25.2.16

Capítulo 4 - Culpa

Gyllenhaal Enterprise, Nova York – Estados Unidos – 6:17PM


Da janela do escritório no penúltimo andar do prédio de quarenta pavilhões, Demi aproveitava para admirar o pôr do sol fantástico no horizonte da cidade à praticamente 50 metros de altura do solo e quando o sol já não brilhava mais no céu que se alternava entre o azul claro e o azul forte, o movimento daquela rua lhe chamou a atenção. As pessoas não paravam por um segundo apressadas para atravessar a rua, entrar em táxis ou sair com seus carros. E os carros que saiam das garagens subterrâneas causaram o pequeno engarrafamento que começava com o sinal vermelho onde tinha pelo menos cinco carros amarelos um atrás do outro. Deveriam ser táxis, suspeitou Demi. 

O engarrafamento seguia até a garagem do prédio da frente, todos pareciam tão impacientes e loucos para descansar em casa depois de uma segunda-feira quente e carregada de trabalho. Com ela não era diferente. Quando chegou a Gyllenhaal as três e pouca da tarde, Jason a recebeu com um abraço apertado, o que a deixou intrigada. Não por Jason ter a abraçado, aquilo era mais que normal. O que a intrigou foi a forma como ele a tratou como um pai preocupado e não o chefe de um império do mundo das empresas de tecnologia e informação. Então ela deu continuidade ao projeto do comercial da empresa que havia começado na noite passada. 

Estava tão concentrada, a imaginação a mil e a sua equipe de mulheres não a decepcionou, bem pelo contrário, Selena a ajudava com as cores já que aquela não era bem a sua área, Linda, uma estagiária mais nova tanto no quesito idade quanto no tempo que trabalhava junto no setor deu algumas dicas de como ela poderia melhorar ainda mais os personagens e Demi ouviu todas as outras três mulheres e acrescentou ao projeto os detalhes que fariam daquele comercial um dos mais famosos de todo o país. O dia tinha sido cansativo, mas muito proveitoso. Pensou respirando fundo. O que era bom, o excesso de trabalho não a permitiu pensar nem por um segundo na bomba que Dianna havia jogado em suas mãos na noite passada, nem mesmo a noite quente com Jake, houve tempo para Demi pensar.


   - Demi? Nossa eu estou morta. – Demi se virou quando escutou a voz de Selena e o som que os sapatos de salto dela faziam contra o porcelanato assim que a amiga adentrou o escritório carregando consigo uma pilha de pastas e a bolsa grande de couro negro debaixo do braço direito. – Vamos passar na Rocco’s para comprar cannolis, depois passamos na minha casa, preciso de roupas para passar a noite na sua casa. – Selena colocou as pastas sobre a mesa de Demi e caminhou até estar ao lado da amiga. – Também está cansada? – Perguntou Selena apoiando os cotovelos no batente da janela.

   - Estou. – Demi suspirou e forçou um sorriso para Selena. Cansada era pouco, ela pretendia dormir cedo para ajudar o psicológico esgotado a se recuperar para o dia seguinte.

   - Ah Dem, eu odeio te ver quieta desse jeito. – Murmurou Selena de cara feia. Se tinha algo que estava errado, era todo aquele silêncio de Demi. Ela costumava ser tão comunicativa que às vezes chegava a ser muito irritante.

   - É só o cansaço Sel. – Murmurou como Selena imitando a cara feia da amiga, o que as fez rir. – Ao menos o projeto está quase pronto, quero trabalhar em outros. – Selena assentiu sorrindo quando Demi a abraçou de lado.

   - O que nós estamos mesmo fazendo aqui? Todos já estão em casa. – Demi riu assentindo e buscou pela bolsa em uma das divisórias da prateleira. O escritório não era muito grande, porém nem muito pequeno. Havia a mesa de vidro onde Demi realmente trabalhava, uma cadeira confortável e giratória, a estante carregada de livros e todos os assessórios que eram necessários para a sobrevivência de uma mulher, e um pequeno sofá branco e confortável onde podia discutir os seus objetivos com os colegas de trabalho ou escutar os clientes.


   - Você tem roupas no meu apartamento. – Disse Demi trancando a porta do escritório.

   - Não quer ir lá em casa? – Perguntou Selena caminhando pelo corredor cheio de minissalas onde trabalhava um esquadrão de mulheres e homens.


   - Não é isso, eu só estou cansada e louca para tomar um banho. – Demi chamou pelo elevador no final do corredor e não demorou muito para o mesmo chegar. – A sua casa é longe, são quase seis e meia da tarde. Imagina o trânsito como não deve estar. – Desculpou-se quando a amiga a olhou franzindo o cenho. Demi adorava visitar a casa de Selena e passar a noite conversando com os pais dela quando elas faziam noite do pijama, e agora não queria ir a casa de Selena? Estranho.


   - Você está literalmente estranha. – Disse Selena ainda a olhando como se ela fosse um ser de outro planeta e Demi engoliu em seco bloqueando os pensamentos das lembranças do dia passado. O elevador ainda estava no trigésimo sétimo andar e o silêncio entre elas marcava presença. Selena se olhava no enorme espelho e Demi cochilava em pé cansada, mais alguns andares a baixo e a porta do elevador se abriu para pegar passageiros do oitavo andar.


   - Boa noite meninas. – A voz suave e masculina do magnata assustou Demi que tinha os olhos fechados, mas assim que os abriu sorriu ao ver Jason, o dono da Gyllenhaal. – O que fazem aqui há essa hora? – Perguntou o homem elegante mais velho olhando diretamente para os olhos de Demi, que franziu o cenho tendo a impressão de ver olhos tão azuis como os de Jason em outra pessoa. Pareciam tão familiares..


   - Tive um pequeno problema para imprimir alguns documentos, mas já está tudo em ordem e no escritório da Srta. Lovato. – Disse Selena apontando para a amiga. – Vou tomar conta dessa criança essa noite. – Brincou e Jason riu fitando admirado as duas amigas.


   - Nós ficamos preocupados! – Disse Jason lançando a Demi um olhar preocupado. – Não nos deixe sem noticiais como aconteceu hoje. – Demi assentiu um pouco envergonhada e engoliu em seco. Não tinha sido uma opção deixar que aquilo acontecesse, só estava cansada psicologicamente e a noite com Jake não aliviou o cansaço, bem pelo contrário.


   - Obrigada por se preocupar, não acontecerá novamente. – Quando o elevador pousou no hall do prédio, Jason se despediu com um beijo na testa de Selena e de Demi e cada um seguiu o seu caminho. – Prometa que não vai demorar na Rocco’s. – Resmungou Demi assim que fechou a porta do carona e Selena deu partida no carro.


   - Quem sempre fica indecisa é você. – Disse sem olhá-la e Demi revirou os olhos fivelando o cinto de segurança.


   - Até parece que você também não fica indecisa. – Retrucou arrumando a bolsa no colo relaxando o corpo no banco do carro.


   - Eu sempre me resolvo primeiro, você fica enrolando e até a composição dos alimentos você lê. – Resmungou Selena e Demi revirou os olhos mais uma vez.


   - Lógico, não quero correr risco de vida ou sei lá, nunca se sabe o que pode ter num delicioso cannoli. – Selena aproveitou o sinal vermelho para lançar um olhar incrédulo a Demi. – Só não enrola Sel, quero ir para casa descansar. – Descansando a cabeça no vidro da janela do carro, Demi sentiu o celular vibrar dentro da bolsa e não demorou nada para que ele estivesse em suas mãos.


“Está anoitecendo e a nossa noite maravilhosa não saí da minha da minha cabeça, aliás, nem você e nem ela. Nosso encontro ainda está de pé? Espero encontrá-la o mais breve possível, sinto saudade do seu beijo e dos seus olhos marrons. Adoraria acordar por muitas manhãs ao seu lado, receber um beijo como o que você me deu assim que acordou linda, manhosa e preguiçosa e desfrutar dos seus dotes culinários. Tenha uma excelente noite Demi. Jake.”.


Demi mordeu o lábio inferior, mas não conseguiu conter o sorriso que insistiu em nascer nos seus lábios. Encontro! Existiam tantas palavras que poderiam substituir aquela.. Encontro! Encontro na cabeça de uma mulher era uma palavra perigosa e a chave fundamental para um futuro relacionamento. Então porque Jake a usou? Ele tinha sido gentil e fofo? Pelo que a mensagem deixava claro, ele queria encontrá-la não só uma vez. O coração bateu forte cogitando a possibilidade. Será?


   - Nome, endereço, idade, profissão. – Selena a assustou, mas ela riu ainda não acreditando que Jake havia mandado uma mensagem como aquela.


   - Não me lembro exatamente do endereço, mas não é muito longe do meu apartamento. Vinte e oito anos. Hum.. Eu não sei com o que ele trabalha, mas ele está de férias e quer muito me encontrar. – Selena franziu o cenho, desviou os olhos por uma fração de segundos da rua a sua frente para fitar Demi que relia a mensagem.


   - Vocês.. Hum.. Transaram? – Perguntou mesmo sabendo a resposta.


   - Selena! – Demi automaticamente corou e sorriu sem graça fitando a tela do celular ainda na mensagem de Jake pensando no que ela poderia escrever. – Jake. Ele é bonito, engraçado e muito inteligente. – Comentou se lembrando da conversa animada com Jake no pub barulhento. Tinha sido tão engraçado um cochichando no ouvido do outro frases bobas e sem muito sentido. – E sim, a gente transou.. A noite foi muito quente! – As duas riram quando trocaram olhares mal intencionados.


   - Muito quente? – Selena perguntou quando estacionou o carro na primeira vaga da rua da Rocco’s.


   - Muito quente. – As delicias da Rocco’s eram de deixar qualquer ser humano com água na boca. Tudo era tão caprichado e Selena e Demi já tinham comprovado que cada um daqueles alimentos era um sonho de sabor. Uma verdadeira tentação, na verdade. Comprar apenas os cannolis foi um obstáculo para as duas amigas que desejavam levar também um belo pedaço de cada bolo de encher os olhos, as rosquinhas, os biscoitos que tinham acabado de sair do forno que cheiravam absurdamente bem e as outras delicias que enfeitavam o balcão. – Toda vez que nós saímos daqui, eu me sinto pelo menos dez quilos mais pesada. – Comentou Demi se abanando e suspirando por várias vezes.


   - Eu pensei que era só comigo. – Selena gargalhou quando a amiga mordeu o lábio inferior quando elas adentraram o carro. – Eu sei! Eles são tão gatos. – Disse concluindo a linha de raciocínio de Demi. Elas não iam a Rocco’s praticamente todos os dias depois do trabalho só porque o lugar vendia as melhores deliciais da cidade. Os irmãos Rocco, ah! Um era o padeiro sexy de olhos castanhos, cabelos negros e o rapaz era muito alto e forte. Esse era o mais velho e ele se chamava Mike Rocco. Já o mais novo, Johnny, era da mesma estatura do irmão e forte, tinha olhos castanho claros, um sorriso meigo e uma bunda tão redonda que toda mulher gostaria de apertar.


   - Ah Sel! Eles são tão gostosos, eu juro que se eu pudesse escolher entre o Mike e o Johnny, eu ficaria com os dois. – Selena tornou a gargalhar e assentiu. Não havia como escolher um daqueles dois. – Eles ainda sabem cozinhar! Não tem como ter algum defeito. – Murmurou pensativa.


   - Só se.. – Indagou Selena e as duas riram. – E eu pensei que você estava com o Jake, Lovato. Deixa de ser egoísta! – Demi revirou os olhos e mostrou língua para a amiga.


   - Tamanho não é documento, e eu poderia ficar com os três. O Jake também não fica para trás. – A conversa seguiu animada entre risadas moderadas e gargalhadas exageradas. Aquela era simplesmente uma das melhores partes de ser amiga de Selena, ela a fazia se esquecer dos problemas sempre com um sorriso na face e com muito bom humor. E naquela curta viagem ao apartamento de Demi não foi diferente, o que era bom já que a lembrança que queria vir à tona não a perturbou por momento algum.


(...)


A lua brilhava no céu escuro e estrelado, no interior do apartamento de Demi, as luzes estavam apagadas e na sala o silêncio entre as duas amigas era absoluto. Por mais cansada que Demi estivesse, a ideia de assistir algum filme qualquer na TV a animou, e Selena adorou quando a amiga apareceu na sala com uma bacia cheinha de pipoca, dois hambúrgueres, os cannolis e suco natural.


   - Dem? – Selena chamou quando o filme acabou e como sempre acontecia quando assistia a um filme de terror, Selena estava morrendo de medo.


   - O que foi Sel? – Perguntou Demi lançando um rápido olhar a amiga enquanto recolhia os copos, pratos e a bacia de pipoca. – Vampiros não existem. – Disse a Selena quando percebeu que a amiga a seguia apressadamente até a cozinha.


   - Você sabe que eu sou paranoica. – Selena automaticamente buscou pela toalha para secar a louça quando Demi começou a lavá-la.


   - Eu sei que é. – Demi lavou e Selena secou, tudo feito em silêncio.


   - Dem? – Selena tornou a chamá-la se sentindo terrivelmente desconfortável com o comportamento diferente da amiga. – Eu estou preocupada com você. – Disse de cenho franzido e o coração apertou no peito no momento em que Demi a olhou como uma menina assustada e desviou o olhar para um ponto qualquer não podendo suportar toda a dor acumulada em seu peito que ela insistia em ignorar. – O que ela fez? – Os olhos castanhos de Demi se arregalaram e as lágrimas rolaram molhando o rosto bonito e a camisa que Selena usava. – O que aquela filha da mãe fez? – Tornou Selena a perguntar abraçando forte a amiga contra o peito. Ela simplesmente odiava como Dianna era insensível, falsa e uma terrível mãe. Como aqueles malditos homens sempre machucavam a sua melhor amiga. Eles não enxergavam como Demi era especial? Como ela precisava ser amada e como ela amava a todos de todo o coração mesmo que eles não merecessem? Quando a conheceu há muitos anos atrás, Demi preencheu o lugar da irmã que Selena nunca teve. E ninguém iria machucá-la, não enquanto Selena estivesse ali para protegê-la. – Meu Deus, não chora Demi. – Pediu de coração partido.


Sem muita dificuldade Selena levou Demi aos prantos para o quarto. Pensar em Dianna machucava o coração de Demi. E quando Selena perguntou o que a mãe tinha feito, a noite passada veio a mente em borrões e tudo que ela ouvia era a voz da mãe constantemente naquelas palavras que destruía tudo o que ela era. O sentimento era tão forte e doloroso. Nunca teria o amor de Dianna e do homem que a gerou da pior forma que um homem pode agredir uma mulher. Ela sempre seria aquela garotinha sozinha e sem afeto.


   - O seu porteiro me contou que ela esteve aqui ontem. – Disse Selena acariciando os cabelos da amiga que tinha a cabeça apoiada em seu colo e quando Demi, que já não chorava mais como há uma hora, a agarrou assustada e de olhos arregalados, Selena comprovou a teoria de que Dianna tinha aprontado alguma coisa grave demais. – Você está parecendo uma criança assustada. – Comentou puxando o cobertor para cobri-las da melhor forma que podia. – Não guarde tudo para si mesma, não fará bem. – Demi fechou os olhos respirando fundo por diversas vezes, segurou a mão de Selena e tornou a desabar em choro quando abriu os olhos e fitou os de Selena. Era tão duro e sufocante. Jamais tinha imaginado em toda a vida que o pai, o homem que nem mesmo conhecia, mas que nutria amor, era um monstro que destruiu a vida de Dianna e que agora, mesmo adulta, a traumatizou severamente.


   - Sel. – O apelido carinhoso saiu por seus lábios num sussurro. Selena derramou as suas primeiras lágrimas sentindo o coração apertado por saber que a amiga sofria e a abraçou confortando-a.


   - Odeio quando você chora assim. – Disse de cenho franzido lutando contra as lágrimas teimosas. – Está melhor? – Perguntou quinze minutos mais tarde e Demi não disse nada, estava devastada por dentro e Selena não podia fazer nada.


   - Eu.. – Começou a dizer escondendo o rosto com as mãos. – A minha mãe.. A minha mãe esteve aqui ontem. – Demi respirou fundo, apertou as pálpebras e tentou organizar os pensamentos sem muito sucesso. – Ela queria que eu me encontrasse com um dos clientes dela, nós discutimos e.. – Uma lágrima solitária rolou pelo rosto de Demi e aquele velho aperto que a incomodava desde o dia passado veio com tanta força envolvendo o seu coração que Demi pensou que morreria naquele mesmo instante. – Ela disse que deveria ter interrompido a gravidez enquanto ainda era tempo. – Os olhos de Selena se arregalaram de pavor e os de Demi tornavam a derramar lágrimas grossas e incontroláveis. – Eu.. Eu disse que ele não permitiria, mas.. mas.. Ele a estuprou. Eu sou fruto de um estupro. – Selena a abraçou forte contra o peito completamente assustada. Tinha que ser mais uma das mentiras de Dianna, não era possível... Admitir em alto e bom som foi ainda pior, Demi se deixou ser abraçada por Selena enquanto chorava silenciosamente se sentindo como um nada.


   - Eu aposto que ela está mentindo. – Disse Selena a beijando na testa. Uma vez Dianna havia mentido sobre o pai de Demi para tentar convencê-la a se encontrar com homens que estavam “apaixonados” pela filha, mas não era mais que uma mentira suja, o que não demorou muito para Demi descobrir e novamente ficar no escuro a respeito do pai.


   - Não está. – Disse Demi limpando as próprias lágrimas que rolavam pelo rosto. – O jeito que ela me olhou e disse que.. que ele a estuprou e a espancou no chão frio de um banheiro. Eu nunca a vi com tanto ódio nos olhos, ela parecia tão quebrada e vulnerável. – Quando se ergueu recostando as costas na cabeceira da cama, Demi gemeu de dor. A cabeça estava pesada e o corpo reclamava de cansaço.


   - Você bebeu e passou a noite com o Jake para esquecê-la, não foi? – Demi assentiu abraçando os joelhos com os braços fitando um ponto qualquer do seu cobertor. Estava tão envolvida naquela história e com a cabeça a ponto de explodir que acabou não respondendo a mensagem de Jake.


   - Eu me sinto doente. – Disse se abraçando com mais força. – Agora eu entendo porque ela nunca me deu carinho, porque ela preferiu passar mais tempo fora de casa a minha companhia. O jeito que a vovó me olhava e me tratava como se eu fosse um grande problema. – As lembranças das noites sozinhas encolhida na cama ainda quando era pequena, as reuniões de pais e professores que Dianna sempre faltava, os aniversários que passaram em branco, a confusão que ficava a mente da pequena Demi ao encontrar um homem diferente em casa a cada dois dias e quando questionava a mãe se aquele era o seu pai,  dormia assustada com a bronca que ganhava da avó ou com o rosto dolorido dos tapas que ganhava da mãe. – Seria tão melhor se ela tivesse acabado com isso enquanto ainda tinha tempo.. Ninguém sofreria, seria apenas uma lembrança ruim, eu não seria um fardo pesado na vida dela e não me sentiria como um lixo. – Selena engoliu em seco completamente em estado de choque, abraçou a amiga de lado rezando para que aquela história fosse apenas um pesadelo.


   - Não diga bobagens. – Disse secando a lágrima que rolava pelo rosto de Demi. – Se você está aqui é porque Deus tem um propósito, não se culpe Dem. Ninguém nesse planeta tem o direito de te tirar a vida ou te culpar só porque as coisas não aconteceram como deveriam. Você é uma mulher incrível com um coração tão grande, não um fardo pesado. Ninguém é. – Demi fitou os olhos de Selena carregados de amor e tanta bondade. Sabia que Sel estava certa, mas doía tanto, era tudo confuso e embaraçoso.


   - Do que adianta? Eu não fui desejada e muito menos amada durante todos esses anos, eu destruí a vida dela. Isso me machuca tanto, eu a amo Selena. Sei que ela nunca gostou muito de mim ou sei lá, mas eu tinha esperanças que fosse apenas o jeito dela, que chegando ao fundo do poço ela me amasse como uma mãe ama a filha, mas como ela pode me amar? Ela era só uma menina de dezessete anos quando ele a.. a machucou. Dezessete anos. – Repetiu imaginando Dianna uma jovem bonita e assustada carregando no ventre um bebê que não desejava. – Todos os sonhos dela foram destruídos, a adolescência roubada por um monstro e um bebê.


   - Você não tem culpa. – Abraçando-a contra o peito, Selena deixou que Demi chorasse em seu colo por toda a noite até que a amiga finalmente adormeceu cansada.


Continua... Oi! Estou passando aqui rapidinho só para postar para vocês. Obrigada pelos comentários do capítulo passado, vou respondê-los no próximo capítulo. ps. Gente! O Joe já vai aparecer, só tenham calma.. essa parte da história com o Jake é muito importante, beijos! 

9 comentários:

  1. Adorando cada vez mais essa fic ❤
    Tadinha da Demi, ela n merecia ter uma mãe assim, ainda bem que ela tem a Sel
    Continuaaaa

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    1. Obrigada! Ela realmente não merece a mãe que tem, mas ela tem a Sel que é só uma, mas vale por uma família toda!

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  2. ai meu deus,que capitulo foi esse? Parabéns pelo blog...
    A história parece tão real que me deu vontade de abraçar a Demi, quero um novo capítulo kkk.

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    1. Obrigada! A história da Demi é tão pesada que parece realmente real, mas vai que tem alguma menina com a mesma história de vida que ela, né.. tomara que ela encontre um Joe... Já vou postar, bjs

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. eita....bomba !
    por enquanto o Jake está fofo !
    ansiosa para saber mais !!!
    beijos e posta logo

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    1. "por enquanto".. hahha, vou parar de dar spoiler sobre o Jake, tadinho! Já vou postar, beijos!

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  5. o jake é neto do jason, né? Não sei porque mais algo me diz que esse jake vai aprontar muito
    amei o capítulo, posta logo, bjss

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    1. Sim, o Jake é neto do Jason, mas quase ninguém sabe.. Ele realmente vai aprontar muito, muito mesmo, inclusive com a Demi e com o... Obrigada! Beijos

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