–
Eu amo você. Ok? – Começou a dizer um pouco desesperado e foi aí que o coração
de Demi acelerou e os olhos se abriram um pouco mais porque ela conhecia muito
bem aquele começo de frase. – Não aconteceu nada entre a gente. – Ele disse de
imediato quando percebeu como a namorada estava estática o olhando. – Só que...
Rolou um clima e eu quase a beijei. – Não tinha problema um cara chorar, não
mesmo. Joe só não o fez porque sabia que não resolveria nada para o lado dele.
Era só que quando ele via Demi decepcionada, decepcionada com ele, e chorando,
o coração doía. – Eu... Desculpa. Minha intenção jamais foi te machucar ou pensar em te trair. Eu nunca faria isso, Demi. Meu coração é seu. – O que ele
poderia dizer para fazê-la feliz? O que ele poderia fazer para reverter a situação?
Doeu tanto quando Demi levou as mãos ao rosto e começou a chorar baixinho. Uma
lágrima rolou pelo rosto e Joe cerrou os punhos porque a culpa era toda dele. –
Ei, não chora. – Pediu engolindo em seco cogitando a possibilidade de se
aproximar. – Não aconteceu nada, foi só um momento insignificante. Eu estava
tão chateado e fora de mim. – Como Demi não tinha dito nada, Joe se aproximou e
quando tentou abraça-la, a namorada escapou por entre os braços e secou as
lágrimas furiosamente.
- Se é realmente insignificante, você não
teria a olhado da forma que olhou. – Não soou escandaloso, bem pelo contrário,
tão calmo que Demi até se estranhou. – Não. – Interrompeu antes que Joe sequer
pudesse dizer uma palavra. – Não minta para mim, Joseph. Você a ama? –
Perguntou o olhando nos olhos e no mesmo instante que ouviu a frase, Joe negou
balançando a cabeça. Uma coisa era certa, quando Demi queria, ela podia ser
mais dramática que o necessário.
- É claro que eu não a amo. – Resmungou Joe
de cenho franzido como se fosse o maior absurdo do mundo, e para ele, era! –
Demi, eu estava chateado e tão mal humorado. Eu a conheci quando fui entregar
tomates, ela precisava de ajuda porque tinha brigado com o namorado. Nós
começamos a conversar e nos identificamos. Não foi nada demais. Nós estávamos
com problemas com os nossos relacionamentos e conversamos. – Tentou explicar da
melhor forma possível, e o olhar interrupto de Demi o intimidava. – E.. No outro
dia fui a casa dela levar legumes para ela e a Catty. Nós conversamos e quase
aconteceu um beijo, não aconteceu mais nada.
- Quando você pretendia me contar? –
Perguntou Demi quando já não aguentava mais ficar em silêncio. – Ela é melhor
que eu? – Diabos! Joe franziu o cenho porque ele não mentia de forma alguma. E
ao olhar para Demi, ele viu que ela falava realmente sério.
- Que? Claro que não. – Caso Ed estivesse
ali, Joe sabia que receberia um olhar severo do amigo porque ele jamais deveria
ter respondido a pergunta independente da resposta. – Dem. Eu sou um idiota e..
Só me perdoa, eu nunca tive a intenção de te machucar. – Disse um pouco aflito
e quando Demi levou a mão para abrir o carro, automaticamente Joe se curvou
sobre ela para impedir.
- O que você está fazendo? – A pergunta o
deixou de olhos arregalados e Joe engoliu em seco porque ele conhecia aquele
olhar. Era o mesmo olhar de quando Demi estava de TPM e queria matá-lo. –
Joseph, eu quero sair. Não quero ficar perto de você agora e não quero estragar
ainda mais as coisas entre a gente. – Joe não soube o que dizer por que Demi
falava sério. Quando ele voltou para o banco do motorista, respirou fundo e
olhou para a namorada com a esperança que Demi estivesse o olhando, mas ela
preferia olhar para o próprio colo.
- Dem,
vamos para casa? – Pediu Joe minutos mais tarde. Ele tinha esperado a
namorada sair do carro, e como ela não o fez, o melhor a fazer era voltar à fazenda onde eles poderiam descansar e ficariam à vontade.
A
resposta de Demi não veio. Joe a olhou e como era ignorado, resolveu sair com o
carro. Para o silêncio não ser completamente absoluto, ligar o rádio não foi
uma má ideia, até porque era quase uma hora até a fazenda. Durante o tempo que
dirigia, Joe resolveu guiar o carro sem pressa porque a estrada era traiçoeira
e era noite. Teve alguns momentos que ele estava completamente focado em
dirigir, mas em outros e breves, olhava para o céu estrelado e imenso acima do
campo pensando que iria corrigir todos os erros que tinha cometido para ser
feliz com Demi. E ao pensar nela, Joe teve que parar a caminhonete no
acostamento porque Demi dormia toda torta. Ele fez questão de abaixar o banco
da melhor forma que podia e de cobrir a namorada com a blusa de frio que o
pertencia.
- Eu prometo que vou consertar essa bagunça
e te fazer a mulher mais feliz do mundo. – Tinha como um homem ser mais
especial que aquele? Joe arrumou a blusa de frio ao corpo de Demi e a beijou
inofensivamente nos lábios e na ponta do nariz, e quando olhou para namorada,
sentiu uma força imensa motivá-lo a jamais desistir daquela mulher por mais
teimosa, carente e dramática que ela conseguia ser.
Nostálgico
era poder ouvir o canto dos grilos, a brisa fresca do campo e olhar para o céu
estrelado. Não existia coisa melhor a se fazer. O cotovelo estava escorado na
janela do carro saindo um pouco para fora desse, o vento forte em razão da
velocidade da caminhonete bagunçava os fios de cabelo curtos e durante quase
uma hora e poucos minutos foi daquela forma até que Joe avistou a luz que vinha
da fazenda quebrar a escuridão da noite.
Mesmo que
sabia que Demi estava uma fera, Joe não poupou carinhos para acordá-la. Ele a
beijou na bochecha e gentilmente a chamou a quantidade de vezes necessárias até que
Demi franzia o cenho e abria preguiçosamente os olhos. Os dois estavam cansados
e como era de costume, Demi sempre cedia primeiro. Não era para menos, o sono à
noite foi pouco e o dia cansativo.
- Nós já chegamos. – Ele sorriu para Demi,
mas o sorriso foi breve porque ela revirou os olhos e ficou de costas para ele
se aninhando mais a blusa como se fosse uma coberta. O que ele faria? Joe se
sentiu constrangido e incomodado como nunca por causa da reação de Demi. Ele
nem mesmo sabia o que dizer e nem se deveria. – Eu.. Eu vou entrar. – Murmurou
coçando o cabelo da nuca. – Se você quiser ficar aqui, tranca quando sair. A
chave está na ignição. – As bochechas dele estavam tão coradas que Joe saiu da
caminhonete antes que Demi pudesse perceber e respondê-lo.
- Joseph, espera. – Quando estava com sono,
Demi não era a melhor companhia do mundo. Tinha dado muito trabalho abrir a
porta da caminhonete às pressas e por um pouco o cinto de segurança a derrubou.
Por mais que estivesse chateada, Demi não sabia como trancar a caminhonete e
não queria ficar sem Joe por perto porque se ela esbarrasse com alguém da
família do rapaz, não saberia o que diria. – Eu não sei trancar a caminhonete.
– Murmurou o olhando brevemente e Joe assentiu cabisbaixo, e foi assim que ele
passou por ela e trancou a caminhonete sem nenhuma dificuldade.
- Eu vou subir, você vem? – Era óbvio que
ela não ficaria ali sozinha. Joe só queria tentar quebrar aquele gelo mesmo que
fosse com perguntas estúpidas.
Cabisbaixa,
Demi assentiu e seguiu o namorado quando ele começou a caminhar. A raiva estava
começando a passar, mas ela não iria ceder tão fácil porque doía muito só de
imaginar Joe nos braços de outra mulher. De imagina-lo desejando alguém que não
era ela. Conviver com a ideia era insuportável e criava um ciúme que a tornava
irracional a ponto de quase ser agressiva. Não era saudável pensar e agir
daquela forma, mas a carência dentro de Demi era mais forte que a sabedoria que
a guiaria a perdoar Joe porque ele não tinha feito nada com Evelyn.
- Como foi o dia? – Demi gostava muito de
Laura, mas no momento tudo que ela queria era poder subir para o quarto de
hospedes e só sair de lá quando tivesse algum posicionamento sobre o que Joe
tinha feito, porque no momento ela só conseguia pensar em xinga-lo.
- Divertido. – Disse Demi esboçando um
tímido sorriso para Laura sem querer mostrar que estava para matar Joe a
qualquer segundo.
- Vocês estão com uma cara de cansados. Se
estiverem com fome, tem bolo, biscoitos, suco e uma variedade de pratos na cozinha. – Disse
Laura, que sorriu e arqueou uma sobrancelha olhando do sobrinho para Demi.
- Obrigada. Eu preciso tomar um banho e
trocar de roupa. – Disse Demi diretamente para Laura que assentiu a olhando e
quando Demi apontou para as escadas, murmurou um pedido de licença e em questão
de segundos já subia degrau por degrau rapidamente.
- Que cara é essa? – Laura perguntou ao
perceber como Joe parecia aflito e preocupado, ela o abraçou de lado e Joe a abraçou de volta e suspirou olhando na direção da escada.
- Ela está muito brava comigo. – Murmurou
envergonhado porque ele receberia uma bronca da tia quando ela soubesse de toda
história. – A culpa é minha. – Disse de imediato quando Laura franziu o cenho.
- Joseph, o que você fez? – Perguntou Laura
levando a mão à cintura sem acreditar que Joe era capaz de deixar alguém
chateado. Geralmente o rapaz era a pessoa mais tranquila e gentil para
conversar e conviver.
- Eu não quero contar aqui. – Disse Joe
olhando para os lados porque sabia que a qualquer instante a casa poderia ficar
cheia e a última coisa que ele queria era que boatos da vida pessoal com Demi se
espalhasse entre os familiares. – Podemos conversar com meu quarto ou no seu? –
Perguntou timidamente fitando os olhos verdes da tia que assentiu prontamente. Era
bom ter a opinião e os conselhos de Ed, mas ter uma orientação feminina o
ajudaria a entender melhor o ponto de vista de Demi. Joe até tinha amizade com
Selena, mas sabia que ela pegaria o próximo avião para Nova York e acabaria com
ele sem pensar duas vezes.
- Vamos para o seu quarto, rapazinho. – Toda
vez que Laura o chamava de rapazinho, Joe se lembrava de quando era criança e a
tia o chamava pelo apelido para elogiá-lo e carinhosamente conversar com ele. –
Nós aplicamos a insulina e conversamos no tempo de espera para você comer. –
Joe assentiu e riu quando a tia o abraçou de lado para que eles pudessem
caminhar juntos para o quarto. Depois de Clara, Laura era a pessoa da família que
mais mostrava que se importava com ele em todos os aspectos. Joe a tinha como
mãe e referência.
- Finalmente! Que feira demorada. – Murmurou
Derick assim que Joe abriu a porta do quarto. As histórias em quadrinhos eram o
passatempo do rapaz que tinha perdido o melhor amigo para namorada. E quando
Joe viu que as revistinhas estavam desorganizadas sobre a mesa do computador,
automaticamente ele franziu o cenho e só não brigou com Derick porque o
comentário sobre a feira o deixou de bochechas coradas porque Laura estava no
quarto com eles.
- Demorou quase uma hora e vinte minutos da
cidade para cá. – Disse Joe se acomodando a cama, e a olhar para Derick, o
rapaz olhava na direção do closet onde Laura buscava os materiais para aplicar
a insulina. A sorte era que ele tinha deixado os preservativos dentro do saco
de papel, caso contrário Joe tinha certeza que ficaria constrangido.
- E onde está a Demi? – Derick perguntou se
sentando ao lado de Joe, que revirou os olhos porque recebeu um soco no braço.
- Está no quarto. – Murmurou Joe todo
mal humorado porque ele queria poder desfazer toda aquela confusão que estava
metido e que ainda tinha coisa para contar a Demi.
- Braço ou barriga? – Laura perguntou já com
a injeção pronta, mas acabou que quem aplicou foi Joe um pouco abaixo do
umbigo. – O Derick sabe o que você aprontou? – Joe fez careta com a pergunta da
tia que tinha saído para guardar os materiais.
- Que ele beijou a Rose na noite da
formatura? – Disse Derick olhando de Joe para Laura. Os olhos de Joe ficaram
arregalados e o coração para sair pela boca. Será que aquelas paredes eram
grossas o suficiente para Demi não ouvir o que Derick tinha dito? A situação
era tão embaraçosa que ao olhar para tia, Joe coçou o cabelo da nuca porque
Laura não parecia nada feliz.
- Eu estava bêbado e não me lembro de nada.
– Disse Joe como se a justificativa fosse livra-lo, mas pela cara de Laura, ele
estava muito encrencado, e de fato estava. – Não é por isso que a Demi está
brava. Ela ainda não sabe, e eu que vou contar. – Ele tinha que olhar para
Derick porque sabia que quando o amigo ficava nervoso, acabava dizendo coisas
sem nem pensar.
- Joseph! – Disse Laura respirando fundo e
Joe deu de ombros sem conseguir sustentar o olhar da tia. – Vocês homens não
tem juízo, só pode! – Laura se sentou entre os dois rapazes e apoiou os
cotovelos nos joelhos.
- Não me lembro do que aconteceu. Eu jamais
a beijaria. – Era a certeza que Joe tinha. Rose era como uma irmã e ele nunca
pensou em romper aquela barreira. – A Demi está brava porque ela está com ciúme
da Evelyn, uma amiga... E porque eu contei que quase a beijei. – Agora ele não
tinha tido coragem para olhar para Laura, que revirou os olhos e murmurou.
- Ela vai ficar muito brava. – Disse Derick
e Joe só assentiu porque Demi faria um escândalo quando soubesse de Rose.
- Eu disse que jamais tive a intenção de traí-la
e que eu estava muito bravo quando cheguei aqui. – Explicou Joe olhando
brevemente para tia porque ele sabia que precisava de ajuda para conseguir o
perdão de Demi. – E eu realmente não tive. Eu só queria ajudar a Evelyn e
conversar com ela. Nós temos gostos parecidos e estávamos passando por momentos
ruins nos nossos relacionamentos. Ela é bonita e... Eu gosto da beleza dela.
Gosto muito e quase aconteceu um beijo. – Tudo que ele tinha dito era o que
realmente sentia. Joe descansou a cabeça na palma da mão e respirou fundo ao
olhar para a mesinha do computador. – Eu não queria magoar a Demi. Eu a amo e
me sinto péssimo. Não quero que o meu relacionamento com ela termine por isso.
Eu sei que tive culpa, mas... – Murmurou frustrado.
- Você vai ter que ser sincero com ela.
Contar tudo que aconteceu da forma correta e aceitar as consequências. Não tem
como ela não ficar magoada, querido. Você gostaria que ela fizesse o mesmo com
você? – Perguntou Laura o olhando e Joe negou balançando a cabeça. – Você tem que
entender que situações desse tipo ferem a confiança, e quando isso acontece, a
outra pessoa se sente ameaçada e insegura porque ela não quer te perder. Ela só
quer poder confiar em você e te amar. – Joe assentiu de cenho franzido, abraçou
Laura e suspirou fundo quando teve a testa beijada carinhosamente. Ele sabia de
tudo que a tia tinha dito, mas estava com medo da reação de Demi quando
soubesse de Rose.
- Eu não queria que nada disso tivesse
acontecido. Era para ter sido a viagem perfeita, mas tudo está dando errado. – Joe
se ergueu e se recostou na parede porque ele não fazia ideia do que poderia
acontecer caso Demi tivesse acesso a uma das fotos dele com Rose e muito menos
se ela ouvisse de uma pessoa que não era ele. – Eu planejei pedi-la em casamento.
– Disse Joe e quando passou minutos e não houve resposta, o rapaz franziu o
cenho quando encontrou a tia e o amigo o olhando. – Eu a amo, nós queremos ter
filhos e.. Ela é incrível.
- Luta por ela, peça perdão quantas vezes
isso for necessário e mostra como você está arrependido por ter sido um idiota
que beijou a Rose e quase beijou a Evelyn. – Joe assentiu olhando para Derick.
Ele nunca pensou em desistir de Demi, só não sabia ao certo por onde poderia
começar a corrigir os erros.
***
Joe não
era mentiroso. Ele não a enganaria! Demi sabia que o namorado dizia a verdade,
mas custava tanto separar a fantasia dele com Evelyn do que realmente tinha
acontecido. A mente fazia questão de debochar dos sentimentos quando simulava
os dois juntos trocando muito mais que beijos. Irritada, Demi se deitou
bruscamente a cama e abraçou o travesseiro com força contra o corpo. Por que
diabos aquele tipo de coisa tinha que acontecer? E porque ela tinha que se
importar tanto a ponto de sentir o coração acelerar de raiva?! Ah! Era porque a
ideia de Joe ter outra mulher a despedaçava.
- Dem,
o que foi? – Demi sabia que jamais deveria ligar para Selena e ficar calada
nos primeiros segundos da ligação assustando a amiga. – Demetria, você está me assustando! Você está aí? – Perguntou Selena
agoniada e Demi a respondeu quando se lembrou do bebê que a amiga carregava no
ventre.
- Oi Sel. – Ronronou Demi porque tudo que
ela queria era poder ter Selena para abraça-la e mima-la. – Desculpa, eu não
queria assustar você. – Disse se erguendo para que pudesse conversar melhor com
a amiga.
- Tudo
bem, Dem. O que aconteceu? – Perguntou Selena porque ela conhecia Demi a
ponto de entender que aquele silêncio e o tom da voz significavam que algo
estava fora do normal.
- Eu briguei com o Joe. – Murmurou Demi
olhando na direção da porta de madeira escura. – Ele me contou que quase beijou
uma amiga. – Resmungou Demi emburrada e de olhos fechados. – Eu estou com tanta
raiva dele, que eu não sei o que posso fazer.
- Ficar
nervosa só vai te ajudar a perder a razão. – Selena sabia exatamente como
Demi ficava quando tinha ciúmes e estava chateada. Acertar tapas em Joe e
xinga-lo não resolveria a situação, bem pelo contrário, abriria uma brecha para
que ele também se sentisse no direito de ofendê-la. – Respira fundo e me conta direito essa história. – Disse Selena
calmamente e Demi assentiu fazendo o que amiga tinha pedido.
- Nós passamos o dia juntos, ele veio dormir
comigo no quarto de hospedes, mas ainda não aconteceu o que queremos... Hoje à tarde, nós doamos
frutas no centro e no final do dia, fomos à feira porque o Joe queria que eu conhecesse o
pessoal e ele queria comprar todas as comidas diferentes para eu experimentar.
Até aí tudo bem, decidimos voltar para casa e no caminho esbarramos com ela.. Evelyn. Ela é bonita, Sel. Quando
o Joe nos apresentou, ele não conseguiu disfarçar como estava tenso. Eu a
cumprimentei normalmente e ela também. Eles se conheceram alguns dias atrás
quando ela brigou com o namorado. Ela tem uma filha e o Joe foi a casa dela
levar frutas. – Nenhum detalhe passava por despercebido quando o
assunto era Joe. Demi se deitou a cama e murmurou porque ainda tinha mais coisa
para contar. – Você sabe que eu mostrei que estava com ciúmes assim que fiquei sozinha com
ele. – Murmurou Demi e Selena assentiu prontamente. – No carro ele disse “Eu amo você. Ok? Só que... Rolou um clima e
eu quase a beijei.”. Eu disse muitas coisas a ele porque fiquei nervosa. Agora
eu não sei o que fazer.
- Vamos
com calma. – Disse
Selena. – Dem, você sabe muito bem que às
vezes essas coisas acontecem. – Selena fechou os olhos e franziu os lábios
porque ela sabia que Demi resmungaria palavrões como ela tinha acabado de fazer. – É um saco, eu sei. Mas ele contou para você
e não a beijou. Se o Joe fosse um cara estúpido e egoísta, ele não contaria
sobre hipótese alguma só para não te perder.
- Selena! Eu não quero que essas
coisas aconteçam comigo e com o meu namorado! Que aconteça com o seu, mas o meu
jamais! Eu odeio a ideia de compartilhar o Joe com outra mulher e isso me mata.
Eu só não quero perdê-lo porque eu o amo. Já que ele não é estúpido e egoísta,
porque ele pensou com a cabeça de baixo? – Demi sabia que tinha dito mais do
que deveria, e que a raiva só passaria quando ela descontasse em Joe.
- Vamos
com calma, Demetria! – Aquele tom de Selena, Demi conhecia muito bem para
saber que lá vinha sermão. – O Detetive
Pine não te lembra de alguma coisa? Você se lembra de como você flertou com ele
quando nós o conhecemos? Aliás, eu não vou ser hipócrita! Também flertei com
ele e contei para o Ed, sabe por quê? Porque nós dois temos maturidade
suficiente para conversar sobre os homens e mulheres que sentimos certo tipo de
atração. Eu sou uma mulher e amo o meu noivo, mas não quer dizer que sou
Edsexual. O fato de conversamos sobre outras pessoas atraentes não quer dizer
que vamos dormir com elas, só é normal e humano. Você deveria tentar entender o
Joe mais que ninguém e pensar duas vezes antes de julgá-lo, até porque ele te
contou algo que nem mesmo aconteceu.
- Edsexual? Que droga, Selena! – Demi não
sabia o que dizer e até se sentia mais calma e acabou rindo junto com a amiga.
– Eu sei que você tem razão. Isso que vocês fazem é muito bom num
relacionamento, só que eu não.. Eu confio no Joe, só que o meu medo de perdê-lo
é muito maior. Não gosto nem de imaginar, Sel. – Demorou quase cinco minutos
para que Demi conseguisse dizer tudo que sentia para Selena, e naquele tempo em
silêncio não foi nada constrangedor e muito menos desconfortável.
- Eu sei,
meu anjo. Mas você pode tentar, o que acha? Conversa com o Joe, ele é o seu
parceiro e eu tenho certeza que ele vai te ajudar a superar isso. – Conversar com Selena era tão bom
que Demi estendeu a ligação até mesmo enquanto tomava banho, colocando-a no
viva-voz. Naqueles minutos, foram muitas risadas e conversas aleatórias e
depois concentradas exclusivamente no bebezinho de Sel, até que bateram à porta
e Demi teve que desligar.
A
esperança que fosse Joe encheu o coração de Demi de alegria e ansiedade, a moça
até se preparou arrumando o cabelo e conferindo brevemente no espelho do
banheiro se estava tudo nos conformes, e ao abrir a porta, foi uma surpresa
porque Clara tinha um sorriso gentil nos lábios a esperando.
- Querida, eu tenho algumas fotos de quando
o Joseph era bebê, você gostaria de vê-las enquanto nós conversamos e comemos
um tira gosto antes do jantar? – Como Demi podia negar a tanta gentileza e o
sorriso sincero de Clara?
A avó de
Joe era uma mulher que se mostrava bondosa e um exemplo de pessoa. Demi
assentiu e timidamente seguiu Clara até a sala. Acomodada ao sofá, a vontade
era de ajudar Clara com a bandeja com biscoitos e chá, mas a mulher era
claramente uma anfitriã que adorava agradar visitas, então recusou a ajuda e
educadamente serviu Demi e se serviu. A conversa entre as duas surgiu
naturalmente com Clara contando sobre quando descobriu que a mãe de Joe estava
grávida, Demi escutava atentamente e às vezes perguntava.
A
história era de uma jovem apaixonada por cavalos e de um rapaz de boa família
que vivia bons quilômetros de Marble
Falls. Juliana e Antonio. Ambos de origem texana. A moça, segundo o que mostrava
nas fotos, carregava lindos olhos cor de esmeralda herdados da família, cabelos
escuros e longos enquanto a pele era mais clara. Já Antonio era moreno de
cabelos castanhos, alto e forte, tinha um sorriso marcante e Clara destacava
como ele era sonhador e tinha grande aptidão por ciência e tecnologia. Conheceram-se
na adolescência nas ruas do centro da cidade, e meses depois se tornaram um
casal quando Antonio se mudou com a família para o casarão nas terras dos Adams, que eram vastas e de solo rico. As
fotos mostravam detalhadamente a gravidez de Juliana desde o primeiro mês. E era
de se perceber como a jovem estava feliz por esperar um bebê mesmo ainda sendo
muito cedo.
Três
quilos e oitocentas gramas. Bochechas cheinhas e as pernas gordinhas. Joe era
simplesmente um amor quando bebê. Ele era grande e na primeira foto, tinha
acabado de nascer, razão pela qual ainda estava sujo e de olhos fechados. Nas
próximas fotos, Demi não conseguiu conter o sorriso! Era o bebê mais fofo que
ela já tinha visto! Na maioria das fotos, o pequeno Joseph estava nos braços da
mãe e ele tinha o sorriso mais alegre e contagiante que um bebê poderia ter. Só
era uma pena que as fotos com os pais só iam até o primeiro ano de vida do
rapaz. Juliana e Antonio tinham partido cedo demais deixando todos de coração
devastado e o pequeno Joseph sozinho no mundo. Quando Clara ficou emocionada ao
contar sobre o acidente, Demi a abraçou e tentou não chorar para não piorar a
situação, mas ainda sim derramou algumas lágrimas e segurou as mãos da mulher
mais velha a olhando nos olhos:
- Eu tenho certeza que eles estão orgulhosos
do homem incrível que a senhora criou. O Joe é a pessoa mais gentil, simples e
generosa que eu já conheci. Obrigada por criá-lo tão bem. – Demi sorriu quando
Clara a abraçou novamente dizendo que só tinha feito o trabalho dela.
- São as minhas fotos? – No mesmo instante
que ouviu a voz calma dele, o coração acelerou e a melhor sensação de paz e
amor a preencheu. Demi acompanhou o caminhar de Joe o olhando até que ele se
sentou entre ela e Clara, ainda sem olhá-la porque pensava que ela estava
chateada.
- São, meu anjo. – Quando Clara olhou para
Joe, ela sorriu porque ele usava os óculos de grau e tinha tirado toda a barba,
o que o deixava com cara de menino. – Estou mostrando para Demi, quero que ela
veja como você era fofo. – Disse Clara e as bochechas de Joe ficaram coradas!
Demi sorriu e discretamente cobriu a mão de Joe com a dela mostrando que estava
tudo bem, e porque estava envergonhado, ele não a olhou, apenas apertou as mãos
e se aproximou um pouco mais para que pudessem ficar juntos.
- Ah
não, vó! Não mostra essa foto. – Resmungou Joe porque era uma foto que ele
estava nu brincando na banheira de madeira com um dinossauro e cavalo de
borracha. – Eu tinha quantos anos? Quatro? – Perguntou e Clara assentiu
começando a contar a história da foto, que foi motivo para o riso de Demi e das
bochechas super coradas de Joe.
- Eu sabia que a senhora estava mostrando as
fotos para Demi, então eu trouxe mais. – Disse Laura. Ela trazia consigo dois
álbuns de fotos numa mão e Derick carregava mais um.
Quanto
tempo eles ficaram conversando? Foram horas! Pelas fotos, Demi tinha conhecido
toda família de Joe porque eram tantas histórias que nem mesmo o rapaz sabia. E
como não podia ser diferente, o momento foi divertido e Demi se sentia mais
conectada a Joe e de certa forma, parte da família que tinha a acolhido tão
bem. Laura e Clara eram incríveis! Mais tarde Jon brevemente se juntou a eles
para olhar as fotos, mas como estava cansado se despediu.
Joe tinha
tantas fotos e ao ver cada uma delas, Demi se perguntava do porque que Dianna
não tinha a fotografado daquela forma... A resposta da pergunta era óbvia, mas
era difícil não pensar no por que. Nas fotografias de mais velho, Joe se
mostrava um adolescente sério e de poucos sorrisos, os melhores momentos dele
eram ao lado de Derick e Rose, que em vista do adolescente de treze/quatorze
anos ainda eram crianças.
Quando
descobriram que já era pouco mais de nove da noite, Clara tomou frente da
cozinha e em dentro de trinta minutos todos jantavam uma bela macarronada com
almôndegas, com a exceção do prato de Joe que era carregado com legumes e
verduras.
- Deixe-me ajuda-las. – Disse Demi a Clara e
Laura, e como sempre a resposta foi negativa.
- Obrigada Demi. Não se preocupe, é pouca
coisa. – Disse Laura esboçando um sorriso gentil a Demi, que franziu o cenho e
até tentou convencer a tia de Joe sustentando o olhar dela, mas Laura sorriu e
a dispensou quando chamou por Joe.
- Vamos lá fora? – Disse Joe a olhando nos
olhos e Demi mordeu o lábio inferior. Era a primeira vez que ela o via com os
óculos de grau desde o dia que tinha chegado. Não tinha nenhum problema
abraça-lo, tinha? Demi o fez surpreendendo Joe, que abraçou-a forte e sorriu
envergonhado porque a tia e a avó os olhavam também sorrindo. – Eu te amo. –
Sussurrou apenas para ela antes de romper o abraço e o sorriso de Demi o encheu
de felicidade.
- Eu também amo você. – Disse Demi baixinho
olhando para Joe toda apaixonada e eles só não trocaram um beijo porque não
estavam sozinhos. – Nós vamos lá fora, você vem? – Perguntou Demi a Derick, ele
até iria, mas quando pensou em assentir e olhou para Joe, coçou o cabelo da
nuca.
- Eu estou com sono, vou subir. Amanhã nós
fazemos algo legal. – A desculpa de Derick era muito ruim, e quando Demi olhou
para Joe que olhava para o amigo, ela revirou os olhos porque o namorado
intimidava Derick justamente para ele não ir, mas ela não iria reclamar porque
queria ficar sozinha com Joe.
- Gostou das minhas fotos? – Perguntou Joe a
abraçando por trás e Demi sorriu gostando muito do beijo que recebia no pescoço
e da forma que era abraçada.
- Gostei muito, você era uma gracinha. – Com
jeito, ela conseguiu se virar e enlaçou os braços no pescoço e adentrou o
cabelo curto da nuca com os dedos. – Quero que o nosso bebê seja fofo e lindo
como você. – As palavras de Demi fizeram Joe perder o ar. Ele a abraçou pela
cintura com mais força e franziu o cenho porque o coração bateu tão rápido.
- E eu quero que seja uma menininha linda
como a mãe. – Joe se curvou um pouco mais e quando encostou os lábios nos dela,
o beijo foi como algo mágico que o fazia pensar apenas em Demi e em como a
amava. E de tão envolvente que estava, as mãos dele desceram da cintura para o
traseiro o apertando e quando os lábios já não estavam mais roçados aos dela,
eles tiveram uma nova missão que era mordiscar e beijar o pescoço feminino. – Já
que você não está mais brava comigo, quer conhecer a minha casinha na árvore
agora? – Perguntou Joe um pouco ofegante porque eles não poderiam continuar
trocando aquele tipo de carinho perto da entrada da casa, já que ele tinha
ouvido o barulho da caminhonete alertando que alguém tinha chegado.
- Eu adoraria, amor. – Toca-lo na ereção
sobre o moletom não era nada de mais. E depois que o fez, Demi abraçou Joe e o
beijou na bochecha logo descansando a cabeça no ombro assim como ele fazia. –
Não estou brava e quero muito fazer amor com você exatamente agora. – Disse
sussurrado e depois o mordiscou na orelha.
- Eu também quero, Dem. Nós vamos passar a
noite e a manhã toda juntos. Deus sabe lá quando vamos sair daquela casinha,
pode ser daqui há dias ou quem sabe anos? – Sorrindo, Demi assentiu e deu uma
série de selinhos nos lábios do namorado.
- Quem sabe se vamos sair de lá um dia. –
Disse Demi esboçando o melhor sorriso sapeca e Joe assentiu a abraçando.
- Vamos fazer assim, eu vou me acalmar um
pouco e depois nós subimos para pegarmos as nossas coisas e comida, o que você
acha? – Perguntou Joe abraçando a namorada pela cintura, e infelizmente não deu
tempo de Demi responder por que quando Lucas entrou no campo de visão de Joe,
automaticamente ele ficou tenso e rígido.
- Que sortudo que eu sou! – Aquele sorriso
era tão desgraçadamente cínico! Não havia palavra melhor para descrevê-lo.
Lucas apontou para caixa de pizza que tinha em mãos e gesticulou a cabeça na
direção da porta da casa. – Eu realmente estava a procura do meu sobrinho e da
minha sobrinha. Não sei se o Joseph já falou sobre mim. Sou Lucas, se você
preferir, tio Lucas. – Quem o visse até poderia se enganar. Joe abraçou Demi
com um pouco mais de força, não passando por despercebido por ela e muito menos
por Lucas, que sorriu. – Eu trouxe pizza para você, dizem que nova-iorquinas amam pizza, ainda está
quentinha. – Disse mostrando novamente a caixa e Demi sorriu envergonhada.
- Muito obrigada, Lucas. Mas nós acabamos de
comer. – Disse Demi sem conseguir ser simpática como era com Laura e com os
outros parentes de Joe porque ele tirava toda a atenção que ela tinha em Lucas,
por conta da cara emburrada e o abraço apertado.
- Só uma fatia, hum? Nós podemos conversar
um pouco enquanto comemos, comprei a pizza pensando em você... Quero conhecer
melhor a namorada do meu sobrinho. – O olhar de Lucas era tão intimidante e o
fato de Demi querer agradar a todos a obrigava a aceitar o convite, até porque
ela sabia que seria falta de educação recusar a pizza. Talvez uma mordida ou outra à pizza enquanto conversavam seria o suficiente para que Lucas não
pensasse que ela estava fazendo desfeita.
- Tudo bem. – Disse Demi sorrindo e quando
tentou desfazer do abraço de Joe, deu muito trabalho a ponto de ela ter que
olhá-lo e intimidá-lo com o olhar para que pudesse caminhar.
- Dem, nós não íamos caminhar agora? –
Perguntou Joe. Ele só tinha dado espaço para ela dar dois passos e não
conseguir mais sair do lugar porque segurava a mão dele, que continuava
estático.
- Joe.. – Murmurou Demi o olhando e Joe
desviou o olhar do dela para Lucas.
- Relaxa, Joseph. Eu não vou contar as
coisas que você aprontava quando
moleque. – Era claramente uma brincadeira, e Joe ficou tão sério que Demi não
entendeu o que estava acontecendo. – Relaxa, cara! Ele é assim desde pequeno.
Sempre tentamos enturma-lo com os outros meninos, mas ele só queria saber de
ficar sozinho ou de brincar de boneca com a filha de uma amiga da família. – A
proximidade de Lucas ia além do confortável, ele até tocou o ombro de Demi com
uma mão e sorriu para o sobrinho.
- Lucas! – A forma como Laura abordou Lucas
foi ríspida. Sempre acontecia porque depois do abuso há dez anos, deixar Joe perto
de Lucas sozinho não era uma boa opção. – Eu preciso falar com você agora. –
Disse Laura olhando brevemente para Joe, que entendeu facilmente o recado da
tia.
- Você ainda está me devendo uma conversa,
princesa. – Disse Lucas depois de beijar a bochecha de Demi. Joe quase o
atacou. Se ele tivesse a visão de calor do Superman... Adeus Lucas!
- Se você estiver sozinha e ele aparecer,
por favor, inventa qualquer desculpa e procura alguém de confiança para ficar
com você. Pode ser eu, a vovó, a tia Laura, o Derick, o tio Jon.. Só não fique
sozinha com ele. – Disse Joe tão sério olhando nos olhos de Demi, que assentiu
porque pelo visto ela não tinha outra opção.
- Eu não estou entendendo. – Disse Demi
olhando na direção da porta para depois olhar nos olhos de Joe.
- Ele não é uma boa pessoa. É uma longa
história... Eu não quero me estressar com isso hoje, prometo que depois eu
conto. – Joe sabia que se contasse para Demi o que tinha acontecido no celeiro
quando ele era apenas um garoto, eles não conseguiriam aproveitar o tempo
juntos e muito menos namorar. – Eu já estou bem, vamos subir? Hoje à noite eu
só quero gastar as minhas energias com você, meu amor – Sorrindo, Joe a abraçou
pela cintura e roubou um selinho fazendo Demi também sorrir.
- Vamos. – Era muito bom olhar para cima e
encontrar os lindos olhos de Joe a olhando. Fazendo jus ao apelido, Demi
abraçou o namorado e se roçou a ele como uma gata manhosa distribuindo
beijinhos no pescoço e no maxilar quando Joe se curvou para beija-la na boca. –
Isso é tão bom. – Ronronou sentindo as mãos grandes acariciá-la nas costas e
depois apertá-la contra o corpo másculo e quente. Demi até suspirou porque
adorava quando eles ficavam enroscados um no outro trocando carinhos.
- É muito bom, princesa. – Mordiscá-la na
orelha era demais, e Demi tornou a suspirar e retribuiu o carinho beijando o
pescoço do namorado enquanto o coração quase saía boca a fora de tanta
adrenalina, porque quando o vento bateu, ela se lembrou de que eles ainda
estavam no lado de fora da casa, ou seja, alguém poderia flagrá-los a qualquer
momento.
- Por que a gente não está subindo? –
Perguntou Demi envolvendo o pescoço de Joe com os braços, e ele fez a melhor
cara de pensativo olhando brevemente para o céu escuro e estrelado para depois
olha-la esboçando um sorriso lindo.
- Sabe por quê? Você é linda demais e eu sou
apenas um pobre homem apaixonado que não consegue resistir a um sorriso da
minha gatinha gostosa. – Ele até
roçou o nariz ao dela e carinhosamente o beijou na pontinha fazendo Demi sorrir
de olhos fechados porque esperava por um beijo nos lábios. – Por que você é tão
linda assim e me deixa louco desse jeito? – Sussurrou, brevemente beijou-a com
um selinho para depois beijá-la atrás da orelha. – Eu sou louco por você,
sabia? – Se Joe continuasse a abraçando daquela forma possessiva a beijando com
carinho, Demi sabia que eles se acabariam
no primeiro cômodo vazio que encontrassem.. Ou talvez nem precisaria ser
num ambiente fechado. A ideia era muito boa, mas naquelas circunstâncias jamais
deveria ser executada.
- Eu também sou louca por você, coisa
gostosa. – Ficar longe dele era tão ruim, mas Demi teve que romper aquele
abraço porque não resultaria em boa coisa se eles continuassem colados daquela
forma. – Agora vamos? Você tem que me mostrar a sua casinha na árvore. –
Sorrindo, ela começou a caminhar e riu quando Joe a abraçou por trás a beijando
exageradamente na bochecha.
- Você está ansiosa para conhecer a casinha
na árvore? – Ele perguntou mesmo estando corado por ter roçado o corpo ao dela
mais do que deveria, e quando Demi o olhou sobre o ombro, ela sorriu assentindo
porque era muito bom saber que Joe já estava pronto... – Se comporta. – Pediu
parando para olha-lo lá em baixo antes que pudessem adentrar a casa, e Joe deu
de ombros ainda corado e todo risonho olhando para o céu.
- Vamos logo, ninguém vai perceber. – Disse
Joe e Demi arqueou uma sobrancelha. A calça não era muito apertada, mas também
não era folgada o suficiente para ajudar a disfarçar a ereção. – É só a gente
passar correndo. – Quando ele começou a correr puxando Demi pela mão,
lembrou-se de quando era pequeno e sempre estava correndo a andar normalmente,
e como de costume, Clara brigava com ele. A única diferença era que quando era
pequeno, terminar de subir a escada não o deixava tão ofegante, agora.. Joe
chegava estar um pouco vermelho e ele riu porque Demi também estava.
- Agora eu vou ter que tomar outro banho, Jonas. – Resmungou Demi e Joe sorriu e
respirou fundo algumas vezes para recuperar o fôlego.
- Você está achando ruim ter que tomar outro
banho. Eu estou certo sobre você ser uma gatinha. Gatos não gostam de tomar
banho. – Era apenas uma brincadeira, mas Demi revirou os olhos e assentiu
negativamente o olhando. – Estou brincando. – Disse se aproximando para abraça-la
e Demi se aninhou aos braços dele de bom grado.
- Eu sei,
bobão. Agora vamos? – Do jeito que eles estavam, não demoraria muito para
que alguém aparecesse para flagrá-los. Joe quase não deixou Demi entrar no
quarto, e ela confessava que nem queria entrar.. Mas o fez empurrando o
namorado pra longe do corpo e sorrindo sapeca porque sabia que passar a noite
na casinha da árvore renderia boas histórias e poderia ser a melhor noite de
amor de toda a vida com o homem que amava.
- Que cara de idiota é essa? – Derick
perguntou assim que Joe adentrou ao quarto todo sorridente e sonhador.
- Você precisa de uma namorada urgente! –
Disse o rapaz pensando em como Demi o fazia feliz como ninguém e nada nunca o
fez. – Eu vou passar a noite com a Dem na
casinha da árvore. – Comentou do closet mais concentrado em buscar por um
lençol sem estampas de super heróis, talvez um branco ou cor de champanhe
cairia bem... E pela última opção Joe escolheu. Quando foi a vez da coberta,
resolveu levar a mais fina e leve porque não queria arriscar que Demi sentisse
frio, mesmo que no Texas fazia muito calor.
- Você não vai fazer nada com ela lá, vai? –
Perguntou Derick de olhos arregalados adentrando o closet e Joe mordeu o lábio
inferior. – Que droga, Joseph! Nós deveríamos ter um trato de nunca levar
garotas para lá.. para fazer essas coisas. – Murmurou envergonhado e Joe
sorriu.
- Ela não é qualquer uma, é a mulher que eu
amo que estou levando para a nossa casinha. – Disse olhando para o amigo. – Provavelmente
nós vamos fazer amor, mas também
vamos nos divertir juntos, conversar, namorar.. E eu estou pensando em pedi-la
em casamento agora. – A palavra casamento deixou Derick de olhos arregalados,
ele coçou a nuca e franziu o cenho pensando na conversa de Joe e Laura mais
cedo.
- Eu acho que é melhor você esperar e só
pedir quando tudo estiver resolvido entre vocês. Ela vai ficar muito magoada se
souber depois. – Disse Derick depois de pensar muito na situação e Joe o olhou
com curiosidade enquanto separava três camisas e duas cuecas. Ele ainda tinha
que passar na cozinha.
- Bem.. – Murmurou Joe saindo às pressas do
closet para colocar tudo o que tinha separado na mochila. – Você tem razão,
acho que vou esperar mais alguns dias, mas quero pedi-la aqui no Texas. – Mesmo
estando com pressa, Joe verificou se as alianças de namoro estavam na mochila,
e ao se lembrar do anel de noivado da família que Clara tinha dado a ele, o
rapaz se aproximou do closet e abriu a caixinha que guardava a joia... – Você
viu o anel que estava aqui? – Perguntou Joe procurando pela peça sobre o tampo
do criado-mudo, mas não havia nada.
- Eu não faço a mínima ideia do que você
está falando. – Disse Derick mais interessado em ler a revista em quadrinhos e
mexer no celular a olhar para Joe.
- É o anel que a vovó me deu.. Ele era da
minha mãe e vai ser da Demi. – Resmungou ainda procurando pelo anel e tentando
se lembrar se ele realmente tinha o guardado naquela caixinha, mas naquele tipo
de situação, nenhuma lembrança colaborava. – Eu vou pedi-la em casamento com
esse anel. – Explicou ainda envolvido em procurar a joia, mas quando ouviu a
batida à porta, a atenção foi focada em Demi.
- Joseph, você é tão lerdo. – Disse Demi
assim que adentrou o quarto. Ela já estava com tudo pronto, e pelo cheiro
delicioso, Joe sabia que ela tinha tomado outro banho. – Estou brincando. –
Demi riu de como Joe ficou todo sem jeito, e também se sentiu culpada porque
não gostava quando o namorado ficava deslocado daquela forma. Então ela deu um
beijo na bochecha dele, o que deveria melhorar as coisas, não deixar Joe de
bochechas supercoradas.
- Eu já arrumei tudo que vou levar, eu só
vou tomar um banho rápido, cinco minutos. Você espera? – Joe tinha Demi nos braços
e a mantinha pertinho dele. As bochechas só estavam coradas porque Derick
estava ouvindo e vendo tudo.
- Espero. – Sorrindo, Demi abraçou o
namorado e quando teve a testa beijada, ela fechou os olhos e beijou o peito
largo.
- Então vou tomar banho, vocês ficarão bem?
– Perguntou a Derick e Demi, que assentiram trocando um breve olhar. As ideias
estavam a mil e ele tinha que ser rápido. Quando adentrou o banheiro, Joe quase
tropeçou porque ele fazia tudo muito rápido para não deixar Demi esperando. E
também chegaria num ponto que Derick não saberia mais improvisar, já que ele
tinha se aproximado com as mesmas revistas em quadrinhos para discuti-las com
Demi.
A sorte
era que ele tinha tirado a barba mais cedo, caso contrário tira-la agora
demoraria muito! A decisão de se barbear veio do nada, e quando percebeu, ele
estava sem barba parecendo o Joe de seis meses atrás que gaguejava muito e era
todo atrapalhado. Ele tinha mudado e estava feliz. Pensando em felicidade, Joe
tirou a roupa o mais rápido possível e adentrou o Box quando estava nu. Será
que era uma boa ideia passar a noite com Demi na casinha da árvore? E se ela
ficasse com medo, receio e tensa? Era um pouco alto e à noite fazia frio. A
noite tinha que ser deles! E pensando em como poderia fazer para deixar tudo
perfeito, Joe sorriu enquanto colocava shampoo nas mãos para lavar o cabelo.
- Derick! – Chamou alto e quando passou
alguns segundos e o amigo não pareceu, Joe o chamou novamente duas vezes até
que Derick bateu à porta perguntando o que ele queria. – Entra. – Era a
primeira vez na história que acontecia algo daquele tipo, e Joe colocou a
cabeça fora do Box para olhar o amigo, que estava de costas para ele.
- Que droga, Joseph. Espero que ela não
pense que nós somos gay. – Resmungou
Derick e Joe fez careta. Ele nunca nem mesmo pensou na ideia de gostar de
homens daquela forma...
- Eu me garanto. – Brincou jogando um pouco
de água em Derick, que o olhou feio. – Estou brincando, eu só queria saber se
você pode pegar algumas rosas da vovó, trocar o lençol do colchão da casinha e
forrar o sofá. Quero que tire as pétalas da rosa e as jogue no colchão e no
sofá. – Explicou voltando a se ensaboar para agilizar o banho.
- Joseph, eu não vou nem tocar nas rosas da
sua avó. Ela me mata! – Resmungou Derick. – Você sabe como ela é ciumenta com
aquelas flores.
- Você tem razão, então fica com a Dem enquanto eu faço isso? – Perguntou
desligando o chuveiro e Derick murmurou um sim saindo dali o mais rápido
possível porque não iria rolar de forma alguma ver o melhor amigo nu. – Eu só
vou me vestir e preciso de vinte minutinhos. – Disse Joe a Demi e ela arqueou
uma sobrancelha o olhando, mas assentiu;
Ir ao
quarto da avó desejar boa noite foi a estratégia perfeita para Joe conferir se
Clara já estava acomodada para dormir para não flagra-lo mexendo nas rosas. Mas
quando chegou ao quarto, Clara já dormia tranquilamente, Joe só a beijou na
testa e a cobriu com a coberta um pouco mais porque a avó sempre reclamava que
sentia muito frio à noite. Pelo visto todos estavam em seus respectivos quartos
se ajeitando para descansar para mais um dia.
As
roseiras de Clara eram tão bem cuidadas e havia rosas de quatro cores:
vermelhas, rosas, amarelas e brancas. Como era romântico, Joe optou pelas
vermelhas. Ele teve que procurar as flores mais escondidas para a avó não
suspeitar de nada, caso contrário ele estaria muito encrencado. E por culpa da
pressa, Joe tinha trago apenas uma faquinha de cortar pão para tirar a rosa, o
que ajudou pouco e ele acabou com alguns dedos espetados, porém também com
quatro rosas vermelhas.
- Se a mamãe te pegar mexendo rosas, ela vai
surtar. – O coração de Joe quase saiu boca a fora. E ao olhar para trás, ele
franziu o cenho para Lucas. Como diabos tinha se esquecido de que a caminhonete
estacionada ali pertinho era do tio?
- Ela não vai ficar sabendo de nada. Quem é
que vai contar? – Desafiou se levantando e Lucas umedeceu os lábios antes de
sorrir e se aproximar de Joe ficando com o rosto a centímetros do dele.
- Não sei, não faço ideia... Ninguém viu. –
Disse Lucas sustentando o olhar de Joe. – Mas tem muita gente que viu você dando uns bons amassos com a Rose. Ela é
até gostosinha, eu só não pego porque
não gosto de crianças. – Sorrindo, Lucas olhou para os lados e quando voltou a
olhar para Joe, gostou muito de ver como o sobrinho estava a um passo de surtar
de raiva. – Vamos fazer o seguinte: Eu garanto que as fotos ficarão longe da
sua namorada. – Disse pegando uma das rosas da mão de Joe para cheirá-la. – Vai
simplesmente desaparecer do nada, e em troca, você vai levar a sua gatinha para o meu apartamento.. Nós
vamos beber alguma coisa forte, e quando ela estiver muito soltinha, você vai deixar a gente brincar com ela e vai assistir calado.
Por
segundos, Joe pensou exatamente em como ele queria Lucas: muito machucado. E o
primeiro soco que atingiu o rosto do tio não foi nem o suficiente para
satisfazê-lo. Depois que acertou outro soco e desviou do de Lucas, Joe o
empurrou bruscamente contra a caminhonete, que só não fez muito barulho porque
estava destravada.
- Respira perto dela. Pense nela. Faça
qualquer coisa que a envolva que você é um hom.. um homem. – Disse Joe entre
dentes segurando Lucas pela gola da camisa. – Que você vai para cadeia ficar
junto com estupradores nojentos e
sociopatas como você. – Lucas não conseguiria estragar aquela noite.
Ninguém conseguiria. Joe derramou algumas lágrimas porque estava nervoso, pegou
as rosas caídas na grama e começou a caminhar na direção da casinha na árvore
onde ele teria a melhor noite de amor com a mulher que amava.
Por que
ele tinha que passar por aquele tipo de coisa? Por que não dava para ser normal
estando em casa? Ficar nervoso e de coração
disparado não era bom.. Joe se
recostou a árvore onde ficava a casinha e olhou para o casarão onde morou
durante toda a vida. Era tão grande, tão rico e não faltava nada. E mesmo
assim, toda vez que ele se lembrava de quando era criança e adolescente, só
conseguia pensar em como era horrível se sentir sozinho, constrangido e
humilhado. Tudo porque ele era órfão e o tio queria usa-lo como um brinquedo. Havia
a parte boa, que era ter pessoas como a avó, Laura, Jon, Derick e os demais
familiares, mas ainda sim ele se sentia sozinho e reprimido. Talvez Demi tinha
razão em estar receosa sobre aquela viagem. E como ele não pensou em como Lucas
o tiraria do sério? Era sempre daquela forma e não iria mudar.
Foram
alguns minutos parado olhando para o nada pensando nas coisas ruins que Lucas
já tinha feito quando ele era pequeno debaixo do próprio teto e na escola, Joe
só voltou a realidade quando viu que o maldito
estava indo embora. Foram muitos palavrões que Joe insultou o tio
mentalmente. E a cada um deles, o coração batia mais rápido e os punhos quase
cerrados. Se não fosse o espinho da rosa para machuca-lo, Joe não teria se
acalmado. Ele olhou para a flor e pensou em Demi. Lucas não era uma ameaça para
Demi porque ele jamais permitiria. Não tinha porque se preocupar, qualquer
coisa a polícia seria acionada e não demoraria nada para Lucas ficar no lugar
do qual pertencia: a cadeia.
- Eu adoro ouvir o barulho dos grilos. – Disse Demi. Ela não sabia para onde olhar porque o céu estava lindo todo estrelado,
ao olhar para trás o casarão também era lindo iluminado com uma luz baixa que
era refletida na água da piscina. Mas a casinha na árvore era a grande atração
da noite. E mesmo que estivesse com um pouco de medo porque onde a árvore
estava era longe da casa e depois dela tudo estava escuro, Demi estava animada
para a noite.
- Eu também. Depois nós podemos pegar alguns vaga-lumes e coloca-los dentro de um pote de vidro. – Disse Joe ao ver a luz do
inseto por entre a grama onde passavam.
- Joseph! É muita maldade. – Comentou Demi
abraçando mais o namorado porque ela estava com um pouquinho de medo.
- Mas é divertido. Depois é só soltá-los. – Ele
esboçou o melhor sorriso de menino e se curvou para beijar a bochecha da
namorada. – Espero que você goste. – Estavam em frente a árvore onde ficava a
casinha, e ansiosos, sorriram quando se olharam. Seria a melhor noite de
todas.
Continua... Oii! Tudo bem com vocês? Eu tô bem :) Resolvi postar esse capítulo do tamanho que está porquê o que acontecerá de agora em diante virá em muitas e muitas páginas e eu achei que ficaria muito demorado e longo esse capítulo, caso resolvesse colocar essas partes que comentei com vocês nele.. Mas espero que vocês tenham gostado da forma como está. O próximo capítulo será muito focado no nosso casal, teremos algumas conversas... romance e acho que está na hora da Demi conhecer pessoalmente a Rose, não acham? :) Espero que vocês gostem! Um abraço para vocês e muito obrigada pelos comentários! Até breve, se Deus quiser. Beijo <3
ps.ainda vou revisar
Aleluia irmã! Capítulo saiu do forno!!!!!!!!!!! Kkkkk
ResponderExcluirAgora vamos ler e matar a saudade, né?!
ExcluirEspero que o Joe conte logo o que aconteceu pra Demi, antes que ela fique sabendo pela Rose
ResponderExcluirMaravilhoso o capítulo, muito ansiosa para o próximo ❤️
ResponderExcluirFico mais ansiosa por cada capítulo, posta logooo...
ResponderExcluirMeu Deus menina,eu acho que antes de mais nada o Joe tem q contar logo, quanto mais ele demora mais vai ser dificil dela perdoar quando souber.
ResponderExcluirE...eu tenho uma ideia, pede ser? Assim, acho que seria interessante se a propia demi colocasse o lucas no seu devido lugar, tipo se ela ouvisse as merda q ele fala de querer fazer cm ela, e daí ela esculhambaria com ele, botava ele la em baixo onde ele merece estar, pra ele se ligar. Cara, tenho muita vontade de ler acontecendo alguma coisa assim.
Jesus esperei muito isso!!!!! Tá perfeito como sempre!!! Adoro que vai vir momentos jemiiiiii
ResponderExcluirOi! Já leio o blog há algum tempo mas nunca comentei.
ResponderExcluirEstá havendo um desafio literário sobre a copa. Consiste em assistir os jogos e dependendo dos resultados você posta livros.
Se quiser participar, as regras e outras informações estão aqui: https://dianaisabelpinto.blogspot.com/2018/06/desafio-world-cup-literario.html
Achei muito legal o desafio!