25.4.14

Mini Fic - Capítulo 6

Por que Joe estava olhando para ela daquele jeito? Demi sentia-se um pouco zonza por conta do champanhe que tomara rápido demais, mas estava longe de estar bêbada. Então, por que tremia sobre os saltos enquanto Joe atravessava por entre as pessoas na sala de estar e vinha na direção dela e do irmão dele? Ela sentia que ele a observava conversando com Zach e Ryan — e talvez tivesse gargalhado um pouco mais alto do que o normal, só para fazê-lo pensar que ela não estava nem um pouco interessada nele.
— Me ligue amanhã e eu consertarei o pneu furado para você — Zach Jonas disse aquelas palavras com um sorriso que a fez corar. Não porque estivesse atraída por ele. OK, ela era humana e, de todos os homens da família Jonas, Zach era, sem dúvida, o mais bonito dentro de uma escala técnica que media a altura dos ossos da mandíbula e a distância entre os olhos. A questão era que, o que quer que fosse aquela sensação borbulhante proveniente da completa atenção de Zach, agora havia um terremoto acontecendo dentro dela, apenas pelos lindos olhos de Joe, do outro lado da sala, cortando-a ao meio. Um terremoto que a sacudia, ameaçando revelar partes dela que jurava estar escondidas. Ela abriu a boca para agradecer Zach pela ajuda, mas, antes de conseguir fazer isso, Joe se colocou no meio deles.
— Saia daqui, Zach. - Zach quem? Demi não conseguia tirar os olhos daquele bombeiro maravilhoso.
— Onde está a Summer? — ele perguntou. Apesar do champanhe, a boca de Demi estava muito seca para responder.
— Sua mãe a apresentou a outras crianças. Acho que estão dando uma olhada na sala de jogos no porão.
— Que bom. Precisamos conversar. — Ele apontou para o quintal. — Algum lugar com mais privacidade seria melhor. - Apesar de sempre estar relaxado ao lado da filha dela, Joe era sempre muito tenso perto de Demi. Mesmo assim, agora ele parecia mais sério que o normal. Havia alguma coisa errada, ela tinha certeza disso, mas não sabia dizer o quê. É claro que ela não o conhecia o suficiente ainda. Ela passou pelas portas de vidro que davam no pátio vazio, seguida tão de perto por Joe que podia sentir seu calor enquanto saíam no ar frio. Ela caminhou ainda mais para dentro da escuridão, longe dos convidados que bebiam, comiam e riam ao mesmo tempo. Ele tirou a jaqueta de couro.
— Aqui está. - Não havia nada gentil ou romântico em suas palavras bruscas ou em seu tom de voz. E, mesmo assim, quando ele colocou a jaqueta sobre os ombros dela, antes que ela pudesse recusar, nada pôde fazer a não ser sentir-se tocada por aquele gesto. Ela adorava o cheiro de Joe, o jeito que o odor de fumaça parecia sempre estar impregnado nele, um perfume absolutamente exclusivo.
— Sobre o que precisa falar comigo?
— Apagar incêndios é o meu trabalho, Demi — ele começou sem preâmbulos, sem jogar conversa fora. — Sou treinado para lidar com situações perigosas e até mesmo fatais. Quando os bombeiros se machucam, ou é porque não tomaram as providências necessárias ou é por causa da força natural do fogo, que não se pode controlar. — Ele observou o rosto dela e, quando não viu o que estava procurando, ele disse: 
— Não deveria ficar se desculpando com a minha mãe pelo que aconteceu comigo. - Ela não conseguiu disfarçar a surpresa. 
— Mas é verdade. Se eu tivesse... - Ele a interrompeu. 
— Eu deveria ter carregado dois pesos mortos fora dali, mas você não desistiu em nenhum momento. Em nenhum momento, até saber que sua filha estava em segurança. -  A luz vinda das lanternas decorativas penduradas nos galhos dos carvalhos lhe permitia ver a expressão no rosto dele. Puro respeito. Por ela.
— Você foi maravilhosa, Demi. E não quero que se sinta culpada pela minha participação no incêndio. Jamais. - Mais do que surpresa, ela finalmente disse:
— Obrigada por dizer isso, apesar de achar que não consigo mudar o que estou sentindo.
— Nem eu. - Eles se olharam fixamente, o ar entre eles provocando faíscas e correntes elétricas. De repente, ela não sabia se ainda estavam falando do incêndio... ou da tensão sensual no ar.
— Não deveria ter trazido você aqui fora — ele disse de repente. — Está muito frio aqui sem uma lareira. Vejo você lá dentro daqui a pouco, depois que conseguir acender o braseiro. - Claramente, esta era a maneira de ele se livrar dela. E Demi sabia que deveria ser inteligente para ir embora antes que qualquer das faíscas entre eles pegasse fogo. Mas que droga! Ela não gostava de sair concordando com todos os termos dele. E ela definitivamente não gostou quando ele se afastou como se ela já tivesse saído e começou a encher os braços com a madeira que estava por perto. Nenhuma mulher gosta de pensar que poderia ser esquecida tão facilmente. Mesmo uma que jurara não querer a atenção do homem em questão. Sabendo que sua teimosia a prejudicava, ela foi em direção à pilha de madeira e pegou vários pedaços que pareciam bons. Joe não parecia feliz ao ver que ela ainda estava lá.
— Você não vai entrar? - Demi imaginou que a maioria das mulheres com quem Joe saía provavelmente obedecia prontamente às ordens daquela boca linda, e ajoelhou-se ao lado do braseiro embutido que ele estava destampando.
— Achei que pudesse ajudar a acender o fogo. — Ela admirou a estrutura de tijolos. — Isso é fantástico. A Summer vai me implorar por um desses em nosso quintal. Ela é uma grande fã de sanduíches de biscoito com marshmallow e chocolate.
— Seu apartamento tem quintal? - Ela balançou a cabeça. 
— Não o apartamento temporário em que estamos agora. Mas, assim que encontrarmos um novo lugar, é provável que tenha. — No entanto, mesmo enquanto falava, já sabia que nunca faria isso, pois ficaria muito preocupada com o fogo se espalhando do braseiro para o prédio.
— Espero que encontre logo um lugar ideal, Demi. — Ele ficou em silêncio por um momento antes de continuar: — Já estive em milhares de incêndios em milhares de casas, mas não é a mesma coisa de ter acontecido comigo. Sinto muito por tudo o que deve ter perdido. - E não ergueu os olhos dos pedaços de lenha com os quais fazia uma pirâmide perfeita.
— Eu também. - Ela não queria dizer isso a Summer; em vez disso, acreditava que a filha precisava que ela fosse forte. Não queria que seus clientes se preocupassem com o fato de ela não poder administrar a carga de trabalho; então, simplesmente garantiu a cada um deles que manteve seus arquivos de backup em lugar seguro e à prova de fogo. Independentemente do que ela dissesse, os pais dela se preocupariam; assim, obviamente manteve a boca fechada em relação a seus sentimentos também. E, quanto às amigas, a verdade era que, com o trabalho e os cuidados com Summer, ela não tivera muito tempo para sair com elas. Algumas das outras mães da escola eram simpáticas, mas não sentira uma conexão forte com nenhuma delas. E por isso foi tão bom ter reencontrado Sophie.
— Por sorte, a maioria das nossas fotos ainda está em meu HD, mas as coisas que tinha guardado de quando Summer era bebê, do primeiro dia dela na escola, o primeiro dentinho... Gostaria que todas essas coisas não tivessem se perdido. — Ela obrigou-se a dar de ombros e a colocar um sorrisinho no canto dos lábios enquanto pegava os fósforos que ele lhe entregava.  
— Mas elas se foram e vai ficar tudo bem. Tive muita sorte com a minha filhinha. - Ele concordou e olhou para o fogo que ela acabara de acender, dizendo:
— Teve mesmo. - O fogo acendeu e Joe sorriu para ela.
— Por falar nisso, bom trabalho com o fogo. - Ele já havia sorrido para Summer várias vezes, mas não diretamente para ela. A força daquele sorriso, tão absolutamente verdadeiro, sem nenhum dos truques conhecidos que seus irmãos Ryan e Zach aplicavam, a fez querer dar mais dois passos para perto e beijá-lo. Como se ele pudesse ouvir os desejos silenciosos dela, o sorriso desapareceu em um instante e os olhos se escureceram, enchendo-se daquele calor do qual ela não conseguia se desvencilhar, do calor que a deixava morrendo de vontade de se aproximar, para ver se conseguia esquentar todos aqueles lugares dentro dela que estiveram frios por tanto tempo.
— Preciso voltar lá dentro e ver se está tudo bem com a Summer. - Os olhos dele ainda ferviam intensamente quando concordou.
— Vá. - Ela estava a meio caminho das portas de vidro quando percebeu que ainda usava a jaqueta de Joe. Ela virou-se, voltou até onde ele a observava fixamente e a tirou dos ombro
— Obrigada. - As pontas dos dedos se roçaram, e ela estava feliz pelo clima frio servir de desculpa para os arrepios que lhe percorriam a pele. Só ela precisava saber que não fora a temperatura que os provocara. Ela não esperou que ele dissesse “De nada”. Simplesmente se virou e deu meia-volta em direção a um terreno mais seguro. Quando as crianças descobriram que havia um braseiro no pátio, todas correram para pegar gravetos no quintal para os marshmallows que a Sra. Jonas colocara sobre uma mesa perto dali. O açúcar derretido na ponta do graveto, porém, não era a única surpresa maravilhosa que as aguardava.
— Tem uma casa em cima de uma das árvores — Summer disse a Demi, os olhos arregalados e cheios de animação. A festa claramente estava tão divertida quanto ela imaginara. — Joe disse que vai nos levar lá em cima para mostrá-la, se nossos pais deixarem. Ignorando a voz dentro de sua cabeça, que dizia Eu também quero brincar na casa da árvore, Demi passou a mão sobre o cabelo macio e brilhante da filha.
— Claro que você pode ir. Só tenha cuidado para não cair. - Summer revirou os olhos. 
— Não sou um bebê. - Demi puxou-a para um abraço. — Você é meu bebê.
— Mãe! — Summer se desvencilhou da mãe. — Preciso pegar uma lanterna antes que peguem todas. - Ela atravessou o gramado até onde Joe esperava com as lanternas, e Demi tentou não sentir o nó no estômago ao vê-lo sair para se aventurar com as crianças, rindo e fazendo piadas com aquele grupo cheio de energia. Ela nunca tinha visto um homem tão à vontade com crianças. Mas era mais do que isso, percebeu rapidamente. Ele gostava de crianças; simples assim. Até mesmo o pai de Summer, ainda que adorasse sua garotinha, não sabia muito bem o que fazer com ela. E Demi sempre teve a sensação de que David contava os minutos para a soneca, assim ele poderia fazer algo mais empolgante. Quando viu Sophie caminhando rapidamente pelo pátio, saindo, em um momento, de um canto escuro para a luz antes de seguir em direção à lateral da casa, Demi chacoalhou a cabeça e achou melhor não comparar David com Joe. Ela procurou Sophie quando chegou, mas não conseguiu encontrá-la para colocarem o papo em dia. Haviam tentado manter contato nos últimos dias, mas, com a agenda ocupada de Sophie na biblioteca e os feriados de inverno de Summer na escola, chegaram à conclusão de que a festa seria o melhor momento para bater papo. No entanto, agora, em vez de querer ter uma conversa de mulher com alguém de quem ela sempre gostara, Demi estava um pouco preocupada. Sabendo que Summer estava em boas mãos com Joe, Demi seguiu o caminho que Sophie havia feito ao lado do quintal até chegar a uma pequena casinha. Abrindo-a devagar, ela olhou para dentro e encontrou a amiga sentada sobre um vaso virado de boca para baixo.
— Sophie?
— Ah! — Sophie começou a levantar-se quando percebeu quem era. — Oi, Demi. — Ela parecia um pouco tímida por ter sido pega na casinha onde guardavam material de jardinagem, mas sorriu e convidou:
— Gostaria de se juntar a mim? - Demi sorriu para a velha amiga, fechando a porta atrás dela. Havia uma lâmpada no teto que iluminava o interior apertado, permeado com o cheiro de terra.
— Está tudo bem? - Sophie soltou uma respiração trêmula. 
— Alguma vez já quis muito algo que não deveria querer? - Demi ficou pasma com a pergunta franca da amiga. Não havia falsidade em Sophie; nunca houve. Essa era uma das coisas que a levaram a se aproximar da amiga. Assim, mesmo tentada a fugir da pergunta, Demi assentiu, pois esperava que pudessem recuperar a boa e velha amizade que começaram na faculdade, especialmente agora, morando tão perto uma da outra.
— Sei exatamente o que é isso — disse, pensando em quando estava no quintal com Joe e sentiu um calor que não tinha nada a ver com o fogo aceso no braseiro. No entanto, concordar com isso não pareceu fazer Sophie sentir-se melhor. Quando a amiga olhou para as mãos, Demi acompanhou o olhar até as unhas bem cortadas e sem esmalte. Sophie usava um vestido de malha azul, que lhe cobria os braços e quase toda a perna. Ela não estava usando maquiagem, nem joias e, mesmo assim, em uma situação na qual outras mulheres pareceriam sem graça, Sophie estava inegavelmente linda. Depois de gastar uma boa meia hora arrumando o cabelo e a maquiagem, sem falar que experimentara todos os vestidos novos que comprara desde o incêndio, Demi sentiu que havia exagerado um pouco. Ela achou um vaso e virou-o de cabeça para baixo, sentando-se de frente para Sophie. 
— Você quer conversar? - Não precisava ser um gênio para perceber que Sophie estava chateada por causa de um homem. Mas Demi estava um pouco envergonhada de não saber quem era, já que, a noite toda, não fora capaz de se concentrar em ninguém mais além de Joe. Sophie balançou a cabeça e olhou em volta da casinha.— Me desculpe, Demi. Acho que sou a pior amiga do mundo, convidando você para uma festa e então sumindo para dentro de uma casinha de jardinagem para ficar me lamentando. - Demi teve que rir da expressão engraçada no rosto de Sophie.
— Sempre gostei de jardinagem.
— Vamos — Sophie convidou, ficando em pé e estendendo a mão para Demi. — Vamos tomar uma taça de champanhe e você me conta tudo sobre os últimos sete anos. - Demi podia ver que Sophie não havia superado o que a tinha feito esconder-se na casinha de jardinagem, mas claramente não queria falar sobre aquilo. Pelo menos ainda não. Talvez, quando tivessem um pouco mais de intimidade, ela contasse. No entanto, de novo, Demi sabia exatamente o que era ter uma queda secreta por alguém totalmente inalcançável. Independentemente do quanto a amizade dela e Sophie aumentasse, Demi jamais admitiria que ficava toda arrepiada e sem fôlego toda vez que Joe estava por perto. Se é que serviu para alguma coisa, a curta conversa que tiveram fora mais do que suficiente para reforçar o que ela já sabia: que se entregar aos sentimentos que tinha por Joe só acabaria partindo seu coração. Ou, pior ainda, o coração de sua filha.

Continua.. É, vocês estão gostando mesmo dessa fanfic.. Comentem e comentem, ok? Se comentarem bastante, aqui na mini e em LSS faço maratona, ok? 

3 comentários:

  1. AMEEI! ESTÁ DIVO!!!
    pensei que ia ter o primeiro beijo Jemi nesse capitulo, não acredito que não aconteceu ainda, eles precisavam de um empurrãozinho, tipo Summer e Sophie kkkkkkk
    quero beijo Jemi logo, e não preciso nem dizer que quero maratona da mini-fic e de LSS :)) beijos sua linda <3

    ResponderExcluir
  2. Perfect. Meu Deus quanta perfeição em um só capítulo!!!!!!
    Só falta o Joe ficar um pouquinho mais safado e agarrar a Dems kkkkk
    A Summer é muito fofa *---*


    Quero maratonaaaa!!!!!!!!
    Posta logo!!!!!!
    Beijos!!!!!

    ResponderExcluir
  3. Por que parou ai? :(((
    Maaaaais por favor haha <3

    ResponderExcluir