em uma hora queria protegê-lo e em outra queria socá-lo? Ah! Sim. Ficou horas e horas apenas pensando no pior, e quando ele finalmente apareceu, graças a Wilmer que foi um ótimo amigo, estava bêbado. Bêbado!
   - Bebê, depois nós vamos conversar. – Joe beijou os lábios dela rapidamente e olhou para o pequeno Daniel. – Você precisa comer para ir trabalhar. – Demi assentiu não deixando de perceber a pontada de tristeza na voz dele.
   - Oh meu Deus. – Deveria estar atrasada. Muito atrasada. Sentou-se a mesa e comeu o misto que Joe preparara e bebeu o chocolate quente enquanto Joe dava a papinha para Dan, que por sinal, não sendo novidade, recusava as colheradas de aviãozinho e fazia careta quando Joe o enganava e o fazia comer. – Eu tenho que me arrumar. – Em questão de segundos Demi subiu as escadas de dois em dois degraus, estava sem fôlego e sentia que iria vomitar. Tinha uma hora para se arrumar e estar na Starbucks do centro de Los Angeles. Resumindo, super atrasada. Nunca que iria se arrumar em quinze minutos e dirigir até o centro de Los Angeles em quarenta e cinco minutos. Mesmo depois do banho de gato e de vestir o terninho que a deixava com cara de empresária, Demetria ainda conseguira alongar os cílios perfeitamente com rímel. Deveria admitir para si mesma. Ela estava completamente linda. A camisa branca, o blazer e a saia de cor preta. Os cabelos jogados divinamente de lado caindo pelos ombros em leves ondas. E o batom vermelho... Demi mais parecia uma empresária fatal e sedutora do que uma estrela da música.
   - Respira Demetria. – Disse a si mesma enquanto colocava os brincos, segurava uma pasta mais a bolsa e descia as escadas. – Joe, você viu meu Iphone? – Perguntou enquanto adentrava a cozinha revirando a bolsa.
   - Não faço ideia de onde quer que ele... esteja. – Joe não escutou Dan fazer um “Ah” com a boca aberta querendo mais papinha. Não escutou Buffy latinho querendo mais biscoitos. Ela estava completamente linda. – Você está completamente linda. – Disse como pensara.
   - Iphone. Eu estou atrasada Joe. – Só foi Demi olhar para o pequeno e lembra-se da foto. Escadas. Ela estava começando a considerar a ideia de ter o próprio elevador em casa. Era tão chato subir escadas, ainda mais tentando se equilibrar em quinze centímetros de salto. Estava exatamente onde ela o deixara, no trocador de Dan. Novamente a luta para descer degrau por degrau. – Você cuida dele, tudo bem? – Disse adentrando a cozinha. Só não sabia para quem valia aquela frase. Se era para Joe cuidar de Dan, ou se era para Dan cuidar de Joe.
   - Mama. – Choramingou completamente manhoso erguendo os bracinhos para que a mãe pudesse mima-lo.
   - Bebê, a mamãe tem que ir. – Demi o pegou no colo e o beijou. – Prometo não demorar. – “Não demorar”, foi o que Joe disse, mas demorou e voltou bêbado para casa. – Daniel, você vai se comportar direitinho, e vai obedecer o papai. – Demi o beijou mais uma vez e logo virou-se para Joe. – Por favor, cuide dele. – Disse fitando os olhos de Joe. Estava tão preocupada para ter que sair e deixá-los sozinhos.
   - Eu vou cuidar. – Caminharam até a porta. Dan nos braços de Demi e Joe ao lado dela carregando a bolsa e a pasta.
   - Meu anjo, vai com o papai. – Beijou a bochecha do pequeno e o entregou para Joe. – Quero que você fique forte, eu amo vocês. – Demi beijou os lábios de Joe e caminhou às pressas até o carro.
O trânsito estava horrível, sem mencionar o enxame de paparazzi que a esperava do lado de fora de casa. Discou rapidamente o número de sua assessora, Hanna, uma simpática jovem completamente eficiente que contratara há pouco mais de dois meses. Hanna era fanática pelos Jonas Brothers, no começo fora difícil, mas a moça era tão agradável e competente que Demetria resolveu contratá-la.
   - Demi, cadê você? – A jovem perguntou do outro lado da linha.
   - No trânsito Hanna, em quinze minutos estou chegando. – Segundos depois Firework tocava no som do carro. Demi arregalou os olhos ao olhar para o lado e deparar-se com dois rapazes fazendo gestos obscenos para ela. Deveria ter ligado para Max, seu segurança particular, do que sair sozinha por Los Angeles com um bando de paparazzi na cola e rapazes zombeteiros. Give Me Love deveria ter se repetido mais de três vezes, e Demi cantava todos os versos da música se lembrando de Joe.
Estacionou o carro e caminhou completamente frustrada por ter se esquecido de pegar um casaco. Estava nevando. Como sempre, a Starbucks estava cheia, ninguém parecia acreditar que Demetria Lovato, ou Jonas, estava lá, em carne e osso. Demi sorriu timidamente e caminhou até a mesa onde a moça loura estava sentada.
   - Está linda. – Hanna beijou-lhe a bochecha e sorriu verdadeiramente admirando-a. – Você poderia ser menos famosa? – Demi apenas riu. Ela parecia tão bem, sorrindo para todos e em sua mascara de beleza impecável. Mas não estava com cabeça para aquele mundo. Só queria estar em casa, vestida em seu moletom com seu filho e o marido.
   - O que a senhora deseja? – Demi sorriu educadamente para a jovem que lhe atendia. A moça conseguira disfarçar o nervosismo da voz, mas não conseguira disfarçar suas delicadas mãos tremendo.
   - Morango frappucciono base creme, Hanna? – Olhou para a assessora sorrindo.
   - O mesmo. – Com um sorriso educado, a jovem as deixou.
   - O que temos para hoje? – Perguntou Demetria batendo a ponta dos dedos na mesa. Demi sentia que a qualquer momento era iria desmaiar de tanto sono.
   - Hoje nós temos.. – Hanna era a pessoa mais estilosa que Demi conhecia. Os cabelos loiros platinado batiam um pouco abaixo do ombro. Os olhos marrons eram amigáveis, e a morena clara estava linda no terninho rosa pastel. – Ginecologista, dentista, unhas, tarde de autógrafos no shopping, estúdio e uma reunião confidencial. – Não. Não existia coisa pior que ir ao ginecologista. Era tão constrangedor contar sobre a sua vida sexual e às vezes ter que ser exa...
   - Nada de ginecologista. – Disse rapidamente e alto o suficiente para que  a metade da clientela da cafeteria olhasse diretamente para ela. – Desmarca. – Sussurrou completamente corada.
   - Nikki quer falar com você. – Murmurou a moça checando os compromissos de Demi na agenda eletrônica. – Demi, você não pode desmarcar a ginecologista. – Hanna disse calmamente.
   - Hoje é doze? – Porque tudo estava tão errado? Mas de qualquer forma ginecologista é o inferno.
   - Sim, doze. – Hanna sorriu para a jovem que lhe servia o café. – Algum problema? – Perguntou assim que a moça saiu.
   - Sim, preciso de um buscopan. – Não iria demorar muito para que as cólicas começassem a atormentá-la. Mal dia. – Pode desmarcar o dentista, ginecologista e unhas? – Ainda teria mais três compromissos, mas faltar ao dentista, ginecologista e deixar de fazer as unhas não iria comprometer sua carreira...
   - Sexta ou Sábado? – Perguntou depois de um gole do frappucciono.
   - Sábado. – O dia mal tinha começado e Demi estava cansada ao extremo. Primeiro foram ao estúdio. Demi não precisou apenas de buscopan, o paracetamol foi convocado quando a cabeça parecia que iria explodir com as batidas da música. Simplesmente não conseguiu compor um verso se quer. Nenhuma batida fora de seu agrado e ela não era a pessoa mais agradável do estúdio.. bem pelo contrário.
   - Demi, você está bem? – Nikki, sua empresária perguntou assim que ela sentou-se ao abençoado sofá.
   - Não estou bem. – Respondeu sem rodeios. – Hanna, por favor, traga-me dois comprimidos de buscopan. – Demi chegara a ficar pálida, aquela maldita dor começara a apertar seu interior atingindo suas pernas e a coluna.
   - O que há de errado? – Mesmo depois de tomar os comprimidos e acomodar-se ao sofá, Demi ainda parecia mal.
   - Cólica. – Limitou-se a dizer. Demi não costumava misturar sua vida pessoal com sua carreira, não gostava de expor Joe e Dan. – Quando nós podemos ir para a tarde de autógrafos? – Na verdade Demi queria saber quando ela iria para casa.
   - Depois que você, Mike e o Steve terminarem os novos arranjos. – Demi estava quase fechando os olhos, mas os arregalou. Os novos arranjos? Por Deus! Isto demoraria séculos.
   - Hanna, eu preciso de café, café forte. – Se teria que manter-se acordada, de bom humor e esquecer que estava morrendo cólica, precisaria de uma boa e forte dose de café. Já não aguentava mais a dor nas pernas e olhos lacrimejando, o remédio ainda não tinha agira e o café só ajudou a deixá-la completamente enjoada com a mistura de chocolate quente, misto, frappucciono de Morango base creme, água e mais café realmente muito forte. Sem contar a cólica. E três comprimidos.
   - Demi, sua tablatura está de cabeça pra baixo. – Demi arregalou os olhos e sorriu amarelo. Na verdade nem estava prestando atenção, aproveitava quando todos estavam distraídos para cochilar.
   - Nós podemos encerrar por hoje? Eu posso trabalhar no arranjo e o entregar na quinta. – Demi mantinha os olhos pregados aos de Nikki, ela precisava descansar antes que o pior acontecesse.
   - Você tem até a meia noite de quinta-feira para nos entregar estes arranjos. Lembre-se que é para o próximo show no domingo. – Demi apenas assentiu, ela poderia trabalhar nos arranjos junto com Joe. Ele era ótimo com aquelas coisas.
   - Tudo bem, vamos Hanna? – Demi recolheu as tablaturas e as guardou na pasta. Agora ela poderia adiantar a reunião e depois partir diretamente para o shopping e então estaria livre.
   - Ainda falta uma hora e meia para a tarde de autógrafos. – Dizia Hanna enquanto elas caminhavam pelos corredores da gravadora, certamente Nikki estava uma fera...
   - Não podemos adiantar a reunião ou remarcá-la? Eu realmente tenho que ir para casa. – Limitou-se a dizer. A vontade de Demi era de se livrar daqueles sapatos de salto, só fazia piorar a cólica.
   - Não prometo nada. – Nunca imaginara que associar sua vida pessoal e a carreira fosse tão difícil.. Bem pelo contrário.
Demi pensara que as coisas seriam menos complicadas, que toda aquela pressão iria diminuir, mas parecia que a cada dia que se passava sua fama aumentava. Realmente não era fácil, de forma alguma. No estacionamento, ela quase o atropelou. Ele. O ex-Beatle. Paul McCartney. O coração quase saiu pela boca por conta da quase besteira que fizera. Durante o caminho estava mais pálida do que o normal, estava tensa e cheia de dor. Fora que estava irritada e preocupada, Hanna não parava de falar.
   - Demi, tenho boas notícias. Sua reunião foi remarcada para a quarta-feira da semana que vem. – Só faltou gritar de alegria. Menos um compromisso. E ela chegaria mais cedo em casa se tudo desse certo.
   - Obrigado Hanna, obrigado. – Sorriu de orelha a orelha. Agora só teria que autografar, sorrir e ser fotografada.
Quase três horas sorrindo e autografando. Demi tinha a certeza que iria desabar naquela mesa a qualquer momento. A cabeça só faltava explodir, o ventre doía e ela não aguentava mais escrever uma letra se quer.
   - Hanna, pelo amor de Deus eu preciso ir para casa. – Murmurou quase chorando. Alguém neste mundo deveria ter piedade. Se as pessoas soubessem o quão difícil era ter que manter uma imagem, manter uma carreira e uma família da qual era totalmente dependente dela. Por mais que ela amasse Joe, Dan e os seus milhares de fãs, era muita coisa para uma mulher só.
   - Max, leve Demi para casa. – O coração partiu-se ao ver a decepção de cada fã na fila. Eles deveriam ter ficado horas e horas a espera dela. O que iria fazer? Não estava bem fisicamente e muito menos psicologicamente, estava acabada. Tinha vontade de derramar-se em lágrimas. Conforme caminhava para fora do shopping cercada de seguranças, Demi dizia “Desculpe” e o que conseguia alcançar autografava. Aquelas pessoas estavam ali por ela. Elas sempre estiveram ali em todos os momentos de sua vida lhe dando apoio nas horas que ela mais precisava.
Durante o caminho para casa Demi estava tão quieta que Hanna e Max não a reconhecia. Tinha sido um péssimo dia. Nada deu certo, exatamente nada. Estava tão frustrada e chateada.
   - Srta. Lovato, Mattew está vindo com o carro. – Demi apenas assentiu. Sua Mercedes branca estava no estacionamento do shopping, achava melhor voltar para casa na SUV preta.
   - Obrigado Max. Hanna amanhã nós nos comunicamos. – Hanna apenas assentiu. Finalmente estava em casa. Conforme caminhava, os flocos de neve caiam sobre seu corpo quente, já era noite. No fundo era bom, talvez ela só precisasse tomar um ar e tudo iria melhorar. Quando levou a mão até a maçaneta da porta de vidro abrindo-a. Demi sorriu. Estava em casa. Sua casa quetinha e aconchegante.
   - Joe? – O chamou largando a bolsa na primeira sala. Caminhou até a sala de tevê, e lá estava ele. Tão lindo dormindo no sofá. Tinha vontade de beijá-lo. Graças a Deus tudo estava bem. Ficara tão preocupada com ele. Mas estava faltando alguém... Franzindo o cenho, Demi subiu as escadas e caminhou diretamente para o quarto de Dan. Verificou o berço, mas ele não estava lá. Em canto algum do quarto. Tirou os sapatos de salto ferozmente e caminhou para o seu quarto. A cama estava como deixara. Bagunçada. E Dan não estava nela.
   - Dan? – O chamou conforme descia as escadas. – Daniel? – O chamou enquanto caminhava diretamente para a cozinha.
Semicerrou os olhos. Respirou fundo. Lá estava ele. Descalço, as mãozinhas, boca e a camisa estavam sujas de achocolatado. O chão e o começo da bancada estavam encerados de margarina juntamente com o pequeno Buffy, que tinha os pelos da cabeça, onde Dan costumava o acariciar sujos de margarina. Sem contar que os utensílios mais leves como talheres e algumas panelas estavam esparramados pela cozinha e cada um tinha um dos patinhos do pequeno. Dan pulou assustado quando foi descoberto. A mãe gritava o pai furiosamente. Ele tinha que admitir, estava com muito medo dela.
   - Joseph! – Demi o gritou mais uma vez. Teria que se controlar caso contrário iria passar mal. – Joe! – O gritou novamente.
   - Demi, o que aconteceu? – Joe ainda estava sonolento, mal conseguia andar.
   - O que aconteceu? – Disse sorrindo sarcasticamente. – Joseph, eu vou trabalhar e peço para que você cuide do seu filho e é assim que você cuida dele? – Joe arregalou os olhos ao ver a bagunça que Dan tinha feito.
   - E quem disse que eu não cuidei do nosso filho? – Disse no mesmo tom que ela.
   - Se você tivesse cuidado dele, certamente esta bagunça não existiria. – Disse entre dentes o fitando com os olhos semicerrados.
   - Para a sua informação nós estávamos no sofá a sua espera. – Ora, ele não tinha culpa se o filho era criativo.. criativo até demais.
   - A única pessoa que estava no sofá era você. – Quase gritou de tão irritada que estava.
   - Demi, ele só está brincando. – Defendeu o pequeno. Talvez ele só estivesse brincando, talvez ela estivesse realmente muito irritada e talvez tudo estava contra ela.
   - Eu só pedi para que você cuidasse dele Joe, apenas isto. – Demi caminhou até o bebê e o pegou no colo. – Vamos tomar banho anjo. – Mal olhou para Joe. Estava tão esgotada que nem se lembrava de que o corpo doía, recusava-se lembrar de que ele devia explicações a ela. Banhou o pequeno e sentou-se a poltrona para amamentá-lo. Porque as coisas tinha que ser assim? Um dia atrás tudo estava tão bem e agora tudo estava tão errado. Não se permitiu ser forte, deixou que as lágrimas rolassem por seu rosto enquanto seu bebê mamava. Será que ela tinha o assustado? Ele estava tão encolhido e quieto.
   - Dan. – O chamou e o pequeno a olhou assustado ainda com o bico do peito na boca. – Mamãe não deveria gritar e nem ficar super brava com você e o papai. – Demi o tirou do peito e o abraçou. Ele era tão pequeno e por mais que fosse muito danado, ele era indefeso e inocente. – É só que... Meu amor, as coisas não são fáceis. E a mamãe teve um dia muito, muito ruim. – Não soube ao certo quanto tempo tinha o abraçado e sussurrado que o amava, mas Dan acabou adormecendo em seus braços. Quando o colocou no berço, beijou-lhe a testa demoradamente deixando as lágrimas escorrer por seu rosto, o cobriu com a coberta e mais uma vez sussurrou que o amava antes deixá-lo dormir.
Como faz para parar de doer? Sentia que se não se controlasse iria acabar surtando. Praticamente quarenta horas sem descanso algum. Trancou-se no banheiro, precisava urgentemente de um banho quente. Ignorou quanto ele a chamou, apenas permitiu-se relaxar na banheira anestesiando a dor física, e aliviando a emocional derramando suas tantas lágrimas. Respirou fundo e enrolou-se a toalha.
   - Você está bem? – Joe levantou-se rapidamente do chão e aproximou-se dela. – Desculpe meu amor. – Apressou-se em dizer.
   - Eu preciso me vestir. – Sussurrou antes de caminhar para o closet. Não sabia se estava preparada para escutar as desculpas dele. Estava tão cansada de tudo, vestiu o primeiro moletom, que por sinal era dele. Pretendia dormir por um dia inteirinho. Deixou os cabelos soltos e suspirou fundo antes de adentrar o quarto.
   - Eu não vou te morder. – Joe sorriu ao vê-la, ela ficava tão linda vestindo suas roupas. Observou-a caminhar timidamente até a cama e deitar-se no lado esquerdo, já que o dele era o direito, e fitar o teto. – Cansada? – Perguntou cobrindo-a.
   - Eu não durmo desde ontem Joseph. Estou morrendo de cólica e tudo está errado. – A voz soou calma, como se não fosse ela que tivera um péssimo dia.
   - Eu posso explicar. – Sussurrou se aproximando dela.
   - Então me explica porque você voltou bêbado para casa, porque eu estou morrendo de cólica e sono, explique-me Joseph porque eu quase atropelei o Paul McCarteney, porque milhares de fãs estão decepcionados comigo. E porque o meu filho estava naquela situação quando voltei para casa. – Joe respirou fundo e a puxou para o peito.
   - Ontem eu e o Nick tivemos uma discussão horrível, nossos planos não sãos os mesmos para a banda. E nossa relação não é mais a mesma.. – Demi ergueu-se e o olhou totalmente assustada.
   - Eu sinto muito. – Disse o olhando nos olhos.
   - Foi horrível. – Joe sorriu ao receber um selinho nos lábios e logo ela se aninhou a ele. – Perdi a cabeça, eu estava com muita raiva e nervoso. Então eu acabei bebendo, bebendo muito. – Sussurrou as últimas palavras abraçando-a. – São sete anos bebê, e acabou. – Joe respirou fundo e deixou que o silêncio reinasse. Não imaginava que as coisas fossem ser assim, mas talvez fosse o sinal que cada um deveria seguir seu caminho. Aliás, eles não eram os mesmos. Agora eram homens com suas esposas e com seus filhos, antes eram apenas garotos cheios de sonhos que se realizaram no decorrer de sete anos de uma carreira brilhante e cheia de sucesso.
   - Wilmer te trouxe para casa, ele disse que você estava atrás da Ashley. – Joe arregalou os olhos. Lembrava-se de pouca coisa.
   - E você acha que ela é minha amante? – Perguntou rindo e Demi assentiu.
   - Joe, eu quero saber de tudo que aconteceu entre vocês. – Tudo bem, ela tinha o direito de saber. Aliás, ele sabia de tudo que tinha acontecido entre Demi e Wilmer.
   - Depois que eu terminei com você no Canadá, eu e Ashley começamos a ficar. Na época eu estava muito confuso, não sabia o que fazer, e um dia aconteceu. – Disse completamente incomodado. Não queria que fantasmas do passado intervisse em sua vida ao lado de Demi.
   - Sexo? – Sussurrou calmamente. Estava surpresa e temia saber a respostas.
   - Não.. – Disse rapidamente. – Quando você estava na clinica nós voltamos a ficar, eu só andava bêbado e minha mãe me expulsou de casa quando.. – Como ele iria dizer aquilo? Demi iria surtar.
   - Quando? – Sussurrou o olhando atentamente.
   - Eu tinha ido para a balada com Ashley, nós estávamos bêbados e eu a levei para a casa dos meus pais. Minha mãe nos flagrou no sofá, nós discutimos e eu fui expulso de casa. – Ora, ela nunca tinha trocado um beijo com Joe na casa dos pais dele. Quando queriam namorar ele a levava para o apartamento desativado da família, ou iam para a casa dela.
   - O que estavam fazendo no sofá? – Perguntou sem olhá-lo. Miley tinha comentado que Joe só vivia bêbado e tinha sido expulso de casa quando ela estava na clinica, mas nunca imaginara que Ashley estava envolvida. Então todos sabiam daquelas história, exceto ela?
   - Demi.. – Disse em um sussurro e ela o olhou esperando uma resposta. – Nós estávamos começamos a fazer sexo. – Demi franziu o cenho, ela estava tão séria.. – Começamos, não terminamos. – Mal conseguia olhá-la, sabia que a qualquer momento seria esbofeteado, era sempre assim.

   - E? – No fundo, bem no fundo mesmo, ela estava feliz que ele finalmente tinha contado sobre Ashley. Agora fazia sentindo porque aquela maldita mulher não largava do pé do SEU homem. – Você foi atrás dela para terminar o que tinham começado há três anos? – Arrependeu-se. Tinha sido o suficiente por hoje. Não iria ouvir mais nenhuma palavra, virou-se e fechou os olhos. Mal dia, mal dia.

Continua.. Tadinha da Demi, sofreu o capítulo inteirinho, até o Dan judiou da coitada. O que vocês acham que vai acontecer? Dan é muito danado cara, quase ele e o pai foram para o tronco, hsuahsua. Beijos e até o próximo capítulo.