16.7.15

Capítulo 65

"...Uma porta quebrada nunca deve ser ignorada. Quando quebrada, tudo que você tem fica à mercê de ladrões. O mesmo aconteceu em minha vida. Problemas mal resolvidos e ignorados trouxeram grandes tempestades, tudo porque não fui honesta comigo e nem com aqueles que me cercavam, e num desses problemas ignorados, trouxe a minha família um enorme caos. Tudo começou com a minha insegurança e o medo de dizer a verdade, magoei todos ao meu redor e também fui magoada. E novamente o medo me cegou e cedi ao vicio da bebida alcoólica como se esse funcionasse como uma espécie de anestesiante para a minha dor. Bebi por muitos dias e noites, bebi porque a dor de estar magoada e de ter magoado aqueles que eu tanto amava me sufocava e eu não sabia o que fazer. Um mês, depois que simplesmente afastei de todos que eu amava, a bebida não fazia mais efeito, eu estava em turnê e em praticamente todos os shows eu estava bêbada e fora de mim, deixava apenas que a dor me consumia e crescia de uma forma insuportável em meu peito. Conforme o tempo a bebida não fazia mais efeito, então passei a me drogar com medicamentos anestésicos junto com a bebida, a mistura ajudava a dormir, o que eu já não fazia naturalmente, mas como a bebida, os medicamentos não estavam mais fazendo efeito. Um dia, quando não suportava mais sentir o meu coração se comprimir, recorri a medicamentos mais fortes misturados a bebidas pesadas, tranquei-me em meu banheiro e adormeci na banheira, o que resultou o coma. Sou apenas um ser humano que erra e aprende simultaneamente. Não deixe que o medo e a insegurança ofusque quem você é, lute por seus sonhos e lembre-se de que Deus sempre tem um propósito para as nossas vidas.- Demetria Jonas.".

Parecia-lhe justo contar ao mundo o que realmente tinha acontecido, como realmente tinha se sentido com toda a confusão que vivera. Escrever cada trecho daquela carta era uma lembrança que deveria machucar o seu coração, mas que Demi já tinha superado com toda a felicidade que a cercava. Pensar negativo e sentir sentimentos negativos estava riscado de sua lista, tudo que faria era superar, consertar e ser feliz. Suspirando, Demi leu cada trecho que escrevera por praticamente uma noite tendo a certeza que era o melhor e o correto a fazer. 

Os raios de sol já atravessavam o vidro da janela do quarto de Daniel, e por mais que aquele tom de azul por conta das persianas azuis da janela davam ao quarto o melhor clima para dormir, o sono lhe abandonara desde que vira o seu filho desolado. Doía tanto saber que Dan sofria. Demi tinha tentado animá-lo, servira as panquecas que guardara para o menino no meio da madrugada enquanto o mesmo tomava o custoso banho que ela lutara para que ele tomasse, e Daniel estranhamente não tocou no alimento, ficara calado e o choro o tomou. Agora, arrumando o cobertor no corpo de Daniel, Demi tocou-lhe os cabelos e o rosto, beijou-lhe a testa e tornou a recostar na cabeceira da cama sem sono algum. O que ela faria? Precisava de um plano mais que brilhante para juntar o filho e a "ex-namorada", e precisava convencer Alex a parar de infernizá-los, e por mais que ela mesma apostava que elas sairiam nos tapas, tentaria por Daniel e Jenny.

   - Querida? - A voz suave de Joe foi o suficiente para assustá-la e atrapalhar-se com o caderno que estava em seu colo o deixando cair. - Tudo bem? Eu te assustei? - Demi assentiu um pouco atordoada levantando-se e pegando o caderno do chão.

   - Tudo. Eu só estava distraída. - Disse Demi encostando a porta do quarto do garoto.

   - Você sabe que não consegue me enganar. – Joe a olhou e não foi preciso ser nenhum gênio para perceber que Demi não estava bem. – Você parece péssima. – Demi o puxou para o quarto e assim que fechou a porta abraçou Joe com força. – Dem, o que foi? – Perguntou preocupado retribuindo o abraço apertado.

Demi o abraçou por tanto tempo. Estava tão cansada e preocupada com Daniel. Passar a noite em claro a fez refletir sobre tantos aspectos, principalmente sobre o passado com a mãe de Jenny que tanto prejudicara o seu filho. De certa forma, pensar que Daniel e Jenny não tinham sossego por sua culpa inevitavelmente a deixava arrasada e com a consciência pesada.

   - Estou preocupada com Daniel, Joe. – Disse finalmente o olhando nos olhos. Joe franziu o cenho e a guiou para que pudessem se sentar a beirada da cama.

   - O que aconteceu? Ele não está bem? – Perguntou Joe preocupado enlaçando os dedos aos dela.

   - Eles terminaram. – Disse repousando o caderno sobre o criado-mudo. – Daniel chegou arrasado, ele chorou à noite toda. – Joe massageou as têmporas já tenso e cobriu o rosto com as mãos simultaneamente respirando com pesar.

   - Não diga que.. droga! – Disse Joe bufando irritado.

   - Eu não sei, amor. Ele não disse o porquê do término. – Joe respirou fundo levemente aliviado, mas ainda apostava que Alex era a grande culpada.

   - Você passou à noite toda com ele? – Perguntou a olhando.

   - Passei, você estava dormindo quando ele chegou. – Demi fechou os olhos e respirou fundo, estava cansada. – Estou preocupada, Joseph! – Disse exasperada e Joe assentiu balançando a cabeça.

   - Eu sei, também estou. – Disse a olhando. – Você passou a noite em claro? – Perguntou a sondando e Demi assentiu. – Dem! Você tem que descansar, não pode ficar ligada por vinte e quatro horas. – Demi se sentiu como uma criança que acabara de levar uma bronca do pai, mas entendeu que ele estava certo, ela precisava descansar para o bem do seu pequeno. – Hoje nós vamos fazer diferente, eu vou cuidar da casa e você vai dormir. – Disse Joe e Demi arqueou as sobrancelhas quando ele a pegou nos braços e a deitou na cama. – Nada de aprontar por hoje mocinha. – Mesmo tensa e com a cabeça a mil, Demi riu quando ele ajeitou o travesseiro para ela e a cobriu com o cobertor.

   - Daniel precisa de mim. – Disse o puxando para que ele se deitasse ao lado dela. – Nós temos que ligar para Elizabeth. – Joe negou balançando a cabeça, virou-se e a abraçou por trás.

   - Bernardo precisa que você descanse. Lizzie e Dan já são grandinhos e não precisam de você como ele precisa. – Disse acariciando a barriga da esposa. – Descansar, bebê.-  Demi levou a mão de junto a dele e acomodou-se a cama dando-se por vencida. – Hoje você está oficialmente interditada. – Demi riu e virou-se inquieta para olhá-lo.

   - Só prometo que vou descansar agora. – Demi não resistiu aos lábios bonitos dele e os selou demoradamente enquanto suas mãos trabalhavam em acariciar aquele peito maravilhoso.

   - Pensei que eu não ganharia o meu beijinho de bom dia. – O sorriso de menino nos lábios dele a fez sorrir de orelha a orelha o olhando. Ah! Os cabelos escuros dele eram uma bagunça sexy, os lábios uma tentação irresistível e aquele corpo a verdadeira perdição. – Dormir pequena. – Lembrou-a depositando um selinho nos lábios de Demi. Joe sabia que se ela continuasse o olhando daquele jeito acabariam fazendo amor. – Agora pestinha. – Demi roubou um selinho e virou-se aninhando o corpo ao dele para que pudesse dormir em paz.

...

Deveria ser tarde, supôs Demi ainda sonolenta se erguendo na cama. O primeiro pensamento foi direcionado a eles: Daniel, Elizabeth e Bernardo. O seu pequeno Bernardo ela ainda poderia proteger, já Daniel e Elizabeth eram teimosos demais para obedecê-la. Deliciar-se da água morna da ducha foi o melhor de Demi fez, pudera pensar em tudo que faria pacientemente enquanto a água lavava o seu corpo levando embora uma pequena parte da preocupação.

   - Joseph? – Chamou quando era mais tarde e descia a escada com destreza. Achara estranho quando entrara no quarto de Daniel e não o viu estirado na cama como tinha o deixado. – Joe? – Chamou um pouco mais alto e logo Joe a chamou, a voz dele vinha da cozinha e foi para lá que Demi caminhou apressadamente faminta apenas por sentir o cheiro maravilhoso que de lá vinha.

   - Bom dia princesa! – A primeira reação de Demi foi rir ao ver Joe vestido com o seu avental com estampa de corações, sem contar à bagunça que o cercava. E ela não pode deixar de notar Daniel tão pálido e sem ânimo sentado à mesa fitando o nada.

   - Bom dia amor. – Demi deu um beijinho rápido nos lábios de Joe e logo se aproximou de Daniel. – Bom dia meu amor. – Demi abraçou Daniel de lado um tanto sem jeito, beijou-lhe a bochecha e esperou uma reação melhor do garoto, mas tudo que recebeu foi um murmuro seco de bom dia. – Como você está? – Perguntou arrumando os cabelos dele, e Dan murmurou algo que ela não entendeu novamente sem olhá-la. – Você não vai mesmo falar comigo? – Demi puxou uma cadeira e sentou-se ao lado do garoto esperando ansiosamente que ele dissesse alguma coisa.

   - Daniel. – Joe se aproximou trazendo torradas para o filho e uma generosa fatia de bolo. – Fale com a sua mãe filho, nós já conversamos. – Dan olhou do pai para a mãe e respirou fundo. A dor deveria ser semelhante a ter um buraco sem fim no peito que a cada segundo doía cada vez mais.

   - Bom dia mamãe. – Demi levou as mãos ao rosto do garoto e curvou-se para beijá-lo na testa.

   - Bom dia bebê. – Demi o olhou nos olhos e doeu em seu peito ao ver o quão triste Dan estava. – Não fica assim meu amor, tudo vai ficar bem. – Disse fitando os olhos do filho, ela consertaria tudo e jamais veria aquela tristeza nos olhos do seu menino.

   - E que tal as torradas e o bolo que o papai fez? Tenho certeza que vai ajudar. – Demi tentou se controlar, mas acabou rindo de Joe e o avental. Quando Dan era pequeno e se machucava, o menino sempre corria para os braços da mãe sem dar nenhuma chance para o pai consolá-lo.

   - Só um pedacinho, o seu pai não cozinha tão mal. – Disse Demi para pirraçar Joe, que grunhiu alguma coisa e Daniel riu. Deus! Era um progresso incrível! – Vamos, come pequeno. – Disse como dizia quando Dan era pequeno.

   - Está ruim? – Perguntou Joe receoso quando Dan deu a primeira mordida no bolo e logo na torrada.

   - Até que não. – Disse o rapaz esboçando um pequeno sorriso e Demi sorriu de orelha a orelha. Ora, se fosse preciso, ela faria chacota com Joe durante todo o dia só para ver aquele sorriso lindo nos lábios de Dan. – Está gostoso. – Disse Dan acabando com a agonia do pai que já estava sem graça.

   - Quer chocolate quente, suco ou café com leite? – Perguntou Joe ao filho e Demi arqueou as sobrancelhas o olhando. Ele estava tão lindo! A vontade dela era de agarrar-se a ele para beijá-lo incansavelmente. – Já trago o seu café da manhã pequena. – Disse Joe todo carinhoso beijando a testa de Demi para que então pudesse preparar o chocolate quente que Daniel pedira.

   - Você ligou para Elizabeth? – Perguntou Demi agora preocupada com Dan e também com Lizzie.

   - Quando liguei ela estava tomando café da manhã. – Disse Joe concentrado em dissolver o chocolate em pó no leite.

   - Vamos buscá-la? A gente pode aproveitar para passear um pouco, o que vocês acham? – Joe assentiu e Daniel fez careta. Oh droga! Ela não o deixaria entrar em depressão.

   - Oi. – De repente a menina surgiu na cozinha os assustando, Demi franziu o cenho quando Lizzie abraçou o pai, logo lhe beijara a testa e pegou a fatia de bolo de Daniel, que tornou a fazer careta ao receber o beijo da irmã.

   - Porque não avisou que estava chegando? – Perguntou Demi a filha a analisando. Lizzie mal a olhara nos olhos, estava quieta demais, calada demais...

   - O Eric me trouxe. – Disse rapidamente arrumando as alças da bolsa na cabeceira da cadeira. – Não queria incomodar. – Demi franziu o cenho e olhou para Joe, que também a olhava sem entender o que Lizzie queria dizer com “incomodar”.

   - Incomodar coisa nenhum mocinha. – Disse Joe usando aquele tom autoritário. Ótimo, ainda bem que não era apenas Demi quem estava achando aquela história muito mal contada. – Onde está o seu namorado? – Perguntou servindo Daniel com uma xícara com chocolate quente.

   - A caminho de Santa Mônica. – Murmurou a menina irritada e Demi a olhou com curiosidade.

   - Obrigada querido. - Demi o beijou brevemente na boca quando Joe a serviu com uma bandeja com tudo que ela poderia desejar comer naquela manhã. Ele era tão preocupado e fofo, cuidara dela e de Daniel com tanto amor e carinho.

   - O que a senhorita vai querer? – Perguntou Joe a Elizabeth.

   - Já comi, mas quero uma fatia de bolo. – Disse Lizzie olhando para o irmão que estreitou os olhos por ela ter lhe roubado a fatia de bolo.

   - Você não vai comer, amor? – Perguntou Demi ao ver Joe caminhar de um lado para o outro para servi-los. Deus! Ela estava indecisa entre o bolo, as frutas cortadas em cubinhos e o pão de queijo que Joe fizera. Tudo estava tão perfeito e Demi não poderia estar mais orgulhosa.

   - Estou indo princesa. – Demi adorava todos aqueles apelidos e o jeito carinhoso que Joe a tratava. Quando ele se sentou ao seu lado ela o beijou no rosto tão feliz de tê-lo. – O que Eric vai fazer em Santa Mônica? – Perguntou Joe pegando a filha desprevenida já que Elizabeth estava distraída entre suspiros e o mundo da lua.

   - An? Santa Mônica? – Perguntou a menina de cenho franzido e só depois associou uma coisa à outra. – Faculdade, papai. Ele quer ser engenheiro civil. – Disse Elizabeth revirando os olhos. A ideia de Eric estar na faculdade deixava a menina irritada e enciumada.

   - Engenheiro? – Joe sorriu ao olhar para a filha, mas Elizabeth tornou a revirar os olhos.

   - Eu vou para o meu quarto. – Demi arqueou as sobrancelhas quando Daniel e Elizabeth disseram aquela terrível frase ao mesmo tempo. O que estava acontecendo com aqueles adolescentes?

   - Vocês mal comeram! – Disse Joe abismado e ambos deram de ombros e subiram juntos. – Demi! – Disse a olhando e Demi o olhou tão intrigada quanto ele.

   - O que eu posso fazer? Amarrá-los a mesa? – Franzindo o cenho, Demi respirou fundo pensando no que faria em relação aos filhos. Diabos! O que ela tinha feito para ter tanto problema? Quando resolvera a situação dela e de Joe, Daniel e Elizabeth estavam estranhos.

   - Terminou querida? – Perguntou Joe quando era mais tarde. – Vou preparar o almoço, tudo bem? – Demi assentiu calada e o ajudou a limpar a mesa. Juntos por insistência dela começaram a preparar o almoço de domingo, que como sempre sairia já tarde. E Deus, foi tão tenso chamar Daniel e Elizabeth para comer. Daniel se recusou a comer, estava calado e deitado na cama fitando o nada. Já Elizabeth estava tão estranha, porém aceitou almoçar por insistência do pai. Era engraçado, Lizzie sempre era tão alegre e tinha o sorriso contagiante, porém a menina estava tão calada e sempre que Joe ou Demi perguntava algo sobre a noite que passara fora, Lizzie procurava fitar qualquer outro ponto que não fosse os olhos dos pais e respondia timidamente embaraçando-se com as palavras.

...

   - Escola, água, energia, internet... – No tampo da mesa de vidro do escritório que Joe tinha montado em casa cada conta das despesas do mês eram organizadas por Demi e contabilizadas por Joe. – Funcionários, alimentação, mesada das crianças, gasol.. – Dizia Joe tão concentrado e sexy com os seus óculos de leitura somando agilmente na calculadora o valor total da conta do mês.

   - A escola, Joseph. – Interferiu Demi e Joe a olhou um tanto curioso. – Você acha que eu ainda devo pagar a escola para Jenny? – Perguntou com receio e Joe ajeitou os óculos no rosto.

   - Anjo, o que você quer fazer? – Perguntou a olhando. Demi respirou fundo pensando seriamente no queria faria. Era difícil tomar uma decisão sem ao menos saber a causa do fim do namoro de Daniel com Jenny, mas a consciência gritava para que ela fizesse alguma coisa para ajudar Jenny a ter um bom estudo independente do que havia acontecido entre a garota e Daniel.

   - Vou ajudá-la, mas e a Alex? Ela não aceitará de forma alguma. E subornar a Truscott não é correto. – Virando-se na cadeira giratória para que pudesse ficar de frente a Demi, Joe sorriu com aquele jeitinho fofo de menina levada que só pertencia à amada.

   - Com certeza não é correto. – Disse Joe juntando as mãos as dela. – E se você propusesse a Srta. Truscott um programa de bolsas de estudos? Nós poderíamos nos unir. Eu, você e a gravadora. Acho que seria um ótimo investimento. – Demi sorriu achando aquela ideia brilhante. Seria uma honra investir no futuro de milhares de jovens sonhadores, eles poderiam trabalhar e aperfeiçoar melhor aquela ideia até porque força de vontade e dinheiro era o que mais tinham de sobra.

   - E como encaixaríamos a Jenny? – Perguntou pensando mil e uma coisas ao mesmo tempo a respeito da ideia de Joe.

   - Acho que poderia ser uma condição da sua proposta. – O sorrisinho levado dela o fez sorrir também e acabaram trocando um beijo rápido. – Mas é melhor contar a verdade a Alex, quem sabe quando vocês se resolverem. – Demi assentiu, contaria a Alex assim que elas se esclarecessem.

   - Já estamos terminando? – Perguntou checando as atualizações do celular. Quando era mais cedo, logo depois do almoço e Joe cochilava, Demi revisara a carta que escrevera e ajustara alguns trechos para que então pudesse postá-la em seu perfil do Instagram com uma foto da vista de seu terraço onde Joe lhe pedira em casamento. E céus! Ela estava louca para ler cada comentário e ao mesmo tempo estava com tanto medo do que as pessoas diriam a respeito.

   - Demi, você está muito agitada, está tudo bem? – Perguntou Joe ainda envolvido em seus cálculos e Demi amaldiçoou-se por ter insistido para ajudá-lo a calcular todas aquelas coisas, teria sido muito mais fácil se ela pudesse apenas entregar a sua parte.

   - Onde está o seu celular? – Perguntou inquieta desbloqueando o celular e abrindo o Instagram.

   - Acho que está em algum lugar no nosso quarto. – Disse forçando a memória. Hum.. Joe apostara que o celular estava em algum lugar na cama, talvez entre o colchão e o lençol já que da última vez que fizera amor com Demi na noite passada sentira algo lhe cutucando as costas, mas estava tão concentrado na amada que deixou passar por batido.

   - Você pode ler? – Disse ansiosamente mostrando o texto para ele.

   - Acho que preciso de um beijinho primeiro. – A tensão e a ansiedade dela era visível. – Relaxa.. – Sussurrou à medida que acariciava a bochecha de Demi com a ponta dos dedos e lhe fitava os olhos intensamente, até que ele depositou um beijo casto nos lábios dela e aos poucos conforme Demi o correspondia Joe aprofundava mais o beijo.

   - Eu acho que não está bom, eu não sei, escrevi quando estávamos na cabana e ontem à noite. E se não est.. – Demi chegara atropelar as palavras, estava tão ansiosa e tensa. Joe a olhou, deu-lhe um beijo rápido nos lábios e enlaçou os dedos aos dela para que finalmente pudesse começar a ler o que ela pedira.

   - Vamos com calma, ok? – Disse Joe assim que Demi deitou a cabeça em seu ombro. Ele estava tão preocupado com ela, Demi ultimamente estava ansiosa e agitada demais, não tinha nada que a fazia sossegar por um minuto sequer, e o que preocupava Joe eram a gravidez e a saúde de Demi. Céus! Ela ficou um mês em coma e assim que acordou não conseguia falar e se movimentar perfeitamente, a fisioterapia e os tantos tratamentos que ela enfrentara na clínica de Marissa ajudara, mas mesmo assim Joe ainda tinha receio de estar cedo demais para tanta animação.

   - Está lendo? – Perguntou Demi ansiosa brincando com o polegar no dele. Joe assentiu lendo atentamente cada trecho enquanto a sua mente recriava tudo que eles tinham vivido através das palavras de Demi. Do misto de sentimentos que o invadiu o pior de todos era o medo de perdê-la, Joe apertou mais os dedos aos de Demi e terminou de ler o texto orgulhoso da sua menina por ela ter sido honesta com os fãs.

   - Está ótimo. – Disse Joe minutos mais tarde acabando com a ansiedade de Demi, que finalmente pudera respirar aliviada. – Não fique chateada com os comentários estúpidos, as pessoas estão em choque e precisam de tempo para digerir tudo que aconteceu. – Disse e deu um beijo demorado na testa dela.

   - Seria bom se nós pudéssemos organizar uma coletiva, acho que seria mais esclarecedor para mim e para eles. – Joe assentiu prometendo para ela que conversaria com Nick e John a respeito do que eles poderiam fazer.

   - Vamos descansar? O culto é mais tarde. – Disse recolhendo os papeis e os organizando dentro da pasta transparente. Como era domingo iriam ao culto das seis da tarde como fizeram no domingo passado. Joe estivera tão feliz e animado para que Demi conhecesse a igreja, ele a apresentara para os poucos amigos que fizera na igreja e para o pastor.

   - Amor.. – Murmurou Demi manhosa levantando-se da cadeira para deitar-se no sofá confortável que combinava perfeitamente com o escritório de Joe.

   - Está com fome? – Perguntou ele divertido e Demi negou balançando a cabeça. – Está cansada? Com sono? Preocupada? Quer fazer amor? – Deus! O que ela queria? Joe arriscou tudo que vinha em sua mente e Demi negava balançando a cabeça.

   - Vem, deita comigo. – Grávida, mimada e manhosa! Joe guardou a pasta junto à calculadora na gaveta de sua mesa e quando olhou para Demi levou as mãos a cintura e cerrou os olhos. O que estava a deixando tão intrigada?

   - Já disse que você é muito mimada? – Disse assim que se sentou na beirada do sofá e Demi o puxou para deitar-se sobre ela. – Que eu queria dar umas palmadas no seu bumbum? – O sorrisinho safado dela foi o melhor e ele riu depositando um beijo na testa de Demi enquanto se ajeitava sobre ela de forma que não machucasse o bebê.

   - Você pode dar palmadas no meu bumbum. – Disse Demi esboçando aquele sorriso levado e Joe deitou-se a puxou para o peito.

   - Eu sei. – Disse fechando os olhos para sentir a caricia que Demi fazia em seu peito. – O que foi? – Perguntou acariciando o braço nu dela.

    - Eu estava pensando numa coisa. – Disse com receio e Joe recostou-se para olhá-la. – Joe, e se o pessoal da igreja não gostar de mim. – Disse num murmuro e Joe franziu o cenho sem entender como uma pessoa não gostaria da sua menina. – Eu estou longe de ser uma santa ou até mesmo uma mulher comum. Estou com medo, sabe? De ser julgada e.. E que as pessoas tenham receio de se aproximar de mim por quem eu realmente sou, entende? – Ele a olhou um tanto surpreso e assentiu.

   - Você quer ir? – Perguntou a olhando nos olhos e Demi assentiu. – Então você quer ir, mas está com medo do que as pessoas vão fazer a respeito? – Disse e ela assentiu desviando os olhos dos dele para fitar-lhe o peito. – Lembre-se que nada é mais importante que está bem com Deus. A igreja é a casa dele, e eu tenho certeza que ele já te recebeu de braços abertos e está ansioso para que você volte para visitá-lo e agradecer por a sua saúde e a nossa família. – Demi assentiu fitando os bonitos olhos de Joe. Não era medo e sim receio de ser julgada.

   - Você tem razão. – Disse deslizando a mão pelo peito dele. – Acho que estou com um pouquinho de sono. – Joe a abraçou a envolvendo com o braço direito a trazendo mais para si.

   - Vamos para a nossa cama? É mais confortável que esse sofá pequeno. – Demi riu ao erguer-se e ver que Joe estava todo torto no pequeno sofá que acolhia melhor o seu corpo que o dele.

   - Você pode me carregar? – Perguntou manhosa e ele assentiu acariciando a barriga dela.

   - Preguiçosa, manhosa, mimada e tarada. – Disse Joe fingindo-se de pensativo e Demi revirou os olhos. – Amor, você está demais. – Disse para pirraçá-la e Demi o acertou com um tapa um tanto irritada aninhando-se mais a ele.

   - E você é chato, mas eu te amo. – Joe roubou um selinho enquanto se erguia do sofá um tanto sem jeito e logo a pegou nos braços.

   - Eu também te amo linda. – Disse a beijando brevemente nos lábios para que então pudesse caminhar. – Está com fome? – Perguntou caminhado a passos calmos. Tudo estava tão quieto. Era uma pena, pois a casa era tão grande e Daniel e Lizzie passavam todo o tempo que tinham no quarto. Quando eram pequenos o que sempre faltava naquela casa era paz, Daniel vivia aprontando, e os gritos de Demi e de Elizabeth nunca faltavam já que o garoto adorava pirraçá-las.

   - Não, só preocupada e com sono. – Disse Demi agarrando-se ao pescoço de Joe para que ele pudesse subir as escadas sem perigo que ela caísse.

   - Demi.. – Joe a repreendeu e parou na metade da escada para que dois dos filhotes de Buffy a descessem correndo. Ao menos os cães eram alegres. – Não faz bem para o bebê, ele precisa que a mamãe dele descanse e se alimente bem, nada de preocupação. – Disse todo protetor e Demi desceu do colo dele assim que Joe abriu a porta do quarto que pertencia a eles.

   - Eu sei amor, eu sei. – Disse Demi envolvendo o pescoço dele com os braços e roçando os lábios dele com os seus. – Preciso conversar com Daniel, deita que eu já venho. – Mesmo não gostando daquela ideia Joe a puxou para um rápido beijo e a deixou partir para o quarto do filho.

Demi adentrou o quarto do garoto depois de bater à porta. Ela estava tão preocupada com Daniel a ponto de perder o sono. Ao menos Daniel não chorava, estava deitado na cama de barriga para cima quase pegando no sono. Ele era tão lindo. Demi sorriu admirada e aproximou-se a sutis passos da cama, o que fez que Dan a olhasse.

   - Oi. – Disse ela sentando-se a beirada da cama fitando os olhos verdes do filho.

   - Oi mamãe. – Disse Daniel depois de minutos calado fitando os olhos da mãe.

   - Como você está? – Perguntou Demi aliviada por ao menos Dan ter a respondido. – Não está com fome? – Perguntou ansiosa e Daniel negou balançando a cabeça.

   - Pensando. – Disse fechando os olhos e logo os abrindo para fitar o teto. – E você? – Perguntou minutos depois e Demi ajeitou-se na cama um tanto agoniada.

   - Preocupada com os meus filhos. – Disse Demi de imediato. – Meu anjo, estou preocupada com você Daniel. – Disse o olhando.

   - Mãe... – Murmurou o garoto tristonho e o coração de Demi partiu-se em milhares de pedaços.

   - O que aconteceu? – Perguntou com receio o olhando e Dan desviou o olhar do dela para fitar o teto e logo fechar os olhos resmungando algo que Demi não entendeu.

   - Isso dói tanto. – Comentou fazendo careta. Demi assentiu lembrando-se das duas vezes que Joe terminara com ela. – Nós assistimos ao filme e nos divertimos no shopping com Anne e Bryan. Pegamos um táxi e deixamos Anne na casa do Bryan porque ficava mais perto da casa da Jenny. – Começou a dizer Dan. – Eu fiquei para jantar com a família de Jenny e foi muito divertido, a comida estava maravilhosa e o pessoal era muito legal. Acho que ninguém esperava que a Sra. Shorty fosse chegar cedo. – Daniel não precisou dizer mais nada para que Demi entendesse tudo que havia acontecido. Os olhos do garoto chegavam estar arregalados de medo. Deus! Porque ele não a ouviu? Se Dan tivesse voltado para casa como ela dissera talvez nada teria acontecido. – Ela disse tantas coisas, eu fiquei nervoso e nós começamos a discutir. – Disse a olhando com receio. – Eu deveria ter ficado calado, mas.. aconteceu. Jenny pediu para que a gente parasse de brigar, mas não deu muito certo, resolvi vim para casa e ela veio atrás de mim pedindo desculpas pelas coisas que a mãe dela tinha dito, ela acabou mudando de ideia e disse que era melhor que cada um seguisse o seu caminho, sabe? Ela disse que nunca daria certo o nosso namoro, que a mãe dela sempre iria tirar a minha paz e a da nossa família. Ela disse que terminaria comigo para o meu próprio bem, mas que me amava. – Demi limpou a primeira lágrima que rolou pelo rosto do garoto. Infelizmente mais uma vez o seu passado estava interferindo na vida de seus filhos, principalmente de Daniel que a defendia com unhas e dentes.

   - Ei meu amor. – Disse o abraçando da melhor forma que podia. – Eu vou dar um jeito e prometo que você vai ter a sua garota de volta. – Disse o beijando na testa com tanto carinho e amor. – Desculpa por te causar problemas. – Sussurrou sentindo o coração apertar e encher-se daquela maldita culpa. Demi deitou-se junto com o filho e o cobriu, Daniel já dormia em seus braços. Céus, o que ela faria? Demi observou Daniel dormir por tantos minutos esquecendo-se que ela também estava cansada e com sono. – Mamãe ama você, bebê. – Disse aquela mesma frase que sempre dizia para Dan quando ele era um pequenino bebê. Bem, ela cumpriria a promessa.

Continua.. Oi. Como vocês estão? Eu estou bem graças a Deus! Vocês gostaram do capítulo? Estão gostando da história? Está no final e falta pouco para acabar. Beijos, muito obrigada pelos comentários e até o próximo capítulo!

5 comentários:

  1. Gostando!? Eu tô Amando A.M.A.N.D.O . Que pena que já tá acabando :'( vou sentir muita falta. Quero saber logo como que a demi e a vacalex vão se resolver ( se é que vão neh) ansiosa pro próximo capítulo.
    (Daniel triste feriu meu heart :'()

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  2. Meu Deus eu quero chorar junto com esse guri uahsjs não acredito que tá acabando ))): a Lizzie fez coisinhas com o boy né? Hmmmmmm auahuahsus posta logoo

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  3. Eita Lele kkkk...estou curiosa para saber o que a lizzie vai falar para a mãe dela Kkkk...
    Tadinho do Dan :(
    Espero que eles voltem...Dan está sofrendo muito....Alex vadia...
    Enfim...estou amando a história ❤️
    Posta logo
    Beijos

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  4. Como sempre mil perdões pela falta de comentários, eu me mudei, mudei a faculdade então tudo estava uma loucura, sem contar meu celular que não carrega os coments.
    Eu acho que Lizzie teve sua primeira vez lol e só imagino o Joe quando descobrir. Que a Demi converse com Alex para ajeitar as coisas de Dan com Jenny, porque ele é meu garotinho!
    Estou adorando tudo, continua!!
    Sam, xx

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  5. Eu amei o capitulo posta logooooo*---*

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