21.3.14

Capítulo 19 - MARATONA 2/5

Sentiu a cabeça latejar e tudo ficar embaçado. Por um segundo desejou não acordar... Mas tinha que ser forte e suportar tudo por ela e por Dan. Tentou se erguer, mas não conseguiu. Céus! Ele estava deitado sobre ela. Joseph, um homem daquele tamanho deitado sobre Demi. O empurrou, mas a força aplicada contra o corpo era pouca demais para que ele se quer movesse. Suspirou frustrada e terrivelmente irritada. Juntou a raiva das palavras que Joe dissera na noite passada e as que ela tinha dito para ele, o empurrou com forçar e Joe rolou para o outro lado da cama. Viu-o franzir o cenho ainda dormindo e virar-se ficando de costas para ele. Joe ainda dormia que chegara roncar. Maldito. O corpo de Demi doía e para completar Dan começara a chorar, ele deveria estar com fome ou fralda suja. Não teve tempo de ir ao banheiro. Tropeçou nos próprios pés e chocou-se com o chão terrivelmente gelado. Murmurou um palavrão com gosto e levantou-se do chão. Excelente! Estava brigada com Joe, o corpo doía, a cabeça latejava e o inverno rigoroso era uma... Respirou fundo e fechou os olhos com força, caminhou até o quarto de Dan e o chorou dele só fez piorar seu estado de espírito. Mas quando viu o rostinho do filho avermelhado e molhado de lágrimas a dor e o nervoso evaporaram. O pegou deixando-o em pé no colo e começou a zanzar com ele como se estivesse o fazendo dormir.

   - Mamãe está aqui. – A voz dela soara tão angelical. Aos poucos Dan foi se acalmando conforme Demi o zanzava. Mas as feições de irritação ainda continuavam no rostinho do pequeno. – Vamos conferir como está a situação ai embaixo. – Demi deu um leve tapinha no bumbum de Dan e ele a olhou de forma assustada. – Não chora! – Disse rapidamente quando viu Dan franzir o cenho e depois riu. O bebê ficou confuso, mas não chorou. Provavelmente achava que ela era maluca. – Você deve está com fome, não? – Demi tentava o distrair enquanto o deitava no trocador e começava a despi-lo. – Uau! – Disse ao ver a quantidade de.. ér.. cocô na fralda de Dan. – Você é um cagãozinho. – Demi gargalhou gostosamente enquanto o limpava, mas Dan deu o troco. – Eu não acredito. – Disse pausadamente enquanto ganhava uma bela “chuveirada” de Daniel. Boquiaberta, o olhou. Dan nem parecia saber o que fazia, olhava fixamente para o teto. – Dan? Bebê? – O chamou e depois de alguns segundos Dan a olhou fixamente. – Mamãe vai te dar banho. – Demi o limpou e armou a proteção do trocador, verificou a temperatura do quarto e o cobriu com a manta mais quente. 
   Não sabia quanto tempo demoraria para buscar a água no banheiro mais próximo, não poderia dar banho em Dan em outro local, o risco de uma corrente de ar o atingir era imensa. Caminhou rapidamente até o banheiro do corredor e pegou a água quentinha para que pudesse dar banho no bebê. Quando voltou para o quarto suspirou aliviada quando o viu tentando mexer as perninhas como se fosse algo novo para ele. – Pronto, agora vamos tomar banho. – Demi pegou Dan no colo e beijou a testinha dele. O levou até a banheira e o banhou com todo o cuidado do mundo. Demi ignorou as roupinhas verdes tentando não se lembrar de um certo sujeito que estava ao quarto ao lado e o vestiu com uma roupinha azul com detalhes brancos. Dan estava bem aquecido com todas as “etapas” de roupas, as luvas e a touca branca. – Se eu fosse uma mãe bem malvada não deixaria você mamar só por que fez xixi na mamãe, mas como eu te amo muito, tipo muito mesmo vou deixar você mamar o dia inteirinho se quiser. – Dan sugou-lhes o seio ferozmente. Demi acariciou o pequenino com um sorriso bobo nos lábios. Amava-o tanto, mas tanto que chegava doer. Suspirou e ficou a observa-lo. As cenas vinham em sua cabeça. “Eu te odeio” o peito doeu, sentiu-se culpada.. Aquela mesma culpa que ela sentia quando se cortava, fechou os olhos com força e espantou aqueles pensamentos e cenas que a assombrava. Dan parou de mamar e ficou a fitar a mãe. – Ei! Pode mamar, mamãe só estava pensando em algumas coisas, volte a mamar bebê. – Demi limpou as lágrimas e forçou um sorriso para o filho. Mesmo sendo um bebê recém-nascido Dan sabia de alguma maneira que ela não estava bem. Era tão ligado a ela. Demi era sua protetora e eles estavam juntos desde o começo. Sentia que ela não estava bem. 

  Ficou um bom tempo com Dan nos braços, ele já tinha golfado e estava dormindo. Mas Demi continuava com o pequenino nos braços enquanto um filme lhes passava pela cabeça. Ela tinha que se livrar daquela culpa, era uma terrível confusão interna. Pôs Dan no berço e depositou um beijo demorado na testa, como sempre, disse que o amava e foi para o quarto totalmente tensa. Não o encontrou na cama e suspirou aliviada, não queria o ver. Não agora. Precisava de um banho, estava com o moletom encharcado de xixi de bebê. Joe não estava no closet e nem no banheiro. Demi foi diretamente para o banheiro e despiu-se. Ligou o chuveiro e tomou um banho relaxante. Por um momento pensou em fazê-lo.. Iria se livrar de toda a culpa, ela tinha certeza. Mas quando olhou para os pulsos soube que aquele não era o caminho certo. Iria ter que enfrentar o problema.. Enrolou-se na toalha e quando saiu do banheiro agradeceu mentalmente por ele não estar lá. Vestiu uma calça de moletom de cor rosa choque e uma regata branca. Prendeu os cabelos em um rabo de cavalo e calçou meias coloridas e as pantufas. Estava faminta. Desceu as escadas rapidamente e correu até a cozinha. Droga! Xingou-se mentalmente. Lá estava ele, cabelos molhados, calça de moletom preta e uma camisa branca. Pensou em virar-se e voltar para o quarto e não sair de lá pelos próximos milênios, mas Joe foi mais rápido que ela.
   - Bom dia. - Disse por pura educação. Demi murmurou um bom dia entredentes e tentou agir normalmente, mas aquela tensão que existe entre eles era sufocante. - Deixei o seu chocolate quente dentro do microondas. - Joe estava sentado no banquinho do balcão e a observava discretamente.
   - Obrigado. - Sussurrou sem olha-lo. Sentou a mesa e ficou a bebericar o chocolate quente.
   - Não quer bolo de chocolate? - Perguntou tentando amenizar o clima. Demi o olhou rapidamente e disse "Não". - Temos cookies, pães, queijo e presunto. Frutas. O que você quiser. - Demi revirou os olhos mentalmente e o mandou ir para.. também mentalmente.. Caminhou até a o balcão, pegou um prato sem vontade alguma e preparou um misto.
   - Quer que eu prepare um misto para você? - Perguntou por educação. Se dependesse dela, eles estariam em um campo de batalha.
   - Não obrigado. - Joe tinha uma bela fatia de bolo de chocolate no prato que estava a enlouquecendo. Aquilo era tão estranho, geralmente o café da manhã, como qualquer outro horário de refeição daquela casa, era animado. Conversavam bastante e trocavam beijos apaixonados ou roubados. Demi comeu em silêncio e nem sabia porque ainda estava naquela cozinha com ele. Quando terminou recolheu o que tinha sujado e pôs na pia, depois ela cuidaria daquilo.
   - Como está Daniel? - Demi praticamente corria da cozinha, ou melhor, de Joe. Virou-se frustrada e o olhou. Agora percebia que ele parecia cansado. Fitou o braço nu e franziu o cenho.
   - Está bem, eu cuidei dele mais cedo. - Joe forçou um sorriso e Demi virou as costas. Não iria ficar com ele. Mas também não tinha nada para fazer. Dan estava dormindo e Oliver com certeza aprontando por algum cômodo da casa. – O que aconteceu com o seu braço? – Perguntou com certo receio.
   - Acho que Miley estava de TPM na noite passada. – Demi o olhou assustada e Joe assentiu.
   - Isso precisa de gelo. – Ela estava espantada.. Não esperava que Miley fosse tão longe. Tocou o braço direito de Joe e ele gemeu de dor. – Está doendo? – Joe assentiu franzindo o cenho em uma expressão de dor quando Demi tornou a apertar o local, era uma pequena mancha roxa, não tão pequena... – Vou colocar gelo e pegar uma pomada para massagear o local. – Dito isto, Demi saiu às pressas para ir buscar o kit médico no banheiro do quarto. Já Joe não pode deixar de sorrir.
   - Você é rápida. – Não deveria ter completo nem um minuto que Demi subira e ela já estava de volta. – Não acha que está exagerando? – Demi nada respondeu, deixou o kit em cima do balcão da cozinha e pegou a compressa de gelo no armário.
   - Está doendo? – Era tão constrangedor. Demi colocava a compressa de gelo no braço machucado, ou agredido, como preferir.. E tentava não fita-lo.
   - Não muito. - Tudo que Joe queria era beija-la da forma mais apaixonada e pedir desculpas. Ela estava tão linda. Com certo receio levou a mão até a cintura de Demi e a acariciou. Demi fitou estática e com cara de paisagem, não sabia o que fazer. Aos poucos Joe foi rodeando o corpo dela com os braços. Fitou os olhos dela, mas a mesma desviou o olhar. Então ele a beijou. No começo fora difícil, mas Demi acabou cedendo, acariciou o peito dele com as mãos e aos poucos foi o empurrando.
   - É melhor eu massagear o seu braço. – A voz dela estava falha e a respiração não ficava para trás. Joe riu quando ela deixou cair o kit médico no chão e abaixou para pegar as coisas. Demi estava tão atrapalhada. – Está pomada vai ajudar. – Ela finalmente tinha pego as coisas do chão, Joe a observava atento intimidando-a.
   - Como sabe tanto sobre pomadas? – Perguntou querendo puxar assunto.
   - Não sei nada sobre pomadas. Mas eu li a bula. – Deu de ombros enquanto massageava o braço dele. Agora quem estava com cara de paisagem era Joe. – Logo vai melhorar. – Que seja! Queria beija-la.
   - O que você vai fazer agora? – Apressou-se em perguntar antes que ela virasse as costas e o deixasse sozinho.
   - Não faço ideia. Acho que vou assistir televisão ou dormir. – Deu de ombros. Não queria muito papo com ele, mas Joe estava forçando a barra.
   - Você sabe que nós vamos ter que conversar sobre isto. – Demi fechou os olhos e respirou fundo. Estava com raiva dele e de si mesma. – Não adianta fugir. – De repente Joe ficara sério, aquilo era confuso demais.
   - Você gritou comigo. – Os olhos de Demi estava marejados. As feições mostravam o quanto decepcionada ou até mesmo assustada ela estava.
   - Você disse que me odiava. - Sustentou o olhar dela. Também estava machucado por dentro. Joe ficara traumatizado em relação a datas natalinas...
   - Por que você não tenta me entender? – Não queria chorar, não com aquele homem a fitando intensamente.
   - Por que você não tenta entender que eu não quero que você fique longe de mim e do nosso filho? – Cada um tinha seu motivo. Joe queria que Demi ficasse perto dele. Demi queria estar com ele sempre, mas também queria viver o sonho de continuar cantando e ajudando as pessoas com sua música.
   - Eu não quero ficar longe de vocês. – As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto e Joe a acolheu com um abraço apertado.
   - Tem que ter uma solução. Não quero que fiquemos mal. – Demi o abraçava com tanta força. Joe não poderia ser um adversário, ela precisava dele ao lado dela. Precisava que ele fosse seu braço direito.
   - Mas você também não quer me compreender. – Murmurou entre o choro. Parecia uma criança que acabara de quebrar o brinquedo preferido.
   - E você? Tenta me compreender? – Joe desfez o abraço e fitou os olhos dela. Aquelas questões deveriam ser resolvidas o mais rápido possível. Era uma agonia sem fim estar com a pessoa que você ama naquela situação. Ambos queriam estar juntos e não juntos e brigados.
   - Joe! É claro que eu te entendo. Você quer que eu fique aqui, mas você não entende que eu preciso ir. De qualquer forma eu iria voltar a trabalhar, mais cedo ou mais tarde iria acontecer. Você também vai voltar a trabalhar a qualquer dia. Isto é tão simples, mas nós insistimos em fazer uma tempestade em um copo d’água. – Demi atropelava as próprias palavras e gesticulava as mãos para aliviar o nervoso e não bater nele.
   - Qual é a solução Demetria? – Perguntou irritado. Mas logo se controlou, não iria gritar com ela.
   - Bem, a solução mais óbvia é você ir comigo. – Disse com certo receoso e Joe franziu o cenho.
   - Eu não sou o seu cachorrinho. – Joe levantou-se bruscamente e virou-se para dar as costas a ela.    
   - Depois eu quem sou egoísta. – O fez provar do próprio veneno. Joe estava passando de marido dos sonhos para ogro ambulante e incompreensível. Qual era o problema em tentar compreende-la? Demi com certeza iria apoia-lo se ele estivesse na mesma situação que ela, iria?

Continua.. Duas cabeças mais que duras.. Será no que isto vai dar? Obrigado garotas! Vocês são incríveis! Beijos e até o próximo capítulo, que, se tudo der certo ainda posto hoje.


8 comentários:

  1. Perfeito <3
    Uma briga de vez em quando ate q eh bom pra dar mais emoçao
    Orgulho eh foda mesmo
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  2. Omg esse capítulo foi uau. Muito prefeito, eu quero mais :))
    Fabíola Barboza

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  3. Podia colocar algo para o joe se arrepender do que disse

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  4. Capitulo perfeito!!! Joe e Demi dois cabeças duras, tadinho do Dan, ele pode ser pequeno mas deve sentir que não esta nada bem com a mãe :/
    Posta logo eu estou amando a maratona <3

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  5. Ahh ameei mds a fofo a Dem com o Dan imagino a cena dele fazendo xixi nela kkkk
    Mds mais q orgulhosos mds,esses dois gente.. Joseph principalmente,nao custava nada aff bem feito pra ele,Mileu bateu nele..
    Tadinha da Dem.. Dois cabecas duras,podendo revolver logo sem brigar.. Vou bater neles dois
    Ameei,essas brigas perfeitas
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    Xoxo

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  6. Joe muito cabeça dura, mas aposto que ele vai acabar indo com ela .

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  7. Lindaaa,to amandooo tudooo <3 <3 <3 <3 <3
    Joe e demi *-* que amor esses dois.
    Essa briga deles ,como eu disse no capítulo anterior e até ótimo para relação deles u.u
    Posta logooo
    Não demora
    Kk....beijos

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  8. Perfeição define
    Os dois são cabeças duras, mas sl acho q entendo melhor o lado do Joe... Isso é tão </3 mas também dá uma emoção a mais.

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