- Você? – Os olhos verdes
de Joe estavam atentos, e quando o sussurro de Demi soou quase que sem som nas
palavras “eu estou grávida”, o rapaz piscou por muitas vezes,
franziu o cenho e soltou a respiração sem saber o que estava acontecendo. –
Você disse que está grávida? – Perguntou de sobrancelha arqueada.
-
Estou. – A cabeça estava baixa como se estar grávida fosse algo ruim que ela
tinha feito. “Ao menos ele não está
bravo”. Os pensamentos eram distintos, e seguir qualquer um deles a
deixaria maluca com teorias que jamais aconteceriam. Não havia motivo para Joe
estar bravo, até porque a responsabilidade era dele também. Metade dela e
metade dele.
Acontecia que Demi estava fragilizada o
bastante para cogitar todo o tipo de situação: medo do namorado ficar bravo e
indiferente, medo de a palavra aborto ser
dita em voz alta e considerada como uma opção, medo de ser abandonada, medo de
ser uma péssima mãe, medo de não ter condições de cuidar de um bebê. Para o
momento, havia uma frase que se encaixava perfeitamente: Ninguém tem medo das mudanças, as pessoas tem medo de serem mudadas. Era
o que estava acontecendo, a realidade tinha mudado e Demi não sabia o que
poderia esperar do futuro porque ter um bebê no momento nunca foi planejado.
Voltando a realidade, Joseph estava em si? O
cenho estava franzido, o olhar perdido num ponto do quarto que não fazia
sentido olha-lo. A postura rígida, vez as pálpebras piscavam, mas a expressão
de Joe era apenas aquela: chocado. Ficar dez minutos em silêncio foi completamente
desconfortável, mais tempo se passou e ninguém tinha noção se ficaram em
silêncio por cinco minutos ou por uma hora.
Ficar em silêncio era cansativo, e a cada
minuto Demi sentia os olhos arderem e o corpo pedir por descanso. Ainda de
toalha, ela caminhou para o closet e escolheu por um conjunto de moletom e
meias para aquecê-la. Engraçado como tudo estava tenso. O ar parecia fortemente
carregado e pesado, Demi se olhou no espelho sem muita vontade para pentear o
cabelo e durante todo o tempo que escovou as mechas castanhas, foi se olhando. Logo
ela seria mãe! Quem diria.
-
Demi.. – A voz de Joe soou assim que Demi apareceu na porta do closet pronta
para levar a toalha à área de serviço. Pelo menos agora Joe parecia normal. Ele
a olhou sem conseguir esconder como estava angustiado e preocupado, levantou-se
fazendo o máximo possível para manter o olhar fixo ao dela. – Vem cá. – Mais
cedo Bella tinha mostrado a Demi que abraços eram milagrosos, e eles realmente
eram quando sinceros. Aquele não foi diferente. A segurança, o amor, o apoio
foram transmitidos através do simples gesto que era o abraço. – Tudo vai dar
certo com.. com nós três. – O choro
tornou a voz de Joe falha e carregada de emoção, o que resultou nas várias
lágrimas de Demi e nos soluços. – Es..pe..pere um pou..pou..co prince..sa. – Rapidamente
Joe levou a toalha para área de serviço e voltou ao quarto com dois copos com
água.
- Eu
vou ficar enjoada. – Disse Demi baixinho colocando o copo sobre o criado-mudo e
Joe não soube o que dizer, ele bebeu a água doutro copo e depois o olhou com
curiosidade. Era possível alguém ficar enjoado tomando água?
- Eu
acho que nós vamos ficar mais confortáveis debaixo das cobertas, está tarde. – Disse
Joe. Deveria ser por volta de quatro da manhã, o dia passado foi cansativo
tanto física quanto mentalmente.
O silêncio foi interpretado como resposta
positiva. Demi puxou as persianas para escurecer o quarto porque sabia que
não iria conseguir dormir com tudo claro, e Joe foi buscar pelas cobertas. Duas
cobertas para aquecê-los. O pouco diálogo que tinham tido pareceu ter quebrado
mais a tensão enquanto arrumavam a cama, tanto que Demi se deitou primeiro
acendendo a luz do abajur e Joe foi se deitar logo em seguida porque fora usar o
banheiro e escovar os dentes.
-
Quando você descobriu? – Ele perguntou quando percebeu que olha-la estava
começando a ficar constrangedor para ela.
- Ontem
depois que você dormiu, eu vomitei e minha mãe perguntou se existia a
possibilidade de eu.. – Demi só interrompeu a frase porque sentiu a mão de Joe
envolver a dela. O gesto a aqueceu e transmitiu a segurança que ela não estava
sozinha. – de eu estar grávida. De manhã fiz o teste e deu positivo. – Disse
cautelosamente o olhando percebendo o quão atento e envolvido Joe estava.
- Eu
não pensei que isso fosse acontecer agora. – Confessou soltando a respiração. –
Nós vamos ser papai e mamãe. – Demi
se envolveu de bom grado no abraço de Joe, e quando a vontade veio, ela o
beijou na boca. – Eu amo vocês. –
Três palavrinhas e um gesto não poderiam levar uma mulher a tantas lágrimas.
Demi encostou o topo da cabeça ao queixo de Joe e guiou a mão para se juntar a
dele no ventre.
- Eu
também, Joseph. Eu vou fazer de tudo
para ser uma boa mãe. – As lágrimas de Demi eram tantas que a fronha do
travesseiro estava molhada, assim, Joe virou a face molhada para o colchão e
conduziu a namorada a deitar a cabeça ao peito dele.
-
Você vai ser uma mãe incrível. – Ele disse tentando acalma-la com o carinho dos
dedos no couro cabeludo. – Nosso bebezinho vai ser muito amado e nada faltará
para ele ou ela, Dem. – Disse mais tarde quando Demi já não chorava. – Você vai
casar comigo, nós teremos uma casa boa e espaçosa, vamos ter boas condições
financeiras, seremos pais amorosos. Tudo vai dar certo, só temos que ficar
juntos. – Demi assentiu o beijando no peito esquerdo. – Eu estou feliz, só
estou muito surpreso e assustado para deixar a minha felicidade transparecer. –
De tão agitado que Joe estava, ele deitou Demi e se deitou sobre ela para
beija-la na boca e acaricia-la no bumbum. – Estou falando muito também. –
Murmurou a beijando no queixo.
- Eu não sei o que dizer e nem o que sentir.
– Disse Demi adentrando o cabelo dele com os dedos para acaricia-los. – Estou
com medo e preocupada, Joe. Muito medo. – Disse baixinho e acabou ganhando um
selinho. – Mas eu acho que estou feliz. –
Se não estivesse feliz, quando alguém a tocasse na barriga, o coração não viria
quase a boca e o frio na barriga não a incomodaria tanto. Foi o que aconteceu
quando Joe espalmou a região abaixo do umbigo e repousou a mão ali no intervalo
de tempo que ela falava.
- É
confuso, mas nós vamos nos adaptar juntos. – Disse abraçando-a por trás e
deixando a mão sobre a barriga feminina. – Dorme, mamãe. Você precisa descansar bastante. Está tarde. – A voz soou
suave e o beijo que ele deu atrás da orelha de Demi a fez fechar os olhos.
- Eu
amo você, querido. – Disse Demi se permitindo relaxar nos braços dele pela
primeira vez ao dia. O corpo chegou a amolecer de tão tranquila e segura que
ela se sentia nos braços de Joe, e só não ouviu-o dizer que também a amava porque
dormiu.
***
Quem disse que existia lugar para o sono
quando a mente estava fértil produzindo muitos pensamentos? Joe se sentia
ansioso, preocupado e muito ativo. Imaginar o futuro o fascinava e entristecia.
Pai! Ele seria pai e não acreditava que estava acontecendo, por isso sempre se
aninhava mais a Demi e a acariciava no ventre ao mesmo tempo em que sentia o
coração quase saltar para fora do peito. Joe garantia que todos seriam felizes:
a criança, Demi e ele. Seria uma família que se amaria e protegeria, com o
passar dos anos crescia unida e feliz. O que acabava com o sonho do rapaz era a
doença. Agora estava muito mais sério, viver não era apenas por ele, era por
aquela sementinha que estava enraizada e protegida pela amada.
Por algumas vezes Joe se levantou para se
sentar a cama porque o simples ato de respirar o incomodava, e quando juntou
com a ansiedade? Pobre rapaz! Tomar um pouco de água o ajudou, assim como
caminhar pelo apartamento de Demi pela madrugada como se fosse algo normal.
Quando tudo já estava claro, o primeiro bocejo acendeu a chama de felicidade do
rapaz, que caminhou para cama.
-
Ei, me abraça. – Não tinha como dormir sem os braços de Joe a rodeando pela
cintura e o corpo quente a aquecendo. Demi franziu o cenho e se virou para
procurar por Joe. Ele estava quase na beirada da cama, mal coberto e o peito nu
estava gelado. Por que diabos aquele homem dava tanto trabalho quando o assunto
era saúde? Lá fora estava nevando! Por mais que o aquecedor manteria a
temperatura dentro do apartamento agradável, era recomendado se agasalhar. –
Joe. – Murmurou o abraçando por trás e o cobrindo. O peito nu estava gelado,
até mesmo as orelhas de Joe estavam. Demi o beijou no ombro e o acariciou na
extensão do peito.
Onde estava o sono? Demi ainda conseguiu
cochilar por volta de vinte a trinta minutos sempre dando um jeitinho de se
agarrar mais a Joe, tanto que conseguiu leva-lo para o centro da cama e fazer
com que ele a abraçasse. O que ela podia fazer se era bom demais dormir com a
cabeça encostada num peito largo? Ter uma perna entre as dela e uma mão grande
sobre o bumbum?! Hormônios, hormônios! Demi se moveu contra perna de Joe e
ronronou alto o beijando no peito e depois na garganta.
-
Ei.. – Disse de cenho franzido e olhos fechados o chamando. – Joe, acorda. –
Resmungou se erguendo. Vontades de grávidas eram mesmo reais? Se estivesse normal,
tudo que ela faria no momento seria acordar o namorado para fazer sexo com
alguns puxões de cabelo e muitas mãos bobas, depois os dois voltariam a dormir
como se nada tivesse acontecido. Mas lá estava a estranha vontade de sorvete de
uva e baunilha. Diabos! Ela nem mesmo sabia qual era o gosto exato de uma
baunilha. E claro que não tinha no congelador. – Joseph. – Chamou o sacudindo
levemente com a esperança que Joe acordaria no mesmo instante. – Joe. – Foram
precisas quatro vezes para que Joe começasse a corresponder aos chamados. –
Amor. – Ronronou manhosa porque adorava quando Joe a apertava contra o peito,
deitava-a a cama e a abraçava de lado.
- O
que foi? – Abrir os olhos era demais para Joe. O cansaço estava instalado em
cada pedacinho do corpo e o sono não queria compartilha-lo nem mesmo com Demi,
mas mesmo assim Joe fez um bom esforço para corresponder ao chamado da
namorada.
- Eu
acho que estou com.. – As bochechas de Demi coraram e ela aproveitou que Joe
ainda não tinha aberto os olhos para preparar para se esconder quando ele a
olhasse. Nem ela acreditava no que iria dizer. – Estou com um desejo. – Foi
exatamente como o pensado e Demi se escondeu debaixo da coberta quando Joe se
ergueu e a olhou de cenho franzido.
- Um
desejo de grávida? – O rapaz perguntou tentando se manter firme em estar
acordado e espantar o sono. A cabeça chegava estar pesada e os olhos ardendo. –
Demetria. – Reclamou puxando a coberta para encontrar a namorada corada e
encolhida como se ele fosse um monstro que a assustava. – O que é o seu desejo?
Vou realiza-lo. – Bem, o rapaz esperava que não fosse nada impossível. Como
Demi estava grávida de um bebezinho dele, Joe sorriu mesmo estando sonolento e
fez o melhor que podia para ser uma pessoa agradável, ainda que estivesse
morrendo de sono. Se fosse noutra situação, ele não acordaria sobre hipótese
alguma.
- Eu
quero muito soverte de baunilha e uva. – Ronronou Demi o abraçando e quando o
olhou, ele riu. Só mesmo uma grávida para ter desejo de sorvete em pleno
inverno e pela manhã.
- E
tem que ser exatamente agora? – Perguntou levando os dedos para o couro
cabeludo dela o acariciando gentilmente arrancando um gemido manhoso de Demi. –
Não pode ser um pouquinho mais tarde? – Ele sabia que a mão no ventre a
intimidava, mas mesmo assim o fez puxando Demi mais para o corpo e a abraçando
com o braço livre.
-
Não, Joe. Eu só quero sorvete de baunilha e uva, por favor. – Resmungou Demi se
deitando sobre o rapaz para beija-lo no queixo e por toda extensão do maxilar. –
Só tem duas coisas que eu quero fazer agora: comer meu sorvete e transar com você. – Murmurou para depois mordê-lo na
orelha e ronronar manhosa sentindo as mãos grandes apertando-a no traseiro.
- Então,
eu prometo o sorvete gatinha. – Só Demi conseguia induzi-lo a sorrir mesmo
estando caindo de sono. E também era muito bom se sentir desejado. – Mas o sexo
só depois que a gente conversar com o nosso obstetra. – A reação de Demi
foi motivo do riso de Joe. Ela o olhou de cenho franzido e depois arqueou uma
sobrancelha como se tivesse escutado um verdadeiro absurdo.
-
Joseph?! – Demi não pensou duas vezes antes de guiar a mão para dentro da calça
de dormir do namorado, e por não encontra-lo pronto, ela fez careta começando a
se sentir irritada, tão irritada que poderia esbofetear Joe só poder ele estar
rindo.
- É
para o bem de vocês. Só vamos fazer quando tivermos a certeza que não fará mal para o bebê. – Joe não esperava por um
tapa no braço só porque ele estava rindo. Acontecia que a gravidez tinha fases
delicadas que só um profissional poderia dizer o que a grávida deveria ou não
fazer.
-
Isso é horrível. – Demi só entendeu a gravidade do assunto quando se sentiu
ansiosa a ponto do coração bater muito rápido assustando-a. – Você tem razão. É
que sexo para mim é tão natural quanto respirar. – Resmungou descansando a
cabeça no peito dele e Joe assentiu se lembrando de que Demi tinha a vida
sexual ativa desde os dezesseis anos.
-
Não temos experiência com gravidez, Dem. Temos que conversar com um
especialista. Aos poucos vamos nos adaptar, não quer dizer que não faremos sexo
nesse período. – Joe mordeu o lábio inferior pensando no que tinha acabado de
falar. E se eles realmente tivessem que dar uma pausa no sexo? – Vamos procurar
um médico agora? – Perguntou assim que teve a ideia. Era o mais adequado a
fazer.
-
Você não acha que é muito cedo? – Demi olhou brevemente para Joe, e depois
respirou fundo porque não sabia o que fazer. Provavelmente procurar um médico ajudaria
a esclarecer todas as dúvidas do que deveria ser feito durante os próximos nove
meses.
- Não.
Você precisa fazer muitos exames para sabermos se está tudo bem com o seu corpo
para uma gestação saudável. – Eram muitos exames que deveriam ser feitos. Não
só os exames, mas tinha muita coisa para fazer! Joe franziu o cenho sentindo o
coração bater mais rápido, tudo motivo da repentina ansiedade. – O seu pai vai
me matar. – Não era para ser dito em voz alta, mas Joe só foi perceber quando
já tinha dito. Tudo virou uma bagunça porque a preocupação se juntou a
ansiedade e a falta de descanso, o que levou o rapaz a procurar por apoio
porque a visão estava começando a ficar escura e os músculos fracos.
-
Joseph?! – O repentino susto fez com que o coração de Demi batesse rápido a
ponto de que ela pudesse ouvi-lo. – Ei, Joe! – Chamou um tanto agoniada quando
Joe se deitou e fechou os olhos. – Joseph?! – Ela se apressou em pegar o
celular no criado-mudo e já estava discando o número da emergência quando ouviu
a voz de Joe.
-
Estou bem. Foi só um mal estar. – Ele disse abrindo os olhos e respirando
fundo. – Eu estou bem, não preciso ir ao hospital. – Disse se erguendo e Demi o
olhou preocupada. – Estou bem. – Tornou afirmar guiando a mão esquerda para
direita dela como se através daquele contato encontrasse forças.
- Nós
vamos para emergência. – Demi franziu o cenho quando Joe pegou o celular da mão
dela e quando ela o olhou, ele negou balançando a cabeça.
- Estou
bem. Confia em mim, ok? – Pediu sem deixar de olha-la nos olhos. Demi iria
contestar com o clássico mas, então
ele disse: - Não consegui dormir assim que deitamos. Só agora pela manhã. Tenho
a impressão que não dormi meia hora e você me chamou. – Joe assentiu fechando
os olhos quando Demi o beijou no ombro esquerdo e depois o abraçou de lado
sussurrando um pedido de desculpa. – A última vez que comi foi o nosso jantar.
Estou com fome e muito surpreso com tudo. Estou tentando manter o pensamento
positivo, mas sobre o seu pai.. Aaah Dem! Ele vai me matar. – Não tinha
argumentos para defender Inácio. Demi sabia que a bronca seria feia, e que Joe
não seria poupado.
-
Minha mãe disse que vai acalma-lo. – Não era como se Dianna pudesse impedir cem
por cento da bronca, mas se ela pudesse controlar Inácio de não gritar e ficar
super nervoso já era um alívio. – Eu não vou deixar ele brigar com você,
Joseph. Entendo a preocupação dele como pai, mas eu já sou uma adulta
completamente independente. – Ela não precisava ser acolhida debaixo de um teto
porque já tinha o próprio. Já tinha uma profissão e sabia se virar sozinha.
Ninguém morreria de fome e nem passaria frio. Demi só precisava encontrar um
emprego porque o dinheiro que tinha já estava comprometido com o escritório que
pretendia montar.
- Eu
sei. Vou tentar dizer para ele que não faltará nada para vocês. – Demi assentiu
o beijando no peito e depois olhou para o rosto de Joe. A palidez não combinava
com a pele morena dele que ficava com uma aparência de doente. Os olhos verdes
mostravam como Joe estava cansado e abatido. – Amor, eu vou comprar o seu
sorvete depois de comer. Estou me sentindo fraco por falta de alimentação. Você
procura um médico obstetra e tenta marcar a consulta ainda para hoje? –
Perguntou todo carinhoso roçando o nariz ao dela e roubando um selinho.
-
Você vai ficar quietinho na cama, Joseph. Eu vou cozinhar para você, depois de
comer você vai dormir e à tarde nós procuramos um médico para.. para mim. – Demi
o beijou na testa, ela até iria sorrir, mas a mão de Joe a tocando na barriga
foi uma surpresa.
-
Quando você acha que aconteceu? – Ele perguntou a olhando e Demi umedeceu o
lábio inferior sustentando o olhar.
- Eu
não faço ideia, amor. Nós transamos todos os dias, às vezes mais de uma vez no
dia. – Demi riu das bochechas coradas de Joe, e daquela vez não significava que
o rapaz estava envergonhado. Ele sorriu todo sapeca e a beijou na bochecha. –
Talvez foi naquela tarde que a Selena me ligou quando nós dois estamos.. – Demi
só sabia que esteve com Joe durante manhãs, tardes e noites na cama, no sofá e
durante o banho. Quando ela engravidou? Era uma pergunta difícil de responder.
- Eu
não faço ideia de quando foi. – Joe sorriu quando a pequena mão feminina se
juntou a dele sobre o lugarzinho onde os dois pensavam que o bebê estava. – Nós amamos você. – Um beijo na barriga
era demais. Os olhos de Demi marejaram quando ela encontrou os de Joe a
olhando. Ele estava lá: o queixo encostado no cós da calça de moletom e um
pequeno sorriso nos lábios.
- Vem
cá. Preciso de um abraço. – Disse quando se sentiu sozinha e desolada. O abraço
de Joe levou para longe todos os sentimentos negativos e o calor dele a
aqueceu. Era bom demais estar acolhida entre aqueles braços grandes que a
envolviam com firmeza.
-
Você vai ama-lo. Vai ser uma boa mãe. A melhor mãe de todas. Nada de ruim vai
acontecer com a nossa família. Nós
vamos ficar bem e juntos, eu prometo. – Joe sabia quais eram os medos de Demi
por conta dos traumas que ela tinha enfrentado. E tinha quem dizia que a
atitude de um pai e uma mãe não podia influenciar no filho, ou simplesmente
fazê-lo temer ser igual aos seus protetores. O caso de Demi era o último, mas o
que ela não sabia era que não tinha nenhum traço de personalidade da mãe. A vida
que tinha era a prova viva que Dianna não era uma influencia, bem pelo
contrário. Para Demi a mulher era um exemplo a não ser seguido.
- Eu
vou precisar muito de você, então não me deixa, ok? – O choro e a emoção eram
motivo da gravidez. Pelos próximos minutos Joe abraçou a namorada e a acalmou
fazendo carinho no cabelo e gentilmente a tocando nas costas num carinho
gostoso que ajudava Demi a relaxar.
Ficar deitado debaixo de cobertas pesadas nos
braços da pessoa amada onde um não tinha dormido à noite e o outro estava com
os hormônios a mil só resultava numa coisa: sono. Joe dormiu que chegou
suspirar e Demi cochilou por pouco mais de uma hora. Por bons minutos ela
admirou a beleza do namorado, e de coração partido o acordou para tomar a
insulina.
Improvisar café da manhã para um diabético
era um tanto complicado, então Demi recorreu a frutas e biscoitos integrais que
sempre comprava para Joe. Um homem daquele tamanho deveria comer com certa
frequência, e quando não houvesse o curto prazo, ele deveria comer em boa
quantidade quando tivesse a oportunidade. Joe era do tipo que comia pouco e em
longo prazo. Se deixasse, nem por comida ele procuraria. Uma hora mais tarde
Demi o acordou e exigiu que o namorado comesse tudo que ela tinha preparado, o
que não foi problema. Depois de alimentado até as bochechas dele estavam mais
coradas e a cor da pele mais viva. Só não deu tempo de advertir Joe porque ele
deu um jeito de colocar a bandeja no chão ao lado da cama e a puxou para dormir
agarrada a ele.
***
- Tem pouco mais de duas semanas e meia. – Disse
Adam. O médico obstetra era um homem maduro de pele morena e cabelo escuro
curtinho que deveria estar na faixa dos quarenta e poucos anos. Demi não tinha
prestado muita atenção nas palavras. Joe só assentiu, mas com toda atenção
voltada para a tela onde mostrava a ultrassom. Não dava para entender nada, eles
só sabiam que o pontinho acinzentado dentro de uma machinha preta era o bebê
deles. – Vocês tem preferência do sexo? Vamos descobrir a partir do terceiro
mês. – Joe olhou para Demi e sorriu. Ele estava radiante! Não havia nenhuma
preocupação, medo ou receio. Aquele momento era apenas dele e da amada.
- Quero uma menininha linda igual a mãe. –
O comentário de Joe resultou num sorriso lindo de Demi. O médico até pediu
licença para deixa-los mais à vontade naquele momento único. – Você está feliz?
– Perguntou enlaçando os dedos aos dela depois de fotografar o ultrassom e Demi
assentiu olhando para a imagem do bebê que ainda era uma sementinha.
-
Estou muito assustada e com medo, mas estou feliz. – A lágrima solitária não
significava tristeza. Demi sorriu de orelha a orelha quando Joe a abraçou de
lado e a beijou na testa.
- Eu
também, mas estou com você. Isso já me deixa seguro e confiante que tudo vai
dar certo. – Demi deu uma série de selinhos no queixo barbado até que Joe
finalmente a beijou na boca.
- Eu
amo você. – Ela sorriu e só não retribuiu ao beijo com um mais apaixonado
porque o médico adentrou a sala depois de duas batidinhas à porta.
- A
senhorita pode se limpar no banheiro logo à esquerda. – Disse Adam, e Demi
assentiu se erguendo da maca e descendo com a ajuda de Joe que insistia em se
fazer presente em todos os momentos da consulta, mas Demi seguiu sozinha para o
banheiro para se organizar.
- Estou
preocupado com os enjoos. – Comentou Joe olhando brevemente para o médico para
depois na direção do banheiro no final da sala.
- É
normal até por volta do terceiro mês, depois melhora. – Disse o médico o
olhando gentilmente. Joe respirou fundo e assentiu. Os pensamentos eram muitos
desde os bons aos ruins. Ruins no sentido que ele se sentia na obrigação de
ficar saudável, pois Demi precisaria dele. Ela e o bebê.
- A
senhorita tem uma lista de exames para fazer. – Demi e Joe estavam acomodados
às cadeiras esperando as orientações do médico. No início da consulta apenas
passaram os dados pessoais e teve o ultrassom. – Vocês conseguem fazer tudo
dentro de duas semanas? – A lista de exames na tela do computador possuía pelo
menos 15 tópicos. Era exame de sangue para diagnóstico de anemia, tipagem
sanguínea, glicemia, teste de coombs, algumas sorologias, exames para
identificar doenças sexualmente transmissíveis, exame de fezes e urina junto a
outros que retornariam ao médico o resultado da saúde de Demi para garantir o
sucesso de uma gestação saudável tanto para mãe quanto para o bebê.
-
Conseguimos. – Disse Joe guiando a mão para a de Demi, pois ela parecia
assustada com a quantidade de exames exigidos.
-
Ótimo. Nós já vamos começar com o ácido fólico. Seiscentos microgramas ao dia
até completar o terceiro mês da gestação. – Disse Adam os olhando e quem
assentiu foi Joe, já que Demi ainda estava impactada com a quantidade de exames
que deveria fazer. Eram mais exames do que ela já tinha feito durante toda a
vida! – Para os enjoos vou recomendar dramin B6.
Não é para tomar em todo caso de enjoo, nós podemos evita-lo controlando a
alimentação. É bom evitar comer alimentos com alto teor de gordura. Coma de
três em três horas, mas não para ficar com o estomago completamente cheio. Não
abra mão do repouso e evite stress. – Demi só deixou de olhar para os olhos
castanhos do médico para os verdes de Joe. E ele sorriu para ela mostrando como
estava animado para ajuda-la a seguir todas as recomendações que eram anotadas
pelo médico. – Caminhadas podem ajudar, mas nada exagerado. Agasalhe-se bem e
dê uma volta no quarteirão no começo da manhã ou no final do dia. Recomendo que
vocês procurem um nutricionista para planejarem uma dieta saudável. – Era muita
coisa a ser feita. Demi só conseguiu pensar no gasto que teriam com médicos e
alimentos especiais, e a fez lembrar que estava desempregada.
-
Como ficará a minha rotina? Posso trabalhar normalmente? – Perguntou Demi
diretamente para o médico e Joe a olhou com certa surpresa porque ele não
esperava pela pergunta.
-
Nada de esforços físicos. Evite ambientes sobrecarregados de stress, com
resíduos de poeira ou outros fragmentos e cheiros fortes. No mais, se o seu
ambiente de trabalho for aconchegante, não há problemas em manter a atividade. –
Era naquelas horas que Demi agradecia a profissão que tinha. O escritório era
mais uma formalidade, pois tudo que ela precisava para trabalhar era um bom computador
e muita criatividade.
-
Enquanto a nossa vida sexual? – Bem, alguém tinha que perguntar! Demi se
arriscou mesmo de bochechas coradas. Ela ficou sem graça quando o médico
sorriu, mas mesmo assim manteve a postura.
- Sexo
é bem vindo, desde que não exija esforço físico. Sempre optem pelas posições
mais confortáveis. Se houver algum incomodo, interrompam o ato e procurem por
atendimento médico o quanto antes. – Por mais tímidos, os dois prestaram
bastante atenção naquela parte porque ela era importante. – Tem gestante que
prefere interromper o sexo pelo simples fato de não ter mais desejo, acontece
também com os papais. Cabe a vocês
decidirem. – Joe assentiu corado. Ele
não era completamente leigo no assunto gravidez, mas em sexo ainda possuía
certa inocência. – Mais perguntas? – A verdade era que o casal queria encher o
médico com perguntas, mas eram tantas que não faziam ideia de onde poderiam
começar. E por hora, o que sabiam já era suficiente.
O bom
da popularização da tecnologia era que os serviços estavam ficando cada vez
mais modernos e de fácil acesso, então se tivessem alguma dúvida, era possível
entrar em contato com o médico responsável pelo pré-natal de Demi através de uma chamada de voz ou vídeo. Em
emergências o doutor Adam também estava disponível, o que deixou Joe muito
aliviado porque ele sabia que seria o tipo de pai que levaria a mãe do filho ao hospital por causa de um simples
“ai”.
***
-
Princesa, parar de comer não é a solução. – Joe era exagerado. Sim, ele era e
muito! As sacolas que carregavam comida estavam ali de prova viva. Depois da
consulta com o médico, o rapaz dirigiu diretamente para o supermercado. Dois
carrinhos de compras cheios de mantimentos era muito para duas pessoas. A geladeira
de Demi estava cheia! Os armários estavam carregados de cereais e outros. –
Você ouviu o que o médico disse: comer de três em três horas. Não é para ficar
completamente satisfeita, só com o estomago parcialmente cheio de alimentos
leves e saudáveis. – Ele disse se acomodando numa cadeira ao lado de Demi.
Finalmente as compras estavam organizadas. Quem tinha ficado com aquela tarefa
foi Joe enquanto Demi aproveitava para degustar do sorvete de baunilha e uva
diretamente do pote.
- Eu
sei que vou vomitar todo esse sorvete, Joe. – Murmurou toda manhosa franzindo o
cenho porque ela não se lembrava de sorvete ser tão delicioso como aquele. – Só
estou comendo porque.. porque está fantástico. – O que estava acontecendo com
ela? Fazer sons enquanto comia não era de costume, mas era algo que Demi sequer
percebia. Ela estava tão empolgada com as colheradas de sorvete que só restava
a Joe sorrir satisfeito admirando a namorada num moletom muito largo devorar o
sorvete do pote sozinha em pleno inverno.
-
Nós temos o dramin e todas as dicas
do médico para seguir. – Ele disse pegando a caixinha do remédio dentro da
sacola sobre a mesa. – Vamos ter que procurar um nutricionista para você, pode
ajudar. – Comentou e riu porque Demi assentiu lambendo os lábios lambuzados de
sorvete.
-
Amor. – Desconcentrar do sorvete deu muito trabalho! Demi aproveitou as últimas
colheradas como se não fosse existir o amanhã, então se levantou para se
acomodar ao colo de Joe o pegando de surpresa. – Amor. – Ronronou o beijando na
curva do maxilar perto da orelha. Joe quase pulou da cadeira porque os lábios
de Demi estavam gelados e ele super concentrado em ler a bula do medicamente
que ajudaria com os enjoos.
- O
que foi, gatinha? – Perguntou ajustando os óculos de grau ao rosto porque ele
precisava saber se não existia alguma contraindicação para grávidas. Era
preciso ter muito autocontrole para não agarrar Demi pela cintura e usar aquela
mesa para...
- Estou
preocupada com todos esses gastos. – Disse Demi tomando a caixinha do remédio
junto à bula das mãos de Joe para aguarda-los dentro da sacola. – Eu.. Estou
desempregada. Você tem as suas coisas e... Não quero que tenha despesas comigo.
– Era realmente estranho ter alguém para encher a casa de mantimentos. Quando
morava com a mãe, Dianna dificilmente fazia compras. Dentro de casa a comida
era pouca, pois a mãe e a avó preferiam fazer as refeições em restaurantes de
luxo. Já sozinha, Demi era quem ficava responsável por escolher o que comer,
então a responsabilidade era exclusivamente dela.
-
Ei.. – Joe franziu o cenho quando a olhou nos olhos intrigado com o que tinha
acabado de ouvir. – Um cuida do outro, lembra? Nossa vida mudou completamente.
Eu vou dar o meu jeito por esses meses até ganharmos
o nosso bebê. Quando você se recuperar e estiver à vontade, você pode
voltar a trabalhar. – O olhar de Demi se fechou em receio e preocupação. E ela
não conseguiu esconder a feição de descontentamento. Aquilo não podia estar
acontecendo. – Não vai faltar nada para vocês. – Disse Joe na frustrada
tentativa de tentar melhorar o repentino clima pesado. Mal sabia ele que Demi era
dona da própria independência.
-
Joseph.. Eu vou trabalhar nesses próximos meses. Vou abrir o meu escritório,
começar a pesquisar sobre a minha pós-graduação.
Quero seguir com a minha vida e os meus sonhos. Eu estou grávida, não
impossibilitada. – Demi não quis soar
grossa. Em todo momento ela sustentou o olhar do rapaz e tentou manter a voz
num tom diferente do que realmente poderia soar: ofendido.
- Eu
não disse que você está impossibilitada. – Joe piscou por algumas vezes
pensando bem no que poderia dizer. – Você está desempregada e grávida de um
filho meu. Eu tenho dinheiro suficiente para cuidar de nós três. Só me deixa
tomar conta de vocês durante esse tempo que você está desempregada? Não é nada
demais, e eu vou ficar muito feliz e satisfeito em te ver bem. – As palavras
dele soaram gentis e calmas revelando a real intenção do rapaz: cuidar da amada
e do bebê.
- Você
pode fazer isso com o seu salário? – Demi perguntou cheia de receio e Joe
umedeceu os lábios logo respondendo:
-
Estou ganhando pelo que faço, é pouco. Mas eu tenho a minha herança. – Os dois
ficaram em silêncio. Demi porque se sentia envergonhada e preocupada com o
futuro, e Joe tinha parado para pensar que era a primeira vez que ele estava
usando o dinheiro dos pais. – Confia em mim. Eu amo você e só quero te proteger
e te dar amor. – Joe roçou a bochecha de Demi com a dele e aos pouquinhos
rodeou a cintura da namorada com os braços. – Vamos, gatinha. Vai ficar tudo
bem. – Disse a beijando na ponta do nariz quando Demi o olhou como um
cachorrinho carente e assustado. – Não quero que tenhamos lembranças ruins da
gravidez do nosso bebê. Sei que não
foi nada planejado, nós nem casamos ainda, mas vamos tentar curtir esses nove
meses? Ficar juntinhos esperando a chegada do nosso bebê. Quero que seja um
momento bom e saudável para nós. – Demi só cedeu minutos mais tarde no momento
em que Joe a beijou no queixo. Ele tinha toda razão. O momento era
exclusivamente deles.
-
Vamos deixar acontecer. – A frase quase não saiu com clareza porque Demi tinha
os lábios abaixo do queixo de Joe o beijando e o mordiscando do jeito que ela
tanto gostava.
- Eu
acho que nós dois podíamos ir para o sofá brincar um pouquinho, o que você
acha, Dem? – O sussurro seguido da leve mordida no lóbulo da orelha esquerda
aqueceu todo o íntimo de Demi.
- Estou
ansiosa para brincar com você. – Ela o beijou na boca e usou as mãos para
toca-lo nas costas e arranhar abaixo do umbigo aproveitando para puxar os
pelinhos da região.
-
Segura firme que eu vou te levar para o
sofá. – Disse Joe sorrindo todo sapeca porque as mãos tocaram o traseiro de
Demi e desceram um pouco mais para baixo ficando nas coxas onde ele conseguiria
sustentar o peso do corpo sem deixar a namorada cair.
-
Amor, a gente não pode brincar com o sorvete? – Perguntou Demi toda manhosa se
segurando firme no abraço no pescoço de Joe quando ele ficou em pé. – Eu, você
e o sorvete? – Ronronou o beijando na bochecha e depois na ponta do nariz.
-
Não vou te dividir com um pote de sorvete. – Disse Joe esboçando um sorriso
tímido para depois beija-la a garganta.
-
Então me deixa guardar o meu sorvete. – Será que ela estava falando realmente
sério? Joe franziu o cenho e gemeu emburrado quando Demi desfez do abraço deles
porque iria guardar o sorvete na geladeira. Mas será que o pote seria guardado?
Demi pareceu esquecer o que eles iriam fazer quando abrir o pote cor de rosa,
pegou a colher que tinha usado mais cedo e voltou a comer o sorvete.
-
Demi.. – Joe reclamou a abraçando por trás empurrando levemente o quadril
contra o bumbum da namorada e a beijando no pescoço. – Vamos? – Chamou rodeando
os braços na cintura dela e Demi gemeu baixinho com a boca cheia de sorvete.
- Só
mais uma colherad.. – Joe não soube o que fazer quando Demi se virou de vez e o
beijou na boca. O gelado da língua e dos lábios resultou um frio de ansiedade
na barriga junto a uma sensação eletrizante. Contribuiu para a excitação dele
que só ficava mais rígida conforme a boca era devorada pela feminina e o corpo
acariciado por aquelas mãos.. Até que ele atingiu um ponto que não dava mais
para aguentar ficar sem o calor escorregadio. – O que você está fazendo? –
Perguntou de cabelo assanhado e todo excitado sem entender o porquê de Demi
empurra-lo contra a mesa. Só que diferente dele, Demi não estava interessada em
conversa. Ela o fez sentar na beiradinha da mesa, o mordeu no queixo e no
pescoço, apertou o pênis sobre a calça pegando o rapaz completamente desprevenido.
- Eu
adoro como você é todo gostoso e só
meu. – Ronronou Demi o mordendo na orelha e lambendo o pescoço. – Tira essa
camisa. – Pediu toda autoritária cuidando de tirar os óculos de grau de Joe
para coloca-los sobre a mesa e desafivelar o cinto da calça jeans e abrir o
botão. – Joe.. – De cenho franzido Demi se encostou a parede e o observou.
O jeans apertado mostrava como as coxas de
Joe eram grossas e as pernas longas. A lavagem clara estava marcada pelo volume
da ereção grossa que deveria ter por volta de dezoito centímetros. A calça era a
medida perfeita na cintura que se abria mais para cima num peito largo e braços
grandes. Demi queria chupar os mamilos pequenos e lamber sobre a região das
costelas, roçar o rosto contra o peito largo e lamber abaixo do umbigo.
- Se toca para mim. – Nos pensamentos só
havia algo: sexo. Demi ronronou quando olhou Joe nos olhos. Ele estava corado e
não parava de olha-la por um minuto, e aquele olhar sempre carregava inocência
não importava o que eles fizessem juntos. – Por favor, se toca para mim. –
Pediu adentrando a calça do moletom com a mão esquerda.
Ela estava tão pronta! Encharcada e muito
ansiosa. Demi murmurou o nome de Joe e mordeu o lábio inferior trabalhando um
dedo sobre o íntimo. Ela até fechou os olhos por alguns segundos e quando os
abriu, o coração veio a boca. Joe estava sério. O cenho franzido e o olhar
exclusivamente focado no dela. Ele tinha abaixado a calça de qualquer jeito até
que estava embolada nos joelhos junto com a cueca. Demi só conseguia manter
o olhar sobre duas perspectivas: o olhar intenso de Joe e a mão dele num vai e
vem em volta da ereção como ela tinha ensinado para ele.
Ela não aguentou dez minutos porque o dedo
entrando e saindo do íntimo junto a visão de Joe se masturbando levaram-na ao
paraíso. Demi tombou a cabeça a parede e respirou fundo de olhos fechados se concentrando
para ter fôlego porque os dois só estavam começando.
-
Vem cá gatinha. – Não! Ele não
poderia atingi-la daquela forma. A voz grossa não carregava nenhum carinho e
nem a típica inocência de Joe. Havia malicia e desejo. Demi choramingou se sentindo
mole e muito ansiosa para subir em Joe e fazer muito barulho. – Vem gatinha. – Demi se aproximou
sustentando o olhar dele, e assim que estava entre as pernas masculinas, juntou
a mão a de Joe que abraçava o membro. Foram minutos naquela brincadeira. Trocavam
olhares e se tocavam porque Joe tinha deixado que ela o masturbasse para fazer
o mesmo com ela.
-
Espera.. Eu quero sorvete. – Era uma frase muito estranha para ser dita durante
sexo. Demi só tinha dito por que o pote de sorvete ao lado de Joe não passou
por despercebido. – Joseph. – Resmungou o empurrando e Joe a olhou todo
carrancudo.
-
Você está mesmo falando sério? – Perguntou Joe abaixando o cós da calça de Demi
e em troca ela o empurrou e riu. – Dem.. – Grunhiu tentando beija-la, e pelo
menos o beijo Demi aceitou.
-
Esse sorvete só não é mais gostoso que você. – Disse Demi depois de uma colher
cheia de sorvete de baunilha. Ela sorriu e se espreguiçou toda manhosa. – Está
muito delicioso, Joe. – A intenção não era levar a colher carregada de sorvete
para boca dela. Demi escorregou o floco de sorvete para fora da colher e fez a
melhor cara de surpresa quando o sorvete caiu no peito de Joe. – Ops.. – Ela
mordeu o lábio inferior e deu de ombros esboçando um sorrisinho culpado. – Você
quer que eu limpo? – O murmurou de Joe a fez rir, mas no instante seguinte a
língua trabalhava em lamber cada gotícula do sorvete.
Foram pelo menos três colheres de sorvete, e
Joe achou que iria morrer ali mesmo nu e super excitado. Ele não tinha
resistência psicológica para a língua de Demi nos mamilos e nos gominhos do
abdômen, e cada vez que ela chegava mais perto do umbigo, o rapaz perdia o
fôlego.
Eram os hormônios de grávida! Só podia ser!
Joe fechou os olhos e comprimiu a barriga como se tivesse acabado de ser
atingido com um chute entre as pernas, mas o que sentia não era dor. Ele estava
todo envolto na boca quente, tinha sido coberto de beijos e lambidas e agora
estava lá.. Os grunhidos e múrmuros eram inevitáveis. Joe sentia que perderia o
controle da situação a qualquer instante, aliás, ele já tinha perdido desde que
Demi se escorou a parede e se masturbou o olhando. Estar sendo sugado para dentro
do calor quente e receber lambidas era demais.
-
Não, vem. – Infelizmente para ele era difícil se controlar por muito tempo, por
isso os braços envolveram as pernas de Demi para coloca-la sobre o ombro. Joe
só se lembrou de que deveria ter mais cuidado com a namorada quando a deitou na
cama às pressas. Ela estava grávida! – Você está bem? – Perguntou depois de
beija-la na boca e Demi sorriu de orelha a orelha assentindo com a cabeça.
Agora ela ficava mais calma? A mulher iria enlouquecê-lo com todas as
bipolaridades.
Mesmo que estava para explodir e a ansiedade
o corroia, Joe tocou Demi com carinho e a beijou em cada pedacinho do corpo,
mesmo com a namorada ronronando sobre os seios estarem sensíveis. Joe os beijou
e chupou com muito cuidado, deslizou as mãos pela silhueta do corpo feminino e
beijou a barriga sussurrando algo para o bebê.
Definição de tarde melhor que aquela não
existia. As cobertas estavam lá para mantê-los aquecidos. O silêncio do
apartamento só era quebrado pelos sussurros apaixonados e os grunhidos de
prazer. Por boa parte do tempo Demi
esteve sobre Joe se movendo com tanto cuidado, ela se encaixou ao amado de
todas as formas que desejou enquanto o olhava nos olhos e confirmava consigo
mais uma vez: ela finalmente tinha encontrado o amor que sempre sonhou.
***
Dormir era a melhor coisa que existia! Mas
dormir agarrada a Joe era tão bom que Demi dormia com uma carinha
inquestionável de felicidade. Só que a felicidade não era apenas por conta do
sono e do sexo. Envolvia a segurança que Joe tinha oferecido, e o cuidado e o
amor com o bebê. Mesmo preocupada e pensando sobre muitas coisas, Demi estava
feliz porque ela não estava sozinha. Uma hora mais tarde o celular tocava alto,
o que a despertou. Engraçado que não havia mal-humor como acontecia sempre que
algo interrompia o sono. Demi simplesmente se ergueu ainda zonza de sono e
atendeu ao celular descansando o corpo sobre as costas largas de Joe.
“Hum?”
– Demi. Foi um murmuro sonolento. Ela sequer
tinha visto quem ligava e não se importava em atender ao celular com um murmuro
porque só quem ligava era Selena e a família.
“Demetria,
é a mamãe. Você não deu notícias durante todo dia, não atendeu ao celular mais
cedo e nem respondeu as mensagens, tive que vir sem avisar para saber se está
tudo bem. Estou na portaria.” – Dianna. Demi sorriu mesmo sonolenta. O que
mais de bom poderia acontecer naquele dia? Ela tinha ficado agarrada a Joe e
recebendo o carinho dele, e agora lá estava Dianna para mima-la mais um pouco.
“Vou
liberar a sua entrada e você sobe”. – Demi. Depois da
ligação com Dianna, Demi ligou para portaria do prédio e libertou a entrada da
mãe. Meses atrás ela tinha pedido para não deixar Dianna subir sobre nenhuma
hipótese, e agora tinha que liberar a entrada.
Demi não pensou muito na bagunça que estava
no apartamento e nem que estava nua, nos poucos segundos que tinha bloqueado o
celular, ela se aninhou a Joe o beijando no ombro e automaticamente fechou os
olhos. O cochilo só não foi para frente porque a batida à porta a fez lembrar que
Dianna estava a esperando.
- Meu
Deus, Demetria! – Quando a porta foi aberta, Dianna riu da situação da filha. O
cabelo de Demi estava bagunçado que tinha até mesmo alguns nós, a cara da
menina era de sono e o moletom enorme! – O que aconteceu com você, meu amor? –
Dianna a beijou na bochecha e retribuiu ao abraço de Demi se sentindo radiante
de felicidade.
- Eu
estava dormindo com o Joe. – Ronronou Demi puxando a mãe para dentro do
apartamento para que elas pudessem ficar quentinhas e longe dos fofoqueiros. –
Você está muito bonita. – Demi não podia se lembrar de um dia que Dianna não
estava arrumada. O cabelo loiro tinha cachos nas pontas, a maquiagem estava
discreta e por baixo do trench coat
preto Dianna usava um elegante conjunto de saia secretaria e camisa de botões.
Tinha até um colar de pérolas.
-
Você está uma bagunça bonitinha. – Dianna tocou a ponta do nariz da filha e
observou com atenção os olhos marrons de Demi. – Ele já sabe que será pai? –
Perguntou baixinho e Demi assentiu.
-
Ele preparou o nosso jantar ontem. – Disse Demi cruzando as pernas no sofá para
ficar mais à vontade. – Nos divertimos bastante ontem à noite, só que chegou a
um momento que eu tive que contar porque não estava mais aguentando suportar
toda a pressão sozinha. Fiquei muito aliviada quando ele disse que estava feliz
e que nós seriamos uma família. – A lágrima rolou que Demi percebeu só quando a
mãe a limpou. – Fomos consultar com um obstetra no início da tarde. Tem
realmente um bebê na minha barriga. – Demi sorriu pegando o celular no bolso para
mostrar a foto do ultrassom. – Não dá para entender nada, mas esse pontinho é o
bebê. – Era a real verdade sobre o ultrassom. Ninguém entendia nada, só um
profissional que tinha estudado a respeito. E mesmo com uma foto que não fazia
nenhum sentido, as pessoas choravam. Não foi diferente com Demi e nem com
Dianna.
-
Estou muito feliz por você. – Disse limpando as lágrimas e guiando a mão para
acariciar Demi na barriga. – Parece que foi ontem que você era uma bebê fofinha
que não queria largar o peito, e agora está grávida. – Toda vez que Dianna
contava sobre os momentos da infância Demi ficava emocionada.
-
Mãe! – Resmungou abraçando a mãe e Dianna a abraçou apertado.
-
Amo você com toda a minha vida. – Disse para Demi e a menina assentiu dizendo
que também a amava. – Vou pegar um copo com água. – Para desfazer o abraço deu
trabalho, como deu! Dianna riu de todo o grude de Demi e se levantou para
buscar a água. – Eu estava com o seu pai. Fomos tomar café hoje à tarde. Ele
queria subir, mas como eu estava preocupada com você e o bebê, dei um perdido
nel.. – Ouch! Por que a cozinha tinha que estar daquele jeito? Demi mordeu o
lábio inferior quando a mãe a olhou de sobrancelha arqueada. O pote do sorvete
ainda estava sobre a mesa junto aos óculos de grau de Joe. Havia uma camisa
jogada no chão ao lado da mesa e do outro lado da cozinha estava à calça com a
cueca e o cinto de Joe. Como tinha parado justamente ali? Mistério! Ah! O
sapato dele também estava lá, um pé perto da mesa e o outro no lado oposto a
mesa perto da geladeira.
-
Não repara a bagunça. – As bochechas de Demi estavam coradas e ela não soube se
deveria olhar para Dianna ou dizer mais uma palavra enquanto pegava as roupas
de Joe. Só que a gargalhada a pegou de surpresa.
-
Você está vermelha. – Disse Dianna sorrindo e Demi nem mesmo a olhou. – Não
precisa ter vergonha. Eu estou feliz por você. – Mesmo com as palavras da mãe,
Demi ficou calada. – Ei, o que tem de mais? – Dianna só estava tentando
descontrair o clima.
- Eu
sei.. – Resmungou Demi pegando o sapato de Joe. – Você só não precisava saber
que eu estava fazendo amor com o Joe. – Então lá estavam às bochechas coradas
novamente, a vergonha só foi embora quando Demi se lembrou do que Dianna tinha
dito. – Você estava com o meu pai? – Perguntou e Dianna assentiu prontamente.
- Estava,
pequena ciumenta. – Dianna riu do
bico de Demi e a esperou levar as roupas de Joe para o quarto para continuar
contando a história. – Você não atendeu as ligações dele, e nem das suas irmãs.
Ele estava quase chamando a polícia, então eu tive que acalma-lo. – Disse se
acomodando a mesa e Demi guardou o sorvete.
-
Como assim? – Demi não escondia que sentia ciúmes, e sempre era o mesmo dilema:
Ela estava com ciúme de Dianna com Inácio, ou de Inácio com Dianna?
-
Chamei o seu pai para tomar café para conversarmos sobre você. Estou tentando
dizer a ele que você é adulta e independente já para prepara-lo para notícia
que ele será vovô. – Bem, Dianna
podia até aliviar para Demi, mas com Anna também grávida Inácio só iria surtar.
Era uma das certezas que todas as meninas tinham.
-
Ah, mãe! Eu não quero que ele fique bravo com o Joe. Se ele ficar, eu acho que
vou brigar com ele. – Sim, ela iria ficar muito brava com o pai caso ele
resolvesse bancar o protetor com Joe. Eles já tinham tantos problemas, arrumar
mais um por nada não era inteligente.
-
Você sabe que ele vai ficar, Demi. Se
não ficar, não é o seu pai. – Dianna tinha razão. Demi a olhou e resmungou
baixinho tendo que concordar com a mãe. – Então está tudo bem? – Perguntou
segurando a mão esquerda da menina e Demi assentiu.
-
Acho que sim. A minha maior preocupação era o Joe.. não querer o bebê. – Ela tinha dito baixinho a última parte da
frase porque não queria correr o risco de Joe ouvir. – Já comecei a tomar o
ácido fólico. Seiscentos microgramas por dia. Tenho mais de dez exames para
fazer dentro de duas semanas. O médico receitou dramin se o enjoo ficar muito forte. – Demi olhou para os armários
e depois para a mãe. – Fomos ao mercado. Ele insistiu em encher os armários
porque não quer que falta nada para mim. – Era muito bom saber que Joe era
cuidadoso e preocupado. Só que Demi não estava acostumada com atitudes como as
do rapaz porque ela sempre cuidou de si mesma.
-
Ele está tentando cuidar de você. Isso é bom. – Dianna enlaçou mais os dedos
aos de Demi e sorriu quando a filha assentiu um pouco sem jeito. – Como ficarão
os exames? Eu estou vendendo algumas peças de roupa. Posso ajudar a pagar e te
fazer companhia. – Demi a olhou um tanto surpresa. Para Dianna estar desfazendo
das roupas de grife, algo muito sério deveria ter acontecido.
-
Não precisa se preocupar. Basta a sua companhia e eu já vou me sentir segura. O
que aconteceu com as suas roupas? – Perguntou um tanto curiosa observando a
mãe.
- Tem
algumas que são exageradas. Não faz mais o meu estilo. – Dianna tinha desde
blazers elegantes a casaco de pele legítimo, vestidos longos a calças jeans de
marca. A mulher tinha bom gosto. – Estou querendo mudar. – Disse para a
surpresa de Demi, e pelo olhar da filha, Dianna continuou: - Eu vou ser avó.
Não quero que o meu neto ou neta saiba das coisas que fiz para viver. Vou
vender as peças de roupa mais caras e investir em algo como um.. um negócio. –
Impossível foi não arquear uma sobrancelha. Se fosse há três meses, Demi iria
rir e dizer que era uma boa piada. Só que agora era verdade. – Estou até
pensando em vender o apartamento e me mudar para uma casa pequena. – Dianna
ficou tão sem jeito quanto Demi, desviou o olhar da filha e tomou um pouco d’água.
-
Ninguém pode te julgar pelo passado porque ninguém sentiu o que você sentiu e
nem passou pelo que você passou. – Demi apertou a mão a da mãe e franziu o
cenho. – Eu não tenho vergonha de você. Mas estou muito vez que você quer ser
uma pessoa melhor. – A melhor coisa de tudo aquilo era que Dianna queria mudar
por causa dela. Por causa do bebê que estava por vir. Demi jamais imaginou que
a mãe um dia abriria mão de todo luxo que tinha conquistado com sexo.
- Eu
quero ser uma boa avó. Vai ser difícil deixar o nosso apartamento porque ele me lembra a sua avó, mas ela sempre
vai estar nos nossos corações. – A falecida Amélia geralmente não era assunto
porque sempre resultava em choro. Demi abraçou a mãe e também foi abraçada com
carinho.
-
Acho que a vovó ficaria feliz de saber que você quer ser uma pessoa melhor. – A
verdade era que nenhuma das duas sabia o que Amélia iria querer de verdade, mas
mesmo assim Dianna sorriu limpando as lágrimas.
-
Talvez depois de uma bronca. – Comentou e as duas riram ainda abraçadas. – Então
é isso, bebê. Eu vou me mudar, vou arrumar um emprego, quem sabe até estudar e
tentar viver a minha vida e cuidar de você. – Demi assentiu prontamente e
beijou a bochecha da mãe porque estava muito feliz de finalmente poder chamar
Dianna de uma verdadeira mãe.
-
Você tem o meu apoio. Você é jovem, inteligente e linda, merece ser feliz. – O
momento até seria bonito se a maçã na fruteira não chamasse a atenção de Demi.
– Você está com fome? – Perguntou ainda olhando a maçã e Dianna riu porque sabia
que a filha queria devorar a fruta.
-
Estou bem. Comi bolinho com o seu pai e tomei café. – Disse Dianna observando
como Demi era parecida com as irmãs. Elas até tinham as sardas no rosto e os
mesmos olhos marrons marcantes.
-
Você e o meu pai. – Resmungou depois de uma senhora mordida na maçã. Ela só
esperava não ficar enjoada. – Eu tenho a impressão que vocês estão namorando
escondido. – Disse se acomodando ao lado da mãe na cadeira e Dianna arqueou uma
sobrancelha.
- Estamos
nos conhecendo melhor, conversando sobre coisas de adultos e sobre a nossa
filha. – Dessa vez quem arqueou a sobrancelha foi Demi na parte “coisas de adultos”. – Ele está solteiro
e eu também. Não estou quebrando nenhuma regra. – Não, daquela vez Dianna
estava jogando limpo. Demi só não sabia se tinha estrutura psicológica para um
namoro entre os pais depois de tudo que tinha acontecido.
- O
que seriam coisas de adulto? – Perguntou curiosa. – Mãe?! – Reclamou porque
Dianna mexia no celular como se fosse mais importante que ouvi-la.
- Estou
dizendo para o seu pai que você está bem, e mandando mensagem para um amigo
taxista vir me buscar. – Disse segundos depois bloqueando o celular e Demi fez
careta. – Coisas de adulto que tem mais de quarenta anos e que estão cogitando
a ideia de arrumar novos parceiros. – Dianna sabia que Demi faria exatamente
aquele biquinho mostrando como estava emburrada.
- Vocês
já se beijaram? – Mesmo extremamente envergonhada ela arriscou a pergunta por
que queria saber em que nível os pais estavam no então namoro.
-
Algumas vezes. – Disse Dianna sustentando o olhar da filha.
- E?
– Demi tentou não corar, mas não era algo que ela conseguia controlar. Apenas
tentou parecer séria e intimidante perguntando a mãe se ela já tinha feito sexo
com Inácio.
-
Não chegamos nessa parte. – Dianna sorriu arrumando o cabelo de Demi atrás da
orelha mesmo ele estando bagunçado. Com vinte e três anos, formada e dona do
próprio apartamento, Demi ainda era tão jovem e quase uma menina.
-
Você quer fazer amor com ele? –
Perguntou depois de morder a maçã.
-
Sim, Demi. Eu quero fazer amor com ele. – Não era o que Demi esperava ouvir?
Dianna umedeceu os lábios pensando em como poderia explicar para filha o que
realmente sentia por Inácio. – Ele foi o único homem que amei. A última vez que
fiz amor com alguém foi há vinte e três anos. Desde então o que aconteceu foram
momentos vazios. Eu quero ser amada e amar. – Disse tentando não desviar o
olhar mesmo se sentindo vulnerável.
-
Tudo bem! Eu vou tentar não ficar com ciúmes de vocês dois. – Resmungou
Demi. – Não prometo nada. – Tornou a dizer mordendo a maçã e Dianna riu porque
sabia que a filha estava com os hormônios a mil. – Espero que você consiga
realmente controlar o papai, ele vai muito ficar bravo. – Disse e Dianna
assentiu.
-
Seu pai tem o coração gigante. Ele tenta ser durão, mas não me engana. – Demi
franziu o cenho quando Dianna se levantou e a beijou na testa. – Estou indo.
Tenho algumas clientes para ver as roupas. Eu vou ligar mais tarde e amanhã
quero ver você.
- Ah
mãe! Você mal chegou. – Ronronou Demi se levantando para abraçar a mãe.
- Só
passei para saber se está tudo bem. Dê noticiais, Demetria. Sei que você estava
ocupada com o Joe, mas não custa nada mandar uma mensagem dizendo que está bem.
– Não era à toa que o celular de Demi sempre ficava com muitas notificações de
mensagens e chamadas perdidas quando Joe estava por perto. Mas o que ela podia
fazer se a atenção estava voltada toda para o namorado?
-
Tudo bem, mãe. Eu prometo que vou dar notícias. – Demi só acompanhou Dianna até
a porta, pois o táxi estava esperando então não dava tempo de trocar de roupa.
“Dem,
cadê você? Estou tentando te ligar desde mais cedo e você não atende, por
favor, responda as minhas mensagens, estou preocupada!” – Selena.
“Eu
não estou querendo ser chata e nem quero te pressionar. Preciso de uma resposta
sobre os convites. Você vai mesmo fazer? Se estiver apertado, eu vou procurar
outra pessoa. É que isso é importante. O casamento é em nove dias..” – Selena.
Demi mordeu a maçã, olhou para Joe sorrindo
porque ele era simplesmente lindo dormindo nu. As costas e os braços fortes
estavam descobertos, e o rapaz suspirava tranquilo durante o sono.
Espreguiçando-se na cama, Demi fechou os olhos se sentindo muito preguiçosa e
feliz, então voltou a atenção para o celular respondendo unicamente Selena: “Não se preocupa. Faremos tudo hoje! Ainda
está cedo, o que você acha de sair eu, você e os meninos para tirarmos algumas
fotos para o casamento?” – Criatividade era o que não faltava porque
naquela tarde Demi se sentia muito inspirada.
Continua... Olá!! Tudo bem com vocês? Eu estou bem! O que acharam do capítulo? Não entendam mal as mudanças de humor da Demi, ela está realmente confusa entre se sentir feliz com a gravidez e assustada com tudo que já tinha vivido. Quem vai ser o melhor pai do mundo? Se chutaram o Joe, acertaram! Ele é um amor e sempre vai fazer de tudo para cuidar da Demi e do bebê. Deixa eu correr para escrever o próximo capítulo, acho que ele vai ficar gigante porque tem muuuuita coisa para acontecer! Quem aí está ansiosa para a reação do Inácio quando descobrir sobre essas meninas grávidas? Um beijo e um abraço, obrigada por todo carinho!!