Depois que tinha lido as
informações mais importantes, a assinatura por completa estava nos campos
necessários. Com o trabalho que fazia todos os dias na área de design, o tempo
era o suficiente. Então com mais atividades ficou complicado organizar o que
faria primeiro. Antes de tudo Demi preferiu checar o celular com a finalidade
de ter notícias de Joe, e ele tinha deixado uma mensagem.
“Meu anjo, já estou em casa com muito sono e vontade de dormir abraçado
com você. Ansioso para vê-la. Podemos almoçar juntos?” – Joseph. Era de cinco minutos atrás. Demi ficou com receio de responder,
mas quando viu que Joe estava online, ela agilmente digitou uma mensagem para
ele:
“Como foi no trabalho amor? Eu quero almoçar com você, mas as coisas
aqui estão complicadas. Posso ligar?” – A mensagem foi visualizada no mesmo instante que enviada e a resposta de
Joe foi afirmativa.
- Oi princesa. – A voz dele
soou feliz, apesar de também cansada e sonolenta.
- Oi amor. Como você está? – Perguntou Demi esboçando um sorriso
imaginando como Joe deveria estar lindo acomodado a cama e debaixo da coberta
como ele gostava.
- Com saudade de você. E você,
princesa?
- Também estou com saudade de você. Muita. Mas também estou atolada de
trabalho. O Marcus esteve aqui tem poucos minutos. Terei que trabalhar em outro
setor e ser responsável pela contratação de novos funcionários. – Disse tão
entediada relaxando o corpo na poltrona. – Eu terei que viajar ainda hoje.
- Viajar? – Ele estava mal
humorado. Toda vez que Joe ficava com cara de poucos amigos, a voz tímida passava
a apresentar uma tonalidade mais grave e tediosa.
- Baltimore. Três horas de carro. Vou palestrar sobre tecnologia gráfica
para universitários. – Resmungou porque ela não gostava da ideia de ficar sem
Joe.
- Você volta que dia?
- Ainda hoje provavelmente às onze da noite.
- Eu vou sentir sua falta.
- Eu também vou sentir a sua.
Era o nosso horário... Eu não pude fazer nada, o Marcus não me deu opção.
- Tudo bem, anjo. Eu não vou
poder te ver hoje?
- As três eu estou saindo da
empresa, você pode ficar comigo no meu apartamento enquanto arrumo as minhas
coisas. Vou viajar as quatro.
- Tudo bem amor, eu posso
busca-la?
- O Marcus disse que um carro
me buscaria, mas posso dispensá-lo e ir com você.
- Três em ponto eu estou aí.
- Eu vou esperar. Você chegou que horas?
- Não tem muito tempo... Há quase uma hora.
- Tudo tranquilo por lá? Eu
acabei dormindo.
- Sim. Eu ainda estou me
acostumando. Você tinha que dormir. Ficar sem dormir à noite é horrível, parece
que a hora não vai passar nunca.
- Você não precisa ficar sem
dormir à noite...
- Dem, nós já conversamos sobre
isso.
- Eu sei. Nós perdemos alguns
funcionários.. Hoje vai ter seleção, posso falar com o Marcus sobre o seu caso.
- Eu não quero trabalhar na
Gyllenhaal. Sei que meu novo emprego não é o melhor do mundo, mas é o que eu
tenho, princesa.
- O seu sonho era trabalhar
aqui.
- Meu sonho era trabalhar com o
Jason.. Eu não posso trabalhar mais aí.
- Joseph.. Tudo bem, entendi.
Diga oi para Lucy. – Disse quando ouviu a
cadelinha latir.
- Ela está mandando um oi para
você e disse que está com saudade. – Demi riu e quando os imaginou, o
coração transbordou de amor pela pequena família que ela tinha.
- Eu também sinto saudade dela. – Disse
toda sorridente. – Amor, eu tenho que
desligar, estão batendo à porta. Nos vemos mais tarde, amo vocês.
- Nós também amamos você. Até mais tarde.
- Até mais tarde, bom descanso.
O resto da manhã se resumiu em
analisar documentos e visitar os outros departamentos para realizar as
atividades que Marcus tinha pedido. E Selena estava ao lado de Demi na maior
parte do tempo. O clima entre elas estava um pouco estranho, mas uma cuidava da
outra como deveria ser. O ruim era a expectativa de topar com Jake saindo do
elevador ou em qualquer lugar dentro daquele prédio. E sinceramente, se elas o
encontrassem, a reação seria de desespero.
- Você ficou responsável pela entrevista? – Mal tinha dado tempo de
engolir o bolinho de arroz. Demi limpou os lábios com um guardanapo para fitar
Mary parada ao seu lado naquele mesmo estilo comportadinho de sempre. Roupa
social, sapatilhas, batom vermelho e o cabelo com um lacinho vermelho.
- Eu e a Selena estamos responsáveis pela entrevista. – Disse Demi
colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha e fitando brevemente Selena e Ed
que estavam sentados a mesa com ela para o almoço.
- Então vocês estão atrasadas. A pré-reunião com o Marcus começou tem
dez minutos. – Demi franziu o cenho e Selena também.
- Pré-reunião? Ninguém avisou nada. – Disse Ed cobrindo a mão de Selena
com a dele para enlaçar os dedos transmitindo a segurança que ele sabia que a
namorada precisava.
- Nós sabemos que sempre há pré-reunião antes de qualquer contratação. –
Disse Mary ao rapaz e Ed assentiu começando a concordar com Demi sobre Mary.
- Ela tem razão. Temos pré-reunião. Eu esqueci completamente. – Disse
Demi. Ela estava cansada e chateada com tudo que tinha para fazer. O tempo
parecia escorrer entre os dedos e ela mal podia respirar que já tinha algo a
ser feito. Assim tinha sido com o horário de almoço que não durou nem dez
minutos.
- Então? Vocês vão ficar aí paradas? O tempo está passando! – Disse
Mary. Não teve como fazer nada a respeito. Demi se levantou a pulso e ignorou
quando Ed e Selena trocaram um beijo longo e intenso. Não era que tinha a
incomodado e nem nada... Só que era estranho. E Selena tinha percebido porque
quando olhou para Demi, preferiu desviar o olhar para outro ponto.
- O que eu perdi? – Comentou Ed esboçando o sorriso brincalhão e as duas
desconversaram no mesmo instante.
Infelizmente Mary estava a uma
posição acima da de Demi nas atividades extras. Era ela quem estava coordenando
tudo! Então as coisas tinham que ser feitas do jeito dela. A reunião com Marcus
foi breve, mas durante o tempo que ficou acomodada a cadeira tomando chocolate
quente, Demi percebeu que o homem era inteligente e queria que a Gyllenhaal
crescesse ainda mais. Marcus era objetivo, inteligente e profissional,
diferente de Jake. As outras pessoas que estavam na reunião eram as
responsáveis pelos demais departamentos e cada um tinha uma tarefa importante
que somaria para o bem da Gyllenhaal. Pensar que estava ajudando também a fez
pensar em Jason e como ele estaria orgulhoso de ver todos unindo forças para
melhorar o patrimônio que ele tinha construído com tanto amor e esforço.
Não era fácil entrevistar. Cada
pessoa era um caso particular e que exigia jogo de cintura e paciência. Alguns
candidatos eram brilhantes e souberam conquistar Demi. Mas existiam aqueles que
preferiam buscar outros meios de conseguir a vaga. Foi irritante e complemente
desapropriado quando um homem tentou seduzi-la. Demi ficou tão irritada que se
não fosse por Selena, ela teria passado mal de nervoso. O resultado tinha sido
uma dor de cabeça horripilante e o processo de entrevista precisou ser
interrompido por dez minutos para que Demi pudesse relaxar e comer. Quando
retomou, ela já não era mais a mesma. Foi difícil identificar um bom perfil e
por algumas vezes, Demi se repreendeu por ser dura e um pouco mal humorada. No
final da entrevista, ela tinha conversado com cerca de trinta pessoas
enquanto Selena tinha conversado com vinte e cinco.
- Lovato, a reunião de estratégia foi remarcada por sua causa para
amanhã às sete da manhã em ponto. – Demi, que organizava as fichas com as
referentes anotações franziu o cenho quando ouviu a voz de Marcus que estava em
pé na entrada da sala.
- Eu projeto e desenho as interfaces dessa empresa. – Começou a dizer
buscando pelas pastas para colocar os documentos. – Eu sou apenas uma Designer,
não é a minha praia participar de reuniões voltadas a administradores e
profissionais desse ramo.
- Você é a nossa Designer. Mas também é a pessoa que tem o cargo mais
alto do seu apartamento. – Disse Marcus adentrando a sala e Demi não se
intimidou quando ele se aproximou para ajuda-la com as pastas. – Eu tenho
trinta anos e estou no cargo de presidente dessa empresa porque a minha irmã
não quis assumir quando o Jake foi preso. – Disse fitando os olhos dela
brevemente. – Eu conheci o Jason. E aquele homem era espirituoso. Se você está
como diretora do departamento de Designer, é porque você tem potencial para
fazer muito mais que desenhar. Então amanhã as sete em ponto você estará na
sala de reuniões entre administradores, engenheiros e empresários.
- Dem, eu já terminei. – A voz de Selena quebrou a troca de olhares
entre Demi e Marcus. Não era uma paquera ou algo do tipo, estava muito longe
daquele patamar. Só era impessoal e mais profissional.
- Peça aos assistentes para levar as pastas para minha mesa, Srta.
Gomez. – Disse Marcus a Sel que assentiu prontamente. – E a senhorita, amanhã
às sete. Eu quero ao menos o esboço da nossa atualização do último smartphone
ainda essa semana, até porque os programadores não farão nada sem você dar partida. Faça algo inovador e que conquiste o público.
- O meu namorado vem me buscar as três. – Disse Demi sustentando o olhar
de Marcus que apenas assentiu até que ele saiu daquela sala a deixando sozinha
com Selena. Será que ele tinha ideia do que era reestruturar e inovar na
atualização de um celular dentro de uma semana? O que Marcus queria era um
projeto que levava meses! Sem contar que ela tinha que estar trabalhando com o
pessoal da programação por vinte e quatro horas por dia.
- Eu até gosto dele, mas está começando a ficar sufocante. – Disse Demi
se sentando à cadeira branca.
- Será que ele sabe alguma coisa sobre o Jake? – Perguntou Selena com um
pouco de receio quebrando o clima estranho entre elas.
- Com certeza. A irmã dele é casada com o Jake. – Murmurou Demi lançando
um breve olhar para Selena. Foi horrível o silêncio que veio depois. Horrível e
desconfortável. E as duas tentavam parecer bem e alheias ao que acontecia, mas
estava impossível! Até mesmo o som dos movimentos se destacava em meio ao
silêncio. – Você tem horas? – Perguntou e as bochechas coraram porque ela usava
relógio no pulso esquerdo.
- Cinco minutos para as três. – Murmurou Selena sem comentar a gafe que
Demi tinha cometido o que fez com que o clima entre elas piorasse um pouco
mais.
- O Joe vem me buscar. – Comentou ainda envergonhada checando mais uma
vez se tudo estava correto com as informações sobre os candidatos. E como
Selena só tinha assentido, Demi umedeceu os lábios e colocou uma mecha do
cabelo atrás da orelha fitando a mesa. – Então, você vai subir? Eu só vou pegar
a minha bolsa no meu escritório. – Era óbvio que Selena iria subir! Era hora para
ela fazer papel de idiota?
- Estou esperando você. – Murmurou sem olhá-la e aquilo incomodou tanto
a Demi.
Ao sair da sala, Demi avisou ao
pessoal que eles poderiam levar as pastas para o escritório de Marcus e a pior
parte foi ficar sozinha no elevador com Selena. Era castigo, só podia ser!
Geralmente o elevador era o pior lugar a estar porque o fluxo de pessoas era
grande, só que agora não havia ninguém para compartilhar o cubículo com elas.
- Você precisa de ajuda com a roupa? – Perguntou Selena a Demi quando
elas saíram do elevador com cara de poucos amigos.
- Pensei em usar o meu conjunto novo de saia e blazer. – Disse Demi
colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha e arriscando olhar para Selena
brevemente enquanto elas caminhavam para dentro do departamento.
- Eu acho que pode ficar bom. Você pode me mandar foto. – Demi assentiu
mais focada a Ed que se aproximou delas assim que as viu.
- Como foi, garotas? – Perguntou puxando Selena para os braços como
sempre fazia e foi desagradável para as duas amigas, porém passou despercebido
para o rapaz que beijou a namorada e a envolveu num abraço caloroso.
- Foi complicado. – Disse Demi fitando os olhos de Ed. – Eu vou buscar
as minhas coisas, o Joe já deve estar chegando. – O sorriso forçado não passou
despercebido por Selena, que preferiu desviar o olhar de Demi e repreender Ed
com um tapinha no peito quando ele tentou beijá-la de novo quando Demi já tinha
adentrado o escritório.
- O que aconteceu com vocês? – Ed perguntou franzindo um pouco o cenho
conforme apertava a cintura da namorada observando como ela era bonita. E
Selena negou balançando a cabeça. – Eu já disse que você está linda hoje,
Selena? – Ele era mais alto que ela e tão apaixonante que Selena não conseguiu fitar
um ponto que não fosse os olhos verdes de Ed que tinha o olhar fixo ao dela.
- Você não disse, querido. – Acariciando a barba escura, Selena fechou
os olhos sem se importar se estava ou não no departamento cheio de mulheres
curiosas e deixou que Ed a beijasse na boca com selinhos molhados e um breve
roçar de lábios que a fez sorrir feliz por estar nos braços dele. – Mais tarde
Jesse. – Os dois sorriram em meio ao roçar de nariz. Assim que se separaram
Demi abriu a porta do escritório e franziu o cenho quando encontrou Ed e Selena
no mesmo lugar que ela tinha deixado antes de adentrar o escritório.
- Eu vou descer. O Joe já chegou. – Disse Demi arrumando a bolsa ao
ombro e focando mais em Ed do que em Selena.
- Vamos descer com a Dem? Eu quero cumprimentar o Joe. – Disse Ed a
Selena e ela não pode negar.
Com Ed, o clima não ficava tão
estranho entre elas até porque o rapaz tentava puxar assunto a todo instante e
comentava sobre tudo aos arredores. O tempo que passaram no elevador não foi
longo e diferente de mais cedo, havia algumas pessoas ali para compartilhar o
transporte com eles. Ao chegarem ao hall, Demi se sentiu ansiosa e de estomago “remexendo”.
Sempre acontecia quando ela estava prestes a encontrar Joe. O sorriso ia de
orelha a orelha e não foi diferente daquela vez. Ela sorriu lindamente quando o
viu parado vestindo jeans, moletom e usando boné. E ele também sorriu ao vê-la
caminhar a passos largos até que o abraçou calorosamente.
- Eu senti saudade. – Murmurou Demi feliz por estar nos braços do homem
que amava. Ali, ela o beijou no peito e foi a melhor sensação de estar em casa
quando o perfume leve invadiu-lhe as narinas e os braços fortes a apertaram
exageradamente como Joe sempre fazia.
- Eu também senti saudade. – Ele disse com os lábios encostados a testa
dela e Demi fechou os olhos descansando a cabeça no peito por algum tempo. Ela
só precisava acalmar o coração porque agora ela estava com Joe, estava nos
braços dele e não poderia ser melhor. – Gatinha? – Chamou-a afrouxando o abraço
repousando as mãos um pouco acima do bumbum dela.
- Não ganho o meu beijo? – O verde dos olhos dele era de tirar o fôlego.
Aos arredores da pupila o verde era mais claro, então até que chegasse a borda
da íris, o tom variava do mais claro até o mais escuro concentrado na borda. Demi
os fitou maravilhada até que a respiração dele se misturou a dela, o nariz foi
roçado pela ponta do dele e tudo que ela fez foi fechar os olhos para sentir os
lábios macios selarem os dela devagar iniciando o beijo molhado e envolvente.
- Amor, eu sei que já disse isso. Senti sua falta. – As bochechas dele
coraram quando Demi o olhou e sorriu apaixonada se erguendo para beijá-lo na
boca brevemente o fazendo sorrir tímido.
- Eu também senti, Joe. – Ela fitou os olhos dele sempre ousar em romper
a conexão. E Joe também não o fez. Ele sorriu levando a mão para acaricia-la na
bochecha e assim foi até que Ed os interrompeu.
- Quanto tempo! – Ed riu apertando a mão de Joe com força, então eles se
abraçaram naquela brincadeira de mostrar quem era mais forte. – Que dia a gente
vai jogar futebol? – Perguntou depois que Joe cumprimentou Selena com um
abraço.
- No final de semana seria bom, você não trabalha à tarde e nós podemos
marcar esse horário. Se for à noite eu estou fora porque é cansativo e depois
eu vou trabalhar, então será
horrível. – Mesmo que estava focado em conversar com Ed, Joe puxou Demi para os
braços e da forma que conseguiu, acariciou-a na cintura e no braço direito.
- Nós podemos jogar nesse sábado à tarde. Depois nossas princesas podem
preparar o melhor lanche da tarde para nos esperar. – Selena revirou os olhos e
a única coisa que Demi fez foi olhar para Joe com os olhos brilhando em
carência.
- O que foi gatinha? – Joe perguntou aproveitando que Ed e Selena
trocavam algumas farpas apenas na implicância.
- Sábado a gente podia fazer sexo da hora que você acordar até a hora de
sair. – Sussurrou apenas para ele e Joe engoliu em seco sentindo os arrepios
que não deveria sentir em público. – E no domingo também. Eu estou carente,
amor.
- Nesse sábado não vai dar. – Comentou Joe coçando a nuca e Demi se
controlou para não rir. – Se você sair da empresa as quatro na sexta, nós
podemos jogar até as seis e ainda terei tempo para descansar antes de ir
trabalhar.
- Está combinado. – Disse Ed entusiasmado e Joe trocou um rápido olhar
com Demi.
- Nós temos que ir. Não quero atrasar a minha gatinha. – Disse ao amigo
e Ed revirou os olhos, mas riu.
- Faça uma boa viagem, gatinha. –
Disse Ed a Demi logo a envolvendo num abraço apertado e Joe fuzilou o amigo
quando ele o olhou para pirraça-lo. – Sexta-feira! – Joe tornou a assentir trocando um aperto de mão com Ed.
A vez era de Selena. Demi a olhou
com um pouco de receio, mas o sorriso que elas trocaram, mesmo sendo sem muita
vontade, ajudou a quebrar o clima estranho.
- Qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, é só me ligar. – Disse Selena
envolvendo Demi num abraço apertado. – Faça uma boa viagem e não fica tensa,
você vai se sair bem.
- Obrigada, Sel. – O sorriso forçado estava lá novamente. Separaram o
abraço e se olharam com uma certa curiosidade. – Se você precisar de alguma
coisa também, é só falar. – Quando Sel assentiu, Demi fitou o chão um pouco
envergonhada e segundos depois ela fitou os olhos da amiga se preparando para a
verdadeira despedida. – Até amanhã. Eu te amo. – Não doeu. O coração acelerou
só um pouquinho e os braços envolveram a cintura de Sel.
- Eu também te amo. Até amanhã, vá com Deus. – Disse Sel. Demi murmurou
um amém e o tempo que ficou nos braços da amiga, aproveitou para absorver a
energia positiva de Selena. Despediram-se com um breve sorriso e cada uma
seguiu um caminho. Selena com Ed para a Gyllenhaal e Demi e Joe de mãos dadas.
- Ei, para onde nós estamos indo? – Perguntou Demi estranhando a direção
que eles caminhavam. Era completamente oposta a direção de onde moravam.
- Eu estou de carro. – Disse Joe mais focado em olhar para os lados
antes de atravessar a rua a olhá-la nos olhos.
- Amor, que carro? – Perguntou curiosa o olhando e Joe só a olhou quando
eles estavam seguros caminhando em direção ao carro.
- O Sr. Potter pediu que eu
fizesse um serviço extra hoje à tarde, e como eu não tenho carro, ele emprestou
o da empresa. – Demi arqueou as sobrancelhas ao fitar a pick up zerada e na cor
preta. Combinava com Joe e ela não pode deixar de pensar em como o namorado
deveria ficar bonito trabalhando na fazenda da família.
- O que você tinha que fazer? – Perguntou respirando fundo quando Joe se
aproximou para abrir a porta do carro para ela. Ele era grande e tão
estonteante que Demi o olhou com curiosidade.
- Algumas entregas. – Percebendo o olhar dela, Joe se curvou para dar um
breve beijo nos lábios da namorada antes de Demi se acomodar ao banco do
carona. – Nós conversamos muito hoje. Ele disse que às vezes precisa de alguém
livre para fazer entregas da empresa já que eles não têm funcionários fixos
para essa tarefa. Então como eu estou livre à tarde, não vi problemas.
- Você
só precisa descansar. Nada de ligar direto, ok? Quando você sair do trabalho
pela manhã, é para ir para casa comer e dormir. – Ela era tão preocupada e
mandona que Joe sorriu a olhando antes de dar partida na caminhonete. – Vou
tentar deixar o seu almoço pronto, então na hora do almoço é só esquentar.
- Você não vai almoçar comigo? – Joe perguntou cobrindo a mão esquerda
dela com a dele.
- Não todos os dias. O importante é você se alimentar, amor. – Demi o
observou girar levemente o volante apenas com a mão esquerda focado no
trânsito. E ele estava tão bonito de boné que ela teve que esticar o cinto de
segurança para conseguir dar um leve beijo na bochecha morena naturalmente
corada.
- Nosso tempo está uma bagunça. – Ele a olhou brevemente deixando
transparecer como estava preocupado e receoso. Então Demi franziu o cenho
colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha. – Eu não quero ter que ficar um
dia todo sem te ver. – Completou acariciando a mão dela com a dele.
- Com as nossas rotinas sempre desencontrando, vai acontecer uma vez ou
outra. – Demi umedeceu os lábios e fitou os dedos dele abraçando os dela. A
aliança prata ficava muito bem no dedo de Joe, e ela a tocou pensando em como
conhecê-lo tinha sido a melhor coisa que já tinha acontecido. – É normal. –
Disse atraindo o olhar de Joe que franziu o cenho.
- Não consigo imaginar o meu dia sem você. Tudo que eu faço é pensando
no nosso relacionamento. – E de tão grudado que eles eram, Joe passou a marcha
ainda com os dedos enlaçados aos de Demi. – Até mesmo o meu trabalho que eu sei
que você não é completamente a favor.
- Joseph. – Murmurou um pouco sem graça e ele deu de ombros.
- Tudo bem, princesa. Você não precisa esconder. – Ao menos o tom de voz
dele estava calmo demonstrando que Joe não estava bravo. – Confesso que eu não
gosto de você na Gyllenhaal, e assim como você pensa sobre o meu trabalho, eu
queria que você arrumasse outra coisa.
- Não vejo problemas com a Gyllenhaal. Foi onde comecei a exercer a
minha profissão e graças a empresa, consegui comprar o meu apartamento.
- Não. Foi graças a você, amor. Se você não fosse inteligente e
dedicada, você não teria o seu apartamento e nem a sua profissão. Em qualquer
empresa que você trabalhar, vai se destacar. É uma característica sua.
- Eu nunca pensei em sair da Gyllenhaal. Quando eu estudava, sempre tive
vontade de trabalhar numa empresa grande.
- Você pode trabalhar em qualquer uma delas. Acho que você já tem a sua
marca no mercado. – Joe aproveitou que o sinal estava vermelho e sorriu quando
fitou os olhos de Demi. – Você não seria chamada para palestrar numa faculdade
se não fosse boa.
- Eu só queria poder dizer não para ficar com você embrulhada na coberta
e assistindo desenho. – Os dois sorriram imaginando a cena e então Joe se
curvou para beijá-la na boca. – Hum.. eu te amo, Joseph. – Ronronou nos lábios
dele aproveitando para dar uma série de selinhos fazendo Joe sorrir.
- Eu também amo você. – Infelizmente o sinal mudou para o verde. O único
fator que os impediram de chegar ao apartamento de Demi mais cedo foi o
trânsito. Mas ainda sim de carro era mais rápido. Joe estacionou no
estacionamento subterrâneo e o elevador os levou para o andar onde Demi morava.
– Tem tanto tempo que eu não fico aqui. Ultimamente estou passando mais noites
com você e minha mãe do que no meu próprio apartamento. – Comentou Demi assim
que destrancou a porta e adentrou o local com o namorado logo atrás.
- Ficar sozinha aqui para que? – Ela não esperava que Joe praticamente a
imprensasse contra a porta que mal tinha sido fechada. Olhando para cima Demi
mordeu o lábio inferior para conter um sorriso, levou as mãos aos músculos dos
braços fortes e pôs-se na ponta dos pés para beijar a boca do namorado que a
segurou pela cintura e aprofundou o beijo roçando incansavelmente a língua a
dela. – Eu estava louco para te beijar e tocar assim desde que te vi saindo da
Gyllenhaal. Você está linda com essa roupa e eu gostei dos seus brincos e das
suas unhas. – Demi tinha os lábios avermelhados, os olhos com o olhar fixo ao
de Joe e a respiração ofegante. Ela sorriu porque era muito difícil um homem
fazer um tipo de elogio como aquele. E o engraçado era: os brincos eram
pequenas argolas cor de ouro e o esmalte nas unhas um preto básico.
- Humm. – Murmurou porque o lábio inferior dele estava entre os dentes
dela. – Obrigada, querido. – Concentrada, Demi deslizou as mãos dos músculos
fortes para os ombros e o peito largo. – Você está um amor de boné. – Jor fez
careta porque ela tirou o acessório o jogando no sofá e adentrou o cabelo dele
da nuca com os dedos para puxá-los. – Mas você fica muito melhor com o cabelo
bagunçado. Você quer tomar banho comigo? – Ela sorriu quando ele também sorriu
um pouco corado porque a mão dela o abraçava lá embaixo..
- Você acha que vai dar tempo? – Joe tornou a sorrir quando os lábios de
Demi beijaram o peito dele sobre o moletom e a mão o apertou um pouco mais.
- Vai ser uma rapidinha, ok?
Nós temos que caprichar para ser gostoso e intenso.
- Então vamos, nós ainda temos que organizar a sua viagem. – Demi riu
alto quando ele a pegou de surpresa nos braços estilo noiva caminhando em
direção ao banheiro a passos largos. – Gosto do seu cabelo solto. – Comentou
Joe tirando o moletom para depois a camisa, porém ele estava mais focado em observar Demi se despir
assim como ela não conseguia parar de olhá-lo reparando em cada detalhe do
corpo dele.
- Eu não posso molhá-lo, vai dar trabalho para arrumar. – Comentou
fitando o peito largo para então o volume na cueca quando Joe tirou a calça
jeans. – Você não vai molhar o meu cabelo, ok? – Pare de olhá-lo! Demi tentou,
mas não conseguiu. Ela fitou o membro ereto sentindo arrepios por todo corpo o
imaginando preenche-la como ela precisava.
- Não vou molhá-lo. Prometo que vou te dar amor e que vou cuidar de
você, pequena. – O apelido a fez sorrir e corar. Joe estava mais próximo do que
antes e ele a ajudou a se livrar da regata e do sutiã. – Prende o cabelo,
princesa. – Ele até tentou prender a cabeleira dela, o que fez Demi sorrir e
beijá-lo cheia de carinho no peito.
- Só não tenho chinelos que servem para você. – Ela alcançou um elástico
na gaveta do armário da pia e sorriu quando fitou os pés de Joe. Eram grandes
em comparação aos dela. – Você é todo grandão, Joseph.
- Não tem problema. A vovó disse que eu sou do tamanho do papai. – Ele
disse a puxando para dentro da área do box. – Mas eu acho que você é que é
muito baixinha. – Ele sorriu para pirraça-la e Demi revirou os olhos girando o
registro do chuveiro.
- Eu só vou levantar a bandeira branca porque a única coisa que eu quero
no momento é você. – Joe sorriu a observando beijá-lo no peito de olhos
fechados como se saboreasse a comida mais deliciosa do mundo.
- Trégua aceita. Amanhã nós brigamos muito só para fazermos o melhor
sexo de reconciliação. – Demi assentiu esboçando um pequeno sorriso porque Joe
tinha a erguido pela cintura a ajudando enlaçar as pernas à cintura dele. – Eu
amo você. – Sussurrou no ouvido dela quando a penetrou devagar sentindo o corpo
todo entrar em êxtase só porque ele estava acolhido e com a amada nos braços.
Não tinha como ficar melhor. A
água morna caía nas costas de Demi e foi complicado não molhar o cabelo, acabou
que ela mesma o molhou quando tombou a cabeça para trás e o elástico desprendeu
o coque. Os movimentos de Joe não eram rápidos como deveriam.. E nem os dela.
Ambos estavam de olhos fechados, vez ou outra trocavam beijos intensos e
apreciavam o atrito dos corpos que se friccionavam a cada movimento involuntário.
O calor entre eles era delicioso nos beijos, no roçar de pele principalmente
nas pernas de Demi onde Joe não ousava em tirar a mão a apertando das coxas até
o traseiro que chegava estar rosado, e a melhor parte era a conexão que
compartilhavam com tanto amor e paixão.
- Eu te amo Joseph. – Ela murmurou em meio aos gemidos e de olhos
fechados sentindo os beijos que recebia no pescoço e nos seios enlouquecê-la de
prazer junto aos movimentos dele.
***
- Vai princesa, troca de roupa. – Joe era tão carinhoso e Demi tão
apaixonada por ele, que ela não queria soltá-lo por nenhum segundo. Eles tinham
caminhado para o closet em meio aos beijos, estendendo os carinhos que tinham
trocado no banheiro. – Você tem que correr para não atrasar, ok? Nós vamos
namorar mais amanhã. – Ele riu quando fitou os olhos dela brilhando em
carência. – Não faz essa cara. – Ele sorriu a segurando pela cintura e se
curvou para beijá-la no pescoço. – Quer ajuda para escolher a roupa?
- Eu tenho um conjunto social novo. – Disse Demi toda manhosa se
afastando de Joe contra vontade porque precisava terminar de se secar para
começar a se vestir. – A mamãe me deu umas peças bonitas. – Joe a olhou vestir
a calcinha e logo o sutiã e quando percebeu que ela o olhava com uma sobrancelha
arqueada, ele sorriu envergonhado. – Você ouviu o que eu disse? – Perguntou
caminhando até que estava em frente às roupas perfeitamente organizadas que ela
lutava para mantê-las daquela forma já que ficava mais fácil para se organizar para
o trabalho.
- Que é uma droga o seu cabelo está molhado? – Ele tinha vestido a box e
arqueou uma sobrancelha a olhando, e Demi revirou os olhos.
- Não, Joe. Eu disse que a minha mãe me deu umas peças de roupa. –
Comentou focada em procurar pelo blazer que ela mais gostava, o blazer que era
de Dianna. – E você sabe, a mamãe só veste roupas bonitas. – Murmurou concentrada
nas roupas e não demorou muito para achar o blazer perfeitamente dobrado num
cabide. – Eu tenho que ligar para ela avisando que vou viajar. – Joe franziu o
cenho e não disse nada. Ultimamente ele estava tentando ser o mais neutro
possível em relação a Dianna, tinha desistido até mesmo da ideia de estudar o
que ela tinha aprontado e o porquê da mentira porque Dianna era traiçoeira e o
colocaria num problema ainda maior. O ruim era a verdade sobre Inácio que até
então ele tinha decidido não contar para Demi.
- Você precisa comer antes de sair. Vou providenciar certo? – Perguntou
tentando não soar indiferente, e como Demi estava envolvida separando as
melhores peças de roupa e as da mãe, ela apenas assentiu. – Vou ao mercado, não
demoro. – Ele disse se aproximando e Demi o olhou nos olhos. – O Sr. Potter
pagou o serviço extra. – Explicou-se envergonhado.
- Amor, você não precisa gastar comigo. – Disse arrumando a camisa dele
aos ombros e logo espalmando o peito largo. – Posso comer no caminho. Será a
minha primeira viagem, mas eu vou ficar bem. – Joe arqueou as sobrancelhas e
Demi assentiu.
- Então a dica para a sua primeira viagem: não coma nada na estrada. É
tiro e queda se você quiser passar mal. – Ele disse e se curvou para dar um
selinho nos lábios dela. – A segunda e melhor dica é: deixe o seu namorado cuidar da sua comida que
você ficará bem. – Demi sorriu fitando os olhos lindos dele e em troca ganhou
outro selinho. – Não vou demorar. Nós ainda temos meia hora para arrumar tudo. –
Ele só saiu depois que Demi assentiu e o beijou.
Quando saiu do apartamento Joe
quase perdeu o elevador, sorte foi que a senhora que morava no mesmo andar que
Demi impediu que as portas se fechassem colocando o braço para que então os sensores
detectassem matéria.
Na área onde Demi morava, o que
não faltava era comércio de todas as categorias. Então encontrar um mercado não
levou nada mais que cinco minutos e não precisou de carro. Joe aproveitou o percurso
para analisar o tempo climático e pensar no que poderia comprar. Não estava
chovendo como tinha acontecido nos dias anteriores, o que era bom já que Joe
não gostava da ideia de pegar estrada chovendo.
Chocolate parecia uma boa
distração e ajudaria Demi a relaxar. As maçãs eram vermelhas e ele tinha
certeza que uma fruta não faria mal. Então ele completou a compra com
biscoitos, barra cereal e água mineral. Eram alimentos simples e não
prejudicariam.
A conta foi paga com a única nota
que ele tinha: cem dólares. Foi o suficiente e ainda tinha restado uma boa
quantia. Joe organizou as sacolas e como estava complicado olhar a hora no
celular, ele resolveu que era melhor andar rápido para não arriscar atrasar a
namorada. Porém imprevistos aconteciam. A cidade era grande e a mais falada de
todo o mundo. Justamente naquela área de Manhattan, uma grande quantidade de
pessoas de várias etnias estava concentrada. Ouvia-se do velho e informal
inglês norte-americano a idiomas que Joe nem mesmo sabia que existia. E de
tantas faces diferentes, Joe tinha que fitar logo a dele, que quase o derrubou
com um esbarrão proposital.
- Jonas, Jonas.. – Jake mordeu o lábio inferior, mas logo esboçou o
sorriso que enlouquecia as mulheres e surtia um efeito completamente diferente
em Joe que fechou a cara e estava rígido pronto para devolver qualquer
agressão. – É uma coincidência encontrar logo você. – Ele não tinha perdido o
jeito debochado e os dias de prisão não surgiram efeito. – Cadê a sua namorada
gostosa? Estou louco para comê-la de
novo.
- Se você respirar perto da Demi, eu
te mato. – O coração estava acelerado, o cenho franzido e Joe nunca tinha
sentido tanto ódio como sentia. E o sentimento era tão angustiante. Ele fitou
os olhos de Jake que continuava sem perder a pose e pensou bem nas palavras que
tinha dito. Não se sujaria por causa dele, era só um jeito de falar..
- Sabe, Joe. – Jake se
aproximou ficando próximo o suficiente para que Joe pudesse sentir a respiração
dele e o calor o envolvendo. – A Demi é uma prostituta interesseira igual a
mãe. Você acha que ela é santa e vai ficar vivendo de migalha? Não dou um mês
para ela voltar rastejando para mim. Ninguém merece um pobretão que se veste
mal, anda a pé e trabalha de domingo a domingo vigiando as cargas que chegam ao
porto. Deixe-a ficar comigo? Ela terá tudo
que quiser e eu prometo que vou fodê-la todos os dias por nós dois e.. – Alto
piedade. Para que ouvir as baboseiras de Jake? Joe se controlou para não fazer
uma besteira. Mas foi inevitável não esbarrar usando toda a força em Jake e
caminhar a passos largos para longe.
Ultimamente o que Joe mais queria
era ter estabilidade emocional no relacionamento com Demi. Então evitar Dianna,
Inácio e Jake era o melhor que ele poderia fazer. Já bastava os conflitos que
às vezes ele tinha com a namorada! Não era necessário procurar mais problemas. Só
que era complicado para que uma parte do cérebro entendesse. O lado racional
estava de acordo, mas o emocional enfurecido! A vontade de Joe era de voltar
até onde Jake estava e descontar toda a raiva em forma de agressões físicas e
verbais. Desejar o mal a Jake o deixava mal. E era tão ruim. O coração estava
acelerado de uma forma estranha e desconfortável, o cenho franzido e os
sentidos apurados mais que o normal. O nervoso foi tão grande que a súbita
tontura e mal estar o obrigou a parar de caminhar, recostar-se numa parede e
respirar fundo enquanto fazia uma contagem mentalmente. Não era hora para
desmaiar.
Pense, pense, pense em coisas boas. Disse baixinho para ele mesmo. O sorriso de Demi, Lucy correndo no
parque, as fotos dos pais. Foram as melhores lembranças que Joe conseguiu
reunir e aos pouquinhos o coração voltou a bater normalmente e a tontura era
uma leve sensação. Para fitar a hora no relógio de pulso, Joe teve que arrumar
os óculos de grau ao rosto e se concentrar muito. Faltava pouco tempo para Demi
viajar. Pouco menos de quinze minutos. Os passos tiveram que ser mais ágeis e a
atenção redobrada para atravessar a rua e não esbarrar nas outras pessoas. Ele
chegou intacto e ofegando, por isso esperou pelo elevador e foi simplesmente
horrível a sensação de subida até o andar onde Demi morava.
- O Joe acabou de chegar. – Demi
abriu a porta assim que ele bateu, e ela conversava ao celular. – Não mamãe, ele não vai comigo. Ele trabalha
à noite. – Ela disse franzindo o cenho levemente observando como Joe estava
pálido e conforme o guiava para cozinha, conversava com a mãe. – Obrigada. Sim, prometo que vou avisar. Também
estou com saudade. Beijo, amo você. – Joe acomodou-se a cadeira e se sentiu
péssimo em todos os aspectos. Havia o sentimento de ódio por Jake, a frustração
por Demi ter que viajar de última hora e o que mais tinha o incomodado naquele
momento era o fato de Dianna fingir na maior cara dura que Demi tinha sido
fruto de um estrupo. Aquilo era simplesmente um absurdo! E ele sabia e deveria
contar para ela, não deixa-la fazendo papel de boba como estava acontecendo. –
O que foi, amor? Está tudo bem com você? – Ela perguntou com tanto carinho o
acariciando nos ombros até o rosto.
- Eu estou cansado. – Murmurou a olhando e quando Demi franziu o cenho
sem entender, ele a abraçou e descansou a cabeça um pouco abaixo dos seios já
que Demi estava escorada a mesa e ele sentado a cadeira.
- Você não está bem. – Disse quando puxou o cabelo da nuca dele e Joe a
olhou aparentemente preocupado.
- Você tem mesmo que ir? – Perguntou por que Jake estava solto. E a
viagem de última hora parecia tão suspeita, a tentativa perfeita para Jake
conseguir tirar a paz de Demi.
- Eu não quero ir, mas terei. – Disse arrumando o cabelo dele e como o
carinho era bom, Joe fechou os olhos mesmo de cenho franzido.
- Vai ter mesmo essa palestra? – Ele abriu os olhos e sustentou o olhar
dela que não soube exatamente o que dizer já que o tom de Joe tinha soado
estranho.
- Vai, Joseph. Eu não estou inventando uma desculpa para fugir de você.
– Defendeu-se e ele se ajeitou a cadeira a olhando nos olhos. – Se você não
estiver bem, por favor, fale, eu darei um jeito de ficar.
- Eu estou preocupado. – Disse coçando o queixo e então arrumou os
óculos ao rosto. – O Jake está solto. Eu estou com medo dessa palestra ser
alguma armadilha dele para te humilhar ou fazer Deus sabe lá o que.
- Eu sei, mas ele não vai fazer nada para nos prejudicar. Liguei para o
detetive Pine antes de ligar para mamãe. Ele me garantiu que o Jake tem que
manter distância da Gyllenhaal e das garotas
que ele filmou. – Joe a observou arrumar o cabelo atrás da orelha e morder
o lábio inferior. Demi sempre fazia aquela sequência quando estava nervosa. –
Então não é coisa dele, digo, essa palestra. Pesquisei na internet e realmente
eles estão me esperando.
- Eu não gosto daquele detetive. – Murmurou Joe de cara fechada e Demi
mordeu o lábio inferior novamente sem saber o que dizer. Ela gostava do
detetive, aliás, achava-o bonito. – Ele olha para você de um jeito estranho. –
Disse a olhando e ela deu de ombros envergonhada com o olhar duro que Joe
mantinha sobre ela. – Não sou do tipo de namorado que proíbe, acho isso ridículo, mas não gosto de você com aquele cara.
Você está linda, princesa. – O sorriso charmoso dele a fez sorrir aliviada.
Demi se curvou e depositou um selinho molhado nos lábios de Joe sentindo o
coração acelerar. – Acabei encontrando o Jake, e fiquei nervoso. Ele disse
coisas sobre você. – Murmurou tornando a abraça-la.
- Você o encontrou onde? – Perguntou atenta o observando franzir o cenho
e morder o lábio inferior claramente aborrecido.
- Aqui perto. – Joe umedeceu os lábios e se levantou. – Vamos organizar
o que você vai levar? Daqui a pouco o carro chega e eu não quero que você vá
sem comer.
- Eu vou ficar bem, amor. – Ela o abraçou de lado e pediu por um beijo
que aconteceu assim que Joe se curvou e roçou os lábios nos dela. – Só estou
preocupada com você. Promete que vai comer antes de sair e que levará comida
para o trabalho?
- Prometo, princesa. – Ele sorriu e como desejava, beijou os lábios dela
novamente. – Então, nós temos chocolate, biscoitos, maçãs, barra cereal e água.
E não faz careta, é para o seu bem. – Demi revirou os olhos, mas sorriu porque
gostava de ter atenção do namorado. – Nada de exagerar no chocolate. Deixe para
comer apenas um pedacinho antes da palestra. Durante a viagem você pode comer a
barra cereal, um pouco dos biscoitos e uma maçã. Acredito que seja o
suficiente. Não exagere na água. Onde está a sua bolsa? Nós temos que organizar
essas coisas antes de o carro chegar, princesa. – Ele pegou as maçãs para
lavá-las e Demi aproveitou para buscar a mochila no quarto onde organizou os
alimentos que Joe tinha comprado com mais alguns que ela tinha. Não era uma
viagem longa, mas Demi confessava que estava nervosa com a ideia de sair de
Nova York mesmo que fosse para pouco menos de dez horas.
- Amanhã nós almoçamos juntos. Não vamos deixar nada nos atrapalhar, ok?
– Disse a Joe. Os dedos estavam enlaçados aos dele. Tinham acabado de sair do
elevador e caminhavam para fora do prédio. Demi se sentia tão nervosa e ansiosa
que a barriga estava dolorida. – Obrigada por cuidar de mim. – Disse assim que
chegaram a calçada do prédio. Joe a olhou depois de observar o movimento da rua
e ela forçou um pequeno sorriso. – Eu agradeço muito por ter a Selena para
cuidar de mim. Até então ela era a única que se preocupava se eu chegaria
inteira em casa, se eu me alimentei.. Agora eu tenho você. Isso é tão
importante para mim, sempre fui muito sozinha e.. Você sabe. Foi difícil
crescer sem atenção da minha mãe e descobrir que meu pai é um monstro. Obrigada
Joe. – Joe sorriu a olhando, colocou uma mecha longa do cabelo atrás da orelha
e a abraçou contra o peito mesmo que o travesseiro que Demi segurava os
atrapalhando.
Enquanto a abraçava, ele pensou
em como Demi precisava de toda aquela atenção. Aliás, todas as pessoas
necessitavam de acolhimento, carinho. Sensação de pertencimento. Porém a mulher
que ele amava era especial naquele aspecto. Toda forma de carinho, não
importava de onde surgia, conquistava um sorriso feliz de Demi. Pensar naquilo o fez repensar, novamente, sobre a verdade que escondia. Era errado e desumano
que Demi continuasse privada de ter uma família.
- Ei, princesa. – Chamou e Demi que ainda o abraçava, olhou para ele. –
Eu sempre vou cuidar de você. Tudo bem? – Quando ela assentiu, o coração dele
apertou porque os olhos marrons brilhavam em carência e amor. – Amanhã..
Amanhã.. – Começou a dizer um pouco nervoso. Ele estava decidido em contar a
verdade sobre Inácio. Iria acabar com o sofrimento de Demi e encerrar a
história de ter segredos. – Eu vou.. – Porque estava difícil para sair? Joe
franziu o cenho e se preparou mentalmente para colocar o que tinha em mente em
prática, que era contar a namorada a verdade sobre o pai. Só que o celular de
Demi começou a tocar e a buzina do carro preto desviou toda a atenção que ela
tinha na conversa para envolvê-la na viagem.
- Tudo bem querido? – Perguntou mais focada no carro do que em Joe,
então só restou a ele assentir.
- Tudo bem. – Ele disse de cenho franzido quando ela o olhou e voltou a
olhar para o carro.
- Promete que vai ficar bem? – Disse Demi depois de acenar para o
motorista para que ela pudesse se despedir de Joe.
- Prometo. E você? – Joe colocou a mochila onde estavam os pertences de
Demi no braço e envolveu a cintura da namorada da melhor forma que podia. A
sensação era a melhor de tê-la tão próxima a ele compartilhando do calor e do
sentimento que os envolviam.
- Prometo. – Demi sorriu o olhando nos olhos. Levou as mãos para nuca de
Joe podendo enlaçar os dedos nos cabelos da nuca dele e puxá-los gostando de
como as mechas de cor castanho-escuro estavam grandes e levemente bagunçadas. –
Eu te amo. – Ela disse as três palavrinhas que Joe mais gostava o olhando nos olhos.
Será que era coisa de despedida? Demi franziu o cenho porque estava com vontade
de chorar. A saída foi envolver Joe num abraço de urso e murmurar manhosa
contra o peito dele não querendo soltá-lo por nada.
- Eu te amo. – Ele disse erguendo gentilmente o rosto dela. E Demi fez a
melhor cara de cachorrinho que conseguiu com direito em franzir os lábios num
biquinho e tudo mais. – Sucesso na sua palestra. Tenho certeza que você se
sairá muito bem, meu anjo. Vou ligar daqui a pouco para saber como você está. –
Demi assentiu, porém ela estava mais interessada nos lábios de Joe. As mãos
abraçaram os músculos dos braços e os lábios foram roçados com tanto calor e
desejo que Joe teve que segurá-la com firmeza contra o corpo, caso contrário
Demi despencaria no chão. E o beijo foi longo, intenso e Demi tinha certeza que
tinha sido o mais intenso que ela já tinha trocado em toda a vida! As bochechas
chegaram a corar e foi tão bom quando Joe a abraçou com mais possessão a
apertando na cintura com uma mão e a outra deslizava pelas costas.
- Vou sentir saudades, amor. – Ela acariciou o peito dele com a palma
das mãos e mordeu o lábio inferior antes de selar os lábios novamente numa
série de selinhos molhados. – Me acompanha? – Sussurrou no ouvido dele quando Joe
a abraçou aproveitando a proximidade para plantar um beijinho inocente, que
teve um efeito imediato em Demi, na região do pescoço. Ela podia sentir os
mamilos túmidos contra o sutiã e o íntimo pronto para acomodar Joe mais uma
vez.
- É claro que acompanho. – Joe sorriu envergonhado porque Demi tinha o
olhado brevemente lá, e ela não fez
questão de esconder. Ele se deixou ser guiado por ela até onde o carro preto
estava parado.
- Boa tarde, Tony! – Demi
sorriu educadamente para o velho motorista da família Gyllenhaal. Era aquele
senhor que sempre estava acompanhando Jason nos compromissos mais importantes e
ele tinha levado Demi para casa algumas vezes quando ela precisou.
- Boa tarde, Srta. Lovato. – Era um senhor de altura mediana e porte físico
comum. Demi apertou a mão do homem se lembrando das vezes que ele tinha a
levado para casa tarde da noite já que no início do trabalho na Gyllenhaal,
Jason exigia muito e o mínimo que ele fazia era arrumar alguém para leva-la
para casa. – Joseph, esse é o Sr. Martinelli. Tony, esse é o Joe, meu namorado.
– Apresentou-os e os dois trocaram um breve aperto de mãos. Cada qual no seu
próprio espaço. Joe estava na defensiva claramente porque não gostava que ela
tivesse laços com a família Gyllenhaal. Estava perceptível, ao menos para Demi,
porém ela resolveu ignorar e como não havia muitas bagagens, as duas bolsas
ficaram acomodadas nos bancos de trás do carro.
- O Sr. é quem vai leva-la? – Joe perguntou ao motorista sem exibir
muitos sorrisos e nenhum pouco de felicidade. Ele fez questão de ser o mais
frio possível justamente para intimidar o homem.
- Sim. A viagem não é muito longa, será melhor de carro a ônibus ou
avião. – Disse Tony fitando os olhos de Joe que segundos depois assentiu.
- Voltam ainda hoje? – Perguntou envolvendo a cintura de Demi com os
braços e ela fez careta o abraçando também pela cintura e encostando a cabeça
no peito largo.
- Até meia-noite a senhorita Lovato estará em casa. – Disse trocando um
breve sorriso com Demi. – Nós podemos ir? – Perguntou e ela assentiu voltando
toda atenção para Joe.
- Nada de ficar emburrado. – Demi envolveu o pescoço do namorado com os
braços e puxou o cabelo da nuca gostando de como as mechas castanhas escuras
eram macias e sedosas. – Não fica, ok bebê? – Sussurrou no ouvido dele quando
Joe se curvou e o beijou na bochecha. – Tenha um ótimo trabalho e se cuida. Não
esqueça a blusa de frio e a comida. Qualquer coisa estranha você liga para
polícia.
- Vou seguir tudo como você disse. – Ele sorriu quando ela sorriu e deu
um breve selinho nos lábios femininos. – Eu te amo princesa. Faça uma boa
viagem, qualquer coisa, você pode me ligar que eu tentarei te socorrer.
- Eu também te amo, Joseph. Obrigada. Até amanhã. – Os olhos dela marejaram
e Joe sorriu feliz a envolvendo num abraço de urso apertado se atentando em
gravar cada detalhe da mulher que ele amava: a cor dos olhos, as sardinhas no
rosto claro, o sorriso lindo e o cheiro inconfundível.
- Até amanhã. – O beijo que trocaram foi breve e o finalizaram com
selinhos em meio aos sussurros de “eu te amo”. Demi queria chorar, e por um
pouco ela chorou. Os dedos aos pouquinhos se desenlaçavam dos de Joe e quando
não teve mais jeito, ela estava acomodada no banco traseiro fitando os olhos do
namorado com os dela completamente marejados. O coração estava partido. O carro
mal tinha saído do lugar e a saudade já a sufocava. Os olhos verdes de Joe
fitaram os dela até que a distância rompeu a conexão.
Demi franziu o cenho porque de
certa forma se sentia sozinha. Tony já era um rosto familiar, porém ela não
tinha laços com ele. Restou se acomodar com o travesseiro e se organizar para
ficar da forma mais confortável possível. As bochechas coraram um pouco e Demi
arriscou olhar para o motorista. Ela não gostava de ficar em silêncio e nem de
se sentir desconfortável.
- A viagem não será longa. – Comentou o homem mais velho percebendo a
movimentação de Demi.
- O Marcus só avisou hoje, então foi tudo foi de última hora. –
Explicou-se um pouco corada. – E é a minha primeira viagem. Estou nervosa. –
Confessou e quando Tony a olhou pelo retrovisor interno, ela assentiu.
- Nós podemos comprar remédio para enjoos. Algumas pessoas ficam
enjoadas ao viajar.
- Está tudo bem. Se eu ficar enjoada, aviso. – Disse Demi. Selena sempre
dizia sobre os cuidados que elas deveriam ter com a ingestão de remédios, pois
alguns deles poderiam cortar o efeito do anticoncepcional. E como não tinha
costume, Demi preferia evitar porque também não fazia ideia de quais
medicamentos a prejudicaria.
O clima no carro melhorou
consideravelmente depois das poucas palavras trocadas com o motorista. Pelo
curso do trânsito, Demi percebeu que demoraria a sair de Nova York já que
naquele horário as ruas estavam literalmente lotadas de carros, pois era quase
fim de tarde. O carro ficou parado por alguns minutos no pequeno engarrafamento
e como não tinha muito o que fazer, buscar pelo celular foi a melhor
alternativa.
- Faça uma boa viagem. Amo
você” – Selena.
- A Lucy está sentindo a sua
falta. E eu também. Vou jogar futebol com o Augusto e os amigos dele, mas
ficarei de olho no celular para saber onde você está. Já saiu da cidade? – Joseph.
- Tenha cuidado. O Jake conseguiu
alguns dias fora da prisão... Ele veio me procurar, mas o dispensei. Cuidado
querida, sempre fique atenta e não dê nenhuma oportunidade para ele. Queria
estar com você para protegê-la. Estou com saudades, faça uma boa viagem. – Dianna.
As três pessoas que ela mais
amava em todo o mundo! O sorriso foi de orelha a orelha e o coração disparou a
ler cada palavrinha. Primeiro ela respondeu Selena exageradamente dizendo que
também a amava. Então lá estava a conversa com Joe.
- Amor, cuida da nossa menininha e
a mime por nós dois. Jogar futebol onde? Tenha cuidado e não exagere! Você
precisa descansar para trabalhar. Quero conhecer esses seus amigos, quando você
vai nos apresentar? Estarei online na maior parte do tempo, se a minha bateria
durar. Nem passamos da Time Square, ou seja, estou perto de casa. Mas também
não sei por onde passaremos para sair de Nova York – Demi. Assim que ela
enviou a mensagem, Joe a visualizou. O tempo em que ele escrevia ela aproveitou
para abrir a conversa com a mãe.
- Obrigada por avisar. O Joe o
encontrou, ele não chegou muito feliz em casa. Liguei para o detetive Pine, ele
me garantiu que nos protegerá. E há uma série de condições que não permitem que
o Jake se aproxime, e caso ele quebre alguma, pode ferir o acordo que o
advogado conseguiu. Também estou com saudade. Nós podemos marcar alguma coisa?
Eu, você e o Joe? – Demi.
A resposta de Joe tinha chegado
junto com a de Selena enquanto Demi digitava a mensagem para Dianna. E quando
ela foi responder o namorado, chegou uma nova notificação. Laura Jonas. Demi
ficou sem saber o que fazer quando viu a solicitação de amizade da tia de Joe,
porém não tinha como recusar ou ignorar, ela aceitou e como estava focada na
conversa com Joe, Sel e Dianna, voltou para o aplicativo para respondê-los.
Ah não! As bochechas coraram e o
coração bateu um pouquinho mais rápido quando Laura a chamou no chat. Diabos!
Aquilo não deveria acontecer, aliás, não deveria deixa-la envergonhada e muito
menos desconfortável.
- Oi Demi, tudo bem? – Laura.
Ela tinha visto a mensagem apenas pela notificação porque não tinha coragem de
abrir a conversa. Mil vezes diabos! As bochechas chegavam estar quentes e
infelizmente o dedo esbarrou na notificação então abrindo a conversa quando o
carro virou numa curva. Agora não tinha mais jeito. Não responder seria completamente desapropriado.
- Oi Laura. Estou bem, e você?
– Demi. As mãos estavam suadas e o coração acelerado!
- Também estou bem. – Laura. E
agora? Demi mordeu o lábio inferior com tanta força que quase o feriu. Ela nem
mesmo tinha coragem para voltar para conversar com Joe. – Desculpe incomodar. Só gostaria de saber se está tudo bem com o Joseph.
Sei que tem coisas que ele prefere não falar para não preocupar a mamãe. Eu
entendo, mas gostaria saber se está realmente tudo bem com ele. Ele está se
alimentando corretamente? Ele tem desmaiado? – Laura.
O que responder? Demi franziu o
cenho sem saber o que poderia contar, começou a digitar, apagou e então voltou
a digitar decidida em contar a verdade para Laura, até porque ela precisava
saber o que estava acontecendo com Joe.
- Não é incomodo. O Joseph está
bem. Ele está se alimentando corretamente, porém às vezes ele acaba abrindo mão
da alimentação para se dedicar ao trabalho. Numa dessas vezes que ele acabou
desmaiando. Nós fomos ao hospital algumas vezes para ele tomar insulina. Estou
sempre o lembrando de comer corretamente, de se cuidar. – Demi. A mensagem
foi visualizada no mesmo instante e Demi não soube se estava fazendo certo, mas
sabia que não poderia deixar de contar para alguém que se preocupava de verdade
com Joe o que estava acontecendo com ele. – Às vezes ele tem tontura. Desde que
o conheci, ele desmaiou duas vezes. Nós o levamos para o hospital. Agora está
tudo bem.
- Eu gostaria que você cuidasse
dele, Demi. Ele é um rapaz muito especial e nós queremos o bem dele acima de
tudo. De longe fica impossível. Sei que posso confiar em você. – Laura.
- Você pode. Eu sempre vou
cuidar do Joe. – Demi.
- Joe? Gostei do apelido! – Laura.
- Joseph é muito formal, então nós
o chamamos de Joe – Demi.
- Entendi. Antes de viajar para
Nova York, ele foi hospitalizado porque desmaiou. E não foi o primeiro desmaio.
Ele começou a desmaiar e ficar tonto não tem muitos meses. Estou preocupada.
Você poderia convencê-lo a procurar um médico? Ele sempre resistiu quando
tentamos. E com você, ele pode ser mais flexível. Arcarei com todos os custos.
– Laura.
- Eu não sabia. Ele só contou que
passou mal quando estava trabalhando no campo. Vou convencê-lo e nós
procuraremos um médico ainda essa semana. Está tudo bem, eu posso cuidar dele.
– Demi. A preocupação a atingiu em cheio. Demi tinha o cenho franzido e um
nó formado na garganta. Ela olhou para os lados percebendo que estava longe da
cidade provavelmente numa rota que levava à estrada.
- Se precisar de alguma coisa, por
favor, não hesite em entrar em contato. O desmaio no campo o levou ao hospital.
A mamãe ficou muito preocupada. Foi o terceiro desmaio em dois meses. Sem
contar as tonturas. E eu o flagrei várias vezes tendo que fazer pausas para
descansar antes de retomar o trabalho no campo e na escola onde ele dava aula,
mas ele é teimoso igual a mãe e continua ignorando um problema de saúde que
pode ser sério. – Laura.
- Ele é realmente teimoso, mas vou
cuidar dele. – Demi. A vontade era de voltar para Nova York naquele exato
momento e levar Joe ao hospital para saber o que estava acontecendo. Laura
tinha razão em estar preocupada. Tonturas e desmaios não eram sintomas comuns.
- Ele foi demitido da empresa que
o contratou quando ele ainda estava aqui? Eu vi num blog na internet, mas não
sei se é verdade. – Laura. E pensando no bem de Joe, Demi concluiu que era
melhor falar a verdade por mais que poderia se complicar. A mensagem de resposta
foi digitada com tanto receio, mas ela tinha que o fazer.
- Aconteceram algumas coisas. Ele
foi demitido, mas já conseguiu outro emprego. – Demi. Não era hora para
aquilo. Demi franziu o cenho quando apareceu um sinal de exclamação perto da
mensagem avisando que não tinha sido possível enviá-la. O celular estava sem
sinal. Logo quando ela conversava com a tia de Joe! Diabos. Os olhos pesaram e
o cenho foi franzido quando Demi olhou para os lados encontrando só a estrada e
a natureza. As árvores eram borrões e o verde estava em todos os lugares onde
não havia estrada. Ela olhou para trás e não existia mais a vista dos enormes
arranha-céus de Nova York.
O coração acelerou um pouco e o
calor se instalou na barriga a incomodando. Então voltou a atenção para o
celular para ver se ainda tinha sinal, mas as barrinhas que mostravam a área de
cobertura do chip estavam nulas.
- Amor? Já estou aqui com o
Augusto. – Joseph há 40 minutos.
- Relaxa e faça uma boa viagem.
Você já escolheu o que vai vestir? – Selena há 41 minutos.
- Eu estou indo a delegacia
prestar depoimento. Contarei tudo que sei e pedirei para o detetive, de alguma
forma, para não deixar o Jake chegar perto de você. Mande notícias quando
chegar. – Dianna há 40 minutos.
Não tinha como responder ninguém,
porém se pudesse, o primeiro a ser respondido seria Joe. Ele iria jogar
futebol! A vontade era de puxar a orelha dele. Com desmaios e tonturas e Joseph
inventava de jogar futebol. Era um esporte que sugava muita energia, e depois
ainda tinha o trabalho de vigilante praticamente à noite toda! Qual o problema
dele? Demi viu-se tão irritada com o namorado que praticamente esmagava o
celular com as duas mãos. Joseph teria o dele quando ela voltasse para Nova
York.
O celular estava inativo, Tony
concentrado na estrada e o carro no meio do nada. Estava ficando sufocante e o
calor começava a incomoda-la, aliás, até mesmo a roupa que vestia. Estava tão
quente e desconfortável. Não tinha uma posição que dava para ficar confortável.
O cheiro dos bancos de couro e do carro sempre foram fortes daquele jeito? Demi
abraçou o travesseiro e recostou-se na porta do carro. A porta estava vibrando
e o vidro quente. Tudo estava quente e ficar com o travesseiro estava fora de
cogitação. O cinto de segurança a apertou e Demi o fuzilou quando o viu
atravessando o corpo na diagonal. Que incomodo! O cabelo começou a pinicá-la e
ela teve que enrolá-lo num coque alto sentindo-se mais aliviada com a nuca ao
ar livre. Restou fitar a estrada. As árvores corriam, o sol começava a sumir no
horizonte, mas mesmo assim os raios incidiam intensamente. A tontura veio
quando todos os sentidos ficaram apurados. O cheiro do banco de couro, o vibrar
da porta do carro que sem querer ela tinha esbarrado e o borrão que eram as
árvores. Demi ficou mole, calorenta e enjoada. Resmungou baixinho e quando Tony
a olhou, agilmente o carro foi estacionado no acostamento e o homem a ajudou a
descer. Foram poucas às vezes que ela tinha vomitado, e em todas elas, a
experiência foi horrível! Vomitar não ajudou muito, porém ela ficou bons minutos
naquela desagradável situação até que o estomago estava vazio.
O rosto ficou avermelhado, a face
perceptivelmente abatida, os olhos cansados e os lábios esbranquiçados. Foi
preciso apoiar-se nos braços de Tony e respirar fundo por uma série de vezes. Lavar
o rosto com água mineral ajudou, assim como tirar a blusa de frio ficando
apenas com a camisa de algodão que vestia. Eles perderam quase vinte minutos
naquela pausa. E quando voltaram para o carro, Tony a ajudou a se acomodar e
Demi não recusou. O cansaço e o enjoo controlado foi o suficiente para
derrubá-la. E quando Demi dormia, bem, poderia estar acontecendo uma guerra que
ela continuaria profundamente no mundo dos sonhos.
O que Demi sabia sobre Baltimore
era que a cidade possuía um dos principais portos marítimos do país e que lá ficava o famoso Aquário Nacional que abrigava mais de setecentas e
cinquenta espécies. O cabelo estava uma bagunça, a cara de sono e a sensação no
estomago era estranha, porém Demi estava acordada quando eles chegaram à cidade
por volta das seis e quarenta. O carro seguiu diretamente para o hotel, e
quando ela desceu do carro sentia-se mole, porém aliviada por estar em meio à
civilização.
O quarto era uma das melhores suítes.
Tony ficou acomodado em um e ela noutro. Porém Demi não queria saber de luxo,
ela se jogou na cama e respirou fundo buscando o celular para conectá-lo no Wi-Fi
e a tomada já que a bateria estava pouca.
- Desculpa a demora, quando nós estávamos
conversamos eu estava a caminho de Baltimore para uma palestra e acabei ficando
sem sinal na estrada. – Demi. A mensagem foi enviada para Laura alguns
segundos depois, mas ela já não estava online.
Demi respondeu Selena, Dianna e
depois Joseph que já tinha enviado pelo menos cinco mensagens avisando que já
estava em casa e se arrumava para trabalhar. Não deu muito tempo de ficar no
celular já que a equipe que Marcus tinha contratado para produzi-la bateu à porta. Ela tomou banho e bem, Demi não gostava muito daquele tipo de coisa, mas
enquanto o cabelo era escovado, os pés eram massageados, as unhas pintadas e ela
tinha direito a champanhe e petiscos. Não era ruim ser cuidada daquela forma.
Então ela aproveitou já que não acontecia muito. Na hora de buscar pela roupa
que tinha trago de casa, pelo menos mais cinco opções tinham surgido já que
Marcus também tinha providenciado aquele detalhe. A roupa que Demi tinha
comprado era bonita, mas os vestidos eram mais elegantes e ela optou por um
preto social com detalhe de renda na região do busto.
Ela estava bonita e elegante. Selena
aprovou o look quando ela enviou a foto. E Joe também. Demi sorriu quando o
namorado enviou muitos emoji com olhos em formato de coração e logo em seguida mandou uma foto dele sem camisa com Lucy. Só era uma pena que Tony bateu à
porta do quarto porque já estava na hora da palestra.
Demi não estava nervosa.
Geralmente ela não ficava quando iria se relacionar com pessoas desconhecidas. E
o que falaria sobre Design estava na ponta da língua, não tinha como não saber
o que dizer sobre o que ela mais gostava de fazer. Só que quando chegaram à universidade,
a quantidade de carros e pessoas a assustou. Era um evento acadêmico grande e consequentemente
estava cheio de mentes intelectuais circulando. E lá estava ela representando a
Gyllenhaal. Quando desceu do carro, um fotografo gritou por uma foto e foi
estranho sorrir para um anônimo, mas ela o fez e logo o reitor a recebeu com um
aperto de mão e a guiou educadamente para dentro do campus. Encaixar-se não foi
um problema. Demi conversou com os outros palestrantes e sentou-se numa das
primeiras cadeiras do auditório acompanhada dos colegas para assistir o início
do evento e as primeiras palestras até que fosse a vez dela. O lugar estava lotado
de pessoas, maioria delas com certeza eram estudantes, professores e
profissionais.
A ansiedade foi um sentimento bom
quando anunciaram que ela seria a próxima palestrante. Até mesmo um sorriso Demi
esboçou animada. Só que o cenho foi franzido quando os olhos encontraram com os
dele. Aquelas olhos cor de mel eram familiares, familiares demais. O sorriso
mais lindo da faculdade. O coração de Demi quase saiu boca a fora. John tinha
sido um encanto na época da faculdade e ela estava perdidamente apaixonada por
ele, apaixonada a ponto de ter confiado demais um segredo que não deveria. Não
foi à toa que ela tinha ganhado fama de filha de prostituta de luxo.
- Demetria. – Ele tinha se aproximado sem se intimidar, e o sorriso
estava nos lábios perfeitos. – É uma surpresa e um prazer encontra-la aqui. –
Disse John sentando-se a cadeira vazia ao lado e quando ele se curvou para
beija-la na bochecha, Demi não pode fazer nada além de aceitar o beijo ainda em
estado de choque.
- John. – Não era para soar tão impessoal, aliás, ela tinha o esquecido há
anos e estava com Joe! Não era porque nutria alguma espécie de sentimento por
John, só era que ele tinha a magoado tanto enquanto ela o amava. E a forma que
ela a machucou foi simplesmente baixa porque envolvia o ponto mais fraco de
Demi: Dianna.
- Você está mais linda do que eu posso me lembrar. – Ele disse esboçando
aquele sorriso fantástico e as covinhas que ela tanto amava se formaram. – O que
você faz aqui, Demi? – Perguntou sustentando o olhar dela e Demi engoliu em
seco, franziu o cenho desviando o olhar e respirou fundo sem saber exatamente o
que fazer.
- Eu não quero falar com você. – Não era para ela ter dito aquilo em voz
alta enquanto cogitava a ideia de dizer aquela frase. Que droga! John sorriu
balançando a cabeça e acariciou o queixo barbado.
- Você ainda está magoada com uma coisa que aconteceu há anos? – Ele era
tão cara de pau. Demi sabia como John podia ser insistente. Ele era um filhinho
de papai rico que conseguia tudo que queria, e levar um fora não o agradava. –
Poxa Demi, quando eu te vi, pensei que nós poderíamos trocar uma ideia depois da sua palestra. – O olhar sinuoso caiu
sobre o anel de compromisso no dedo dela e correu para os seios, os lábios e
então os olhos de Demi. – Você foi a melhor namorada que eu já tive. Foram bons
tempos na faculdade, tivemos noites incríveis,
não concorda?
- Eu tenho namorado. – Disse Demi desviando o olhar do ex para fitar o palestrante. O que
dizer? Foi absurdamente constrangedor sentir o olhar de John sobre ela. Era
como se todas as pessoas que a zombaram quando souberam através de John que ela
era filha de uma prostituta de luxo estivessem ali se divertindo com o sofrimento
dela. A tentativa de ignorá-lo não deu muito certo, John ainda tentou puxar
assunto e arriscou até mesmo colocar a mão sobre a dela. Será que ele não
percebia que estava a sufocando?
Por que as mulheres tinham que
passar por aquele tipo de situação? Demi franziu o cenho quando se lembrou de
Dianna e tudo que ela tinha passado para coloca-la no mundo. Um estupro era desumano
e Demi não sabia se conseguiria superar caso estivesse no lugar da mãe. Os
pensamentos focaram-se naquele ponto delicado e ela se viu perdida em meio há
tantas pessoas.
Quando a anunciaram, Demi ficou
confusa e a início se assustou quando todos começaram aplaudi-la. Ela sentia as
bochechas coradas de tanta vergonha porque tinha sido pega de surpresa, o que
mostrava que ela não estava prestando atenção na palestra anterior e o culpado
a olhava sorrindo enquanto também aplaudia. Assistir animações não era ruim, e
ela se lembrou da épica frase do filme Madagascar: Sorria e acene. Foi o que Demi fez, colocou um dos seus melhores
sorrisos no rosto e caminhou para o palco. Ela era uma mulher jovem de vinte e três
anos, espirituosa, bonita, inteligente, insegura, carente e com a eterna alma
de adolescente. Todas as qualidades e defeitos formavam quem ela era. E ela as
usou como arma para conquistar o sorriso de cada um daqueles jovens enquanto
falava da Gyllenhall, tecnologia e design. Foi a palestra mais divertida e
inteligente que ela poderia ter feito. Demi não esperava que poderia falar tão
bem para jovens e que depois do infortuno encontro com John a palestra fosse
tão boa. Acabou que ela foi aplaudida de pé e o reitor pediu que ela tirasse
uma selfie com a plateia diretamente para o instagram
da universidade.
Na saída, ela ouviu tantos “Parabéns Srta. Lovato” e o que não
faltava era pessoas para apertar a mão e até mesmo tirar uma foto. Ela não
esperava que fosse convidada para a cerimônia que teria depois das principais
palestras. E para infelicidade de Demi, John estava presente sempre a olhando
cheio de segundas intenções. Restou ignorá-lo enquanto conversava com os
professores da universidade sobre o atual mercado e degustava de petiscos
deliciosos de aves aos mais refinados peixes.
- Pensou no que eu te disse? – John se aproximou discretamente com uma
taça em mãos e para não chamar atenção, ele olhava para o pessoal enquanto a
abordava na saída.
- Não estou interessada, e sou comprometida. – Disse Demi arrumando uma
mecha do cabelo que a incomodava atrás da orelha.
- Vamos, deixe-me apenas te levar para casa. – Ele tinha conseguido
envolver a cintura dela com os braços e apertá-la indelicadamente na silhueta
destacada pelo vestido.
- Eu já disse que não! – Demi sentiu o pânico dominá-la quando em poucos
passos forçados ela estava sozinha com o ex-namorado num corredor vazio que
cruzava o corredor principal onde as pessoas transitavam. Ele não ousaria,
ousaria? Por que era tão desconfortável? Por que alguns homens pensavam que as
mulheres deveriam aceita-los de qualquer forma? John não a beijou, ele tentou
criar um clima aproximando mais o rosto e a acariciando devagar na cintura. Num
momento ela fitou os olhos cor de mel dele e se sentiu enjoada quando ele
fechou as pálpebras e tentou beijá-la, e com sorte ela esquivou-se e tentou se
soltar.
- Demi, algum problema? – De onde Tony tinha surgido, Demi não sabia. Só
que ela aproveitou para sair dos braços de John e ficar ao lado do motorista de
Jason. Era simplesmente nauseante como as coisas funcionavam. Era preciso outro
homem para que John não a tocasse. Estavam século vinte e um e aquela barbaridade
ainda acontecia.
- Nós só estávamos conversando. – John disse lançando um olhar duro a
Demi que franziu o cenho.
- Vamos embora. – Disse a Tony porque ela não precisava explicar o que tinha
acontecido uma vez que estava bem explícito.
- Você está bem? – Tony perguntou preocupado e Demi assentiu sem
conseguir olhá-lo. Ela estava com vergonha e se sentia vulnerável por ter
passado a mesma coisa pela segunda vez.
- Estou bem. – Tinha soado o contrário. Demi quase chorou quando foi
exposta a multidão e recebida por alguns flashes porque ela se lembrou de
quando Jake a expos naqueles malditos sites pornográficos. As pessoas sabiam,
não tinha como não saber por que foi matéria dos principais noticiários do
país. Cabisbaixa, ela passou ao lado de Tony e quando eles adentraram o carro,
Demi cobriu o rosto com as mãos e tombou a cabeça para trás.
- Srta. Lov.., Demi. – Tony foi gentil quando a todo no ombro
demonstrando respeito e preocupação. – Ele te machucou? Nós podemos ir à
delegacia agora mesmo. – Disse gentilmente buscando por um lenço para secar as
lágrimas que Demi começava a derramar.
- Ele é um idiota. – Demi fungou engolindo o choro e secou as lágrimas
pedindo a si mesma para respirar fundo e manter a calma. – Eu só quero ir para
casa. – Disse manhosa, mas a vontade de chorar só aumentou quando ela se
lembrou de que não teria Joseph para dormir enroscado a ela.
- Vamos ao hotel buscar os nossos pertences e nos organizar antes de
sair, tudo bem? – Ela assentiu prontamente, respirou fundo e tornou a assentir
buscando pelo cinto de segurança quando Tony deu partida no carro. – Quer comer
em algum restaurante?
- Acho melhor evitar comer. – Disse Demi fitando a cidade curiosamente. Demorou
pouco menos de quinze minutos para chegaram ao hotel e antes de cada um seguiu para seu quarto, eles combinaram que passariam na farmácia para comprar remédio
de enjoo.
Demi decidiu que tomaria um banho
para se livrar da maquiagem e poder relaxar antes de pegar estrada. Joe tinha
deixado mensagem avisando que já estava indo trabalhar, Selena e Dianna
perguntavam se ela já estava voltando para Nova York e Laura tinha deixado uma
mensagem perguntando sobre o novo emprego de Joe. Demi até responderia, mas o
repentino enjoo a obrigou correr para o banheiro e vomitar até que estava pálida.
Continua... Oi! Tudo bem com vocês? Eu estou bem. Desculpem a demora a postar, acontece que tive uma turbulenta semana de provas e projetos(ainda não acabaram). Então não tive tempo para escrever, só consegui terminar nesse final de semana, porém não foi tão ruim já que eu consegui encaixar detalhes para fanfic que não fazia ideia de como iria embutir.. está aí, espero que vocês gostem e perdoem a demora. Obrigada pelos comentários! Beijo e até mais
Mds, é impossível não amar essa fanfic! Sinceramente, não tem como!!! Eita, prevejo que a Demi vai da uns puxões de orelha no Joe mais uma vez, por conta da saúde dele. Amei a nova "amizade" Demi com a Laura, quero que elas se conheçam pessoalmente kkkkkkkkkk
ResponderExcluirEsse John é um babaca, aff. Ainda bem que o Tonny apareceu para salvá-la pq poderia da merda. Já estou ansiosa pelo próximo capítulo! Entendemos sua demora. Bjos Amandinha. Posta logo! Kkkkkkkkkk
(esses enjoos da Demi, rummmm... Suspeito demais)
ExcluirNão sou capaz de opinar. É muito acontecimento em um só capítulo gente kkkkkkkkkkk. Esse Joe é danado fica escondendo as coisas, espero que ele n passe mal até a Demi voltar e nem que aquele Joe apareça atrapalhando ela, por favor n faz isso com a gente seria muita maldade. Adorei a Laura conversando c ela, e a Dianna com a Demi é maravilhoso pq minha bichinha fica tão feliz... Esse climão Semi tae dando agonia pq nem elas sabem como lidar. Detestei a Mary querendo cantar de galo, ela acha que é quem? Quero saber pq o Jake ainda n queimou no fogo do inferno, oh homem insuportável. Te entendo completamente, faculdade nos deixa maluco, mas o amor por escrever n nos deixa abandonar o blog. Beijos até o próximo cap.
ResponderExcluirJemi-ministories.blogspot.com
Esqueci de falar desses enjôos se a Demi estiver grávida, aí que o Joe vai querer se matar de trabalhar, vai ser uma agonia, mas não seria nada mal um baby Jemi kkkkkkkkkkk #ficadica
ExcluirPensei que só eu tinha reparado nisso!!! ❤️ Amo essa fic
ResponderExcluirmeu deus posta eu imploro
ResponderExcluirposta logooooo
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