23.4.14

Mini Fic - Capítulo 4

Dois meses depois...

Demi enrolou-se em uma toalha de banho extragrande e saiu do banheiro para se trocar. O apartamento que estavam alugando até conseguirem encontrar um lugar perfeito para comprar era tão pequeno que conseguia ver a cozinha enquanto ia em direção ao quarto de casal.
— Summer, o que você está fazendo? — Perguntou, tentando manter-se calma enquanto tirava farinha do rosto e do cabelo da filha, farinha que também estava toda espalhada pelo chão da cozinha. Nos dois últimos meses, toda vez que Summer fazia algo que a deixava louca, tudo o que Demi tinha de fazer era tentar lembrar-se do quanto sua filha parecia pequena e frágil durante o incêndio, do quanto desejou os arranhões e as enrascadas nas quais Summer sempre se metia, e as frustrações logo passavam. Nos últimos dias, porém, parecia que Summer estava cada vez mais focada em tirá-la do sério, e o controle de Demi estava por um fio.
— Fazendo muffins — Summer retrucou, tão alto a ponto de o apartamento do outro prédio poder saber exatamente o que estava acontecendo no 1C do outro lado da rua. Apesar de Demi sempre ter amado a vista das ruas de São Francisco, nunca mais moraria em outro lugar que não fosse no primeiro andar. Já tinha quase parado de ter pesadelos sobre estar presa no terceiro andar e ter de engatinhar pelos andares que pareciam sem fim, e preferia ter segurança a ter uma bela vista. Se sentisse falta da vista, bem, era algo com o que precisaria lidar e se conformar.
— OK — ela disse, devagar, enquanto apertava mais a toalha embaixo dos braços e entrava descalça na cozinha. — Mas por que isso às — ela parou para olhar no relógio do forno — seis e quinze da manhã? As duas gostavam de acordar cedo, mas a filha não costumava ser muito produtiva tão cedo, especialmente no primeiro dia do feriado de inverno. Summer deu-lhe um sorriso largo, aquele que sempre usava para convencer as pessoas a fazer exatamente o que queria. Demi gostava de achar que isso não funcionava com ela. Nem sempre, enfim.
— Podemos levá-los para o Corpo de Bombeiros. — Summer alargou ainda mais o sorriso. — Para os bombeiros comerem no café da manhã. - Nas primeiras semanas após o incêndio, Summer não parava de fazer perguntas sobre o fogo, sobre os carros de bombeiros... e sobre Joe Jonas. Demi respondia a todas as perguntas técnicas o melhor que podia, com a ajuda da internet e de alguns livros da biblioteca. No entanto, tinha feito o máximo para despistar as perguntas da filha com relação ao bombeiro que as salvou. 
Sobretudo aquelas que envolviam vê-lo novamente. No hospital, vira a emoção sincera nos olhos dele quando Summer o abraçou. Mas, depois, ele se fechou tão repentina e completamente que ela, na verdade, ficou um pouco magoada. Tinha consciência de que era melhor não levar para o lado pessoal, especialmente quando sabia que aquela viga lhe atingira em cheio a cabeça. E as emoções dela tinham estado à flor da pele naquele dia, borbulhando. Disse a si mesma que fora este o motivo de ficar tão chateada com o comportamento dele. Infelizmente, Summer não fora a única a pensar nele o tempo todo. Demi também pensava nele todos os dias, em quanto se sentia agradecida por ter feito o que fez por elas, em quanto ele fora altruísta ao arriscar a própria vida por elas. E, às vezes, tarde da noite, quando estava sozinha na cama, pensava em como ele era bonito e em quanto seus músculos eram grandes. Não que esses pensamentos servissem para alguma coisa. Mesmo que ele não as tivesse mandado embora do quarto do hospital, ela nunca poderia ficar com um homem como ele. Não depois de ter aprendido sobre os riscos, e a dor, de estar com um homem viciado em perigo, e da maneira mais difícil de aprender essas lições. Demi queria um futuro com um homem que definitivamente ficasse em casa toda noite. Ela recusava-se a passar outro dia, outra noite, esperando o telefone tocar, a batida à porta com a notícia de que perdera o parceiro que esperava estar ali. Não ajudou muito quando o Pelotão 5 enviou um presente de aniversário para Summer algumas semanas após o incêndio. Era uma bonequinha vestida de bombeiro, com maria-chiquinha amarela, um sorriso largo e um cachorrinho dálmata com uma coleira vermelha da cor do carro de bombeiros. Summer levava aquela boneca e o cachorrinho para todo lado; dormia com eles embaixo do braço, e se enroscava neles no sofá à noite. Até mesmo agora a boneca e o cachorro de pelúcia estavam lá, em pé, no balcão da cozinha.
— Tenho certeza de que já comeram bastante no café da manhã — disse à filha, com uma voz suave. Summer limpou as mãos e pegou a bandeja para enfiar a mistura dentro do forno.
— Nada tão bom quanto muffins, eu acho. - Demi não podia argumentar. Os muffins de chocolate, banana e mirtilo de Summer eram famosos. Era uma combinação que não deveria dar certo, mas que, no final das contas, virou um sucesso. Deus sabia que a filha não tinha puxado a ela para os dotes culinários. Não, isso vinha de David, que tinha um talento especial para cozinhar. Summer se parecia tanto com o pai, em tudo, inclusive do cabelo louro-claro, que às vezes Demi sentia que ele ainda estava vivo.
— Vamos conversar sobre isso depois que eu me vestir.
— OK, mamãe — a filha chilreou, sabendo que estava prestes a conseguir o que queria. E, realmente, Demi pensou, com um pequeno suspiro, que não tinha mais desculpas para não irem até o quartel para dizer “olá” aos bombeiros. Então é isso; elas deixariam os muffins, admirariam os carros brilhantes e depois iriam ao parque para passar algumas horas. Não se deixaria incomodar pela possibilidade de ver Joe. Na verdade, ele nunca lhes dissera para chamá-lo de outra coisa a não ser de Sr. Jonas, mesmo não sendo muito mais velho do que ela. De qualquer forma, quais seriam as chances de ele estar de plantão nessa manhã? Ou mesmo de se lembrar delas? Demi deu uma olhada no espelho sobre a cômoda e pensou que não havia mais como ignorar as mentiras que estava acumulando, uma após a outra, nesta manhã. Só de pensar no bombeiro já sentia um nó no estômago e não havia nada que pudesse fazer a respeito disso. Se ele estivesse de plantão, se lembraria delas, já que houve uma conexão inegável, uma faísca palpável entre os dois. Ela afastou-se do espelho e abriu o closet. Se estivesse mentindo a si mesma ou sendo completamente honesta, uma coisa era fato: ela não tinha absolutamente nada para usar no quartel do Corpo de Bombeiros nesta manhã fria de sábado, em dezembro. Summer foi pulando na frente de Demi, que carregava uma travessa cheia de muffins quentes. Há quase um quarteirão de distância, Summer desapareceu para dentro das portas abertas do quartel do Corpo de Bombeiros. Demi sabia que seu coração não deveria bater tão rápido. Sim, elas subiram uma colina, mas ela estava em boa forma por causa dos DVDs de ioga com os quais praticava todas as manhãs. E então a filha saiu com ele e o coração de Demi praticamente parou de bater. Os pés dela também pararam, deixando-a estranhamente estagnada na calçada, segurando os muffins, com a boca entreaberta. Ele estava lindo na cama do hospital, com curativos na cabeça e um lençol cobrindo a maior parte do corpo. Mas agora...
Ah, agora... Não havia palavras, pelo menos não em seu cérebro cheio de desejo, para um homem como este. Alto, moreno e atraente era pouco para descrevê-lo. Maravilhoso, lindo... cada um desses adjetivos era muito comum para aqueles ombros fortes, quadris estreitos, os olhos castanhos esverdeados brilhantes sobressaindo-se sobre aquele maxilar quadrado e da boca carnuda e máscula. Demi tratou de lembrar que não poderia correr e se jogar para cima daquele homem. Sua libido dormente aproveitou-se desse momento para voltar à vida, mas isso não significava nada diante do grande escopo das coisas. Em algum momento, quando estivesse sozinha em sua enorme cama, encontraria uma maneira de saciar esse novo desejo por sexo. Mas não poderia arriscar seu coração e o da filha por um homem que talvez não vivesse para ver o dia de amanhã. Esse pensamento trouxe-a de volta à realidade e permitiu que deixasse de lado seu constrangimento com a óbvia reação diante da beleza dele. Desejando que seus pés se mexessem novamente, ela finalmente caminhou os poucos metros até ele, colocando os ombros para trás e o queixo para cima, assim ele não pensaria que era mais derrotada do que ela já se sentia, babando em cima dele dessa maneira.
— A Summer fez isso para vocês. - Ela lhe entregou a travessa cheia de muffins e ele sorriu para Summer.
 —Obrigado. — Ele ergueu a tampa e inspirou profundamente, claramente surpreso pelo cheiro bom. — Parece que isso aqui está ótimo. Os rapazes daqui vão implorar por esses muffins.
— Podem dividir porque depois eu faço mais! - Demi sabia que as coisas iriam nessa direção; que, se cedesse e permitisse  que viessem ao quartel uma vez, isso se transformaria em visitas recorrentes. No momento em que pensava nisso, ele virou-se para ela, o rosto cuidadosamente inexpressivo. Não havia sorrisos para ela, só para sua filha. Claramente, ele não estava feliz em vê-la mais do que ela estava feliz em vê-lo. Melhor assim. Talvez a visita devesse ser breve. Summer puxou a manga dele. 
— Obrigada pela boneca. Ela é meu presente favorito de 7 anos. O cachorrinho dela é fofo também. - O agradecimento formal fez Joe abaixar-se até o nível dos olhos dela.
— Fico feliz. O aniversário de 7 anos é realmente muito importante. - Summer concordou. 
— Agora pode mostrar o carro de bombeiros e todos os botões que é preciso apertar para fazer as coisas, Sr. Jonas? - Não, a visita breve não seria breve, Demi pensou, com um gemido que mal podia esconder. Quando viu o sorriso de volta para a filha, porém, Demi sentiu suas entranhas se derretendo de novo, apesar das barreiras altas e fortes que havia construído para proteger-se do encanto absolutamente poderoso dele. Há quanto tempo procurava um homem que olhasse para sua filha desse jeito? Como se achasse que o sol nascia com Summer, assim como o próprio nome indicava? Como se ela fosse importante, e não só alguma criança chata que Demi por acaso teve com outro cara?
— Com certeza. — Ele lançou um olhar questionador a Demi. — Se você concordar, quero dizer. - Ela estava prestes a responder quando notou uma cicatriz meio apagada na testa dele, que ia desde a sobrancelha esquerda até a linha do cabelo, e as pernas dela ficaram bambas. A testa dele estava coberta de curativos a última vez que o vira no hospital, e ela sabia que deveria ter sido a viga que o atingiu logo após terem chegado aos pés da escadaria. Ela quis dizer alguma coisa, queria agradecer-lhe de novo e pedir desculpas por colocá-lo naquela posição, mas sabia que soaria estranho e errado. Em vez disso, ela disse:
— Claro que está tudo bem para mim. A Summer adora máquinas grandes e adora descobrir como elas funcionam, não é? - Assim como o pai dela gostava. Só que a máquina que ele escolhera fora um avião, em vez de um carro de bombeiros. Joe pegou a mão esticada de Summer e levou-a até o brilhante carro de bombeiros histórico, no canto do fundo do quartel. Normalmente Demi os teria seguido, mas não tinha certeza de que estar perto dele por muito tempo seria uma boa ideia. Não quando os hormônios dela ainda estavam em pandemônio. Caminhando mais para dentro do quartel, ela rapidamente percebeu-se no meio de um grupo de homens grandes e fortes. No entanto, mesmo com toda a testosterona dentro da sala, apesar da preponderância dos troncos largos, quadris 
estreitos e maxilares quadrados, os hormônios dela não se manifestaram e a libido não veio à tona. Por alguma razão, só um bombeiro específico tinha esse efeito sobre ela. Deixando de lado essa percepção inútil, Demi fez questão de conhecer todos os bombeiros e agradecer a equipe pelo que fizeram por ela e pela filha. Notou algumas sobrancelhas levantando quando apontou para a filha em cima do carro de bombeiros antigo, a maneira como outros bombeiros se entreolharam, como se compartilhassem um segredo que ela não conhecia. Summer e o homem que tinha feito o coração dela explodir riam juntos de alguma coisa, e, por um momento, Demi quis fingir que eram mais do que estranhos, que a filha dela tinha uma figura paterna para lhe ensinar as coisas, para ter orgulho dela, para dizer que a amava quando a colocava na cama com um beijo de boa-noite.
— Acho que estou sentindo cheiro de muffins de mirtilo. - Todd, o capitão, apareceu no canto exatamente nesse momento, e ela sorriu para aquele homem de meia-idade tão simpático que a tinha levado tão gentilmente para conhecer seu salvador no hospital.
— Foi a Summer quem fez — disse antes de dirigir-se à frente da sala para pegar a travessa com os muffins. - Ela praticamente deu de cara com uma linda mulher. 
— Ah, oi, desculpe, não tive a intenção de quase atropelar vo... — Ela parou no meio da palavra. — Sophie? Sou eu, Demi Lovato. — Ela balançou a cabeça. — Bem, na faculdade era Demi Green.
— Demi! — Os braços de Sophie a rodearam e elas se abraçaram. Sophie afastou-se. — Não posso acreditar quanto tempo passou desde a última vez que a vi. Seis, sete anos? - Ambas trabalharam meio período na biblioteca de Stanford e passaram tantos anos guardando e catalogando livros juntas nos corredores escuros, que acabaram se tornando amigas. Elas provavelmente teriam se tornado ainda mais íntimas se Demi não tivesse ficado grávida de Summer. Quando ela e David se casaram, ela saiu da faculdade temporariamente para acompanhar o marido piloto da Marinha no seu novo trabalho na base de San Diego.
— Você está linda! — ela elogiou Sophie.
— Você também! — A velha amiga pareceu confusa. — Nunca vi você aqui antes. Está trabalhando em alguma coisa no quartel? - Demi sentiu-se mal por não ter mantido contato.
— Minha filha quis vir aqui trazer alguns muffins.
— Ah, meu Deus, como pude esquecer que você se casou e teve um bebê? Onde ela está - Demi apontou para o canto onde o antigo carro de bombeiros estava.
— Summer está lá com um dos bombeiros. - Sophie franziu o cenho novamente.
 — Espere aí. O nome da sua filha é Summer? — Ela meneou a cabeça. — Vocês são a mãe e filha a quem Joe salvou uns dois meses atrás? - Quase nesse exato momento, Demi percebeu que uma pista importante havia passado despercebida pelo caminho. Jonas era um nome tão comum que ela não pensou em ligar Sophie a Joe.
— Você é irmã dele? - Quando Sophie concordou, Demi finalmente respondeu:
— Sim, seu irmão nos salvou. Ele é o herói da Summer para o resto da vida — acrescentou carinhosamente. — O meu também. - Sorrindo, ela disse a Sophie:
— Summer assou alguns muffins para ele hoje de manhã e acredito que está prestes a convencê-lo a deixá-la dirigir aquele carro de bombeiros antigo em volta do quarteirão. - Demi se esforçou para manter a voz baixa. Tomara que Sophie nunca percebesse como ela estava ridiculamente atraída por seu irmão. E por falar em estranhas coincidências...
— Devia ver todos aqueles botões e puxadores! — Summer correu a toda a velocidade pelo chão de cimento. Joe não estava em lugar nenhum. — É tão legal! Eu adoro os bombeiros! Obrigada por finalmente me deixar vir aqui! - Demi pegou a mão da filha enquanto ela gesticulava animada e contava sobre as maravilhas do carro de bombeiros. — Querida, esta é uma amiga minha da faculdade. O nome dela é Sophie! - Sophie abaixou-se até a altura de Summer e exclamou:
— Ah, meu Deus, você é maravilhosa! - Summer fez brilhar seu maior sorriso para Sophie.
— Você também é bonita. - Sophie riu. 
— De que tipo de história que você gosta? - A garotinha pensou por um minuto.
— Todas. - Sophie lançou um olhar embasbacado para Demi.
— Perfeito — ela explicou rapidamente. — Sou bibliotecária de uma biblioteca aqui pertinho. Adoraria se pudessem vir me ver, especialmente porque sempre estou procurando bons leitores para me ajudar na hora da contação de história para os pequenos. - A garotinha ergueu a mão. 
— Eu posso fazer isso. Sou uma ótima leitora.
— Tenho certeza que sim, ainda mais com uma mãe tão inteligente como a sua. - Então, arrepios percorreram a espinha de Demi. Ela olhou e viu Joe vindo em direção a elas. Demi desejou que não estivesse tão ligada a ele... e que ele também não fosse tão absurdamente atraente. Era bom que Sophie e Summer estivessem conversando sobre o livro de gravuras favorito delas e não precisavam muito da participação dela, pois a proximidade de Joe parecia sempre sugar todas as células de seu cérebro. Ficou surpresa ao ver que ele não ficou feliz em ver Sophie. Isso se confirmou quando ele perguntou:
— Ei, Soph, o que está fazendo aqui? — disse, em voz seca. A irmã simplesmente sorriu para ele, claramente nem ligando para seu cumprimento mal-humorado.
— Pensei em lhe trazer algo saudável para o café da manhã. — Ela ergueu uma sacola e abriu-a para ele poder ver dentro. — Pãezinhos integrais. Sem açúcar ou conservantes. - Ele fez uma careta. 
— Já tenho muffins muito bons esperando por mim, mas, mesmo assim, obrigado. - Dando de ombros, ela fechou o saquinho e disse:
— Acredita que Demi e eu nos conhecemos da faculdade? Inacreditável, não é? - Ele olhou de uma para outra, ainda mais descontente do que há alguns minutos. 
— Inacreditável. — A voz dele fora sem entonação e distintamente irritada. Demi ficou feliz pela filha ter sido levada pelo restante dos membros da equipe de bombeiros, que lhe diziam ser a melhor preparadora de muffins que já existiu. Do contrário, a mudança abrupta de humor de Joe não teria passado despercebida nem mesmo para Summer. Desta vez, Demi não estava chateada pela expressão dura no rosto dele. Tinha passado do estágio de chateada para louca da vida. Qualquer que fosse o problema dele, não sabia nada sobre ela, e não merecia ser a receptora do mau humor dele. Sim, ela devia muito a ele — para sempre — pelo que tinha feito por ela e Summer. Entretanto, poderia ser grata longe dele, intimamente em seus pensamentos, quando ele não estivesse olhando para ela como se tivesse uma doença contagiosa.
— Obrigada por mostrar o carro para Summer — agradeceu-lhe, com voz mais educada e distante, antes de se virar para a irmã com um sorriso acolhedor e verdadeiro. — Estou tão feliz por encontrar você, Sophie.
— Eu também. Não acredito que não sabia que você morava tão perto. - Demi balançou a cabeça.
— Infelizmente não mantive muito contato com ninguém depois que David e eu nos casamos e mudamos para San Diego.
— Como está o David? - Percebendo que não havia como Sophie saber sobre o que acontecera, ela respondeu:
— Ele morreu.
— Ah, não. — Sophie parecia horrorizada. — Sinto muito, Demi. - Querendo assegurar à amiga de que estava bem e ao mesmo tempo não falar muito com Joe ainda em pé na frente delas, com uma expressão sisuda naquele rosto maravilhoso, ela continuou:
— Já faz alguns anos. - Sophie olhou na direção de Summer, que ainda era o centro das atenções do Pelotão 5.
— Você cuida dela sozinha? — Antes que Demi pudesse responder, ela acrescentou: — Ou se casou de novo?
— Não. Somos só eu e Summer. — Ela forçou um sorriso que desejou ter parecido sincero. — Temos nos saído muito bem.
— E agora esse incêndio que destruiu seu apartamento. Não parece justo.
— Sinceramente, nós estamos bem — repetiu, olhando para Joe e Sophie.- Sophie colocou uma mão sobre o braço de Demi.
— Gostaria que as coisas tivessem sido diferentes para você.
— Soph — Joe interrompeu, com voz frustrada —, quantas vezes ela terá de lhe dizer que está bem? - Ele claramente estava tentando aconselhar a irmã a recuar um pouquinho, e ainda que Demi tivesse apreciado isso em qualquer outro momento, sabia que Sophie só estava expressando seus sentimentos e emoções como sempre fazia: direto do coração. Sophie simplesmente torceu o nariz para o irmão antes de virar de volta para Demi.
— Sabe de uma coisa? Nossa mãe fará a festa anual de Natal esta semana em nossa antiga casa perto de Palo Alto. Por favor, diga que você e Summer virão para conhecer todo mundo! — Antes que Demi pudesse responder, Sophie acrescentou: — Não acha que todo mundo adoraria as duas, Joe? - Ele as olhava de cima quando exclamou, com total falta de interesse, do mesmo jeito que fez no hospital quando Summer lhe perguntou se queria ouvir Demi imitar um sapo:
— Com certeza! - Bem, estava muitíssimo claro para todos o que Joe achava disso tudo, não estava? Demi podia sentir os olhos de Sophie olhar de um para o outro, claramente tentando descobrir qual era o problema... e por que ele não suportava vê-la. Em meio ao silêncio desconcertante, Sophie finalmente revelou:
— Na verdade, alguns dos meus irmãos adoram crianças. - Ah, Deus. Sophie não estava tentando bancar o cupido, estava? Mais do que horrorizada pela ideia de mais de um homem na família como Joe, ela perguntou:
— Quantos irmãos você tem?
— Seis! Mas Kevin e Nick não estão mais no páreo, e as namoradas deles — bem, noiva, no caso de Kevin — são fantásticas. Então, sobram Zach, Ryan e Smith. Estão todos livres. Pelo menos até onde eu sei. - Outra luz se apagou. Smith Jonas, o astro de cinema, era irmão de Sophie. E também Ryan Jonas, o jogador de baseball profissional. Obviamente, a família Jonas vai muito bem, obrigado. Entretanto, ver Smith em uma grande tela de cinema e Ryan no gramado nunca a fizera sentir tão arrepiada quanto o olhar zangado de Joe neste segundo, quando ele franzia o cenho por ela ter a audácia de respirar na frente dele. Sophie continuou falando enquanto Demi processava e se esforçava para conseguir respirar uma vez após a outra.
— Eles vão adorá-la. Não tenho dúvidas de que meus irmãos terminarão brigando por você. Você não concorda, Joe?
— Você está mesmo tentando juntar sua amiga com Zach e Ryan, dois dos maiores cafajestes do planeta? — Ele balançou a cabeça. — E Smith é pior ainda. Sabe Deus o que aconteceria a uma criança dentro daquele mundo revirado de astro de cinema. - Sophie desconsiderou as preocupações dele com uma mão no ar.
— Acho que todos vocês são fantásticos. E eles são cafajestes só porque ainda não encontraram a mulher certa. - Demi notou que Sophie não dissera nada a respeito de Joe ser ou não cafajeste. Ela também não havia oferecido Joe como um potencial namorado. Provavelmente porque ele já tinha uma namorada. Uma namorada a quem Demi tinha absoluta certeza que odiaria só pelo fato de ser namorada dele.
— Por favor, diga que virão, Demi. Você e Summer seriam muito bem-vindas à festa! - Na verdade, Demi não queria ter de passar mais tempo do que já tinha passado ao lado de Joe, mas o diabinho que raramente sentava-se em seu ombro de repente apareceu e a fez dizer:
— Adoraríamos ir. — Ela adorou ver a expressão do rosto de Joe se fechar ainda mais. — O que podemos levar? Tenho certeza de que Summer adoraria preparar algo especial para a festa de Natal de sua mãe. - Depois de Demi e Sophie trocarem os números dos telefones e os e-mails, Sophie prometeu lhe mandar todas as informações sobre a festa. Com o dever cumprido, e sabendo que precisaria de cada segundo até sábado para ter certeza de que estaria pronta para trancafiar todos os seus desejos e hormônios estúpidos perto de Joe na festa, ela alertou:
— Bem, acho que Summer e eu devemos ir embora e deixar todo mundo voltar ao trabalho. - Ela chamou pelo nome da filha e negou os pedidos dela para ficar “só mais um pouquinho”, pois estava tendo “o melhor dia da vida dela” passando umas horas com os bombeiros. Depois de muito tempo, Summer finalmente pegou na mão da mãe e Demi conseguiu escapar de volta para a calçada, o coração batendo ainda mais rápido agora do que de manhã, mesmo descendo a colina. Tudo isso porque tinha certeza de que veria Joe Jonas novamente.
— Você não vai tentar juntá-la com Zach ou Ryan, vai? — A ideia de um dos seus irmãos tocando em um só fio de cabelo de Demi deixava Joe furioso. A irmã deu de ombros.
 — E por que não? Ela é meiga e inteligente, não acha? - Ele não responderia a essa pergunta, pois não deixaria sua irmã saber que ele achava Demi a coisa mais linda sobre a qual ele já pusera os olhos.
— Eles vão engoli-la e depois cuspi-la. - Sophie cruzou os braços sobre o peito. 
— Ela perdeu um marido e cria uma filha sozinha. E parece estar se recuperando muito bem depois de perder tudo naquele incêndio. Acho que só essas duas coisas já provam o quanto ela é forte. — Ela deu de ombros novamente. 
— Quem sabe? Talvez ela seja o furo na armadura do Zach ou do Ryan. - Nem pensar. Não quando ela já tinha lhe penetrado a pele. Ele não a queria impregnada na pele de seus irmãos também.
— Sei o que está fazendo, Boazinha. - Normalmente, o apelido fazia jus a ela, mas não hoje. Hoje a irmãzinha dele estava claramente disposta a lhe perturbar, convidando Demi e a filha para o círculo familiar. Sophie lançou-lhe um olhar inocente, com os olhos castanhos um pouco arregalados. 
— Demi é uma amiga da faculdade. Gosto muito dela. Quero vê-la mais vezes.
— Então, convidá-la para a festa não tem nada a ver comigo? - A irmã prendeu-o com um olhar que dizia saber exatamente o que ele estava sentindo por sua velha amiga.
— Você é quem me diz, Joe. Tem alguma coisa a ver com você? - Ele arrancou o saquinho de porcaria integral da mão dela.
— Obrigado pelo café da manhã. Tenho que voltar ao trabalho. - Antes que pudesse virar e se afastar da irmã de quem ele normalmente gostava muito, pegou-a sorrindo. E sabia exatamente o que ela estava pensando. Sophie achou que ele estava começando a ficar loucamente apaixonado por Demi e sua linda filhinha.
Estava enganada.

Continua... Olá! Fico feliz que estejam gostando da fic.. Acho que vocês vão pirar na parte.. Enfim! Vou tentar escrever LSS. Beeijos! 

4 comentários:

  1. amandooooooooooooooooooooooooo a mini fic ... e outra, eu adoro o nome Summer >.< lindo e a menina é fofinha <3
    Joe ... diz logo que gosta dela pow kkk


    posta logoo

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  2. Gente para tudo que eu to surtando, ja falei que estou amando essa fic? *-*
    Ai essa Summer tão fofa e tão sapeca
    Joseh assume logo que você gosta da lindeza da Demi kkk ja tana cara isso kkk u.u
    Poste logo e também a LSS que é a minha paixão haha <3
    Bjs

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  3. Ahhh mdss ameeii
    Mds Summer fofura em pessoa *-*
    Demi ta gamadinha nele e ele nela,se casem logo
    A Sophie querendo jogar os irmaos dela pra cima da Dem e o Joe meio q com ciumes rum
    Ameei
    Posta Logo
    Xoxo

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  4. Eu apoio a Sophie ! Tá certinha ! Quero mais
    Fabíola Barboza

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