30.8.13

Capítulo 1 - Stay Strong - Sequência de Wouldn't Change A Thing

Demi (P.O.V)
Tudo à minha volta está escuro, apenas posso sentir o ar denso e quente. Assustei-me quando uma luz branca surge do topo de algum ponto que eu não consigo distinguir. A luz reflete à minha volta formando um circulo no chão de madeira aparentemente polida. Olho para os lados atenta, mas ainda não consigo identificar o lugar que estou. Escuto um murmuro e tudo fica claro revelando o lugar onde eu estou. Oh! Atrás de mim à uma multidão. Penso que são meus fãs, porém eles me vaiam e logo, surge do nada um palanque que tem quase três metros de altura. Todos que estavam me vaiando se calam. Um homem moreno surge vestindo uma beca preta, ele tem um martelo de madeira em mãos. Lança-me um sorriso sarcástico e eu estremeço. 
  - Demi - Soa uma voz tranquila ao meu redor e o lugar onde eu estava desaparece. 
  - Demi! -  Assim que abro os olhos, me deparo com a minha mãe em meu quarto. Céus! Minha mãe? Eu deveria está à caminho do Peru! 
  - Mãe? - Sussurro ainda anestesiada pelo sono... Sinto meu corpo pesado e incrivelmente cansado. 
  - Como você se sente querida? - Ela me pergunta atenta. A velha Dianna parece-me  preocupada e pelo que a conheço, ela passou a noite em claro. Não consigo dizer uma única palavra. Um filme passa pela minha cabeça me mostrando a realidade. Meu coração se encolhe e eu me sinto doente fraca.. Impotente. Minha vida está acabada, destruí tudo que eu tinha. A festa, Alex, Joe.. Eu me lembro. As lagrimas não fazem nenhum tipo de cerimônia, elas escorem pelo meu rosto descontroladas. Eu preciso eliminar essa culpa que me consome à cada segundo, preciso sentir a dor, somente a dor. 
 - Me deixe sozinha - Digo à minha mãe que mantém o olhar sobre mim. - Por favor, deixe-me sozinha - Minha voz está embriagada pelo choro. Ninguém precisa me ver naquele estado deplorável. Não quero me cortar na frente dela. 
  - Demi, nós vamos ter que conversar sobre o que está acontecendo com você filha - Se eu tivesse ao menos dez por cento da paciência da minha mãe minha vida estaria melhor... - Eu tive uma conversa com alguns de seus amigos, principalmente com o Joseph, ele me contou o que está acontecendo com você - Meu Deus! Estou tão nervosa que chego a fechar os olhos, como ele pode?
 - Mãe, por favor - Mal sei como consegui falar, não tenho forças para nada. Meu coração doí tanto. Agradeço mentalmente minha mãe por me deixar sozinha. É engraçado que ela respeita meu espaço mesmo sabendo de tudo que já fiz.. Eu juro que não queria chorar nunca mais, não quero sentir dor, nada! Absolutamente nada. Apenas preciso aliviar minha dor, mas simplesmente não encontro nada. Agora percebo, faltam muitos objetos do meu quarto, o banheiro está praticamente vazio. Droga!  Finalmente encontro uma das minhas laminas dentro da gaveta do criado mudo. Ela parece perfeita para meu trabalho.. Fecho os olhos e sinto meu coração acelerar por ansiedade. Posiciono-a no meu pulso esquerdo.. O agudo da dor é a melhor tortura que um dia eu já senti. 
  - Demetria - Não! Simplesmente me tire desse mundo, eu não consigo acreditar no que vejo. Minha mãe está chorando e o pior, ela está acompanhada por dois rapazes vestidos com roupas brancas. Eu estou aos prantos, meu pulso doí por conta do corte que mal iniciei, mas logo me sinto mole e tudo apaga.  Não faço noção do que vai acontecer comigo. Eu queria sentir menos, amar menos. Oh Joe! Você não faz ideia do quanto eu te amo, meu coração doí tanto. Porque as coisas têm que ser assim? Parece que sempre que eu estou me sentindo bem, algo me atrapalha.. Talvez seja eu mesma. Assim que abro meus olhos me deparo com minha mãe sentada na cadeira de balanço que deveria estar na sala, não aqui.. Ao lado dela, há um senhor de cabelos brancos, quando digo 'cabelos' me refiro não só aos cabelos em si, mas também a barba cheia. Eles param a conversa entre sussurros e direcionam o olhar para mim.
  - Demi! - Minha mãe nunca parece está nervosa. Ela vem até à mim em passos calorosos e se senta na beirada da minha cama. O senhor a acompanha também. - Filha, esse é o Dr. Eduardo. Ele irá acompanhar seu caso. - Como? Acompanhar o MEU caso? Arregalo os olhos e encaro minha mãe e o tal 'Dr. Eduardo' que sorri para mim. 
  - Meu caso? - Pergunto boquiaberta. Tudo bem, eu admito que preciso de ajuda... Mas é necessário ajuda médica?
  - Demetria - Ora já começamos mal! - Gostaria que a senhorita respondesse algumas de minhas perguntas. - Encaro minha mãe por alguns segundos e assinto. Meu coração doí por conta da lembrança de Joe. Lembro-me de quando ele disse que abriria mão do nosso namoro só para me ver bem, ele me dizia que eu teria que me amar primeiro antes de ama-lo. Doí tanto só de pensar no quanto eu o amo, apenas existe amor para ele e mais ninguém. Dianna me puxa para deitar em seu colo e o Dr. Eduardo começa com as perguntas. Sinceramente, não quero conversar e nem compreender nada. Eu só quero aliviar a minha culpa. Só quero esquecer de tudo. Depois de várias perguntas das mais variáveis e constrangedoras possíveis, Dr. Eduardo nos diz que já tem o material suficiente, ele se despede e vai embora. Faço uma careta e minha mãe me olha feio. Eu gostei dele, só não gostei das perguntas constrangedoras. Eu me sinto bem nos abraços da minha mãe, ela é a única que me transmite paz. Estou tão preocupada que minha cabeça parece está rodando a mil. São problemas por cima de problemas, tantas coisas que me confundem agora. Se eu pudesse acabar com tudo isso.. Eu juro que acabaria, não quero ser um problema na vida de ninguém. 
  - O que aconteceu com a minha menina? - Pergunta Dianna entre soluços do choro silencioso. Oh mãe, nem eu sei. A única coisa que eu posso fazer é chorar. É a única coisa que me resta, o resto eu perdi ao longo de cada erro que cometi. Eu me perdi ao longo desses anos, fui minha pior inimiga, caí nas minhas próprias ciladas. Acabei com a minha vida. 
(...)
Sabe, não passei pela porta desse quarto por nada. Me sinto tão inútil, mas eu não quero sair e ter que encontrar minha mãe chorando nos braços do meu pai por minha causa, não quero me sentir assim para baixo e culpada. Às vezes nós pensamos que podemos sustentar tudo sozinhos, guardar cada magoa no fundo do coração e esquece-la como se ela nunca tivesse nos causado dor. Nós nos reprimimos por causa da maldita imagem refletida pelo espelho. As pessoas dizem tantas coisas ruins que nos influencia a ser quem elas querem e nós acabamos perdendo nossa essência, quem nós verdadeiramente somos. Eu me perdi, eu me enganei, e o pior, acreditei em tudo que escutei ao longo dos meus dezoito anos. 
Não me resta nada. Pelo que vi na internet, o mundo inteiro me julga sem ao menos saber o motivo. Não estou surpresa, aprendi da pior forma como são as coisas de verdade, agora eu preciso de motivação para conseguir dar a volta por cima porque eu quero, eu vou conseguir me libertar. Lá fora está frio e chovendo. Parece que o frio é o cenário da minha dor, do meu fracasso. Vejo Oliver dormir no cesto acolchoado por pequenas cobertas, suspiro fundo e desço as escadas.  
  - Vai ser melhor assim - Abraço minha mãe com muita força, como se fosse o nosso último abraço. Meu coração mais uma vez se quebra, eu odeio vê-la chorar. 
  -  Nós vamos orar por você - Mal consigo olhar nos olhos do meu pai. Ele parece tão decepcionado como se a vida tivesse o derrubado com um único tiro. Eu vou por eles e principalmente por mim. Quero ser mais que uma cantora que vai ser internada numa clinica de reabilitação para mulheres, eu quero ajudar as pessoas que sofrerem o que eu sofri, não é impossível quando se tem vontade. São exatamente três horas da manhã e estou a caminho do aeroporto de Los Angels com destino ao sudoeste de Chicago. Não têm nada que eu possa fazer, depois da conversa com o Dr. Eduardo, meus pais decidiram que o melhor seria me internar. E aqui estou eu, com milhares de dúvidas rondando minha mente. Timberline Knolls será meu novo lar. 


Continua.. Desculpem pelo tamanho do capítulo. Literalmente eu não consigo escrever dessa forma.. mas se vocês gostarem posso continuar.. Por favor comentem a opinião de vocês sobre a fanfic em geral, sei que esse capítulo poderia ter ficado melhor, mas foi o que deu para escrever.. Ah! Desculpem não está respondendo os comentários, estou com problemas com html, dai sumiu o botão resposta. Mesmo assim, muito obrigado por comentarem. 





4 comentários:

  1. Posta logo. Tá perfeito, mas na verdade eu prefiro do outro jeito que você escrevia, eu acho que era melhor, mas se você gostar mais desse todo bem. Bom eu amei, tá perfeito, e não vejo a hora de ler o próximo.

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  2. Tá ótimo dos 2 jeitos,cap perfeito,posta logo!

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  3. o cap ta perfeito, mas eu prefiro a forma de dialogo msm, posta logo, quem vai ajudar a Demi é o Wilmer né?

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