Faltavam
vinte minutos! Vinte minutos para as seis! Desde as cinco Demi caminhava de dez
em dez minutos até a janela do escritório e espiava pelas brechas das persianas
se ele ainda estava lá. Nos três primeiros dez minutos Joe ainda trabalhava.
Ah! Ele ficava tão lindo sério e concentrado. Demi sorria o observando, sorte
era que estava sozinha no escritório, pois se Selena estivesse ali com ela.. Oh
Deus! Sel não iria parar de fazer piadinhas. Agora, faltando vinte minutos para
as seis ele não estava mais lá! Será que ele já estava esperando? Ela tinha
passado tanto tempo focada no trabalho que tinha perdido a hora, será? Salvou o
projeto e desligou o notebook. Mesmo faltando vinte minutos ela não conseguiria
continuar. Estava ansiosa demais para estar nos braços dele, poderia muito bem
terminar o trabalho em casa como tinha feito tantas vezes. Ela iria descer, mas
ao se lembrar do estado que o encontrou mais cedo preferiu se olhar no espelho
antes encontrá-lo. O cabelo castanho estava um pouco bagunçado com algumas
mechas fora do lugar e os lábios precisavam de batom. Até que não estava ruim,
mas mesmo assim Demi preferiu ir ao banheiro arrumar o cabelo e escovar os dentes
antes de passar o batom.
- Você já vai embora? – Ela sorriu mesmo com
a boca suja de creme dental. Aliás, não tinha como não sorrir para Selena. Ela
estava tão feliz por tudo estar bem entre elas.
- Vou. – Murmurou e Selena riu da fala
embolada. – Ei! – Ela sorriu envergonhada e secou o rosto na toalhinha que
sempre carregava na bolsa. – Você me seguiu Srta. Gomez? – Ela acabou fazendo
careta. Quem chamava Selena de Srta. Gomez era Jake.
- Eu estava curiosa para saber o porquê de
toda a pressa. – Disse Selena se recostando na pia do banheiro. – Você passou
tão rápido por mim que eu pensei que tinha acontecido alguma coisa.
- Juro que eu não te vi! – Justificou-se
secando a escova na toalha para guardá-la na bolsa. – O Joe está me esperando,
nós vamos embora juntos. – Agora era a vez do batom e ela tinha sorte de ter
pelo menos três tonalidades diferentes na bolsa.
- Está tudo explicado. – Sel colocou uma
mecha do cabelo atrás da orelha e se aproximou de Demi. – Aquele idiota não nos
deixou conversar. Como foi com o Joe essa tarde? – Perguntou começando a
pentear o cabelo da amiga quando ela lhe entregou um pente.
- Ah.. – Começou a dizer passando o batom. –
Namoramos um pouco. – Ela sorriu ao olhar para Selena. – E conversamos sobre a
minha mãe e o Jake. – As duas fizeram careta. Jake e Dianna eram sinônimos de
dor de cabeça. – Ele me disse que está apaixonado. – O sorriso nos lábios dela
era tão verdadeiro e feliz que Selena a abraçou calorosamente.
- Ele é perfeito para você, eu posso sentir.
– Disse e Demi assentiu ainda sorrindo. – O que você disse? – Perguntou voltando
a pentear o cabelo castanho.
- Que eu também estou apaixonada por ele. –
As bochechas coraram e o coração bateu um pouquinho mais rápido. – E que eu estou
apenas com ele. – Selena a olhou pelo reflexo do espelho e Demi revirou os
olhos. – Eu não tenho culpa! Foi ele quem me agarrou. – Defendeu-se e Sel
assentiu terminando de pentear o cabelo dela.
- O que você vai fazer Dem? – Perguntou
buscando pelo perfume dentro da bolsa.
- Eu vou contar para ele o que aconteceu
hoje no meu escritório. – Disse fazendo careta conforme Selena borrifava o
perfume em seu pulso e atrás da orelha. – Não passa muito. – Resmungou e finalmente
terminou com o batom.
- Vai contar que ele te beijou? – Demi
franziu o cenho, mas assentiu.
- Ele tentou te beijar? – Perguntou a
olhando e Sel desviou o olhar, porém assentiu desconfortável com a situação.
- O Ed está para matá-lo. Ele pensa em pedir
demissão, mas tem as crianças. Ele precisa do emprego. – Demi assentiu. Em
outras condições ela também pedir demissão, mas assim com Ed, ela precisava do
emprego.
- Eu amo essa empresa, mas não é a mesma
coisa sem o Jason. Ele faz muita falta. – Até o clima era diferente sem Jason.
Quando ainda vivo ele irradiava alegria por onde passava, todo o pessoal
gostava de tê-lo como chefe. Já com Jake as coisas eram diferentes. Ele era
intimidador e desagradável a ponto de assediar Selena e colocar Joe para limpar
o banheiro masculino.
- Eu tenho medo de como essa história vai
acabar Dem. – Disse Selena se olhando no espelho. – A polícia vai descobrir
quem matou o Jason, e se ele estiver envolvido? Muita coisa vai mudar. – Demi
assentiu pensando nas palavras de Selena. Jake poderia ser o pior canalha do
mundo, mas ela achava que aquela possibilidade era absurda demais até para ele.
- Está bom? – Perguntou caminhando para se
olhar no espelho que poderia se olhar dos pés a cabeça.
- Está linda. – Selena sorriu a olhando e
Demi sorriu de volta. – Você vai ficar no seu apartamento ou vai para o da sua
mãe? – Perguntou esperando que Demi pegasse a bolsa para que elas pudessem sair
juntas.
- Ainda estou pensando, mas acho que vou para
o apartamento dela. Eu realmente quero saber até quando ela vai ficar me
enganando. – Disse aquelas palavras com tanto desgosto. Mais uma vez Dianna
tinha a machucado, só que dessa vez estava doendo mais.
- Ah! Eu queria ficar com você essa noite. –
Demi a abraçou de lado e beijou-lhe exageradamente a bochecha.
- Eu queria dormir de conchinha com você de
novo. – Confessou manhosa e Selena riu. – Foi muito bom! Mas eu acho que se o
Ed souber que a gente está dormindo de conchinha ele vai ficar ainda mais bravo
comigo.
- Talvez. – Disse Selena rindo quando Demi
correu os dedos em sua barriga fazendo cócegas. – Ele está bravo com você, mas ele
se preocupa muito Dem. – Quando elas chegaram à sala principal do departamento
onde ficavam os mini-escritórios observaram Ed ainda trabalhando.
- Eu vou pedir desculpa, mas eu ainda não
estou preparada para levar uma senhora bronca. – Confessou e Selena a abraçou
por trás repousando a cabeça na curva do ombro da amiga.
- Você vai ouvir um sermão. – Disse e Demi
gemeu em desgosto. – Se você resolver dormir em casa me liga, nós precisamos
começar a planejar o seu aniversário, é na semana que vem. – As bochechas de
Demi ficaram tão coradas e ela assentiu tímida. Nem mesmo se lembrava de que já
estavam em Agosto e que naquele mês ela fazia aniversário. Selena sempre se
lembrava e fazia questão de comemorar.
- Tudo bem Sel. – Disse a olhando. – Eu vou
descer, o Joe já deve estar me esperando. – Faltavam cinco minutos para as seis
e ela estava começando a ficar nervosa para encontrá-lo. – Eu te amo muito,
muito e muito. – Demi se virou e abraçou Selena calorosamente.
- Eu também Dem. – Sel sorriu a olhando nos
olhos. – A gente se vê, qualquer coisa me liga, ok? – Elas trocaram olhares
amorosos e mais um abraço de urso. O que tinham era tão especial! Demi olhou
pelo menos duas vezes para trás enquanto caminhava para longe de Selena. Sorriu
e acenou. Selena era simplesmente a melhor amiga que uma mulher poderia ter.
Ainda feliz e nostálgica por se lembrar de todos os momentos felizes ao lado de
Sel, Demi adentrou ao elevador e esperou pacientemente que ele chegasse ao
térreo. Ela estava feliz por saber que encontraria Joe a esperando com aquele lindo
sorriso estampado no rosto. Estava tão apaixonada que se pudesse não faria nada
além de estar nos braços dele.
Quando
o elevador finalmente chegou ao térreo Demi sorriu ansiosa e caminhou pelo hall
sentindo o coração acelerar a cada segundo. Será que estava tudo nos conformes?
Ela não tinha exagerado no batom? A cada passo ela se aproximava mais da saída
do prédio e já podia vê-lo em pé. Ele era tão lindo! Demi não conseguia parar
de pensar em como ele ficava bonito sorrindo e corado. E aqueles olhos verdes
com aquele brilho inocente? O sorriso dos lábios de Demi sumiu quando ela a
viu. O que diabos ela fazia ali? E o principal: com ele? Mary distribuía
sorrisos encantadores e de onde estava podia ouvir a risada. Ora, ela não era
tímida? Demi revirou os olhos e a feição já não era mais alegre. Joe tinha
sorrisos e bochechas coradas para Mary. Aquilo não estava certo.
- Joseph. – Chamou-o quando se aproximou e a
conversa dos dois acabou. Ela queria ser irônica e fazê-lo ficar sem graça por
estar todo saidinho conversando com Mary, mas sabia que era demais.
- Oi Dem. – Joe sorriu para ela e Demi não
hesitou em revirar os olhos para ele. Ao menos um olhar feio ele merecia, não? Ela
levou a mão à cintura e olhou para Mary esboçando o seu melhor sorriso.
- Olá Demi. – Mary esboçou aquele sorrisinho
educado e Demi mordeu o lábio inferior se aproximando mais de Joseph. – Nós
estávamos conversando sobre você agora pouco. – Disse e Demi olhou de Mary para
Joe de sobrancelhas arqueadas.
- É mesmo? – Ela não queria ser irônica, mas
era inevitável!
- É. – Disse Mary umedecendo os lábios
entendendo o que estava acontecendo ali. – O Joe estava contando sobre a noite
que ele te salvou no beco escuro. – Completou e Demi assentiu sorrindo.
- E vocês estavam rindo? – Não seja ciumenta
e irônica! A consciência gritou. Deus! Ela não gostava de Mary nenhum
pouquinho. Aquela garota inocente não a enganava, tinha alguma coisa muito
falsa e estranha com Mary. Ninguém era sorridente e feliz como ela era.
- Não! Claro que não. – Apressou-se Mary e
Joe franziu o cenho sem entender o porquê de Demi estar tão estranha. – Joe, eu
já vou. – O sangue de Demi ferveu quando Mary pôs-se na ponta dos pés para
conseguir beijar a bochecha do SEU Joe. Só ela poderia chamá-lo de Joe! –
Quando eu chegar em casa eu vou responder os seus emails. Nós realmente temos
que marcar para reler Morte em Família, vai ser muito divertido. – Demi estava
boquiaberta. Desde quando Mary gostava das histórias do Batman? Era o SEU herói
favorito e o SEU Joe. Ela iria passar mal. – Demi. – Mary apenas a olhou sem
sorrisos e virou as costas. UAU.
- Você demorou gatinha. – Ora. Agora ele sorria para ela? Demi desviou o olhar de
Joe e respirou fundo algumas vezes. Ela não teria um ataque de ciúmes. Não
teria! Não era necessário fazer um show por causa de uma garota. Ou era? Mary
tinha o beijado! Demi umedeceu os lábios e forçou um sorriso para Joe.
- Eu estava conversando com a Sel. – Disse
enlaçando os dedos aos dele e em troca Joe deu um rápido selinho nos lábios
dela. – São seis e cinco, não demorei muito. – Disse assim que conferiu a hora
no celular.
- Ah! Eu acho que tem um tempinho que estou
te esperando. – Demi sorriu quando ele a olhou apaixonado. – Senti saudade. – Disse
corado. Ele era simplesmente fofo. Joe sorriu tímido, desviou o olhar do dela e
logo voltou a olhá-la.
- Eu também senti saudade amor. – Eles pararam de caminhar quando
Demi abraçou Joe pelo pescoço e olhou para cima. Ele era tão alto e mesmo
usando salto ela ficava pequenina perto dele. Sorriam um para o outro e os
sorrisos se alargaram quando o vento bagunçou o cabelo castanho de Demi e Joe
arrumou as mechas que caiam sobre os olhos dela atrás da orelha.
- Você é tão linda baixinha. – Ele acariciou
a maçã da bochecha com o polegar e curvou-se para beijá-la, mas ele acabou
fazendo como os casais de filmes românticos: roçou o nariz ao dela num beijinho
de esquimó e finalmente a beijou na boca cercando o corpo dela com os braços. –
Está ficando frio. – Ele disse quando Demi o abraçou repousando a cabeça no
peito. – Não está com frio? – Perguntou quando ela o olhou com aqueles olhos
marrons bonitos.
- Um pouquinho. – Demi se sentiu mal por ter
ficado irritada com ele. Joe era inocente e com certeza não era um canalha que
iria traí-la. Se tinha alguém que era culpada era Mary. Prova da inocência de
Joe era como ele continuava agindo normalmente e tinha a envolvido com a
jaqueta dele.
- Agora você vai ficar quentinha. – Ele
disse a abraçando de lado e Demi sorriu o olhando. Ele ficava bonito com o
cabelo levemente bagunçado. – Como foi no escritório? – Ele perguntou olhando
para os lados para que pudessem atravessar a rua.
- A Sel me ajudou com o projeto, estou quase
terminando. – Graças aos detalhes que Selena tinha modificado o projeto estava
ficando fantástico e Demi tinha certeza que o público iria adorar.
- O Jake perturbou muito? – Ele perguntou a
olhando e Demi engoliu em seco, desfez o abraço e respirou fundo. Caramba, ela
estava encrencada.
- Ah, você sabe como ele é insistente e
chato. – Murmurou sem jeito e Joe riu, mas franziu o cenho quando percebeu que
não era só aquilo o que Demi tinha a dizer. – Ele me beijou. – Disse o olhando
nos olhos. Ele não parecia feliz. – Eu não pude fazer nada. – Tornou a murmurar
se sentindo péssima.
- Por que você só está me contando agora? –
Ele disse minutos depois.
- Por que a gente só está falando sobre isso
agora? – Ela forçou um sorriso, mas Joe a olhou tão feio que Demi preferiu
olhar o movimento da rua que como sempre estava lotada de pessoas e carros.
- Você não terminou com ele? – Perguntou
sustentando o olhar dela e Demi balançou a cabeça em negação. – Isso complica
as coisas. – Ele disse coçando o cabelo da nuca. – É claro que ele vai te
beijar, ele pensa que vocês estão juntos. – Demi respirou fundo e parou de
caminhar.
- Joseph, não funciona assim! Nós estávamos tratando
de assuntos da empresa, e eu não vou levar os meus assuntos pessoais para a
Gyllenhaal, é antiprofissional. – Tentou se explicar e Joe arqueou as sobrancelhas
e esboçou um sorriso tão irônico quanto o dela quando mais cedo.
- Ele te beijou! E foi dentro do seu
escritório enquanto vocês tratavam de
assuntos da empresa. – Ele disse fazendo aspas no ar quando disse tratavam e
Demi cerrou os olhos não acreditando naquela situação. – E você já levou os
seus assuntos pessoais para empresa Demi. A gente passou boa parte da tarde na
reprografia, isso é bem pessoal, você não acha? – Ela revirou os olhos com
tanta vontade. – Eu não gosto desse cara e eu não o quero perto de você! –
Finalmente disse emburrado e Demi balançou a cabeça em negação.
- E eu não quero aquela ridic.. A Mary perto
de você! – Ela estava louca para jogar aquilo na cara dele. – Ou você acha que
eu não vi a forma como vocês estavam conversando? Nós realmente temos que marcar para reler Morte em Família, vai ser
muito divertido. – Ela gesticulava as mãos imitando Mary e quando terminou
teve vontade de esbofetear o homem a sua frente. – Tão bonitinhos trocando
sorrisinhos. – Ela poderia ganhar o prêmio de melhor pessoa irônica. – Eu não
gosto dela! Ela está louca por uma oportunidade para te fisgar e você não perceberia
nem mesmo se ela desenhasse! – Ela tinha dito tão alto que algumas pessoas que
estavam passando os olharam e Joseph ficou vermelho de vergonha.
- Nós somos apenas amigos. – Ele murmurou e
Demi sorriu balançando a cabeça.
- Desde quando amigos se beijam? – Os olhos
dela carregavam tanta magoa. Lembrar-se daquele dia partia o coração de Demi. –
Vocês se beijaram! É óbvio que vocês não são apenas amigos. – Ela arrumou a
bolsa no ombro e franziu o cenho quando olhou para Joe.
- Ela me beijou! E nem foi um beijo de
verdade, foi só um selinho. – Ele disse envergonhado. – Não existe nada entre a
gente, nós somos realmente apenas amigos. – Ele tentou se aproximar, mas Demi
deu um passo para trás. – Dem, é sério, nós somos apenas amigos, nem tocamos no
assunto do beijo. – Tentou se explicar e Demi mordeu o lábio inferior colocando
uma mecha do cabelo atrás da orelha. – A gente só conversa sobre quadrinhos,
não tem nada demais. – Ela precisou de alguns minutos para pensar no que faria.
Eles só estavam começando aquele relacionamento e já estavam brigando.
- Olha, eu não quero brigar. – Disse
finalmente o olhando nos olhos. – Eu só não gosto dela porque eu sei que ela
quer ficar com você. – Joe franziu o cenho e Demi assentiu. – E eu sei que você
não gosta do Jake. Joe, eu não quero mais ficar com ele, mas é complicado,
preciso de um tempo para pensar no que vou fazer. – Joe adentrou os bolsos da
calça com as mãos e assentiu sério. – É uma situação delicada e eu juro que
estou fazendo o melhor que posso para evitar os toques dele.
- Eu não gosto dele. – Tornou a dizer. – Não
gosto mesmo e eu o quero o mais longe possível de você. – Ele estava tão sério
que chegava a ser sexy. – Eu não vou responder por mim caso ele tente fazer
alguma coisa, aquele cara é um idiota e eu não gosto dele. – Demi riu. Ele era
fofo até com ciúme! As bochechas levemente coradas e o cenho franzido. Ela o
abraçou e riu o olhando.
- Não precisa repetir que você não gosta
dele amor. Eu já sei, ok? – Ela o
beijou no peito e sorriu quando Joe a abraçou com força. – Eu também não gosto
da Mary e quero que ela fique o mais longe possível de você. – Por mais que
estivesse brincando por imitá-lo, Demi falava sério. – Não gosto nenhum
pouquinho. – Ela suspirou quando Joe a beijou na boca a segurando gentilmente
pela cintura.
- Eu já sei que você não gosta dela gatinha. – Ela queria mordê-lo e fazer
tantas coisas inapropriadas com ele. Abraçou-o de lado e lançou alguns olhares
feios as mulheres que o olhava. Joe era bonito demais e chamava a atenção
feminina. – O Ed insistia que eu tinha que esquecer você, por isso que ele me
apresentou a Mary. Eu nem sei por que ela me beijou naquela noite, sempre
deixei claro que éramos apenas amigos e que eu gostava de você. – Demi assentiu
pensativa. De certa forma a culpa era dela por ter escolhido Jake a Joe.
- Eu me lembro de que você a abraçou e
comprou sorvete para ela. – Disse a contra gosto e Joe franziu o cenho. – Você
gosta dela? – Perguntou intrigada conforme ela se lembrava daquela noite.
- Demi! Eu não gosto dela, eu gosto de você.
– Disse a olhando. – Gosto só de você! – Ele disse como se fosse óbvio e Demi
murmurou alguma coisa que ele não entendeu.
- Se você comprar sorvete para ela de novo
eu vou ficar muito brava. – Disse o olhando e Joe assentiu prontamente. –
Aliás, se você comprar sorvete para qualquer outra garota eu vou ficar muito
brava Joseph. – Ele tornou a assentir e Demi gemeu manhosa o beijando no peito.
– Você só pode comprar sorvete para mim ou para a Sel. A Selena é a única
mulher que eu confio no mundo, ela nunca vai me trair. – Que conversa estranha
era aquela sobre sorvete? Joe sabia que era melhor assentir a contrariá-la. Ele
não sabia lhe dar muito bem com mulheres bravas, quando Clara ficava nervosa a
vida dele virava uma verdadeira confusão. E olha que Clara era apenas a avó.
- Eu costumo comprar sorvete para a minha
prima. – Ele disse já pensando em como Rose ficaria histérica de raiva quando
descobrisse que ele tinha alguém. – É apenas a minha priminha, nós somos como
irmãos. – Disse quando ela o olhou feio.
- Tudo bem. – Ela não poderia proibi-lo de
interagir com a família, poderia? Claro que não! Seria totalmente estúpido e
ela só tinha ciúme de mulheres que afetavam diretamente a sua relação. – Eu acho
que vou para o apartamento da minha mãe. – Disse assim que notou que estava em
frente ao prédio que morava.
- Eu te levo lá, tudo bem? – Demi enlaçou os
dedos aos dele enquanto fitava o prédio que morava.
- Você se alimentou bem hoje? Eu não quero
que você passe mal por culpa minha. – Ela tinha ficado tão traumatizada quando
ele passou mal dias atrás enquanto caminhavam para casa.
- Não vou desmaiar, me sinto bem e me
alimentei no horário certo. – Demi assentiu o olhando. Ela não se sentia à vontade
com a ideia de caminhar sozinha mesmo nas ruas movimentadas de Nova York, não
quando sabia que aquele bandido nojento estava à solta e a machucaria caso a
encontrasse.
- Joe, que dia é o seu aniversário? –
Perguntou alguns minutos depois quebrando o silencio. Se eles iriam ficar
juntos ela precisava saber daqueles pequenos detalhes.
- Quinze de Agosto. – Ele sorriu amarelo
quando ela o olhou de olhos arregalados.
- O seu aniversário é em dois dias e você
não disse nada?! – Demi revirou os olhos. Joe poderia ser um amor, mas ainda
era um homem que não se importava com aquele tipo de coisa!
- O que eu iria dizer? – Ele disse arqueando
as sobrancelhas e Demi mostrou língua. – E o seu aniversário? – Perguntou e ela
sorriu animada.
- Vinte de Agosto. – Não era uma data que
costumava ser feliz, mas de certa forma Demi estava animada com a ideia de
passar o aniversário com Joe, Selena e Ed. – A sua cor favorita? – Perguntou.
- Verde. E a sua?
- Não se pergunta qual a cor favorita de uma
Designer amor. – Ele precisaria fazer
uma nota daquele pequeno detalhe. – Mas eu gosto muito de rosa e roxo. – Rosa e
roxo. Ele se lembraria. – Sua banda favorita?
- Eu não sei, não tenho uma banda favorita.
– Por que ela precisava saber aquele tanto de coisa? Joe franziu o cenho
pensando que ele precisava conversar com Ed sobre garotas. Tinha um monte de
cosias que ele precisava saber... – Acho que Aerosmith, Pink Floyd ou Guns. – Eram
as únicas bandas que ele conseguia pensar.
- Não gosta do Michael Jackson? – Perguntou
curiosa e Joe assentiu. – Ele é o meu cantor favorito. – Disse orgulhosa e Joe
sorriu. Ela era linda e tagarela. – Eu quase morri quando ele morreu, se não
fosse a Sel eu ainda estaria deprimida. – Foram meses difíceis e Dianna tinha
ficado tão brava por saber que a filha não queria nem mesmo ir à escola.
- Eu não sei onde é o apartamento da sua
mãe. – Disse sem saber se virava à esquerda ou à direita. E então Demi disse
que eles deveriam virar à esquerda.
- Essa é definitivamente a melhor padaria de
Manhattan. – Ela apontou discretamente para a Rocco’s assim que eles passaram pela
padaria. – Se você quiser alguma massa integral os meninos com certeza terão.
Eles cozinham muito bem. – Joe a analisou e arqueou as sobrancelhas a olhando.
- Estou de olho nesses meninos. – Disse
enciumado e Demi sorriu o abraçando de lado.
- O que você quer fazer no seu aniversário?
– Perguntou fitando o céu já escuro e carregado de estrelas brilhantes. A noite
em Nova York era tão fantástica.
- Eu não sei, ano passado a vovó fez uma
torta integral e os meus primos cantaram parabéns. – Comentou se lembrando de
como ele tinha ficado vermelho de vergonha quando os primos começaram a cantar
a parte do “Com quem será, com quem será, com quem será que o Joseph vai
casar?”. – Foi muito.. muito constrangedor. – Demi riu o olhando, ele estava
vermelho. – Talvez a gente possa fazer alguma coisa legal, passear ou apenas
ficar juntos. Acho que estaria de bom tamanho. – Ele se curvou para ajudá-la a
beijá-lo quando ela tentou sem muito sucesso. – E você? O que quer fazer no seu
aniversário? – Perguntou por que sabia que Demi com certeza tinha alguma coisa
planejada, ela era uma mulher e mulheres adoravam festejar e todas aquelas
coisas.
- Eu não gosto de comemorar o meu
aniversário. – Disse pensativa. – Não tenho boas lembranças dessa data. Quando
eu era pequena a minha mãe sempre ficava mais agressiva exatamente nesse dia,
acho que se não fosse a vovó eu apanharia mais que o normal no meu próprio
aniversário. – Dianna ficava impossível e conforme os anos se passavam Demi
tinha aprendido que era melhor sumir da vista da mãe a implorar para que elas
comemorassem juntas. – Quando eu conheci a Sel nos passamos a comemorar juntas.
A tia Mandy fazia uma torta e a gente comemorava: eu, a Sel e os pais dela. Era
divertido. Ano passado nós fizemos a torta, mas eu e a Sel passamos à noite na
balada. – Até a forma que Demi contava sobre o aniversário era triste. E
realmente era. Uma criança apanhar no dia do próprio aniversário? Era
deprimente e absurdo.
- A gente vai fazer alguma coisa bem legal.
– Ele disse sorrindo para ela. Ele não gostava de comemorar porque não tinha
costume, mas por Demi estava disposto a fazer de tudo para vê-la sorrir.
- Nós chegamos. – Ela preferiu mudar de assunto.
Pensar no aniversário a fazia lembrar que Dianna não a amava e que ela era
fruto de um crime bárbaro. Sem contar todas as lembranças terríveis da infância
que tinham acontecido exatamente naquela data.
- Tem certeza que quer ficar aqui? – Joe
perguntou a acariciando no rosto e Demi assentiu de olhos fechados gostando de sentir
o carinho que ele fazia.
- Eu preciso fazer isso. – Ela beijou os
dedos dele quando Joe lhe acariciou o lábio. – Obrigada por me trazer aqui, eu
não conseguiria sem você.
- Eu não vou deixar nada de mal acontecer
com você. – Ele repetiu aquela promessa e Demi sorriu.
- Tenha cuidado no caminho para casa, ok? – Ela
levou as mãos ao rosto dele quando Joe se curvou para beijá-la. Podia passar
toda a noite o beijando daquela forma apaixonada e lenta. A sensação de estar
nos braços de Joe era tão pura e diferente de tudo que Demi já tinha vivido.
Ele era especial e a fazia se sentir viva e amada.
- Tudo bem. – Ele a beijou na testa e a
olhou nos olhos. – Me liga se precisar, não importa o horário. E se precisar eu
venho te buscar. – Demi assentiu e o beijou delicadamente.
- Boa noite Joe. – Ela sorriu e o beijou na
bochecha.
- Boa noite ga..gatinha. – Céus! Ele corou e gaguejou e foi definitivamente
fofo. Demi acenou e ele começou a caminhar ainda a olhando.
Alguns
minutos depois e ela finalmente subiu para o andar do apartamento da mãe de
elevador. Não sabia se estava preparada psicologicamente para o teatro de
Dianna, mas teria que enfrentá-la e participar daquele jogo. – Ok, você
consegue. – Disse baixinho enquanto procurava a chave do apartamento. Era só
fingir como Dianna fingia. Ela não sabia como aquela história acabaria, mas
mostraria para aquela mulher repugnante e Jake que ela não era uma menina
manipulável. Por alguns segundos Demi cogitou a possibilidade de bater à porta,
pois a chave parecia estar se escondendo dentro da bolsa, mas ela a achou e
destrancou a porta do apartamento. Tudo estava em silêncio. E era muito cedo
para alguém estar dormindo até mesmo para Dianna que sempre dizia que dormir
fazia bem para a beleza de uma mulher. – Mãe? – Chamou conforme adentrava o
apartamento e nada. – Mãe? – Demi ouviu uma movimentação estranha vinda do
quarto de Dianna e resolveu bater à porta. Houve alguns múrmuros e ela franziu
o cenho ao ver uma peça de roupa jogada perto da porta. Era uma gravata? Antes
mesmo que pudesse identificar o que era aquela peça Dianna abriu a porta
vestindo nada mais que um robe de seda preto.
- Demetria! Você não avisou que viria. – Ah
não! Demi sentiu as bochechas corarem bruscamente quando ela percebeu o que
estava acontecendo.
- Você está com um cara? – Perguntou sem
rodeios. – Eu pensei que você não fazia mais isso. – Murmurou completamente
desconfortável. Era como acontecia quando ela era pequena, só faltava Dianna
gritar e agredi-la. Chegar da escola e encontrar um homem diferente em casa era
confuso.
- Eu preciso de dinheiro. – Defendeu-se e
Demi se sentiu terrivelmente enjoada.
- Se você precisava de dinheiro era só me
pedir. – Disse chateada. – Não precisava fazer isso. – Ela odiava toda aquela situação e a decisão de Dianna de
continuar se prostituindo.
- É graças a isso que você teve o que comer, vestir e um teto para morar. –
Dianna a puxou pelo braço em direção à sala. Não importava o que Demi pensava,
ela sempre teria orgulho do trabalho.
- Não
por opção. – Ela falava baixinho, pois sabia que a mãe ficaria nervosa caso ela
estragasse as coisas. – Olha, eu vou
para o meu apartamento. – Era melhor ficar longe a discutir com Dianna. Não
seria bom para ninguém.
- É melhor. – Demi a olhou claramente
decepcionada, mas o que ela queria? Era Dianna! Ela nunca iria mudar. Sempre
teria aquela sede insaciável por luxo, era a única explicação. As contas
estavam pagas e tinha comida nos armários, Demi nunca a deixaria passar
privações. Quando saiu daquele apartamento se sentindo como a velha menina
indefesa, Demi discou o número de Joe e pediu que ele a esperasse. Só nos
braços dele ela se sentiria bem e segura.
- Era a Demi? – Dianna fechou a porta do
quarto e desfez o laço do robe se despindo.
- Ela já foi. – Disse quando estava
completamente nua. Jake não estava diferente dela. Estava nu e esparramado na
cama.
- Seria fantástico se ela se juntasse a nós.
– Ele disse sorrindo mostrando suas covinhas e lançando o seu melhor olhar
safado quando Dianna se deitou na cama.
- Não diga besteiras. – Ela franziu o cenho
e o acertou com um tapa quando Jake cobriu o corpo dela com o dele. – Você vai
deixá-la em paz? – Perguntou quando ele começou a beijá-la no pescoço. – Ela não
sabe de nada Jake. – Dianna odiava quando Jake esboçava aquele sorriso esperto
e balançava a cabeça assentindo negativamente.
- A sua filha é uma mulher linda. – Ele disse
e a mordeu na orelha. – E deliciosa. Eu não preciso pagar para fodê-la Dianna. –
Jake sorriu segurando as mãos de Dianna um pouco acima da cabeça dela. – A
única coisa que eu quero com ela é sexo. – O corpo se encaixou ao dela e ele a
beijou ferozmente. – E o nosso relacionamento só acaba quando eu disser que
acabou.
Continua... Oiiiii! Tudo bem com vocês? Acho que esse foi o capítulo dessa fanfic que eu escrevi mais rápido! Comecei ontem e terminei de madrugada, espero que gostem. Resolvi fazer uma segunda parte porque achei que o Capítulo 28 ficou incompleto, sem contar que vocês precisavam saber o que aconteceu entre o Joe e a Mary - Obrigada Brunna por me lembrar ;* - Então está aí. Espero que gostem, ainda tem muita coisa para acontecer nessa fanfic! E sim, eu vou responder cada comentário!!! Fiquem espertas, tem muito spoiler nas minhas respostas hehehe Beijo e muito obrigada pelas visualizações e os comentários!