- Então vocês brigaram? – Uma hora Demi ronronava um sim e noutra um
não. Aquele pijama estava um pouco desajeitado, aliás, ela usava uma calça de
moletom e regata. Estava deitada no sofá entre as pernas da mãe que deslizava
os dedos pelo cabelo castanho. Ela estava tão feliz que parecia ter ganhado na
loteria! – Demetria, você está quase dormindo. – Disse Dianna parando com o
carinho para que Demi finalmente abrisse os olhos toda manhosa para saber o
porquê que a mãe não a mimava.
- Mãe, faz carinho. – Dianna arqueou uma sobrancelha quando Demi levou a
mão dela à cabeça praticamente a obrigando mimá-la. – Nós não brigamos, ainda
não. – Disse fitando os olhos de Dianna. – Conversamos brevemente sobre o que
aconteceu, mas concordamos que ainda vamos conversar mais sobre. – Ela acabou
se levantando quando se lembrou da mensagem de Rose. Dianna tinha lido todas as
mensagens e escutado a mensagem de voz.
- O que está te deixando tão para baixo? – Dianna perguntou levando a
mão a de Demi quando ela se sentou ao sofá e fitou o nada parecendo tão triste.
Apesar dos pesares, Demi sempre sorria feliz e tinha uma energia tão positiva.
- O Jake, a Rose, as pessoas do meu trabalho. – Comentou observando a
mão de Dianna sobre a dela. – Eu estou com tanta vergonha. – Disse finalmente
depois de olhar brevemente para os olhos da mãe. – Quando eu comecei a sair com
o Jake, realmente eu não tinha ideia de que ele era casado, nunca me passou
pela cabeça... Ele soube exatamente como me enganar. Então eu conheci o Joe. De
certa forma, acabei ficando com os dois ao mesmo tempo, até que o Jake
descobriu e publicou os vídeos. – Dianna deitou a cabeça na almofada do sofá e
observou a filha. Demi era uma mulher independente, mas também era tão menina e
completamente inocente.
- Eu também tenho culpa, e muita. Confesso que eu não sabia que ele era
casado, mas não levou muito tempo para descobrir. É só que.. eu estou tão
acostumada com esse tipo de coisa. – Demi a olhou por alguns segundos e
assentiu. Ela tinha que se lembrar daquele detalhe: Elas eram completamente
diferentes quando se tratava de relacionamentos. – Eu sei que nós enxergamos
essas coisas de uma forma bem diferente, mas nós podemos entrar num bom senso,
certo? – Disse esboçando um pequeno sorriso e Demi franziu o cenho, mas
assentiu também sorrindo.
- Isso é tão louco. – Murmurou olhando para mãe. – Posso perguntar uma
coisa? – Dianna pensou em negar, pois Demi poderia perguntar tantas coisas que
a colocaria em uma péssima posição, mas aquele momento com a filha estava sendo
especial. Elas tinham deixado às diferenças e magoas de lado para tentarem se
entender.
- O que você quer perguntar? – Perguntou Dianna levando a mão à bochecha
de Demi para acariciá-la, e foi tão fofo quando ela corou e logo a olhou toda
apaixonada, os olhos marrons como os do pai chegavam a carregar um brilho
especial.
- Por que você dormiu com o Jake? – Era óbvio, mas mesmo assim Demi
queria ouvir as palavras da boca de Dianna. – Eu estava com ele, não te
incomodou? Digo, você está acostumada a dormir com caras casados, e eu tenho
pavor só de pensar em me relacionar com pessoas compromissadas.. Eu acho que
estou embolando as coisas. – Ela estava tão vermelha que Dianna riu a achando
ainda mais fofa.
- Demi, no dia que eu contei
sobre o seu pai.. – Ela fez uma breve pausa desviando o olhar de Demi. – Eu não
queria te apresentar para nenhum amigo. Não combinei nada com o Jake sobre as
noites de vocês dois, e eu o conheci primeiro. – Demi franziu o cenho porque
ela não gostava do fato de ter compartilhado um namorado com a mãe, mesmo ele
sendo Jake. – Diríamos que foi uma mera coincidência o caso de vocês. - Dianna pensou muito no que diria porque tinha coisas que Demi não poderia saber. - De certa forma, quando descobri que você estava
dormindo com o mesmo cara que eu, resolvi continuar com ele porque eu precisava
de dinheiro e porque eu poderia garantir que ele não iria te machucar. O Jake é
um homem perigoso, principalmente quando se trata do que é do interesse dele. E
ele estava obcecado por você e pela Selena.
- Eu jurava que ele estava pagando para dormir comigo. – Murmurou a
olhando e Dianna negou.
- Você não é mais adolescente. – Foi o suficiente para que Demi
entendesse o que Dianna queria dizer. Quando ela era mais nova, Dianna podia
muito bem fazer o que queria as escondidas da lei. – Ele pagava muito bem,
então.. – Demi assentiu e Dianna desviou o olhar. – Ele estava interessado em
você e atrás da senha do cofre do avô, e você era a melhor amiga do Jason.
- Eu disse a ele que eu não tinha acesso a esse tipo de coisa. – Demi
colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e deitou a cabeça na almofada do
sofá como a mãe. – Acho que o Jake tem algum problema, digo, acho que ele é
alguma espécie de psicopata sexual. Quando fui à delegacia, o detetive comentou
que mesmo se o Jake não for condenado pelo assassinato do Jason, ele será por
filmar as meninas da empresa.. Você sabe.. Sem a permissão delas, incluindo a
minha. – Os ombros chegaram a amolecer de desanimo. Ela simplesmente gostaria
de poder voltar no passado para impedir que Jake a filmasse. – O Joe tentou
tirar os vídeos do ar, alguns saíram, mas ainda tem sites que não responderam..
E a internet é um mundo infinito, ele não vai conseguir tirar tudo do ar nem
mesmo com a ajuda da polícia.
- E você está morrendo de vergonha. – Disse enlaçando os dedos aos dela
e Demi corou bruscamente assentindo.
- Não tenho nada contra a filmar, fotografar ou o que for. – Disse
fitando o veludo da almofada com tanto desinteresse. – Eu só me senti violada,
exposta e como uma qualquer. Ele poderia ser casado ou o que for, mas eu
confiei nele e ele deveria ter me respeitado. Eu sei que ele expos os vídeos
como uma forma de vingança porque eu estou com o Joe. Ele é tão baixo e doente.
– O pior de tudo e para o azar dela, Jake era uma figura pública, o que
acontecia na vida dele estava estampado na capa do jornal, e não foi diferente
quando os vídeos “caíram” na rede.. O que ganhou mais fama. – Isso não é bom
para a minha carreira. As pessoas estão comentando no trabalho e fazendo
piadas, é tão constrangedor. Não posso pedir férias e muito menos alguns dias
de folga porque com a saída do Jake da presidência, muita coisa mudou e nós
estamos trabalhando duro para colocar tudo no lugar, de novo.
- Ignora. Se nós sempre considerarmos a opinião do próximo, as coisas
quase sempre tendem a piorar. – Disse fitando os olhos de Demi. – Você já parou
para pensar que tem muitas mulheres que queriam estar no seu lugar? Você é
inteligente, muito bonita e tem um bom emprego. E o Jake era o presidente, as
mulheres devem ficar loucas de inveja só de pensar que você esteve com ele, e
elas não. Sei que é sujo para você porque ele é casado, mas é uma boa forma de
pensar sobre essas pessoas que estão tirando a sua paz. – Demi não tinha
pensado daquela forma, e de certa forma era verdade. Antes de o mundo descobrir
que Jake era casado, até mesmo as funcionárias da Gyllenhaal olhavam para ele
com muitas intenções mesmo ele estando comprometido com ela. – E agora você
está com o Joe. Ele é um sonho de tão lindo, mais um motivo para elas estarem
mordidas de inveja. – Demi riu assentindo. Se Jake chamava atenção, Joe matava
as mulheres daquele departamento de calor. Não tinha uma que não tinha o
olhado.
- Ei! – Disse brincando e Dianna arqueou uma sobrancelha. – Ele mandou
um oi para você. – Comentou apaixonada pensando no que Joe estaria fazendo
naquele exato momento.
- Você pode mandar um oi de volta. – Dianna sorriu a olhando e Demi
sorriu de volta quando percebeu o olhar da mãe. – Eu gostaria de conhecê-lo,
acho que não fui muito gentil com ele. – Disse se lembrando da vez que tinha o
chamado de menino e lançado a Joe um olhar duro.
- Podemos marcar um jantar ou qualquer coisa. – Comentou mais centrada
em pensar em Joe. – O que você acha dele? – Perguntou curiosa para saber a
opinião da mãe.
- Eu acho que ele ainda é um garoto. – Demi arqueou as sobrancelhas e
mordeu o lábio inferior para não sorrir. – Pelo menos quando eu o conheci
algumas semanas atrás, ele parecia completamente inexperiente em todos os aspectos.
Na última vez que eu o vi, ele estava tão calado que eu não sei o que dizer.
Mas levando em conta as outras vezes, ele não tem a malícia de um homem. –
Dianna conhecia muito bem os homens a ponto de saber tudo sobre eles apenas
dando uma bela olhada.
- Ele só é tímido. – Murmurou manhosa porque estava com saudades do
namorado. – Bem, ele ainda está aprendendo.. – As bochechas coradas dela diziam
tudo. Dianna riu alto e Demi escondeu o rosto com a almofada.
- Ele tem quantos anos? – Perguntou curiosa e Demi murmurou um vinte e
três ainda com o rosto na almofada. – Eu não acredito que ele esperou até
agora, ele deveria entrar para aquele livro de recordes. – Demi riu do
comentário de Dianna. Ela tinha percebido que Joe era virgem! Diabos. – Geralmente
os meninos perdem a virgindade primeiro. – Concluiu e Demi assentiu corada.
- O Joe é diferente. Ele passou a adolescência estudando e trabalhando
na fazenda da família, e a timidez não permitia que as garotas se aproximassem
dele. – Comentou se lembrando das coisas que Joe tinha contado sobre a
adolescência. E no fundo Demi suspeitava que Rose também espantava as garotas
que tentavam se aproximar de Joe. – Eu o amo e ele me faz feliz. – Disse quando
Dianna tocou o anel de compromisso logo o tirando para analisá-lo.
- Foi você quem escolheu? – Perguntou analisando as pedras e tudo que
Demi disse foi que Joe tinha escolhido o anel. – É uma peça muito bonita e
delicada, combina com você. – Disse devolvendo o anel.
- Ele comprou as alianças e me levou para jantar. Ele disse que era para
ter sido um pedido romântico. Ele acabou desmaiando e o resto da história você
sabe. – Dianna assentiu enlaçando os dedos aos de Demi e retribuindo o sorriso.
- É o que importa. Você está feliz. – Disse ainda sorridente e Demi
assentiu se deitando no sofá para que pudesse deitar a cabeça no colo da mãe.
- Ele mudou todas as minhas perspectivas. – O olhar dela era tão
sonhador e apaixonado que Dianna a observou com curiosidade deslizando os dedos
pelas mechas de cabelo marrom. – Antes eu não queria ter filhos e casar, agora
toda vez que eu penso no meu futuro, eu imagino o Joe ao meu lado e uma criança
nossa. – Aquilo era definitivamente estranho para Dianna, mas ela sorriu feliz
porque Demi estava radiante falando sobre o namorado. – Eu só estou com um
pouco de medo. Não imaginei que as palavras da Rose me afetariam tanto. Ela me
preocupa, tenho medo da família dele não aprovar o nosso relacionamento por culpa dela.
- Essa menina está apaixonada. E nós duas sabemos como as mulheres podem
ser perigosas e venenosas quando querem conseguir um homem. – Demi arqueou uma
sobrancelha, mas assentiu porque Dianna tinha razão. – Ela criou todo um
cenário perfeito para depois tentar manipular o Joe contra você. – Dianna tinha
uma forma tão diferente de enxergar as coisas. Demi não tinha imaginado nada
daquilo, mas quando ela parou para analisar, fazia sentido. Rose falou sobre as
estrelas, os vagalumes e as vezes que Joe dormiu na casa dela para envolvê-lo e
depois o atacou verbalmente.
- Eu sei o que ela estava tentando. – Disse fitando o teto com pesar. –
Eu a entendo, ela está apaixonada por ele, e de certa forma, ela está certa
sobre tudo que disse sobre mim. – Murmurou e Dianna negou balançando a cabeça.
- Demetria, ela está tentando roubar o seu homem! Tudo bem que ela o
conhece há mais tempo, mas ele escolheu ficar com você. – Disse Dianna chamando
a atenção de Demi. – Ele esperou até agora para ter a primeira vez com você. Se
ele fosse como os outros homens, ele teria ficado com essa menina por sexo e a
descartaria logo em seguida. A Rose sabe que o Joe é especial, por isso que ela
está tão desesperada para queimar o seu filme. – Talvez Demi fosse realmente
inocente, ou talvez Dianna neurótica demais. Porém uma coisa era certa, Rose tinha
tentado acabar com aquele relacionamento de todas as formas.
- Eu só me sinto horrível com tudo isso. – Ela tornou a se erguer e
antes de desabafar, abraçou uma almofada menor para deitar a cabeça na maior. –
Eu não sei como conviver com o fato de que eu dormi com um homem casado, não só
por uma noite. E o pior de tudo é que todo mundo sabe e está me julgando.
- Vamos lá. – Disse Dianna arrumando a camisola de cetim ao corpo e por
alguns instantes Demi a olhou. Ela era uma mulher bonita e muito sexy. – Quem
agiu de má fé foi ele, não você. A culpa não é sua, meu amor. Eu sei que todo
mundo sabe, e que é difícil administrar esse tipo de situação. Vai ser chato
ouvir o que as pessoas têm a dizer, e elas vão continuar opinando e comentando
o tempo todo só para tirar a sua paz. Você sabe tudo que aconteceu, e
principalmente que o Jake te enganou. Ficar com a consciência pesada não fará
bem para você, não nesse caso que a culpa não é sua, tenta pensar pelo lado
positivo. Você descobriu que ele era casado antes que acontecesse algo pior
como, por exemplo, se apaixonar por ele ou engravidar. Agora você tem o Joe, e
tudo que você deve fazer é focar no seu relacionamento com ele.
- Eu só queria que todos soubessem da verdade. – Disse segundos depois e
Dianna assentiu.
- Às vezes nós temos que passar por esse tipo de coisa, não por castigo,
é só para aprender. A vida tem dessas coisas, e nós temos que ser fortes e
determinadas para dar a volta por cima. – Demi sorriu quando Dianna secou a
lágrima que rolava pelo rosto dela. Aquela estava sendo definitivamente a
melhor noite de todas. Demi nunca tinha conversado tão abertamente com Dianna,
e nem mesmo ganhado carinho no cabelo. Atrás daquela máscara de arrogância e
ganância, existia uma mulher inteligente e carinhosa. – Você é uma boa menina,
sempre foi e não deixe que as pessoas digam o contrário, e mesmo se elas
disserem você sabe quem você é. – As duas sorriam e Demi abraçou Dianna
deitando a cabeça no peito dela. – Você promete que vai pensar no que eu te
disse? – Quando Demi a olhou, Dianna sentiu o coração disparar no peito e por
muito segundos ela fitou os olhos da filha. Aquela era a sua menina! A única
coisa boa que realmente tinha feito em toda a vida.
- Prometo. – Demi sorriu feliz por ter o sorriso retribuído. Ela tornou
a deitar a cabeça no peito da mãe satisfeita por tudo estar bem entre elas. –
Eu te amo! Não importa o que aconteça, às vezes eu fico tão brava com você, mas
sempre vou te amar. – O que ela diria? Dianna não soube o que fazer e muito
menos o que falar. Os olhos estavam marejados e ela teve medo que Demi ouvisse
o coração bater super acelerado contra o peito. O que ela sentia por aquela
menina? Dianna não sabia ao certo, só sentia que era algo muito forte e devastador.
Para proteger Demi, ela era capaz de fazer qualquer coisa.
- Mesmo com todas as barbaridades que eu fiz. – Comentou e Demi assentiu
no mesmo instante. – Eu.. – Ela começou a dizer emocionada e quando Demi a
olhou, doeu, como doeu!
- Não precisa dizer, juro que eu entendo.. Eu já estou feliz por nós
estarmos juntas. – As lágrimas rolaram ferozmente pelo rosto de Dianna. Será
que Demi a perdoaria? Ela nunca tinha chorado tanto como chorava. Aquela menina
era demais para ela, Demi era tão boa e tinha uma alma linda e pura por amar
uma mulher como ela. – Mãe, não chora, eu juro que entendo. – Ouvir a palavra
mãe era ainda mais doloroso. Dianna abraçou Demi contra o peito e deixou que as
lágrimas rolassem como nunca tinha acontecido.
- Você é a melhor coisa que já me aconteceu. – Alguns minutos tinham se
passado e quem derramou lágrimas foi Demi ao ouvir aquelas palavras. Era tão
confuso. – Eu não mereço você. – Demi fitou os olhos da mãe e quando Dianna a
beijou na testa, ela fechou os olhos se sentindo honrada e especial. – Espero
que um dia você me perdoe. – Quando ela descobrisse a verdade sobre o pai, as
coisas não seriam as mesmas e Dianna sabia que corria o risco de perdê-la para
sempre. Tudo era complicado porque no dia que o pai de Inácio lhe corrompeu a
alma, as coisas não eram mais as mesmas.
- Eu já te perdoei, está tudo bem. – Murmurou e Dianna a abraçou com
mais força arrancando um sorriso de Demi.
- Está tarde, e a senhorita tem trabalho amanhã cedo Demetria. – Disse
minutos depois e Demi resmungou porque ela não queria ir trabalhar. – Quer
dormir hoje comigo? – Aquilo era uma pegadinha? Demi fitou os olhos da mãe com
bastante atenção para tentar descobrir o que estava acontecendo. Quando pequena,
ela sempre quis dormir com Dianna, mas a resposta era a mesma: não. E às vezes
ela apanhava.
- É claro que sim! – Disse empolgada demais e acabou corando.
- Eu sei que você tem costume de comer à noite, a cozinha está a seu
dispor. – Dianna riu de como Demi estava vermelha e sem jeito. E ela não a
julgava porque aquilo era culpa dela por não ter dado carinho suficiente para
Demi.
- Prometo que você não vai se arrepender de comer a minha macarronada. –
Tinha como negar? Demi estava tão animada e Dianna curiosa para aproveitar a
filha, que ela preferiu deixar Demi tomar conta da cozinha.
A casa ganhou um ar bem diferente
daquele de sexo e dinheiro. Demi era divertida e o sorriso dela iluminava tudo.
Os minutos que elas ficaram na cozinha foram divertidos e Demi tentou ensinar a
mãe como cozinhar já que Dianna não sabia nada sobre aquele assunto, porém não
deu certo e elas riram muito. Mais tarde a macarronada estava pronta e
realmente boa. Por mais que elas comeram em silêncio, o clima continuava agradável
e tranquilo.
- Você não se importa de dormir aqui? – Dianna perguntou com certo
receio. Demi estava logo atrás e carregava o travesseiro e a coberta pronta
para dormir. Naquele quarto já tinha acontecido tanta coisa, e só de pensar que
a filha dormiria naquela cama, Dianna franziu o cenho porque ela não queria que
Demi sequer imaginasse as coisas que ela já tinha feito.
- Não. – Disse colocando o travesseiro sobre a cama e timidamente ela se
sentou sobre o colchão e olhou atentamente para o quarto. Dianna poderia não
saber cozinhar e muitas outras coisas que as pessoas normais sabiam, porém não
era desculpa para não ter uma casa limpa e impecável. O quarto estava limpo e
não tinha nada fora do lugar, nem mesmo a colcha da cama estava desalinhada. Deus!
Era tão diferente dela. Demi sentiu as bochechas corarem. Ela nunca arrumava a
cama! – Eu sempre quis dormir com você. – Comentou quando olhou para os olhos
da mãe que encostava a porta do quarto. – Quando eu era pequena. – Completou e
Dianna assentiu.
- Eu lembro. – Disse se aproximando para puxar a colcha da cama e Demi
se levantou para não atrapalhá-la. – Você dormiu comigo até os cinco anos. Você
sempre chorava à noite e eu não podia atrapalhar a mamãe.. Com uma criança. – Elas
se olharam claramente receosas. Tinha muita coisa que Demi não sabia e às vezes
Dianna preferia que as coisas continuassem daquele jeito para não ver a menina
sofrer. – Quando você era bebê, eu não conseguia dormir porque você dormia de
dia e acordava de madrugada para mamar. – Ela tinha mamado? Os olhos de
Demi marejaram e não passou despercebido por Dianna. Ela não sabia nada sobre a
época em que era bebê. As primeiras lembranças eram sofridas e pouquíssimas a
fazia sorrir.
- Eu dei muito trabalho? – Perguntou limpando a lágrima que ousou em
rolar sem o consentimento dela. Por que tinha que ser difícil? Por que a vida não podia ser como a de Selena ou a de qualquer outra garota? Demi deixou
que Dianna a conduzisse para deitar e chorou ainda mais quando a mãe a cobriu
depois de apagar a luz e a abraçou por trás.
- Não Demi, você não deu trabalho. – Dianna tentava a todo custo
controlar as lágrimas. Ela queria pedir desculpa por tudo que tinha feito e de
alguma forma recuperar o tempo perdido, mas era impossível. – Você sempre foi
uma boa menina. – Disse dando um beijo na bochecha de Demi e a abraçou um pouco
mais. Naquela noite o interior de Dianna tinha se transformado para algo maior
e superior, e toda vez que ela olhava para Demi, ela confirmava mais uma vez que
a amava com todas as suas forças.
***
- Vocês não vão jogar hoje? – Estava tão cedo que o sereno da noite
ainda fazia o vento soprar gelado e o sol brilhava timidamente no céu atrás das
nuvens. E como era de costume, Joe tinha acordado cedo para caminhar com Lucy e
praticar exercícios antes de sair a busca de um emprego.
- Senta aí. – Disse Augusto a Joe que se acomodou a grama e acomodou as
costas ao tronco da árvore. Aquele lugar era estratégico para vigiar Lucy
caminhando e se entrosando com os outros animais. – É meio de semana, todos
estão trabalhando ou na escola. Naquele dia nós tivemos folga. – Augusto era mais
novo dois anos que Joe e o único da turma que já estava na faculdade.
- Está tudo bem? – Joe perguntou alguns minutos mais tarde. Não que o
silêncio fosse ruim, só era estranho. Augusto era um cara comunicativo e estava
claro que tinha algo o incomodando.
- Hannah. – O rapaz olhou para Joe e respirou fundo cobrindo o rosto com
as mãos. – A família dela é complicada. – Disse abraçando os joelhos e Joe
pensou no que ele poderia dizer para ajudar Augusto. – Não digo as meninas,
elas parecem ser gente boa. O problema é o pai dela. Ele não para de pegar no
meu pé e proibiu o nosso namoro, nós estamos às escondidas, sabe? Eu não sei o
que fazer, quando não é o tio, as irmãs estão por toda parte para vigiá-la. E
elas são cinco. Alicia é um bebê, então não conta. Mas tem as primas. – Ao
menos ele sorriu ao se lembrar da pequenina que tinha visto apenas uma vez.
- Você já tentou conversar com ele sobre as suas intenções com a Hannah?
– Disse Joe sem saber ao certo se aquilo ainda funcionava nos dias atuais. Era
o que ele faria se o pai de Demi os colocasse numa situação semelhante. – Eu
faria isso se o pai da Demi proibisse o nosso namoro. – Explicou quando Augusto
o olhou de forma curiosa.
- Já. – O rapaz encostou a cabeça à árvore e suspirou olhando para cima.
– Antes da mãe dela falecer, tudo era mais fácil já que ela sempre nos ajudava
e o Sr. Lovato era mais maleável. Ele
pegava no pé, mas nunca chegou a proibir o nosso namoro. – Tudo que Joe ouviu
foi Sr. Lovato, e ele não conseguiu não arregalar os olhos e mapear as
possibilidades de ser apenas uma coincidência.
- Qual o nome do pai da Hannah? – Perguntou tentando não parecer tão
assustado com a ideia e Augusto o olhou um pouco irritado.
- Inácio. Inácio Lovato. – Quantos
homens chamados de Inácio poderiam existir com o mesmo sobrenome que o de Demi?
Milhares! Isso, milhares! Não era porque o pai de Hannah se chamava Inácio
Lovato que significava que ele também era o pai de Demi. Ou significava? Joe
franziu o cenho e depois encostou a cabeça à árvore. Era por isso que Hannah
parecia familiar. Elas tinham os mesmos olhos castanhos, o tom claro de pele e
a cor do cabelo. – Algum problema? – A voz de Augusto o despertou do transe e
Joe ficou sem saber se contava para o rapaz sobre Demi, mas depois de pensar,
Joe concluiu que era melhor não falar nada.
- Esse nome é familiar. – Comentou brevemente para despistar o rapaz. – Você
já pensou que ele pode ter medo de perder a Hannah? Uma perda muda
completamente a cabeça de uma pessoa. – Joe fitou os olhos escuros de Augusto e
depois o céu azul claro carregado com algumas nuvens.
- Nunca pensei nisso. – Disse o rapaz um pouco sem jeito. – Eu não sei o
que fazer. Na semana passada a Hannah fez dois teste de gravidez, os dois deram
negativo. Ela ficou com tanto medo de contar para o pai ou para uma das irmãs.
Eu estou preocupado com o rumo que as coisas estão tomando, e se ela realmente
estivesse grávida? Sei que eu estaria ferrado por engravidar uma garota menor,
mas o que o pai dela faria? – Quando Augusto abraçou os joelhos e repousou a
cabeça entre os braços, Joe levou a mão ao braço do rapaz e umedeceu os lábios.
- Você deveria levá-la ao ginecologista. A minha namorada toma
anticoncepcional e nós nunca passamos por isso. – Bem, não tinha um mês que ele
tinha relações sexuais com Demi. Joe corou um pouco e coçou o cabelo da nuca.
Augusto não precisava saber daquele detalhe. – E vocês devem usar preservativo.
– Disse e o rapaz assentiu esticando as pernas na grama.
- Nós sempre usamos preservativo, só que não é totalmente seguro.
Incidentes acontecem e quando nós percebemos às vezes já é muito tarde. – Joe
assentiu um pouco desconfortável. Se Demi engravidasse, ele ficaria feliz, e
tinha certeza que ela também ficaria. Porém Augusto ainda estava lutando para
ter um futuro e bem, Hannah ainda estava terminando a escola. – A Hannah vai
surtar, mas você tem razão. Anticoncepcional parece bom. – Comentou e Joe
assentiu.
- Você não deveria estar na faculdade? – Perguntou e o rapaz sorriu sem
jeito.
- Mais tarde. Estou esperando a Hannah, nós vamos tomar café da manhã
juntos. – Augusto estava feliz e Joe não deixou de sorrir por ele. – Se você
quiser, pode se juntar a nós. – Lucy correu até Joe e ele sorriu a abrigando
entre as pernas porque a pequena estava cansada.
- Obrigado pelo convite, mas tenho que levar essa menina para casa, vou
encontrar um amigo mais tarde e continuar distribuindo currículos. – Joe correu
os dedos pela barriga da cadelinha e riu quando ela o olhou colocando a língua
para fora e se remexendo na grama.
- Você vai arrumar um emprego logo, o seu currículo é bom. – Disse
Augusto acariciando Lucy que chegou a fechar os olhos de tão manhosa que era.
- Eu fui demitido porque dei uma surra no meu chefe, não é uma boa
referência. – Joe assentiu quando Augusto o olhou boquiaberto. – Ele tirou a
paz da minha namorada por um bom tempo, e fez coisas terríveis. Alguém
precisava revidar. – Comentou e o rapaz riu com gosto.
- Se alguém mexesse com a Hannah, eu faria a mesma coisa sem pensar duas
vezes. – Augusto sentiu o celular vibrar no bolso da bermuda e ele sorriu
quando viu que a mensagem era justamente da namorada. – Ela chegou, está no
lado oeste do parque. Eu já estou indo. – Joe assentiu enquanto colocava Lucy
na guia. – Vamos? Você pode dar um oi para ela. – Disse ajudando Joe a se
levantar.
- Não esqueça que eu te disse sobre o anticoncepcional. – Disse Joe a
Augusto que assentiu. – E você com certeza deveria abrir o jogo com o pai dela,
ficar as escondidas não resultará em nada bom. – Durante todo o caminho até o
local que Hannah estava, os dois conversaram sobre relacionamento e Joe sempre
tentava aconselhar Augusto da melhor maneira a cuidar de Hannah.
- Joseph, oi! – Joe sorriu sem graça quando Hannah o abraçou e o beijou
na bochecha. E quando ele a olhou, pode estudar direito a beleza da menina. Ela
era mais alta que Demi, questão de cinco centímetros no máximo. O cabelo era
daquele mesmo castanho amarronzado, só que o que os diferenciava era que o de
Demi era liso e o de Hannah um pouco mais cheio e com mais ondas. A pele clara
e rosada era a mesma, os lábios rosados e só faltava as sardas para mostrar que
as duas pertenciam a mesma família.
- Oi Hannah. – Joe sorriu um pouco sem jeito quando Hannah desviou o olhar
dele para se agachar para brincar com Lucy que não hesitou em pular na menina e
fechar os olhinhos quando recebeu carinho atrás das orelhinhas. Minutos depois
Hannah se levantou para cumprimentar Augusto. Será que ele e Demi eram
apaixonados daquele jeito? Augusto sorria tão verdadeiramente para Hannah assim
como ela sorria para ele. Eles se abraçaram, trocaram sussurros e depois um
beijo que fez com que Joe sentisse muitas saudades de Demi.
- Bem, eu acho que já vou. – Joe sorriu sem jeito quando Hannah
continuou abraçando o namorado aparentemente envergonhada pelo beijo que tinha
trocado.
- Você tem certeza que não quer tomar café da manhã conosco? – Perguntou
o rapaz a Joe. – Vai ser divertido, o que você acha princesinha?
- Acho que será o melhor café da manhã de todos. – Hannah sorriu
incentivando Joe, e tudo que ele fez foi corar porque ela era uma menina muito
bonita.
- Obrigado. Mas eu realmente tenho algumas coisas para resolver. – Ele
não queria atrapalhá-los e não era mentira. Ed o encontraria mais tarde e ainda
tinha muito lugar para deixar currículo.
- Tudo bem. Nós marcamos para jogar, tudo bem? – Joe assentiu trocando
um aperto de mão com Augusto e antes mesmo que Hannah pudesse se despedir, Joe
franziu o cenho quando aquele homem familiar se aproximou mais focado em
Augusto e em Hannah do que nele.
- Você, para o carro agora. – O que diabos estava acontecendo? Joe
franziu o cenho quando Hannah, sem chance alguma, caminhou às pressas na
direção onde Edward apontou. Edward? – Eu já disse e só vou repetir
mais essa vez: eu não quero você perto da minha filha. – Mil vezes droga! Então
Dianna mentiu no dia que eles se encontraram acidentalmente no cemitério. Edward na verdade era Inácio, o pai de
Demi.
- Nós não estamos fazendo nada de errado. – Disse Augusto sem poder
alterar o tom da voz e sequer poder sair um pouco da linha. Inácio era mais
alto e forte que ele. E era pai da menina que o rapaz amava. – Eu jamais vou
machucá-la. – Inácio olhou de Augusto para Joseph e instantemente ele ficou
tenso, mas não perdeu a pose porque Joe também ouviria quando Demi soubesse que
ela tinha um pai.
- Você fica longe da Hannah. – Ele foi intimidante o suficiente quando
se aproximou ficando com o rosto a poucos sentimentos do de Augusto. – E você, é
melhor você não pisar na bola. Eu estou de olho em você rapaz. – Joe engoliu em
seco quando Inácio lançou a ele um olhar intimidante o suficiente para que ele
assentisse prontamente. A cor dos olhos dele, aquele marrom bonito, era
exatamente o mesmo marrom dos olhos de Demi. O que os diferenciava era que Demi
sempre tinha um brilho carente e apaixonado nos olhos, já Inácio tinha sido
frio e cruelmente ameaçador. – E a mocinha está de castigo. – Ele tinha dito
alto o suficiente para todo o parque ouvir.
O que tinha sido aquilo? Inácio
adentrou o carro e deu algumas broncas em Hannah que afundou no banco do carona
claramente envergonhada. E Joe e Augusto estavam tão intimidados que chegavam
estar pálidos. Joe confessava que tinha entendido o recado, mas ele estava mais
assustado porque era muita informação para processar. Poucos minutos antes ele
tinha descoberto que Edward era na
verdade Inácio Lovato, e que Demi tinha seis irmãs. O que ele faria com aquela
informação já era outro assunto para se tratar.
- Você o conhece? – Perguntou Augusto de cenho franzido e Joe umedeceu
os lábios. Ele tinha acabado de conhecer o pai de Demi, e bem, não tinha sido
muito interessante ser ameaçado daquela forma silenciosa, o que tornava tudo
pior.
- Não exatamente. – A história era longa demais e Joe já não entendia mais
nada. Se Demi realmente era fruto de um abuso sexual, por que diabos Dianna
parecia tão intima e até mesmo a vontade ao lado de Inácio? Não fazia o mínimo
sentido! E ele não encheria a cabeça de Augusto com coisas que não tinha
certeza. – Olha, eu tenho que ir, a gente se vê, ok? – Disse ao rapaz e os dois
estavam tão sem graça que se despediram com um aperto de mão e um breve
abraço. Até mesmo Lucy estava murcha e quieta.
Existia alguma possibilidade de
aquilo funcionar? Quer dizer, Dianna se relacionar amigavelmente com alguém que
a machucou como ela tinha dito? A questão se repetia de segundo e segundo na
cabeça de Joe conforme ele caminhava despreocupadamente pela calçada
movimentada. E o que diabos ele diria para Demi? Ela tinha irmãs e um pai. Um
pai muito bravo por sinal. Aquilo não era muito bom para ele. Diabos! Inácio
era grande e o único homem que o fez ter medo. E
se ele machucasse Demi? E as outras meninas? Aquele homem era um monstro na
cabeça de Joe. Violar uma mulher era inaceitável! E ele não deixou de pensar na
possibilidade de Inácio machucar as filhas. Aquilo era tão doente que Joe teve
vontade de denunciá-lo na primeira delegacia que encontrasse. O pior era que ele não
estava numa situação agradável com Demi. Ela tinha rompido todas as barreiras
ao encaminhar as mensagens de Rose para o próprio celular. Se ele não mostrou
as mensagens absurdas da prima, foi justamente para protege-la! Por que as
mulheres tinham que ser tão teimosas? E o que ele diria para ela? A pergunta se
repetiu e Joe resmungou porque ele não queria mentir para ela.
- Joseph! – Os pensamentos eram tantos que ele tinha perdido a noção do
tempo. Tanto que já estava em frente ao prédio onde morava e tinha passado
direto por Ed, que o abordou o puxando pelo braço. – Enviei mensagem avisando
que passaria aqui mais cedo. – Disse Ed e Joe assentiu um pouco no mundo da
lua. Será que seria bom contar para Ed sobre o que ele tinha descoberto naquela
manhã maluca?
- Eu estava no Central Park com a Lucy e um amigo. – Murmurou adentrando
o prédio com Ed logo ao lado dele, e como o elevador estava no último andar, eles
optaram pelas escadas já que Joe morava em um dos primeiros andares.
- Você já tomou café da manhã? – Ed perguntou desabotoando o paletó para
tirá-lo logo em seguida.
- Comi antes de sair. E você? – Perguntou destrancando o apartamento e
assim que a porta foi aberta, Lucy correu em direção à cozinha para beber água.
- A Sel só fez o café da manhã para as crianças. – Resmungou jogando o
paletó no sofá e afrouxando a gravata. – Ela está brava comigo desde ontem, eu
juro que não fiz nada e que não entendo as mulheres. – Joe compartilhava a
mesma ideia. Às vezes Demi estava de um jeito e no próximo segundo
completamente diferente. Era complicado pra cabeça de um homem.
- A cozinha é toda sua, vou tomar banho e já volto. – Disse a Ed e cada
um seguiu um rumo: Ed caminhou apressadamente para cozinha a procura de comida
e Joe para o banheiro.
Eles estavam juntos vinte minutos
mais tarde e faziam a melhor coisa que dois homens poderiam fazer juntos: comer
e falar besteiras. Porém não tinha jeito, não importava se eles conversavam
sobre futebol, as ofertas de emprego ou qualquer coisa, o assunto sempre
voltava para Selena e Demi.
- Provavelmente você não fez nada e ela só está brava porque está naqueles dias. – Disse Joe cortando uma
maçã e às vezes ele dava um pedacinho para Lucy que jamais perdia a
oportunidade.
- É nesse ponto que você se engana. – Ed bebeu do suco que tinha
preparado e comeu um pouco mais da panqueca. – Não é porque ela está menstruada
que quer dizer que é o motivo dela estar furiosa comigo. – Disse e Joe arqueou
uma sobrancelha.
- Eu realmente não sei como te ajudar. – Disse arrumando os óculos de
grau ao rosto. – A Demi está normal. – Dessa vez quem arqueou a sobrancelha foi
Ed e Joe respirou fundo cansado. E ele pensando que as coisas não poderiam
piorar! Agora eles tinham realmente um motivo para brigar quando Demi
descobrisse a verdade sobre o pai e que ele sabia de tudo. – Nós não brigamos.
Ela passou dos limites e eu não sei o que vou fazer. Não consigo ficar chateado
com ela por muito tempo, mas sei que se eu deixar passar, ela vai continuar
fazendo e não resultará em nada bom.
- O que tinha demais nessas mensagens? – Ed perguntou depois de jogar um
pedacinho da panqueca para Lucy e Joe revirou os olhos. Por que aquela
cadelinha nunca parava de comer? Será que era todo cachorro comia sem
cessar como Lucy?
- A Rose está apaixonada por mim desde que entrou na adolescência. Já
conversei com ela sobre isso e disse que eu gosto dela apenas como uma irmã.
Ela continua apaixonada e não reagiu muito bem ao meu namoro com a Dem, por
isso que ela encheu o meu celular de mensagens e eu só soube sobre os vídeos
porque ela me falou. – Ed riu. Joe sempre estava enrascado com mulheres. Elas
praticamente choviam sobre o rapaz e ele não sabia como administrar a situação.
- Você contou para Demi e ela mexeu no seu celular a procura das
mensagens. – Disse e Joe assentiu. – Cara, tem coisas que a gente não conta
justamente para evitar esse tipo de situação.
- Eu não sei.. A Demi já conhecia a Rose por conta das nossas fotos no instagram e no facebook, e ela curtiu todas as fotos. A Rose a bloqueou e eu acho
que elas se odeiam. – Na verdade ele tinha certeza. Rose não era flor que se
cheire e muito menos Demi.
- Você acha? – Ed tornou a rir enquanto pegava uma maçã. – O que você
tem que fazer é: falava para Demi como você se sentiu quando ela invadiu a sua
privacidade, vocês têm que estabelecer limites. E ouça o que ela tem a dizer
sobre essas mensagens, se ela teve todo esse trabalho de ler uma por uma, é
porque é importante para ela. – Joe assentiu. Como sempre Ed tinha razão.
Aquela situação com Demi não era o pior, e Joe temia o que acontecia nos
próximos dias.
***
Por incrível que pareça, depois
dos conselhos de Dianna, o dia na Gyllenhaal foi normal. Demi ignorou todos os
comentários negativos e passou a maior parte do tempo com Selena. As duas se
divertiram no sofá do escritório trabalhando.
- Você tem certeza que é uma boa ideia? – O carro de Sel estava parado
no acostamento da rua em frente ao prédio onde Joe morava. Selena fitava os
olhos de Demi estudando se ela realmente estava preparada para conversar com
Joe.
- Nós precisamos conversar, não dá para ficar adiando. Estou com
saudades do meu namorado. – Disse tirando o cinto de segurança e arrumando a
bolsa no ombro e o blazer no antebraço esquerdo. – Obrigada pela carona e por
ter salvado o meu dia. Eu te amo muito Sel. – Demi a beijou na bochecha e
apressou para abrir a porta do carro quando buzinaram.
- Eu também te amo meu anjo. Não se esqueça da nossa noite das garotas.
– Demi assentiu saindo do carro já que não queria que Selena tivesse problemas
por conta dela.
- Pega leve com o Jesse! E dê um beijo nas crianças por mim. – Ela
fechou a porta do carro e sorriu enquanto acenava para Selena que buzinou
partindo.
Lá estava o prédio. Demi fitou o
edifício, umedeceu os lábios e antes de caminhar para dentro, ela observou o
movimento de pessoas como se estivesse se preparando psicologicamente para
conversar com Joe. Dianna tinha a ajudado um pouco a superar a confusão com
Jake, e Selena tinha dado ótimos conselhos. Destruidora de lares não soava tão
ofensivo, não uma vez que agora Demi tinha quase a certeza que era apenas
uma vítima de Jake. Na verdade ela sabia que não era culpada, porém tinha uma
parte que sabia que ela podia ter feito mais para saber sobre Jake e quem ele
realmente era. Evitaria muita dor de cabeça!
Quando não teve mais saída, Demi
adentrou o prédio cumprimentando o porteiro que permitiu que ela subisse ao
apartamento de Joe sem grandes reviravoltas. Ela praticamente estava morando
com Joe. Passava todas as noites com ele e só visitava o apartamento em que
morava para pegar roupas. Ao chegar ao andar onde Joe morava, Demi adentrou o
cabelo com os dedos para jogá-los de lado, umedeceu os lábios e teve toda uma
postura quando ela bateu à porta do apartamento dele.
- Demi. – Ele tinha que estar lindo daquele jeito? Joe tinha acabado de
abrir a porta do apartamento. A bermuda surfista ficava muito bem nele. E o
fato de Joe estar descalço, sem camisa e com o cabelo úmido e Lucy nos braços
dava um charme sem igual a ele. – Entra. – Foi o que ela fez quando percebeu
que a cadelinha estava se remexendo nos braços de Joe para escapulir para rua.
– Fala oi com a Dem. – Demi riu e acariciou as orelhinhas de Lucy antes de Joe
colocá-la no chão. – Você está linda. – Ele poderia estar chateado e as coisas
entre eles estranhas, mas nada o impediria de dizer como Demi estava bonita
vestida com saia secreta, camisa branca e com o blazer dobrado e repousado no
antebraço. Era sexy.
- Obrigada. – Demi sorriu quando ele corou certamente sem saber o que
deveria fazer, então ela resolveu abraçá-lo pela cintura. – Eu senti muita
saudade. – Disse o olhando nos olhos e Joe murmurou antes de tomar os lábios
dela num beijo lento e que os deixou de lábios avermelhados.
- Eu também. – Disse Joe nos lábios dela num sussurro. Ele fitou os
lábios femininos antes de selá-los e sorriu quando olhou para os olhos de Demi.
O castanho era tão lindo. – Você deve estar faminta, amor. Vamos comer? – Ele
teve que disfarçar o receio com um sorriso. Não era por conta de Demi. Era que
a cor dos olhos dela era a mesmíssima cor dos olhos do pai e Hannah.
- Vamos. – Demi colocou o blazer e a bolsa sobre o sofá e sorriu
mordendo o lábio inferior quando Joe a puxou pela mão também sorrindo para ela.
– Joseph.. Por que você está sem camisa? – Quando ele a abraçou por trás, Demi
umedeceu os lábios e aos pouquinhos ela se virou para morder o lábio inferior
dele antes de iniciar um beijo. – Meu nerd gostoso. – Sussurrou o beijando no
maxilar e quando ela olhou para Joe, sorriu porque ele também sorria.
- Minha gatinha gostosa. – Eles riram e para chegar a cozinha foi um
sacrifício! Eram tantos beijos intensos e selinhos que trocavam, que quando Joe
levou a mão para o bumbum para acariciá-lo e tentou desabotoar os botões da
camisa, Demi interrompeu os beijos e olhou ofegando para o namorado.
- Amor, não. – Disse puxando o cabelo da nuca dele. – A gente está
fazendo uma pausa, lembra? – Ela deu
ênfase no “pausa” fitando os olhos verdes dele, e Joe suspirou tão frustrado
que Demi riu.
- Eu não posso nem tirar a sua camisa ou apertar o seu bumbum? –
Perguntou manhoso e Demi deu três selinhos seguidos nos lábios dele.
- Até pode, mas eu estou com fome. – A careta dele foi a melhor e Demi
tornou a rir o puxando para que ele se sentasse a uma cadeira e ela no colo
dele. – Você não me respondeu, porque está sem camisa? – Perguntou puxando o
mamilo direito dele entre os dedos e Joe fez careta, mas sentiu um arrepio.
- Eu fiquei com muito calor, quando você bateu à porta, eu tinha acabado
de vestir a cueca, só deu tempo de vestir a bermuda. – Explicou-se observando
os dedos dela tocarem o peito dele para depois puxar ambos os mamilos. – Isso é
diferente. – Disse olhando para Demi que sorriu assentindo.
- Você estava fazendo alguma coisa? – Demi riu quando ele ficou tão
corado quanto um tomate maduro. – Joseph! – Ela riu alto e o beijou na
bochecha.
- Não fiz nada. – Ele estava tão vermelho de vergonha e Demi rir não
ajudava muito. – Vamos comer? – Disse ainda envergonhado e Demi assentiu depois que deu um selinho nos lábios dele para que pudesse se levantar.
- Pão com queijo e que tal se a gente cortar algumas frutas? – Perguntou
e quando Joe assentiu, Demi buscou pelos alimentos para prepará-los. – Você
tomou a insulina? – Joe assentiu acariciando Lucy, logo ele foi ao quarto
buscar os chinelos para que pudesse ajudar Demi.
- O que eu faço? – Perguntou a observando prender o cabelo num coque e
dobrar as mangas da camisa.
- Lava as frutas e as corte, bebê. – Joe sorriu tímido com o apelido e
fez como ela disse: lavou as frutas que podia e ficou ao lado da namorada
enquanto cortava as frutas num recipiente apropriado. Às vezes ele parava para
olhar para Demi analisando cada detalhe para compará-lo com os de Hannah. Não
tinha como negar que elas eram irmãs. Quando Demi começou a cantarolar
distraída e o abraçou de lado depois de colocar os pães na prensa, Joe se
sentiu sufocado e tão assustado. O que ele faria com aquela informação? Era
errado esconder dela, tão errado! Porém não existia um meio dele entrar naquele
assunto e contar que ele tinha conhecido Inácio, inclusive que tinha sido
intimidado por ele, e que ela tinha uma irmã. Uma? Augusto tinha dito que eram
seis meninas! Seis! E Dianna tinha apresentado Inácio como Edward. Aquela
mulher não era confiável e uma caixinha de surpresas!
- O que foi? – Perguntou carinhosamente quando percebeu que Demi tinha
os olhos fechados ainda o abraçando. Ele preferiu afastar aqueles pensamentos
sobre o pai de Demi, não era um assunto que ele deveria se meter ativamente.
- Estou me sentindo boba por ter invadido a sua privacidade. – Demi
desviou o olhar do dele, e quando voltou a olhá-lo, ela respirou fundo. – Desculpa,
eu sei que passei dos limites. – Joe a olhou nos olhos e segundos depois
assentiu se curvando para beijar a testa dela.
- Eu não tenho nada para esconder. Você pode ficar à vontade para mexer
no meu celular ou em qualquer outra coisa. Só fiquei chateado porque você fez
escondido e sem o meu consentimento. – Demi só se afastou porque precisava
cuidar dos pães, mas mesmo assim estava ouvindo atentamente. – Eu realmente não
queria que você lesse aquelas mensagens e muito menos escutasse aquela mensagem
de voz. A Rose passou dos limites e pegou muito pesado, você não merecia nada
do que ela te acusou. – Joe se aproximou dela para ajudá-la com os pães e
quando teve a oportunidade, roubou um selinho.
- Eu estou com medo do que ela pode fazer. A família é muito importante
no relacionamento de um casal, e se a sua família não gostar de mim, as coisas
ficarão complicadas para nós. – Joe a olhou levando os pães para mesa e ele
levou as frutas enquanto pensava sobre a família dela. Aquilo seria
complicado, como seria!
- Eles não podem falar mal sobre quem eles não conhecem. – Disse se
sentando a mesa. – E eu realmente não me importo com a opinião de ninguém. –
Demi se ajeitou ao lado dele os servindo com o suco de garrafa.
- É complicado, amor. – Ela levou a mão a dele brevemente e o olhou nos
olhos. – Eu prometo que não vou mexer mais escondido. E você também pode mexer nas minhas
coisas.
- Você está bem? – Perguntou depois de provar as frutas.
- Conversei bastante com a minha mãe ontem à noite, estou me sentindo
melhor e com algumas questões mais esclarecidas. – Comentou o olhando nos olhos.
– Também conversei com a Selena. Eu estou bem, sério. – Ela forçou um sorriso
para ele e durante os próximos minutos, eles conversaram sobre assuntos
aleatórios enquanto comiam.
- O que você quer fazer agora? – Joe estava deitado a cama e Demi estava
ao lado dele.
- Me conta sobre o seu dia. – Ela sorriu acariciando o peito nu e o
olhou nos olhos transbordando paixão.
- Bem.. – Droga! A parte mais louca do dia ele não poderia contar para
Demi. – Eu fui ao parque cedinho com a Lucy, depois a deixei em casa e passei o
resto da manhã entregando currículos. Tenho uma entrevista na semana que vem. –
O sorriso dela foi tão lindo que Joe sorriu também. – À tarde eu fiquei em casa
sem ter muitas coisas para fazer. – Resmungou e Demi se virou para que ele
pudesse abraça-la por trás.
- Estou feliz por você, de verdade. – Disse enlaçando os dedos aos dele.
– Eu estava pensando. Você conhece pouco a minha mãe. Ela está melhor, amor.
Nós estamos mais próximas e isso é tão bom. – Joe sorriu, mas no fundo ele
tinha medo do que aquilo poderia significar. Por trás de todas as jogadas de
Dianna, tinha um motivo muito obscuro que sempre machucava Demi. – O que você
acha da gente jantar fora hoje? – Perguntou se virando e Joe franziu o cenho
sem entender. – Eu, você e a mamãe? Vocês vão poder se conhecer melhor. –
Completou dando beijinhos no peito dele e Joe não conseguiu disfarçar o receio.
– Por mim, por favor amor. – Ronronou manhosa deslizando os dedos para um pouco
abaixo do umbigo dele.
- Dem.. – Repreendeu-a enlaçando os dedos aos dela porque aquela
definitivamente não era uma boa ideia. – Dem, será que não dá pra ficar para
outro dia? Eu realmente queria conhecer a sua mãe numa situação melhor. – Ele
disse sem jeito. – Se eu conseguir a vaga de segurança, vou receber por semana
e nós podemos jantar onde você quiser. –
De cenho franzido Demi se ergueu para olhá-lo nos olhos.
- Amor, eu posso cuidar da gente, ok? – Ela disse apoiando os cotovelos
no peito dele e Joe franziu o cenho não aprovando a ideia.
- Dem, eu não quero ser.. ser in..indelicado. – Há quanto tempo Joe não
gaguejava? Demi flagrou exatamente o instante que ele corou desviando o olhar
do dela se preparando para falar. – Nós estamos falando da sua mãe. – Disse a olhando nos olhos e Demi arqueou uma
sobrancelha. – O que ela vai pensar de mim quando você pagar a conta? –
Perguntou extremamente envergonhado.
- Eu pensei que nós erámos o tipo de casal que não liga para essas
coisas. Quando eu posso pagar, eu pago. Quando você pode, você paga. – Ela
disse o olhando nos olhos e Joe assentiu.
- Amor, a questão não é essa. É a sua
mãe! – Disse intimidado. Já não bastava Inácio para pegar no pé dele, ter
Dianna para lançar olhares em reprovação não o agradava. A mulher sabia ser tão
intimidante quanto Inácio.
- O que tem a minha mãe, Joseph? –
O objetivo não era deixa-la irritada, jamais! Demi se ergueu para sentar a cama
e Joe praguejou baixinho também se erguendo.
- Nada. É só que eu vou ficar sem jeito. – Ele já tinha tantas contas
para pagar que Demi nem mesmo fazia ideia e arrumar mais não seria nada
interessante.
- Ela não vai te julgar mal por isso, ok? Nós conversamos sobre você e
eu acabei contando que o Jake te despediu quando você o socou. – Ele fez careta
e Demi riu sapeca. – Eu estou ansiosa para passar um tempo com vocês dois. –
Distribuir beijinhos no peito dele era covardia, mas Demi o fez e aos
pouquinhos Joe foi cedendo.
- Se é importante para você, tudo bem. – Ele disse a olhando nos olhos e
o sorriso dela foi de orelha a orelha. – Eu vou pedir o carro do Ed emprestado,
ok? Pelo menos isso, não quero que ela pense que eu sou um pobretão por
completo. – Demi riu e o abraçou calorosamente.
- Você só está desempregado, gatinho. Todo mundo passa por isso, daqui
alguns dias tudo vai ficar bem de novo. – O sorriso de menino dele estava lá
quando Demi se deitou sobre ele levando uma das mãos másculas para acaricia-la
no bumbum e a outra no seio.
- Agora você deixa. – Ele disse e ela riu de como ele estava marrento. –
Quer tomar banho comigo? – Perguntou guiando as mãos para o rosto dela e Demi
negou corada e ele lembrou que ela estava naqueles
dias. – Ok, tudo bem. – Disse corado e os dois riram quando se olharam. –
Você pode separar uma roupa para mim? Quero ao menos estar bem vestido.
- Você quer impressionar a sua
sogra, Joseph? – Disse Demi carinhosa adentrando o cabelo dele acima das
orelhas para bagunça-los e Joe assentiu corado. – Vou ligar para mamãe para
convidá-la e você pode ligar para o Ed. – Quando ele se levantou, Demi
aproveitou para dar uma bela olhada no traseiro e nas costas largas dele.
- Você já tem um restaurante em mente? – Perguntou a olhando deitada na
cama e Demi jogou um beijo para ele o fazendo corar. – Dem, droga. Eu vou para
o banheiro. – As pernas dela eram tão lindas e Joe adorava quando elas estavam
em volta da cintura dele. Porém olhá-las sem poder fazer o que ele queria era
uma tortura.
- Vou pensar num lugar bom e modesto. – Disse Demi rindo da agonia de
Joe. Ele adentrou o banheiro deixando a porta encostada e Demi caminhou
diretamente para sala em busca do celular na bolsa. – O que você estava
fazendo? – Perguntou a Lucy quando a pequenina veio da direção da área de
serviço para subir no sofá ficando ao lado de Demi. – Você estava aprontando? –
Demi deslizou os dedos nos pelos de Lucy já com o celular em mãos. Ela discou o
número de Dianna enquanto brincava com a cadelinha. – Oi! – Disse assim que
Dianna atendeu ao celular poucos segundos depois.
- Oi! Deu tudo certo? – Perguntou
Dianna e Demi sorriu feliz percebendo a ansiedade da mãe.
- Deu! – Ela sorriu quando Lucy a lambeu nos dedos. – Eu estava
pensando, você quer jantar com a gente? Jantar fora. – Seria tão bom ter Joseph
e Dianna apenas para ela naquela noite. O coração de Demi chegava bater mais
rápido só de pensar em como seria divertido.
- Eu acho que eu vou demorar muito
para ficar pronta. – Dianna sorriu imaginando o sorriso de Demi. Elas
estavam bem e felizes. – Nos encontramos
onde e que horas? – Perguntou.
- Demore o tempo que precisar, você sempre fica linda. – Ela sorriu com
o próprio comentário. – Nós passamos para te pegar daqui a mais ou menos.. –
Começou a dizer e verificou a hora no celular. Eram seis e dez. Tinha tempo
suficiente para todo mundo se arrumar. – Sete e quarenta está bom? – Perguntou.
- Está. Quando você estiver
chegando, liga. – Elas se despediram e por
alguns minutos e Demi ficou deitada no sofá cochilando com Lucy, até que ela
lembrou que também precisava se arrumar.
- Joe, eu vou para casa me arrumar. – Demi sorriu quando ele saiu do
banheiro com uma toalha branca enrolada na cintura a baixo. – Sete e meia nós
saímos, tudo bem? – Disse o acompanhando até o closet.
- Você não separou a minha roupa. – Joe corou quando Lucy adentrou o
closet e deitou-se para olhá-los. Ele não gostava de trocar de roupa na frente
da cadelinha. – Você não vai me ajudar. – Perguntou manhoso a abraçando e Demi
o abraçou de volta gostando de sentir todos aqueles músculos a envolvendo.
- Você está ficando muito manhoso. – Disse depois de dar um beijinho nos
lábios dele. – E você não tinha acabado de tomar banho quando eu cheguei? –
Perguntou se soltando dos braços dele para começar a procurar por as roupas.
- Eu gosto de tomar banho. – Não era justificativa. Na verdade ele só
estava muito nervoso para jantar na companhia de Dianna. Tão nervoso que não
queria que nada saísse errado. – Você deveria me esperar, não vou demorar. –
Ele se sentou ao puff para esperar.
- Nós sabemos que você sempre demora. – Sim, ele demorava! O dilema
começava com a cor da camisa e sempre terminava com Joe em frente ao espelho
sem saber como ele poderia pentear o cabelo, e no final das contas ele usava o
penteado de sempre! – O que você acha? – Perguntou mostrando a camisa preta de
botões e os jeans de tons escuro.
- Está bom. – Analisou melhor as roupas que ela tinha m escolhido e
sorriu em agradecimento. – Obrigado. – Demi se aproximou para beijá-lo na
testa.
- Já vou, ok? Ficarei te esperando em casa. – Joe assentiu erguendo o
rosto para receber o beijo de despedida. – Te amo. – Eles sorriram e trocaram
um selinho demorado.
- Também te amo. – Ele disse segurando a mão dela. – Até daqui a pouco,
não vou demorar. Tenha cuidado. – Quando Demi foi embora, Joe aproveitou que
Lucy tinha a acompanhado para começar a se vestir. Ele jantaria com Dianna! A
ideia de ter os olhos da mulher o analisando era o suficiente para deixa-lo
nervoso e corado.
Tudo tinha que ser equilibrado e
harmônico! Demi tinha razão quando disse que ele demoraria a ficar pronto. Até
a quantidade de perfume ele calculou mentalmente. E quando já estava perfumado,
vestiu camisa preta com todo o cuidado do mundo para não amassá-la, mas como o
pano era um pouco grosso, não aconteceria. Joe que era sistemático e o nervoso
o dominava. Quando ele vestiu a calça, pensou em mudar a camisa para uma de cor
branca. E o fez, mas a preta ficava bem melhor. Então o rapaz voltou a vestir a
camisa preta. Foi uma droga para escolher o que calçar! Demi não tinha
escolhido e ele estava começando a ficar mais nervoso. Ele experimentou o
sapato social, o mocassim, o tênis branco, porém o que tinha realmente ficado
bom foi a bota preta de cano curto. A roupa não estava ruim, bem pelo contrário.
Joe só sentiu falta de um agasalho e resolveu usar um de seus blazers que nunca
tinha usado.
- Ed, você pode me emprestar o carro? – Ele tinha acabado de ligar para
o amigo já que estava em frente ao espelho para pentear o cabelo.
- Eu estou na Rocco’s. As crianças
querem torta, e quando eu digo as crianças, também estou me referindo a Selena.
– Joe riu da indignação de Ed. Sair de onde ele morava para comprar na
Rocco’s ficava um pouco longe. – Você vem
para casa comigo, e volta com o carro.
- Tudo bem. A Demi chamou a mãe dela para jantar fora. – Murmurou
concentrado em pentear o cabelo como ele vinha observando. Era o mesmo penteado
comportadinho de sempre, só que com um pequeno topete que o deixava mais
charmoso.
- Você vai precisar de muitas
dicas. – Disse Ed e Joe murmurou um “humrum”. – Cinco minutos e eu estou aí. – E foi dito e certo. Mal Joe terminou
de escovar os dentes que Ed já ligava. Foi uma correria que só para colocar
comida para Lucy, pegar a carteira verificando se o último dólar que ele tinha
estava lá para então descer às pressas a escada.
- Desculpa, eu estava arrumando o cabelo. – Ed arqueou uma sobrancelha
quando Joe adentrou o carro todo arrumado. Ele estava bonito e elegante.
- Parece que você vai para uma premiação, não jantar com a mãe da sua
namorada. – Comentou dando partida no carro. – Está perfeito! Não é uma sogra
comum, é a Dianna! – Ed entendia o ponto de vista dele. Era Dianna, não
qualquer mulher.
- Eu estou tão nervoso. – Resmungou esticando os dedos.
- Você está bem, digo, sua aparência está impecável. – Ed o olhou
rapidamente procurando por algum detalhe que poderia ser melhorado, mas tudo
estava bom. – Ela não pode reclamar da sua aparência. Agora, você tem que ser o
mais cuidadoso possível. Nada de falar palavrão ou gírias. Diga sim ou não,
sorria educado e não se coloque em situações embaraçosas, não na frente dela. A
Demi pode até compreender, agora ela, sem chances. – Certo, certo! Ele deveria
fazer muitas notas mentais. E a cada palavra dita por Ed, parecia piorar. – Nada
de beijar a Demi, no máximo um selinho. Se ela puxar assunto, seja discreto e
simples, nada de tentar se engrandecer. – Eram tanas coisas! O percurso até a
casa de Ed foi assustador! O jantar estava mais parecendo missão suicida, ele
não podia fazer praticamente nada, claro, segundo Ed. – E pelo amor de Jesus
Cristo, não deixa a conversa chegar em sexo. Isso vai ser absurdamente
constrangedor. – Joe tinha os olhos arregalados e a ideia de inventar um
resfriado parecia muito agradável. Ed tinha parado o carro em frente a casa
onde morava e não tinha para onde correr, eram sete e vinte e cinco. Demi
estava o esperando. – Relaxa, no fundo não é um bicho de sete cabeças.
- Você está brincando comigo? – Perguntou ao olhar para o amigo e Ed deu
de ombros.
- Confesso que exagerei. Você só precisa ficar esperto. Seja você mesmo,
mas com cautela e as dicas que te dei. – Disse e Joe assentiu suspirando fundo.
– Eu já vou, não quero apanhar de novo.
Boa sorte, cara.
- Obrigado. Boa sorte com a Sel. – Eles trocaram um breve abraço e então
Joe assumiu o controle do carro. Ele tinha que relaxar e não pensar em tantas
besteiras. Não seria tão ruim, seria? O trânsito colaborou e exatamente as sete
meia ele já estava em frente ao prédio onde Demi morava, e ela estava o
esperando como o combinado.
- Você está muito bonito! – Ele ficou com vergonha, mas aos poucos se
aproximou da namorada perdido na beleza dela. Ela sim estava bonita, aliás,
muito bonita usando um discreto e elegante vestido branco e sandálias de salto
na cor preta.
- Você está linda. – Ele sorriu encantado com os cachos nas pontas do
cabelo dela. – Eu quero te beijar. – O batom vermelho era chamativo e sexy. Joe
fitou os olhos marrons levemente maquiados e novamente os lábios de Demi
desejando beijá-los.
- Contente-se com um selinho. – E foi o que ele recebeu. Um selinho
demorado e um abraço apertado. – Vamos? – Demi sorriu com o olhar dele, enlaçou
os dedos aos de Joe e quando eles chegaram ao carro, ele fez questão de abrir a
porta para ela e ajuda-la a se acomodar no banco.
- Você está muito bonita, gatinha. – Ele a olhou e tornou a sorrir. A tensão
tinha passado mais porque, por mais que jantaria com Dianna, Demi também
estaria lá para ajuda-lo.
- Está nervoso, querido? – Demi perguntou assim que enlaçou os dedos aos
de Joe quando ele deu partida no carro. A mão dele estava gelada.
- Confesso que estou. – Disse e respirou fundo para controlar o coração.
– Não exagerei? – Perguntou focado no transito e ele sorriu quando Demi o
beijou no ombro.
- Claro que não, amor. – Infelizmente o caminho até a casa de Dianna não
era longo, e de carro ficava mais fácil para chegar. Joe não sabia se queria
que o trânsito os atrasasse porque chegar atrasado também seria ruim. – Joe,
olha pra mim. – Pediu porque Joe estava calado e Demi sabia que ele estava se
corroendo por dentro. – É apenas a minha mãe, ok? Vai dar tudo certo. – Ele esperava
que sim, por isso acabou assentindo.
- Se eu ga..gu..guejar, você me ajuda? – As bochechas dele estavam
coradas e a voz baixinha. Era de partir o coração, por isso que Demi o abraçou
e o beijou na bochecha carinhosamente.
- Amor, é claro que ajudo. – Ela sorriu o olhando nos olhos e para
completar deu um selinho nos lábios dele. – Relaxa, está bem? Eu estou aqui com
você! – Realmente ajudou quando ela disse aquelas palavras com os dedos enlaçados
aos dele. Demi resolveu que era melhor esperar um pouquinho, então deitou a
cabeça no ombro de Joe e vez ou outra sussurrava no ouvido dele palavras
carinhosas que o fazia sorrir e se sentir mais leve e confiante. – Podemos ir? –
Ela perguntou arrumando a gola da camisa dele e Joe assentiu sorrindo
timidamente.
Como era um cavalheiro, Joe
desceu do carro e abriu a porta para Demi a ajudando descer. Ele estava
ansioso, por isso olhou na direção do prédio de Dianna. Ela ainda não estava
lá, o que foi de alívio para o rapaz que caminhava de mãos dadas com Demi em direção
à entrada do prédio.
- Eu vou ligar para ela. – Disse Demi assim que desbloqueou o celular e
verificou que era exatamente a hora que tinha combinado com Dianna. Então ela
discou o número da mãe ainda com os dedos enlaçados aos de Joe para passar
segurança para ele. – Nós já estamos aqui. – Disse assim que Dianna atendeu ao
celular. – Ela já estava esperando no hall. – Aquilo era bom? Joe respirou
fundo tentando não olhar na direção do hall, e ele não fez! Já Demi estava
ansiosa e animada com o jantar. E ela sorriu de orelha a orelha quando a mãe
entrou no seu campo de vista. Dianna era uma mulher bonita e elegante. E mesmo
usando um discreto vestido preto levemente solto, ela estava linda! Demi deixou
a mão de Joe para abraçar a mãe gostando muito de sentir o perfume familiar um
pouco mais forte e os braços de Dianna também a envolvendo num abraço maternal.
- Eu amei o seu vestido. – Disse Dianna analisando o look da filha que
sorriu envergonhada, mas também a elogiou.
- Mamãe, você já conhece o
Joe. – Ele iria fugir, mas Demi o puxou exatamente no momento que ele tinha
consolidado aquela ideia. – Vocês já se conhecem, então. – Demi deu de ombros
sorrindo e bem, Joe sorriu envergonhado estendendo a mão para que Dianna a
apertasse.
- Boa noite. – Ao menos ele não tinha gaguejado e não ousou em desviar o
olhar de Dianna, que mesmo apertando a mão dele, o abraçou brevemente.
- Boa noite Joe. – Dianna não escondeu o sorriso e nem quando analisou
Joe. Ele era muito bonito e combinava com Demi. – Você está muito bonito. –
Elogiou-o e ele corou, céus, como corou! Demi sorriu o observando e Dianna
também sorriu porque ele tinha ficado sem jeito.
- Você também está bonita Sra. Lovato. – Ele disse esboçando um pequeno
sorriso para tentar disfarçar as bochechas coradas, e Demi o abraçou de lado
porque ele era a coisa mais fofa do mundo.
- Então, vamos? – Disse Demi chamando a atenção das duas pessoas mais
importantes da vida dela. E quando eles assentiram prontos para caminhar para o
outro lado da rua onde estava o carro, o coração de Joe quase saiu pela boca ao
ouvir aquela voz.
- Dianna? – Era Inácio Lovato em carne e osso.
Continua... Oiii! Tudo bem com vocês? Eu estou bem e feliz com esse capítulo. Ele está enorme e foi muito legal escrever esse momento da Demi com a Dianna. Elas finalmente estão se entendendo! E o nosso menino de ouro está numa roubada com o Inácio, o que vocês acham que vai acontecer? Até quando o Joe vai suportar a pressão e vai contar para Demi sobre o pai? E o Inácio aparecendo de surpresa! O que vai acontecer?? Espero que vocês tenham gostado desse capítulo, eu estou tentando não demorar a escrever, comecei a desenvolver esse capítulo exatamente no mesmo dia em que postei o Capítulo 43 e desde então não parei de escrever. O que posso adiantar para vocês é que nós veremos mais o Inácio em ação daqui pra frente assim como a família dele, o Joe vai continuar a procurar um emprego e a depender das decisões dele, pode gerar desentendimentos com a Demi... E vamos ver Semi com outros olhos.. Aaah! A Rose tá vindo aí... Eu realmente espero que vocês estejam gostando dessa fanfic, no começo foi complicado, mas agora as coisas estão melhorando. Obrigada por todos os comentários e visualizações, quem puder divulgar o blog, por favor, fique a vontade. Agradecida desde já!! ps. Teremos um pouco do Jake também.
Olá meninas, respostas do capítulo passado aqui, beijos! https://jemiley.blogspot.com/2017/07/capitulo-43.html?showComment=1499918648911&m=1#c6320261685170978145
ResponderExcluirAdorei esse capítulo, ainda bem que a Dianna e a Demi estão se acertando. Amo suas histórias e divulguei lá no meu blog, depois você dê uma conferida lá.
ResponderExcluirhttp://fanficsjemilove.blogspot.com.br/2017/07/for-you-capitulo-20.html
Aí Deus, ansiosa cada vez com cada capítulo. Esse último capítulo foi tão doce, awnnn... Não tem nem palavras pra expressar sobre esse capítulo, até o próximo amandinha. Bjos
ResponderExcluirEsse capítulo me deu um tiro pqp, perfeito man
ResponderExcluirmeu deus que capítulo!
ResponderExcluiresse momento mãe e filha foi tão fofo, tão lindo, tô só suspiro mas sinto que não vai durar muito tempo, quando a Demi descobrir sobre o pai... AÍ MEU DEUS
selena de tpm é tão engraçado, coitado do Ed por ter que aturar a mudança de humor.
jemi é um casal tão fofo, aaahhh eles são lindos demais... menina, um dia desses estava lendo o prólogo dessa fanfic e nele a Demi diz que ama uma pessoa e que ele está deixando ela
EU TÔ LOKA CRIANDO TEORIAS NA MINHA CABEÇA SOCORRO
"e a depender das decisões dele, pode gerar desentendimentos com a Demi"
AAAHHHH SOCORRO AS TEORIAS NÃO PARAM NA MINHA CABEÇA
eu tô ansiosa pra Demi descobrir sobre o pai dela
"a Rose tá vindo ai" ESSA DESGRACENTA FICA LONGE DO MEU PRO
eu estou doida pela continuação, posta assim que der, ok?
amo muito essa fanfic e já está guardada como uma das favs
bjs
Este comentário foi removido pelo autor.
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