17.12.17

Capítulo 54

Quatro dias depois...

Quem geralmente ficava mal-humorado era Joe, não Demi. O que a incomodava era o braço machucado e os dedos brutalmente mordidos, razão que a colocava num nível completamente dependente de outra pessoa em determinadas situações.

Depois de quatro dias do ocorrido com Mary, era a primeira vez que Demi conseguia tomar banho sozinha. Deu muito trabalho e ardeu quando, acidentalmente, o shampoo entrou em contato com os dedos que ela até mesmo tinha medo de mover, mas por recomendação dos médicos, fazia-o sutilmente. Vestir a roupa não foi trabalhoso, mas quando terminou de se vestir e fitou-se no espelho, Demi lembrou que tinha que pentear o cabelo molhado e um pouco embaraçado.

   - Não é tão ruim. – Disse para si mesma ainda se olhando no espelho. Os arranhões tinham sido superficiais, então já não existia mais rastro deles pelo rosto. Fitando-se atentamente, Demi suspirou e franziu o cenho. Talvez o real motivo para tanto mal humor era a ansiedade para o que aconteceria naquela noite. Demi mal tinha conseguido dormir e nem parado de pensar no que poderia conversar com as irmãs. Ela finalmente iria conhece-las, todas elas! Só de pensar que às oito horas da noite em ponto ela estaria na casa de Inácio, o frio na barriga a deixava zonza e o coração acelerava.

Inácio não a deixou em paz por um minuto, e Demi tinha que confessar que estava adorando ter a atenção do pai. Ele ligava para saber como ela estava, tinha ido ao apartamento de Joe para vê-la e no primeiro dia levou flores e chocolate. Inácio se importava, e era muito bom receber carinho e proteção.

Como não iria conseguir pentear o cabelo sozinha, Demi respirou fundo e abriu a porta do banheiro. Conviver com Joe não era fácil, principalmente quando tudo sobre ele a levava a pensar sobre sexo. Ter aqueles olhos verdes hipnotizantes com o olhar fixo aos dela era demais. Demi umedeceu o lábio inferior e engoliu em seco juntando coragem para se sentar a cama. Eram quatro dias terríveis e desgastantes! O pior de tudo era ter a companhia de Joe. Pior porque ele a seduzia até quando perguntava se ela estava se sentindo bem, e diabos! Ele não tinha cedido a nenhuma tentativa dela de esquentar as coisas. Agora deitado e vestindo aquele suéter verde que combinava com os olhos dele, Joe conseguia ser absurdamente quente só pelo fato de estar lendo um livro.

   - Hum, o que foi gatinha? – Demi gemeu baixinho manhosa porque ela queria agarra-lo. Joe era bonito demais! E ela amava quando ele a chamava de gatinha e sorria.

   - Eu preciso de ajuda para pentear o cabelo. – Ronronou se sentando a cama ainda bagunçada com cobertas e travesseiros. – Você pode me ajudar? – Perguntou e fechou os olhos quando o namorado a abraçou por trás com força e suspirou no pescoço causando arrepios por todo corpo.

   - É claro que posso. – Joe sorriu gentilmente e se levantou para buscar por um pente no banheiro. Demi o olhou toda apaixonada. Ela gostava muito de quando ele vestia jeans e calçava botas. – Você está se sentindo bem? – Era a terceira vez que ele fazia aquela pergunta desde que tinham acordado, e Demi assentiu levando a mão direita ao joelho de Joe quando ele se sentou ao lado dela para começar a pentear o cabelo.

   - Eu estou ansiosa. – Disse fitando os olhos bonitos dele. Joe estava concentrado deslizando com cuidado o pente pelo cabelo úmido. – Você tem certeza que não quer ir comigo? – Ela o beijou no queixo barbado e Joe guiou os lábios para os dela começando um beijo calmo e delicado.

   - Amor, eu acho que você precisa fazer isso sozinha. – Ele disse fitando os olhos e os lábios dela. – Na próxima vez que vocês se encontrarem, eu prometo que vou, mas só se o seu pai me convidar. – Pai. Demi ainda o chamava de Inácio mesmo com todos se referindo a ele como o pai dela.

   - Eu não sei se vai ter uma próxima vez. – Comentou tensa. – Tem a possibilidade delas não gostarem de mim. – Disse e Joe arqueou uma sobrancelha.

   - Anna, Isabella e Hannah estavam preocupada com você. – Demi corou bruscamente. Quando ela teve alta, o plano era sair o mais rápido possível daquele hospital justamente para não acabar se esbarrando com as irmãs, e infelizmente aconteceu o que ela tanto temia quando as três a visitaram brevemente antes dela ir embora corada e constrangida.

   - Joe, preocupação é diferente de gostar. – Murmurou e Joe riu a beijando na bochecha.

   - Eu não fico preocupado com uma pessoa que não gosto, você fica? – Demi revirou os olhos e acertou um tapa no braço do namorado, que riu. – Já disse que você está linda? – O abraço que ele a envolveu foi desjeitoso e acabou os derrubando no colchão, o que fez Demi resmungar por conta do braço, mas também sorrir.

   - Eu te amo, bobão. – Ela sorria o olhando nos olhos e Joe também sorria intrigado com a beleza dela. Ele deslizou a ponta dos dedos no queixo, tocou as sardas e perdeu o fôlego quando fitou os olhos marrons.

   - Eu te amo. – Disse roçando o nariz ao dela para depois beija-la na boca. – Desculpa por te derrubar, você machucou bebê? – Perguntou todo carinhoso e Demi assentiu mais interessada em fitar os olhos dele. – Onde? – O rosto dele tinha até perdido a cor, e Demi arregalou os olhos e negou balançando a cabeça.

   - Não machuquei. – Disse. Sempre acontecia, era porque ela estava tão apaixonada por ele a ponto de perder o raciocínio. – Joe, eu quero você. – Disse o olhando nos olhos.

   - Dem.. – Era claro o dilema que Joe enfrentava. Demi franziu o cenho e levou a mão ao rosto dele para acaricia-lo na barba e atrás da orelha puxando as mechas de cabelo com carinho. – Eu também quero você. – Ele disse se curvando para beija-la na boca e assim que o vez, fitou os olhos marrons. – Você está mesmo bem? Não quero machuca-la. – Disse a tocando com muito cuidado no braço esquerdo e Demi assentiu tensa, mas aos poucos relaxou com o toque sutil.

   - Estou. Você só terá que ser um pouquinho paciente comigo. – Demi sustentou o olhar de Joe até que ele assentiu umedecendo os lábios.

   - Só vamos terminar de pentear o seu cabelo, tudo bem? – Disse e ela assentiu se erguendo ficando tão próxima a ele. Joe a abraçou e a beijou na boca. – Linda. – Sussurrou guiando os beijos para o pescoço para depois olha-la nos olhos. – Eu gosto muito do seu cabelo, a cor combina com os seus olhos.

   - Eu também gosto da cor do meu cabelo. – Ela disse observando uma mecha que caía pelo ombro já com as pontas secas. – O seu cabelo também é bonito, amor.

   - Dem, eu estou muito cabeludo. – Ele murmurou e Demi riu levando a mão boa para acaricia-lo no cabelo. – Mas você gosta, gatinha. – Ela assentiu e Joe sorriu gostando do carinho que recebia.

   - Você não está muito cabeludo, mas se quiser cortar as pontinhas, não tem problema.

   - Você quer ir comigo hoje? – E como ela tinha ensinado, Joe partiu o cabelo dela de lado e sorriu quando fitou os olhos da namorada revelados assim que ele penteou o cabelo que caía na face para trás da orelha.

   - Para onde você quiser. – Finalmente ele tinha terminado! O pente e a toalha foram jogados para fora da cama quando Demi pôs-se de joelhos para que pudesse beijar Joe e abraça-lo contra o corpo. – Eu senti sua falta. – Disse de olhos fechados porque Joe a beijava no tórax ainda coberto pelo moletom.

   - Eu também, mais do que você imagina. – Demi engoliu em seco quando os lábios dele beijaram abaixo do umbigo, e conforme o moletom era erguido, Joe distribuía beijos na pele que era revelada. – Preto? Fica muito sexy em você. – Dava para ver nos olhos dele que Joe não mentia apreciando o sutiã rendado de cor preta. – Me ajuda a tirar o seu moletom, gatinha? – De tão bom que era ter os lábios dele a beijando na barriga, costelas e abaixo do umbigo, quando Demi ergueu os braços, ela ofegou fechando os olhos nem se lembrando que o braço esquerdo estava machucado porque os carinhos de Joe eram o suficiente para fazê-la esquecer.

   - Joseph. – Chamou de cenho franzido e olhos entreabertos porque ela ainda tinha os braços erguidos e tudo que Joe fazia era beija-la e chupa-la abaixo do umbigo de uma forma tão provocante que só restava gemer. – Joe. – Demi umedeceu os lábios, mas nem deu tempo de repreender Joe por deixa-la de castigo. A mão grande e quente dele adentrou a calça de moletom e facilmente driblou o tecido de algodão da calcinha. Os dedos a tocaram a sondando e os lábios moldaram-se aos dela num beijo exigente e intenso.

   - Desculpa amor, eu não queria você esperasse tanto. – Se fosse para tê-lo, Demi esperaria todo o tempo do mundo. – Você está tão quente. – Ele disse a beijando do umbigo até o queixo e com muito cuidado tirou o moletom que ela vestia.

   - Eu odeio o fato dessa droga de braço estar machucado. – Resmungou o abraçando apenas com o braço direito e Joe sorriu envolvendo a cintura dela com os braços tendo todo o cuidado para não fazer movimentos bruscos que afetariam o braço esquerdo.

   - Nós vamos dar um jeito de ser gostoso para você. – Sempre era. Demi fechou os olhos para sentir os beijos que recebia no pescoço e o carinho nas costas nuas a arrepiou da cabeça aos pés.

   - Por que eu sempre tenho que ficar nua primeiro? – Perguntou sorrindo quando Joe abaixou a calça que ela vestia junto com a calcinha e a guiou para fora da cama para que pudesse terminar de despi-la.

   - Você ainda está de sutiã. – Joe sorriu a olhando enquanto se livrava do suéter. – Tira minha calça.

Primeiro ela o acariciou no abdômen deslizando as pontas dos dedos em cada pedacinho de pele estudando como o músculo era trabalhado e os pelinhos escuros um detalhe sexy e único. Os lábios foram selados acima do peito esquerdo e Demi levou as mãos para o peito de Joe para depois leva-las para o rosto dele tendo que erguer a cabeça para olha-lo nos olhos.

Os olhos dele eram lindos, de um verde puro e encantador. Demi umedeceu os lábios quando os dedos da mão esquerda foram cuidadosamente beijados. Ela queria fechar os olhos, mas não conseguia desviar o olhar do dele. O sorriso tímido nos lábios de Joe também a fez sorrir, e se esforçando para ficar na ponta dos pés, Demi conseguiu alcançar os lábios dele e sela-los.

O momento que compartilharam naquela manhã fortaleceu ainda mais o que um sentia pelo outro. Foram suspiros, beijos e tantos olhares marcantes. Quando se deitaram, aconteceu como sempre: Joe puxou a coberta pesada para sobre o corpo e fixou o olhar ao da namorada conforme se movia no interior dela que o abraçava apenas com o braço direito e não ousava em desviar o olhar do dele por nada.

   - Vai dormir? – Joe se ergueu para olhar Demi e sorriu porque ela estava deitada com a cabeça encostada no peito dele de olhos fechados e também deslizando a ponta dos dedos abaixo do umbigo brincando com os pelinhos que tinham ali.

   - Não, eu só estou pensando. – Disse e o beijou na peito logo se aninhando a ele da melhor forma que podia. – Se você fizer carinho no meu cabelo, eu vou dormir. – Ronronou manhosa quando sentiu os dedos dele acaricia-la no cabelo da nuca e atrás da orelha.

   - Dem, eu estava pensando. – Disse chamando a atenção dela que o olhou atentamente nos olhos. E foi tão bonito vê-la nua, com o cabelo um pouco bagunçado e lábios avermelhados olhá-lo com atenção com aqueles lindos olhos marrons. – Deus, eu amo suas sardas. – Sussurrou de cenho franzido fitando as sardas dela e acabou deslizando o dedo pela bochecha direita fazendo Demi sorrir lindamente só para ele.

   - Eu amo seus olhos. – Retribuiu o elogio e Joe sorriu sem jeito quando ela se ergueu com certo cuidado revelando os seios nus apenas para conseguir beijá-lo na boca.

   - Bem, eu estava pensando, linda. – Começou a dizer tocando a silhueta do corpo feminino com as mãos gostando de como as curvas eram perfeitas. – Que.. Eu não ainda não tenho um anel, nem uma casa e nem um carro, mas.. Acho que nós podemos dar o próximo passo. O que você acha, princesa? – Os dedos dele deslizavam com carinho na bochecha e no cabelo longo enquanto os olhos desfrutavam da beleza daquela mulher.

   - O que você está tentando dizer? – Demi perguntou sentindo o coração bater um pouquinho mais rápido.

   - Que eu quero que você seja minha esposa. – Ele sorriu de lado com o olhar surpreso dela. – Não é um pedido formal. Você quer casar comigo? – Demi se ergueu sorrindo, acariciou a bochecha de Joe e o beijou ternamente.

   - Quero. – Ela disse fitando os olhos dele sem conseguir parar de sorrir. – Quero tudo com você, meu amor.

   - Quero que você seja a mãe dos meus filhos. – Disse a deitando com cuidado. – Quero dormir todos os dias abraçado com você. – Joe sorriu quando roçou a ponta do nariz no de Demi que também sorriu acariciando o rosto dele com as mãos. – Fazer amor depois de um dia cansativo. Cuidar de você, gatinha.

   - Quantos filhos você quer ter, amor? – Ela perguntou o acolhendo entre as pernas e Joe se roçou a ela todo apaixonado.

   - A quantidade que nós pudermos. – Demi arqueou as sobrancelhas em surpresa, mas riu o ajudando a ficar da forma que ele queria. – Vamos encher a casa de crianças e vamos dar amor de sobra para todas elas. – Joe a abraçou por trás e como queria, colocou uma perna entre as de Demi e o guiou para o interior dela. – O que você acha, princesa? – Ele gemeu no ouvido dela quando começou a se mover devagar e quando Demi o olhou sobre o ombro, Joe a beijou na boca e acariciou os seios porque ela pediu.

   - Ficarei satisfeita com um casal com os seus traços, bebê. – Demi fechou os olhos levando a mão para apertar o antebraço de Joe até que os dedos envolveram os dele para que juntos pudessem acariciar o seio. – Eu te amo muito, querido. – Disse baixinho ainda de olhos fechados se entregando de corpo e alma ao momento.

   - Eu também amo você. – Ele a fez rir quando a beijou exageradamente e a abraçou apertado. – Hum, eu estou ficando um pouquinho cansado, nós podemos... – Demi arqueou uma sobrancelha quando o olhou. Ele estava corado e sem jeito.

   - Trocar de posição? ­– Perguntou e o beijou no queixo quando Joe assentiu todo corado. – Como você quer? – Sussurrou no ouvido dele logo o beijando no maxilar fazendo Joe sorrir de orelha a orelha. – Eu acho que o senhor não está cansado coisa nenhuma, Joseph. – O melhor de tudo era vê-lo sorrir envergonhado e todo corado. Ela tinha o expulsado do corpo e como Joe gostava, ficou: deitada de bruços. – Isso tudo é porque o senhor não tem coragem de falar que quer fazer amor comigo de quatro? ­– Demi riu alto e escondeu o rosto no travesseiro porque se ela fizesse muito barulho, Lucy abriria a porta do quarto a patadas para saber o que estava acontecendo, aí sim Joe ficaria mais vermelho de vergonha, quando acontecia, ele ficava todo sem jeito, puxava a coberta para se vestir e colocava a cadelinha para fora do quarto todo tímido.

   - Dem, você sabe que é a minha posição favorita. – Ela mostrou língua e ergueu o quadril quando Joe pegou um travesseiro para que ela pudesse empinar o bumbum para ele.

   - E por que você está demorando? – Perguntou Demi quando começou a sentir frio porque Joe nada fazia. – Joseph! – Ela franziu o cenho quando o olhou. Ele estava de joelhos fitando o corpo dela com atenção, e quando a olhou nos olhos, sorriu tímido.

   - Eu só estou admirando. – Disse um pouco corado, e Demi riu o achando fofo. – Não é fazer amor de quatro, é de bruços. – Resmungou puxando a coberta para as pernas quando ele se deitou cuidadosamente sobre ela.

   - Nós dois sabemos que você fica maluco quando eu fico de quatro. – Demi adorava pirraça-lo, e o resultado sempre era as bochechas de Joe coradas.

   - Na verdade, eu fico maluco quando estou com você. – Disse a beijando atrás da orelha e a penetrando. – Não importa a posição, se estamos fazendo amor ou não. – Demi sorriu de olhos fechados quando teve o couro cabeludo acariciado e logo as mãos de Joe estavam enlaçando os dedos aos dela. – Se estiver desconfortável, fala. – Não tinha muito o que fazer. Demi encostou a cabeça no travesseiro e se concentrou em sentir todo o prazer que recebia, moveu o corpo contra o dele algumas vezes e o chamou e ronronou fazendo jus ao apelido.

***

Tinha mulher mais bonita que a dele? Joe sorriu todo apaixonado quando a viu sair do closet, já que o tempo que eles passaram juntos namorando era o motivo para o segundo banho do dia. Vermelho era uma cor que combinava com o tom de pele rosado de Demi, e os lábios dela estavam cobertos por batom vermelho e o blazer carregava aquela cor.

   - Eu tenho a namorada mais linda do mundo. – Joe a encheu de beijinhos quando Demi se sentou no colo dele e o abraçou pelo pescoço. – Eu adorei a sua roupa. – Ele gostava de como Demi ficava poderosa calçando sapatos de salto principalmente quando ela vestia jeans colados. – E essa camisa.. Hum, acho que ela é minha. – Ele a tocou nos mamilos só para fazê-la sorrir.

   - Amor, essa camisa da Poison Ivy é tão linda, eu não pude resistir. – Demi sorriu amarelo e apertou as bochechas de Joe quando ele encostou a cabeça nos seios e a olhou com carinha de cachorrinho carente. – Eu posso usa-la? – Perguntou o acariciando nos pelinhos da barba até que Joe fechou os olhos e murmurou um sim a beijando na região dos seios para depois no queixo. – Eu nunca o vi usando essa camisa. – Comentou puxando as mechas de cabelo dele.

   - Eu ganhei do Derick, mas nunca tive coragem de usar. A estampa é muito sensual. – Ele disse fitando o desenho da vilã estampado na camisa que Demi vestia. – Ficou muito bom em você, gatinha. – Eles trocaram um beijo rápido para não borrar o batom de Demi e se olharam. – Amor, antes de vim para Nova York, eu prometi a Rose que iria a formatura dela. É já estamos em Novembro. – Comentou ainda a olhando e estudando a reação de Demi que apenas assentiu desviando o olhar do dele. – E eu acho que a minha família precisa conhecer a minha futura esposa, o que você acha? – Demi sorriu apenas porque achou fofa a forma que ele se referiu a ela como futura esposa. Quando o relacionamento chegava naquele ponto de conhecer a família, geralmente Demi ficava muito nervosa. Conhecer a família de Joe, principalmente depois que todos já sabiam sobre Jake, os vídeos e a profissão da mãe, era complicado.

   - Joe, é a formatura da Rose. Eu acho que não vou ser bem-vinda. – Comentou se sentando ao lado dele e Joe franziu o cenho.

  -  Dem, você conversa com a tia Laura todos os dias. Ela gosta de você e a vovó também. Eles vão recebe-la de braços abertos, amor. – Disse enlaçando os dedos aos dela. – Eu quero muito que você conheça onde eu cresci. Vai ser bom pra gente. E é importante pra mim, princesa. – Demi sabia que era. Conhecer o Texas a ajudaria entender muitos pontos da vida de Joe, e era o lugar onde ele cresceu, seria muito bom ouvir as histórias que Joe tinha para contar e imagina-las enquanto eles conheciam cada pedacinho da fazenda Jonas.

   - Você acha que é o momento certo? – Perguntou o olhando nos olhos. – Minha carta de demissão está dentro da minha bolsa, eu não sei o que vai acontecer a partir de hoje. Também vou conhecer a min.. minha família. Eu estou com medo das coisas não darem certo, Joe. É muita coisa para pouco tempo. E eu não posso falhar. Abrir um escritório não será fácil, conhecer as minhas irmãs também não. E se eu for péssima com a sua família, como nós vamos fazer? Eu nunca sai do estado, nunca estivesse numa fazenda, eu não sei o nome das coisas, não sei como poderei me entrosar com o seu pessoal, a Rose não gosta de mim, eu n..

   - Dem! Amor, você vai conhecer a fazenda comigo. Eu não vou te deixar passar apuros. E a vovó gosta de você, se ela não gostasse, seria outra história, mas ela gosta. Quando eu converso com ela, ela pergunta se você está bem, se eu estou cuidando bem de você. Acredite, quando a minha vó não gosta de uma pessoa, ela fica muito brava. – Ele sorriu ao se lembrar de como Clara tinha uma natureza forte e indomável. – E tem a tia Laura, ela é como uma mãe para todos, ela não vai deixar você passar apuros. – Joe esbarrou o ombro no de Demi e sorriu quando ela o olhou nos olhos já que estava cabisbaixa. – Vai ser incrível. E nós vamos de avião, não demora muito e você pode tomar um remédio para enjoo. – Ele enlaçou os dedos aos dela e para fazê-la sorrir, beijou-a na bochecha. – Você precisa descansar pelo menos algumas semanas. Quando nós voltarmos, pensamos como vamos abrir o seu escritório. E sobre hoje, aposto que você vai se divertir muito. Não precisa ficar nervosa. – Joe não sabia muito o que poderia dizer para Demi sobre ter irmãos porque ele não tinha nenhum, mas pela experiência com os primos, apostava que deveria ser uma relação interessante.

   - Você vai falar para sua avó que quer casar comigo? – Demi perguntou como uma criança tímida e Joe assentiu um pouco surpreso com a pergunta.

   - É claro que sim, mas acho que ela já suspeita. – Eles sorriram e Demi assentiu deitando a cabeça no ombro do namorado. O maior desafio naquele dia se dividia em dois. Levar a carta que estava dentro da bolsa sobre a poltrona à Gyllenhaal e ir a casa de Inácio as oito da noite para jantar.

   - Amor, nós vamos morar no meu apartamento? – Perguntou e Joe demorou um pouco para entender. – Eu acho que o espaço é bom para nós, só basta você largar de ser orgulhoso. – Demi sorriu arrumando a gravata de Joe e ele fez careta, mas sorriu.

   - Bem, eu vou trabalhar na TI da empresa, o salário é melhor. Nós podemos alugar uma casa. Tem a Lucy. – Disse e Demi assentiu pensando no que eles poderiam fazer depois do casamento. – Você quer uma festa grande? – Perguntou a olhando nos olhos.

   - Não. Eu não tenho muitos amigos, e não conheço muitas pessoas que eu convidaria para ir ao meu casamento. E você? Quer uma festa grande? – Perguntou brincando com a aliança de compromisso dele ainda o olhando nos olhos.

   - Também não. Minha família é grande, mas eu.. Eu não sei, só não quero nada exagerado. – Demi se lembrou de Inácio e das seis meninas. Bem, agora ela tinha uma família querendo ou não, e era muita gente.

   - Aqui ou no Texas? – Os dois se olharam um procurando a resposta nos olhos do outro. Estava claro que Demi preferia Nova York e Joe o Texas.

   - Bem, acho que é um detalhe que nós podemos discutir depois. – Disse um pouquinho nervoso e Demi assentiu se lembrando que nunca tinha perguntado a Joe se ele pretendia viver em Nova York porque ela não tinha outro lugar para ir e nem pensava em se mudar. Havia Selena e Demi jamais a deixaria. – Posso avisar para vovó que nós vamos para o Texas no final de semana? – Final de semana? Demi arregalou os olhos e engoliu em seco sentindo as bochechas ruborizarem.

   - Joseph. – Reclamou e ele franziu o cenho. – Eu pensei que nós teríamos mais tempo. – Murmurou já se sentindo nervosa. Era muita coisa acontecendo para uma mulher só administrar.

   - Dem, uma semana demora para passar. É o tempo suficiente para você se organizar. – Não, não era! Demi cerrou os olhos e já se preparava para dar uma bronca em Joe quando Lucy empurrou a porta do quarto, adentrou-o, espreguiçou-se e bocejou antes de se aproximar se esfregando nos donos. – Oi bebê do papai, você dormiu muito hoje! – Ah! Demi revirou os olhos e acariciou Lucy brevemente enquanto Joe brincava com a cadelinha a mimando e recebendo lambidas de Lucy.

   - Joseph. – Chamou-o porque ele ficava todo bobo quando estava com Lucy. – Nós ainda vamos conversar. – Ela teve que dar um tapa no braço dele para Joe olha-la. – Vem cá bebê da mamãe. – Bem, a situação se inverteu, enquanto Joe ficou com cara de poucos amigos, Demi brincou com Lucy com direito até da cadelinha rosnar para Joe quando ele tentou acaricia-la.

   - Vocês duas são chatas quando estão juntas. – Resmungou Joe se levantando, e Demi e Lucy nem perceberam já que estavam completamente alheias a ele. – Demetria, eu estou esperando na sala. – Murmurou mal humorado e quando Lucy o olhou e abandou o rabo, Joe cerrou os dentes. – E eu nem te conheço, sua ingrata. – Disse para a cadelinha logo saindo do quarto e Demi riu com gosto recebendo toda atenção de Lucy. Era fato. Lucy gostava mais de Demi do que de Joe, não importava o que ele fizesse, a cadelinha sempre preferia ficar nos braços de Demi.

   - Mais tarde a gente brinca, princesa. – Demi beijou as orelhinhas de Lucy e a acariciou no torso. Se ela não fosse logo atrás de Joe, ele continuaria mal humorado pelo resto do dia. Ela conhecia o homem que tinha. Pegando a bolsa, Demi sorriu para Lucy e saiu do quarto sendo seguida pela cadelinha que jurava que ela estava indo para cozinha.

   - Tem comida, água e um bônus para você, pequena ingrata. – Disse Joe a Lucy assim que voltou da cozinha. – Nada de aprontar, ouviu? Quero a senhorita longe dos meus sapatos. – Ele se agachou e sussurrou alguma coisa para Lucy logo a beijando no topo da cabeça. E Demi sorriu quando Lucy apoiou as patinhas nas coxas de Joe e se esfregou no peito dele. – Eu também amo você. O sofá é todo seu, só não vale mordê-lo. – Ele pegou Lucy nos braços como fazia quando ela era filhote, o que já ficava desproporcional por conta do tamanho de Lucy, e a deitou no sofá.

   - Ela cresceu rápido. – Comentou Joe sentindo falta de ter Lucy para atrapalha-lo abrir a porta do apartamento para ir para rua. A cadelinha nem se mexeu quando a porta foi destrancada. – O que nós vamos fazer, princesa? – Perguntou assim que trancou o apartamento e enlaçou os dedos aos direitos de Demi como eles sempre faziam quando saiam.

   - Nós temos que ir à Gyllenhaal entregar a minha carta, à barbearia cortar o seu cabelo, ao hospital trocar o meu curativo, passar para olhar um ponto que eu acho que é perfeito para o meu escritório, acho que é só isso. – Disse Demi pensativa enquanto Joe ainda processava onde eles iriam apertando o botão do elevador demoradamente.

   - Gyllenhaal, hospital, barbearia, ponto, tudo isso? – Perguntou de cenho franzido e Demi arqueou uma sobrancelha. – Dem, está nevando, é horrível resolver as coisas nesse tempo. – Disse baixinho adentrando o elevador, que tinha algumas pessoas, com a namorada.

   - Lembrei! Nós vamos visitar o seu velho novo emprego. – Ela disse e Joe choramingou a abraçando de lado. Lá fora nevava, e Joe tinha visto no jornal que eles não tinham boas perspectivas para o tempo para aquele dia, razão pela qual o rapaz usava sobretudo sobre o suéter que estava sobre a camisa social que escondia uma camisa de manga e uma regata. Era tanta roupa que ficava ruim para se movimentar, mas o aquecia. O ruim era não conseguir proteger as bochechas do frio. Quando chegaram ao hall do prédio, Joe engoliu em seco ao ver as pessoas lá fora conversando com direito a sair vapor da boca.

Para pegar um táxi, foi o velho clichê e sempre: uma interminável disputa e o trânsito congestionado. Eles até conseguiram um táxi na primeira tentativa, mas Joe ficou uma fera quando percebeu que o taxista olhava demais para Demi. Como era hábito, Joe ficou emburrado e Demi brava, mas não demorou muito para que os dois voltassem a agir normal já que as brigas não costumavam durar.

   - Demi, depois nós vamos onde? – Joe perguntou cansado. Finalmente tinham chegado a Gyllenhaal depois de ter que enfrentar a neve e atravessar a rua movimentada de carros.

   - Ao hospital e no caminho podemos ver o ponto que falei, depois no seu trabalho e por fim à barbearia. – Só restava para ele assentir seguindo Demi.

Caminhando diretamente para recepção, Demi perguntou por Marcus e depois de uma ligação para o então presidente da Gyllenhaal, ela conseguiu autorização para subir. Seria muito estranho passar a manhã e tarde longe daquele prédio. Demi gravou cada detalhe enquanto subia com Joe de elevador para a sala de Marcus. O que ela mais sentiria falta era de trabalhar com mulher incríveis. Juntas elas tinham conquistado o título de melhor departamento por duas vezes seguidas, e quem estava na frente liderando e organizando era Demi.

O costume era ter uma secretária para cuidar das atividades e compromissos do presidente, mas no lugar de uma moça bonita e bem produzida estava um rapaz educado e prestativo que anunciou a Marcus que Demi havia chegado.

    - Srta. Lovato, boa tarde. – Disse o irmão de Susan educadamente oferecendo a mão para que Demi a apertasse e logo olhou para Joe, também o cumprimentando com um aperto de mão. – Sentem-se. Que eu me lembre, a Srta. tem um atestado de quinze dias. – Disse Marcus e Demi assentiu envolvendo os dedos aos de Joe quando já estavam acomodados a poltrona. Ela odiava estar naquela sala e principalmente se sentar aquela mesa. Jason tinha sido morto ali, a poucos centímetros de onde ela estava. – Perdoe a indelicadeza, mas qual o motivo da visita? – Marcus perguntou a olhando nos olhos e Demi engoliu em seco. Ela estava começando a ficar nervosa e se questionando se era realmente o que queria. Não tinha como encontrar um emprego como aquele, e nem mesmo trabalhar por conta própria resultaria no mesmo pagamento da Gyllenhaal.

   - Eu.. Eu.. – As bochechas dela coraram e para acalma-la, Joe levou a mão livre para cobrir a de Demi que tinha os dedos enlaçados aos dele. – Eu pensei muito, e por motivos pessoais, estou pedindo demissão. – Certamente não era daquela forma que forma que Demi queria que acontecesse, talvez algo mais formal e com palavras mais arranjadas, mas não havia outra maneira de pedir demissão. – Esclareci melhor os meus motivos numa carta. – Abrir a bolsa não era nada complicado, e por conta da situação e dos dedos da mão esquerda lerdos porque ainda estavam em recuperação, deu trabalho para conseguir pegar o envelope e entrega-lo para Marcus.

   - Você tem certeza, Demi? Pense bem, você está numa posição boa para pouco tempo de carreira. Minha oferta é: pagarei vinte e cinco por centro há mais do seu salário. – Demi franziu o cenho e umedeceu os lábios desviando o olhar de Marcus. Receber há mais com o que ela planejava, seria ótimo e resolveria muitos problemas, só não a paz de espírito.

   - Não estou fazendo por dinheiro. – Disse sentindo as bochechas corarem. – Sobre os projetos que comecei, passo termina-los. Será o meu último trabalho para Gyllenhaal.

   - Entendo perfeitamente o motivo. O que você fará? – Ele estava assinando! Demi apertou mais os dedos aos de Joe e se perguntou novamente se ela estava fazendo o certo em pedir demissão.

   - Estou pensando em montar um escritório de Design. – Disse timidamente porque Marcus estava lendo a carta e o que intrigava era porque às vezes ele franzia o cenho, mas na maior parte do tempo estava indecifrável.

   - Bem, a Srta. está oficialmente demitida. – Aquilo deveria soar bem? Demi piscou algumas vezes, mas assentiu porque ela deveria se orgulhar da decisão que tinha tomado, e se não fosse algo bom, aprender com o erro. – Ainda estou considerando o atestado, então depois dessa prazo, você tem uma semana para terminar os projetos da empresa. – Uma semana era pouco! Demi queria discutir com Marcus sobre aquela péssima mania que ele tinha de querer construir o mundo em pouco tempo. As coisas não funcionavam daquele jeito! Ter criatividade era algo tão relativo e consequentemente dependente de uma série de fatores independentes que poderiam mudar o curso de tudo. – Quando o seu escritório estiver pronto, entre em contato, caso queira prestar serviço para Gyllenhaal. Nós podemos fazer um contrato. – Era melhor que nada. Demi assentiu e sem querer acabou fitando a estante onde haviam os livros que ela tinha encontrado as malditas fitas onde Jake escondia os vídeos de sexo com ela.

   - Obrigada pela compreensão. – Disse a Marcus quando o olhou ainda pensando nos maus bocados que tinha passado com Jake. – Nós já vamos. – Disse e Joe franziu o cenho, mas se levantou quando Demi o fez.

   - Seus direitos estão garantidos. Sucesso, Demi. – A sensação era espantosa e o medo de ficar desempregada pior, porém Demi se sentiu tão bem quando pensou que não teria mais nenhum laço com Jake. E em relação a Jason, ela tinha certeza que ele entendia.

***

   - Nada vale a paz da gente, Dem. – Comentou Joe. Desde que saíram da Gyllenhaal, Demi estava calada e pensativa. Ela tinha dito poucas palavras e Joe percebeu que ela estava emocionada quando eles saíram do prédio e Demi o olhou por algum tempo até que o frio a incomodou. – Meu sonho era trabalhar na Gyllenhaal, mas depois que comecei a trabalhar para o Steve, percebi que não importa a quantidade que ganhamos, é melhor trabalhar com pessoas de caráter e respeitosas a trabalhar num ambiente carregado de coisas ruins. – Joe tinha razão e Demi assentiu já se sentindo nervosa porque estavam em frente ao hospital onde ela tinha recebido os cuidados médicos depois que foi atacada por Mary e também era onde Anna estagiava.

   - Foi o primeiro emprego que eu exerci a minha profissão. – Ela disse o olhando. – Foi através do meu trabalho para Gyllenhaal que consegui comprar o meu apartamento. É importante para mim, entende? Aprendi muito com o Jason e sempre serei grata a ele e a Gyllenhaal por ter tido essa oportunidade.

   - Pense que agora é uma nova partida e que você tem a mim como suporte. – Demi riu alto e abraçou Joe de lado porque ela não poderia ter um namorado melhor.

   - Você é muito nerd, Joseph. – Disse e ele também riu a beijando exageradamente na bochecha.

   - Você está rindo, então é porque entendeu, então você também é muito nerd, Dem. – Demi não negou, envolveu o pescoço de Joe com os braços e o beijou na boca com muita paixão e carinho. – Bebezão, você é um amor. – Joe sorriu quando ela o beijou no queixo e o abraçou forte porque eles estavam sujeitos a neve que não parava de cair.

  - Quando nós chegarmos em casa, eu quero dormir agarrada com você. – Os dois sorriram e  trocaram apenas um rápido selinho. – O que você achou da localização do ponto? – Perguntou ainda distribuindo selinhos nos lábios dele.

   - Bem, é perto de casa. – O floco de neve derretendo na ponta do nariz de Joe foi o suficiente para que ele fizesse careta e guiasse Demi para dentro do hospital.

   - Eu estou nervosa, Joe. – Comentou segurando a mão dele e Joe a abraçou de lado.

   - Por qual motivo? – Perguntou e Demi mordeu o lábio inferior pensando no porque dela estar nervosa.

   - Porque provavelmente vou encontrar a Anna. – Disse se certificando que apenas Joe a ouviria.

   - Bem... – A vontade de Joe era de rir de como Demi ficou vermelha de vergonha quando eles toparam justamente com Anna. Não dava para disfarçar ou fingir que eles não tinham se encontrado. Foi quase um esbarrão e Demi e Anna ficaram cara a cara.

   - Demi, oi! – Disse Anna simpática como sempre e ficou claro que Demi estava sem jeito, mas mesmo assim cumprimentou a irmã com um tímido oi ainda corada. – Como você está? – O coração de Demi quase saiu pela boca e com Anna não foi diferente. Elas demoraram o tempo que acharam suficiente no abraço. Era o segundo abraço que trocavam, e não foi nada constrangedor, bem pelo contrário foi reconfortante e fez Demi sorrir.

   - Estou melhor. E você? – Disse Demi colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha e observou Anna trocar um breve aperto de mão com Joe para depois olhá-la com atenção.

   - Cansada, mas bem. – Elas sorriram mal conseguindo sustentar uma o olhar da outra. – Está tudo certo para hoje à noite? O papai está ansioso e as garotas estão malucas organizando o jantar. Isso é muito raro, geralmente elas não conseguem chegar, sem antes fazer uma guerra, num acordo que agrada a todas. – Demi riu imaginando o caos que deveria ser, e também se sentiu nervosa porque ela faria parte daquela família.

   - Está. – O que mais ela poderia dizer? Demi mordeu o lábio inferior e lutou para que as bochechas não corassem. Ela também evitou olhar para Joe, porque sabia que ele iria rir de como ela estava sem jeito e automaticamente acabaria mais corada. – Eu devo levar alguma coisa? – Perguntou fitando os olhos marrons de Anna que deu de ombros.

   - Está tudo sobre controle. Você tem algum tipo de alergia alimentar? – Perguntou e Demi franziu o cenho pensando. Dianna nunca tinha comentado a respeito e ela nunca havia passado por problema semelhante.

   - Eu acho que não. – Disse envergonhada.

   - Então está tudo certo. Vamos trocar esse curativo? – Anna era muito simpática e paciente. Segurando a mão de Joe, Demi acompanhou a irmã ao ambulatório mantendo uma conversa saudável e interessante sobre aquela época do ano. Não era nada demais, porém ajudava Demi a ficar mais calma e à vontade com a situação.

   - Está tudo bem? – Demi cerrou os olhos quando fitou os de Joe. E ele riu. Anna analisava o estado do braço e Demi nem mesmo tinha coragem de olhar para saber como estava, o que era divertido para Joe que achava engraçado como a namorada era apreensiva e medrosa.

   - Muito bem. No final da semana podemos tirar os curativos dos dedos. – Ah não! Aquilo era uma droga. Primeiro era choramingou, mas assentiu fazendo Joe e Anna rirem de como era manhosa.

   - Dói, ok? – Justificou-se e Joe a beijou brevemente na bochecha. – Passarei o natal bem? – Perguntou e Anna assentiu terminando o curativo concentrada.

   - O quadro não é grave. As feridas estão cicatrizando, agora só é cuidar. – Demi assentiu aliviada. Ela não entendia nada sobre área da saúde, quem a ajudava era Joe.

   - Eu pensei que iria doer e demorar um pouco mais. – Comentou quando percebeu que Anna já tinha terminado. Ela era realmente boa com o que fazia, tanto que o toque era leve e gentil. Demi só não sabia que Anna não trocava curativos, geralmente quem era responsável por aquela tarefa era um enfermeiro, mas a pedido do pai e porque queria ficar mais próxima, Anna o fazia.

   - Está tudo bem. – Quando Anna descartou as luvas e os demais itens que tinha utilizado, Demi aproveitou para sorrir para Joe. Ele estava quieto a deixando interagir naturalmente com a irmã. – Eu estou indo para casa, vocês querem carona?

   - Nós estamos indo para o Brooklyn, se você for passar por lá, tudo bem. – Disse Demi e Anna sorriu porque as bochechas de Demi coravam toda vez que elas conversavam até mesmo coisas simples.

   - Está nevando. – Para quebrar mais o gelo, Anna levou a mão ao ombro esquerdo de Demi e colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. – Não se preocupe com nada. – Elas se olharam nos olhos e Demi assentiu esboçando um pequeno sorriso. – Eu vou buscar as minhas coisas, podemos nos encontrar na recepção?

Demi revirou os olhos quando Anna seguiu caminho hospital a dentro e Joe começou a rir. O que ela podia fazer? Não tinha como agir normalmente perto alguém que ela pouco conhecia e ainda por cima era uma das seis irmãs. A situação era complicada e pegou todo mundo de surpresa.

   - Você é um bobo, Joseph. – Resmungou emburrada e para pirraça-la, Joe a abraçou por trás e a beijou na bochecha. – Me deixa Joseph. – Tornou a resmungar, mas Joe não a soltou.

   - Não, gatinha. – Quando a viu tentar esconder o sorriso, foi aí que Joe a abraçou com mais força para Demi o reclamar como sempre acontecia. – É que eu acho tão fofo você quando cora. – Comentou a abraçando de lado porque eles tinham chegado a recepção do hospital onde havia um movimento maior de pessoas. – Tudo que a Anna fala te deixa corada, é muito fofo amor. – Demi acabou cedendo quando abraçou Joe de lado e ela aproveitou para encostar a cabeça no peito largo descansando.

   - Mesmo assim, você não deveria rir de mim. – Ela não queria que Joe a visse sorrindo, mas aconteceu e discretamente Joe a beijou na boca. – Ela é tão educada e gentil, eu só fico sem jeito. – Disse o olhando os olhos e Joe sorriu encostando os lábios nos dela num selinho.

   - É normal, mas você vai acostumar. – Joe abraçou Demi contra o peito depois de beija-la na testa e minutos depois ele sorriu quando avistou Anna caminhando na direção dele. – Relaxa, ok? – Disse a Demi que o beijou na bochecha e de envolvida que ela estava, abraçou-o com força e fechou os olhos.

   - Vamos? – Joe sorriu para Anna que também sorriu quando Demi assentiu sem jeito fitando os próprios pés.

   - Você está aqui desde o começo da semana? – Perguntou Demi a irmã. Joe tinha razão, ela deveria relaxar e se enturmar como sempre fazia.

   - O meu plantão acabou há dois dias, mas tenho que vir para o hospital todos os dias. Agora que estamos no inverno, o hospital precisa de reforço para cuidar dos necessitados e dos demais casos. – Se acordar as sete quarenta era horrível, imagina acordar antes das seis? Ficar noites sem dormir e ainda ter que estudar à noite. Ainda mais naquele frio. Demi franziu o cenho quando olhou na direção da porta de vidro podendo ver a neve caindo continuamente. Demoraria para que o verão voltasse, e até lá, enfrentariam sensações térmicas baixas piores. As pessoas sofriam com o inverno, principalmente as que não tinham um teto e condições financeiras para conseguirem se manter. Havia casos de hipotermia e pessoas e animais morriam por conta da onda de frio. Era bom saber que Anna tinha um bom coração. Demi a observou e sentiu orgulho de ter como irmã uma mulher forte que ajudava as pessoas.

   - Anna? Já está de saída? – O que foi aquilo? A  voz soou grossa ao mesmo tempo que era suave. Era a primeira vez que Demi tinha visto o ar sério de Anna ser quebrado. Ela perdeu a postura de mulher decidida para a de uma garota apaixonada. Os olhos marrons só tinham foco nele e as bochechas estavam levemente coradas. Também não era para menos. O homem era tão bonito que quando teve a mão levemente apertada, Demi olhou para o lado e engoliu em seco porque Joe tinha arqueado uma sobrancelha a olhando.

Dr. Ricardo Harris, Pediatra. Era o que estava escrito no crachá de identificação preso no bolso do jaleco branco. Moreno e alto, mais alto que Joe. Olhos cor de mel suaves. O cabelo escuro era um charme penteado despojadamente. E o sorriso? Quando Ricardo sorriu, Demi olhou para Anna que ainda estava calada, mas logo piscou colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha.

   - Rick, oi! Eu estou de saída. – Disse um pouco atrapalhada e Joe e Demi perceberam que Anna estava realmente apaixonada, só Rick que parecia não perceber. Ela mostrava em todos os detalhes, desde a forma como o olhava a como agia. – Essa é minha irmã, Demi e o Joe, o namorado dela. Pessoal, esse é o Dr. Ricardo, meu orientador e supervisor de estágio. – O olhar que Anna tinha trocado com Demi explicava tudo. E era uma droga!

   - É um prazer conhece-los. – Rick era muito gentil e depois de cumprimenta-lo, Demi lançou um rápido olhar a Anna certificando-se que ela não parava de olha-lo admirada. – Você pode me enviar uma cópia atualizada da monografia ainda hoje? Nós podemos nos encontrar para discutir alguns pontos. – Anna mordeu o lábio inferior e olhou para Demi para depois para Rick. Havia meses que ela queria que aquele encontro acontecesse mesmo sendo completamente acadêmico.

   - Essa noite não vai dar, tenho um compromisso de família muito importante. Nós podemos marcar para depois de amanhã? Amanhã é o aniversário do meu pai. – Anna olhou para Demi que arqueou uma sobrancelha, e depois olhou para Rick. Pelo olhar dele, Anna soube que a resposta era negativa. Era um bom rapaz, mas interpretar os sinais de Rick era uma missão complicadíssima e deixava Anna confusa.

   - Não, tudo bem. Só me envie a cópia atualizada antes da meia noite. – Ele tinha apenas acenado se despedindo. Demi massageou o cenho porque ela conhecia aquele tipo que mandava indiretas, mas não tomava atitude. O pior tipo.

   - Nós podemos remarcar o jantar. – Disse Demi a Anna a tocando no ombro, e demorou um pouco para que a irmã desviasse o olhar de Rick para fitar os olhos de Demi.


   - Está tudo bem.  Anna não conseguiu esconder a frustração ainda olhando para Rick que conversava na recepção. – Hoje é a nossa noite. 


Continua... Oi! Tudo bem com vocês? Eu estou bem. Então, espero que vocês gostem do capítulo, acho que ele é o último da temporada, vou realmente dividir a fanfic em duas porque tem algumas coisas para acontecer e eu acho que ficará enorme se eu continuar trabalhando nessa temporada já que estamos no Capítulo 54. Sobre a próxima temporada, nós teremos mais foco na família da Demi e na do Joe, o escritório e no prólogo dessa fanfic.. Espero que vocês tenham gostado desse capítulo, particularmente, eu não curti muito, não consegui encher o capítulo com o cenário e elementos simples como gosto, mas espero que tenham gostado pelo menos um pouquinho kkkkk Até mais! Obrigada por todos os comentários, beijo para todas!

7 comentários:

  1. Amei amei amei, um capítulo simples porém estava bem ansiosa para saber da recuperação da Demi e como ficou a convivência dela com o Joe. Anna e Demi já estão se tornando uma sister's bem fofas amando essa aproximação delas, já quero ver com as outras. O Joe bem que poderia acompanhá-la no jantar, mas por outro lado entendo ele também. Já quero o próximo, posta logo pelo amor de Deus hehehe

    ResponderExcluir
  2. eu to muito ansiosa pqp a fic me prende cada vez mais. li o prologo fiquei em crise imaginando o que houve. mal posso esperar pela nova temporada

    ResponderExcluir
  3. Estou super ansiosa para ver a demi com as irmãs estou amando sua fic parabéns

    ResponderExcluir
  4. aaaaa to amando tanto a fic e tô muito ansiosa pra tudo que ainda vem!! posta logo bjsss

    ResponderExcluir
  5. Cadê o nosso presente Amandinha??? Kkkkk

    ResponderExcluir
  6. Heey!!! Voltei a ler fanfics e já estou amando as suas... Parabéns, vc escreve super bem!!
    Essa "Em busca do amor" está maravilhosa..
    Posta logo <2

    ResponderExcluir
  7. Eu amei o capítulo, relendo esse prólogo me deu um medinho pq to achando q foi o Joe passando mal de novo. Eu adorei essa interação da Anna c a Demi espero q todas elas se dêem bem. Estou ansiosa tanto quanto a Demi pra esse encontro c a Família Jonas. E esse médico heartbreaker aí hein kkkkkkkkkkk

    ResponderExcluir