24.4.16

Capítulo 12 - Entrevista


   - Deus! Esses homens são reais? – Irmãos Rocco’s! Eram tão lindos que Selena e muito menos Demi deixava de olhá-los o tempo todo enquanto aguardavam os pães. – Eu poderia apertar esse bumbum à noite todinha. – Demi riu com o comentário de Selena que chegava morder o lábio inferior secando Mike, o mais velho, carregar uma forma pesada no ombro esquerdo. Ela tinha que admitir, ele era um paraíso em forma de homem.. Os músculos dos braços fortes se ressaltavam conforme o rapaz golpeava a massa, a expressão séria e sexy. E aquela boca bonita e bem desenhada? De qualquer lugar da padaria era possível ver Mike trabalhando, pois metade da parede era de vidro, e na opinião de Demi aquela ideia tinha sido fantástica! Não tinha coisa melhor que acordar cedo para trabalhar, comer as delicias da Rocco’s e assistir de camarote o maior gato de Nova York trabalhar!

   - Olha como ele é sexy, Sel. – Demi mordeu o lábio inferior e estreitou os olhos quando Mikey pegou o rolo para abrir a massa.. Deus! Aqueles braços fortes, a camisa preta colada, o avental branco agarrado ao corpo forte.. E o movimento que ele fazia deslizando o rolo sobre a massa e o voltando para a posição de origem...

   - Literalmente sexy. – Selena riu do jeito que Demi olhava para Mike e acabou por abraçá-la de lado com as duas rindo. – Bom humor pela manhã é fundamental Demetria. – Demi assentiu se encolhendo nos braços de Selena quando ela a abraçou por trás.

   - Não só pela manhã Senhorita Gomez.. Tenho dó do Ed, você pega pesado com ele. – Demi revirou os olhos quando Selena revirou os dela, mas não deu nem tempo da amiga revidar já que o Rocco mais novo e fofo, Johnny, entregou o saco de pães para Demi esboçando um sorriso lindo.

   - Obrigado garotas, bom dia. – As bochechas das duas amigas estavam levemente avermelhadas tudo por conta do sorriso de Johnny e aqueles belos olhos castanhos!

   - Deus! Ele é tão lindo! – Demi assentiu ainda corada. Ir aquela padaria era uma tortura que só! – E o Mike? Você topa sequestrá-los? – Só Selena para ter aquele tipo de ideia. Demi riu concordando e agarrou o braço da amiga com o dela e juntas elas caminharam até o carro do outro lado da rua a longos passos já que chuviscava naquela manhã.

   - Acho que hoje vai chover. – Comentou Demi ajeitando o saco de pães no colo junto a bolsa. – Vamos caminhar no Central Park depois do trabalho? – Selena franziu o cenho e deu partida no carro.

   - Nós iríamos ontem. – Demi revirou os olhos buscando pelo celular na bolsa. No dia passado elas tinham combinado de caminhar no Central Park, mas Demi havia jantado com Jake. Mais uma noite. – Ao menos você visitou o Joseph? – Perguntou Selena. Demi franziu o cenho e fitou as gotas de chuva se chocarem com o para-brisa. Na noite passada tinha sido a segunda vez que ela havia prometido a Joseph que iria visitá-lo e mais uma vez, bem, ela jantou com Jake.

   - Sel. Não pude visitá-lo. – Disse Demi logo mordendo o lábio inferior e colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. Gesto típico de quando ela estava nervosa. – Mas eu liguei, ele está bem. Ontem ele foi ao hospital pela manhã tomar insulina e verificar a pressão. – Demi olhou discretamente para Selena como uma criança que carregava muita culpa, ela só não esperava encontrar o olhar de Selena sobre si.

   - Dem, você não acha que está indo muito rápido com o Jake? – A pergunta pegou Demi desprevenida, ora, ela gostava de Jake, ele a fazia se sentir bem e dava tanta atenção e carinho a ela. – Vocês transaram? – Selena perguntou desviando a atenção do trânsito para fitar Demi brevemente.

   - Não Selena, nós não transamos. – Resmungou Demi mal-humorada. – Desculpe, eu só quero tentar, ok? Ele é uma boa pessoa e gosta de mim. Não há nada de errado nisso. E eu já cansei, sabe? Eu preciso encontrar alguém, o tempo está passando, e eu estou ficando velha. O Jake é diferente, eu posso sentir. – Selena arqueou as sobrancelhas e só não encarou Demi porque estava dirigindo.

   - Dem? Você só tem vinte e dois anos! – Disse como se fosse óbvio. – Ainda vai acontecer muita coisa na sua vida, muita coisa mesmo! – Selena forçou um sorriso na tentativa de amenizar o clima chato que se formou entre elas. – O Jake parece ser legal, mas ele não parece ser esse alguém.. – Demi franziu o cenho e preferiu não argumentar com Selena. Ele gostava dela, e ela também gostava dele. O que importava? Selena só era protetora demais, e ela não era uma criança, estava longe de ser uma por mais que ultimamente se sentia como uma com todos aqueles sentimentos a consumindo e a torturando. A chuva lá fora estava longe de estar fraca, os pingos engrossaram de um segundo para o outro e o barulho deles preenchia o silêncio dentro do carro. Demi franziu o cenho e encostou a cabeça no vidro embaçado da janela da porta do carro fitando uma gotícula rolar e se juntar a outra. Tudo bem, Jake não poderia ser essa pessoa especial ou talvez podia,e ao mesmo tempo em que Demi gostava de estar com ele algo lá no fundo dizia que era para ela ficar o mais longe possível daquele homem.

   - Eu só quero tomar as minhas próprias decisões Selena. – Disse assim que a amiga estacionou o carro no estacionamento do prédio da empresa. – Sempre foi assim, e deu certo. Não sou ingênua. – Selena não a olhou nos olhos, apenas assentiu a contra gosto e sentindo o coração se apertar dentro do peito. O recado estava dado, Demi não queria que ela se preocupasse, mas era impossível! Jake cheirava problema! Buscando pelo guarda-chuva no porta-luvas, Selena desceu do carro e logo acolhia Demi debaixo do guarda-chuva. Geralmente elas faziam aquilo rindo muito enquanto tentavam desastrosamente apressar o passo para a chuva não molhá-las, porém dessa vez não foi muito diferente em relação aos passos largos, só o que mudava era que as duas estavam caladas.

   - Olha só! Que coincidência nós três no elevador. – Selena deu uma bela revirada de olhos para Ed. Ele podia estar lindo naquele suéter cinza e calças jeans, mas ela com tamanha certeza não cederia a aqueles olhos verdes lindos e aquele sorriso. – Bom dia meninas. – Ed curvou-se e beijou a bochecha de Demi lançando a ela um olhar animado e apaixonado. – Bom dia Sel. – Selena não conseguiu escapar, não quando Ed envolveu a cintura dela com aqueles braços fortes e a puxou para um beijo apaixonado.

   - Bom dia Ed. – Selena não sabia se o empurrava ou se o abraçava, mas optou pela segunda opção abraçando Ed descansando a cabeça no peito dele. Não era tão ruim, e ela tinha que admitir, gostava do rapaz desde que eles se olharam pela primeira vez em um dos corredores da empresa e naquela mesma noite dormiram juntos. Pensando em seus sentimentos por Ed, Selena franziu o cenho acomodando-se mais ao peito do rapaz e acabou fitando os olhos de Demi quando a flagrou a olhando. Elas sustentaram aquele olhar por minutos e acabaram esboçando um tímido sorriso quando o elevador finalmente chegou ao andar do departamento de Design.

   - Princesas, vou deixar meus pertences na minha mesa e já volto para devorar esses pães com vocês. – Exagerado! Ed era tão exagerado que acabou transformando o selinho que deu em Selena em um beijo que chamou a atenção de muitos dos funcionários que sempre torceram pelo casal.

   - Eu vou colocar as minhas coisas no meu escritório. – Disse Demi sem jeito e Selena assentiu também caminhando em direção ao seu mini escritório. Sentando-se a cadeira, Demi enlaçou os dedos as mechas de cabelo e fitou Selena pelas persianas abertas. Sentia-se estúpida, Sel jamais quis prejudicá-la, bem pelo contrário. – Sel? – Demi caminhou até a mesa de Selena depois de muito pensar em tudo que elas já tinham vivido juntas. – Desculpe por ser estúpida. Eu sei que você só quer cuidar de mim assim como eu quero cuidar de você. Realmente me desculpa, eu amo você. – Selena não pensou duas vezes antes de se levantar e envolver Demi num abraço apertado.

   - Nunca duvide disso, ok? – Demi assentiu fitando os olhos de Selena tão próximos dos seus, ela tornou a abraçar a amiga se sentindo bem naquele abraço. – Vamos comer? Eu estou com fome e o dia será cheio hoje. – Demi assentiu prontamente envolvendo o braço ao de Sel.


   - Definitivamente os pães da Rocco’s são os melhores. – Como ainda era cedo, o refeitório não estava lotado, havia poucas pessoas ali envolvidas em seu próprio mundo. Demi e Selena estavam sentadas a mesa perto da janela e conversavam enquanto admiravam a chuva daquela manhã.

   - Simplesmente os melhores. – As duas trocaram um olhar carregado de segundas intenções e riram. – Levei pães para a minha mãe na segunda. – Disse Demi depois de bebericar um pouco de chá e provar de uma fatia de pão.

   - Você visitou a sua mãe? – Selena perguntou de sobrancelhas arqueadas e muito surpresa. – Hoje já é quarta-feira Dem, por que não me contou?

   - Desculpe, eu só não sabia o que fazer. – Repousando a xícara sobre a mesa, Demi levou as mãos ao rosto para massagear as temporas. Receber um pouco de carinho de Dianna foi inacreditável e tão emocionante, Demi ainda não conseguia acreditar que a mãe abriu os braços a convidando para um abraço. E Deus!  Elas tinham conversado como se fossem amigas! Aquilo era tão legal, e a envolveu durante todo o dia com o resto do trabalho e Jake. – Eu pensei muito sobre a nossa relação depois do que aconteceu na semana passada. Foi a melhor coisa que eu já senti em toda a minha vida. – Selena sorriu de orelha a orelha ao ver o sorriso de menina nos lábios de Demi, era tão bom vê-la feliz. – Simplesmente acordei mais cedo, comprei pães e geleia de uva, a preferida dela. Bati à porta e ela abriu, foi um pouquinho estranho e o clima não foi cem por cento agradável, mas nós conversamos e comemos torradas pela primeira vez sem brigar. – Demi olhou para a amiga sorrindo quando Selena cobriu a sua mão com a dela. – Ela disse que um dia eu vou entender tudo isso..

   - Você me promete que não vai deixá-la te machucar? – Foi inevitável, mas Selena não conseguia confiar em Dianna depois de tudo que ela tinha feito a Demi. Que tipo de mãe tenta vender o corpo da própria filha em troca de luxo? Nenhuma teoria justificava aquele absurdo.

   - Eu prometo! – Demi forçou um sorriso e fitou os olhos de Selena. – Eu não sou tão boba assim, ok? Também sei me defender. – Aqueles olhos marrons eram tão doces e carregados de sentimentos bons apesar de tudo que vivia. E aquelas sardinhas davam a Demi um ar tão inocente. Ela não era boba, jamais, porém Demi estava longe de distinguir as pessoas que queriam usá-la das pessoas que a amava. Não era à toa que ela sempre estava envolvida em alguma confusão, a carência de amor a iludia.

   - Você é como uma gatinha filhote, Dem. – Selena riu da careta de Demi e principalmente de quando ela lhe lançou um olhar divertido e logo malicioso. – Talvez uma gatinha no cio. – E as duas acabaram gargalhando como sempre chamando a atenção das poucas pessoas ali. – Estou brincando, só tenha cuidado, ok? – Demi assentiu balançando a cabeça e voltando a se concentrar no seu delicioso café da manhã.

   - Não posso demorar muito aqui, tenho que arrumar uma papelada e as nove vou entrevistar um grupo de candidatos a pedido do Jake. – No dia passado Demi enviou email aos candidatos selecionados por Jason e Jake os informando a respeito da seleção que haveria na empresa naquela manhã de quarta-feira. E ela estava nervosa desde então quando viu a quantidade de respostas ao seu email. Eram tantas pessoas! Tantas, e aquela responsabilidade era tão grande, ela decidiria o futuro de cada uma delas.

***

O coração estava quase saindo pela boca e o frio na barriga o fez passar mal quando mais cedo. A mão não parava de tremer o atrapalhando a pentear o cabelo ainda úmido. Joseph vestia calça social assim como os sapatos, uma camisa branca de botão e blazer xadrez. Estava arrumado e muito diferente dos padrões da moda empresarial, porém não era tão ruim. Ele ficava bonito vestindo calça brim azul escura que combinava com o xadrez do blazer, a camisa branca era neutra, só não era necessário abotoar o botão do colarinho da camisa, e talvez se ele colocasse uma gravata e penteasse o cabelo de forma mais moderna e descontraída o look ficaria ótimo aos olhos dos críticos de moda.

   - Ca..ca..calma Joseph! – Pobre menino! Estava tão nervoso que estava gaguejando sozinho, Deus! Aquilo nunca tinha acontecido. – Calma! – Ele disse tentando parecer firme e continuou a pentear o cabelo. O resultado foi tão perfeito quanto o penteado do Clark Kent, não tinha um fio fora do lugar! Estava bom, e o agravada. Saindo do banheiro, Joseph buscou pelos óculos de grau na mesa do criado-mudo e os colocou. Estava pronto, porém não custava nada checar se não havia nada fora do lugar, e ele também estava duas horas adiantado. – Ai meu Deus! – Infelizmente não foi possível controlar a crise de nervoso, Joseph caminhou de um lado para o outro completamente nervoso e ansioso. E se ele não conseguisse? Voltar para o Texas estava definitivamente fora de cogitação, ele não sentia saudade de casa, queria continuar ali na cidade grande e tentar a vida. Ele já tinha até dois amigos, o porteiro do hotel e Demi. Estava feliz por mais que também estivesse preocupado com o seu futuro. Dos seus vinte e dois anos aqueles dias tinham sido os mais emocionantes de todos. – Calma Joseph! – Foi num anda prá cá e num anda pra lá que Joseph acabou tropeçando nos próprios pés e caiu com tudo no chão. Diabos! Por que ele tinha que ser tão desastrado e nervoso?  Agora ele teria que arrumar o cabelo de novo e limpar a roupa.

Respirar fundo uma centena de vezes como ele fazia antes de entrar na sala da escola que dava aulas de matemática como substituto o ajudou um pouquinho, o cabelo estava perfeitamente penteado e a roupa impecável no corpo. Joseph adentrou aos bolsos da calça com as mãos e respirou fundo fechando os olhos e pedindo que Deus o ajudasse. Ele precisava daquele emprego, o dinheiro estava pouco e ser diabético e hipertenso não ajudava muito. Clara havia ligado perguntando se ele precisava de ajuda, mas pela primeira vez Joseph queria dar os seus próprios passos, ele era um homem de vinte e dois anos e já estava na hora de se virar sozinho.

   - Calma. – Joseph buscou pela fotográfica dos pais que nunca saia de sua carteira e o coração transbordou de amor. Ele fitou aquela foto por muitos minutos tomando coragem para dar o próximo passo, até que o fez saindo daquele quarto. Ele tentaria, seria ele mesmo.

Joseph caminhou pelas ruas de Nova York tentando não surtar de nervoso, observou a beleza da cidade a sua volta, o que o fez ficar mais tranquilo, porém quando ele chegou ao prédio da Gyllenhaal o coração quase saiu pela boca e por um pouco ele não saiu correndo. Não podia negar, estava nervoso e tenso, tanto que na hora de dizer a recepcionista que ele fazia parte de uma seleção de emprego, Deus! Que vergonha, ele gaguejou tanto, confundiu nomes, mas a mulher relevou toda aquela situação desagradável e o levou para a sala de espera onde os outros participantes estavam. Eram tantas pessoas, cabisbaixo Joseph caminhou até a fila onde sobrava uma cadeira vaga, a vontade de ir embora o dominou que por um pouco ele não o fez. Como ele iria competir com aquele tanto de gente? Eram homens e mulheres cheios de porte, classe e educação e pelo o que ele ouviu já tinham experiência no mercado. Deus! Ele era um rapaz de vinte e dois anos tímido que gaguejava e o único emprego que tivera foi numa escola dando aulas como professor substituto de matemática. Nem mesmo os seus projetos na faculdade tiveram sucesso, porém não fracassaram, só não era grandiosos o suficiente para colocá-lo numa empresa como a Gyllenhaal. Em que furada ele havia se metido! O que aconteceria quando ele fosse chamado? Mal podia conversar sem gaguejar. Foi quando aconteceu. Não deu nem tempo dele se recuperar do susto da quantidade de participantes, o nome dele foi chamado, Joseph corou bruscamente com os olhares que recebeu quando se levantou. Não fica nervoso, não fica nervoso disse a si mesmo e acabou esbarrando num homem e quase tropeçando no sapato de outro. Que vergonha!


O que havia na cabeça daquelas pessoas? Eram tão egocêntricas, claro que tinham exceções, mas a maioria tentava se gabar e conquistá-la a todo custo. Um homem até tentou seduzi-la, mas Demi o dispensou com um sorriso gentil. Ora, não perderia a boa educação e muito menos se estressaria, ainda tinha muito trabalho a ser feito naquele dia.

   - A Srta. Lovato está te esperando. – Demi disse um obrigada a sua assistente ainda anotando uma observação sobre o candidato anterior, organizou alguns documentos e se levantou para cumprimentar o candidato da vez.

   - Joseph? – Ela estava definitivamente surpresa e Joseph não estava diferente. O coração do rapaz quase saiu pela boca ao vê-la. Ela era tão bonita que o deixava zonzo. Ele adorava como as sardinhas sempre estavam a mostra, como os olhos marrons eram doces e os lábios bem desenhados estavam corados de vermelho. E ele apostava que aquelas mechas marrons brilhantes de cabelo estavam cheirando a frutas. Será que não existiria um dia que ela não se superaria? Parecia que cada dia que se passava Demi ficava mais bonita. As bochechas de Joseph esquentaram quando ela se aproximou esboçando um sorriso e o abraçou calorosamente como quem abraçava um ursinho de pelúcia. – O que você está fazendo aqui? – Demi sorriu verdadeiramente para o rapaz, ele estava tão arrumadinho e nervoso.

   - Eu.. Eu.. recebi um email. – Joseph disse arrumando os óculos ao rosto. – Para a entrevista de emprego. – Ele disse sem olhá-la se sentando a cadeira que Demi o conduziu.

   - Por isso você veio para Nova York? – Demi procurou pelos óculos de leitura e analisou o documento onde tinha o nome de Joseph, ele já tinha sido selecionado, porém Jake pediu que mesmo assim ela o entrevistasse.

   - Você.. Você trabalha aqui? – Joseph a olhou e corou. Ela era tão linda!

   - Sou a Designer da empresa. – Cruzando as pernas, Demi sorriu ao olhá-lo todo tímido. – Vamos iniciar o teste? – Ela queria conversar com Joseph sobre quadrinhos e rir de besteiras com ele, mas infelizmente ela deveria seguir o cronograma da entrevista. Bem, Demi não o ajudou nadinha a controlar o nervoso. O que estava acontecendo com ele? Joseph tentou se concentrar nos olhos marrons dela para demonstrar confiança, tentou não gaguejar, mas gaguejou. Ele sabia responder todas as perguntas que ela fazia, sabia resolver todos os problemas referentes aos softwares e sabia como montá-los como um bom profissional faz. Ele só precisava se concentrar. – Joe. – Demi o chamou. Ela o fitava sem ousar desviar os olhos dos olhos dele, sem deixar de analisar como ele estava bonito por mais diferente que estivesse. Era um homem muito inteligente, só precisava de alguns ajustes. – Ei, calma. – Demi esticou o braço sobre a mesa e envolveu a mão de Joseph com a sua. – Você está indo muito bem. – Disse mesmo sabendo que era contra as regras, mas Joseph era definitivamente alguém que ela queria trabalhando na empresa. – Relaxa, ok? – Demi se levantou e se sentou a cadeira livre ao lado dele. – Não precisa ficar nervoso. – Ele gostava de fitar os olhos dela, e o fez, sorriu tímido e fitou a mão delicada na sua. Pareceu tão certo os dedos dela enlaçados aos dele que Joe envolveu aqueles dedinhos delicados com os seus sentindo o coração acelerar. Ele respondeu tudo o que ela perguntou, claro que ainda tímido e gaguejou algumas vezes, porém sorriu corado sempre que encontrava o olhar doce de Demi e fitava o sorriso satisfeito dela.

   - Obrigado Demi. – Ele disse assim que todas as perguntas acabaram. Joe tinha feito o seu melhor e se sentia muito bem por ter conseguido agir normalmente na presença de Demi por mais que a timidez e o nervoso tentou atacá-lo e prevaleceu algumas vezes.

   - Não agradeça. – Demi sorriu e se levantou colocando as notas que havia feito e os óculos de leitura sobre a mesa. – Estou torcendo por você. – Ela disse assim que ele se levantou.

   - Obrigado. – Os dois acabaram esboçando sorrisos sapecas e Demi surpreendeu Joseph com um abraço apertado de despedida.

   - Desculpe por não visitá-lo, não tive muito tempo. – Ela disse fitando os olhos verdes dele. Eram tão intensos e bonitos. Demi respirou fundo e quando deu por si já estava fitando os lábios do rapaz. – Quer almoçar comigo? – Ele é tímido, Demi! Gritou consigo mesma mentalmente. Ela não deveria olhá-lo daquela forma e muito menos prestar tanta atenção em como ele era forte. – Eu não vou demorar aqui, nós podemos ir a um restaurante ou se você quiser a gente pode cozinhar no meu apartamento, não fica longe daqui. – Demi forçou um sorriso e desviou o olhar do de Joseph.

   - Está tudo bem. – Joseph a olhou nos olhos e sorriu. – Convite aceito. – Demi mordeu o lábio inferior e colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha como ela sempre fazia quando estava nervosa. – Vou esperá-la. – Sorrindo, Demi assentiu e revirou os olhos para si mesma quando sentiu as bochechas esquentarem.

Joseph não se importou de se acomodar na mesma cadeira na sala de espera e esperar Demi durante toda a manhã. Ele não havia feito nada além de analisar a arquitetura da sala espaçosa de paredes impecáveis brancas e fitar a chuva fraca lá fora. O lugar era bem arrumado e tão chique que por um momento ele se sentiu envergonhado, mas pensar em seus concorrentes o deixava nervoso. Será que ele tinha feito uma boa entrevista? Por mais que Demi fosse sua amiga, ela não poderia ajudá-lo a arrumar um emprego. Pensar em Demi o fez corar ao se lembrar da beleza feminina dela, pois sempre que o fazia Joseph sentia o corpo esquentar de uma forma estranha que ele não conseguia entender. Levou minutos e minutos, e conforme ele olhava para a chuva a quantidade de pessoas daquela sala diminuía até restar apenas ele.

   - Desculpe por fazê-lo esperar. – A voz de Demi o assustou e Joe a olhou assustado, mas sorriu e se levantou.

   - Não tem problema. – O rapaz disse caminhando ao lado de Demi para fora da sala.

   - Como você está? – Demi perguntou apertando a alça da bolsa em sua mão. Por que diabos ela estava nervosa? – O corte está melhor? – Joseph assentiu tímido quando eles chegaram ao hall da empresa. Tudo era muito organizado e sofisticado, havia pessoas andando apressadas de um lado para o outro e outras conversavam no telefone. Aquele lugar era muito agitado e inacreditável, Joseph gravou cada detalhe em sua mente e os olhos verdes brilharam quando ele parou para observar o prédio enorme quando já estava sobre os finos pingos de chuva. – O Jason iria gostar de você. – Demi comentou fitando o prédio com o mesmo brilho dos olhos de Joe e pensando em Jason.

   - Você o conhecia? – Joseph perguntou adentrando os bolsos da calça com as mãos. Ele fitou toda Nova York no seu campo de visão e se sentiu tão feliz. Ele adorava todos aqueles arranha-céus, toda aquela movimentação exagerada e o trânsito cheio de táxis amarelos. Era um lugar fantástico para viver.

   - Nós éramos amigos. – Disse Demi com pesar caminhando tranquilamente ao lado de Joseph sem se importar com os pingos fracos de chuva. – Ele era um homem incrível. Foi ele quem me entrevistou, eu fiquei tão nervosa e gaguejei mais que você. – Quando Joseph corou e ficou tenso, Demi riu e num impulso abraçou o braço direito do rapaz. Deus! Ela tinha que lembrar que não podia agir com as outras pessoas como ela agia com Selena. – Mas eu fui contratada. – Disse para tentar aliviar a tensão de Joseph. – Joe, relaxa, tudo vai dar certo. – Demi sorriu quando ele sorriu para ela, desgrudou do braço de Joe e continuou a caminhar em silêncio.

   - Não quer pegar um táxi? – Perguntou o rapaz preocupado e Demi sorriu balançando a cabeça em negação. – Não quero que você fique doente. – Demi arqueou as sobrancelhas, porém sorriu surpresa quando Joseph parou de caminhar todo tímido para tirar o blazer e colocá-lo em seus ombros a protegendo da neblina.

   - Obrigada, meu apartamento não é muito longe daqui. – Ela disse vestindo a peça que ficava grande demais para ela, porém era o suficiente para cessar o frio. – Joe, o que você gosta de comer? – Disse minutos mais tarde olhando para Joe que estava distraída fitando a beleza de Nova York. – Ei, o que você gosta de comer? – Ela tornou a perguntar chamando a atenção do rapaz.

   - Bem.. – Demi se lembrou que Joe era diabético ao vê-lo corado e sem jeito. – Tantas coisas. – O rapaz murmurou e Demi riu.

   - Nós vamos preparar algum prato delicioso para diabéticos, ok? – Ela disse animada fazendo Joe rir. – Você começou ler Morte em Família? – Pareciam velhos amigos conversando sobre os quadrinhos do Batman, claro que enquanto Joseph dizia uma palavra e corava, Demi dizia uma dúzia delas e sorria sapeca. Gostavam das mesmas coisas, tinham a mesma idade, porém Demi era mais esperta que o rapaz tímido e deslocado. – Está preparado para fazer a viagem de elevador mais louca e divertida de sua vida? – Cochichou Demi baixinho no ouvido de Joe depois de lutar para conseguir ficar alguns centímetros mais alta. Já estavam no prédio atrás do GE Building depois de andar alguns quarteirões conversando besteiras. Agora estavam esperando o elevador com todos aqueles vizinhos cômicos de Demi. E como ela disse, a viagem ao vigésimo quinto andar foi muito turbulenta. Primeiro foi o casal homossexual lançando olhares atravessados a Demi e maliciosos a Joe; as crianças do décimo andar encheram Demi de perguntas, mas logo estavam envolvidas em seus mundos. E a senhora do penúltimo andar não parecia estar muito feliz com a presença do casal de gays e os xingou, foi tão engraçado que Demi mordeu o lábio inferior para não rir. – Eu disse que iria ser divertido. – Demi puxou Joe pelo braço assim que o elevador parou em seu andar e seguiu a todo vapor com a discussão e as crianças barulhentas. – Está zonzo? – Ela perguntou rindo ao vê-lo fazer careta e parar no meio do corredor como se estivesse se recuperando daquela pequena guerra.

   - Foi divertido. – Joe riu e respirou fundo. Ele realmente tinha ficado zonzo..

   - Sinta-se a vontade, ok? – Demi destrancou a porta do apartamento e a abriu dando espaço para Joe adentrá-lo. O rapaz sorriu fascinado com o lugar, era bem a cara de Demi, confortável e espaçoso. – Aquela prateleira está cheia de livros. – Disse Demi colocando a bolsa sobre o seu adorável sofá azul turquesa super confortável. – Se você quiser jogar, fique a vontade. – Joseph olhou para a pilha de jogos e os dois videogames instalados a TV gigante e arregalou os olhos em surpresa. – Ou se quiser pode assistir um dos episódios de Batman que eu baixei na noite passada. – Joe sorriu como um menino e Demi riu flagrando os olhos dele brilhando. – Ou me ajudar na cozinha.

   - Vou.. vou te ajudar . – Joseph corou bruscamente quando ela tirou o blazer que ele vestia e o colocou na cabeceira de uma cadeira. Era a primeira vez que ele reparava como o corpo de Demi possuía curvas bonitas e delicadas, como o busto de seios médios ficava bonito na camisa feminina branca de botões e Deus! As pernas dela eram tão lindas torneadas e um pouco pálidas como a dona. Pela primeira vez ele havia olhado para o corpo de uma mulher e se sentiu terrivelmente envergonhado por fazê-lo.

   - Vamos para a cozinha? Eu só vou buscar o notebook para a gente pesquisar alguma coisa gostosa que você possa comer. – Demi tirou os sapatos de salto e caminhou a passos largos para o quarto buscando pelo notebook e se olhando rapidamente no espelho. Não estava nada mal, ela prendeu o cabelo num coque, calçou os chinelos e voltou para sala onde encontrou Joe observando tudo. – Ainda bem que eu não sou desorganizada. – Comentou e o puxou pela mão em direção a cozinha.

   - O seu apartamento é muito bonito. – Disse Joe se acomodando no banquinho do balcão da cozinha ao lado do que Demi estava sentada.

   - Obrigada. – Escolher um prato levou mais de meia hora, Demi sempre ria dos comentários tímidos de Joe e não deixava de fitar os olhos verdes dele intensamente colocando a culpa na sua enorme atração por morenos de olhos verdes. – Acho que a nossa lasanha de frango e brócolis não vai ficar ruim. – Disse Demi assim que colocou a lasanha já montada no forno. – É melhor que a torta de abobrinha. – Joseph assentiu rindo. Era impossível não se lembrar de Clara e Rose quando tinha festa na fazenda. As comidas eram tão pesadas, salgadas e gordurosas. A avó e a prima sempre ficavam preocupadas com ele e preparavam pratos saudáveis e saborosos. – Então, está animado com o emprego na Gyllenhaal? – Demi o serviu com suco natural de laranja e sentou-se ao lado do rapaz.

   - Estou, mas eu gaguejei tanto. – Demi gargalhou e bebericou um pouco do suco. Ele ficava tão fofo tímido e sem graça.

   - Como eu disse, eu gaguejei mais que você e o próprio Jason me entrevistou, nós ficamos um bom tempo dentro de uma sala enorme, praticamente tive que palestrar para ele. – Ela sorriu ao se lembrar daquele dia e de como Jason tinha sido exigente com ela, mas semanas depois eles acabaram rindo daquela situação e virando bons amigos. – Você vai conseguir o emprego Joseph, nós precisamos de um bom analista de redes e você se mostrou ser ótimo no que faz. – Joseph sorriu de orelha a orelha. Demi elogiá-lo era algo muito bom.

   - Não tenho nenhuma experiência no mercado, isso me preocupada. – Ele disse com pesar ao se lembrar da quantidade absurda de concorrentes.

   - Relaxa, ok? – Demi disse esboçando um sorriso misterioso. Ela bem que queria contar a Joe que ele já estava praticamente contratado, pois Jason o escolheu e Jake jamais deixaria de realizar o desejo do avô se Joe fosse realmente bom, e ele era. – Já começou a procurar um apartamento? Você não pode morar a vida toda num hotel. – Joe assentiu se lembrando do preço das diárias, talvez tinha sido uma besteira ficar num hotel, mas o dinheiro era pouco demais para se comprometer com contratos de apartamentos que poderia prejudicá-lo futuramente.

   - Se eu conseguir o emprego vou p..procurar por um. – Ele disse depois de tomar um pouco do suco.

   - Posso ajudá-lo, conheço bons lugares por aqui, e o preço não é tão salgado. – Quando Demi decidiu que compraria um apartamento, ela e Selena rodaram toda Nova York, encontraram imóveis de infinitas qualidades, mas o prédio atrás do GE Building tinha sido o preferido de Demi por conta da vista maravilhosa e da localidade. – Acho que aqui no prédio há apartamentos vazios, se quiser nós poderíamos conversar com o pessoal.

   - Se o emprego der certo. – Ele disse desanimado e Demi rolou os olhos.

   - Claro que vai dar certo. – Disse dando um leve tapa no ombro dele. – O que os seus pais acham de você morar em Nova York sozinho? – Demi perguntou o olhando nos olhos e no mesmo instante Joe fitou o copo de suco e esboçou um pequeno sorriso triste voltando a olhá-la.

   - Eles.. Eles faleceram num acidente de carro. – Ele disse com pesar, porém conformado. – Eu era apenas um bebê, a minha avó cuidou de mim desde então. – Demi sorriu para encorajá-lo, levou a mão a dele e a envolveu com a sua.

   - Tenho certeza que eles têm orgulho do homem incrível que você se tornou. – Ela disse o olhando nos olhos. Não precisava conhecê-lo há muito tempo para definir que Joseph era um homem bom e com um coração enorme.

   - Você.. Vo..você também é uma mulher incrível. – Joseph sorriu de orelha a orelha cabisbaixo quando Demi também sorriu. Deus! Ele gostava tanto dela, gostava de quando ela o olhava e adorava os dedos dela enlaçados aos seus. – Os seus pais também devem ter muito orgulho de você. – Ele disse a olhando nos olhos e Demi franziu o cenho e desviou o olhar do de Joe.

   - A nossa relação é difícil. – Demi se levantou usando a desculpa que verificaria como a lasanha estava no forno, mas quando ela encontrou o olhar de Joseph sobre ela, ela soube que poderia confiar nele. – Não conheço o meu pai. – Começou a dizer sentando-se ao banco ao lado de Joe. – Eu sou fruto de um estupro. – Joseph não ousou em desviar o olhar do dela, e dessa vez foi ele quem enlaçou os dedos aos dela. – Obrigada por não deixar que acontecesse.. comigo. – Demi se surpreendeu com o abraço que recebeu de Joseph, ele era tão quente e tinha o melhor abraço do mundo!

   - Eu seria tão covarde quanto aquele homem se eu permitisse que ele te machucasse. – Demi nunca o viu falar daquele jeito. A voz masculina firme e intensa sem ousar gaguejar, os olhos verdes fitando os dela. Se ela se aproximasse um centímetro a mais selaria os lábios aos dele, seria envolta nos braços dele onde se sentia segura e em paz. Porém o timer do forno soou escandaloso os assustando e Demi se apressou em tirar a lasanha do forno. Ora, o que ela estava pensando? Joseph era apenas o seu amigo que tinha a salvado de ser estuprada num beco escuro e frio. E também tinha Jake e aquela relação enrolada que eles tinham.

   - É por isso que você é o meu herói. – Demi sorriu para o rapaz enquanto colocava a travessa sobre a mesa. – E o melhor amigo que uma mulher pode ter. – Ela disse buscando pelos pratos e talheres. – Vem comer Joe. – Chamou rindo de como ele estava mais tímido que o normal, então ela caminhou até ele e o puxou pela mão. – Não precisa ter vergonha, ok? – Ela disse puxando a cadeira para que ele pudesse se sentar. – Fique a vontade. – Demi se acomodou a cadeira ao lado de onde Joe estava sentado e riu quando ele abaixou a cabeça esboçando um pequeno sorriso. – A vontade Joe!

   - Tudo bem. – O rapaz sorriu para Demi e fez o que ela esperava que ele fizesse: se serviu com um pedaço moderado de lasanha. – Está maravilhoso. – Ele disse a olhando e Demi sorriu convencida.

   - Sabe, a gente poderia marcar para você vim aqui em casa assistir Batman comigo, seria divertido e a gente poderia cozinhar pratos novos e saudáveis, eu e a Sel sempre comemos besteiras, mas eu estou de regime. – Disparou Demetria se servindo com um belo pedaço de lasanha. – Ou se você quiser a gente pode jogar videogame. – Joseph assentiu já imaginando como seria divertido passar mais tempo com Demi. A timidez de Joseph não impediu que Demi tagarelasse sem parar e incluísse Joe na conversa perguntando tantas coisas a ele que o rapaz ficou um pouco zonzo já que além de Rose, ninguém nunca tinha o enchido de perguntas e nem conversado daquele tanto como aquelas duas garotas baixinhas faziam com ele. No fundo era divertido, Joe gostava de ouvir a voz de Demi e olhá-la constantemente. – Ei, você não está com calor com essa camisa toda abotoada? – Perguntou Demi de cenho franzido. Estavam para sair do apartamento já que Demi voltaria para o trabalho.

   - N..não. – Disse Joe corado com o olhar de Demi o analisando. – Nã..nã..não fica bom? – Ele perguntou nervoso quando ela o olhou nos olhos.

   - Ficaria mais descontraído com esses dois botões abertos. – Demi desabotoou os dois primeiros botões de cima e arrumou a camisa ao corpo do rapaz. – Fica bem melhor. – Ela disse corada. Céus! Ele era tão lindo e de tirar o fôlego. – Mas não fica tão ruim do jeito que estava.

   - Com os bo..botões abertos é melhor. – Os dois não disseram nada, caminharam em direção ao elevador depois que Demi trancou a porta do apartamento e só trocaram tímidos sorrisos na viagem de elevador até o hall do prédio.

   - Sabe voltar para o hotel? – Demi perguntou quando chegaram a calçada do prédio. Não chovia mais e o sol brilhava lindamente no céu.

   - Pensei em acompanhá-la até a Gyllenhaal. – Demi sorriu o olhando nos olhos, existia um homem mais encantador que ele?

   - Eu ficaria honrada, mas é tão longe. – Seria ótimo conversar com ele e rir de forma exagerada chamando a atenção das pessoas na rua, mas para Joe voltar para o hotel ficaria tão longe. – Nós podemos marcar alguma coisa, o que você acha?

   - Seria ótimo. – Ele disse sorrindo e desviando o olhar do dela. – Você tem certeza? Não tem problema, eu gosto de andar.


   - Vá para o hotel Joe, prometo não furar mais uma vez com o nosso encontro. – Demi o abraçou com força e sorriu o olhando nos olhos. – Adorei almoçar com você, nós temos que fazer mais isso. E por favor, não fique ansioso, tenho certeza que você será contratado. – Um beijo na bochecha não era nada de mais, por isso Demi o fez e acenou para o rapaz que já caminhava na direção oposta acenando para ela.


Continua... O Joe e a Demi são tão fofos juntos!! Oi! Como vocês estão? Eu estou bem! Perdoem a demora, mas eu não sabia muito bem o que escrever. E ai? Vocês acham que o Joe será contratado? Hum.. E essa quase briga Semi? O Jake não apareceu nesse capítulo, mas ele vai aprontar nos próximos.. hahhaa.. Muito obrigada pelos comentários do capítulo anterior, vou respondê-los no próximo posts!!! Beijos e boa noite.

15.4.16

Capítulo 11

Alguns dias depois...

            Os pães estavam quentes dentro do saco de papel e cheiravam muito bem por sinal. Naquela manhã de segunda-feira Demi tinha acordado mais cedo, por volta de seis da manhã, se arrumou para trabalhar e passou na padaria Rocco’s para comprar pães, geleia de uva e alguns bicoitos. O caminho traçado pela moça não levava ao prédio da Gyllenhaal e muito menos ao hospital onde Joseph estava internado como Demi fazia todas as manhãs. Dos quatro dias desde o quase estupro, Demi havia pensado muito na mãe e refletido sobre a relação que elas tinham, então ela batia à porta do apartamento de Dianna, o seu antigo lar e esperava ansiosamente que a mãe abrisse a porta do apartamento.

    - Quem é? – A voz sonolenta de Dianna soou do outro lado da porta.

   - Sou eu, mãe. – Demi sorriu quando a mãe, vestida em seu hobby de seda preto, abriu a porta e lhe lançou um olhar surpreso. – Bom dia. – Ela disse educadamente adentrando o apartamento não deixando de reparar em cada detalhe daquele lugar. Estava como o de sempre, um enfeite ou outro havia mudado, mas ainda era o apartamento impecável de Dianna cheio de moveis caros que pareciam que tinham acabado de sair da loja.

   - O que você está fazendo fora da cama às.. – Dianna fitou o relógio analógico cheio de detalhes chiques que havia ganhado de um amigo e olhou para a filha. – Às sete é vinte da manhã Demetria? – Demi seguiu caminho para a cozinha e riu ao passar pela sala. Toda vez que ela olhava para o sofá caro e cor de rosa da mãe ela se lembrava de uma de suas travessuras com André, na época ela era tão jovem e cheia de hormônios..

   - Pensei em trazer pães e geleia de uva, a sua favorita. – Disse assim que repousou a sacola de pães sobre a mesa da cozinha. – Vou trabalhar mais tarde. – Explicou-se ao ver a careta de Dianna.

   - Quando você morava aqui você nunca acordava cedo. – Comentou Dianna observando a filha buscar pela torradeira no armário.

   - Quando eu morava com você, eu era uma adolescente. E eu estudava à tarde. – Disse Demi começando a fatiar os pães. – Você não vai se lembrar porque não passava muito tempo em casa. – O silêncio entre as duas seguiu por alguns minutos, Dianna fitava um ponto qualquer pensativa e Demi continuava a cortar os pães e os colocava na torradeira.

   - Me lembro que você passava a maior parte do seu tempo na casa da Selena e quando não estava lá, estava agarrada com aquele menino. – Demi revirou os olhos, mas riu. Como uma mulher poderia ser uma mãe como Dianna era?

   - Ele era o meu namorado. – Disse como se fosse óbvio tirando as torradas já prontas da torradeira para colocar novas fatias de pães.

   - O entregador de pizza? – Dianna perguntou incrédula. Os olhos chegavam estar arregalados. – A mamãe me contou que viu vocês aos beijos no cômodo debaixo da escada, mas eu não levei muito a sério. – As bochechas de Demi assumiram um tom rosado ao se lembrar daquele dia. Ela e André já estavam juntos há quatro meses, porém não era nada oficial para as famílias, eles apenas se encontravam e trocavam muitos beijos e carinhos. Em certa noite os beijos ficaram mais quentes e o sentimento também, estavam animados e acabaram transando no cômodo debaixo da escada. Demi só não sabia que Amélia tinha os visto.

   - Nós namoramos por um ano e meio. – Comentou servindo a mãe com algumas torradas e geleia de uva. – Ele foi o meu primeiro namorado sério. – Disse esboçando um pequeno sorriso tímido e Dianna arqueou as sobrancelhas provando uma torrada. – Café ou suco? – Perguntou. Demi estava radiante de felicidade, aquela deveria ser a primeira conversa que ela tinha com Dianna onde as duas realmente pareciam mãe e filha. Ela só gostaria de poder abraçar a mãe e receber o abraço dela.

   - Isso explica porque você só queria comer pizza. – Demi riu ao olhar para a mãe, ao menos Dianna sabia alguma coisa sobre ela. – E a vez que encontrei vocês adormecidos e nus no seu quarto. – Dianna observou a filha cabisbaixa por alguns segundos, as bochechas de Demi estavam coradas e ela tinha um pequeno sorriso tímido nos lábios. Era uma mulher muito bonita, pensou Dianna, porém não tinha um traço que pertencia a ela, era a cópia perfeita do pai e era aquela uma das razões que a fazia querer distância da filha.

   - Por que não brigou comigo? – Demi jogou o cabelo de lado e sustentou o olhar da mãe mesmo estando morrendo de vergonha.

   - Não tinha motivos. – Dianna bebericou o café da xícara que Demi havia acabado de lhe entregar e desviou o olhar intenso dos olhos marrons dela. Por que ela brigaria com Demi quando no fundo ela sabia que a filha estava morrendo de amores por aquele rapaz bonito? Era tão óbvio, a feição tranquila e apaixonada da filha ainda adolescente abraçada ao rapaz respondia aquela pergunta.

   - Tudo bem. – Uma confusão de sentimentos acontecia na cabeça de Demi. Ela queria gritar com a mãe e questioná-la sobre tantas coisas. Qualquer mãe que tinha consciência e preocupação com as atitudes de seu filho perguntaria se ele havia se protegido e como ele se sentia. Porém Dianna era uma exceção. Abaixando a cabeça e fitando o vapor que subia do café, os olhos de Demi marejaram e no peito um nó se formou.

   - Você está saindo com alguém? – Dianna perguntou quebrando os minutos de silêncio que se prolongavam entre elas.

   - Conheci um cara. – Comentou Demi brevemente fitando a cozinha a sua volta. – Tem quase três semanas, nós dormimos juntos por duas noites. Descobri que ele é neto do meu falecido chefe, hoje é o primeiro dia dele no lugar do Jason. Você viu nos noticiários? – Dianna assentiu um pouco estranha, passou geleia de uva na torrada e a provou sem conseguir fitar os olhos de Demi.

   - Queria que você conhecesse alguém. – Demi não soube o que dizer. Dos tantos anos de convivência com a mãe, esse era o momento mais normal entre as duas e ela não queria estragar o clima. – Você iria gostar dele.

   - Por favor, não vamos falar sobre isso. – Demi não a olhou, não queria brigar com Dianna e ela sabia que se as duas entrassem naquela questão seria briga na certa, mas ainda sim ela se sentiu ferida e tão magoada quando se lembrou dos “pretendentes” que Dianna lhe arrumou para levá-la para cama em troca de dinheiro. - Eu visitei a vovó, mãe. Sinto saudades dela. – Disse para mudar de assunto. E a voz trêmula de Demi afetou Dianna como um tapa forte na face. O silêncio se prolongou com Demi cabisbaixa e Dianna com o coração ferido.

   - Eu também sinto. – A mulher confessou e Demi a olhou derramando uma lágrima, mas Dianna não a olhava.

   - Eu.. – Ela começou a dizer sentindo como se o mundo fosse desabar. Queria contar tantas coisas para Dianna, principalmente como ela a amava, queria compartilhar a dor com a mãe e ser consolada com um abraço apertado. As coisas estavam estáveis entre elas naquela manhã, pela primeira vez realmente estáveis. Demi respirou fundo e repousou os cotovelos sobre a bancada. A pedra de mármore fria lhe causou arrepios, o coração acelerou e ela olhou para Dianna. – Na semana passada eu fui à pizzaria à noite com a Selena e um amigo, resolvi voltar para casa sozinha, não parecia perigoso, mas um homem me abordou. Ele roubou os meus pertences e me levou para um beco escuro a força. – A essa altura do campeonato Dianna já estava pálida e de olhos arregalados. – Ele tentou.. mas um rapaz que passava perto o impediu. Ele não fez nada além de me beijar e me tocar a força, eu fiquei com tanto medo, me senti tão fraca. Pensei que.. – Demi limpou as lágrimas que insistiam em rolar por seu rosto e fitou Dianna. – Eu não posso imaginar como você se sentiu durante todos esses anos, mas eu queria poder te ajudar, sabe? A gente poderia tentar enfrentar isso juntas, você não precisa me amar, eu não me importo, juro, eu só queria que tudo fosse normal entre a gente. – Dianna não soube o que dizer, ela também não queria brigar com Demi, mas a questão era bem mais complexa do que ela poderia expor no momento, seu coração ainda doía tanto, a vida tinha sido tão injusta com ela em tantos aspectos.

   - Um dia Demi, um dia você vai entender. – Demi não pode acreditar quando Dianna abriu os braços a convidando por um abraço que ela tinha esperado por uma vida toda. Nos braços da mãe ela finalmente pode sentir que no fundo Dianna se importava, e que talvez ela a amasse como uma mãe ama um filho. A emoção de estar ali aconchegada com os braços da mãe a rodeando era tão grande que Demi derramou lágrimas e soluçou entre o choro. Ela se sentia como uma criança recebendo carinho pela primeira vez em seus vinte e dois anos de vida. – A vida não foi justa comigo, e nunca será com ninguém. Nem sempre nós podemos escolher o melhor caminho, às vezes tudo que nos resta é trilhar o caminho mais fácil. Eu espero que quando você souber de tudo você possa me perdoar pelo  que eu te fiz passar. – Assentindo, Demi fixou os olhos aos da mãe e logo os fechou para receber um beijo na testa. 

    - Eu já te perdoo mamãe.  Dianna fitou os olhos marrons da filha sentindo o coração partir ao se lembrar de quando ela era apenas uma criança carente que implorava por amor e atenção, Demi só havia crescido e o resto continuava o mesmo.

   - Não diga besteiras.  A mulher forçou um sorriso triste. Como alguém podia ter o coração tão puro como Demi?  Não está na hora de você ir trabalhar? – Demi assentiu. Ela não queria chegar atrasada no trabalho e já tinha um bom tempo que estava na casa da mãe comendo torradas e derramando lágrimas.

   - Sim, eu tenho que ir. – Realmente ela estava atrasada, faltavam exatos vinte minutos para as oito horas da manhã. – Depois nós conversamos. – Disse passando pela sala sem conseguir conter o sorriso sapeca ao fitar o sofá de Dianna.. – Tchau mãe, eu amo você. – Demi a surpreendeu com um abraço apertado e sorriu feliz ao fitar a mãe, que também sorriu.


A felicidade começava a brotar no coração de Demi, ela não conseguia parar de sorrir enquanto caminhava a passos largos pelas ruas de Nova York. Tudo parecia mais bonito e alegre, o clima estava maravilhoso nem muito quente e nem muito frio. Demorou alguns minutos, mas Demi conseguiu chegar ao prédio da Gyllenhaal às oito horas em ponto.


   - Se você não transou na noite passada, eu realmente não sei o que aconteceu. – Selena a abraçou calorosamente assim que Demi adentrou ao elevador sorrindo para o nada.

    - Bom dia para você também grudenta. – Desde o quase estupro Selena estava mais preocupada e carinhosa que o normal, sempre ligava para perguntar se tudo estava bem ou se Demi precisava de alguma coisa.

   - Bom dia Dem! Eu estou tão ansiosa, e você? – Chegar ao andar do departamento de Design foi uma luta. O elevador parava em praticamente todos os andares dos quais passou levando funcionários alegres e aliviados que já estavam na empresa desde mais cedo para outros departamentos.

   - Esse lugar está parecendo um formigueiro. – Comentou Demi. O departamento estava realmente cheio, alguns conversavam e outros caminhavam pelo departamento em direção a outras salas. E bem, lá estava Jake todo elegante num terno caro e cinza recebendo os funcionários.

   - Bom dia senhoritas. – Aquele homem era a morte de qualquer mulher vestido naquele terno! Os olhos azuis eram tão lindos, o cabelo loiro escuro estava mais curto e todo arrumadinho, a barba mais cheia o deixava sexy e sério. – Bom dia Demi. – Segurando-lhe a mão, Jake depositou um beijo delicado ali lançando um olhar quente a Demi. – Você está simplesmente linda. – Ultimamente o que mais acontecia com Demi era corar, e não foi diferente quando ela sentiu os olhares de praticamente todas aquelas pessoas direcionados a ela.

   - Bom dia Jake. – Ela disse sem jeito e Jake sorriu galanteador. – Essa é a Selena, a minha melhor amiga. – Selena apertou a mão de Jake não deixando de sustentar o olhar dele. Ele precisava muito mais que todo aquele charme de milionário para conquistá-la.

Como foi informado na reunião, as atividades normais retornariam de onde pararam. Porém a confusão ainda era grande em relação aos futuros planos da empresa. Demi trabalhou em seus projetos totalmente concentrada, leu documentos e os assinou por praticamente toda manhã. Havia muita coisa a ser feita para pouco tempo e organizar os pensamentos era difícil, ainda mais quando eles tiveram que ser interrompidos para a breve reunião que Jake havia marcado com os principais coordenadores dos departamentos.


Arrumando os óculos de leitura ao rosto, Demi anotou todos os pontos importantes sobre a reunião em seu bloco de notas, verificou a hora no relógio e torceu para que os próximos cinco minutos passassem rápido para que a reunião finalmente acabasse, ela estava cansada de todos aqueles gráficos e tabelas que eles deveriam seguir. Na verdade Demi estava ansiosa, pois aproveitaria o seu horário de almoço para visitar Joseph no hospital e levá-lo para o hotel onde ele estava hospedado já que o rapaz finalmente teria alta.

   - Foi tão chato assim? – Demi sorriu quando Jake se sentou a cadeira ao seu lado. A sala estava vazia, só restou ela que organizava o material e algumas notas na agenda eletrônica.

   - Claro que não. – Ela disse um pouco envergonhada. – Tenho muitas coisas para fazer hoje em pouco tempo. – Demi o olhou nos olhos, mas logo desviou o olhar de Jake para fitar o relógio.

   - Quer almoçar comigo? – Ele perguntou esboçando um sorriso pidão. – Não conheço ninguém aqui. – Demi arqueou as sobrancelhas e riu o observando. – Eu não estou mentindo.

    - Eu sei que não. – Ela disse correspondendo ao carinho que ele fazia em sua mão. – Vou ao hospital agora, o Joseph será liberado e eu vou levá-lo para casa. É o mínimo que posso fazer por ele. Marquei com a Sel e o Ed para almoçarmos aqui perto, você está convidado. – A cada segundo Demi sentia que Jake se aproximava mais, os olhos dele estavam tão próximos dos seus a hipnotizando com aquele azul fascinante.

   - Posso te beijar? – O carinho que os dedos dele faziam na bochecha de Demi não a ajuda pensar direito, mas ainda sim ela se lembrava que estava no local de trabalho.

   - No local de trabalho? – Ambos olharam para os lados a procura de alguém, porém estavam sozinhos. Jake aproveitou para selar os lábios de Demi com os seus num beijo que tinha tudo para seguir quente e intenso, mas Demi não permitiu que ele avançasse muito. – Eu tenho que ir, não posso atrasar. – Disse Demi deslizando as pontas dos dedos pelo rosto de Jake.

   - Posso ir com você? Quero conhecer o Joseph, naquele dia ele não podia receber visitas. – Demi pensou na possibilidade, não haveria problema. – Nós podemos deixá-lo no hotel antes de ir para o restaurante.

   - Tudo bem. – Demi acabou por beijá-lo novamente não resistindo ao sorriso de Jake.

***

Mais um dia confinado naquele quarto de hospital e Joseph teria um ataque de nervos. Ele só tinha roxos pelo torso e um corte na costela! Joseph não entendia o motivo de o médico pedir uma série de exames como se ele estivesse doente ou algo do tipo, ele suspeitava que era por conta da diabetes e da hipertensão. Mais uma vez as suas duas companheiras de longa data o atrapalhava a viver como uma pessoa normal. Deitado na cama ele não podia se exercitar como gostava e precisava fazer, não podia ver o sol nascer e descansar como fazia quando estava na fazenda da avó no Texas, a única coisa que ele podia fazer era ler as revistas de quadrinho online que tinha no celular e conversar com Demi quando ela o visitava geralmente na hora do almoço e ficava até o final da tarde. O que estava acontecendo com ele nem o próprio Joseph conseguia explicar, só de pensar em Demi um sorriso já brotava em seus lábios. Ela gostava de quadrinhos assim como ele, gostava de praticamente todos os jogos eletrônicos, e bem, ela já tinha assistido a tantos filmes e séries que quando eles conversavam sobre o assunto Demi sempre fazia suspense para não acabar dando algum spoiler. No final era muito divertido, ele tinha aprendido a controlar a timidez com ela e até conseguia agir normalmente, claro que quando Demi se aproximava demais ou algo do tipo ele corava e se atrapalhava todo, pois a moça era tão bonita e o coração dele gritava por ela. Falando em Demi as borboletas na barriga de Joseph quase o fez voar quando a maçaneta da porta foi girada, mas era apenas a enfermeira que o visitava sempre naquele horário.

   - Como está o corte? – Rose, a enfermeira, perguntou preparando a insulina para aplicar no rapaz.

   - Cicatrizando. – Por mais que ele não gaguejasse mais quando Rose estava por perto, Joseph ainda ficava tímido quando era a hora de aplicar a insulina, tanto que o rapaz ergueu a camisa completamente sem jeito e Rose se aproximou com a injeção.

   - Hoje você terá alta. – Comentou a enfermeira tentando distrair o rapaz que estava mortificado de vergonha. – Você vai para casa que horas? – Envergonhado, o rapaz desviou o olhar para a porta e sorriu todo sem jeito quando flagrou Demi. Ela sempre chegava naquele horário e por algum motivo preferia ficar quieta observando Rose aplicar a insulina no amigo.

   - Bom dia Rose. – Joseph a observou cumprimentar a enfermeira e logo se lançar em seus braços num abraço exagerado. E como sempre Demi estava tão bonita vestida com saia preta e camisa branca. – Bom dia Joe. – Joe. Demi tinha lhe dado um apelido. Era descontraído e muito melhor que Joseph no ponto de vista do rapaz.

   - Bom dia Demi. – Joe só tinha olhos para ela, era inevitável agir diferente. Ele adorava o sorriso de Demi e como ela era divertida e espontânea.

   - Joe, esse é o meu.. meu amigo Jake. – Surpreso, Joe desviou o olhar de Demi para fitar o homem ao lado dela.

    - Prazer em conhecê-lo Joe. Demi me contou o que aconteceu, obrigado por salvá-la. – Os dois eram tão diferentes. Demi os olhou com curiosidade enquanto Joe apertava a mão de Jake. Enquanto um era branco de olhos azuis e de cabelos claros, o outro era moreno de olhos verdes e de cabelos escuros. Eram tão lindos que Demi suspirou atordoada com a beleza daqueles dois homens.

   - Eu jamais deixaria que algo de ruim acontecesse a ela. – Joseph não gaguejou, não corou e muito menos se sentiu intimidado. Ele fitou os olhos de Jake o estudando assim como Jake fitava os dele. Havia alguma coisa naquele homem que o incomodava e vê-lo ao lado de Demi não lhe trazia bons pressentimentos.

   - Está pronto? Vou te levar para o hotel. – Demi fitou Jake e logo Joseph. A tensão masculina entre eles eram tão óbvia e podia ser sentida no ar, porém Jake a disfarçou com um breve sorriso e a olhou.

   - Obrigada Demi, mas eu não quero in..incomodá-la. – Disse Joseph amaldiçoando-se por ter gaguejado. – Posso pegar um táxi. – O rapaz se levantou da cama e sorriu para Demi. Ele era pelo menos vinte centímetros mais alto que ela.

   - Está tudo bem Joseph, você não incomoda. – Não demorou muito para que o médico liberasse Joe assinando a alta. O rapaz era organizado e já tinha arrumado tudo que Demi tinha trago de seus objetos particulares que estavam no hotel. Demi sempre o enchia de perguntas como toda mulher curiosa e estava atenta e fazia de tudo que Joseph se sentisse confortável e bem. – Você terminou de ler Asilo Arkham? – Demi caminhava pelo corredor principal do hospital entre Joe e Jake. Nas tardes que havia passado com Joe, Demi descobriu que o rapaz também gostava de ler quadrinhos do Batman.

   - Terminei, comecei a ler a piada mortal pelo celular. – Os dois fizeram careta e riram. Ambos preferiam as velhas revistas em quadrinhos aos arquivos eletrônicos. – Você sabia que o coringa morre quebrando o próprio pescoço? – Demi assentiu o olhando. Os óculos de grau davam a Joe um ar tão sexy e inteligente.

   - Ele mata o Robin com um pé de cabra. – Comentou Demi e Joe assentiu arrumando os óculos ao rosto.

   - Eu não sei exatamente, não cheguei a ler morte em família. – A conversa entre eles simplesmente fluía. Jake apenas escutava tudo calado trocando mensagens com algumas pessoas, era difícil conseguir a atenção de Demi com Joseph por perto, era de se perceber, pois os dois não paravam de conversar por um minuto sequer. No fundo Jake não gostava da companhia de Joseph, ele seria um futuro problema...

   - O meu vilão favorito é o Charada, ele seria o vilão perfeito se não deixasse uma pista no local do crime para o Batman.

   - Dem, vou buscar o carro, já volto. – Quando Jake se curvou para depositar um selinho nos lábios de Demi, o clima descontraído entra ela e Joseph morreu. Joseph estava corado e não sabia se deveria continuar com a conversa como se nada tivesse acontecido, mas no fundo o coração dele estava quebrado e a consciência zombava dele. Deus! Como ele podia ser tão iludido a pensar que uma mulher bonita e inteligente como Demi era solteira?
   - Nós vamos almoçar, não quer ir conosco? – Demi perguntou preenchendo aquele silêncio chato que havia se formado entre ela e Joe.

   - Obrigado pelo convite. – Joseph disse cabisbaixo. – Vou ficar no hotel descansando. – As bochechas dele coraram. Que tipo de desculpa era aquela? Ele estava a quatro dias exatos sem fazer nada, apenas ficava deitado. – Diabéticos não são uma boa companhia para refeições.

   - Vai ser divertido. – Demi sorriu para ele, mas Joe negou balançando a cabeça e logo a buzina do carro de Jake os interrompeu. Céus! A vontade Joseph era de pegar um táxi e voltar para o hotel sozinho. Ele não conhecia Jake, e não achava certo julgá-lo, mas ele não gostava muito do “amigo” de Demi.

   - Ei Joseph, não quer almoçar com a gente? – Jake perguntou assim que Demi e Joe adentraram o carro. – Seria legal, não acha Dem? – Demi assentiu e virou-se no banco do carona para olhar para Joseph acomodado no banco de trás. Ela fez a sua melhor cara de cachorrinho carente, mas Joseph tornou a negar.

   - Obrigado pelo convite. – O rapaz disse desviando o olhar do olhar esperançoso de Demi. Joe preferiu ficar quieto fitando os próprios dedos enquanto Jake conversava com Demi e às vezes tentava incluí-lo na conversa, porém o mundo dos dois era completamente diferente, até que o carro finalmente parou em frente ao hotel onde Joe estava hospedado.

   - Você pode esperar um minutinho? – Disse Demi a Jake. – Vou subir com o Joe. – Demi não esperou que Jake respondesse, ela simplesmente abriu a porta do carro e ajudou Joseph com a mochila já que ele ainda estava com o corpo doendo e cheio de hematomas sensíveis. – Não se preocupe com as diárias, eu já acertei tudo com o pessoal. – Joe a olhou e corou.

   - Demi.. – Ele a chamou sem jeito quando eles adentraram ao elevador. – Você não precisava pagar o hotel. – Demi sorriu ao olhá-lo todo preocupado e envergonhado. – Obrigado, eu vou pagá-la.

   - Eu vou ficar chateada se você me der dinheiro. – Demi disse caminhando ao lado de Joe pelo corredor que levava ao quarto do rapaz. – Você vai ficar bem aqui sozinho? – Ela perguntou e o rapaz assentiu destrancando o quarto.

   - Eu sei me cuidar. – Joseph sorriu e as bochechas coraram quando ele flagrou o olhar preocupado de Demi, era o mesmo olhar que Clara lançava a ele quando iria viajar ou algo do tipo e ele ficava sozinho em casa.

   - Tudo bem. – Ela disse respirando fundo. – Não se esqueça, qualquer coisa é só me ligar. Não precisa ficar envergonhado ou receoso, você pode me ligar em qualquer horário. – Joseph assentiu sem desviar o olhar do dela. – Obrigada por me salvar Joseph, eu nunca serei grata o suficiente pelo que você fez. – Ele não esperava por aquele abraço apertado, mas a abraçou de volta. – Muito obrigada. – Demi fitou os olhos verdes dele por alguns segundos, por um pouco ela não conseguiu desviar o olhar daquela imensidão verde, mas ela o fez se sentindo estranha. Deveria ser apenas a emoção que ela sentia toda vez que estava perto de Joe. – Obrigada. – A voz soou falha, mas Demi ignorou aquele pequeno detalhe, pôs-se na ponta dos pés e deu um beijo demorado na bochecha do rapaz. – Quero que você descanse, ok? Se você quiser, eu posso passar aqui mais tarde, sei lá, para a gente ler alguma coisa ou assistir alguma série. – Joseph assentiu gostando da ideia, ele já não via a hora para a noite chegar. – E não ouse em terminar de ler a piada mortal, vou baixar o pdf hoje.

   - Tchau Demi. – O sorriso do rapaz foi de orelha a orelha quando Demi o olhou antes de fechar a porta do apartamento e partir. Se tinha uma coisa que ele não tinha dúvida era: ele gostava dela, e estava muito ferrado.

***

   - O seu amigo é um bom rapaz. – Comentou Jake. O carro estava parado esperando pelo sinal verde do sinaleiro. Estavam a caminho do restaurante onde Selena já os esperava impacientemente junto a Ed. Demi que trocava mensagens com a amiga e vez ou outra gargalhava das mensagens de Selena sobre como Ed era grudento e tinha ideias malucas.

   - Eu gosto dele. – Disse Demi sem olhá-lo já que respondia Selena. – O Joe é muito tímido, mas ele é bem legal depois que você o conhece melhor. – Jake a olhou de cenho franzido não gostando nenhum pouco daquela amizade, pena que Demi não flagrou o olhar atravessado do rapaz.

   - Não sou fã de super-heróis. – Demi o olhou surpresa. Jake era a única pessoa que ela conhecia que não gostava de uma boa ação misturada a aventura e romance.

   - É sério? Você não assiste nenhuma série? – Ela perguntou ainda surpresa.

   - Não mesmo, não tenho tempo. – Jake riu da careta espantada de Demi. – Eu estou trabalhando o tempo todo, tenho a minha empresa e agora os negócios do vovô são a minha nova responsabilidade. – Para Demi não era desculpa, ela também trabalhava e muito por sinal, mas mesmo assim ainda tinha tempo para assistir séries, ler muitos livros de romance, passear com Selena e colocar em prática os projetos de design.

   - Quantos anos você tem? – Demi perguntou quando Jake deu partida no carro.

   - Vinte e oito. E você? – Demi arregalou os olhos e Jake riu quando ela disse que tinha vinte e dois anos. – Ah! Está explicado, você é praticamente uma pirralha.

   - Não exagera, você é só seis anos mais velho. – Jake tornou a rir e aproveitou para beijá-la quando ele parou o carro na vaga do estacionamento do restaurante.

   - Uma pirralha muito linda. – Ele disse depositando uma série de selinhos demorados nos lábios dela. – Eu já disse que você está simplesmente linda hoje? – Demi riu acariciando o rosto dele com as mãos.

   - Já. Você também está lindo. – Demi tornou a beijá-lo. – Vamos? Se não a Sel vai matar o Ed. – Caminharam lado a lado até que adentraram o restaurante. Um sorriso sapeca nasceu nos lábios de Demi sem ao menos ela perceber. Selena lançava olhares nada agradáveis a Ed. Eles eram simplesmente uma graça, não assumiam que estavam juntos, mas também não diziam o contrário, passavam a maior parte do tempo juntos com Selena reclamando o tempo todo sobre Ed e o rapaz tentava conquistá-la a todo custo.

   - Graças a Deus você chegou! – Disse Selena mal-humorada assim que Demi se aproximou da mesa junto a Jake. – Você demorou, está tudo bem? – Selena não deixou de perguntar preocupada aproveitando que Jake cumprimentava Ed.

   - Nós deixamos o Joseph no hotel. – Comentou se acomodando a uma cadeira ao lado de onde Selena estava sentada. – Convidei-o para vir conosco, mas ele preferiu ficar no hotel. – Selena analisou a amiga de sobrancelhas arqueadas. Desde o dia que Demi havia conhecido Joseph no hospital, Sel podia notar algo novo na amiga que ela tinha total certeza que estava relacionado ao rapaz.

   - Acho que ele é muito tímido para sair com a gente. – Comentou Selena e depois de alguns segundos Demi assentiu. Joe coraria de meio e meio minuto com as besteiras que ela e Selena conversavam.

   - O que você vai querer princesa? – Os dedos de Demi foram enlaçados aos de Jake, ela observou aquela conexão e mesmo sem jeito enlaçou os dedos aos dele procurando fitar os olhos de Jake com os seus. Duas noites juntos e a mera coincidência de ele ser o filho do seu falecido chefe. Era estranho e curioso, mas a linha de raciocínio de Demi foi interrompida por Ed e Selena.

   - Vou ao banheiro, você vem comigo Sel? – Os pedidos já tinham sido feitos, na mesa estava apenas Demi, Selena e Jake. Ed procurava pelo garçom para adicionar mais um prato a pedido de Selena.

   - Pode ir na frente, não demoro. – Demi não entendeu o porquê de Selena não arrastá-la como ela sempre fazia, mas caminhou despreocupadamente em direção ao banheiro. – Bolsa de mulher, sabe como é. – Selena sorriu amarelo sentindo o olhar de Jake sobre ela. Desde que havia posto os olhos sobre Jake o seu instinto protetor tinha disparado em alerta. Ela só queria ter um momento a sós com o rapaz para interrogá-lo sem Demi pensar em matá-la. – Você gosta da Dem? – Perguntou para sondá-lo ainda fingindo estar procurando qualquer objeto dentro da bolsa.

   - Gosto. – O olhar de Selena sobre ele era intenso e um pouco ameaçador sempre o estudando como podia sentindo que Jake literalmente cheirava a confusão.

   - Ela é a minha melhor amiga. – Selena fechou o zíper da bolsa e a ajeitou debaixo do braço. – Não ouse em machucá-la, ela já sofreu muito na mão de idiotas que só queriam usá-la, se você for mais um idiota eu que vou te machucar. – Estreitando os olhos Jake sustentou o olhar frio de Selena, porém sorriu de lado assentindo para descontrair o clima. Ela não o assustava nenhum pouco.

   - Sel? A Demi está te esperando. – Ed estranhou quando Selena se levantou e o presenteou com um selinho. O que tinha acontecido com ela?


***

   - Eu estou feliz que você vai passar a noite aqui comigo. – A noite tinha caído sobre Nova York num piscar de olhos, porém tinha sido um dia longo, proveitoso e muito cansativo para Demi. Resistir ao sorriso de Jake era impossível, tanto que ela abandonou a noite que tiraria para iniciar os seus projetos para aceitar o convite de Jake para jantar no apartamento dele, e bem, da mesa de jantar para a cama não tinha sido um caminho longo.. O cobertor de algodão confortável e fresco os aquecia enquanto eles apenas conversavam. – Você está tensa. – As mãos grandes e másculas de Jake massageavam os ombros femininos tão bem a ponto de gemidos tímidos escaparem dos lábios de Demi. – Não vamos fazer se você não quiser.

   - Eu estou me sentindo mal. – Disse fechando os olhos quando ele a massageou no lugar certo, o corpo chegou a relaxar. – Eu deveria ter passado no hotel para saber se o Joe precisava de alguma coisa. – Jake franziu o cenho cobrindo o corpo de Demi com o seu a beijando nas costas e envolvendo os braços na cintura feminina.

   - Você ligou para ele princesa. – Deitando-se de costas contra o colchão, Jake puxou Demi para os seus braços a beijando na testa.

   - Não quero que nada falte para ele. – Comentou Demi se lembrando de Dianna. – Por um momento eu pensei que iria morrer, mas ele apareceu. Eu nunca vou ser grata o suficiente pelo que ele fez. – O olhar intenso que eles trocaram resultou num beijo quente e carinhoso.

   - Eu entendo perfeitamente. – Demi aproveitou para correr a mão pelo suéter de Jake e se agarrar mais a ele. Aquele dia tinha sido tão diferente, Demi estava tão exausta, porém muito feliz por ter conseguido um abraço da mãe.

   - O que você achou do almoço? Eu e a Sel sempre comemos ali quando não podemos ir para casa. – Jake envolveu a cintura de Demi com um braço e com a mão livre acariciou o rosto dela fixando o olhar dos seus bonitos olhos azuis nos olhos marrons.

   - Foi divertido. – Ele disse sério. – Os seus amigos são legais, mas eu não concordo com o jeito que a Selena te trata. – Demi se ergueu de cenho franzido pronta para defender Selena. – Ei, calma. – Ele disse esboçando um sorriso para descontrair o clima. – Eu só acho que você é uma mulher forte e inteligente demais para alguém tentar tomar decisões por você, você pode se cuidar sozinha.

   - Eu não estou entendendo. – Murmurou Demi ainda na defensiva.

   - Bem, a Selena me disse que muitos caras partiram o seu coração, e que se eu te machucasse, ela iria me machucar. – As bochechas de Demi assumiram um tom avermelhado. Droga! Por que Selena sempre tinha que fazer aquilo? Ela definitivamente a mataria. – Tudo bem, ela é sua amiga princesa, mas ela te trata como se você fosse uma criança.

   - Ela só não quer que eu me machuque. – Disse Demi desviando o olhar do de Jake para fitar um ponto qualquer. Às vezes Selena exagerava, mas ninguém poderia mudá-la porque era algo natural dela.

   - Eu sei, mas você não é boba, Dem. E ninguém precisa te dizer o que fazer e o que não fazer. – Relutante Demi assentiu. Jake tinha razão, sozinha ela poderia tomar suas decisões, sempre foi assim e ela tinha ido longe, tanto que era formada, tinha o próprio apartamento e trabalhava numa das melhores empresas do mundo. – Eu não quero te machucar Demi, não sou esse tipo de cara. – Demi o olhou e não disse nada, voltou a se deitar e respirou fundo sem saber ao certo o que fazer em relação a Jake. Mas no fundo ela sabia que deveria tentar, ela jamais encontraria o amor de sua vida se esquivando de todos os homens bons que apareciam em seu caminho. Assim como Joseph, Jake também era o seu herói, ele tinha a salvado daquele homem na noite em que se conheceram no pub.

   - Você pode me abraçar? – Pediu se sentindo frágil ao se lembrar daquela terrível noite. A discussão com Dianna, a verdade sobre o pai, o homem que tentou drogá-la, a confusão de sentimentos.

   - Você é forte, linda. – Jake a abraçou e a beijou esboçando um sorriso misterioso. – Eu preciso muito da sua ajuda com a empresa. – Começou a dizer quando Demi o olhou. – Não sei em quem confiar e não conheço detalhadamente o trabalho de vocês. Quero suprir todas as necessidades da empresa, e pelo que vi nos arquivos do meu avô, ele estava com um processo aberto para contratar novos funcionários justamente para resolver essa questão. Quero que você cuide disso para mim. O vovô tinha uma lista dos melhores profissionais selecionados, quero que você os entreviste novamente e contrate os melhores. – Demi fez careta e recebeu de Jake vários beijinhos pelo rosto. – Você fica tão fofa fazendo careta. – Ele disse depositando um beijo quente no pescoço dela.

   - Eu não sei se posso fazer isso, não conheço perfeitamente a rotina de trabalho dos outros departamentos, e eu sou apenas uma Designer. – Demi enterrou os dedos nas mechas de cabelo da nuca de Jake e as puxavam conforme ele a beijava no pescoço. – Mas eu posso cuidar do departamento onde trabalho, tudo bem? – Ela disse rindo da bagunça que estava os cabelos dele quando Jake a olhou ofegando.

   - Tudo bem. – Demi o empurrou e gargalhou quando Jake a puxou tornando a beijá-la rindo de como ela estava menina naquela noite.


Continua.. Oi! Tudo bem com vocês? O Jake está começando a se revelar.. Perceberam como ele tentou manipular a Demi contra a Sel? E o Joseph? Ele gosta da Demi! Imagem só ele todo atrapalhado quando as coisas começarem a acontecer ele e a Demi? Gente, e a Dianna? Ela está aprontando.. Não vou dar spoilers, mas acho que algumas de vocês já sabe mais ou menos o que está acontecendo.. Novamente, desculpem pela demora, dessa vez não foi a falta de tempo, eu só não sabia o que escrever, acho que eu estou tão acostumada com a fanfic passada que ela está me bloqueando para escrever outra fanfic.. Enfim, espero que vocês entendam essa questão e obrigada pela paciência. Respostas aos comentários do capítulo passado AQUI