24.1.15

Capítulo 48 - Parte 1/2

Ah, bela Califórnia! A temperatura subira naquele dia e como sempre, Joe sofria. A roupa social era tão quente.. Quente.. Ultimamente ele sentia muito calor e estava a um passo de morrer de tesão. Deveria ser o seu tempo recorde sem ter Demi. Três meses! Não tinha nada que dava jeito, a chuveirada fria o deixava resfriado e se tocar não tinha graça alguma. Ele a queria, apenas ela. Só de pensar nas pequenas mãos femininas sobre o seu peito há uma semana, Joe deu um leve tapa naquela região se repreendendo, ele não poderia ficar excitado na gravadora no meio de tanto marmanjo.

   - Você pode me cobrir? - Perguntou entediado para Nick. Eles trabalhavam na edição de algumas músicas, mas Joe estava tão afoito para ir para casa e arrumá-la para amanhã, que ele mal prestava atenção no que eles faziam.

   - Kevin, você pode cobrir o Joe? - Perguntou ao irmão que repassava os arranjos que tinha feito com os outros rapazes.

   - Claro. - Joe revirou os olhos quando tudo ficou escuro por conta da blusa de frio que Kevin jogou sobre a sua cabeça. - Está coberto bro? - Joe livrou-se do blusão o jogando para o lado irritado com as risadas dos garotos, ele queria ir para casa!

   - Eu vou para casa. - No relógio ainda marcavam onze e meia da manhã, era o tempo suficiente para ele se trocar e partir para o escritório. - Vejo vocês amanhã na festa da Dem. - Disse pegando o casaco e as chaves do carro logo saindo da sala. Daniel e Elizabeth insistiram em organizar uma festa de boas vindas para a mãe, Joe tinha gostado da ideia, achava que Demi gostaria de ser recebida com todo o carinho que eles tinham por ela. O ruim era que ele não poderia ajudar na organização, pois trabalharia a tarde e o começo da noite. - Tchau Mark. - Despediu-se do porteiro e adentrou o carro a poucos metros dali.

O trânsito estava tranquilo, nada de carros buzinando e motoristas estressados gritando palavras desagradáveis. Para ficar melhor, Joe abaixou o vidro da janela do carro para sentir a leve brisa tocá-lo no rosto durante o seu trajeto. As pessoas pareciam ansiosas nas filas do carrinho de sorvete que tocava aquela musiquinha irritante, algumas crianças brincavam na calçada perto dos seus responsáveis e tinham jovens mães com os seus bebês no colo. Joe diminuiu a velocidade do carro para tentar espiar os bebezinhos, ele definitivamente adorava bebês e estava louco para segurar o seu nos braços. Infelizmente ele teve que voltar a atenção para o trânsito ou acabaria fazendo uma loucura. Aquele era o dia dos bebês ou o que? Joe seguiu com os olhos as mães caminharem pela calçada com os bebês e finalmente avistou uma loja enorme que certamente vendia coisas para bebês. Será que seria cedo demais para comprar um mimo para o seu pequeno? Joe pensou na possibilidade e não achou que faria mal a ninguém se ele fosse a loja por alguns minutinhos dá uma olhada nas roupinhas e todos aqueles itens de bebês até porque Demi estaria em casa no dia seguinte e eles marcariam a consulta para saber se era um menino ou uma menina alguns dias depois. Depois de estacionar o carro, ele adentrou a loja tranquilamente olhando para todos os lados encantado com aquele tanto de roupinha. A cor de rosa o fez lembrar-se da pequena Elizabeth, Demi a vestia com vestidinhos cheios de babadinhos e tiaras com lacinhos. Lizzie parecia uma boneca. E as roupinhas verdes o fez se lembrar de Dan, ele era tão fofo e risonho quando bebê, conquistava a todos quando Demi o vestia como um homenzinho.

   - Com licença, posso ajudá-lo? - As lembranças dos seus pequenos quando bebês foram perdidas quando a moça uniformizada o abordou educadamente.

   - Eu só estou olhando. - Disse oferecendo um pequeno sorriso a moça que o deixou em questão de segundos assentindo.

Joe queria comprar todas aquelas roupinhas para o seu filho, não importava se era cor-de-rosa ou azul, ele simplesmente queria levar algo para o seu bebê, então decidiu que compraria uma roupinha de cor neutra, talvez amarela ou branca. Os bebês eram tão fofos e se fosse por ele, Demi já teria engravidado do décimo filho.

   - Mamãe, mamãe, leva esse! - A voz fina do garotinho lhe chamou a atenção, o pequenino parecia ser tão esperto e ajudava a mãe a escolher uma roupinha, aliás, ele colocava tudo no carrinho e os pais riam do entusiasmo do pequeno. Joe se lembrou de quando Demi estava grávida de Elizabeth e a cada dia que se passava Daniel ficava mais eufórico para a chegada da irmã, ele sempre dava um beijinho da barriga da mãe antes de ser derrotado pelo cansaço e cair em sono.

   - Com licença. - Disse educadamente se aproximando do balcão da loja onde milhares de mulheres e os seus parceiros tiravam as suas dúvidas com as funcionárias sobre os produtos da loja. - Bom dia, a senhora sabe se essa roupinha serviria para um bebê recém-nascido? - Perguntou mostrando a senhora o macacão branco com detalhes dourados que tinha selecionado.

   - O bebê é muito pequeno ou mais avantajado? - Perguntou a senhora examinando a roupinha com os olhos.

   - Hum.. Ele ainda está na barriga da minha esposa. - Disse coçando a nuca. Será que aquela roupinha caberia no seu bebê. Joe já podia imaginá-lo ali, tão pequenino, os cabelos ralos e os olhos marrons como os da mãe.

   - Há quanto tempo a sua esposa está grávida? - Perguntou a senhora esboçando um pequeno sorriso. Geralmente muitos homens corriam daquela loja, eles sempre deixavam aquele trabalho para as mulheres grávidas e cansadas e quando as companhavam, certamente estavam emburrados.

   - Ela está de três meses. - Joe sorriu ao se lembrar da visita que tinha feito a clínica na semana passada. Ele ficara tão emocionado ao ver a barriga de Demi ganhar forma.

   - O senhor não quer esperar mais um pouco para saber se é um menino ou uma menina? - Joe balançou a cabeça negativamente. Ele tinha gostado tanto daquela roupinha.

   - Eu vou levar. - Disse esboçando um sorriso. Joe aproveitou para comprar sapatinhos também brancos e não resistiu ao ver as luvinhas. O seu bebê já tinha a primeira roupinha, junto dos sapatos e as luvinhas. Se Demi concordasse, aquela seria a primeira roupinha que o bebê vestiria. Joe sorriu bobo ao pensar que ela estaria de volta no dia seguinte enquanto adentrava o carro.

...


  - Impresso! - Gritou a menina de um lado.

   - Tinta! - Gritou o garoto do outro lado. - É óbvio que ela vai gostar mais da tinta! - Tornou a gritar Daniel. A casa estava uma completa bagunça. As almofadas das poltronas estavam fora do lugar, na sala onde tinha a escada central que levava ao segundo andar, vários papeis com letras impressas e outras à tinta dominavam o chão do local.

   - Elizabeth! - A voz masculina gritou do quarto e Daniel sorriu como quem ganha uma guerra. Não tinha muito tempo que o pai chegara apressado, pois estava atrasado para o trabalho.

   - É melhor você ficar quieto garoto. - Ameaçou a menina com o taco de beisebol de Joe. - Se não eu vou quebrar os seus dentes seu babaca. - Gritou ao ver aquele sorriso irritante do irmão.

   - Elizabeth! - Joe tornou a gritar, mas dessa vez ele descia a escada com um monte de paletós embolados que lhe bloqueava a visão. Deus! Ele quase caiu no primeiro degrau de subida que também era o último de descida. - Elizab.. - Antes que Joe pudesse completar o nome da filha furiosamente, uma folha traiçoeira carregada de tinta foi onde ele pisou e tudo virou bagunça. Santo Deus! Voou paletó com manchas brancas e cor-de-rosa pelos quatro ventos! Lizzie insistira para lavar os paletós dele, Joe os levaria para tinturaria onde eles lavariam e passariam, mas a menina tinha feito uma carinha tão fofa insistindo para cuidar das roupas dele, que ele acabou entregando os pontos. 

   - Viu só o que o seu armengo fez? - Lizzie cerrou os olhos ao olhar para o irmão e correu para ajudar o pai a se levantar. Eles brigavam porque estavam tentando organizar um painel para dar as boas vindas a mãe. Daniel insistia que se eles mesmos fizessem o painel com tinta Demi ficaria impressionada, e Elizabeth sabia que não tinha apenas o painel a ser feito e insistia que se imprimissem ou comprassem o painel pronto ficaria mais organizado e economizaria tempo.

   - Os meus paletós Elizabeth! - Disse Joe tentado se levantar. - O que você fez com os meus paletós? - Havia dez paletós manchados, os dez paletós preferidos de Joe.

   - Ela estava na lavanderia se agarrando com o Eric, eu a peguei no flagra e ela deixou o vidro de água sanitária cair dentro da maquina de lavar. - Lizzie lançou um olhar assassino para o irmão e alcançou o taco de beisebol. 

   - Babaca! Eu mandei você ficar quieto. - Daniel mostrou língua, mas logo arregalou os olhos ao ver a irmã posicionar-se para acertá-lo em cheio.

   - Daniel e Elizabeth! - Ai meu Deus! Aquela voz era familiar.. Um tanto doce e brava demais.. Dan conhecia aquele tom.. era o mesmo quando a mãe dizia que ele estava de castigo e que ficaria sem mesada. - Quarto agora! - Joe arregalou os olhos enquanto se levantava.

  - Mas.. - Elizabeth tentou protestar, mas o olhar feio da mãe dizia que era melhor ela ficar quieta.

   - Quarto agora, os dois. - Demi tinha uma mão na cintura e outra apontava para a escada. Que furação tinha passado naquela casa? Tudo estava terrivelmente bagunçado e desajeitado, e aquele tanto de folha no chão? Era o que dava quando as crianças ficavam no comando de Joe. Ele nunca os reclamava e tudo era sim. Com muita relutância Elizabeth subiu a escada tentada a abraçar a mãe e conversar com o bebê, mas preferiu não o fazer.. Já Daniel encarou a mãe por alguns segundos e subiu correndo para o quarto. - O que aconteceu nessa casa? - Perguntou irritada. Será que ela tinha errado o endereço ou o que?

   - Nós iríamos arrumar. - Joe coçou a nuca completamente sem graça. Demi o intimidava com aquele olhar cerrado a espera de uma explicação convincente, mas ela não veio, pois Joe não conseguia formular qualquer que fosse o pensamento. Ela estava tão linda com aquele vestido branco estampado com pequeninas flores cor de caramelo. O vestido como sempre batia um pouco acima dos joelhos de Demi, era soltinho e um pouco rodado. Demi calçava botas rasteiras de cano baixo e tinha uma pequena bolsa de franja também cor de caramelo pendurada no ombro direito. E o melhor: ela estava rodeada de malas. - Você voltou para casa? - Perguntou sem conseguir não sorrir.

   - Voltei. - Demi percebeu o jeito que ele a olhava e corou envergonhada. - O que aconteceu com os seus paletós? - Perguntou aterrorizada ao vê-los em todos os cantos e o pior: manchados! Por Deus! Eles custavam uma fortuna e provavelmente iriam para a lata do lixo.

   - Elizabeth. - Choramingou Joe pegando peça por peça.

   - Por que a sua calça está manchada de verde? - Joe arregalou os olhos ao olhar para baixo e encontrar a região dos joelhos suja de verde e laranja.

   - Daniel. - Murmurou frustrado.

   - Você não deveria estar trabalhando? - Demi fez careta enquanto recolhia folha por folha as deixando onde ninguém poderia se manchar de tinta.

   - Sim, mas eu preciso de um paletó e agora uma calça. - O latido de Buffy fez Demi sorrir de orelha a orelha. Ele correu até ela e pulou tanto alegre por vê-la.

   - Calmo rapaz. - Demi agachou-se para abraçá-lo, mas Buffy quase a derrubou de tão eufórico que ele estava, os olhos brilhavam e o rabinho parecia uma hélice em movimento. - Mamãe sentiu saudades de você. - Demi correu as mãos nos pelos brancos e o abraçou apertado recebendo várias lambidas no braço e por um pouco Buffy não lambeu todo o seu batom. - Quero o meu abraço. - Joe sorriu ao vê-la brincar com Buffy, ultimamente ele estava tão preocupado com o mascote da família, Buffy não queria comer e brincar com os filhotes, apenas ficava deitado num canto isolado de todos. - Que menino mais manhoso. - A essa altura do campeonato Buffy já estava deitado de costas para o chão pedindo carinho na barriga, ele chegou a fechar os olhos conforme sentia os dedos de Demi enroscarem em seus pelos.

   - Eu estava com medo dele ficar doente. - Comentou Joe se aproximando. - Ele não queria comer e não tinha ninguém que o fazia querer brincar, nem os filhotes. - Demi arregalou os olhos e olhou para os lados um tanto apavorada.

   - Eles ainda estão aqui? - Perguntou se levantando para a tristeza de Buffy.

   - Estão. - Joe franziu o cenho ao olhá-la em estado de alertada. - Dá última vez que eu os vi hoje, eles estavam brincando no jardim. - Sim, no jardim brincando com os ursinhos de pelúcia que pegaram no quarto de Elizabeth. 

   - Oh. - Foi tudo que Demi disse.

   - Dem, eu tenho que procurar uma roupa para ir trabalhar, você quer que eu leve as suas malas para o quarto agora? - Levar as malas para o quarto! Ai meu Deus! Joe estava quase pulando de tanta felicidade, ela estava de volta! Demi assentiu e o ajudou com as malas mais leves. Mesmo que a casa estivesse revirada, era tão bom estar nela, Demi subiu degrau por degrau da escada logo atrás de Joe com um pequeno sorriso nos lábios. - Não repara a bagunça. - Os dois acabaram rindo quando Joe fez suspense ao abrir a porta do quarto. Bem, o quarto não estava "bagunçado", apenas a cama estava desarrumada. Demi sorriu ao olhar tudo minuciosamente, aquele era o espaço deles, apenas deles. A cama macia e espaçosa, o criado-mudo onde eles guardavam os objetos que os auxiliavam no dia-a-dia, a poltrona perto da porta da varanda, e as respectivas portas que davam acesso ao closet e ao banheiro.

   - Não está tão bagunçado. - Disse se sentando a cama. Finalmente ela dormiria em paz naquela cama ao lado dele.. 
   
   - É porque as crianças não ficam aqui. - Disse do closet e Demi riu caminhando até lá.

   - Está atrasado? - Perguntou ao vê-lo indeciso entre duas calças sociais e os paletós.

   - Estou, acabei perdendo a noção da hora. - Ele tinha ficado tempo demais na loja de roupinhas e tudo que fosse possível para bebês.

   - Deixe-me ajudá-lo. - Em questão de segundos ela resolveu a indecisão das roupas escolhendo o terno azul marinho e enquanto ele se trocava a deixando sem fôlego ao ver aquele traseiro durinho, Demi escolhia qual gravata ele usaria. - Hum.. Que tal mudar de camisa? - Disse ao pensar no tom sobre tom. A maioria dos homens sempre ficava insegura na hora de se arrumar selecionando apenas a velha camisa branca de botões junto a gravata preta. Demi quebrou aquele tabu escolhendo a camisa azul claro e a gravata da cor semelhante a do paletó.

   - Sentiu algum enjoo no decorrer da semana? - Ela tentou não olhar para aqueles olhos que a fitavam intensamente enquanto o ajudava a vestir a camisa e logo abotoava botão por botão tendo que controlar a respiração e as suas mãos para que estas não tocassem a pele morena e bonita de Joe como ela realmente queria.

   - Diríamos que metade das pessoas da clínica não estava usando os seus perfumes favoritos por minha culpa, eu até vomitei no sapato do meu fisioterapeuta porque o cheiro do perfume dele estava me deixando zonza e muito enjoada. - O receio veio logo depois que concluíra a frase. Onde ela estava com a cabeça? O marido era completamente ciumento e a essa altura do campeonato Demi pensara que Joe iria interrogá-la a respeito do pobre moço. Mas ele não fez, ela o olhou rapidamente e o encontrou com um pequeno sorriso no rosto a olhando. - Está tudo bem? - Perguntou estranhando toda aquela situação, Joseph não era de fazer rodeios.

   - Claro que está. - Assegurou gostando de sentir os dedos dela roçarem os seus fios de cabelo da nuca ao passar a gravata por seu pescoço. - Acho que eu ficaria muito feliz se você vomitasse nos meus sapatos. - O sorriso traçou os lábios dela e ele não resistiu sorrindo também. - Obrigado por voltar para casa, você não faz ideia de como eu estou feliz. - Feliz era uma palavra com o significado, por incrível que pareça pequeno demais para descrever como Joe se sentia. Ele estava simplesmente radiante, a ponto de dançar sem mesmo ter música, queria saltitar pela casa e gritar para todo o mundo que Demi estava de volta na casa deles.

   - Eu também estou muito feliz de estar em casa. - Dessa vez foi inevitável não olhar para os olhos dele. E claro que ela corou, e como corou segurando o paletó prestes a rasgar o pano por conta do nervoso. A cada segundo ele se aproximava mais a cercando com aquele calor fascinante masculino. As mãos roçaram a silhueta na região da cintura a puxando mais para ele. Então o calor dele a envolveu, a embriagou e quase a matou do coração quando ele curvou-se para alcançar os lábios dela tão lentamente sem deixar de olhar para os olhos dela com tanta paixão. Demi se preparou psicologicamente para receber os lábios dele nos seus fechando os olhos e respirando fundo. Daí ela sentiu a respiração dele se misturando a dela e a ilusão de sentir a barba roçar a pele macia e delicada do rosto veio quando ele estava quase com os lábios sobre os dela. As mãos espalmaram o peito masculino sobre a camisa que acabara de vesti-lo e então quando os lábios dele finalmente tocariam os dela, santo Deus! O susto foi tão grande que Demi pensou que perderia o seu bebê. A porta do closet fechou-se com tudo fazendo um barulho horripilante.

   - Você está bem? - Joe perguntou preocupado ao vê-la tão pálida quanto às paredes daquele closet.

   - Estou. Só foi um susto. - Disse tentando se acalmar e acalmar a ele. - Está tudo bem, não precisa ficar nervoso. - Ele estava tão aflito e Demi quase o abraçou. - Vem, vamos vestir o paletó, nós não queremos que você tenha problemas no trabalho. - Mesmo com muito receio, Joe se aproximou a analisando minuciosamente completamente preocupado enquanto ela o vestia com o paletó.

   - Dem, você está bem? - Demi sorriu para ele, mas não foi apenas um sorriso, foi o sorriso mais lindo que só funcionava com ele.

   - Eu estou bem am.. querido. - Demi mordeu o lábio inferior ao fitá-lo com aquela carinha de cachorrinho e o abraçou ternamente.

   - Me acompanha? - Os dedos enlaçaram aos dele assim que ele lhe ofereceu a mão. Eram tantos sorrisos bobos e olhares apaixonados enquanto caminhavam para a garagem. - Não quero que você suba e desça escada toda hora, não ouse em arrumar essa bagunça Demetria, eu e as crianças já tínhamos combinado de arrumar tudo, apenas descanse ok? - Joe a conhecia muito bem para saber que Demi já estava se coçando para colocar tudo em ordem, mas era serviço demais e ela estava grávida e tudo que o médico tinha recomendado era repouso.

   - Não seja tão mandão, eu posso arrumar uma coisa ou outra. - Joe a olhou desconfiado, e Demi riu balançando a mão junta à dele. - Tenha um bom dia. - Demi o olhou louca para beijá-lo, mas estava tão envergonhada com o que tinha acontecido no closet que preferiu não tentar.

   - Descanse querida. - O abraço a começo foi desajeitado, mas logo eles estavam acomodados um ao outro. - Você vai ficar bem com as crianças? - Demi assentiu. Ela pretendia conversar com eles e se desculpar por tudo que tinha acontecido. - Até mais tarde. - Joe agachou-se para beijar a barriga tantas vezes que Demi até riu ao sentir cócegas e logo ele estava partindo depois de dar um beijinho demorado na bochecha dela.

Que Deus lhe desse força.. Estava na hora de conversar com eles.. Demi estava tão nervosa e com medo de ser rejeitada por conta das besteiras que tinha feito no passado, só esperava que fosse perdoada e que Daniel e Elizabeth voltassem a agir com ela da forma carinhosa que eles sempre agiram. Agoniada, Demi mudou a ordem dos enfeites no hall da casa revirando os olhos. Ninguém ali entendia de decoração? Estava tudo tão errado, começando pela sala, onde Demi quase teve um infarto ao ver os tantos pacotes de salgadinhos esparramados pelo centro e a tevê ligada. Ai meu Deus! Ela mataria alguém, oh sim, mataria. O que diabos tinha acontecido com o tapete branco? Ele estava tão diferente da cor de origem.. Estava preto! E cheirava a xixi de cachorro.. Não enjoe.. Demi resolveu sair da sala o mais rápido possível antes que vomitasse sobre o tapete, então ela subiu a escada e deparou-se com o dilema. Do lado oposto a porta do seu quarto estava à porta do quarto de Daniel a poucos metros da sua.. Já no final do corredor estava a porta do quarto de Elizabeth. Ambas as portas estavam fechadas.. Em qual quarto ela entraria primeiro? O arrepio percorreu todo o corpo e Demi pôs-se a caminhar. Qual situação tinha sido pior? Hum.. as duas.. Os seus pés a guiaram para o final do corredor.. A respiração estava tão pesada e as mãos chegavam a tremer. Uma batida à porta e logo a mesma foi aberta como se Elizabeth estivesse esperando por aquilo.

   - Oi. - Disse sem graça para a menina.

   - Oi. - Respondeu Elizabeth prontamente a olhando.

   - Posso entrar? - Perguntou com receio e aos poucos a menina abriu a porta e deu passagem para a mãe. O quarto de Lizzie estava no mesmo estado de sempre. Não muito bagunçado, mas não completamente arrumado. - Posso me sentar? - Tornou a perguntar com receio e Lizzie assentiu sem olhá-la. Demi se acomodou na poltrona macia e cor-de-rosa colocando o violão que antes estava na poltrona em seu colo com a boca virada para baixo. - Então.. - Murmurou quando o silêncio constrangedor preencheu o quarto. - Nós podemos conversar? - Elizabeth assentiu deitando-se a cama agarrando um bichinho de pelúcia sem olhá-la. Tudo bem.. Seria mais difícil do que ela tinha pensado. - Olha, eu sei que.. que fui uma idiota com você, eu não deveria ter dito aquelas coisas.. eu me arrependo tanto de tudo que fiz para estragar a nossa família.. eu não estava pensando, só estava agindo como uma pessoa descontrolada e compulsiva. Eu não deveria ter ingerido uma gota de álcool sequer, mas eu o fiz.. E peço desculpas por te fazer sofrer tanto, por mentir e todos os meus atos errados. - Demi pôs-se cabisbaixo sentindo o coração bater mais rápido por conta da ansiedade de ouvir a resposta de Elizabeth. Ela so queria ser perdoada e ter uma nova chance para fazê-la feliz.

   - Por você estava bebendo? - Perguntou a menina num sussurro baixo.

   - Eu tinha acabado de brigar com o seu pai.. depois eu briguei com o seu irmão e doeu tanto fazer coisas e escutar palavras que eu jamais pensei que escutaria. Estava doendo muito, eu não sabia como lidar com a dor e então a única solução que encontrei foi ficar fora de mim, não lembrar das coisas, apenas esquecer que doía.. E no começo deu certo, mas o vício foi aumentando porque parecia que a cada dia que se passava doía mais, então eu tinha que beber o dobro que eu tinha bebido no dia anterior para aguentar. - Lizzie estava com os olhos arregalados, jamais pensou que a resposta fosse tão completa.. Beber para passar a dor parecia ser a coisa mais estúpida a ser feita aos olhos de Lizzie, mas no fundo ela batalhava contra uma Elizabeth magoada para tentar entender os motivos da mãe. - Eu só estava com medo, e quando nós estamos com medo fazemos tudo, menos o certo. Eu amo vocês com a minha vida, eu não quero brigar com ninguém, só quero uma segunda chance para consertar as coisas. Elizabeth, eu sei que te magoei muito, e espero que um dia você possa me perdoar por ser tão boba e fraca. - Demi repousou o violão na poltrona assim que se levantou para sair do quarto, Lizzie mal a olhava, apenas chorava baixinho.

   - Mãe.. - A pequena mão tocou o ombro de Demi fazendo com que o coração dessa disparasse. Lizzie a abraçou com todo o carinho e amor que sentia por aquela mulher. - Eu te amo muito. - Demi limpou as lágrimas compulsivas que rolavam pelo rosto de Lizzie e a aninhou no peito como sempre fazia quando ela era apenas um bebê.

   - A mamãe também te ama muito. - Disse beijando a testa da menina. - Muito e muito meu bebê. - Lizzie não deixava que as lágrimas impedissem o seu sorriso, ela tinha contado os dias, as horas e os minutos para abraçá-la. - Você perdoa a mamãe por ser tão idiota? - Perguntou a olhando nos olhos e Lizzie assentiu prontamente sorrindo.

   - Como ele está? - Perguntou curiosa acariciando a barriga da mãe.

   - Está me matando de fome. - Demi levou a mão a da menina sorrindo. - Você também me matava de fome. - Não era à toa que Elizabeth era comilona, aliás, tanto Daniel e Elizabeth adoravam passear pela cozinha nas madrugadas.. ou melhor, o dia inteirinho.

   - A senh.. você quer que eu prepare alguma coisa para comer? - Lizzie parecia tão radiante por conta daquele bebezinho, em nem um minuto sequer ela tinha deixado de acariciar a barriga da mãe e sorrir.

   - Acho que eu comi muita goiabada com creme de leite na casa da sua avó, depois teve aquele tanto de biscoito e torrada. - Era comida demais, sem contar as tantas fatias de bolo que ela já tinha comido naquele dia. Baunilha, milho, chocolate, abacaxi, morango..

   - A vovó Dê disse que prepararia canjica para você. - Demi arregalou os olhos em pavor. Não! Ela definitivamente odiava canjica. Denise praticamente a obrigava comer toda a canjica que preparava com o incentivo de Joe, pois a ajudaria produzir leite para quando o bebê nascesse ele não passasse apuros. - Não gosta de canjica? - Perguntou a menina inocentemente.

   - Não. - Disse emburrada e Lizzie riu a abraçando. - Como está o Eric? - Perguntou ao se lembrar do rapaz. Quando Eric a visitou no hospital, Demi o abraçou com tanta força. Graças a ele e Elizabeth, ela ainda estava viva.

   - Está bem. - O comportamento de Lizzie mudava quando o nome do rapaz era citado. Os olhos brilhavam e um leve rosado assumia a cor das bochechas da menina. - Ele vai para a faculdade mãe. - Murmurou manhosa e Demi sentiu o coração partir. Eric e Lizzie eram tão unidos, sempre estavam juntos e nada parecia abalá-los. - Ele quer construir casas e essas coisas gigantes, quer ser engenheiro civil. - Demi a abraçou com força procurando as palavras certas para consolar a filha.

   - Ele está pensando no futuro. Daqui alguns anos você também vai para a faculdade e vocês dois vão conseguir se formar, casar e ter muitos bebês. - Demi fez careta ao pensar em Elizabeth fora da sua zona de proteção.

   - Eu acho que eu quero ter só um bebê, eu ainda não sei. - Disse distraída fazendo a mãe rir. Lizzie era apenas uma menina que completaria quinze anos daqui a alguns meses. Estava cedo demais para pensar em casamento e bebês.

   - Tudo bem, nada de bebês por agora mocinha. - Elizabeth apontou para a barriga de Demi a fazendo corar. Às vezes as pessoas a olhava com aquela cara de "eu sei que você fez sexo", e Demi sempre ficava sem jeito e envergonhada. - Você acha que.. hum.. você acha que eu devo falar com o Dan agora? - A careta de Elizabeth dizia que não, que ela não deveria falar com o filho naquele momento. Será que Daniel estava muito magoado?

   - Não, fica aqui comigo. - Murmurou manhosa e Demi riu se sentindo completamente aliviada por ser apenas uma brincadeira da menina. - Eu não quero ter que dividir você com aquele bundão. - Daniel e Elizabeth tinham os seus tempos de paz e os tempos de briga. Nos tempos de paz ambos se ajudavam, eles sempre estavam brincando juntos e compartilhando tudo... Já nos tempos de briga tudo era discussão e muitos insultos.

   - Eu preciso falar com ele. - Murmurou Demi fazendo biquinho para Lizzie.

   - Tudo bem! Aproveita e dá umas boas broncas naquele garoto, mãe, ele está tão idiota, mais idiota que o normal. - Daniel a perturbava porque ele adorava ver Lizzie toda irritadinha, era o seu passatempo preferido.

   - Elizabeth, não fale assim do seu irmão, ele é um bom garoto. - Defendeu, pois sabia que se Dan estava perturbando Lizzie era porque alguma coisa ela tinha feito. - Eu vou falar com ele, mais tarde eu venho aqui, por enquanto à senhorita pode ir arrumando essa zona do seu quarto. - Elizabeth fez cara feia e choramingou jogando-se na cama. Porque tudo para a mãe sempre estava bagunçado ou errado? Enquanto Lizzie se lamentava, Demi caminhava com o coração na mão por aquele corredor. Será que ela conseguira o perdão do filho? Era tão delicada aquela situação. O tempo todo Demi só quis protegê-lo da melhor forma possível, não queria que Dan se machucasse, mas tinha se expressado da forma errada. A porta não abriu-se tão prontamente como a do quarto de Lizzie, primeiro Demi bateu à porta e esperou.. nada.. bateu novamente e como da primeira vez, a resposta não veio.. Tudo bem, Demi bateu à porta pela última vez e quando o tempo passou e nada da porta se abrir, ela virou as costas e quando estava a poucos centímetros do quarto, o barulho da porta sendo destrancada e logo sendo aberta a deixou com o coração prestes a pular para fora da boca. Ele não estava na porta.. Demi deu um passo em direção ao quarto e logo mais um e outro até que estava dentro desse.

   - Daniel? - Chamou. Ela estava tão nervosa que o nome do garoto nunca tinha soado com tanto sotaque texano. Ele não estava na cama desarrumada e nem na poltrona. Demi olhou para o lado e o encontrou saindo do banheiro. Os cabelos ainda estavam úmidos e aquela barba o deixava uma gracinha. Oh não, ele era o bebê dela. Tão pequeno e sorridente! Demi lutou para não chorar, apenas o olhou de cima a baixo sentindo-se velha, o seu menino estava enorme. Como quebraria aquele clima tenso? Ela não sabia como começar ou até mesmo se poderia começar a se explicar.

   - O que foi? Você quer que eu te ajude em alguma coisa? - Perguntou o garoto também nervoso. - Porque você está grávida, e grávida não pode pegar peso e essas coisas, você sabe como é. - No final das contas ambos estavam olhando para todos os lados, menos um para o outro até que Demi tomou coragem.

   - Nós podemos conversar? - Finalmente perguntou sentindo todo o frio dos polos da terra invadirem-na cruelmente.

   - Pensei que já estivéssemos conversando. - Daniel virou as costas para caminhar para o closet a deixando sozinha. Resistência não era nada bom..

   - Conversar sobre outra coisa. - Disse sorrindo amarelo ao vê-lo voltar do closet vestido com uma camisa branca. Como a resposta não veio e nem Dan a olhava, apenas estava cabisbaixo, Demi resolveu começar. - Eu.. Daniel, eu peço desculpas por tudo que fiz. Não quero ter que te ignorar ou fingir que nada aconteceu, eu fui estúpida com você, aliás, não só com você.. Com a nossa família. - Daniel ergueu a cabeça para olhá-la e Demi tremeu ao fitar os olhos verdes do filho. - Sabe, eu sempre agi dessa forma com você porque eu tenho muito medo de te perder. Você é o meu bebezinho, meu menino que eu amo tanto. - Dessa vez foi Demi quem desviou os olhos do garoto para olhar para baixo. - Eu tenho tanto medo de você sair de casa e me esquecer. - Confessou num sussurro. - Eu sei que fui egoísta e prepotente, mas proibir o seu namoro foi a única coisa que eu pude fazer para te proteger, para me proteger. - Daniel cerrou os olhos e cruzou os braços.

   - Sabe o que eu não entendo e acho que nunca vou entender? Você sempre fez a maior propaganda da Jenny para mim, dizia que nós éramos perfeitos juntos, e quando eu a pedi em namoro pensei que você fosse ficar feliz, mas tudo que você fez foi gritar e me tratar como se eu fosse um garotinho de quatro anos! - Demi arregalou os olhos e logo eles estavam marejados. Não era hora para ela ter uma crise hormonal.

   - Você pode me escutar? - Perguntou calmamente e depois de Daniel ofegar, ele assentiu se sentando a poltrona e ela a cama de frente a ele. - Eu sempre gostei da Jenny, ela era a garota perfeita para você.. mas no dia que eu briguei com o seu pai, eu fui buscar a sua irmã na escola e quando nós estávamos no carro, a Jenny e a mãe dela estavam na escola.. A Sra. Short, certo? - Daniel afirmou sem entender onde a mãe queria chegar. - Você se lembra do meu discurso para as pessoas com transtornos alimentares e problemas mentais? - Daniel congelou ao se lembrar do caos que tinha sido aquele evento, as fotos vazadas e depois as tantas brigas que praticamente destruíram a família. - A Alex as vazou. Não pense que eu estou inventado, naquele dia o seu pai me tirou do palco e eu estava tão nervosa que ele me levou para o banheiro para que eu pudesse limpar a bagunça que era a minha maquiagem e me acalmar. Como eu tinha chorado muito, pedi ao seu pai um copo com água e assim que ele saiu para buscá-lo, a Alex apareceu do nada e confessou o que tinha feito. Ela vazou as fotos no evento e as fotos da internet. Bem, nós nos conhecemos desde a época que eu ainda trabalhava na Disney, deveria ter os meus dezessete quase dezoito anos.. Foi com ela que eu aprendi a fumar cigarro.. logo veio as drogas e nós acabamos discutindo porque ela tinha contado para o seu pai que eu tinha hum.. ficado com um amigo nosso. Eu a soquei numa festa.. Eu estava no meu limite, não me aguentava mais então decidi que o melhor para mim mesma era estar numa clínica internada, eu estava doente.. Graças a Deus eu consegui dar a volta por cima, fiquei três meses internada e quando sai, eu era uma nova pessoa, não existia mais aquele lado negro que me aprisionava e repreendia, alguns meses depois o seu pai me pediu em casamento e eu aceitei. - Demi arriscou olhá-lo e encontrou o garoto completamente pensativo. - Nós nos casamos e eu descobri que estava grávida alguns meses depois, foi um caos. O seu pai estava chateado porque a nossa lua de mel foi interrompida por causa da minha carreira, e quando eu voltei para casa, contei a ele que nós seriamos pais. - Demi sorriu com a lembrança. Ela tinha sido a mulher mais feliz do mundo quando soube que teria o seu bebê. - Alguns meses e você nasceu para me deixar doida, eu tinha acabado de completar os meus vinte anos e não sabia como cuidar de um bebê. - Daniel esboçou um sorriso e Demi o retribuiu. - Mas nada que o tempo resolvesse, eu estava tão encantada com o meu garotinho, você me surpreendia a cada dia que se passava com as suas bagunças e quando você disse a sua primeira palavrinha. Oh meu amor, eu fiquei tão feliz ao escutar a sua vozinha fina me chamar. Nós sempre fomos tão companheiros, você ficava comigo e me fazia à mulher mais segura do mundo quando o seu pai estava viajando para Nova York para conseguir cuidar da nossa família. Você me defendeu, cuidou da Beth quando ela ainda era um bebê. Por isso que eu tenho ciúme, entende? Eu não quero perder o meu garotinho, eu não quero que ninguém nesse mundo ouse em te machucar. Você tem uma mãe muito maluca, eu vou mover céus e terras para te proteger. E quando eu descobri que a Jenny era filha da Alex, fiquei com medo do que ela poderia fazer para te machucar. A única solução era te afastar da menina, mas você estava tão apaixonado e a culpa era toda minha! Então eu fiz a besteira de proibir o seu namoro, foi o melhor que eu pude fazer. Só assim você estaria seguro. - Daniel respirou fundo jogando a cabeça para trás. Diabos! Ela só estava pensando no bem dele o tempo todo! A culpa quase o matou. - Fui irracional, eu sei. Mas eu não sabia onde estava pisando, não sabia se a Jenny realmente gostava de você ou se estava sendo manipulada pela mãe, porque se a Alex te machucasse eu faria uma loucura. - O que ele diria a ela? Pedir desculpa não amenizaria a sua culpa.

   - Eu não sei o que dizer. - Murmurou adentrando os dedos nos cabelos.

   - Como você se sente? - Perguntou Demi levando as mãos aos joelhos do filho.

   - Como um idiota? - Tornou a murmurou um tanto impaciente. - Que tipo de filho diz que odeia a mãe? Eu te chamei de louca! Que Deus tenha piedade de mim. - Demi respirou fundo calmamente fechando os olhos. - Eu só pensei na minha dor enquanto você e o papai estavam em crise, como eu não pensei que você também estava sofrendo? Que idiota! Estava tão óbvio.. depois teve o coma para acabar comigo porque a culpa foi minha! - Abrindo os olhos, Demi cravou as unhas nas coxas do menino apenas para chamar a atenção dele.

   - Vem cá. - Chamou quando Dan a olhou confuso. - Sente-se aqui meu amor. - Pediu carinhosamente apontando para o seu lado e assim que Daniel o fez, ela enlaçou os dedos aos dele. - Você me perdoa? - Perguntou o olhando nos olhos e Dan arregalou os dele. Porque ela estava pedindo desculpas?

   - Sou eu quem tem que pedir desculpas. Você me perdoa? - O abraço finalmente aconteceu. Firme e forte. Então os pedidos de desculpas encheram o quarto. "Você me desculpa por ser uma mãe maluca?"; "Você me desculpa por ser um filho maluco?"; "Você me desculpa por ter sido grossa com você?"; "Você me desculpa por ser grosso com você?"; "Você me desculpa por fazer muita besteira?"; "Só se você me desculpar por sem querer quebrar o seu vaso de cristal".

   - Daniel! - Demi a olhou feio. O vaso de cristal não! Tinha sido um dos presentes de casamento que ela ganhara de Joe. - Você não quebrou o meu vaso de cristal, quebrou? - Dan a olhou daquela mesma forma que ele a olhava quando era pequeno e comprimiu a boca em uma linha.

   - Desculpa? - O garoto deu de ombros e Demi revirou os olhos.

   - Desculpado. - Murmurou emburrada e o garoto riu a abraçando de lado.

   - Eu senti a sua falta. - Confessou a beijando na bochecha. - Como está o bebê? - Perguntou acariciando a barriga da mãe.

   - Está me matando de fome. - Aquela deveria ser a décima vez que ela dizia aquela mesma frase, mas fazer o que? Era o que o seu pequenino estava fazendo.

   - Falar em fome.. humm.. eu estou faminto. - Murmurou o garoto.

   - Vamos chamar a sua irmã? Daí nós podemos preparar um pequeno lanche e depois vocês me ajudam com o almoço e a casa bagunçada. - Dan fez careta quando Demi falou de Lizzie, mas logo estava de pé quando a mãe citou o lanche e o almoço.

   - Você vai bater na Lizzie? Ela manchou os paletós do papai quando deixou o vidro da água sanitária cair dentro da maquina de lavar. - Ela tinha chegado à hora da discussão e livrou Daniel de Lizzie com o taco de beisebol.. A menina faria um estrago!

   - Não, mas o seu pai está chateado. Eram os paletós preferidos dele. - Demi bateu à porta do quarto de Lizzie e segundos depois a menina abriu a porta sorrindo para a mãe e revirando os olhos para o irmão.

   - Fofoqueiro. - A troca de olhares cerrados durou pouco, pois Demi os repreendeu com uma bronca.

   - Ninguém manda você fazer o que não deve no lugar que não deve. - Insinuou Daniel fazendo Lizzie beliscá-lo. Demi passou Daniel para o lado esquerdo e Lizzie para o direito, só assim eles não poderiam brigar com ela no meio..

   - Vocês tomaram café da manhã? - Perguntou e revirou os olhos quando Dan disse que Lizzie tinha feito a pior refeição que ele já tinha provado em toda a sua vida para o café da manhã. - Eu vou preparar algo rápido para vocês e depois nós vamos adiantar o almoço e arrumar a casa. - Houve suspiros frustrados, mas nenhuma reclamação. Um degrau de vez e com muito cuidado Demi desceu a escada não se sentindo tão cansada como sempre acontecia, ela ignorou a bagunça da tinta e eles caminharam em silêncio para a cozinha. - Oh meu Deus! - O que tinha acontecido ali? Demi tinha a mão sobre a boca e os olhos tão arregalados. Ela iria fugir! Estava tudo revirado, e lá estavam os autores da bagunça. Peludos e muito maiores que ela lembrava. Os filhotes de Buffy!

Continua.. Agora a Demi vai correr! Ela tinha pavor dos filhotes quando eles eram pequenos, imagina agora que eles estão um pouco maiores. Espero que vocês gostem desse capítulo, eu tive que dividi-lo porque ficaria muito grande se eu fosse postar tudo de uma vez, sem contar que demora muito para escrever. Um abraço e obrigada pelos comentários e mais uma vez, obrigada Leka!! 

9 comentários:

  1. Ahhhhhhh que capítulo lindo.
    Quase chorei de rir na hora que Joseph caiu ksdijsokdsjdkskds
    A relação de Demi com as crianças é tão fofa, finalmente eles se resolveram.
    Só falta um tal certo hot ai pra eu ficar extremamente feliz kkkkdsjdks
    Continua logo, antes que meu forninho caia.
    Beijos!

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  2. CA-RA-LHO pq tu faz isso Amanda? eu estou destruida jzsjhajs porra, ta mto bom mesmoo. Posta logoo

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  3. Kkkkk...Vish os cachorrinhos aprontaram em kkkk coitada da demi 😂😂😂😂😂😂😂
    Joe comprando roupinha para o bebê que lindo😂❤️❤️
    Super ansiosa para saber mais
    Posta logo viu
    Esta tudo lindo
    Beijos diva

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  4. Ai meu Deus hjbdjasgdkjagdkjakjhsak melhor capitulo dessa temporada eu acho <3 <3
    Cara, eu pensei que o Joe ia chegar em casa e já ia encontrar a Demi sdhkjsd mas eu acho que para a sorte dele isso não aconteceu, senão a bronca seria maior kkk
    Lizzie ia levar uns tapas de Joe se ele fosse mais "cruel" com os filhos, meu Deus, como é que a menina deixa os paletós do pai ficar manchados? e ainda a culpa é dela ter se agarrado com o Eric. eu acho que o Joe nem percebeu esse detalhe pq senão ele ia ficar super puto, ele já demorou para aceitar que a filhinha dele ia namorar imagina agora que os paletós preferidos dele estão machados?? hahaha Dan fofoqueiro entregando Lizzie sagdjhsd
    Joe super fofo, eu preciso dizer que ele foi super fofo procurando uma roupinha para o novo filhinho *--* ele esta tão feliz e ele vai continuar sendo um pai babão e coruja sakdgk quero ver quando ele mostrar a roupinha para Demi e o que ela irá fazer... eu pensei que iria ter um beijo deles, nossa como eles são lentos, eles tem que voltar com aquele amor que eles tinham antes, esquecer essas idiotices que o fizeram se separar e voltarem a se agarrar e a ir para a cama logo sahdgsdgsaja
    Demi conversando com Lizzie e com Dan foi muito lindo *--*
    Posta mais dhgasdgasdh <3
    Beijooos :)

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  5. Estou jogada,largada,estirada no chao
    Cara esses "flashs" ai da Demi contando mds deu vontade de chorar pq tipo ain cara *-*
    O Dan quando era bebe,awn mds menina vc nao pode fazer isso,isso e maldade mds,fuder com meus sentimentos, e Demi esqueceu de falar do PATINHO kkkkkk
    Scooor to largada nem sei o q dizer cara,to batendo palmas aqui com tanta perfeicao cara
    Scor kkkk to imaginando eles dois brigando,Lizzie com taco de beisebol querendo bater no Dan kkkkkkk
    Gente e tao lindo esse amor da Demi com os filhos,Demi com ciumes,ate eu tenho ciumes dele kkkkk
    Demi corre eles vao te pegar
    Ta perfeito
    Posta Logo
    Xoxo

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  6. A Demi voltou agr e ja ta querendo fugir KKKKKKKKKKKKKKKKKKKK. Ma ela ama essa familia. Gente q lindo essa volta dela os pedidos de desculpa. Eu acho q a Demi é a gravida mais safada q eu ja vi. Ta pfto

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  7. Deus manda um Joe Jonas para ser pai dos meus filhos! Eu chorei de amor com esse capitulo, o Joe todo ansioso procurando roupinha para o bebê, a chegada de Demi e as trapalhadas de Dan e Lizzie, eu sentia falta de ver todos na mesma casa e as coisas bem, bom, ainda não está tudo bem, mas logo as coisas se acertarão e um casalzinho aí voltará a ativa lol
    A parte da conversa da Demi com as crianças foi a mais emotiva, com o Dan principalmente, eu tenho um amor por esse menino que você não faz ideia, minha amiga diz que é por conta de um sonho que ela teve, mas balela kkkkk
    Continua pelo amor de Cristo!!!!
    Sam, xx

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  8. Eu sei que é bem chato mas pode divulgar minha nova fanfic pra mim?
    Link: http://socialspirit.com.br/fanfics/historia/fanfiction-demi-lovato-deception-3003476
    Obrigada, de novo :s kaksak

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