3.1.19

Capítulo 18 II/II



   - Quando terminar, eu venho buscar vocês. – Disse Laura. Estava frio. Como estava! O passar da hora resultou numa nevasca no meio da tarde, e toda vez que os flocos de neve tocavam a pele nua do rosto, a vontade de ir embora para debaixo das cobertas aumentava. Acontecia que Laura tinha acabado de deixar Joe e Demi em frente à faculdade onde Anna estudava, pois seria ali que a moça apresentaria o trabalho de conclusão de curso.

   - Tudo bem. Mas fica tranquila, a depender da hora que acabar aqui, eu chamo um táxi. – Disse Joe abraçando Demi porque ela tinha começado a tremer. Enquanto ele estive perto dela, Demi jamais passaria por frio ou outras privações. – Até mais tarde. – O sorriso só foi grande porque o abraço retribuído foi delicioso. Joe sustentou o olhar da tia ainda sorrindo e acenou começando a caminhar com Demi para a área fechada quando Laura partiu com o carro. – Está com frio, princesinha? – A resposta dela foi um murmuro afirmativo, então restou a ele abraça-la de olhos fechados e quando a vontade veio, Joe tocou o cabelo longo castanho de Demi sentindo os fios gelados e a beijou abaixo da orelha direita.

O resultado do exame não foi desastroso como Joe tinha pensado, nem mesmo o procedimento do exame. Tudo bem que ele confessava que não foi muito interessante o procedimento de prova de função pulmonar. O clipe nasal era irritante e o incomodou, mas era necessário para que não entrasse e nem saísse ar do nariz. Através do aplicador bucal, Joe respirou quando foi pedido. A necessidade do exame era porque a insuficiência cardíaca afetava a função de bombeamento do coração, então o sangue podia retornar aos órgãos e se acumular neles, como nos pulmões, braços, pernas, fígado e trato gastrointestinal. No caso dos pulmões, a presença de sangue no órgão dificultaria a respiração. O resultado não indicou alterações desastrosas no órgão, o que era muito bom e eliminava de vez a possibilidade de os sintomas estarem associados aos pulmões ou de ser uma doença relacionada somente a eles.

   - Acho que você deveria ter ido com a Laura. – Demi o beijou na garganta e desfez do abraço para que pudesse apenas segurar a mão de Joe e descansar a cabeça no braço dele. – Você deveria descansar. – Reclamou quando ele a abraçou por trás apertado.

   - Eu prefiro ficar com você a ficar lá em casa trancado. – Gentilmente ele a virou e a abraçou achando delicioso como a cintura de Demi era esbelta. – Se bem que o seu pai pode me matar aqui. – Era para ser uma brincadeira, mas a cara que Demi fez foi tão preocupada e tensa, que Joe franziu o cenho intrigado com a reação da namorada. – Estou brincando. – Murmurou envergonhado a olhando como um cachorrinho que caiu da mudança.

   - Tudo bem. – Não estava nada bem, mas Joe não precisava saber. Demi tinha sentido o rosto perder a cor com o comentário do namorado porque Inácio ficaria maluco quando ela contasse que estava grávida. Seria mais um motivo para ele implicar com o pobre Joseph. – Se você não estiver bem, nós vamos embora. A defesa não vai demorar, são no máximo trinta minutos. – Comentou enlaçando os dedos aos de Joe para que eles pudessem começar a caminhar a procura do pessoal.

   - Eu estou bem. – Parte da energia de Joe cabia à boa alimentação nos últimos dias. Laura o enchia de verduras, legumes e o obrigava a comer a cada três horas. Se fosse diferente, o rapaz não teria o mesmo animo para ficar perambulando atrás de Demi para cima e para baixo. – Anna vai falar sobre o que? – Perguntou observando a arquitetura da faculdade caminhando a passos lentos.

   - Algo sobre gêmeos. – Se tinha um tema que Demi não tinha afinidade, era a área biológica. Para ela não havia nada de interessante sobre o assunto que poderia fazê-la entender, então o conhecimento era limitado. – Vou ligar para Bella. – A faculdade era enorme, então se perder seria muito fácil. Demi olhou para o enorme hall de piso polido a procura de um rosto familiar, mas o lugar era grande o suficiente para se dividir em corredores e passagens que levavam para outras áreas.

Ao desbloquear o celular, o cenho de Demi franziu. Mais de um mil mensagens, e não parava de subir notificações indicando novas mensagens no Whatsapp:

“Bella: Vocês não vão perturbar ninguém agora. Por favor, não façam bagunça na faculdade, não queremos deixar a Anna mais nervosa”.

“Amber: Eu não perturbo ninguém”.

“Hannah: Agora você não tem culpa, Amber? Mas hoje você deixou todos nós estressados no almoço”.

“Amber: Eu só gosto de cebola, o que custa fazer comida com cebola?”.

“Megan: AlÔOO! Annie está enjoada até agora! Tudo graças a sua cebola estúpida”.

“Amber: Eu não sabia.”.

“Megan: Não podemos deixar o papai desconfiado, Amb. Anna vai contar na hora que achar que é melhor, e nós temos que ajuda-la”.

“Bella: Agora já passou. Estou no banheiro com a Anna, ela está vomitando. Façam alguma coisa para distrair o papai, só não coloquem fogo nessa faculdade”.

“Hannah: Onde está a Dem?”.

Aquelas meninas estavam sempre metidas em encrenca. O mais legal de tudo era que mesmo com todas as diferenças de personalidades e implicâncias, elas se amavam e se protegiam como boas amigas. Quando Demi discou o número de Bella, ela olhou para Joe. Ele estava próximo a ela, parado e olhando para um cartaz no mural na parede. Simplesmente lindo e apaixonante o namorado que ela tinha. Abraça-lo de lado e depois de aconchegar ao abraço dele a aqueceu, e Demi só não o beijou na boca porque Bella tinha acabado de atender ao celular passando todas as instruções que era preciso para chegar ao banheiro feminino.

   - Eu me sinto muito doente. – A maquiagem estava ajudando a disfarçar a palidez, só não era possível esconder a falta de animo e o cansaço. Anna tinha vomitado todo o café da manhã, e agora era a vez do lanche da tarde e do almoço.

   - Você precisa só precisa apresentar, nada mais Anne. – Bella estava claramente preocupada. As expressões musculares diziam tudo que a moça escondia. O rosto demonstrava desconfiança e preocupação, e a postura estava rígida.

   - Eu sei.. Só que.. – Variações hormonais a mil! Anna não soube o que dizer quando os olhos marejaram e as lágrimas rolaram. Acontecia que a pressão era insuportável. A reta final da faculdade já era uma bomba que mexia muito com o psicológico, então junto a uma gravidez estritamente precoce pelo fato de ter iniciado a vida sexual a pouquíssimo tempo com o orientador de curso e supervisor, tudo ficava mais sobrecarregado e complicado.


   - Eu.. Eu acho que você tem que ouvir a Bell, Annie. - O que Demi poderia dizer? Se ela estivesse na situação da irmã, estaria mais nervosa e tensa que Anna. E como também estava grávida, Demi não sabia o que poderia dizer porque compartilhava dos mesmos medos e receios. - Respira fundo e tenta ficar calma, você lutou muito para chegar até aqui, agora é finalizar com chave de ouro. Só tenta esquecer por um tempo. - Demi não esperava que Anna fosse tocar a região do ventre demonstrando carinho e cuidado como uma mãe fazia. - Só pelo tempo que você vai apresentar. Nós estamos com você. - Demorou para que Anna assentisse, e durante o tempo de espera Demi se sentiu sufocada e tão sem jeito. Tudo que ela queria no momento era poder ajudar a irmã, mas a própria tensão não a permitia.

   - Vocês tem razão. É que toda vez que lembro que estou grávida e das complicações que podem surgir, não consigo me controlar. Eu só quero que tudo fique bem com o meu bebê e a minha profissão. - Disse Anna entre suspiros tristonhos. Era uma pena o estado da moça. Anna estava linda! Simplesmente linda vestida num terninho branco justo que modelava o corpo esbelto e calçando scarpim também branco perolado. O cabelo castanho longo tinha cachos de babyliss e a maquiagem tão discreta quanto a moça era de tons rosa claro, só as bochechas que estavam um pouco mais coradas por conta do blush.

   - Tudo vai ficar bem, ok? Eu estou aqui e nada de ruim vai acontecer com você e nem com o bebê. - Enquanto Anna estava discreta, Bella com certeza chamaria toda atenção quando passasse num corredor lotado. O cabelo castanho claro estava charmosamente jogado de lado e os fios possuíam formato de onda, a maquiagem era em tons escuros nos olhos e finalizada com um batom cor nude. Isabella estava elegante da cabeça aos pés, a roupa social que vestia era preta, uma combinação de um blazer, saía e camisa de botões de seda cor de vinho, já o sapato era alto o suficiente para deixa-la muito mais alta em comparação as irmãs, diferença notada na hora que a gêmea abraçou Anna e a beijou no topo da cabeça.

   - Nós estamos com você. - Mesmo tímida, Demi se aproximou e foi muito bem acolhida no abraço. E ao participar daquele gesto carinhoso, Demi percebeu como abraços sinceros tinham o poder de curar a alma. Toda energia positiva de Bella tinha servido para acalma-la e quebrar a tensão que a incomodava.

   - Vamos arrumar essa maquiagem, meu anjo. - Isabella sempre seria como uma mãe, o jeito carinhoso e calmo da moça transmitia uma tranquilidade que poderia acalmar até o animal mais selvagem. Anna se recostou ao corpo de mármore da pia e assentiu deixando que a irmã cuidasse da aparência.

   - Anna? - Aquele banheiro era feminino! Foi um susto e tanto ouvir a voz de Rick, e com muito receio o rapaz adentrou ao banheiro rezando para que a namorada estivesse apenas com as irmãs, pois seria muito complicado explicar o motivo de estar num banheiro feminino. - Você está bem? - Ao encontrar Anna recostada a pia, Rick soltou a respiração que até mesmo os ombros rígidos afrouxaram. O cenho franziu em angústia porque era perceptível que Anna tinha chorado, por isso Rick se aproximou da namorada para abraça-la sem nem mesmo cumprimentar Bella e Demi. - Você está melhor? - Perguntou sério a olhando nos olhos e quando a resposta veio num aceno, Rick deu um selinho nos lábios dela que marcou o início de um monte de beijinhos carinhosos no rosto da namorada. - Eu sei que você será brilhante hoje. Estou ansioso para que isso tudo acabe logo para que nós  três possamos ficar oficialmente juntos. - Demi sorriu quando Bella a olhou sorrindo de orelha a orelha porque Rick tocava Anna no ventre e a abraçava.

   - Eu também, amor. - Disse Anna. O beijo que o casal trocou foi motivo para o sorriso de Bella e Demi. Era um alívio saber que Rick estava preocupado e não iria sumir no mapa, e Demi esperava que Joe fizesse o mesmo ao descobrir que seria papai.

   - Nós estamos ocupadas, Rick. - Bella sabia que elas tinham pouco tempo e que Rick ocuparia boa parte dele, caso continuasse ali no banheiro com elas. - Vocês comemoram depois. - Anna ficou vermelha, já Rick sorriu abraçado a namorada. - Você está oficialmente expulso do banheiro feminino. - Foi uma frase um tanto estranha, o que ajudou a descontrair o clima tenso quando as risadas ecoaram.

   - Vou esperar você na sala. Nós vamos fazer uma ótima defesa. - Ele sustentou o olhar de Anna transmitindo segurança e positividade até que a moça assentiu e o beijou na boca sussurrando um "eu te amo" que foi igualmente retribuído.

   - Vocês dois só não conseguem ser mais grudados que a Demi com o Joe. – Disse Bella a Anna, e as duas olharam para Demi que sorriu envergonhada colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha. – Você sumiu de ontem para hoje. Como as coisas estão? – Perguntou Bella focando em retocar a maquiagem de Anna.

   - Bem.. – Foi um longo “Bem”. Demi adentrou os bolsos do trench coat com as mãos, umedeceu os lábios e observou o chão do banheiro. – Tudo bem. Montei a árvore de natal com a minha mãe, o Joe dormiu e.. – E havia a surpresa da gravidez. Demi pensou em contar, mas depois que se lembrou do que Dianna tinha dito sobre Joe ser o primeiro a saber, preferiu não compartilhar o segredo. Até porque Anna ficaria mais preocupada. – Almoçamos junto com a tia Laura e a Lucy. – Não tinha muito que contar. Demi se encostou ao lado de Anna e enlaçou os dedos aos da irmã.

   - Mas você está bem? – Anna perguntou sem olha-la porque se o fizesse, Bella ficaria brava. A maquiagem precisava ser retocada, então olhar para os lados só atrasaria tudo.

   - Eu estou. – Soou falso, falso o suficiente para Anna e Bella olharam para ela. Demi arqueou uma sobrancelha e mordeu o lábio inferior se sentindo corada. – O tempo está passando. – Murmurou colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha e olhando para o chão.

   - Demetria. – Resmungou Anna e Demi só deu de ombros. Ela jamais iria tocar no assunto, dado a gravidade do momento.

   - Estou bem, fica tranquila. – As três sabiam que era mentira, tanto que Bella olhou para Demi arqueando uma sobrancelha, só que não deu tempo de discutir o assunto porque o celular de Anna despertou informando que faltavam dez minutos para a apresentação do TCC, o que gerou agonia e tensão.


   - A Anna está muito bonita. – Ao olhar para Joe, Demi assentiu observando a irmã verificando os slides. A sala era enorme, aliás, não era uma sala. Mais parecia um teatro onde as fileiras com cadeiras ficavam mais alta conforme mais longe estava do quadro branco e o telão do slide. – Nunca vi uma sala tão cheia para um trabalho de conclusão de um curso. – Deveria ter cerca de vinte e cinco pessoas, só da família Lovato eram oito pessoas. Alicia tinha ficado em casa com a esposa do tio David, e o mesmo estava sentado ao lado de Inácio. Então tinha Joe, Scott e Augusto, os demais eram professores da faculdade.

  - Eu também não. – A única pessoa que tinha assistido a apresentação do TCC de Demi, foi Selena. Mas não era porque tinha apenas uma pessoa, fora a banca formada por três professores sendo um deles o orientador, que significou menos diversão. Quando o trabalho foi tido como aprovado, as duas amigas passaram a noite fora de casa comemorando no estilo que estavam acostumadas: com música alta e bebida alcoólica.

   - Vai começar agora. – Inácio estava logo na fileira da frente tão nervoso e ansioso quanto Anna todo social e engravatado. O homem mais velho olhou para as filhas e os respectivos namorados checando se tudo estava nos conformes e só pelo olhar eles sabiam o que Inácio queria dizer, até porque ele vinha repetindo desde o início do dia: “é para desligar o celular.”. Os aparelhos estavam desligados, mas mesmo assim todos conferiram se realmente estavam, era o tempo de Isabella subir as escadas às pressas para se acomodar ao lado do namorado porque a irmã começaria a apresentação.

   - Boa tarde! Saúdo a banca de professores avaliadores, aos familiares e amigos presentes para avaliar, prestigiar e testemunhar o trabalho de conclusão de curso da discente Anna Marie Lovato. Essa cerimônia possui quatro momentos: Saudações, apresentação do trabalho, defesa junto às dúvidas e avaliação do trabalho. Peço que todos se retirem neste último. Passo a palavra a Srta. Lovato. – A voz de Rick soou em bom e firme som, e então todos estavam ansiosos e de coração a mil torcendo por Anna.

A timidez estava presente nos primeiros minutos da apresentação, mas conforme o tempo avançava, Anna processava muito bem as informações que deveriam ser ditas e as expunham ao público da forma mais didática, sendo ela de entendimento aos leigos na área. Chegou num momento que o assunto estava interessante que todos tinham a atenção fixa em Anna, os olhos vidrados na moça e os ouvidos estavam exclusivamente focados nela. E a vontade Demi era de dizer “Ela é a minha irmã”. Pena que acabou rápido, o tempo tinha sido muito bem administrado na apresentação do trabalho e Anna fez algumas defesas quando vieram as perguntas dos professores avaliadores.

   - Ela foi muito bem. – Inácio estava para colocar um ovo! Ansioso que só ele durante toda manhã e apresentação, mas agora estava com um sorriso que ia de orelha a orelha porque tinha certeza que a filha fora aprovada. Estavam todos os espectadores esperando do lado de fora da sala, e apenas a banca avaliadora e Rick dentro da sala. – Eu quero todas reunidas para a foto. – Elas só estavam comportadas porque não queriam que a típica bagunça influenciasse no resultado de Anna, então se organizaram até que sorriam para o pai que esperava feliz por vê-las juntas.

   - Ei, você está bem? – Se Joe não estivesse perto, Demi teria cedido ao chão quando a tontura veio.

   - Estou. – Demi o abraçou e só se sentiu segura quando Joe a envolveu num abraço firme. – Só foi um mal estar. – Por segundos a respiração foi funda e os olhos estavam fixos aos de Joe, que se mostrava claramente preocupado. Porém não demorou muito para que o falatório ao redor começasse, já que receberam a notícia que o trabalho de Anna tinha sido aprovado, ou seja, a moça finalmente estava formada em medicina.

   - Se você estiver se sentindo mal, fala comigo. – A vontade de Joe era beija-la, então ele o fez gentilmente num selinho inofensivo, e no segundo seguinte Demi tinha desfeito do abraço e esperava ansiosamente para abraçar Anna.

As felicitações dados por Joe a Anna só vieram depois que todo o entusiasmo das garotas estava mais controlado. O rapaz envolveu a cunhada num abraço e disse com toda sinceridade que esperava que Anna fosse muito feliz na profissão que tinha escolhido. Não tinha como negar que não estava deslocado, porque ele estava. E como estava. Demi tirava fotos com as irmãs e o sorriso dela estava fantástico. Augusto estava ocupado com Hannah, que nem mesmo com o apelo de Megan queria sair dos braços do namorado. Rick, Inácio e David conversavam com os professores avaliadores, e para não ficar com cara de poucos amigos, Joe resolveu que veria as mensagens no celular.

“Onde que vende torta de abobora? Estou quase apanhando aqui em casa, a Selena está virada no cão!!! Socorro! ” – Ed Metcalfe.

“Você leu Kings of Fear? Estou achando interessante como seria Gotham sem o Batman. Esperando você ler para a gente debater” – Derick.

“Joseph, quando terminar, volte para casa. Você precisa se alimentar!” – Tia Laura.

“Joseph! Essa mulher está louca! Vou ter que ligar para minha sogra para controlar a Selena, ou roubar a Demi de você para acalma-la. Estou sem entender o porquê de eu ter virado o maior inimigo dela. Ela não para de me fuzilar com olhares, que desconfortável” – Ed Meltcalfe.

“Oi Joseph! Estou com muitas saudades de você, parece que foi a um século que nos vimos, e nem tem uma semana. Como você está? A tia Laura está nos informando do resultado dos exames, e todos estamos orando para você ficar saudável o quanto antes. Eu estava pensando em ligar para Demi ou mandar mensagens para me desculpar, você acha que é um bom momento?”. – Rose.

“Oi Ro. Eu também estou com muitas saudades de você, quando eu ficar melhor, voltarei a trabalhar e terei mais recurso para visitar vocês com mais frequência, ou quem sabe comprar passagens para você passar alguns dias comigo?! Acho que estou bem, ultimamente tenho sentido alguns desconfortos que são normais para quem tem insuficiência cardíaca, mas não é nada muito sério. Estou tomando minha medicação corretamente e a minha alimentação está ótima, a tia Laura está aqui para garantir que vou seguir todas as regras :)
Eu não vejo nenhum problema de você falar com a Demi, eu e ela estamos bem. Conversamos e decidimos ficar junto s novamente, e com ela do meu lado eu sinto que vou ficar bom o mais rápido possível.
Diga a verdade, esclareça toda essa situação, eu tenho certeza que vocês duas serão boas amig” – Joseph.

   - Oi. – O que era aquele sorriso sapeca? Joe mal tinha terminado de digitar a mensagem para Rose, ele enviou do jeito que estava e guardou o celular no bolso. Com Demi por perto, a atenção do rapaz estava sempre focada nela e em nada mais.

   - Oi. – Ele só retribuiu o sorrisinho e abraçou Demi quando ela o abraçou. Aquilo estava um tanto estranho, mas era muito bom ficar abraçado a namorada, então não havia o que reclamar. – Você está bem? – Perguntou a beijando na bochecha para depois olha-la nos olhos castanhos. – Nada de tontura? – Perguntou observando como as sardinhas de Demi eram lindas em contraste com os olhos castanhos.

   - Eu estou bem. – Sustentar o olhar de Joe foi uma tarefa muito difícil, mas Demi o fez, e conforme continuava o olhando, o coração batia mais rápido. – Eu fiquei com vontade de te abraçar. – Disse se aconchegando mais a ele.

   - Ei. – Antes de olha-la, Joe observou se alguém estava olhando para eles, e como não havia ninguém, ele apertou mais as mãos a cintura da namorada e encostou o corpo ao dela. – Eu quero muito passar essa noite com você. – Disse a olhando nos olhos. – Ainda está de pé, certo? – Ultimamente passar mais de dez horas ao lado de Demi era algo raro de acontecer, pois a moça era disputada por todos! Havia Dianna, Selena, Inácio e seis garotas manhosas. Ele praticamente não tinha tempo para curtir a presença da namorada.

   - Joe.. – O que ela poderia fazer? Demi mordeu o lábio inferior e franziu os ombros como se pedisse desculpas. Eles já tinham combinado de passar a noite juntos, Demi só não garantia que ficariam juntos a noite toda, já que Anna tinha formado e todos esperavam que a família estivesse junta para o jantar de comemoração daquela noite. – Meu pai reservou um restaurante só para essa noite, toda minha família vai estar lá. – Tentou se explicar o abraçando pelo pescoço. – Até a Selena vai com o Ed, você também vai comigo. Nós ficamos juntinhos quando voltarmos para casa. – Joe desviou o olhar do de Demi e tentou não mostrar em feições como estava chateado. Não era sexo que ele queria. Aquela noite seria o momento que os dois aproveitariam a companhia um do outro para conversar, rir, assistir algum filme, brincar, fazer coisas simples, desde que estivessem juntos. Se a noite terminaria em sexo, seria consequência, mas o ato não era o principal item da lista.

   - Tudo bem, você vai comemorar com a sua família a formatura da sua irmã. Eu não vou. – A decisão dele fez com que Demi franzisse o cenho porque ela queria que Joe se enturmasse com a família como Augusto, Rick e Scott faziam. – Vocês vão que horas? – Perguntou a olhando e percebendo que Demi já estava para ficar emburrada.

   - Às sete. – Respondeu indiferente desfazendo do abraço dele e sem querer olha-lo.

   - Então as nove em ponto eu vou te buscar. – Não precisavam brigar ou um ficar com raiva doutro. Se tinha uma forma de fazer a relação funcionar a favor de todos, era dividindo o tempo, então nada se encaixava como mais justo. – Só preciso da chave do seu apartamento. – Ele não deixou que Demi escapasse do abraço, e para desfazer a cara emburrada dela, Joe a beijou na boca num selinho e depois na testa.

   - Está bem, vou emprestar a chave extra do meu apartamento. – Eram apenas duas cópias, uma que ficava com ela e a outra que ficava na portaria. Demi pegou o chaveiro na bolsa e o entregou para Joe, que a beijou gentilmente na boca e aos poucos ela retribuiu o beijo. – Ei?! – Só deu tempo encostar a cabeça no peito de Joe e abraça-lo pela cintura quando o flash de uma câmera a incomodou, e Demi sabia muito bem quem era a paparazzo da vez que estava a importunando.

   - Estou começando a acreditar nas histórias da Selena, Demetria. – Disse Megan fotografando mais uma vez e Demi fez careta, mas olhou para a garota.

   - Nós já estamos indo, namoradeira. – Hannah tinha um sorriso que ia de orelha a orelha, e Demi apostava que tudo era em razão a Augusto, que a abraçava por trás.

   - Meggie! – Demi reclamou quando a irmã tirou mais uma fotografia quase a cegando com o flash da câmera. Só restou se aninhar a Joe mais manhosa que o de costume ronronando que estava com vergonha, e realmente estava porque ela não gostava de ter tanta atenção para si.

Se Demi estava envergonhada, Joe já estava todo coradinho, mas ao contrário dela, ele não tinha a quem se aninhar e ficar protegido dos olhares que recebia. Não era nada desagradável ou que demonstrava desapontamento. As meninas só estavam brincando e foi por isso que ele sorriu mesmo corado ainda abraçado a Demi. Não tinha coisa melhor que ficar com ela nos braços. Como podia? Ele adorava tudo sobre ela! O cheiro, a voz, os olhares, os toques, até mesmo a maciez da pele o deixava apaixonado por ela.

Quando Inácio os olhou, Joe disse a si mesmo que o pai da namorada não o olhou feio porque ele estava feliz demais com a formatura de Anna, então nada seria o suficiente para que ele acabasse com a alegria alheia. Por hora, era claro! Todos estavam felizes e satisfeitos naquela tarde, tanto que quando caminharam para fora da universidade, estavam tranquilos, conversando e caminhando sem pressa.

   - Eu vejo você mais tarde, boneca. – O apelido novo foi motivo do sorriso de Demi. Joe a tinha nos braços e vez ou outra suspirava apaixonado. – Qualquer coisa, é só me ligar. – O táxi o esperava, e com certeza o motorista estava bravo, mas Joe queria se certificar que Demi ficaria bem.

   - Você também, Joe. Descansa e se alimenta bem. Estou ansiosa para te ver mais tarde. – O pessoal também a esperava, e Demi aproveitava que Inácio ainda conversava com Rick para passar mais um tempinho com Joe. – Amo você. – Toda aquela emoção que sentia era culpa da gravidez, Demi apostava que era porque toda vez que ela pensava no bebê e que Joe estava doente, a vontade era de desabar em choro.

   - Eu também amo você. – Um beijinho não faria mal. Joe selou os lábios aos dela sentindo a vontade de fazer daquele beijo algo envolvente, mas como estava em público, o rapaz só deu um demorado selinho nos lábios da namorada e a abraçou. – Amo você. Até mais tarde. – Dizer duas vezes que a amava não era nada ruim, e Joe sorriu ao ouvir o ronrono de Demi nas palavras “eu te amo”.

Ele a olhou até que o táxi tinha o levado para longe, e Demi também tinha o olhado. Fato era: pessoas apaixonadas pareciam viver no mundo da lua! E com Joe só era diferente pelo seguinte fato: ele vivia com o pensamento todo focado em Demi, e de tanto que pensou no sorriso da namorada e relembrou dos beijos dela, o taxista quase teve que grita-lo para que o rapaz dissesse qual era o endereço final da viagem.

   - Finalmente em casa. – Disse Laura com um pequeno sorriso nos lábios e Joe coçou a nuca sem saber se ele deveria dizer que tinha voltado para o apartamento porque precisava escolher uma roupa para usar à noite. – Tem uma panela com carne e creme de milho te esperando. Está quentinho. – Bem, tudo que Joe queria era a panela que Laura segurava. Ouch! Brigadeiro cheirava tão bem, e deveria ser gostoso que só!

   - Não posso comer só uma colherzinha desse brigadeiro? – Perguntou se sentando ao lado de Laura para que pudesse espiar a quantidade de brigadeiro que tinha na panela. – Só um pouquinho? – Resmungou manhoso descansando a cabeça no ombro de Laura, nem Lucy que o olhava curiosa, tinha ganhado atenção do dono.

   - Você sabe que não, Joseph. – Laura riu da carinha do sobrinho, e como ela sabia que se Joe continuasse insistindo e Lucy também, os dois acabariam comendo brigadeiro, o que daria muitos problemas depois. – Vai aplicar a insulina para você comer. – Disse se levantando para ir a cozinha e Joe resmungou baixinho se deitando ao sofá. Era tão injusto ser diabético.. e hipertenso.. e ter insuficiência cardíaca. Por que logo ele?

   - Isso é uma droga! – Resmungou emburrado quando Laura voltou da cozinha e se agachou perto do sofá só para mimá-lo.

   - O que é uma droga, pequeno Joseph? – O apelido junto ao carinho nas mechas do cabelo o fez suspirar. Joe franziu o cenho e quando olhou para Laura, tornou a suspirar.

   - Ser um.. um.. doente. – Disse magoado e Laura negou balançando a cabeça. – Eu só posso comer se antes aplicar insulina. Eu não posso comer comida normal e agora o meu coração está.. desse jeito. E eu só tenho vinte e três anos. – Resmungou irritado. Parecia que as coisas ruins só aconteciam com ele! Aliás, até aconteciam com outras pessoas. Demi era a prova viva, mas agora ela estava bem. Já ele deveria ser um alvo de coisas ruins! Era órfão, esse fato já dificultava tanto as coisas. Para piorar, o tio tinha o perturbado por toda a infância e adolescência. A diabetes e a hipertensão sempre estiveram ao lado dele como amigos, ou fieis inimigos, para evitar que ele comesse doces e uma lista imensa de alimentos. Agora o coração queria deixa-lo na mão!

   - E o que você vai fazer sobre isso? – Perguntou Laura curiosa o olhando e Joe se deitou de barriga para cima para fitar o teto.

   - Vou reclamar, pelo menos isso eu acho que posso fazer. – Ele sabia que estava sendo chato, mas também sentia que precisava colocar para fora tudo que o chateava, e Laura era uma pessoa de confiança.

   - Você pode fazer isso, Joe. – Sorrindo, Laura o empurrou para que também conseguisse deitar no sofá, e para junto deles levou Lucy que não demorou nada para se aninhar sobre o peito de Joe. – Sabemos que nada foi como o normal para você, mas você sempre conseguiu vencer. Todos nós temos obstáculos, Joseph. Você tem as suas doenças, eu não posso mais ter filhos, a sua avó tem medo de acordar com a notícia que o seu tio Lucas foi preso ou até mesmo morto. Cada um tem um problema, e a vida não deve girar em torno disso. Você tem problemas de saúde, mas em troca é um rapazinho muito inteligente, generoso, um excelente namorado e companhia. – Laura realmente tinha razão. A vida não deveria girar em torno das coisas ruins, até porque sempre existiriam obstáculos.

   - Eu menti para Demi, e.. a Rose, eu a beijei. Não me lembro de nada e sei que eu jamais faria algo com ela se estivesse normal, mas eu me sinto péssimo quando penso nisso. – Murmurou abraçando Lucy. Era até engraçado observa-lo abraçado a cadelinha porque enquanto os braços do rapaz eram fortes, Lucy era relativamente pequena no abraço.

   - Você mentiu porque estava com medo, não porque é um cafajeste ou algo do gênero. Sobre a Rose, foi um desastre, e eu espero que nunca mais você chegue perto de bebidas alcoólicas. – Álcool estava fora de cogitação, através das experiências que teve, Joe descobriu que beber não era para ele. Não em festas onde existia a chance de alguém mal intencionado droga-lo.

   - Eu nunca mais vou fazer isso. – Disse olhando o teto. – Eu vou aplicar a minha insulina. – A insulina demoraria por volta de uma hora para fazer efeito para que ele pudesse finalmente comer, então o quanto antes fosse aplicada, melhor seria.

   - Como foi o tcc? – Perguntou Laura quando Joe se ergueu e aninhou Lucy a ela.

   - Incrível. Todos gostaram da apresentação. Eu acho que merecia dez, mas ela ficou com nove ponto seis. – Disse caminhando para o quarto.

   - E a Demi? – Disse um pouco mais alto. Laura sorriu quando Lucy fechou os olhos quando teve as orelhinhas acariciadas.

   - Ficou com o pai e as irmãs para comemorar. Eu quis vir para casa. – Joe se recostou no balcão do banheiro e puxou a barra da camisa para cima revelando a barriga onde aplicaria a insulina. – Preciso descansar um pouquinho e comer, mais tarde vou para o apartamento da Demi. Nós vamos passar a noite juntos. – Ele disse alto para que Laura pudesse ouvir, e quando a resposta não veio nos próximos segundos, Joe soube que levaria uma bronca da tia. – Tia? – Chamou adentrando a sala.

   - Joseph. – Bastava que Laura dissesse o nome dele. Joe estalou os dedos e se aproximou se sentando ao tapete. – Eu só estou preocupada com a sua saúde. Não é para você ficar por aí fazendo mil e uma estripulias enquanto os resultados não estiverem prontos. – Disse da forma mais amigável possível e Joe assentiu abraçando os joelhos.

   - Eu sei, e eu não farei estripulias. É só que eu quero passar um tempo com a minha namorada. Nesses últimos dias tudo tem sido tão corrido que nós mal nos vemos. Ela está cercada pelos familiares o tempo todo e eu me sinto.. de lado. Acho que vai ser bom relaxar e pensar em coisas boas. – Disse olhando para Laura.

   - Eu fico preocupada. E se você passar mal? – Perguntou adentrando os dedos nas mechas do cabelo dele e Joe suspirou.

   - A Demi vai cuidar de mim. Quando passei mal das outras vezes, ela foi muito ágil para me levar ao hospital. Confia nela. – Pediu descansando a cabeça no sofá e sustentando o olhar de Laura.

   - Eu confio, só não quero te perder. – Depois daquela frase, Joe se levantou e deu um jeitinho de abraçar Laura mesmo com os protestos de Lucy.

   - Você não vai me perder, eu vou ficar bem. – Nos próximos minutos Joe e Laura conversaram e riram como mãe e filho, e aquele tempo não poderia ter sido melhor.


***

Talvez cozinhar não tinha sido uma boa ideia, nem mesmo com Laura o ajudando através da chamada de vídeo. Ele deveria ter cozinhado quando estava com a tia, não sozinho no apartamento de Demi. As pétalas de rosas vermelhas estavam distribuídas em um caminho que vinha do corredor até a cama no quarto, as velas flutuantes e aromatizantes estavam postas em lugares estratégicos no criado-mudo e numa prateleira. Joe até tinha trocado o lençol da cama colocando num vermelho vinho que chamava atenção e combinava com a noite.

Na sala, o som estava pronto para tocar a playlist que tinha todas as músicas separadas cautelosamente por ele. O vídeo game estava pronto, assim como alguns episódios de desenho animado. Claro que Joe não esqueceu  o chocolate que Demi tanto gostava. Só faltava a bendita comida! O arroz estava pronto e Joe tinha o servido num prato e o alimento estava em formado de meia circunferência, tudo graças a uma tigela. Até uma florzinha com coentro Joe tinha feito e colocado no topo do arroz.

O problema de cozinhar não era porque a comida estava ruim, era que Joe não conseguia controlar a bagunça que fazia. Por toda bancada da pia havia algo que já não tinha mais utilidade e o rapaz não sabia o que guardava primeiro porque tinha medo de o strogonoff  queimar. Talvez se ele abaixasse o fogo da chama do fogão.. Mas a pressa era tanta, faltavam quarenta minutos para as nove e a cada segundo que se passava, Joe se sentia mais desesperado.

Experimentar o strogonoff foi motivo para a careta porque estava tão quente que o peito da mão ardeu. Joe desligou a chama do fogão e um tanto desastrado começou a organizar a bagunça. Demi saberia que ele não tinha feito tudo certo porque ela gostava da cozinha arrumada! Era uma droga, e até a camisa branca de botões Joe tinha sujado com molho de tomate. Pelo menos o cheiro do strogonoff estava muito bom e tinha batata palha para acompanhar. Se ele tivesse inventado de cozinhar mais um prato, a cozinha viraria um caos! Era certeza. Depois de colocar cada coisa em seu devido “lugar”, Joe lavou o que tinha sujado e secou para guardar nos armários.

Foram enviadas para Laura dez fotos da mesma coisa, só que de diferentes ângulos: a mesa com o arroz oval e a vasilha redonda de vidro com o strogonoff. A única observação da tia, foi que ele arrumasse um recipiente para colocar a batata palha “diet”. Joe serviria suco de uva também diet, e por segurança, tinha comprado um normal para Demi. Agora só faltava ele resolver o problema da camisa em menos de quinze minutos para as nove.

Ser pontual era algo que ele tinha aprendido com a família, então Joe sempre honrava o ensinamento o cumprindo. O problema da camisa foi resolvido colocando um suéter por cima. Não tinha ficado ruim, Joe só teve que se livrar da gravata porque não tinha combinado. O bom era que o aquecia junto ao trench coat já que lá fora estava literalmente congelando. Nove e um. Não era tão ruim. Ainda de dentro do carro, Joe olhou para o prédio onde Demi jantava com a família. Tinha sido ali que ele tentou pedi-la em namoro há seis meses.

   - Já estou aqui embaixo te esperando. – Disse quando Demi atendeu ao celular. Sorte que ela também era pontual. Joe a avistou se despedindo de Selena na porta do prédio. Recepciona-la com um beijo e abrir a porta do carro seria muito bom, mas dado o lugar onde o carro estava parado, era complicado. O prédio era localizado numa rotatória movimentadíssima que ficava nas redondezas do Central Park, então sair do carro para abrir a porta para Demi poderia resultar em muitas buzinas. O carro não foi estacionado numa das vagas do restaurante porque simplesmente não havia mais espaço.

   - Oi querido. – Agora não dava mais tempo de pensar onde o carro estava parado ou na bagunça que ele tinha tentado esconder na cozinha. Demi acabara de adentrar o carro e o sorriso dela causou uma explosão de sentimentos no rapaz, que sorriu tímido.

   - Oi Demi. – A tentativa de dar um beijinho nos lábios dela resultou num momento embaraçoso para ele, já que Demi não esperava pelo beijo porque se organizava para colocar o cinto de segurança. Acabou que o beijo que era para ser nos lábios, foi na orelha.

   - Oi Joseph. – Demi sorriu e ao contrário de Joe, soube exatamente o momento de beija-lo. Guiou uma mão para o rosto masculino para que o tivesse na direção certa e gentilmente selou os lábios aos dele. – Tem alguém muito estressado atrás da gente. – Comentou olhando para trás. O carro buzinava porque eles estavam demorando a sair, por isso que Joe deu partida antes que um guarda o multasse.

   - Você está muito bonita. – Comentou quando já estava mais tranquilo no transito, então ele teve a oportunidade de olha-la. O cabelo castanho estava jogado de lado e caía em mechas bonitas pelos ombros e costas, Joe franziu o cenho percebendo como aparentava estar maior do que ele se lembrava. As bochechas de Demi estavam levemente coradas e os lábios avermelhados eram frutos da maquiagem. O cachecol vermelho combinava com os lábios, e a jaqueta de couro preto ficava muito bem em contraste com a pele clara.

   - Você também está, Joseph. – Demi o tocou no músculo do braço direito para depois enlaçar os dedos aos dele sobre a marcha do carro. – Como foi o resto do dia? – Perguntou por que não gostava de ficar em silêncio, principalmente depois que tinha descoberto que estava grávida. Parecia que o silencio agia contra ela com pensamentos tristes.

   - Nada demais. Conversei bastante com a minha tia, brinquei com a Lucy e depois fui organizar a nossa noite. – Ele disse concentrado no trânsito. – E como foi o seu? O Ed disse que a Selena está o deixando de cabelo em pé. – Pela risada de Demi, Selena realmente estava brava.

   - A Sel está com os hormônios a flor da pele. – Tinha sido difícil até mesmo para conversar com Selena, mas em nenhum momento Demi se sentiu ofendida pelo jeito da amiga. Ela estava começando a entender o que era aquela fase, e junto a um casamento, tudo ficava mais cansativo. – Foi muito bom no restaurante, eu conheci muita gente da família que ainda não conhecia. Você deveria ter ido, as minhas tias perguntaram de você. – Joe arqueou uma sobrancelha surpreso. Era algo que ele realmente não esperava, e será o que significava?

   - O que elas disseram? – Ele perguntou curioso e Demi sorriu se lembrando de como as tias eram “espirituosas”.

   - Perguntaram onde estava o meu gatão. – Bem, Joe tinha recebido muitos outros elogios que deixou Demi de bochechas coradas, mas ela riu bem humorada como sempre.

   - Eu estou com vergonha. – Se o ambiente estivesse iluminado, Joe com certeza se mostraria corado mesmo estando somente com a namorada.

   - Amor, elas gostam de você. E eu quero que você se enturme com o pessoal. As meninas são divertidas e sempre vão te ajudar a descontrair. – Era verdade. Se não fosse pelas irmãs, Demi não conseguiria interagir facilmente com as tias e tios como estava fazendo.

   - Eu prometo que vou tentar. Mas e o seu pai? – Perguntou guiando o carro para o estacionamento subterrâneo do prédio onde Demi morava.

   - O meu pai está tranquilo, Joe. Ainda não tive a oportunidade de conversar com ele sobre o que aconteceu no Texas. – Demi respirou fundo e apertou mais a mão a de Joe. – Eu não vou ficar longe de você independente da vontade dele. Eu o amo, mas quem toma conta da minha vida sou eu. – Disse o olhando nos olhos já que o carro tinha acabado de parar na vaga livre.

   - Eu não quero confusão com ninguém, Demi. A minha vida já é difícil por si só, mas fico feliz em ouvir que você vai ficar comigo independente da opinião do seu pai. – Quando o carro foi desligado, Joe enlaçou os dedos no cabelo da nuca de Demi onde acariciou com cuidado. – Amo você princesa. – Sussurrou nos lábios dela para depois beija-los com paixão.

   - Eu também amo você. – Mesmo que Inácio batesse o pé firme na decisão de não aprovar o namoro, Demi não mudaria nada porque já era uma mulher adulta e completamente independente. Joe sabia daquele fato, era que às vezes dizer em voz alta mudava tudo.

   - Quero que essa noite seja especial para nós, amor. Eu não sou o melhor cozinheiro do mundo, mas fiz tudo com muito carinho pensando em você. – O comentário dele resultou num sorriso de orelha a orelha de Demi. Ela só não podia dizer que estava evitando comer desde mais cedo, pois os vômitos eram certeiros quando o estomago estava cheio.

   - Eu tenho certeza que vai ser muito especial só porque vai ser com você. – Carinhosa e apaixonada, Demi o beijou nos lábios e depois no pescoço. – Vamos? – Chamou porque Joe estava de olhos fechados e tinha um pequeno sorriso nos lábios.

   - Vamos, Dem. – Ao descer do carro, ele fez questão de abrir a porta para namorada e a ajudou descer porque o sapato de salto era realmente alto. – Eu estou com muita saudade de você. – Joe tinha a abraçado por trás ainda no estacionamento e quando aspirou o cheiro do cabelo longo, beijou-a no pescoço e se inebriou ao cheiro que gostava tanto.

   - Joseph. – Apesar de um pouco tensa, Demi sorriu sentindo os beijos de Joe no pescoço e as mãos a apertando na cintura. – Ei, nós estamos no estacionamento. – Quando ela se virou para abraça-lo, aproveitou para olhar a volta procurando por algum curioso que poderia estar os olhando. – Vamos subir, está frio aqui. – Ela só deu um selinho nos lábios de Joe e o puxou pela mão para direção do elevador. Estava realmente frio para ficar ali por muito tempo. Dentro do elevador, apesar de sozinhos, os dois ficaram calados e abraçados um curtinho a companhia do outro mesmo no silêncio.

   - Eu estou faminto. E você? – Perguntou o rapaz assim que trancou a porta do apartamento. O que ela iria dizer? Demi mordeu o lábio inferior e assentiu porque sabia que Joe ficaria muito chateado caso ela não comesse.

   - Confesso que estou satisfeita, mas vou comer um pouquinho da sua comida. – Nada como um sorriso para disfarçar. Demi tirou a jaqueta e o cachecol e se aproximou de Joe para ajuda-lo com o trench coat.

   - Eu aposto que quando você vê o que preparei, vai querer comer tudinho. – Joe riu da careta da namorada e a puxou para um abraço apertado. – Vamos comer, gatinha? – Joe sorriu quando Demi o abraçou com força e o beijou no peito. – Separei uma maratona de desenhos para a gente assistir. – Ele disse a abraçando por trás. – Até o vídeo game está ligado, Dem. – Demi sorriu caminhando a passos lentos porque Joe continuava a abraçando por trás deixando o peso do corpo quase todo sobre o dela.

   - Você é um amor, Joe. – A noite estava planejada para ser incrível, e Demi se esforçava para estar presente aproveitando do momento como faria se não estivesse grávida. Pareceu injusto estragar os planos de Joe com um mau humor, então fazer daquela situação algo agradável foi a melhor coisa que Demi conseguiu pensar. Ela curtiria a noite e se permitiria se distrair de toda a tensão, pelo menos naquele momento já que uma hora teria que contar o que estava acontecendo.

Bem, era strogonoff de carne com batata palha! Na hora de jantar, Demi deixou que Joe se servisse primeiro. O prato dele ficou monstruoso! E quando a comida foi ao micro-ondas, ela jurou que vomitaria assim que sentisse o cheiro maravilhoso do alimento, mas foi bem pelo contrário. O cheiro a seduziu e Demi resolveu que comer um pouquinho não faria mal algum. Acabou que ela repetiu duas vezes, mas quando terminou de comer estava literalmente satisfeita. A sensação era tão boa que Demi suspirou e quis encher o namorado de beijos porque se não fosse por ele, ela não teria aproveitado a refeição.

   - O que nós estamos fazendo? – Perguntou Demi em meio ao riso. Deveria ter vinte minutos que ela e Joe estavam em pé no tapete felpudo branco calçando apenas meias. As mãos dele estavam na cintura feminina e as dela conseguiam acariciar o cabelo curto da nuca. A música tocava baixinho e os dois se moviam devagar, quase com preguiça tentando incorporar uma dança romântica.

   - Eu estou te acompanhado. – Ah! A felicidade combinava muito com Joe. Ele sempre ficava mais radiante quando sorria, os olhos carregavam uma aparência mais feliz e aquele sorriso era genuíno. – Até que a gente não é muito ruim. – Disse tentando roda-la sem muito sucesso, o que resultou em muitos risos dos dois.

   - Não somos ruins, somos péssimos. – Demi o puxou para o sofá e quando Joe se acomodou com ela, os olhos fecharam quase que automaticamente indicando como ela estava cansada. O dia tinha sido puxado e uma pilha de tensão.

   - Eu já disse que amo você hoje? – Joe a abraçou por trás e a puxou para que Demi se deitasse como ele tinha feito.

   - Não que eu me lembre. – Ronronou Demi brincando e quando ele sussurrou que a amava para depois morde-la no lóbulo da orelha, o arrepio espantou todo o sono. – Eu também amo você. – Sussurrou de volta se virando para poder ficar de frente a ele.

As mãos grandes dele guiaram Demi pela cintura a se deitar no sofá, Joe empurrou uma das pernas dela com uma dele, e facilmente estava entre elas. Curvou-se para roçar os lábios e depois a beijou no pescoço. O corpo já estava tão pronto para tê-la, mas Joe sabia que era cedo, por isso só descansou o corpo sobre o dela como sabia que Demi gostava e encostou a cabeça sobre os seios.

   - O que foi? – Ele perguntou de cenho franzido observando a reação de Demi. A feição não era as das melhores, então ele se ergueu rapidamente.

   - Meus seios ainda estão doloridos. – Resmungou Demi e Joe só assentiu aliviado. Ele era tão pesado e Demi era uma mulher pequena, o risco de machuca-la o atordoava.

   - Eu queria brincar e fazer carinho neles. – Joe pareceu tão carente, ele descansou a cabeça na almofada do sofá e continuou olhando para namorada todo manhoso.

   - Joseph. – Demi riu e voltou a se deitar o olhando. – Quem sabe mais tarde, mas só se você prometer ter cuidado. – O sorriso sapeca dele foi motivo da risada de Demi, que o puxou para abraça-la, mas depois reclamou de como ele era pesado.

   - Eu prometo que vou ter muito cuidado. – Ele murmurou a beijando e depois se levantou para ligar a televisão. – A regra de assistir televisão comigo é ficar o mais confortável possível. – Disse tirando o suéter e no mesmo instante a gargalhada de Demi o deixou confuso, mas não demorou nada para ele se lembrar do possível motivo.

   - A sua tia vai te matar. – Disse Demi ainda aos risos. A mancha vermelha de molho de tomate na camisa branca de botões estava mais concentrada na parte de baixo e havia muitos respingos na região do peito. – Como você conseguiu aprontar isso? – Perguntou o olhando. Tinha homem mais bonito que o dela? Demi sorriu de lado quando Joe tirou a regata que vestia por baixo da camisa de botões e se aproximou de sobrancelha arqueada.

   - Um pequeno acidente na cozinha. – Disse subindo no sofá e a empurrando para conseguir se deitar de forma que dava para abraça-la por trás. – Quer que eu busque a coberta? – Perguntou se controlando para não suspirar conforme sentia a mão de Demi o tocando no músculo do braço nu.

   - Aham. – Demi sorriu porque ela adorava ter as mãos de Joe a tocando por todo o corpo, e ter os lábios dele a beijando era uma sensação deliciosa.

Debaixo da coberta foi muito mais agradável assistir desenho animado. Os dois se aninharam e por minutos ficaram entretidos com a animação. Às vezes riam, comentavam sobre alguma cena, e quando já tinha passado quase uma hora e meia, os carinhos que trocavam no decorrer da noite se transformaram em toques e mãos bobas.

Tudo começou com Joe tocando Demi como quem não queria nada. Os dedos dele deslizaram sobre o cós da calça jeans, tocaram o botão de metal e no instante seguinte estavam puxando devagar o elástico da calcinha depois que a calça estava desabotoada. Os dedos deslizaram pela intimidade da moça sobre a calcinha, tocaram-na devagar na entrada e afastaram o tecido.

Demi não soube o que dizer e nem mesmo o que fazer. Ao mesmo tempo em que estava confusa, a vontade de se fundir a Joe também existia, porém o pensamento sempre a alertava “Você está grávida”. Então lá estavam os beijos intensos e quentes de Joe para leva-la a outra dimensão. Era confuso e não tinha muito que fazer, talvez ter uma noite de amor a deixaria mais tranquila.

   - Eu volto num instante, princesa. – Em questão de segundos ela estava sozinha. Demi se ergueu para arrumar o cabelo e a blusa de botões que estava toda desgrenhada.

Não tinha problema dizer para ele o que estava acontecendo, mas depois que ela dissesse tudo mudaria. Seria ruim? Ninguém sabia. Seria bom? Também era uma resposta que ela só descobria quando contasse. Era certo que uma mudança aconteceria. Aliás, já tinha acontecido e estava acontecendo, só bastava dizer para Joe.

   - Ei, vem cá. – Demi estava perdida em pensamentos, perdida o bastante para estar distraída a presença de Joe. Ela o olhou nos olhos e depois a mão que ele oferecia. O que ela faria? “Eu não estou mais no clima”. Era uma boa resposta, mas até quando ela poderia usa-la? Até quando iria ter que fingir que estava se divertindo? Tensa, Demi segurou a mão de Joe e se levantou com a ajuda dele. – Obrigada por essa noite, meu amor. Eu me diverti tanto com você. Quero ter mais momentos assim, só nós dois. – Ele disse a abraçando e tudo que ela fez foi sorrir porque também tinha gostado da presença de Joe, apesar de estar tensa.

   - Eu também, Joe. – Demi o abraçou de volta e o beijou na boca sem nenhuma pressa, e Joe seguiu o mesmo ritmo que ela.

O objetivo era chegar ao quarto, e beijos mais calmos sempre demoravam um pouco mais para impulsiona-los a rasgar as roupas e correr para o quarto. Porém era o ritmo que Demi queria para a noite, tudo seria mais tranquilo e muito apaixonado, não deixaria de ser bom. Ao ser encostada a parede e ter uma perna erguida, ela entendeu perfeitamente o que Joe queria e o ajudou se impulsionando até que as duas pernas estavam envoltas abaixo da cintura dele. Não houve pausas para falas, só alguns olhares, e os beijos presentes roubando toda cena.

Tudo seria perfeito caso aquelas velas não liberassem aroma. Joe mal tinha aberto a porta do quarto, o cheiro já estava no corredor e ao senti-lo, Demi franziu o cenho com a boca roçada ao do namorado. Mas ao adentrar o quarto.. Oh Deus! Vomitar era horrível! E foi o que ela fez. Quase caiu quando tentou ficar em pé e correu para o banheiro. Infelizmente nem foi possível chegar a tempo no vaso sanitário. Tudo ficou uma bagunça! O cheiro das velas junto ao cheiro do vomito só a deixava mais enjoada.

   - Tira essas velas daqui. – A voz soou fraca porque as lágrimas estavam rolando furiosamente. – As velas Joseph! – Disse um pouco mais alto se arrependendo no instante seguinte por ter soado grosseira.

Aquilo estava uma porcaria! Demi franziu o cenho porque até o cabelo e as pernas estavam sujos, e a droga do cheiro ainda estava no ar. Sair do quarto não adiantaria nada porque Joe tirava as velas a levando certamente para outro cômodo. A saída foi abrir a janela do quarto. O vento congelante faria mal, mas Demi não se importou de ficar alguns minutos perto da janela tomando o sereno da madrugada e seguindo os flocos gelados de neve derretendo na pele nua das pernas.

   - Você vai ficar resfriada. – Joe estava mais atento que um bichinho acuado, e ele tentou se aproximar, mas Demi o empurrou quando ele tentou toca-la. – Demi. – Murmurou quando ela passou para dentro do banheiro e fechou a porta com certa força. – Demetria! – A porta não seria aberta tão cedo. Demi franziu o cenho sentindo nojo de si mesma. O banheiro estava uma bagunça de vomito que a enjoava. Só que não tinha mais nada para colocar para fora, ela ainda fez ânsia em vão. Cobrir a região do nariz com a toalha de rosto ajudou um pouco, e conforme o tempo ia passando Demi conseguia limpar onde estava sujo.

Joe continuava a chamando, às vezes frequentemente e às vezes em longas pausas. Se ele continuasse fazendo tanto barulho, os vizinhos iriam reclamar ou até chamar a polícia. A culpa era toda dela que não dizia uma palavra para acalma-lo, Demi até pensou em dizer quando se lembrou do problema de saúde do namorado, mas não conseguiu dizer nada para ele.

A água morna do chuveiro levou embora toda sujeira do corpo, levou as lágrimas e a ajudou a relaxar e se sentir mais tranquila. E foram minutos ali, quase uma hora de relógio pensando que ela precisava juntar toda coragem que tinha para contar que estava grávida. Grávida! Antes de se secar, Demi tinha se olhado no espelho com muita cautela procurando por algum volume na barriga, mas tudo parecia normal. Exceto pelo tamanho dos seios e a sensibilidade neles.

   - Você está bem? – Será que ele estava cochilando? Demi tinha acabado de abrir a porta sentindo que morreria de ansiedade e medo. No instante que a viu, Joe se ergueu da cama onde tinha ficado deitado porque era cansativo chamar por alguém que não queria respondê-lo.

   - Joseph, eu.. – Foram cinco minutos em silêncio? A coragem para olha-lo não existia, e a voz soou baixa. – Eu.. – Murmurou sentindo a tensão acelerar o coração e uma sensação estranha de câimbra nos braços e pernas. – Eu.. – Tornou a murmurou sem entender como tinha conseguido se sentar ao lado dele.

   - Você? – Os olhos verdes de Joe estavam atentos, e quando o sussurro de Demi soou quase que sem som nas palavras “eu estou grávida”, o rapaz piscou por muitas vezes, franziu o cenho e soltou a respiração sem saber o que estava acontecendo. – Você disse que está grávida? – Perguntou de sobrancelha arqueada. 

Continua... Hello darlings! Feliz ano novo para vocês! Como estão? Eu estou bem, demorei a escrever esse resto de capítulo porque estava procurando por inspiração, só fui conseguir nesses últimos dias. Mas eu gostei do que saiu, o Joe é um fofo né? O que vocês acham que ele vai dizer quando a ficha cair que ele será papai? Vou tentar agilizar o próximo capítulo. Um beijo no coração de todas, e muito obrigada pela paciência 💓

3 comentários:

  1. Graças aos céus que Anna finalmente está formada e livre pra viver com o Rick 😍 sou apaixonada por esse casal também!
    Fiquei trêmula por esse momento jemi, o joe descobrindo a gravidez finalmente chegou kkkk eu estava ansiosa por esse momento...
    Feliz ano novo Amandinha,muita saúde e que 2019 seja estourado pra você.. muito sucesso na sua vida!
    Bjo 😘

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  2. MISERICORDIAAAAA MAS QUE CAPITULO FOI ESSE finalmente a Demi disse eu tava mt aflita . Ele vai reagir bem, meu Joe é um bom menino

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