Oi! Quanto tempo se passou desde o último post. Tudo bem com vocês? Então, agora eu acho que posso dizer que estou bem. Esse ano aconteceram muitas coisas, e dentre as mais importante que eu tinha comentado com vocês era o término do meu curso de engenharia de computação. Graças a Deus, eu consegui. Apresentei meu TCC no início desse mês e agora estou aqui. Só que não foi fácil, passei por muita coisa desde o mês de julho, situações que me levaram bastante ao extremo e eu fiquei muito mal. E quando a gente fica mal, muita coisa perde o sentido por certo tempo, juntando a rotina de trabalho com final de curso, as coisas complicam. Basicamente foram esses os motivos de eu ter parado de postar a fanfic para vocês QUE NÃO SERÁ CANCELADA, estou escrevendo da forma que eu posso e no meu tempo. Agora eu estou conseguindo descansar porque estou de férias do trabalho e a faculdade acabou, então estou "relaxando" e focando em escrever. Eu não fiz esse post anteriormente porque eu fiquei tão sem graça, não que agora eu não esteja... Desculpem pelo sumiço e enfim... Vou continuar escrevendo o capítulo para encerrar a história para vocês! Obrigada de coração por continuarem esperando. Ótimas festas e um feliz ano novo <3
29.12.19
17.8.19
Capítulo 25 - Parte 1/2
O vento gelado não era desculpa para não sorrir. Demi franziu o
cenho e murmurou “Está muito frio” se agarrando um pouco mais a Dianna. O
casaco que usava era preto e longo de botões acompanhado de jeans, botas,
cachecol e touca, que eram peças super eficientes que ajudavam a combater o
frio. O braço direito estava enlaçado ao de Dianna e o outro era responsável por
carregar algumas sacolas, frutos das compras daquele final de tarde.
Escolher presentes
na véspera do natal não era uma escolha inteligente, mas Demi não teve outra
oportunidade. O dinheiro estava pouco e havia muita gente a presentear, a
fatura do cartão de crédito seria um problema que ela pensaria só no próximo
mês, e de tão divertido que tinha sido passar aquele tempo com a mãe, Demi nem
estava se preocupando.
Dianna tinha um
excelente gosto para escolher roupas, não era à toa que a mulher só se
apresentava em roupas elegantes e de combinações bem elaboradas. Então foi
divertido. As duas conversaram bastante sobre a época da adolescência de Demi,
em específico os namoros, e Dianna até tinha comentado sobre os peculiares
casos de amor que teve, e como colocado, era peculiar, mas de certa forma
divertido. As horas conversadas entre mãe e filha resultaram na exploração de
quase todas as lojas de sapatos, roupas e artigos de decoração e utensílios do shopping de Manhattan.
- Acho que o seu pai está com ciúmes que o
Joe vem nos buscar. – Comentou Dianna ao ler a mensagem de Inácio.
Quando Demi sorriu,
o vento soprou um pouco mais forte, o que a fez grunhir de cenho franzido.
Estavam esperando Joe na calçada do Shopping, e só agora ela percebeu que
Dianna tinha razão. Deveriam ter esperado lá dentro, mas de certa forma era bom
poder apreciar a vista da cidade. Nova York ficava ainda mais charmosa com os
tons de neve junto aos letreiros luminosos.
- Provavelmente ele está. – Demi deitou a
cabeça no ombro da mãe e bocejou. Eram quase sete horas da noite e ela apostava
que iria dormir na primeira oportunidade que encontrasse, e o banco do carro
não pareceu uma má ideia. – Achei que o que aconteceu hoje não seria tão
simples. – Comentou sobre a conversa de Joe com Inácio. Dianna já estava ciente
de tudo porque tinha ouvido por Demi e por Inácio.
- Nós dois conversamos muito. As intenções
dele nunca foram ruins, mas ele precisava entender que as crianças crescem e
têm a própria vida. – Disse a olhando e Demi assentiu. Mais cedo Inácio tinha
sido preocupado, prestativo e Demi e Anna se cansaram de dizer que estavam bem.
– Ele realmente está com ciúmes. – Dianna mostrou o celular para Demi, e a
reação dela foi um cenho franzido junto ao sorriso.
“Queria que elas ficassem em casa para eu cuidar delas,
eu fico muito preocupado, e se elas precisarem de mim?” – Inácio.
- Eu confesso que eu queria ficar com eles.
– Disse Demi observando Dianna trocar mais mensagens com Inácio. Aquele sorriso
ela conhecia muito bem, Dianna e Inácio estavam apaixonados e não se esforçavam
para esconder. – Mas eu estou louca para
passar a noite com o Joe. – Palavra errada! Louca não era um adjetivo
“apropriado” para usar numa frase dita para mãe sobre o namorado, tanto que
Dianna arqueou uma sobrancelha ao olha-la e Demi resmungou. – Louca no sentido
de querer ficar com ele. – Não, ela não estava se ajudando. Demi tombou a
cabeça para trás e choramingou. Estava frio, ela estava com muito sono, a
conversa não estava sendo conduzida a um bom caminho e especialmente naquela
noite, ela estava extremamente manhosa. – Eu só quero ter uma boa noite de sono
com o meu amor. – Resmungou chorosa e Dianna a abraçou mesmo com todas aquelas
sacolas as atrapalhando. – Mãe, eu estou com muito sono. – Murmurou contra o
peito de Dianna fechando os olhos. Quem disse que deu para entender? Soou
manhoso, e Dianna preferiu continuar abraçando a filha porque a sensação a
aquecia por dentro.
- Você precisa descansar, o dia foi longo. –
Disse Dianna. E realmente. As emoções não tinham se encerrado com a conversa de
Joe com Inácio. Megan foi motivo de muito choro naquela tarde. Inácio não
estava brincando quando disse que elas ficariam sem sobremesa. Assim que chegou
do mercado, ele reuniu as filhas na sala e as deixou sozinhas. Claro que houve
resistência, mas nada que Amber não pudesse resolver com a forma inocente e
tímida de lidar com as irmãs.
- Assim que eu chegar em casa, vou dormir. –
Naquele frio, hibernar era uma delícia. E do jeito que Demi estava, ela poderia
dormir por horas a fio como tinha o costume de fazer meses atrás. – O Joe
chegou. – Disse assim que sentiu o celular vibrar no bolso do casaco. Não foi
difícil encontrar o carro parado no mesmo sentido da calçada, e o bonitão
acenando dentro do veículo era o homem que ela amava.
- Boa noite, Dianna. – Não tinha como
cumprimentar a sogra com um beijo na bochecha e um abraço como Joe gostaria, mas
Demi... O selinho que ela deu, demorou muito mais que o de costume. As
bochechas chegaram a ficar coradas, e piorou quando Demi enlaçou os dedos aos
dele sobre a marcha do carro.
- Como você está, querido? – Perguntou
Dianna dividida entre o celular e o genro.
- Um pouco cansado, o dia foi cheio de
emoções. - Joe franziu o cenho porque Demi tinha apertado os dedos nos dele, e
na oportunidade de olha-la, ele a encontrou de olhos fechados escorada no banco
do carro. Eram naqueles momentos que ele percebia como a namorada era
dorminhoca e com certeza a mulher mais linda de todas as formas que ele já
tinha conhecido. – Fizeram muitas compras? – Perguntou focado no trânsito e
tentando puxar assunto com a sogra, já que Demi não iria colaborar com uma
palavra sequer, julgando pelo fato dela estar cochilando.
- Muitas, foi divertido. Engraçado que mesmo
comigo, essa menina não para de falar de você. – As bochechas de Joe coraram e
ele sorriu todo envergonhado trocando um breve olhar com Dianna pelo retrovisor
interno. – O que você fez essa tarde? – Dianna guardou o celular na bolsa e
percebendo que Joe queria interagir com ela, resolveu não tocar num assunto que
o deixaria tímido.
- Depois que conversei com o Sr. Lovato, fui fazer as minhas compras
de natal. – Escolher o que comprar de presente para Demi demorou quase um
século! Nada parecia bom o suficiente ou bonito. Foram lojas e lojas a fio, até
que Joe encontrou o presente que tinha sido feito para namorada. – Ajudei o Ed
com a despedida de solteiro e algumas coisas do casamento até agora pouco. –
Demi não estava dormindo? Os dedos dela se apertaram um pouco mais aos dele e o
murmuro dela foi o motivo do riso de Dianna. – Nós compramos cervejas, vamos
torrar amendoins, assar carne e jogar baralho. – Disse envergonhado. Se Ed
soubesse que ele tinha contado para melhor amiga da noiva sobre a despedida de
solteiro, Joe certamente perderia o cargo de padrinho. A intenção de Ed era
deixar Selena curiosa.
- Você não pode beber. – Mal humorada, Demi
se ergueu e olhou pela janela o trânsito que eles estavam submetidos. Para ela,
a ideia de uma despedida de solteiro sempre envolveria strippers, álcool e
sexo.
- Dem.. – Ele murmurou a olhando brevemente.
A decisão não era dele. A despedida de solteiro era exclusivamente de Ed. – Não
vai ser nada demais, será como a noite dos garotos com jogos, vídeo game e
cerveja. Eu não vou beber ou consumir alimentos que estão fora da minha dieta.
– Ter aquela discussão na frente de Dianna não era adequado, e para o clima não
ficar estranho entre eles, Joe decidiu que era melhor mudar de assunto. – Você
aceitar jantar conosco hoje à noite? – Perguntou a sogra. – Minha tia está
cozinhando carne com tempero Texano. – A carne de Laura feita na panela de
pressão tinha muitas verduras e chegava a desfiar. O sabor era sem igual e Joe
apostaria que Diana iria gostar. – Nós te levamos para casa mais tarde. – Disse
a olhando pelo espelho do carro e Dianna assentiu. Seria bom para conhecer
Laura e passar um pouco mais de tempo com Demi.
O sono misturado
com a preocupação resultava em mal humor. Naquela noite Demi não conseguiu
evitar a cara de poucos amigos e nem mesmo interagiu como o de costume. Era que
ela estava muito cansada para acompanhar as conversas, tinha comido bastante e
se bobeasse, dormia em pé a mesa.
- Joseph, leva a Demi para deitar. – Laura
tinha conversado bastante com Dianna e o sobrinho, mas Demi não tinha
conseguido interagir. O motivo era óbvio para as duas mulheres a mesa: Demi
estava grávida e mudanças de humor eram normais, pena que Joe não conseguia
entender perfeitamente a situação e chegava estar com os ombros rígidos de
tensão.
- Querida, não tem problema você deitar. O
dia foi puxado. – Disse Dianna percebendo a resistência de Demi a se deixar ser
conduzida pelo namorado. – E está tarde, vou pedir um Uber para voltar para casa. – Como Demi não queria ceder, Dianna se
levantou e se aproximou da filha a beijando a testa. – Quando ela era bebê, ela
fazia de tudo para ficar acordada mamando, mas não conseguia vencer o sono. –
Dianna tinha olhado para Laura porque mais cedo elas tinham conversado sobre
Joe quando bebê. E o comentário de Dianna resultou num sorriso de Demi. Ela
estava muito cansada e fazia o mesmo que quando bebê: lutava contra o sono para
poder ficar com a mãe.
- Qualquer lugar que ela encosta ela dorme.
– Comentou Joe observando a namorada. Às vezes ele queria aproveitar um pouco
mais da companhia da namorada, mas ela estava dormindo.
- Descansa, Dem. Eu vou levar a sua mãe para
casa. – Disse Laura a olhando e Demi cedeu porque agora ela tinha a certeza que
a mãe chegaria em casa em segurança já que passava das nove da noite.
Naquele final de
dia a sensação de deitar a cama era fantástica porque tudo estava nos eixos. Joe
seguia um tratamento médico, Inácio não era mais uma ameaça para o
relacionamento, a gravidez não era mais segredo, possivelmente ela conseguiria
abrir um bom escritório, Selena e Anna estavam bem com os parceiros, e por fim,
ela tinha ganhado um beijinho de Dianna na testa quando já estava deitada e
coberta.
Mesmo cansado, o
sono estava longe. Joe acompanhou Laura e Dianna a porta do apartamento e se
sentou ao sofá para brincar com Lucy. Era ruim ficar sozinho. O silêncio tomava
conta do apartamento e junto a ele, o tédio. Na televisão não passava nada de
interessante, nem mesmo os filmes e séries prendiam a atenção. Frustrado, Joe
guiou Lucy para caminha, cobriu-a com as cobertas e se despediu.
O banho quente
ajudou a relaxar os músculos, o ruim era que o cabelo estava úmido e ele não
poderia dormir enquanto não estivesse mais seco. Joe tomou os remédios,
acomodou-se para atualizar as redes sociais enquanto Laura não chegava. Demorou
quase vinte minutos, e o sono estava perto de domina-lo quando a mulher mais
velha abriu a porta do apartamento reclamando do frio de Nova York.
Quase onze horas da
noite e Joe era o único acordado no apartamento, até a pequena Lucy suspirava
em sono. Ele tinha se acomodado a cama, regulou a luz do abajur baixa e os
olhos capturavam com a ajuda dos óculos de grau as consequências do plano
maligno do Coringa na revista em
quadrinhos Injustice.
Aos poucos Joe
cedeu ao sono que nem percebeu. A revista em quadrinhos caída sobre o peito, a
coberta o protegendo até a altura da cintura e os óculos de grau estavam quase
na ponta do nariz porque a cabeça estava levemente reclinada para baixo. Marcava
quase quatro horas da manhã quando o rapaz abriu os olhos e franziu o cenho. O
barulho da porta do quarto o fez acordar, e lá estava Demi com o cabelo preso
num coque alto e de moletom.
- Tudo bem? Você está enjoada? – Perguntou o
rapaz apressado porque a preocupação com Demi era grande.
- Não, eu só fiquei com vontade de comer gelo. – O que era mais estranho: o desejo por
gelo ou Demi contar tão naturalmente? Ela tinha um copo de alumínio em mãos e
só agora Joe percebeu que a parte inferior do copo estava mais fosca, o que
indicava que o conteúdo dentro do copo tinha a temperatura diferente da
ambiente.
- Gelo, Dem? – Perguntou de cenho franzido
tirando os óculos para coloca-los junto com a revista sobre o criado-mudo.
- Sim, está uma delícia. – Desde quando água
congelada era uma delícia? Ainda mais no frio que fazia? Joe não conseguiu
disfarçar a surpresa quando a namorada colocou um cubinho de gelo na boca e o
quebrou com os dentes. – Pelo menos não é, sei lá, um bolo de nozes com
cobertura de laranja. – Demi tinha razão. Se fosse um alimento diferente, ele
teria que sair de casa para procurar.
- Vou torcer para você sentir mais vontade
de gelo. – Disse o rapaz se acomodando a cama e quando Demi riu, ele sorriu
porque ela era fofa. – Nada de enjoos? – Perguntou depois de muito observa-la
mastigar os cubos de gelo. Era estranho!
- Não, a carne estava fantástica. – Murmurou
chupando o último gelo para depois mastiga-lo. O barulho era interessante e
Demi se sentia profundamente satisfeita por ter matado aquela vontade. – Eu não
acredito que é quase quatro da manhã e eu estou acordada. – Foram pouquíssimas
as vezes que ela esteve acordada naquele horário, dentre as vezes, provavelmente
bêbada numa noitada com a melhor amiga.
- Milagres acontecem. – Joe sorriu puxando
um pouco mais da coberta. Parecia que as mulheres tinham problemas com
compartilhar coberta e o espaço do colchão porque Ed comentava que Selena
sempre o deixava passar frio e tomava setenta por cento da cama. – Está com
sono? – Perguntou a olhando nos olhos quando Demi se acomodou debaixo da
coberta.
- Não muito. – Murmurou se aproximando dele
para abraça-lo pela cintura.
- Consegue dormir com a luz do abajur? –
Perguntou gentilmente depois de beija-la na testa e Demi assentiu encostando a
cabeça no peito e colocando uma perna entre as dele.
- Obrigada Joe, foi muito importante para
mim o fim dessa discórdia entre você e o meu pai. – Comentou baixinho contra o
peito dele. – Eu me sinto bem e tranquila. Parece que finalmente está dando
tudo certo. – Ouvir aquelas palavras o fez sorrir. Joe guiou uma mão para
barriga da namorada e deu um jeitinho de encaixar os lábios nos dela num breve
beijo.
- Eu
me sinto aliviado. – Ele até se sentia mais relaxado e menos tenso em relação a
Inácio. – Agora realmente tudo parece certo. – Disse colocando uma mecha do
cabelo dela atrás da orelha. Mesmo com a vida nos eixos, os olhos de Demi ainda
transmitiam a típica carência, e junto a ela o olhar de menina sapeca. Joe não
se cansava de admira-los mesmo que às vezes as bochechas dele ficavam coradas.
- Tudo está se encaixando, o que realmente
me preocupa agora é a sua saúde e a minha situação financeira. – Era melhor ser
sincera a ficar omitindo. Demi se aconchegou um pouco mais a Joe e suspirou a
medida que o olhava nos olhos e o tocava no queixo.
- Podemos pensar no financeiro mais para
frente, por enquanto eu tenho dinheiro suficiente para nós dois. – Para ele não
havia nenhum problema ajudar Demi com as despesas, mas para ela... O cenho
franzido entregou que a ideia não era boa, e desconfortavelmente Demi se
afastou do corpo dele.
- Não me entenda mal.. É que eu prefiro me
virar sozinha, sempre foi assim. – Disse receosa sem olha-lo. Demorou que Joe
assentisse, ele o fez quase um minuto depois de silêncio porque sabia que tinha
que respeitar a opinião dela acima de tudo. – Eu gosto muito de trabalhar e ter
o meu dinheiro fruto dos meus esforços. – Comentou o olhando com atenção. – A
gravidez não vai atrapalhar os meus projetos, só preciso do meu computador para
trabalhar e criatividade. – Como não estava mais na Gyllenhaal onde exercia funções
além do design, Demi não precisaria dar conta de informações e obrigações fora
do campo de atuação. O escritório que pretendia abrir seria modesto e apenas
uma formalidade para atender a clientela, mas o trabalho em si poderia ser
feito em qualquer ambiente que oferecesse conforto e tranquilidade para pensar
e criar.
- Eu entendo, Dem. – Pacientemente Joe se
aproximou dela e a abraçou de lado aproveitando para beija-la na bochecha. –
Vamos organizar o seu escritório depois dessas festas de final de ano. Agora
está tudo muito corrido. Você precisa de um pouco de sossego para descansar pelo
menos nos primeiros três meses. – Não tinha como discordar. Ultimamente Demi
estava se dividindo em muitas para dar conta de dar atenção para várias
pessoas, e de certa forma, ela acabava deixando os problemas pessoais um pouco
de lado.
- Nós podemos pensar nisso noutra hora. – Os
lábios foram num beijinho no queixo áspero de Joe por conta da barba que já
começava a nascer. Deita-lo a cama não foi complicado, claro que Joe a ajudou e
então facilmente Demi conseguiu passar para cima dele e esboçar o sorriso
sapeca que o deixava corado e muito excitado.
- Dem, eu sinto a sua falta. – Ele disse com
a respiração pouco falha e de olhos fechados porque Demi tinha acabado de
beija-lo na boca e começava distribuir beijinhos no pescoço. – Muito sua falta.
– Murmurou descendo as mãos pelas coxas dela mesmo sobre o moletom. Ter Demi
com o corpo dele entre as pernas e dedicada a beija-lo no pescoço e gemendo
baixinho com os apertões que recebia nas coxas e bumbum era demais.
- Eu também sinto a sua falta. – O sorriso
sapeca estava lá novamente e ele prometia. Demi o beijou brevemente na boca e
depois o abraçou com força. – Seu delícia.
– Ela riu quando foi deitada a cama porque foi muito de repente. Então lá
estava Joseph entre as pernas a olhando todo com atenção e sorrindo.
- Agora eu tenho você só para mim. – Disse
acomodando o corpo sobre o dela. Joe a olhou nos olhos e nos lábios, mordeu-a
no queixo para depois beija-lo. Aquele detalhe era simplesmente lindo, e toda
vez que Demi sorria depois dos beijos, era fantástico sentir a curva do
queixinho dela.
- Confesso que sinto falta de ficar com você
mais tempo. – Demi o tocou no rosto, bagunçou o cabelo dele na frente num
topetinho e sorriu. – Meses atrás nós ficávamos mais juntos. – Ela franziu o
cenho com o beijo que recebeu no pescoço que com certeza ficaria marcado, e a
mão dele a apertando na coxa foi a razão do arrepio.
- Da empresa para cama, da cama para cozinha
e da cozinha para cama. – A fala soou embolada porque os lábios de Joe
alternavam entre os beijos no pescoço. Demi murmurou um “aham” quase perdendo o
fôlego quando a mão grande adentrou o moletom e a calcinha, e ela aproveitou
para explorar os braços fortes, ombros e costas.
- Eu sinto falta dessa época. – Sussurrou de
cenho franzido levando a mão para junto da dele. – Joe, você está bem para
continuarmos? – Perguntou segurando os dedos dele que acariciavam o íntimo.
- Dem, eu estou bem. Prometo que se em algum
momento eu não me sentir confortável nós paramos. – O olhar sustentava o dela,
e demorou certo tempo até Demi assentir o beijando brevemente na boca.
- Está bem, amo você. – Como ela tinha enlaçado
os dedos aos dele, os dois se demoraram em apenas beijos apaixonados e mãos
bobas que resultavam em suspiros e sorrisos.
As mãos masculinas
não perderam tempo, alcançaram as coxas, seios e se dedicaram com mais
paciência em enlaçar os dedos as mechas longas de cabelo e tocar o rosto de
Demi, principalmente o queixo durante os beijos longos.
O calor podia
leva-la a loucura. Estava instalado exclusivamente na ponta dos seios e entre
as pernas. A cada toque, mesmo simples de um roçar de pele, o coração ia a boca
e Demi expelia o ar com precisão.
O amarelado da luz
do abajur estava fraco, porém permitia que Demi sustentasse o olhar de Joe. Ele
estava com o alto das costas apoiado a cama, as pernas eretas. As mãos
espalmadas iam das costas femininas nuas as coxas grossas e se demoravam no
traseiro. Onde os lábios dele podiam tocar? Joe realmente não sabia o que mais
o excitava, se era o fato de conseguir abocanhar os mamilos de Demi, beijá-la na
boca ou chupar o pescoço. Os seios estavam atrativos demais, e o fato de os
mamilos ficarem duros com os lábios dele os rodeando era uma fonte de energia
para que ele continuasse se movendo dentro do calor delicioso da mulher que
amava.
Por que os olhos
dele tinham o poder de desestabiliza-la daquela forma? Demi evitava o máximo
que podia os gemidos, tanto que o cenho estava franzido, uma mão tinha os dedos
enlaçados no cabelo da nuca do namorado os puxando e a outra cravava as unhas
nas costas largas. Toda vez que Joe levava um mamilo para boca, o calor ficava
mais intenso. Ele a abraçava contra o corpo com mais força que os músculos dos
braços ficavam mais visíveis em sua aparência física, o verde dos olhos eram
penetrantes, e Demi tinha certeza que naqueles momentos a alma conseguia se
conectar a dele, tanto que os olhos dela marejaram, o coração apertou no peito
e a testa encostou a dele compartilhando das gotículas de suor.
Para muitos o sexo
era simplesmente um ato físico, mas quando existia o amor entre os dois
parceiros, o momento se elevava a um nível que muitos jamais iriam compreender.
Os braços de Demi rodearam o tronco de Joe com firmeza, e no ato, os seios
foram comprimidos ao peito largo causando um pouco de desconforto para ela por
conta da sensibilidade e para Joe... Ele franziu o cenho e conduziu a namorada
a se deitar, encaixou o corpo no dela de olhos fechados, descansou a cabeça na
curva do pescoço e piscou as pálpebras algumas vezes enquanto investia sem
parar sentindo o calor do interior de Demi o acolher.
Com o calor entre
eles, as cobertas a cama eram facilmente dispensáveis. Teve uma hora que Demi
franziu o cenho, tombou a cabeça para trás e sentiu a queimação na barriga
aumentar porque Joe tinha grunhido baixinho e deixado o corpo descansar sobre o
dela. O coração dele batia rápido, a respiração falha causava o vai e vem do
peito masculino, Joe quase a preocupou e a desconcentrou do momento, se ele não
tivesse a beijado na boca e se esforçado para se mover e acaricia-la no
clitóris, o orgasmo não teria levado a preocupação embora.
- Eu me sinto muito relaxado. – Era preciso
tempo para que o corpo voltasse a se comportar com mais naturalidade, então foi
difícil para Joe se deitar ao lado. Ele sabia que era pesado para Demi e
poderia machuca-la. – Essa é a melhor sensação do mundo, Dem. – Murmurou de
olhos fechados e sentir os dedos dela adentrando as mechas curtas de cabelo só
o deixou mais sensível.
- É sim, Joe. – Tinha como evitar o gemido
baixo? Demi quis pedir que ele não a beijasse porque ela sentia que tinha
energia para passar o dia nos braços dele, mas quando Joe roçou o nariz ao
dela, puxou-a para ficar sobre ele, automaticamente ela cedeu ao beijo. – Eu
tenho o nerd mais gostoso desse mundo só para mim. – Ronronou esfregando o
corpo no dele de modo que os seios, mesmo sensíveis, roçavam o peito, as pernas
tinham a direita dele entre elas e Demi as roçou como uma gata manhosa.
- Eu odeio ter que esperar. – Resmungou nos
lábios dela a apalpando no traseiro com as duas mãos, a vontade dele era de
continuar, mas o corpo não iria responder naquele momento, demoraria bons
minutos para ele ficar excitado novamente. – Eu queria muito te colocar em
outras posições e... – Demi o beijou na boca brevemente e depois respirou fundo
porque sabia que tinha que eles não poderiam extrapolar.
- Joe, nós temos toda uma vida para você me
colocar em várias posições. – Ronronou com um pequeno sorriso nos lábios e o
beijou no queixo. – Eu adorei a nossa madrugada, estava com saudade de você.
Agora nós temos que descansar, quem sabe mais tarde nós continuamos. – Ela
tinha aproveitado para olhar no relógio, e já eram quase quatro e vinte. O dia
que estava começando seria longo, cansativo e com muitas coisas acontecendo
paralelamente.
- Espero poder sonhar com você de quatro. –
O comentário dele junto ao cenho franzido foi motivo de riso, que até soou alto
para aquela hora. Demi o beijou no queixo e esticou o corpo ficando na
horizontal dele para conseguir pegar o moletom e a calcinha caídos no chão. O
traseiro erguido era justamente para provoca-lo.
- Eu espero sonhar com você.. hum... –
Homens! Demi sorriu porque assim que abaixou a blusa de moletom que pertencia a
ele, encontrou-o com o olhar vidrado na região dos seios. – Boa noite, querido.
– Murmurou nos lábios dele para depois morde-lo no inferior e se ajeitar a cama
puxando as duas cobertas para ajudar a combater o frio.
- Você não vai vestir a calça do pijama? – Perguntou
curioso porque a atenção estava toda nela. Ele até tinha levantado para vestir
a calça do moletom, e quase colocou as duas pernas no mesmo lado da calça.
- Não. Desliga esse abajur, Joseph. Eu estou
com sono. – Com sono ela não estava, mas poderia dormir facilmente porque
depois do orgasmo o corpo ficava mais relaxado.
Seis meses de
namoro tinham ensinado muito a Joe sobre mulheres e sexo, só que em alguns
momentos ele voltava a ser o garoto tímido e não sabia como agir. Tipo depois
de ter desligado o abajur. Deitar a cama era o óbvio, e segundos depois ele o
fez. Era que Demi o intimidava de forma que ele ficava sem saber o que fazer. Demorou
alguns minutos para entrar para debaixo da coberta com ela, e ele só o fez
quando ela o chamou manhosa pelo apelido. Depois que o menino tímido ia embora,
era muito bom desfrutar do aconchego de ter a namorada nos braços. Ele colocou
uma perna entre as dela, envolveu a parte de cima da cintura com um braço e
descansou a cabeça no pescoço. O cabelo longo sempre o incomodava,
principalmente quando as mechas pareciam ter vida própria e “entravam” para dentro
da boca. Mas estava gostoso ficar deitado daquele jeito com Demi, melhor ainda
era sentir a paz e tranquilidade para dormir ao lado dela.
***
O celular vibrava
sem cessar sobre a mesa da cozinha, tanto que Demi teve que mudar para o modo
não me perturbe. A enxurrada de mensagens era resultado de acordar tarde na
manhã do dia vinte e quatro de dezembro. Era véspera de natal e o que não
faltavam eram compromissos, inúmeros deles. Só que Demi estava calma e relaxada
demais para se estressar naquele começo lindo do dia. A maçã suculenta com
certeza era a mais deliciosa de todas as maçãs que ela já tinha provado. Lucy
no colo a aquecia e eram poucas as palavras que trocava com Laura porque as
duas estavam envolvidas demais com os próprios pensamentos.
- Bom dia, meninas lindas. – Se Joe
continuasse exalando o bom humor, facilmente ele iria entregar a madrugada e a
rapidinha no chuveiro antes deles decidirem levantar.
- Bom dia, Joseph. – Disse Laura sorrindo
para o rapaz depois de ter a bochecha beijada por ele.
O selinho em Demi
não deveria ter passado do breve encostar de lábios. Joe roçou o nariz ao dela,
sorriu e a encheu de beijinhos no rosto que só foram interrompidos pelos
latidos altos de Lucy. Ela até tentou morde-lo porque sentia ciúmes de Demi, e
em troca Joe a acariciou atrás das orelhas para depois se espreguiçar estalando
as costas para direita e depois para esquerda.
- Estou faminto! – Ele murmurou se
espreguiçando. Era frustrante não poder comer normalmente, se antes com a
diabetes o cardápio possuía muitas restrições, agora estava mais complicado se
alimentar. – O que tem para comer? – Perguntou espiando o fogão e coçando o
cabelo da nuca.
- Por enquanto você pode comer uma maçã. Vou
preparar uma omelete. Tem torradas. – Ouvir que Joe estava faminto era música
para os ouvidos de Laura. Ela prendeu o cabelo longo num coque e começou a
procurar pelos ingredientes da omelete do sobrinho. Já Joe. Ele sorriu tímido,
sentou-se ao lado de Demi e discretamente tocou o joelho dela por baixo da mesa.
- A maçã está gostosa, querida? – Perguntou a
olhando e Demi quis xinga-lo porque ela tinha entendido muito bem o que o tom
da voz dele significava. Era muito bom saber que Joe estava bem, mas Demi ainda
preferia ir devagar. Ela sabia que o namorado não conhecia alguns limites,
então cabia a ela ensina-lo.
- Você pode experimentar a minha. – Tão
discreta quanto ele, Demi envolveu a mão no joelho com a dela, ofereceu a maçã
ao rapaz e enquanto ele não a pegava, eles se olharam por algum tempo. – Vamos devagar. – Sussurrou para ele
fortalecendo o aperto dos dedos enlaçados e sorriu quando Joe assentiu com um
suspiro.
Uma manhã como
aquela jamais deveria acabar. Joe estava cheio de energia, o que era
encantador. Só de olha-lo se comunicando, comendo e interagindo com Lucy, Demi
sentia o peito aquecer. Ele estava bem, e finalmente uma peça estava se
encaixando na outra depois de tantos meses de bagunça. Laura também estava
feliz em ver o sobrinho rindo e mostrando espontaneamente como ele estava bem e
saudável. E de fato Joe era uma graça. O brilho nos olhos carregava, além da
típica inocente e bondade, uma genuína felicidade que se mostrava também no
sorriso e semblante. E o quão conversador ele estava? Os papéis tinham sido
invertidos. Enquanto ele conversava muito com a tia sobre Nova York, Demi
estava quieta o observando e se apaixonando mais e mais pelo homem que amava.
- Joseph, por favor. – Desde que a ideia de
pedir que ele abotoasse o sutiã surgiu, o consciente a alertou que não deveria
fazê-lo. Mesmo assim Demi seguiu em frente e agora se arrependia. Ela estava em
frente ao espelho terminando de se vestir, e a atenção não tinha ficado exclusiva
só para aquela tarefa, Demi se pegava olhando o namorado pelo espelho
constantemente. Joe estava deitado a cama sem camisa lendo revistas em
quadrinhos ao invés de procurar uma camisa porque eles iriam sair para almoçar
fora.
Joe sempre era
gentil e carinhoso, tinha o toque firme, intenso e apaixonado. Ele tinha
abotoado o sutiã, como solicitado, mas depois do feito, as mãos levaram mecha
por mecha do cabelo longo de Demi para o lado do ombro esquerdo e no osso da
nuca ele a beijou, guiou as mãos para a curva da cintura para segura-la contra
o tronco nu.
- Eu... – Sussurrou no ouvido dela depois de
mordisca-la a orelha direita. – Não consigo resistir. – O cenho dele estava
franzido. Os braços rodearam o corpo dela num abraço que o ajudou a matar a
vontade de ficar agarrado a namorada.
- Você está com muita energia, grandão. – Demi
enlaçou os dedos aos dele sobre as mãos repousadas a barriga de grávida que
começava aparecer. O abraço de Joe estava delicioso, e quando ele murmurou
manhoso no pescoço dela logo o beijando, Demi os olhou pelo espelho e sorriu. –
Estou feliz em saber que sou mais interessante que revistas em quadrinhos. –
Ronronou quando foi encostada de costas para o espelho.
- Quem disse que revistas em quadrinhos são
interessantes perto de você? – Os olhos dele capturavam sem nenhuma vergonha os
seios acomodados pelo sutiã preto. A vontade era toca-los o dia todo, de poder
envolver os mamilos marrons com a boca e lambe-los constantemente. – Você é
linda demais. – O fato dele estar murmurando o elogio ainda a olhando nos seios
só fez Demi rir, ela até iria abraça-lo para agradecer com um beijo, mas Joe a
surpreendeu ao se curvar para beija-la onde ele tanto admirava a minutos!
O carinho estava
longe de ser ruim, no decorrer dos minutos Demi se entregou ao momento
relaxando o corpo e usando as mãos para fazer carinho no cabelo do namorado
enquanto ele a sugava sem pressa no bico dos seios e distribuía beijinhos
molhados na região.
- Você sabe que nós temos compromisso. – Num
segundo ela estava encostada no espelho gelado e no outro sobre o lençol da
cama olhando atentamente para os olhos de Joe. – Então a resposta é não. –
Murmurou porque ele já estava entre as pernas dela mostrando como estava
pronto.
- Ah Demi. – Resmungou e a beijou na boca.
Aquilo era mesmo real? Demi arqueou uma sobrancelha e depois riu. Joe fazendo
biquinho era simplesmente fofo! Ele a beijou nas bochechas, distribuiu
beijinhos no pescoço e chupou o bico dos seios a olhando nos olhos. – Ainda é um
não? – Perguntou com o rosto entre os seios e Demi assentiu.
- É um não agora, mais tarde já é hora
história. – Trocar alguns beijos com ele não faria mal algum. Teve um momento
que a carência de Demi quase a vez esquecer que eles se atrasariam para o
almoço com as gêmeas e Selena, e para compensa-la, ela se esfregou em cada
pedacinho dele, tocou os músculos grandes com as mãos e gemeu baixo quando teve
o traseiro apertado.
***
- A pressão está boa. – Disse a médica
livrando o pulso esquerdo do rapaz do aparelho digital usado para aferir a
pressão arterial. Os dados de Joe estavam sendo anotados no prontuário, e para
o alívio de todos, ele estava estável. – Se continuarmos com esses mesmos
resultados, as chances de você precisar de um transplante caem bastante. – Era
muito bom ouvir aquelas palavras. Joe assentiu trocando um breve olhar com
Demi. Pelo visto não foi só ele que ficou feliz com a notícia.
- Eu me sinto bem, até melhor que meses
atrás. – Comentou enquanto puxava a manga do suéter. – Estou seguindo a dieta a
risca, e estou tomando todos os medicamentos como prescrito. – Ele confessava
que se estivesse sozinho naquela jornada, que não seria possível. Os créditos
eram exclusivamente de Laura, pois ela era muito centrada e competente.
- Isso é ótimo, não são todos os pacientes
que conseguem resistir e continuar com uma dieta tão restrita. Você está indo
bem, Joseph, continue evitando as atividades pesadas e siga o que te
recomendei: poupe stress e descansa. – Joe assentiu e se despediu da médica com
um aperto de mão, assim como Demi.
Quando uma pessoa
estava doente, eram muitos fatores que influenciavam na melhora, o tratamento
num hospital era sim essencial porque os profissionais ali presentes cuidariam
em auxiliar do corpo com práticas e medicamentos, só que ter apoio e carinho em
casa também era essencial. Laura era carinhosa, preocupada e exigente como uma
mãe. Lucy tinha o poder de acalma-lo apenas ao se deitar sobre ele e olha-lo
com aqueles olhos marrons pidões. Um animal doméstico sempre fazia a diferença
e muitas pessoas não tinham noção que os bichinhos ajudavam combater até mesmo
a depressão. Demi. Sim, ela era a única que conseguia transmitir a segurança
que ele precisava, a de que tudo ficaria bem. Dormir e acordar com ela acabava
com a tempestade em alto mar que existia dentro do rapaz, e toda vez que ela o
beijava, sorria e fazia alguma das manhas de grávida, Joe dizia a si mesmo que
ele precisava ficar bem.
- Viu que obedecer a sua tia é bom? – Demi
aproveitou que estavam sozinhos no corredor do hospital para arrumar o suéter
torto ao corpo do namorado.
- Eu sei, ela é fantástica. – Disse
enlaçando os dedos para que pudessem caminhar juntinhos. Ter Laura em casa era
bom porque era como se a melhor parte do Texas estivesse com ele em Nova York,
claro que faltava Clara, Derick e Rose, mas ter Laura já o fazia bem. – Agora
que você ouviu da própria médica que eu estou bem, nós podemos voltar ao
normal? – Perguntou discretamente enquanto caminhavam para fora do hospital. Se
Demi soubesse como tinha sido importante o sexo para ele durante a madrugada, a
resposta automaticamente seria positiva. Joe não queria deixar de ter a
namorada nos braços e nem queria parar de trabalhar, eram coisas que ele
demorou a conquistar que o faziam bem.
- Então.. – Disse Demi esperando que o carro
fosse aberto porque nevava e consequentemente estava frio. – Nós podemos sim
continuar com o sexo. É importante e nos faz bem. – A conversa iria resultar na
decisão de Demi, por isso que Joe preferiu apenas se acomodar no banco do motorista
e olha-la nos olhos. O transito misturado a conversa o deixaria com a atenção
dividida. – Acho que nós dois precisamos disso, e do jeito mais leve e
confortável possível. – Joe assentiu se curvando para dar um beijinho nos
lábios dela.
- Obrigado, princesa. – Murmurou a olhando
nos olhos para depois juntar os lábios noutro selinho demorado. – Eu confesso
que vou sentir muita falta de deitar no porcelanato gelado para fazer amor com
você. – Os dois riram. Eles tinham poucos meses juntos, mas o que não faltava
era história para contar.
- Joe, nós temos toda uma vida para fazer
amor. – O sorriso sincero e o olhar carregado de amor diziam a mais pura
verdade. Era a segunda vez que Joe escutava aquela frase no mesmo dia. Soava
muito mais que certo passar toda a vida ao lado de Demi numa casinha
aconchegante e com o bebê deles. Estava na hora de tornar tudo oficial.
Continua... Oiiie! Tudo bem com vocês? Eu tô aquele caco de sempre, mas bem e com saúde! Tirando as vistas que estão dando trabalho para ler de perto. Eu gostei desse capítulo, não sei a razão, mas acho que ficou legal, apesar de curto. Nosso casal favorito está finalmente feliz, tudo está dando certo.. Mas será até quando? kkkkk Brincadeira!! Devo informa-las que a fanfic está quase na reta final. E também gostaria de agradecê-las por todo apoio, a espera por capítulos e tudo mais. Isso com certeza faz a diferença e motiva a escrever. Vou responder os comentários do capítulo passado e posto para vocês nos comentários desse capítulo! Beijo, lindezas <3
8.7.19
Capítulo 24
ps. Capitulo não revisado
Um dia depois...
As vinte e quatro
horas que compunham um dia pareciam ter sido triplicadas. O bebê tinha
escolhido um dia específico para deixar Demi enjoada com qualquer cheiro. E não
tinha como ficar de olhos abertos e muito menos acompanhar as conversas, não
quando ela estava zonza. A saída foi dormir, mesmo que as vezes o sono durava
três horas ou trinta minutos.
- Bela adormecida? – As pálpebras se
abriram, capturaram o rosto bonito de Joe e logo fecharam-se. Pelo menos à
noite Demi tinha conseguido dormir continuamente. Só que já estava na hora de
acordar. Passava das dez e meia da manhã, e Demi não tinha feito nada além de
suspirar em sono. Joe, já mais estável com os medicamentos sentia-se renovado e
pronto para qualquer batalha, estava ansioso para a namorada acordar, e também
preocupado porque no dia passado tudo que Demi tinha consumido tinha sido posto
para fora. – Demi? Está na hora de levantar. – Ele disse colocando uma mecha do
cabelo longo atrás da orelha rosada para depois dar um beijinho na ponta do
nariz da namorada. – Eu sei que você está me ouvindo, vamos, levanta. – Como
sabia que Demi dava trabalho para acordar, Joe pensou que ela poderia estar
brincando para não levantar. Fazer cócegas era uma ótima saída, mas ao deslizar
os dedos para barriga, não houve nenhum resultado. – Demi, vamos, levanta. –
Resmungou de cenho franzido deslizando a ponta do dedo polegar pelo rosto de
Demi e sorriu quando ela ainda de olhos fechados o tocou no braço na tentativa
de puxa-lo para ela.
- Joseph? – A voz de Laura o desconcentrou
de Demi. – É normal ela ficar sonolenta, faz parte da gravidez nesses primeiros
meses. – Comentou Laura da porta da quarto. Ela tinha observado Joseph desde a
hora que eles tinham acordado por volta das sete da manhã. O rapaz estava
ansioso para Demi acordar e a cada cinco minutos falava sobre ela ou olhava
para direção do quarto. – Eu estou indo a farmácia e depois vou ao mercado,
você vai ficar bem? – A pergunta foi frustrante para ele, e Joe não conseguiu
disfarçar o descontentamento.
- Eu vou ficar bem. – Disse sério
sustentando o olhar da tia, e ela riu adentrando o quarto para abraça-lo.
- Só me preocupo com você, querido. – Laura o
beijou carinhosamente na testa e sorriu porque mesmo assim Joe continuou com
cara de poucos amigos. – Quer alguma coisa do mercado? – Perguntou penteando o
cabelo dele com os dedos e quando Joe olhou para Demi, Laura confirmou mais uma
vez que o rapaz só tinha atenção para a namorada.
- Não... – Murmurou. Na verdade ele queria
poder comer normalmente, mas como estava sob observação médica, no mercado não
tinha nada que ele poderia consumir. – Eu vou acordar essa dorminhoca, se ela
quiser alguma coisa, eu ligo e te pago depois. – Laura assentiu, olhou-o nos olhos
com atenção e antes de sair o abraçou com força.
- Demi, acorda. – Ronronou a beijando nas
pontas dos dedos e se acomodou na beiradinha da cama para abraçar a namorada. –
Acorda, vamos. – Reclamou a beijando suavemente nos lábios.
- Quantas horas são? – A cabeça estava
pesada, Demi sentia-se zonza e tinha medo de enjoar como no dia passado.
- São quase dez e quarenta. Você dormiu
muito. – Muito era pouco. Como se não bastasse o dia passado dormindo de
pouquinho em pouquinho, depois do jantar Demi tinha vomitado e quando decidiu
que iria dormir estava perto de o relógio marcar nove horas da noite. – Enjoo?
– Perguntou preocupado se erguendo quando a namorada levou as mãos ao rosto e
suspirou. Será que o cheiro do sabonete era forte do banho de mais cedo era
forte? Joe tinha procurado não usar nenhum dos produtos de higiene pessoal que
tinha cheiro.
- Não querido... Eu só... Eu acho que dormi
demais. – Disse Demi sentindo o corpo mole. Provavelmente era a pressão baixa e
a tontura um alerta que ela deveria comer. – Você pode me ajudar a levantar?
Preciso ir ao banheiro. – Joe assentiu prontamente. Ele era cuidadoso e a
guiou, só não ficou no banheiro com Demi porque ela o expulsou.
- Fome? – Perguntou assim que a porta do
banheiro foi aberta, e pela cara de Demi, ela não tinha estava nenhum pouco
interessada em comer. – Dem, você está grávida. – Disse de sobrancelhas
franzidas a olhando com atenção sentar-se ao lado dele na cama.
- Joseph, eu não quero comer. – Ronronou
descansando a cabeça no ombro dele. – Ontem eu fiquei muito enjoada e zonza, eu
nunca fiquei assim. – Demi o abraçou de lado e fechou os olhos quando foi
abraçada de volta. – Como você está, querido? – Perguntou o beijando na curva
do pescoço e voltou a se aninhar nele adorando como Joe era quente e tinha um
abraço reconfortante.
- Eu estou bem, me sinto normal. – O brilho nos olhos e o sorriso mostravam que Joe
parecia bem, apesar de um pouco abatido. Demi tinha notado que os músculos não
estavam grandes como o normal porque o rapaz tinha parado de praticar
atividades físicas e a pele morena mostrava-se pálida. – Sinto que estou
preparado para qualquer aventura. – O sorriso sapeca e a piscadela foram motivo
para riso, então ela o beijou no queixo barbado franzindo o cenho ao sentir
como os pelinhos pinicavam e arranhavam a pele.
- É muito bom saber disso, Joe. – Ela não
podia negar que estava com saudade de quando eles namoravam até a madrugada, era
simplesmente fantástico ficar enroscada a Joe e sentir o corpo em sintonia com
o dele. – Mas nós ainda estamos em hiatos.
– Murmurou fechando os olhos. Os lábios ficaram entreabertos depois de
serem roçados, o beijo no queixo, sobre os seios protegidos pelo moletom,
terminou na barriga. Demi não conseguiu conter o suspiro quando gentilmente
teve a blusa levantada e a barriga quente selada com um beijo que a aqueceu em
todos os sentidos.
- Você tem que comer, bebê. – Os lábios selaram
a barriga novamente e os olhares prenderam-se. – Me promete que vai tentar? – O
olhar profundo e os lábios masculinos agora a beijando no queixo jamais
permitiriam que ela negasse. Não tinha como resistir ao charme de Joe, e era
natural a ponto de ele nem perceber que se agisse daquela forma com mais
frequência conseguiria convencê-la a fazer tudo
que ele quisesse.
- Eu vou tentar. – A voz soou macia e fraca
porque os beijos dele não deixavam que ela processasse outra informação além do
calor que eles compartilhavam. – Vamos para cozinha porque você não tem jeito,
Joseph. – A mão boba já estava sobre o seio, claro que antes o traseiro tinha
sido apertado. E quando ele ficava sobre ela era difícil resistir.
- Dem,
eu te disse que estou preparado para qualquer
aventura. – Era claro que estava. Quando o assunto envolvia sexo, Joe tinha
energia para dar e distribuir, e mesmo assim ele ainda ficava na ativa por
muito tempo. Ignorando o sorriso sapeca dele, Demi o empurrou pelo peito para o
lado na cama e se ergueu.
- A sua única aventura nessa manhã vai ser
me acompanhar até a cozinha, mocinho. –
Não era surpresa a ereção marcando a calça de moletom. Demi olhou na direção da
porta do quarto e assentiu negativamente ao sentir a mão de Joe sobre a dela. –
A sua tia está em casa, ainda por cima. – Sussurrou o olhando nos olhos e Joe
negou.
- Ela não está. Não tem dez minutos que ela
saiu para ir à farmácia e depois ao mercado. – Demi não iria ceder, por isso
que Joe suspirou e se sentou ao lado dela. – Você quer comer alguma coisa especial? Posso ligar e
pedir para a ela trazer. – Disse enlaçando os dedos aos dela.
- Não, meu
amor. Vou comer uma fruta e biscoitos. – Demi o tocou na ponta do nariz e
sorriu quando teve o dedo mordiscado. – Para cozinha agora. – Disse tentando
parecer séria, mas sem sucesso porque o riso não deixou.
- Tudo bem, vamos para cozinha. Tenho o dia
todo para te convencer a fazer amor comigo, e eu aposto que você vai pedir
mais. – Ele disse a abraçando pelas pernas e descansando a cabeça na barriga
para olhar para cima esboçando um sorriso de menino.
- Deixa de coisa, Joe. Você sabe que não
pode ficar por aí fazendo estripulias. – Reclamou quando ele se ergueu
bruscamente e a beijou nas bochechas e a abraçou por trás. – Deixa de ser grudento. – Pirraçou-o. A
última coisa que Demi queria era distância do calor do namorado. Ficar nos
braços dele era muito bom, mas os beijos e abraços sempre resultavam em sexo. –
Joseph! – Estar grávida não ajudava
em nada, ainda por cima. Os hormônios estavam descontrolados! E só aquela
brincadeira tinha sido o suficiente para deixa-la pronta para recebe-lo.
- O que? Eu não posso te abraçar? –
Perguntou confuso sem desfazer do abraço e Demi suspirou tentando caminhar em
direção a cozinha.
- Você pode me abraçar. – Não tinha muito
que dizer. Ao chegar a cozinha Demi o beijou na boca por alguns segundos e
depois saiu do abraço do namorado porque ele estava quase conseguindo o que
queria.
- Amanhã é vinte e quatro. – Disse Joe minutos mais tarde. As orelhinhas de
Lucy eram deliciosas de pegar, e tinham o envolvido bastante. Era que ficar em
silêncio era estranho, Demi estava quieta sentada a mesa com uma tigela cheia
de maçã cortada em cubinhos e noutra tigela havia biscoitos, ela comia com
muito esforço porque tinha medo de vomitar. – Você está bem? – Perguntou
preocupado observando a namorada franzir o cenho.
- Eu.. Estou bem. – Murmurou Demi. – É que não
é legal ficar enjoada. – Disse forçando um pequeno sorriso para Joe quando ele se
sentou ao lado e cobriu a mão dela e sorriu. – E amanhã é véspera de natal, não
programamos nada. – Explicar para Joe que Inácio tinha descoberto a gravidez
estava fora de cogitação, uma hora ele iria descobrir, claro, mas não precisava
ser naquele momento onde a situação ainda estava estressante.
- Entendo. – Carinhoso como sempre, ele a
beijou nos dedos e umedeceu os lábios antes de começar a falar. – Você está
confusa porque está complicado passar uma data especial como o natal com todas
as pessoas que você ama. Confesso que eu queria estar no Texas com a minha vó,
a Rose, o Derick, a tia Laura e você. Seria legal se o Ed e a Selena também
pudessem estar comigo. Mas Dem, é assim mesmo. Natal é sobre amor e família.
Não vou ficar triste se você quiser ficar com a sua família, eu vou ficar aqui
com a tia Laura e a Lucy. Também vai ser divertido. – Demi negou com um
balançar de cabeça e abraçou o namorado de lado.
- Esse natal a minha prioridade é você, hum?
– Ela beijou nos lábios para depois sustentar o olhar de Joe. – Queria poder
passar o natal com todos vocês, mas agora
a minha família é essencial para mim. Vamos ficar juntinhos nós quatro. – Disse olhando para Lucy quando
Joe franziu o cenho. – Depois nós podemos visitar a minha mãe, a Sel ou o meu
pai.
- Ok, quando a tia Laura chegar, eu vou ao
mercado para comprar as coisas da nossa ceia, você tem algum prato em mente,
além do padrão? Sobremesas? – Perguntou já na velha agitação de sempre e Demi
riu porque gostava do jeito preocupado e teimoso de Joe de querer agradá-la.
- Eu não quero nem tomar água porque tenho
medo de ficar enjoada, imagina comer outras coisas. – A feição de desanimo
sumiu assim que Joe roçou-lhe os lábios e aos poucos empurrou a língua contra a
dela.
- Ficar enjoada faz parte, o que não pode é
você parar de comer. Nosso bebê precisa que você fique saudável. – A voz soou falha
assim que terminaram o beijo, mas era aquela deliciosa calmaria que funcionava
como um pulso de energia no coração de Demi deixando-o agitado, principalmente
quando os olhos verdes fitavam diretamente os dela. – Eu faço questão de
cozinhar ou comprar o prato que você quiser, é só falar. Aliás Dem, eu vou
fazer tudo que você quiser. – Os olhos dele fecharam-se com o toque feminino no
queixo, e num gesto automático ele guiou uma mão para cintura e outra para o
ventre.
- Eu vou pensar no que nós podemos cozinhar
amanhã. – Ela se controlou para não rir de como Joe estava excitado e mostrava-se
apaixonado, e era muito fofo, por isso que ela distribuiu beijinhos pelo rosto
do namorado e depois o beijou na bochecha demoradamente. – Quais são os seus
planos para hoje? – Perguntou voltando a comer as frutas porque sabia que se
desse muita atenção para Joe, ele a convenceria facilmente a ir para cama.
- Como eu estou melhor, mais tarde vou
resolver algumas pendências. E vou
ajudar o Ed com a despedida de solteiro e as coisas do casamento. – Disse Joe
pensativo, ele só tinha usado as palavras erradas e contado mais do que
deveria, porque agora Demi iria importuna-lo até saber do que se tratavam as
pendências.
- Joseph! Você não pode me deixar curiosa. –
Resmungou o olhando.
- O que? – Perguntou desentendido, e ao
olha-la se lembrou de quão curiosa Demi era. – Você não pode me deixar duro,
mas você deixou. – O sorriso maroto quebrava toda a típica inocência do rapaz, e
Demi sabia que aquele sorriso significava como Joe estava inspirado e louco
para ficar com ela.
- São coisas completamente diferentes. –
Desconversou desviando o olhar do dele, mas um segundo depois fixou os olhares,
encostou o cotovelo a mesa e sorriu tentando ser o mais charmosa possível. – Que
pendências são essas? – Ela não ousou em desviar o olhar do dele porque sabia
poderia identificar qualquer mentira através de uma simples troca de olhares
com Joe.
- Uma delas é você na minha cama. – Diabos!
Joe se mostrava fofo e inocente na maioria das vezes, mas quando ele tinha aqueles momentos... Automaticamente a
calcinha molhava em sinal que o corpo já estava pronto. – As outras eu conto
depois. – Ele sabia que conseguia atingir Demi quando ela suspirava e umedecia
os lábios.
- Quem disse que você vai para essa
despedida de solteiro do Ed? – Era melhor desconversar porque os hormônios não
ajudariam a manter o controle de não ceder as seduções dele.
- Quem disse que eu não vou para essa
despedida de solteiro do Ed? – Perguntou se aproximando um pouco mais e quando
Demi franziu o cenho, ele sorriu.
- Você
que sabe da sua vida. Você vai e nós só vamos transar depois que o meu filho nascer, e olhe lá. – Ela
sorriu por dentro porque não queria mostrar para Joe que só estava o
pirraçando.
- Você não está boa hoje. – Comentou
pensativo e a vontade de Demi era de beija-lo nas bochechas, mas preferiu
manter-se inabalável porque Joe precisava entender que ela não queria sexo por
falta de desejo, mas sim porque estava preocupada com a saúde dele.
- O que você vai fazer hoje? – Perguntou se
levantando para lavar a louça que tinha sujado.
- Eu quero sair de casa. Realmente tenho que
ajudar o Ed com as coisas do casamento, escolher um terno e um presente. Você
tem alguma sugestão do que eu posso comprar para eles? – Aos pouquinhos ele
conseguiu coragem para se aproximar de Demi a abraçando por trás. Um abraço não
era nada demais, ou era?
- O bebê vai precisar de um berço. A Sel não
comentou nada comigo sobre um berço. – Disse o olhando brevemente e Joe
assentiu se curvando para dar um beijinho no pescoço dela.
- Nós também vamos precisar de um berço. –
As mãos tocaram gentilmente o ventre de Demi por baixo da blusa, e ela perdeu a
concentração da louça quando Joe ronronou que a amava. – Você é a gravida mais
linda que eu conheço. – Comentou assim que ela se virou depois terminar com a
louça e secar as mãos.
- Você não tem jeito. – Era para ser um
resmungo descontente, mas acabou que Demi não conseguiu desviar o olhar do
dele. Abraçou-o pelo pescoço e suspirou ao ter a bochecha tocada.
- Trocar beijinhos comigo agora não vai
fazer mal algum, o que você acha? – Perguntou a observando atentamente e quando
Demi assentiu, ele a beijou carinhosamente na testa e depois roçou os lábios. –
Vamos para debaixo das cobertas? – Os lábios selaram especialmente o queixo
para depois a ponta do nariz, onde ele roçou com o dele.
- Promete que se você não se sentir bem,
você vai me contar? – Perguntou de olhos fechados tentando controlar os
suspiros.
- Eu prometo, princesa. – Como os lábios
estavam próximos dos dela, Joe os selou num simples toque, envolveu a cintura
num abraço mais apertado e avançou mais com o beijo quando Demi puxou o cabelo
da nuca dele. – E aí? O que me diz das cobertas? Eu e você, muitos beijinhos? –
Ele sorriu assim que Demi ronronou e sorriu de olhos fechados.
- Eu acho uma ideia fantástica. – Os
sorrisos se alargaram um pouco mais ao se olharem. Demi até tocou a ponta do
nariz do namorado com o dedo para depois voltar abraça-lo pelo pescoço. – Joe.
– Chamou na metade do caminho para o quarto, então eles pararam de caminhar na
sala. – Amo você, grandão. – O apelido sempre soava bem. Joe a abraçou e
curvou-se para beija-la sem nenhuma pressa.
- Eu também amo você, amo muito. – Disse a
abraçando por trás. – Você topa ser sequestrada por mim? – Perguntou entre os beijos
que depositava no pescoço dela.
- Com certeza, mas só por você. – Ela riu da
careta dele, ainda mais quando Joe a abraçou mais apertado como se quisesse
protege-la. – Meninos da sua idade já sabem resolver esse probleminha sozinhos. – Comentou o olhando ao adentrar o
quarto.
- Eu... – As bochechas coraram e ele não
conseguiu sustentar o olhar por muito tempo. – Dem... – A gargalhada dela só o
deixou mais envergonhado, e Demi nada fez além de se deitar a cama e arquear
uma sobrancelha o observando todo coradinho e com uma ereção que marcava a
calça de moletom.
- Eu estou brincando. – Ronronou umedecendo
os lábios e o olhando com atenção e desejo. – Vem cá. – A voz soou rouca e o
cenho foi levemente franzido porque as pernas foram afastadas por Joe que se
pôs entre elas. – Isso é covardia. – Nenhum detalhe ficou para trás. As mãos
fortes e grandes agarraram a barra da camisa, e conforme o tecido branco subia
pelo tronco, os músculos eram exibidos. Então nu da cintura para cima, Joe
tinha posto uma mão de cada lado da cabeça dela e os lábios ficaram próximos
trocarem outro beijo.
- Eu aposto que você está derretendo. – Demi
só não respondeu por que o lábio inferior foi mordido, o queixo beijando e o
pescoço selado com beijos e chupões que a fazia suspirar. – Você está
derretendo, você sempre está por mim. – O corpo dela tinha arqueado quando a
mão de Joe adentrou a calça de moletom e facilmente se enfiou adentro da
calcinha.
- Você também sempre está duro por mim,
querido. – Murmurou o tocando na ereção sobre a calça. Por segundos os dois
perderam o fôlego como se fosse a primeira vez juntos. – Você vai ficar bem? –
Perguntou adentrando o cabelo dele com a mão livre ao perceber os suspiros mais
frequentes que o normal.
- Eu estou bem. – Ele disse se sentando a
cama ao lado dela. – Eu só estou ansioso. – Respirar fundo não faria mal, bem
pelo contrário. Joe fechou os olhos e se concentrou em controlar as batidas
agitadas do coração porque ele precisava que o momento fosse tranquilo ao mesmo
tempo em que prazeroso.
- Querido. – Ao se erguer Demi o beijou no
ombro esquerdo e envolveu a mão dele com a dela. – Respira fundo e relaxa. –
Disse o beijando na bochecha, só que o beijo se transformou num muito mais
intenso quando o rapaz virou a cabeça e selou os lábios aos dela.
- Amo o seu cabelo, Dem. – Elogiou depois de
deita-la a cama. O olhar tinha se perdido nas mechas longas de cor marrons. Joe
pensava que não havia uma sintonia mais perfeita que os olhos e cabelos marrons
com a pele rosada de Demi.
- Não. Existe. Olhos. Mais. Bonitos. Que.
Os. Seus. – Cada palavra foi um beijinho no rosto dele. Demi tinha conseguido
deita-lo a cama e adorava o fato de estar sob o namorado. – Vou fazer você
relaxar antes de... – Demi riu como uma menina sapeca. Mordeu o queixo barbado,
roçou os lábios e se sentou exatamente sobre a ereção porque ela tinha que
prender o cabelo num coque alto com elástico.
- O que você vai fazer? – Perguntou
desconfiado e ardentemente excitado deslizando uma mão pelas costas dela até
conseguir apertar o bumbum e a outra tratava de brincar com o cabelo da nuca de
Demi, fazendo do cabelo preso uma bagunça.
- Eu só vou te encher de beijinhos. – Foi
exatamente o que ela disse. Os lábios beijaram até as pálpebras de Joe num
beijinho gentil e carinhoso. Para acalma-lo um pouco mais e mostrar segurança,
Demi tinha enlaçado os dedos aos dele e continuou o beijando até o momento em
que foi deitada e beijada ardorosamente.
- Não tem coisa melhor que ficar aqui
agarrado com você. – Disse entre um beijo e outro no maxilar e pescoço. As mãos
apalparam o traseiro avantajado, e ao sentir as pernas femininas se enlaçando
nele, Joe empurrou o corpo contra o dela causando um pesado suspiro entre os
dois.
- Não tem. – Disse o olhando nos olhos.
Estar nos braços de Joe era muito mais que um ato físico. A sensação de
segurança, amor e carinho eram incomparáveis. – Você está b...? – A pergunta
não foi finalizada porque os lábios foram selados num beijo exigente e a mão guiada
para dentro da cueca dele.
- Por que esse tipo de coisa tem que
acontecer com a gente justamente agora? – Resmungou ainda ofegando ao ouvir os
latidos de Lucy porque a porta da sala tinha sido aberta indicando que Laura
estava de volta. – Que droga. – As
mãos cobriram o rosto e aos poucos ele conseguiu controlar a respiração.
- Ei. – Chamou-se se erguendo. O cabelo de
Demi tinha virado uma bagunça e nem estava mais preso, os lábios avermelhados
eram frutos dos beijos. – Nós temos toda uma vida juntos para namorar. Não fica chateado. – As palavras inspiravam
paciência. Demi o olhou nos olhos e enlaçou os dedos aos dele. – Fica
tranquilo. – Pediu o beijando no queixo e o sorriso foi inevitável porque a
barba era áspera e a pinicava.
- Está bem, Dem. Eu vou ficar. – Toda vez
que Joe ficava emburrado ele parecia um bebê manhoso de tamanho extra G. E Demi
o abraçou de bom grado e o beijou na testa.
- Vocês dois estão aí quentinhos. Está muito
frio lá fora, crianças. – Laura só
tinha colocado a cabeça para dentro do quarto depois de bater à porta. –Comprei
algumas frutas para você, Demi. Está tudo na cozinha, vem para preparamos algo
para você comer. – Como ela faria para Joe sossegar com todos aqueles beijos e
mãos bobas? Laura mal tinha virado as costas e ele já estava com a mão dentro
da blusa dela tocando os seios.
- Mais tarde nós continuamos. – Disse Demi
dando um último selinho nos lábios de Joe para depois empurra-lo pelo peito
porque precisava se levantar. – Nada disso. – A vontade era de rir. Ela sabia
que aquele biquinho junto com um “Ah, Dem” era pura manha e sinal que Joe
ficaria emburrado até conseguir o que queria. – Sua tia está em casa. –
Sussurrou o olhando enquanto arrumava o cabelo com os dedos. – Mais tarde. –
Não existia nem a possibilidade dela ceder, Laura estava com eles no
apartamento e seria muito estranho. E Joe beijava no pescoço exatamente onde
ela mais gostava, na lateral do pescoço.
- Estou ansioso, gostosa. – A voz rouca sussurrada era de fazê-la estremecer de
desejo, por isso que Demi cedeu ao beijo e suspirou com a testa encostada a dele.
- Levanta. – Demi acabou rindo quando Joe
deu um tapa no traseiro dela e descaradamente piscou quando ela o olhou. – Vem
cá, seu sem vergonha. – Definitivamente não era uma boa ideia Joe ir para
cozinha, dado que o volume na calça estava claramente perceptível. – Acho que
um banho vai ajudar, gostoso. – Mesmo
um pouco mais magro, o físico de Joe era de encher os olhos e despertava
desejo.
- Você não quer tomar banho comigo? Nós
podemos resolver esse probleminha se
você ficar quietinha. – Demi demorou
alguns segundos para negar com um aceno de cabeça, não porque considerava a
ideia, era que o jeito que Joe a olhava e tinha dito aquelas palavras faziam
com que o corpo dela aquecesse de desejo. Meses atrás ele sequer faria uma
proposta como aquela.
- Não. Estamos esperando você na cozinha. – O
beijo era para ter sido na bochecha dele, mas como Joe era muito alto, Demi o
beijou no peito, pegou o celular sobre o criado-mudo e saiu às pressas do
quarto porque sabia que não precisava de muito para o namorado convencê-la de
ir para cama com ele.
- Como estão os seus planos para o natal? –
Laura perguntou assim que ela adentrou a cozinha e se acomodou a mesa.
- Eu não sei. – Disse Demi de cenho
franzido. Já era natal e muita coisa tinha mudado em relação ao ano passado,
inclusive o fato dela estar grávida. – Quero passar o natal com a minha família. – Laura assentiu porque
entendia perfeitamente o dilema que Demi enfrentava.
- Comprei as coisas da ceia para nós três e
a Lucy, é o suficiente. – Disse olhando para as sacolas. – O Joe não pode comer
a ceia típica, e esse ano a alimentação dele está mais rigorosa. – Era uma
série de protocolos que Joe tinha que seguir naquela fase de exames e se ele
quisesse se manter estável, muitos hábitos teriam que mudar, razão pela qual
Laura queria estar em Nova York.
- Eu não estou podendo comer muito por conta
dos enjoos. Só estou preocupada em como vou me dividir em quatro para o natal. –
Seria muito mais simples se todos pudessem e quisessem passar o natal
exclusivamente com ela, mas era um pensamento egoísta a ser considerado.
- Nós podemos ir prestigiar a árvore de
natal do Rockfeller Center, ouvi
dizer que é muito bonito. Depois cada um vai para sua casa ceiar. – Disse
Laura. Demi assentiu prontamente gostando da ideia. O Rockfeller Center ficava
ali pertinho e em todo natal as pessoas visitavam a enorme árvore de natal,
aproveitavam para tirar fotos e o delicioso clima de natal entre família.
- O Joe não vai gostar muito da ideia. – O
comentário escapou e quando Laura a olhou com curiosidade, Demi umedeceu os
lábios e sustentou o olhar da mulher. – Ele não gosta muito da neve. – Não era
o motivo principal. Ela olhou para trás procurando por algum rastro do
namorado, mordeu o lábio inferior e suspirou. – Ele e o meu pai não são fãs um
do outro. Não é culpa do Joe, é que o meu pai é muito protetor. Não sei se
seria uma boa ideia para o Joe ficar perto do meu pai agora, não quero confusões e ele tem que evita-las o máximo. – Por
que só por um olhar Laura sabia que tinha mais coisa a ser dita? Demi respirou
fundo, tocou a superfície da mesa com a ponta dos dedos. – E.. Hum.. Meu pai descobriu
que eu e a minha irmã estamos grávidas. Eu não contei para o Joe e não sei se
vou contar, ele vai ficar preocupado. – Ela tinha dito baixinho porque não
queria correr o risco.
- Nesse caso eu não acho que o Joseph no
mesmo ambiente que o seu pai vai resultar em coisa boa. – Disse Laura pensativa
e Demi assentiu com pesar. – Eles vão ter que se resolver. Vocês estão
esperando um filho, é um laço eterno, Demi. Não será saudável para ninguém um
ambiente hostil.
- Eu sei. Só que agora o Joe precisa ser
poupado de stress. – O coração veio a boca quando ela sentiu um toque no ombro
esquerdo, e ao olhar para o lado Demi só confirmou que era o namorado. – Estamos
falando de sair. O transito está um
inferno, você só vai passar raiva. – Disse o olhando nos olhos. Se Joe
acreditou, já era outra história. Ele trocou um breve olhar com Laura e
assentiu se sentando ao lado de Demi.
- Você está precisando de alguma coisa? –
Perguntou desviando o olhar do dela só porque precisava pegar Lucy no colo para
mima-la. Ele tinha ouvido a última parte da conversa, mas perguntaria para Demi
o porquê dele precisar ser poupado quando estivessem sozinhos.
- Não querido, nós só estamos conversando
sobre o movimento na cidade. – Disse Demi acariciando o pelo de Lucy.
- A sorte foi que o mercado não é tão longe
daqui, e o caminho que fiz está menos movimentado, mas as ruas principais estão
lotadas. – Laura sorriu observando como Joe e Demi eram bonitos juntos. E pelo
jeito que eles tratavam Lucy com cuidado e carinho, seriam bons pais. – Vocês
querem comer? – Perguntou se levantando.
- Eu já comi. – Disse Demi acariciando as
orelhinhas de Lucy quando a cadelinha passou para o colo dela.
- Eu também. Você quer jogar vídeo game
comigo, Dem? – Como ela poderia recusar sendo que Joe a olhava todo pidão? Demi
assentiu sorrindo, ela até poderia dar um selinho nos lábios dele porque aquele
homem era apaixonante. Só que o celular toando roubou a atenção, ainda mais
quando a foto de Anna apareceu na tela.
- Ei!
Como você está? A última vez que nos falamos foi ontem à tarde! Melhorou dos
enjoos? – Perguntou Anna e Demi murmurou um “Uhum” caminhando para a sala
para que pudesse ter mais privacidade com a irmã.
- Ontem eu dormi bastante, mas agora eu
estou bem. Acordei tem pouco tempo e ainda não fiquei enjoada. – Disse se
deitando ao sofá. – E você? Como está? – A vontade era de perguntar como Inácio
estava se comportando, mas Joe iria descobrir na hora que o sogro já sabia da
novidade.
- Nada
de enjoo. Hoje eu estou faminta. Liguei para o Rick três horas da manhã porque
eu queria muito comer doce de abóbora. Ele não encontrou, mas o papai fez para
mim. Estava delicioso. – Doce de abóbora? Demi franziu o cenho porque ela
não conseguia imaginar como aquilo poderia ser gostoso. Só o doce não era mais
estranho que o fato de Inácio cozinha-lo.
- E então? – Já que Anna tinha tocado do
assunto, só cabia a Demi explora-lo um pouquinho mais. Ela estava louca para
saber tudo que se passava na casa dos Lovatos, só que seria interessante se
estivesse sozinha, e quando Joe se acomodou ao sofá que ela estava deitada, ele
estragou o momento.
- Ele
está sendo maleável. Nós três conversamos ontem. Não foi tão terrível como eu
pensava, claro, tirando a ameaça de morte. – A risada de Anna não foi
nenhum pouquinho contagiante. Demi murmurou um “Ah não” porque sabia que com
Joe seria pior. – Estou exagerando, ele
não disse isso. Ele só pediu que o Rick cuidasse de mim e do bebê, que
assumíssemos a responsabilidade porque um filho não é brincadeira. Então desde
a nossa conversa ontem de manhã, eu estou sendo muito mimada. O papai não me
deixa fazer nada, pergunta o que eu quero comer, verifica se estou bem
agasalhada. É estranho, mas eu estou adorando e as meninas morrendo de ciúmes. –
Tirando o ciúme e a proteção exagerada, Inácio era um excelente pai.
- Isso é muito bom. Estou feliz por você, Anne. – Disse Demi limitando as palavras
por conta do namorado. – Isso muda muita coisa.
- Com
certeza. E ele está preocupado com você. Me perguntou se você já fez os exames
iniciais, se está se alimentando corretamente. Vem aqui em casa agora à tarde.
Nós precisamos conversar e organizar o natal. Já é amanhã e nós estamos ferradas
de coisas para fazer. – Inácio estava preocupado com ela de uma forma
“boa”. Talvez se ela fosse a casa do pai naquela tarde, eles poderiam conversar
sobre a gravidez e sobre Joe.
- Depois do almoço eu vou. Podemos conversar
mais tarde? O Joe está aqui me perturbando para jogar vídeo game com ele. – Ela
esperava que Anna tivesse entendido o recado. Já Joe estava com cara de poucos
amigos a olhando, o que a fez rir.
- Tudo
bem. Até mais tarde Demi. Manda um oi para o Joe. – Disse Anna.
- Ele está mandando outro “oi”. Até mais tarde, Anne. – Demi
largou o celular debaixo da almofada do sofá e arqueou uma sobrancelha quando
Joe ergueu as pernas dela para se sentar no espaço que ela ocupava. – Anna
mandou um oi, chato. – Disse se acomodando ao sofá mesmo com o rapaz ali para
importuna-la.
- Você já mandou um oi para ela por mim. –
Ele disse se acomodando a almofada e fechando os olhos. – Ainda vai querer
jogar vídeo game comigo ou já vai me trocar pelo seu pai? – A intenção não foi
ser rude, mas Joe não conseguiu esconder como ele ficava chateado. Demi sempre
cancelava o dia que eles tinham planejado para ficar com o pai. Era egoísta,
claro. O homem era o pai de Demi, mas ele também queria atenção.
- Eu já vou te trocar pelo meu pai. – Disse
Demi de cenho franzido se levantando para calçar os chinelos para ir para o
quarto.
- O que vocês querem para o almoço? –
Perguntou Laura adentrando a sala mais concentrada no celular que no casal.
- Eu estou indo para casa do meu pai. Não
vou almoçar com você. – Demi nem mesmo estava mais na sala, só que do quarto
dava para ouvir perfeitamente o que acontecia no outro cômodo. Agilmente ela
vestiu jeans, calçou as botas e pegou a bolsa. Já era difícil para ela ter que
administrar o tempo com as pessoas que amava, e ser cobrada era sufocante.
Quando não era Inácio com ciúmes e sendo chato, Joe o fazia.
- Dem, espera aí. – Disse quando a namorada
passou por ele sem olha-lo.
- Tchau, tia Laura. – Bem, ela não sabia por
que de repente estava com tanta raiva de Joe, e talvez seria até melhor ficar
longe dele para não tornar a situação desagradável.
- É sério que você está chateada? – Não era
para ter soado tão alto, mas Joe estava quase tropeçando nos próprios pés. Ele
fechou a porta do apartamento com certo custo porque Lucy estava tentando sair
para rua.
- É sério que você está achando que eu estou
brincando? – O cenho de Demi estava franzido e ela irritada.
- Se eu disse algo que não deveria ou que pareceu
outra coisa, desculpa. – Disse a tocando no ombro direito e Demi franziu um
pouco mais o cenho pressionando constantemente o botão do elevador.
- Eu estou indo embora, de qualquer forma.
Depois nos falamos. – Só porque estava irritada não queria dizer que tinha que
ser grossa com Joe. A sorte foi que o elevador chegou, e ao adentra-lo, Demi
negou com a cabeça e arqueou uma sobrancelha quando Joe fez menção de seguir
junto com ela. E ele ficou parado com cara de cachorrinho carente a olhando
enquanto as portas se fechavam.
Mudanças de humor
faziam parte da gravidez. Talvez o que tinha acontecido nos últimos cinco
minutos fosse uma mera mudança no humor. Mas uma coisa Demi sabia: ela estava
muito cansada de confusões familiares. Desde sempre as pessoas que tinham o mesmo
sangue que ela sempre geravam traumas e frustrações. Inácio não podia ser
tóxico como Dianna foi por um bom tempo, e por culpa dele Joe tinha criado um
receio e indiferença. A situação era desagradável.
Estava nevando e o
frio era impiedoso. Demi teve que abraçar o próprio corpo na tentativa de reter
o calor do corpo. A mandíbula tinha criado vida porque movia-se sozinha fazendo
com que Demi “batesse” os dentes inferiores com os superiores. Teve uma hora
que ela teve que abaixar a cabeça para evitar o vento no rosto, agilizou os
passos e os cinco minutos que andou até o apartamento pareceram durar uma
eternidade.
Fato era: Demi não
passava nem mesmo metade do dia no próprio apartamento. Quando não estava no
apartamento de Joe, estava no de Dianna, quando não estava no apartamento da
mãe, estava na casa do pai ou na de Selena. As contas tinham chegado. Demi se
acomodou ao sofá e mordeu o lábio inferior. Ela precisava organizar o mais
rápido possível o lugar onde iria trabalhar, ou começaria a passar por
dificuldades financeiras. Ed tinha passado o contato do amigo que estava
alugando o espaço onde Selena tinha feito as fotos do casamento. Era um local
excelente e definitivamente uma boa opção, visto que era espaçoso e perto de
onde ela morava.
Ter um escritório
de design não era simples, o negócio envolvia muito mais que criatividade e
técnicas. Os clientes precisavam confiar no trabalho que seria desenvolvido. E
Demi tinha nome na cidade porque a Gyllenhaal
tinha investido na carreira dela e os produtos assinados por ela faziam
sucesso. Talvez não seria complicado montar aquele negócio, Demi só precisava
focar as energias nele depois das festas de fim de ano.
O banho quente a
ajudou a aquecer, e quem disse que Demi foi diretamente para casa de Inácio? A
cama pareceu irresistível, o que resultou num “cochilo” de uma hora de relógio.
Se não fosse quase véspera de natal, com certeza o dia seria aproveitado
dormindo, mas como havia muitas coisas a fazer, Demi preferiu se levantar
porque tinha que ir a casa do pai. Na hora de chamar um táxi, quem disse que o
celular estava no bolso? Tinha ficado no apartamento de Joe, e ela não iria
busca-lo.
Não faltava em Nova
York táxis. Naquela época do ano, os carros tipicamente amarelos eram
disputados mais que o comum, porém não demorou muito para que Demi estivesse no
interior de um a caminho da casa do pai.
- Olha só quem lembrou que tem família. – Isabella
a abraçou apertado, e Demi retribuiu o abraço calorosamente. – Você está
gelada, Demi. – Disse a tocando nas bochechas e na ponta do nariz. Era o
resultado de ficar esperando táxi e da breve caminhada da calçada até a porta.
- Hoje está mais frio que o comum. – Quando
Hannah levantou a coberta a convidando para se juntar a ela, Demi não pensou
duas vezes e se aninhou a irmã no sofá.
- O aquecedor não está resolvendo. –
Comentou Hannah abraçando Demi pela cintura e descansando a cabeça no ombro da
mesma. – Você está gelada. – Resmungou. A lareira estava acesa num fogo baixo
por conta da pequena Alicia. Havia mais uma coberta no outro sofá, na mesinha
do centro três xícaras e a televisão estava ligada passando um filme qualquer.
- Demetria?
– A voz de Inácio carregava preocupação. Demi desfez do abraço de Hannah
para se levantar e olhou para o pai atentamente. Inácio vestia um suéter cinza
por cima de uma camisa branca de botões, calça jeans e botas. O semblante
mostrava como ele estava preocupado, e era apenas preocupação. – Eu estou
preocupado com você. – Ele disse com ela nos braços num abraçado forte. Demi
era pequenina, então era fácil beija-la na testa.
- Não precisa ficar preocupado comigo, eu
estou bem. – Disse contra o peito dele, soou abafado, mas Inácio tinha toda
atenção exclusivamente na filha, nenhum detalhe passaria por despercebido. –
Nós temos que conversar. – Demi o olhou nos olhos para tentar perceber alguma
reação do pai, mas ele não se mostrou bravo como ela esperava, pois o assunto
era óbvio.
- Nós vamos. Você quer chocolate quente? –
Perguntou gentilmente arrumando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. – Não
está muito forte, acho que não vai causar enjoo. – Bem, Inácio estava normal e
mostrando-se preocupado. Ele a guiou pela mão para cozinha e chegando lá, Demi
sorriu porque Anna estava sentada a mesa.
- Se a gente não liga você não vem. – Disse
a moça depois de ser beijada a bochecha.
- Eu iria aparecer. Ontem passei o dia
dormindo e enjoada, hoje estou melhor e mais disposta. – Comentou observando os
alimentos a mesa. Os pequenos biscoitos pareciam gostosos, e com certeza Demi
ficaria longe do iogurte de ameixa.
- São biscoitos de polvilho. Você já
experimentou? – Inácio a serviu com uma xícara cheia de chocolate quente e um
punhado de biscoitos de polvilho doce numa vasilha de vidro.
- Foi o papai que fez. – Disse Anna olhando para
o pai com tanta admiração que Inácio teve que abraça-la e beija-la na testa.
- Não fiquei enjoada hoje.. – As bochechas
de Demi coraram e a voz soou baixa porque ela podia sentir o olhar de Inácio a
analisando.
- Só tenta comer, querida. – Ele disse se
acomodando a cadeira ao lado da de Demi com uma xícara cheia de chocolate
quente em mãos. – Quero que vocês organizem uma lista com tudo que vamos
precisar para cozinhar nesse natal. Vou sair para comprar as coisas agora à
tarde para começarmos a agilizar, está muito em cima da hora. – Anna sorriu
feliz porque ela tinha imaginado que o natal seria péssimo, mas desde que
Inácio se acalmou no dia que descobriu da dupla gravidez, ele estava sendo
compreensivo.
- Eu não estou acostumada a cozinhar pratos
tão elaborados. – Comentou Demi. Aos poucos ela tinha conseguido comer os
biscoitos e bebericar o chocolate quente.
- Nós temos Isabella e o papai, Dem.
Organizamos as meninas e essa ceia vai sair rapidinho. – Anna não era muito fã
de cozinha e nunca teve oportunidade para praticar, pois o tempo sempre esteve
comprometido com os estudos nos últimos seis anos.
Em época de natal
Demi não tinha costume de cozinhar pratos de ceia ou comprar presentes muitos
presentes. Dianna e Amélia não comemoravam, então a menina passava na casa da
melhor amiga, onde apresentou sobre aquele costume e ficou de bochechas coradas
ao receber presentes dos pais de Selena. Durante alguns anos, Demi passou o
natal com os Gomez, e alguns ela passou em baladas sozinha.
Pelo que as garotas
discutiam com o pai no sentido literal da palavra, o natal dos Lovato seria O
natal. Demi não soube muito bem o que pedir para Inácio comprar, mas não pode
deixar de observar como as irmãs eram exigentes e sabiam muito sobre as comidas
daquela data. Elas contestaram até os tipos de sobremesas, os temperos da
comida e as bebidas.
O clima não estava
cem por centro agradável depois que Megan tinha chegado. Isabella tinha
comentado com Demi que desde a confusão com a tatuagem e piercing, Megan não tinha conversado com ninguém, exceto Amber.
Passava boa parte do dia dentro do quarto e preparava a própria comida.
- Eu quero pavê de abacaxi. – Disse Megan baixinho.
Inácio só tinha ouvido o pedido da menina porque ela estava sentada ao lado
dele, e as demais nos outros sofás.
- Pavê de abacaxi. – Era mais uma coisa na
lista que já estava enorme, mas mesmo assim Inácio anotou e observou
discretamente Isabella verificar o que ele tinha acabado de escrever.
- Nós combinamos que vamos fazer apenas dois
pavês. – Disse Bella olhando para o pai.
- Megan quer pavê de abacaxi. – Ele comentou
dando de ombros fingindo estar verificando as mensagens no celular como se
fosse algo realmente importante, mas o que de fato fazia era observar as
filhas. Isabella não disse uma palavra, mordeu o lábio inferior e olhou para as
irmãs.
- Nós decidimos que seria pavê de chocolate
e de limão. – Disse Hannah de cenho franzido porque o pai só tinha permitido
que elas fizessem duas sobremesas de cada para não jogar comida fora.
- Eu quero de abacaxi. – Disse Megan e o
clima pesou entre elas. Hannah abaixou a cabeça para não revirar os olhos e as
mais velhas preferiram ficar quietas.
- Vamos fazer o seguinte. – Inácio guardou o
bloquinho no bolso da jaqueta e enlaçou os dedos. – Nós só vamos ter sobremesa
amanhã se essa indiferença entre vocês acabar. Eu estou indo ao mercado agora e
espero que alguém me ligue avisando que está tudo realmente bem. Por favor, não
se matem. Vocês estão no comando. – O olhar para Demi e Bella era de confiança,
e assim ele saiu porque ainda havia muito para resolver durante o dia.
- Eu vou fazer o almoço. – Disse Bella se
espreguiçando. Era alguém comentar alguma coisa sobre ligar o som num volume
mais alto que o permitido ou que fizesse alguma piadinha sobre o que elas
poderiam fazer. Mas nada. A única coisa que aconteceu foi ser seguida para
cozinha por Demi e Hannah, enquanto as outras subiam para o quarto.
***
Atitude. Inácio era
apenas um homem, não um monstro.
Despistar Laura deu
trabalho, aliás, ele simplesmente não conseguiu despistar a tia. Convenceu-a
que precisava sair um pouquinho do apartamento porque se sentia sufocado. E de
certa forma era verdade. Trabalhar estava inviável e praticar esportes não
deveria nem ser uma alternativa a se considerar.
Só que Joe não só
tomaria um ar e veria o momento das pessoas naquele fim de manhã nova-iorquino pré-véspera
de natal. O carro estava estacionado em frente a casa dos Lovatos porque aquela
situação seria resolvida. Estava o incomodando toda a indiferença de Inácio, e
agora que ele tinha descoberto que o sogro já sabia da gravidez, não tinha
jeito. Eram adultos e resolveriam tudo civilizadamente.
A respiração funda
era sinal que o nervoso estava começando a sufoca-lo, mas não tinha nada a
temer. Joe repetia com ele mesmo.
A camisa social
branca por baixo do suéter verde era para ajuda-lo a incorporar um papel mais
sério. Não havia sinal da barba porque Joe achou que ficava mais sério barbeado
e com o cabelo penteado de lado, como o de um menino comportadinho.
Ele não seria
hipócrita a ponto de negar alguns minutos para se concentrar em não ficar
nervoso. E foram quase dez minutos, mas resultou em músculos não tão tensos e o
ajudou a organizar os pensamentos sobre o que dizer ao sogro.
Aquela neve caindo
do céu era frustrante e o fez apressar o passo. Era muito ruim sentir frio, o
sentimento que transparecia era de pura solidão. Para quem usava óculos de grau
não era nada agradável ter flocos de neve derretendo nas lentes, atrapalhava a
enxergar e poderia causar um acidente. E no caso de Joe foi por um pouco. O
carro até buzinou umas três vezes para chamar a atenção. Na calçada era seguro,
por isso ele limpou as lentes no suéter e quando arrumou os óculos ao rosto, a
imagem de Inácio projetou-se alguns metros de onde ele estava.
- Sr. Lovato. – Quem cruzou a distância
entre eles rapidamente foi Inácio, e assim que estava cara a cara com o homem, Joe
encheu os pulmões de ar e adentrou os bolsos da calça com as mãos tentando não
ficar nervoso. Inácio estava impassível o olhando atentamente de cenho franzido
como se não estivesse feliz, e ele de fato não estava. – Eu preciso conversar
com o senhor. – Disse sério que a voz soou mais grave que o normal.
- Eu estou de saída, Joseph. – Inácio não
foi grosso como o de costume, mas também não foi gentil. Não tinha um sorriso
sequer para Joe.
- Prometo não tomar mais de trinta minutos
do seu tempo. – Insistiu o rapaz mesmo que algo dentro dele gritava para voltar
para o carro e deixar aquele problema para resolver futuramente. – É um assunto
muito urgente. – Ele estava quase tremendo de frio, mas manteve a pose séria
sustentando o olhar de Inácio até que o mesmo assentiu depois de olha-lo de
cima a baixo. – Pode ser lá dentro? – Perguntou franzindo as sobrancelhas
porque tinha passado quase dois minutos e Inácio o olhava como se esperasse que
ele fosse começar a falar ali.
- Eu espero não estar perdendo o meu tempo
porque eu tenho muitas coisas importantes para fazer hoje. – Mau humor o
definia. Joe permitiu-se abraçar o próprio corpo até que estava dentro de casa,
mas não deu tempo de cumprimentar as cunhadas ou dar um beijinho em Demi porque
Inácio o guiou diretamente para o escritório.
- Bem.. – Bons argumentos não eram iniciados
daquela forma, porém o ajudou com o evidente nervoso. Joe se acomodou a cadeira
acolchoada de um lado da mesa e Inácio estava sentado no lado oposto impessoal
o observando. O escritório de decoração rústica em tons madeira estava quente,
deveria ser por conta da lareira acesa a fogo médio. Até que estava calor, ou
eram as fases do nervoso junto a ansiedade? – Eu entendo completamente a sua
posição de pai. – Começou a dizer se acomodando melhor a cadeira. – Eu amo a
sua filha com todo o meu coração e a minha intenção nunca foi magoa-la, bem
pelo contrário. Algumas coisas aconteceram quando fomos para o Texas porque eu
estava muito confuso e magoado com a Demi. E estar em casa sempre me deixa um
pouco assustado, durante a minha
infância aconteceram muitas coisas que resultaram num adulto inseguro e
inexperiente. Tudo que sei sobre o amor, eu aprendi com a sua filha e eu
respeito isso. Eu quero fazê-la feliz assim como ela me faz. A Demi é uma
mulher incrível e ela nos ama, essa indiferença entre a gente não faz bem para
ela... Não faz bem para o.. para o bebê. – Joe umedeceu os lábios e não se
deixou diminuir quando Inácio franziu mais o cenho assumindo um papel protetor.
– Eu vou cuidar deles. Você pode confiar em mim. Jamais faltará nada para o meu
filho e nem para Demi. – A voz tornou a soar grave e Joe não interrompeu o
olhar de Inácio mesmo sendo ameaçador. – Quando ela disser sim, vou organizar o
casamento e comprar uma casa. Meus pais deixaram uma boa herança, eu nunca
tinha usado, mas como agora é necessário, eu vou organizar as coisas como devem
ser e preciso que você esteja do meu lado.
- Eu estava fazendo tempestade num copo
d’água por medo. – Inácio soltou a respiração e relaxou o corpo na cadeira. O
olhar se perdeu sobre um objeto na mesa. Demi era uma mulher independente, e
por mais que na vista dele Joe parecia fraco, ele era um bom rapaz. – Eu não
aguentaria se ela sofresse novamente. Me sinto péssimo por ela ter crescido sem
pai porque fui irresponsável. Você entende a gravidade disso, Joseph? – Perguntou pensativo observando
o rapaz e Joe assentiu prontamente. – Eu engravidei uma menina e a Demi foi
quem pagou o preço. Ela é importante para mim. Sei que não posso protege-la de
tudo, mas do que eu puder, eu o farei. – Não soou rude, pareceu muito mais
cansado do que qualquer outra coisa. – Vou ajuda-los com o que vocês
precisarem. – Inácio não precisou dizer que confiava em Joe, pois estava claro
que ele confiava, ou tentaria confiar.
- Eu não faço ideia do quão difícil deve ter
sido para ela crescer sabendo que o pai estava em algum lugar e a mãe.. – Ele
preferiu não entrar em detalhes, mas Inácio entendeu a colocação quando
assentiu cabisbaixo. – Mas eu sei o que é crescer sem os pais, os meus morreram
quando eu ainda era bebê. Quero que esse natal seja especial para Dem, ela tem
vocês e está feliz. Esse natal tem tudo para ser incrível, e eu quero que seja
para ela. – Doía quando Demi ficava pensativa ou irritada sobre a situação dele
com Inácio, e por ela, Joe estava disposto a firmar um acordo de paz.
- Sim, esse natal é especial em todos os
sentidos. – Disse Inácio sem conseguir esconder a pitada de tristeza. Ele iria
ser duas vezes avô, tinha descoberto uma filha maravilhosa e um antigo amor,
mas tinha perdido a esposa. – Por favor, não a decepcione. – Pediu minutos mais
tarde. O olhar estava fixo ao de Joe. Não havia raiva ou ameaça na voz, era
apenas um pedido sincero.
- Eu não vou. – Joe franziu um pouco as sobrancelhas,
e respirou fundo. Estava sério e impassível.
- Você não a pediu em casamento? – Perguntou
Inácio depois de encarar o rapaz por alguns minutos.
- Algumas vezes. – Joe coçou o cabelo da
nuca e sorriu se lembrando de como Demi o olhava quando ele tocava no assunto. –
Ela diz que sim, mas que não quer casar agora. – Comentou um pouco sem jeito
desviando o olhar atento do sogro. – Eu tenho insuficiência cardíaca, a doença
saiu de controle nesses últimos seis meses, chegaram a cogitar a alternativa de
um transplante, mas eu estou melhor. Minha tia está na cidade e nós estamos
refazendo os exames e seguindo o tratamento com medicação. Não acho que vou
precisar de um transplante, mas a Demi insiste que eu tenho que.. – Ele se
acomodou mais a cadeira e olhou para Inácio. – Desacelerar. Ela acha que
organizar um casamento agora não me fará bem. – Enquanto ele estava disposto a
se esforçar para ter um casamento grande e digno de conto de fadas, Demi só queria
que ele não se estressasse, o que aconteceria se eles revolvessem organizar um
casamento.
- Você é pai, Joseph. Você precisa organizar
a sua saúde nesses oito meses e poucos dias até o seu bebê nascer. Ele vai
precisar muito que você seja forte e determinado. – Inácio sabia muito bem o
que era fazer sacrifícios pelos filhos. Quando descobriu que iria ser pai, nem
vinte anos ele tinha. Foi uma loucura, principalmente quando descobriu que eram
gêmeas. – Lembre-se que a partir de agora não é mais apenas você, isso será
para sempre. – Joe assentiu pensativo. Era muito bom saber que Inácio não
estava forçando a barra, agora as coisas ficariam muito mais tranquilas para
Demi.
- Acho que já tomei muito do seu tempo. –
Comentou Joe olhando para o relógio. Ele também tinha pressa porque queria
comprar o presente de natal de Demi e quem sabe uma roupinha para o bebê. –
Obrigado por me ouvir, Sr. Lovato. – Disse se levantando e estendendo a mão
para que Inácio apertasse.
- Apenas Inácio, garoto. – Mesmo concordando
com tudo, Inácio não perderia aquela marra. Ele riu de como Joe ficou um pouco
sem jeito ao ter a mão apertada um pouquinho mais forte que o normal. – Se você
precisar de alguma coisa, pode falar comigo. – Disse Inácio antes de abrir a
porta do escritório. Ele sabia como era perder uma pessoa importante, e não
queria que Demi passasse pelo menos.
- Obrigado. Eu vou me cuidar. – Joe estava
um pouco envergonhado, mas não deixou de sorrir para Inácio.
Os dois desceram a
escada em silêncio, mas pelo menos não era nada desconfortável ou embaraçoso,
pelo para Joe que se sentia muito aliviado por ter resolvido aquela situação
que até já tinha sido motivo de brigas entre ele e Demi.
- Você não deveria estar no supermercado? –
Hannah estava sentada no balcão da cozinha, e ao ver o pai, a menina desceu as
pressas porque sabia que Inácio não gostava quando ela se sentava ali para
pirraçar Bella enquanto a mesma fazia o almoço.
- Já estou indo. – Disse Inácio arqueando
uma sobrancelha para menina, mas ele resolveu que não iria ser chato, como as
meninas diziam, então não a chamaria atenção.
- Joe? – Demi estava em frente ao fogão
mexendo o macarrão como Bella tinha pedido para que o mesmo não grudasse na
panela. Ao ver o namorado ao lado do pai, ela não conseguiu esconder como ficou
surpresa e receosa, por isso que Inácio sorriu e disse:
- Nós estávamos conversando sobre algumas
coisas. – O sorriso era o suficiente para que ela entendesse que estava tudo
bem. Inácio achou melhor não tocar no assunto específico porque era melhor
conversar pessoalmente com a filha.
- Está tudo bem. – Mesmo tímido porque as
irmãs de Demi e o pai olhavam para ele, o sorriso não pode deixar de ser
esboçado porque Demi o abraçou e o beijou no peito. Ao menos ela não estava
brava com ele.
- Eu estou indo para o mercado. – Disse
Inácio de cenho franzido, ele até iria rir porque Hannah o fazia cabisbaixo,
mas resolveu manter a pose séria. – Você vem, Joe? – Perguntou ao rapaz.
- Deixa ele ficar só um pouquinho? Daqui a
pouco eu o coloco para correr. – Disse Demi ainda agarrada ao namorado. Ela
queria enchê-lo de perguntas, beijos e se sentir segura nos braços dele.
- Tudo bem. Estou indo, comportem-se. – Inácio
riu com gosto de como as bochechas de Demi ficaram coradas, e as de Joe não
estavam diferentes.
- Eu não acho que o papai está bem da cabeça.
– Hannah mal tinha esperado o pai virar as costas, era que ela precisava
urgente fazer aquele comentário porque no dia passado Rick e Inácio estavam
amigos, agora era Joe.
- Hannah! – Bem... Se ela tivesse esperado
mais alguns minutos, não ouviria o quase grito do pai vindo da sala.
- Agora você pode comentar a vontade. –
Disse Anna ao ouvir a porta ser aberta e depois fechada.
- Eu já volto. – Demi não esperou os
comentários das irmãs, enlaçou os dedos aos de Joe o guiando para sala onde
poderiam ficar sozinhos. – O que você está fazendo fora de casa? – Perguntou
depois de beija-lo na boca.
- Estou resolvendo algumas pendências. – Não tinha problema
beija-la na casa do sogro, não significava que ele estava quebrando uma regra,
ou significava? Joe se acomodou ao sofá, levou uma mão para cintura da namorada
por baixo do moletom e a outra para o queixo, onde ele acariciou enquanto a
beijava calorosamente na boca. – Odeio ficar longe de você. – A cabeça
descansava na almofada do sofá e a testa ia de encontro a de Demi. – Está brava
comigo? – Perguntou depois dar um selinho nos lábios dela.
- Estou, você é muito teimoso. – Não soou
nada bravo. Demi o beijou na bochecha e o abraçou calorosamente quase
ocasionando que Joe deitasse no sofá com ela nos braços. – Você fez o que eu
estou pensando? – Perguntou o olhando nos olhos.
- Sim, eu contei para ele do bebê. – Disse a
tocando na barriga. – Sem querer eu ouvi você contata para tia Laura que ele já
sabia. – Joe deu de ombros quando Demi o acertou com um tapa no braço e franziu
o cenho emburrada. – Ei, eu precisava falar com ele sobre toda essa situação
chata, e preferi contar logo sobre o bebê. Desculpa se eu não perguntei para
você primeiro se você queria contar comigo ou sozinha, mas eu precisava fazer
isso o quanto antes. – A preocupação de Demi não era especificamente aquela. O
medo era que Inácio explodisse com Joe a ponto de induzir o rapaz a passar mal.
- Está feito. – Resmungou o abraçando. –
Como foi? Ele ficou bravo? – Perguntou o olhando nos olhos porque saberia se
ele mentisse.
- Não exatamente bravo nem nervoso, ele
estava muito sério. – Joe aproveitou para toca-la no rosto e admirar cada
detalhe que ele adorava beijar. – Nós conversamos sobre como nos importamos com
você. Eu o entendo, ele só quer que você seja feliz. – Era realmente o que
Inácio queria. Que as filhas fossem felizes. Demi sabia porque podia sentir
apenas pelo olhar do pai.
- O senhor pelo menos almoçou antes de vir?
– Perguntou arrumando o suéter dele ao corpo e Joe assentiu enlaçando os dedos
aos dela.
- Aproveitei para trazer o seu celular, não
parava de tocar. – Ele disse pegando o celular no bolso da calça. Quantas
notificações Demi tinha! Ele não tinha nem metade.
- A Selena vai me matar. – Resmungou se
deitando ao sofá com a cabeça no colo do namorado porque ela precisava
responder as trinta mensagens da melhor amiga. – Joe, faz carinho no meu
cabelo. – Demi esperava que o murmuro fosse manhoso, no momento ela só queria
atenção do namorado.
- Eu tenho que ajudar o Ed hoje à tarde sem
falta. Não estou sendo um bom padrinho. – Disse adentrando as mechas de cabelo
dela com os dedos para suavemente começar a fazer carinho. – Eu não vou pegar
peso e nem fazer atividades físicas puxadas. – Resmungou quando Demi o olhou
com uma sobrancelha arqueada. Ele e Ed tinham brincadeiras pesadas, gostavam de
praticar esportes e viviam inventando coisas.
- Se você fizer, eu vou saber. – Demi riu do
biquinho do namorado, não tinha momento mais fofo que quando Joe ficava
emburrado. – Você fica um amor com esse biquinho. – Disse se erguendo para
beija-lo nos lábios.
- Não morde. – Murmurou envergonhado porque
Demi o mordeu no queixo e depois o abraçou toda manhosa. – Acho que já vou
embora, quanto antes eu resolver essas pendencias, mais cedo estarei em casa
com você e o nosso bebê. – Joe queria
sustentar o olhar de Demi da mesma forma que ela fazia com ele, transparecendo
desejo e paixão, mas o medo de uma das meninas era maior, então ele sorriu
cabisbaixo e puxou a namorada para um breve beijo.
- Você está muito misterioso com essas pendências. – Demi deitou a cabeça no
ombro largo e aproveitou para dar um beijinho ali no pescoço. – Mas tudo bem,
também tenho algumas coisas para resolver com a Selena mais tarde antes de ir
para casa ficar com você. – Sel tinha marcado de encontra-la à tarde para que
elas pudessem resolver alguns detalhes da decoração da igreja.
- Já estou avisando que você já tem
compromisso hoje à noite comigo. – Soou ciumento, e Joe abraçou mais Demi
contra o corpo sem se importar em demonstrar o ciúme.
- Pode ficar tranquilo, nós vamos dormir
juntos hoje. – Demi o olhou e sorriu apaixonada o observando. De certa forma, Joe
tinha a surpreendido por ter conversado com Inácio, e por vê-los bem, o coração
estava em paz pela primeira vez depois da descoberta da gravidez.
- Então eu acho que já vou. – Ele disse
encostando a testa a dela. O beijo aconteceu naturalmente, sincero e carregado
de amor. Quase que os dois se esqueceram do tempo e de onde estavam porque era
a sensação era mágica. – Vou dar tchau para as suas irmãs. – Disse nos lábios
dela e Demi assentiu de cenho franzido. A vontade era de arrastar Joe para um
lugar mais reversado, mas eles nem em casa estavam.
- Tudo bem. – O suspiro, Joe conhecia muito
bem. Ele abraçou Demi e sorriu porque sabia que ela o queria. Se não fosse a
tensão de estar na casa de Inácio, o corpo dele corresponderia cem por cento ao
desejo de tê-la, provavelmente Demi tinha o mesmo pensamento, porém ela estava
uma bagunça de hormônios.
- Você está bem? – A risada foi inevitável
porque as bochechas dela estavam avermelhadas e os olhos marrons vidrados nele.
– Mais tarde nós ficamos juntinhos. – Sussurrou para ela e a beijou
demoradamente na bochecha direita. – Vamos? – Se despedir de Demi deu trabalho.
Durante os minutos que ele conversou com as meninas na cozinha, ela estava
abraçada a ele quieta. A vontade era de ficar com ela a mimando a tarde toda,
mas realmente havia coisas a serem resolvidas.
Continua... Oiii! Quanto tempo? Sumi, mas estou aqui. Tudo bem com vocês? Eu estou bem. Acho que todas já sabem o motivo do meu sumiço, tudo se resume a uma vilã chamada faculdade. Eu terminei o meu "penúltimo" semestre agora, e no final do ano eu formo. Isso é tão emocionante porque quando eu comecei esse blog, eu estava no segundo ano do ensino médio e agora eu sou 95% engenharia de computação. Passa muito rápido o tempo, por isso aproveitem. Eu jamais vou desistir do blog ou de escrever histórias, podem ficar tranquilas.. Eu não respondi aos comentários porque confesso que fiquei envergonhada... Queria ter feito um capítulo maior, mas a parte mais relevante está aí, e acredito que agora em diante o que importa é resolver as tretas instaladas nessa história até finaliza-la, o que não está longe. Obrigada por todo apoio, e de verdade, desculpem por preocupa-las. Acho que vou criar um instagram para a blog e vocês poderão entrar em contato comigo um pouquinho mais fácil, e por lá eu posso ir dando algumas prévias do que está acontecendo. Beijo!!!
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