Tarde
da noite não tinha como resolver muita coisa. Havia farmácias que funcionavam
por vinte e quatro horas e que até faziam entregas, mas quando Demi se acomodou
aos braços da mãe deitada ao sofá, Dianna decidiu que era melhor deixar a filha
descansar.
Com
a hora avançada, o aquecedor ligado numa temperatura deliciosa e o silêncio, só
restava dormir para encarar o novo dia. Mas o sono de Demi por um pouco não
veio. Os olhos estavam arregalados e se mover era muito estranho porque existia
aquela possibilidade de estar grávida que a deixava incomodada e assustada. Dianna
dormiu e Joseph estava tranquilo dormindo que chegava a suspirar. Quem diria
que ela ficaria acordada por tanto tempo? Geralmente era a primeira a ceder e
dormia até suspirar.
Acontecia
que a mente já estava uma bagunça antes mesmo de saber se o enjoo era ou não
fruto de uma gravidez.
Abandono
materno e paterno, conviver com a prostituição, família de baixa renda, escola,
faculdade, trabalho, relacionamentos fracassados. E se ela fosse uma mãe tão
ruim quanto a que tinha? E se ela estragasse a vida de um inocente com traumas
e humilhações como estragaram a dela? E se.. E se Joe partisse e a deixasse com
um bebê? Foram tantos pensamentos que era o suficiente para Demi até mesmo
imaginar um bebezinho de olhos verdes chorando num berço enquanto ela o olhava
sem saber o que fazer.. Mas de partir o coração foi imaginar um dia chuvoso, um
caixão preto e uma lápide o esperando para guarda-lo para toda eternidade. A
alma ficaria partida e com uma feriada incurável. Jamais se recuperaria, jamais
seria capaz de amar e sequer poderia respirar. Como viveria se ele ousasse em
partir? As lágrimas rolaram com tanta intensidade ao observar Joe dormir.
Demi tinha o olhado por tanto tempo, estudou a
beleza do rapaz mais tarde já calma, pensou em milhares e milhares de
situações que a levou a chorar e sorrir. O sono a tomou quando ficar de olhos
abertos era uma missão difícil, pois as pálpebras estavam cansadas e toda hora
fechavam mesmo contra vontade da moça.
Só
foi uma pena que o sono não durou nem duas horas. Quando se ergueu, a cabeça
pareceu pesar quilos e quilos! Demi franziu o cenho se sentindo tonta e
cansada. Dormir com Dianna era muito bom, mas a posição que escolheram no sofá estava
muito longe de ser confortável, o que certamente resultaria em muitas dores no
corpo no decorrer do dia.
- Mãe? – Chamou quando sentiu no couro
cabeludo o leve carinho dos dedos da mãe. – Tem muito tempo que você está
acordada? – Perguntou se aninhando mais a Dianna e numa ação automática, fechou
os olhos porque era o que ela geralmente fazia: voltava a dormir quando
acordava, mas depois que se lembrou dos acontecimentos da noite passada, dormir
era a última opção, e agora os olhos castanhos de Demi demonstravam tanta
atenção quanto os de uma coruja.
- Alguns minutos. Você estava muito
inquieta. – Disse Dianna impassível a olhando e observando. – Enjoada? – Aquele
assunto.. Demi sentiu o coração bater mais rápido e ao sustentar o olhar da
mãe, foi demonstrando medo e receio conforme assentia negativamente.
- Eu vou lavar o rosto e escovar os dentes.
Preciso ir à farmácia agora mesmo. – A roupa do dia passado não estava ruim.
Demi só a incrementaria com um cachecol e touca, pois as manhãs eram tão frias
quanto às noites. Erguendo-se, com muito receio espreguiçou o corpo, bocejou e
franziu o cenho pronta para ficar em pé.
- Não quer comer primeiro? – Perguntou
Dianna e Demi negou no mesmo instante se lembrando de como Anna estava enjoada, até
a pasta de dente provocava enjoos. Ela esperava que não sofresse o mesmo, e nem
que ficasse mole e enjoada deitada numa cama.
Muita
calma. Muita calma e tranquilidade. Respirar fundo estava ajudando a não
surtar. Ao chegar ao banheiro, Demi se olhou no espelho enquanto respirava
fundo. Era como se dissesse a si mesma que tudo estava bem e que não precisava
ter medo e muito menos ficar apavorada. Assim cada etapa foi feita: o rosto foi
pacientemente molhado ajudando-a despertar, uma escova para dentes foi improvisada
com nada mais que o dedo, e na hora de fazer xixi, Demi franziu o cenho porque ela
não tinha o costume de fazer aquele tanto.
- Vai acordá-lo? – Era uma boa pergunta.
Demi olhou para mãe e depois para Joe. Tudo seria diferente quando o namorado
estivesse acordado e ciente do que acontecia. Talvez fosse melhor não contar
nada enquanto não havia certeza...
- Não. Ele precisa descansar. – Mesmo tensa,
Demi sorriu porque até dormindo Joe conseguia ser um amor. Ele era todo
grandão, as bochechas carregavam o leve rubor de sempre, o cabelo um charme
bagunçado e o sofá era um pouquinho pequeno para abriga-lo. – Amo você. – Disse
quando estava sozinha com o rapaz. Ela se agachou em frente ao sofá e sorriu
arrumando a coberta ao corpo de Joe para depois beijá-lo demoradamente na
bochecha e roubar um selinho.
Se
fosse positivo, ele ficaria com ela?
Ele amaria o bebê? Eles seriam uma família? Demi franziu o cenho observando
Joe. Em teoria era muito fácil, já na prática.. Tudo mudaria e nas atuais
circunstâncias, seria sofrido. A cabeça sempre estava cheia de complexos e
incertezas. Os dedos deslizaram para dentro das mechas do cabelo curto e Demi
observou Joe franzir o cenho, mas não foi nada que o fez despertar. Um bebê.
Menino ou menina? Falaria papai ou mamãe primeiro? Era confuso! Simplesmente
confuso! Ao mesmo tempo em que estava assustada e não aprovava a ideia, queria
muito que fosse verdade.
- Vamos? – A voz de Dianna a pegou de
surpresa porque a mente a levava para outra dimensão. Ao assentir, Demi beijou
a bochecha de Joe, o que o fez ronronar o nome dela. – Vocês são colados. –
Comentou Dianna assim que fechou a porta do apartamento.
- Nós passamos boa parte do tempo juntos. –
Seria bom se distrair, mas o assunto não a ajudava a parar de pensar no enjoo
da noite passada. – Eu estou preocupada. – Disse um pouco impaciente esperando
pelo elevador e Dianna franziu o cenho quando a olhou.
- Independente do resultado, eu vou estar
com você. – Eram palavras simples que toda mãe dizia a filha, mas para Demi
ouvir aquela frase a emocionou e o coração bateu mais rápido porque era a
primeira vez que Dianna dizia palavras de mãe.
***
O dia não tinha começado caindo neve e de
tempo fechado, o sol estava brilhando timidamente no céu e os raios emitidos
pela estrela iluminavam e irradiavam um calor delicioso de sentir. Nova York
era uma vista maravilhosa com ou sem neve, e naquela manhã estava agradável
caminhar pelas ruas da cidade permitindo que os passos fossem mais lentos,
assim foi a ida de Demi e Dianna à farmácia. Estavam de braços dados,
demoraram-se nos passos porque conversavam sobre a Inglaterra, o tempo de Nova
York e Dianna arriscou perguntar sobre o relacionamento de Demi com o Joe mesmo
com a menina extremamente envergonhada.
- Quando eu estava grávida de você, nos dois
primeiros meses eu sentia muito enjoo e sonolência. – Comentou Dianna como se
fosse ajudar Demi a distrair, e tudo que ela fez foi franzir o cenho e murmurar
um tanto agoniada. – Ei, espera. – Demi estava ansiosa demais, toda hora
murmurava e refazia as contas do período menstrual contando nos dedos pensando
que o aplicativo tinha algum erro, então por isso quase não prestava atenção na
mãe e estava ansiosa para fazer o teste mesmo que o resultado a mataria do
coração. Antes que Demi abrisse a porta, Dianna a segurou pelo braço e a olhou
nos olhos. – Não tenha medo, meu anjo. Ter
um bebê é difícil, mas é a melhor coisa que pode acontecer com uma pessoa. O
Joe te ama, vocês estão juntos e nada vai dar errado. Vocês são totalmente
capazes de cuidar de outra vida. Vocês estão melhores que eu e o seu pai, não
precisa ter medo. – Demi queria dizer que o medo de perder Joe era maior que
qualquer desejo, que o medo de não ser uma boa mãe a assustava, mas tudo que
ela conseguiu fazer foi envolver Dianna num abraço apertado.
- Eu espero que sim. – Disse a olhando nos
olhos e segundos depois voltou a atenção para porta abrindo-a.
- Demi? – A voz de Joe foi o suficiente para
o coração de Demi ir à boca por conta do nervoso. E quando o rapaz se ergueu
ainda sonolento, tudo que Demi fez foi sorrir porque não queria que Joe percebesse
o quão tensa ela estava. – Onde vocês estavam? – Perguntou se espreguiçando ainda
sonolento. A sorte era que elas tinham passado numa padaria para comprar pães e
o bolo que Demi tanto tinha insistido para o café da manhã.
- Comprar pães. – Para esconder o nervoso, Demi sorriu e se acomodou ao sofá porque queria abraçar o namorado e beija-lo
na bochecha. – Você está quente. – De certa forma ficar perto de Joe a acalmava,
mesmo com todo nervoso. Demi o abraçou pela cintura e o beijou no ombro, mas
logo Joe a abraçou forte e a beijou na bochecha.
- Bom dia Dianna. – Concentrar-se em algo
diferente que o calor delicioso que emanava do corpo dele com o de Demi, foi
difícil. Joe queria poder voltar a dormir numa cama espaçosa e confortável e
Demi estaria abraçada a ele, nua e manhosa.
- Bom dia, Joseph. Dormiu bem? – Dianna
sorriu simpática, e imaginou que se o rapaz dissesse que o sofá era confortável,
ele estaria mentindo porque o espaço era pequeno para um homem grande.
- Não foi ruim, só um pouquinho dês..desconfortável.
– Vermelho ele estava porque tinha decidido que não iria mentir para sogra, e
resultado disso foi quase uma gagueira que o deixaria constrangido, caso a fala
embolasse mais. Acontecia que quando as mulheres tinham a atenção focada toda
nele, Joe sentia um nervoso incomum que o atrapalhava de ter uma linha de
raciocínio contínua e coerente. Sorte era que a pior parte daquela fase já
tinha passado.
- Dá próxima vez que você dormir aqui, nós
organizamos o quarto da Demi. – Dianna os olhou e sorriu um pouco ansiosa com a
ideia de ser avó. Analisou a filha nos braços do namorado e a vontade de chorar
quase falou mais alto. Será que era como diziam? “O meio faz a pessoa?”. Demi sempre foi rodeada de maus exemplos,
influenciada a entrar no mundo da prostituição, mas resistiu e conseguiu ser
uma pessoa melhor. Observando como o casal tinha sincronia e que claramente se
amava, a felicidade tomou conta do coração de Dianna porque a filha tinha um
caminho fantástico a seguir, fosse amoroso, familiar ou profissional. – Vamos
tomar café? – Perguntou gentilmente olhando para Joe para depois para Demi focando
o olhar no dela por um tempo há mais.
- Podem ir na frente, eu preciso ir ao
banheiro. – Quem disse que Demi conseguiu olhar para Joe ou para Dianna? O
nervoso a pegou de jeito e a ansiedade poderia mata-la a qualquer momento. O
coração batia tão rápido que a incomodava. Quando começou a se sentir sufocada
e zonza, Demi rompeu o abraço de Joe e se levantou um pouco atordoada olhando
para o chão.
- Dem, eu posso lavar o rosto antes de você
entrar? – Lavar o rosto e improvisar uma escova para os dentes. Joe nem
percebeu o estado de Demi porque se acomodou ao sofá sentado para poder calçar
o tênis e vez ou outra arriscava olhar para Demi, mas como ela estava de
costas, não dava para perceber o quão estranha ela estava, só a tensão.
- Tudo bem. – Não foi como o de costume, nem
mesmo tinha um sorriso pequeno que mostrava como ela estava feliz por tê-lo por
perto. Joe interpretou o comportamento estranho como vergonha de Dianna, já
Demi teve que se concentrar para respirar fundo e ficar calma quando o rapaz
virou as costas caminhando à direção do banheiro.
- Você quer um copo com água? – Perguntou
Dianna preocupada a segurando nos braços ao perceber como os lábios mudaram do
avermelhado para o esbranquiçado em pouco tempo, a face estava pálida e a
respiração de Demi tentava ser mais eficiente em vão. – Respira fundo e fica
calma. – Pediu tentando não ficar desesperada porque só atrapalharia. A
primeira ideia foi acomodar a filha ao sofá e abana-la usando a capa de uma
agenda. Sorte foi que surgiu efeito. Aos poucos a menina voltou à cor normal e parecia
mais calma.
- Ele está me deixando nervosa. – Ronronou
Demi cobrindo o rosto com as mãos. A ideia era tentar parecer normal, mas o
desespero estava atrapalhando tudo e só de olhar para Joe, a imagem de um bebê
vinha a mente junto a toda bagunça feita pelos pais. – Mãe, e se eu realmente
estiver? – Perguntou deitando a cabeça na almofada do sofá para olhar para
cima.
- Será uma nova etapa na sua vida, e tudo
ficará bem. – Dianna a puxou para os braços e gentilmente a beijou na testa. –
Eu vou estar aqui, prometo que não vou a lugar nenhum e não vou ser a mãe chata
que sempre fui. – O olhar que trocaram foi sincero, e através dele Demi soube
que não existiam falsas promessas.
- Eu vou precisar muito de você. – Quando a
primeira lágrima rolou, Demi a limpou rapidamente e beijou a bochecha da mãe
para que pudesse ficar quietinha se sentindo segura nos braços da mulher que
mais amava em todo o mundo.
- Eu não sabia que estava tão tarde. A tia
Laura deve estar preocupada. – Por que ele era tão fofo? Demi demorou um pouco
a processar as palavras de Joe. Olhou-o nos olhos sentindo o coração bater mais
rápido de paixão.
- Você vai ao hospital que horas? –
Perguntou Demi tentando disfarçar a tensão, mas quando se acomodou ao sofá,
Deus! Era uma mistura louca de sentimentos. O medo de estar grávida, o medo de
perder o homem que amava, a paixão misturada ao amor que sentia por Joe. Ele
não podia abala-la daquela forma! O suéter verde moldado ao corpo forte, o
cabelo não tinha tomado forma com os dedos molhados e então estava um pouco
bagunçado.
- Depois do almoço. – Não era hora para
pensar em como queria agarrar Joe e fazer amor com ele. Demi assentiu e desviou
o olhar porque a preocupação e a lembrança que Dianna estava ali com eles a
deixou envergonhada.
- Vão adiantando o café da manhã. – Sorte que
a sacola era de papel. Quando segurou o teste, a sensação era a de estar com
uma bomba em mãos. Demi saiu o mais rápido possível da sala, e quando chegou em
frente a porta do banheiro teve que respirar fundo e se recostar a parede.
Era
uma loucura! A cada segundo os pensamentos ficavam mais embaralhados com as
lembranças da infância, o medo de perder Joe e a falta de amor de Dianna
durante vinte e três anos. O choro veio quando a imagem de Inácio veio a mente.
Por que tinha que ser confuso? Por que tinha que ser difícil? A emoção estava a
flor da pele e Demi não conseguia se conter sozinha, tudo que precisava era dos
braços de Selena para ampara-la. Pensar em tudo que tinha acontecido não a
levaria a lugar algum porque não tinha como alterar o passado.
A
coragem para entrar no banheiro surgiu do nada, mas já era meio caminho andado.
Demi fechou a porta e se sentou a tampa do vaso sanitário. Iria ficar louca se
continuasse pensando e morreria de ansiedade se não soubesse o que estava
acontecendo com o corpo.
Tirar
o teste de gravidez da sacola de papel custou muito! As mãos estavam altamente
trêmulas que se alguém a visse, pensaria que era algo como Mal de Parkinson. Que imagem estúpida! Quem diabos ficaria feliz
fazendo um teste de gravidez? Demi franziu o cenho observando o design da
caixa. Uma mulher sorridente segurando aquela coisa que mais parecia um
termômetro. Era a primeira vez que ela comprava um teste de gravidez, a
primeira vez que chegava a suspeitar que estava grávida. Como aquilo foi
acontecer? Bem.. Demi revirou os olhos com o próprio pensamento. Talvez se ela
tivesse um pouquinho de juízo e não agarrasse Joe o tempo todo... E o maldito
anticoncepcional. Talvez se os dois fossem menos empolgados e mais prudentes
com o sexo, a situação não aconteceria tão cedo.
Demi
enrolou o máximo que pode. Leu todo o conteúdo das instruções, verificou a data
de validade e a de fabricação, e a cada palavra que lia, a ansiedade fazia com
que a barriga doesse um pouco mais. Quando a mente a levou longe com a
imaginação do design na caixa do teste de gravidez, Demi franziu o cenho porque
ela até se imaginava editando aquela imagem e colocando todas aquelas letras
cor de rosa bonitas e discretas com as palavras “Pregnancy Test”.
Fazer
o teste que era bom, nada! O máximo que Demi conseguiu foi tirar o teste da
caixa e deveria ter quinze minutos que ela o olhava e tremia a perna esquerda
ansiosamente.
- Dem,
você está bem? – Era a voz de Dianna depois de duas batidas à porta. Demi
levantou num pulo e abriu a porta para a mãe.
- Eu não tenho coragem. – Disse tão nervosa
que sentiu todo o corpo ficar mole de ansiedade. – Eu estou com medo. –
Resmungou chorosa e Dianna a abraçou forte.
- Quando eu encostar a porta do banheiro
você vai fazer esse teste, meu anjo. E independente do resultado, nós vamos
ficar juntas. – Dianna sustentou o olhar de Demi até que a mesma assentiu
balançando a cabeça para depois abraça-la com força. – Vamos, Dem. Vai ficar
tudo bem. – Dianna não queria dizer a Demi que estava feliz com a ideia de ser
avó porque sabia que só deixaria a filha mais atordoada.
- Mãe? – O lado criança sempre falaria mais alto
que o adulto. De olhos marejados, Demi olhou para mãe. Era como uma súplica
para que Dianna não a deixasse novamente e tudo que ela fez foi dizer “Eu vou estar aqui do lado de fora te
esperando, meu amor”. O olhar não negava. Demi assentiu segundos depois e
chorosa começou a se preparar para fazer o teste no Box.
Diga-se
de passagem.. Aquele teste foi um desastre! Demi tropeçou no tapete e quase
caiu sobre o Box, tinha dado muito trabalho para tirar a calça e o frio a
incomodou. Depois de feito, tudo que podia ser ouvido eram as batidas fortes e
rápidas do coração que pareceu vir à garganta. E a coragem de olhar o
resultado? Demi se vestiu e quando pegou o teste no chão, quase desfaleceu
porque havia duas fitas. Duas fitas!
Ela
iria morrer! O choque da confirmação foi tão grande que se não tivesse se
sentado ao vaso, cairia no chão. A visão até ficou turva e a audição estranha
por alguns segundos, Demi se sentiu enjoada e muito fraca, fraca a ponto de não
ter força nos membros.
Era
muita responsabilidade! Muita responsabilidade para quem não tinha maturidade
para determinadas situações. E se ela ficasse sozinha? O choro ficou mais alto
quando Dianna adentrou o banheiro, e se a porta não tivesse sido fechada, Joe
viria correndo para saber o que estava acontecendo.
- Vai ficar tudo bem. – Disse Dianna a
abraçando. Ao contrário de Amélia, tudo que ela faria seria dar apoio e suporte
a Demi. Estaria sempre presente e cuidaria da filha como nunca tinha feito.
Demi não conseguiu dizer nada, só deixou que a
mãe a confortasse e a protegesse naquele abraço especial que parecia ter o
poder de melhorar o dia de qualquer pessoa. Estar nos braços de Dianna
recebendo o carinho e todas as palavras carinhosas era tão bom e tinha o poder
de acalma-la.
- Não tenha medo, eu tenho certeza que você
será a melhor mãe de todo o mundo. –
Foi um choque de realidade. Demi sustentou o olhar da mãe e não conseguiu
retribuir ao sorriso. Melhor mãe de todo
o mundo.
- Dem? – Era a voz de Joe e Demi ficou
alarmada ao ouvi-la pensando na possibilidade de o namorado descobrir o que
estava acontecendo. – Está tudo bem? – Perguntou e Demi franziu o cenho sem
saber o que dizer.
- Está.. Eu..eu..eu.. só estou conversando
com a Selena, já vou sair. – Era a melhor desculpa que Demi poda inventar. Ela
olhou para Dianna e deu de ombros porque jamais contaria naquele instante.
- Ele estava preocupado. – Disse Dianna a
olhando. Demi sabia que sim. Joe era muito prestativo e observador. Um homem
cuidadoso e muito atencioso que sempre se preocupava com ela. E deveria ter
quase uma hora que ela estava no banheiro.
- Eu sinto que vou surtar a qualquer
momento. – Resmungou abrindo a torneira porque precisava lavar o rosto para
tentar amenizar o rosto inchado do
recente choro.
- Filha, você não precisa. Não tem como
reverter essa situação. D’agora para frente, tudo que nós temos que fazer é
seguir em frente. Você tem a mim, o seu pai, as suas irmãs, a Selena e
principalmente o Joe. Ele é um homem e vai estar com você. – Dianna a observou
atentamente lavar o rosto e respirar fundo várias vezes.
- Eu só não quero que ele ou ela passe por
tudo que passei. E eu não sei se posso garantir isso. O Joe está doente. Eu
estou desempregada e cheia de traumas por culpa
sua e do meu pai. Não posso suportar a ideia de alguém viver o mesmo que
vivi. – Não era para ter soado agressivo, e de certa forma não soou. Demi nem
percebeu o que tinha dito já que a cabeça estava em outro lugar, já Dianna
perdeu todo o ânimo e por um pouco não chorou. – Minha cabeça está uma bagunça.
– Resmungou se recostando a pia e olhando para o teste de gravidez largado no
chão.
- Não, meu anjo. Nada do que aconteceu com
você vai acontecer com o seu filho porque você é uma mulher forte e
batalhadora. – O sorriso de Dianna foi fraco, mas sincero. – Não esconda do
Joe. Ele precisa saber o quanto antes. – Não houve mais tempo para mais
conversa. Dianna abriu a porta do banheiro e esperou por Demi do lado de fora,
que só jogou o teste de gravidez no lixo comprovando mais uma vez que eram duas
fitas.
- Está tudo bem? – Aflito. Joe sentia que
tinha algo de errado desde que Dianna o deixou sozinho na cozinha para ir buscar algo no quarto. Agora Demi tinha a
ponta do nariz vermelha e não o olhava nos olhos. O rapaz repassou mentalmente
tudo que tinha feito nas últimas vinte e quatro horas procurando por um erro
que tinha magoado a namorada, mas não justificava toda a impassibilidade de
Demi. – Tudo bem? – Tornou a perguntar de cenho franzido porque Demi não tinha
o respondido. – Dem? – Chamou um pouco desesperado e só depois que Demi ergueu
a cabeça para olha-lo e assentiu.
- Compramos pão misto para você. – A
tentativa de Dianna era amenizar o clima estranho que os envolviam, e maior
parte dele vinha de Demi que não dizia uma palavra, mas estava tão tensa que
era contagioso.
- Eu não posso comer sem aplicar insulina
antes e esperar uma hora. – Disse Joe de cenho desviando o olhar da namorada
com muito custo para olhar Dianna. – Eu passo mal. – Explicou rapidamente
porque ele estava curioso para saber o porquê de todo o mistério de Demi. – Vou
para casa, a minha tia está me esperando para o exame de agora à tarde. Ela
deve estar preocupada. – Estava estranho e desconfortável. Joe observou a
reação de Demi, que continuava impassível como se nem mesmo tivesse ouvido o
que ele tinha dito.
- Eu não queria que a sua primeira vez aqui
em casa fosse tão desastrosa. – Joe era um bom rapaz e Demi era apaixonada por
ele, então Dianna queria que o rapaz se sentisse em casa e fosse bem
recepcionado. – Da próxima vez, nós vamos arrumar o quarto da Demi e você
lembra de trazer insulina. – Gentilmente Dianna sorriu quando o rapaz assentiu se
levantando.
- Está tudo bem. Eu não tinha planejado
passar a noite aqui, mas não foi nada desastroso. – A noite não foi como ele
tinha planejado, mas também não tinha sido ruim. Joe passou a maior parte do
tempo sentado ao sofá observando Demi interagir com a mãe toda sorridente sem
esconder como estava feliz, então já era o suficiente para que ele ficasse
feliz também. – Nós ainda teremos muitas oportunidades. – Frisou desviando o
olhar de Dianna brevemente para Demi. – Vamos marcar um almoço no meu
apartamento para você conhecer a minha tia. – Se ele estava conversando com
Dianna, o foco deveria ser ela. Joe se sentiu um mal educado, mas não podia ser
diferente. Demi conseguia roubar toda atenção dele com aquele jeito estranho.
- Combinado. Só me avise antes porque quero
preparar um prato para levar. – O sorriso de Dianna foi realmente sincero
porque ela estava gostando de ter uma vida diferente e que não incluía a
prostituição. Conhecer a tia de Joe a deixaria mais próxima ao rapaz, assim
como ele também ficaria a Demi.
- Eu ligo avisando. – As bochechas de Joe
ficaram coradas quando ele sorriu cabisbaixo por que sempre ficaria
envergonhado. – Dem, você vem comigo? – Chamou à namorada porque se ele se
lembrava bem, Demi tinha dito que o acompanharia a consulta.
- Demi? – Foi Dianna que a chamou. Demi
arregalou os olhos ao olhar para a mãe. A mente estava em outro lugar que Demi
nem mesmo sabia do que a mãe e o namorado estavam falando porque simplesmente
não tinha escutado nada.
- Eu estou indo embora. Tenho que me
alimentar e me organizar para consulta hoje à tarde. Você vem comigo? – Joe foi
o mais paciente possível. Ele sempre era porque não conseguia ficar bravo com
Demi. Nem mesmo quando ela o tirava do sério.
- Eu.. – A primeira coisa que Demi fez foi
olhar para Dianna como se perguntasse se ela poderia ir com Joe. Estava sendo
infantil, mas se não fosse, também não seria ela. – Vou ficar com a minha mãe,
mas vou com você ao hospital. – No momento tudo que Demi queria era sumir
porque não sabia o que pensar e muito menos o que iria fazer a partir daquele
dia.
- Então eu já vou. – Joe esperou que Demi
tomasse algum partido, mas quando ela não se levantou, ele franziu o cenho e
depois forçou um sorriso para Dianna quando a flagrou o olhando. – Até qualquer
dia, Dianna. – Disse gentilmente a olhando e quando Dianna o abraçou, só restou
abraça-la de volta.
- Até, querido. Vai ficar tudo bem com a sua
saúde, estou torcendo por você. – Joe assentiu sorrindo e olhou para Demi na
esperança que ela também estivesse o olhando.
- O Joe está de saída, Demi. Você não vai
leva-lo a porta? – Disse Dianna porque ela tinha percebido que Joe estava
ansioso para falar com Demi a sós. – Demi! O Joe está indo. – Tornou a dizer e
Demi assentiu rapidamente se levantando.
- Você está bem? – A porta do apartamento
mal tinha sido fechada e Joe fez a pergunta concentrado em Demi.
- Estou. – Não adiantava mentir para ele.
Demi olhou para os lados incomodada com o olhar intenso de Joe. Ela sabia que ele
não desistira enquanto não descobrisse o que estava acontecendo. – Estou um
pouco tensa, hoje é a apresentação do TCC da Anna, tem a sua consulta. Muitas
coisas estão acontecendo rápido demais. Acho que não estou conseguindo
acompanhar. A Selena casa em menos de duas semanas. – “Eu estou grávida.” Era realmente muita informação para processar em
menos de uma semana. E a mais importante de todas tinha a chocado num nível que
Demi jamais imaginou. – E.. estou preocupada com você. – Não era mentira. Demi
o olhou nos olhos pela primeira vez com sinceridade e derramou uma lágrima
quando Joe a abraçou forte pela cintura.
- Amor, não precisa ficar preocupada comigo.
– As mãos apertaram levemente a cintura feminina e Joe encostou mais os corpos.
– Odeio quando você fica distante. Eu estou me cuidando e estou confiante que
não vou precisar de um transplante, mas se eu precisar... Sei que vou
conseguir. Eu só preciso que você fique comigo agora Dem, por favor. Quando
você fica estranha, eu não sei o que fazer. – As sobrancelhas de Joe estavam
franzidas mostrando claramente o semblante preocupado do rapaz.
- Desculpa, Joseph. Eu só estou muita
desgastada com tudo isso. É muita coisa. – Demi o abraçou para não mostrar como
estava abalada. E sentir o abraço de Joe a confortou de uma forma quase mágica,
era como se através daquele gesto toda energia negativa evaporasse. – Diz que
me ama. – Pediu entre lágrimas porque ela precisava ouvir, precisava sentir e confirmar
que Joe a amava.
- Ei. – O nariz foi roçado ao dela, os
lábios brevemente selados para depois Joe colocar uma mecha do cabelo longo
atrás da orelha e secar as lágrimas de Demi de cenho franzido. – Eu amo você.
Amo você. – A voz soou firme e grossa. Os olhos estavam fixos aos dela, mas
Demi desviava o olhar a todo o momento claramente assustada. – O que foi,
gatinha? – Ele a beijou na bochecha com muito carinho, abraçou Demi contra o
peito e deixou que ela chorasse. – Meu amor, você não vai me perder. Eu prometo
que vou ficar aqui por um bom tempo. Não fica assim, você parte o meu coração.
– Quando desfez o abraço, Joe limpou as lágrimas de Demi e arriscou beija-la na
boca começando com leves selinhos. – Vamos, eu quero um sorriso e ouvir que
você me ama. – Se fosse outra pessoa, Demi jamais iria sorrir, era que Joe
conhecia muitos artifícios para quebrar todo aquele gelo. – Um sorriso coisa
gostosa. – Ele a beijou na curva do pescoço, e mesmo assim Demi continuou
rígida de tensão, mas quando ouviu os múrmuros do namorado sobre como ela era
linda, o sorriso aos pouquinhos foi surgindo. Era muito bom ser mimada com
beijinhos distribuídos por todo o rosto, ter os dedos enlaçados e poder sentir
o calor do homem que ela amava tanto envolvê-la. – Eu estou esperando o meu eu te amo. – Disse quando fingiu que
iria beija-la e Demi fez careta quando ele afastou a cabeça a deixando na
vontade.
- Eu amo você, Joseph. – Nem na ponta dos pés
Demi conseguia ficar alta suficiente para beija-lo na boca, sempre era preciso
que o rapaz se curvasse. E foi o que ele fez. Primeiro a beijou na testa, na
ponta do nariz e então a atiçou com um selinho demorado.
- Amo você. – Quando a voz de Joe soava
rouca, Demi jurava que poderia derreter. Ele ficava sério e absurdamente sexy. O beijo que trocaram pareceu leva-los a outra dimensão. Joe
envolveu as mechas do cabelo marrom de Demi com os dedos e a encostou contra o
batente de madeira escura da porta. Beijaram-se trocando toques nas costas,
cintura e teve uma hora que uma mão de Joe apertou o traseiro de Demi sobre o
jeans.
- Joseph. – Aquele tipo de beijo era o que
os levavam a cama. Era o tipo que fazia com que toda realidade sumisse por
horas e horas. E atingida pela realidade, Demi preferiu interromper a troca de
carinhos para abraçar Joe pensando no bebê que carregava no útero.
- Hoje você vai dormir comigo? – Perguntou
Joe um pouco ofegante. Ele não podia negar que estava ansioso para ter Demi por
uma noite só para dar atenção para ele. A noite que planejava para os dois
envolvia pétalas de rosas, chocolate, luz de velas e músicas românticas.
- Eu.. – Tinha o que inventar como desculpa?
O tempo que sustentou o olhar de Joe a fez se sentir mal só por pensar que
estava cogitando dar um bolo no rapaz. – Nós vamos dormir juntos hoje. – Não
tinha como negar e muito menos inventar algo. Mais cedo ou mais tarde, ela
teria que contar, e talvez seria naquela noite.
- Eu te amo! – O selinho foi tão delicioso.
Demi sorriu porque Joe também sorria de orelha a orelha a olhando. – Nós
precisamos de um momento só nosso, está muito chato ter que te compartilhar o
tempo todo. Estou começando a sentir ciúmes. – Resmungou manhoso a abraçando
forte contra os braços e Demi fez careta, mas também quis morder as bochechas
de Joe. – Vou roubar você só para mim, princesa. – Ele sempre era carinhoso e
um amor. Demi o beijou no peito e quando descansou a cabeça ali, respirou
fundo.
- Eu sinto a sua falta, Joe. – As conversas
durante as madrugadas, as noites de amor, as risadas por conta das brincadeiras
de Lucy, assistir desenho animado pela manhã. Não tinha nada melhor a fazer, e
só era bom porque era com Joe. Demi envolveu o pescoço dele com os braços e
respirou fundo quando o olhou nos olhos.
- Vem para casa comigo? Nós podemos assistir
desenho juntos e descansar do almoço agarrados nos sofá. – Demi riu de como ele
soou manhoso. Olhou-o nos olhos e depois que teve um beijo roubado, ela
assentiu sentindo um senhor frio na barriga.
- Eu só vou avisar a minha mãe que vou com
você. – Se ele a deixasse caminhar, é claro. Demi fechou os olhos quando foi
abraçada por trás e beijada atrás da orelha esquerda... – Eu já volto. – O
selinho a fez sorrir. Demi olhou para Joe, sorriu e adentrou o apartamento
porque iria acabar fazendo uma besteira se sustentasse o olhar dele por muito
tempo.
- É incrível como esse rapaz tem o dom de te
fazer feliz. – Não tinha como esconder o sorriso. Demi sentiu as bochechas
corarem e pôs-se cabisbaixa. – Contou para ele? – Perguntou Dianna desviando o
olhar do celular para ter a atenção única e exclusivamente para Demi.
- Não. Estou melhor, mas ainda em choque. Estou
pensando em contar hoje à noite, se eu não surtar antes de contar. – Demi nunca
perderia a oportunidade de se aninhar a Dianna, então quando a mãe se acomodou
ao sofá, ela deu um jeitinho de se roçar a ela porque era muito manhosa.
- Um bebê é uma novidade de deixar qualquer
um surpreso. – Os dedos na região do ventre foi o suficiente para Demi arregalar
os olhos e perder a cor porque tocar a região deixava tudo mais real. – Mas
vocês dois trabalharam nisso juntos, ele precisa saber o mais rápido possível.
– Demi fez careta ao ouvir o comentário da mãe, mas acabou rindo mesmo
envergonhada. Se tinha um trabalho que ela levava muito a sério, era fazer amor
com Joe em todo tempo que os dois tinham livre. – Estou mentindo? – Dianna riu
junto com a filha, e Demi assentiu risonha. – Eu acho que você deve contar para
ele antes de contar para as suas irmãs e a Selena. Ele não deve ser o último a
saber. – Joe não era do tipo que ficava chateado, mas ele sempre mostrou tanto
interesse por ser pai, que talvez ele realmente ficasse chateado caso fosse o
penúltimo a saber, porque o último sem sombra de dúvidas seria Inácio.
- O meu pai vai ser o último a saber. –
Resmungou Demi de cenho franzido pensando em todo o drama que o pai faria. – Eu
vou pensar no que vou fazer, só vim avisar que estou indo com o Joe. – Disse se
erguendo para beijar a bochecha da mãe e depois abraça-la com força.
- Deixa o seu pai comigo. – Demi fez careta
olhando para Dianna porque o ciúme falou um pouco mais alto. – Você vai ficar
bem? – Perguntou preocupada a olhando e Demi franziu o cenho porque não podia
prometer nada a mãe naquelas circunstâncias.
- Mãe, eu não sei se vou ficar bem. Tem
muita coisa acontecendo na minha vida agora. – Foi a primeira vez que Demi
conseguiu controlar o choro. Chorar não adiantaria nada, e não tinha nada a
fazer a respeito. – Eu estou desempregada, o Joe está doente, eu estou tentando
me acostumar em ter você, o papai e as meninas. Isso nem me preocupa tanto, eu
só não quero perder o Joe, e agora com um
bebê, eu não posso perdê-lo de forma alguma, mas não tem nada no mundo ao meu alcance que eu possa fazer para reverter essa doença. Me sinto impotente e com muito medo
por essa pessoinha que está a
caminho. – Um bebê. Aliás, o bebê dela e Joe. Era inacreditável! Eles sempre
discutiam o assunto e agora era real. Quando o coração bateu um pouco rápido,
Demi se sentiu assustada. O sentimento era diferente e ela teve vontade de
chorar, mas não porque tinha medo...
- Eu entendo. Vamos pensar sempre positivo.
O Joe vai ficar bem, você vai abrir o seu escritório, nós vamos organizar uma
festa de casamento para você e tudo estará nos conformes para recepcionarmos essa pessoinha daqui a nove meses. Eu
não fui uma boa mãe antes, mas agora eu estou determinada a ser e quero que
tudo na sua vida seja lindo e feliz. – A mão de Dianna estava novamente a
acariciando no ventre e Demi observou o carinho com certa curiosidade.
Engraçado era que ela sempre estava fazendo o mesmo com Selena e só agora tinha
notado como podia ser estranho. – Fica tranquila e conversa com o Joe. – Dianna
a beijou na testa e Demi assentiu a envolvendo num abraço.
- Obrigada mamãe. – Murmurou manhosa
distribuindo beijinhos pelo rosto de Dianna para depois sussurrar que a amava.
- Eu também amo você. – Toda vez que Demi
ouvia aquelas palavras o sorriso ia de orelha a orelha e ela se sentia mais
sortuda que uma pessoa que tinha ganhado na loteria. – Não faça estripulias e
cuida muito bem do meu netinho, Demetria! – Demi não soube se sorria ou
chorava. Abraçou a mãe e assentiu ronronando. – E não é para você sumir. Quero
ver você pelo menos uma vez ao dia, mocinha. – Era tão bom ouvir aquelas
palavras, e principalmente saber que Dianna estava mudada para muito melhor do
que Demi poderia sonhar. – Amo você bebê. – O apelido fez Demi rir sapeca
gostando muito de receber os beijos da mãe.
- Eu também mamãe. Mais tarde nós
conversamos. – Uma hora elas tinham que desgrudar, mas estava tão bom todos
aqueles abraços que Dianna resolveu levar Demi até a porta e só entrega-la nos
braços de Joe. – Amo você. – Disse Demi mais uma vez porque nunca se cansaria
de dizer e ouvir aquelas palavras.
- Cuida muito bem da minha princesa. – Disse
Dianna a Joe e o rapaz assentiu todo sorridente porque os braços estavam
rodeando a cintura de Demi e ele não poderia estar mais feliz.
- Eu vou cuidar. – Disse aproveitando para
beijar a bochecha de Demi e abraça-la com um pouquinho de mais força.
Quem
disse que Demi queria desgrudar da mãe? Aconteceu que quando ela se lembrou que
ficaria sozinha com Joe, automaticamente ficou desesperada. Sem auxílio, Demi
não sabia como agir porque a situação era muito diferente das quais ela já
estava acostumada. Mas não teve jeito, ela teve que se despedir de Dianna para
seguir o dia ao lado de Joe.
- Não gosta mais de Coldplay? – Perguntou Joe estranhando o comportamento de Demi. Ela
tinha trocado The Scientist, Yellow e
agora nem mesmo deu oportunidade para Fix
You.
- Estou enjoada dessas músicas. – Se Demi
dissesse que choraria horrores ao ouvir aquelas músicas, seria motivo para
suspeitas.
- Você é linda, sabia? – Demi não esperava o
elogio, mas sorriu de orelha a orelha quando Joe se curvou para beija-la no pequeno
intervalo de tempo que tiveram no sinal vermelho. – Preciso da chave do seu
apartamento. – Joe voltou a dirigir concentrado em guiar o carro com segurança,
e Demi arqueou uma sobrancelha olhando o movimento naquela manhã. Não estava
tão frio como alguns dias atrás. O sol tinha aparecido naquela manhã e agora
quebrava mais aquele gelo deixando um tempo até agradável. A desvantagem era
que um pouco da tonelada de neve esparramada pela cidade estava derretendo e
tudo virava uma bagunça quando aquilo acontecia.
- Por quê? – Joe nunca tinha pedido a chave
do apartamento dela, e não tinha nenhum problema, era que Demi era curiosa
demais e queria saber o que o namorado faria.
- A nossa noite. Eu acho que é melhor ser
lá.. Teremos mais privacidade já que a tia Laura e a Lucy estão no meu
apartamento. – Joe a olhou brevemente e buscou a mão esquerda de Demi para
enlaçar os dedos aos dela sobre a marcha do carro.
- Quando nós chegarmos do TCC da Anna, eu
entrego a chave. Tudo bem? – Perguntou observando os dedos enlaçados aos dele e
Joe assentiu.
Laura
estava brava, o que resultou numa bronca que deixou Joe de bochechas coradas e
todo sem jeito, mas logo a tia já tinha esquecido o acontecido e preparava o
almoço. Daquela vez Demi não tinha insistido para cozinhar, e tão
pouco quis ficar com Joe no quarto porque sabia que o rapaz a seduziria muito
fácil. Resultou que os dois ficaram deitados no sofá da sala assistindo desenho
animado com Lucy entre eles.
Cheiros
e comida. Era o que mais preocupava Demi. Na hora do almoço, se tinha uma
colher média de arroz no prato era muita coisa, então os outros alimentos foram
ainda mais restritos, o que resultou numa refeição simples e muito
questionável. Joe não entendeu, e quando Laura insistiu que Demi colocasse mais
comida, difícil foi inventar uma desculpa que não magoasse o ego da mulher.
- Você está bem? – Quantas vezes Laura já
tinha feito a pergunta? Demi olhou brevemente a mulher nos olhos, assentiu e
desviou o olhar puxando a respiração fundo. Por algumas vezes a tontura a
incomodou, os cheiros estavam começando a incomoda-la e que sono era aquele? Se
bobeasse, Demi dormiria escorada a porta do carro. A verdade era: os sintomas da
gravidez estavam presentes comprovando mais uma vez que o teste de farmácia não
tinha falhado e um bebezinho viria ao mundo dentro de oito meses e alguns dias.
- Está bem mesmo? – Perguntou Joe do banco
de trás se curvando para conseguir ficar pertinho de Demi que estava acomodada no banco do carona. Laura dirigia a caminho do hospital para que o sobrinho
pudesse fazer mais um dos exames necessários para aferir o estado de saúde, e daquela vez Joe faria uma prova de função pulmonar.
- Estou bem. Só com um pouquinho de sono,
não dormi direito essa noite. – Não era mentira. Demi tinha passado boa parte
da noite acordada pensando na gravidez, na saúde do namorado, no emprego e
consequentemente no futuro. – Querem que eu feche a janela? – Carro novo
possuía cheiro forte, e com o de Joe não tinha sido diferente. Até o momento
Demi não tinha sentido enjoo, mas também não deu nenhuma brecha para o sintoma,
assim, a janela do carro estava um pouco acima da metade.
- Sim. – Só ela que não sentia aquele frio?!
Joe e Laura estavam congelando com a janela entreaberta, e Demi revirou os
olhos ao fecha-la porque aqueles dois nunca se acostumariam com a temporada de
inverno nova-iorquina. Agora era controlar o organismo, se fosse possível, para
não vomitar com o próprio cheiro.
- Como você está se sentindo? – Perguntou
Demi ao sentir os dedos de Joe a tocando no ombro como ele fazia quando queria
enlaçar os dedos aos dela.
- Me sinto ótimo. – Talvez fosse um pouquinho
de exagero. As palpitações eram assustadoras quando surgiam do nada, ficar
deitado por muito tempo estava começando a resultar em falta de ar e apesar de
não estar desmaiando com frequência como nos meses anteriores, Joe se sentia
indisposto a praticar exercícios, a fraqueza não o encorajava a se exercitar.
- Ótimo? – Demi sorriu o olhando. Ele realmente
parecia bem como dizia. A pele morena possuía um leve corado, os olhos verdes
estavam brilhantes e cheios de inocência misturada a felicidade, e a sombra de
um sorriso sempre estava nos lábios do amado. Existia homem mais fofo? Demi
olhou para trás e sorriu quando ele sorriu todo tímido. Joe ficava muito bonito
vestindo camisa social e gravata, e ainda por cima o trench coat preto ficou muito bem no corpo atlético.
- Ótimo. – Se ele não a beijasse, não seria
ele. Foi um selinho, aliás, uma série de selinhos molhados nos lábios de Demi,
que sorriu de olhos fechados.
- Os pombinhos podem deixar isso para
depois? – Laura os deixou tão sem jeito! E claro que estavam corados, porém
sorridentes, principalmente Joe que não conseguia parar de pensar na noite que
passaria com Demi. Ele já estava cheio de planos e queria desfrutar do momento
da melhor forma possível.
- Nós vamos jantar juntos hoje. – Disse o
rapaz para tia antes que ela inventasse de prendê-lo em casa para que ele
ficasse deitado o dia todo como se estivesse seriamente doente..
- Eu jamais pensei que você fosse dar
trabalho depois de grande. – Comentou Laura. Tudo que ela queria era que Joe
ficasse onde poderia vê-lo e socorrê-lo caso algo acontecesse, então se Joe não ficasse em casa ficaria
complicado ajudar o sobrinho porque Nova York era grande e tinha um trânsito
péssimo. – Nós vamos conversar com o médico sobre o que você pode ou não fazer. – Não teve como o comentário soar de
outra forma, o que acabou deixando muito explícito que o que Laura queria dizer
era sobre sexo. O clima no carro só não foi desastroso porque quando Joe
murmurou um “Ouch” claramente emburrado, foi motivo de riso.
- Não precisa ficar preocupada, eu vou
cuidar desse menino e não vou deixar que ele faça traquinagens. – Demi sorriu ao olhar para trás. Joe estava todo
corado e sem jeito que nem tinha sustentado o olhar dela.
- Já está chegando? – Murmurou Joe
observando o movimento dos carros e pessoas naquela tarde. Estava nevando
fraquinho, mas ainda sim a cidade estava carregada de neve em cada pedacinho.
- Segundo o GPS, faltam apenas três metros. – Disse Laura e Demi assentiu. O
caminho era muito familiar pelas vezes que Joe já tinha sido internado às
pressas e pelo histórico daqueles últimos seis meses. Até mesmo Demi tinha
passado mal, foi àquele mesmo hospital com Selena para descobrir o sexo do bebê
e foi onde também ficou internada quando Mary a agrediu.
- Nós nem chegamos e eu já quero ir embora.
– Disse Joe olhando para o teto do carro, para depois os bancos novinhos em
couro ainda com o plástico de fábrica. O espaço era confortável e aconchegante,
dava até para dormir tranquilamente. Melhor ainda seria se ele pudesse estrear
o carro com Demi. O pensamento até o fez sorrir e todo curioso ele observou a
namorada. Ela sempre era tão bonita. Maquiada ou de cara lavada, usando roupas
arrumadas ou pijamas, de cabelo penteado ou parecendo um ninho de passarinho.
- Você vai fazer todos os exames, Joseph. –
Laura soou séria. E não era para menos, ela não deixaria que Joe fugisse de
forma alguma ou que ele burlasse alguma regra. Já Demi observou a mulher ao
lado e depois Joe pelo retrovisor. Ele precisava ficar bem porque o bebê que
estava por vir exigiria muito de ambos.
- Eu vou fazer todos os exames. – Resmungou
o rapaz entediado, mas logo forçou um sorriso quando encontrou o olhar da tia
pelo retrovisor. – Prometo que vou me cuidar. – Não era para soar tão
descontente. Era que fazer exames era muito chato, tomar remédios e seguir
normas médicas era ainda pior. Já não bastava a diabetes junto à hipertensão para
deixa-lo de cabelo em pé...
- Será rápido e para o seu próprio bem. – Não
demorou nada para o carro estar estacionado. Laura foi a primeira a sair. Joe
agilizou o passo e antes que Demi pudesse abrir a porta, ele já o fazia por
ela.
- Eu odeio isso. – Resmungou Joe de cenho
franzido observando a arquitetura do hospital. E se ele tivesse que tirar
sangue de novo? Só de sentir aquele cheiro de metálico e desinfetante
hospitalar Joe perdia o ânimo. Era tão triste ter que sentir o diafragma gelado
do estetoscópio nas costas e no peito praticamente todo mês, e a picada das
agulhas que nem incomodava mais o perfurando nas veias.
- Eu estou com você. – Estava difícil manter
o sorriso e tentar parecer com ela mesma. A cabeça processava muitas
informações ao mesmo tempo, maioria delas era irrelevante e só tinha como
objetivo enlouquecê-la. – Só temos essa saída, então vamos fazer tudo da melhor
forma. – Demi sustentou o olhar de Joe e quando ele suspirou cansado
assentindo, ela o abraçou pelo pescoço. – Eu estou com você. – Tornou a dizer o
olhando nos olhos. – E preciso que você esteja comigo, por favor. – Se Joe
soubesse o que aquelas palavras realmente significavam, ele teria a abraçado
com mais garra e a beijado com mais paixão.
- Eu estou com você, princesa. Sempre vou
estar. – Joe a beijou gentilmente na testa e quando a abraçou foi procurando se
sentir mais seguro e encorajado a entrar naquele hospital para enfrentar um
monstro de sete cabeças que se regeneravam. – Eu amo você. – Era tão ruim ficar
longe dos braços dela. Olhou-a curioso porque Demi era muito baixinha perto
dele, o salto não tinha ajudado muito a deixa-la maior.
- Eu também amo você. – Por um pouco as
lágrimas rolaram. Demi teve que disfarçar com um sorriso de orelha a orelha,
mas quando Joe se curvou para beija-la nos lábios, foi como tomar um choque que
a fez se sentir mais viva e apaixonada.
- Vamos? – Demi o olhou e assentiu
envolvendo os dedos aos dele. Assim, caminharam lado a lado em direção a Laura
que os esperavam na recepção com um pequeno sorriso nos lábios porque não tinha
como olhar para aquele casal e não pensar em como eles eram feitos um para o
outro.
- O médico já está esperando. – Disse Laura.
O
fato era: ninguém sorria ao ouvir aquele tipo de frase. Joe tentou não parecer
tão desanimado e desencorajado como se sentia. Ele olhou para tia, depois para
Demi e esboçou um sorrisinho sem graça, em troca recebeu sorrisos largos e palavras
encorajadoras que realmente fizeram efeito quebrando aquele clima tenso que
estava prestes a engoli-lo.
Surpresas
nem sempre eram bem recebidas, mas aquela foi um tanto interessante. Ao entrar
no consultório médico, esperavam encontrar um médico, como tinha sido informado
e era de costume. Mas lá estava uma senhora sorridente e baixinha que se apresentou
como Dra. Thaís.
- Você é a mãe desse rapaz? – Os fios de
cabelo escuro batiam na altura dos ombros em cachos grandes e bonitos. Os
óculos tinham a armação vermelha e curiosamente combinavam com o batom. A
mulher deveria ter por volta de sessenta anos, possuía pele de um marrom escuro,
olhos castanhos cor de mel e um sorriso largo e contagiante nos lábios. Era
baixinha mesmo usando scarpin negros.
- Tia. – Aliviada, Laura retribuiu ao
sorriso por encontrar uma profissional de bom humor e estava fazendo daquele
momento o mais simples e descontraído possível. Joe precisava de pessoas com
bom humor e que o tratasse bem, não o contrário.
- Então é de família esses olhos magníficos?
– Perguntou a doutora. Joe assentiu corado se deixando guiar pela mulher que
olhou para Demi procurando por alguma característica que a encaixaria como
membro da família Jonas, mas a moça era muito diferente de Laura e Joe. – Vocês
são namorados? – Perguntou a procura do estetoscópio e quem assentiu foi Demi
sempre simpática. – Querido, não precisa ficar tenso. O procedimento é simples,
você já será liberado. – Dessa vez não houve o tom descontraído, e no lugar
dele só o gentil e atencioso. Joe assentiu olhando para Laura como uma criança
assustada. – Vocês vão ter bebês lindos. – Se não fosse o batom, os lábios de
Demi mostrar-se-iam esbranquiçados, tão pálidos quanto a pele da moça no
momento ao ouvir a frase. O coração até bateu mais rápido e saltava
demasiadamente a ponto de Demi pensar que ele poderia rasgar o peito. Sorte foi
que o desconforto com o comentário não foi perceptível e Demi até estava sentada
quando a tontura veio por conta da preocupação. – Eu quero saber mais sobre
você. Pode me contar enquanto tira a parte de cima para que eu possa
examiná-lo? – Corado. Como alguém podia corar daquela forma? Joe assentiu com
um aceno e começou a se despir começando pelo trench coat com ajuda de Laura
para depois desabotoar os botões da camisa social.
- Meu nome é Joseph, mas gos..gos.to de ser
cha..cha..chamado de Joe. – Ele não se sentia o mesmo Joe de sempre porque estava
com medo, e era muito difícil ficar aliviado nas circunstâncias atuais da
saúde. Joe se sentia tão intimidado que se não se controlasse, a gagueira o
pegaria de jeito e ele voltaria a ser aquele mesmo rapaz extremamente tímido de
meses atrás. – Sou texano, órfão, diabético, hipertenso e formado em análise de
redes. – A careta dele e o murmuro foi por conta do diafragma do estetoscópio tocando
as costas. Estava tão quentinho e confortável, e o aparelho gelado o fez
arrepiar!
- Respira fundo. – Pediu Thaís e Joe o fez
começando a se sentir nervoso. – Continue contando. – Foi depois que o rapaz
respirou fundo algumas vezes e a doutora anotou os dados no prontuário.
- Estou morando em Nova York tem seis meses.
– Dizer aquela frase foi como assistir um filme de tudo que tinha acontecido
naquele tempo em terras nova-iorquinas. E automaticamente Joe olhou para Demi
pensando que ela tinha sido a melhor coisa que o aconteceu, ela e Lucy. – Eu tenho
uma cadelinha chamada Lucy, estou namorando a Demi praticamente desde que
cheguei. – Os dois sorriram. Joe e Demi. Aquele comecinho do relacionamento foi
uma descoberta deliciosa para ambos. Para Joe, era o primeiro contato com uma
mulher, e para Demi, era o primeiro contato com um homem que não tinha nenhuma
experiência e era completamente diferente de todos os outros que ela conhecia.
- Já temos planos para o casamento? – O sorriso
de Thaís foi contagiante. Joe sorriu corado, e assentiu olhando para namorada.
- Eu
tenho alguns problemas de saúde. Agora estou tentando ficar saudável porque
quero casar o quanto antes. – Não existia um homem mais sonhador e de coração
puro. Joe foi tão feliz nas palavras que usou, e os olhos dele miravam Demi com
paixão. E para ela, ouvi-las causou uma mistura de felicidade e medo.
Felicidade porque Joe sempre demonstrava que o queria com ela era sério e
verdadeiro. Medo porque ela estava grávida e naturalmente pensava que poderia
ser abandonada.
- Esse tipo de rapaz é muito raro, Demi. –
Sorrindo, Demi assentiu olhando para Thaís e quando ela fitou Laura, sentiu as
bochechas corarem porque a tia de Joe a olhava com curiosidade, mas sorriu gentilmente.
– Pode vestir a camisa, querido. Nós já vamos começar a prova de função pulmonar. – Quando Thaís se aproximou de Laura para
trocar algumas informações, Demi se aproximou de Joe e sorriu quando ele o fez.
- Você está bem? – Ela perguntou guiando os
dedos a barba por fazer para acaricia-lo na bochecha e no queixo.
- Estou, acho que a pior parte ainda está
por vir. – Aqueles olhares sempre prometiam. E para não ficar constrangedor,
caso os dois fossem flagrados, Joe começou a se vestir.
- Eu vou estar aqui com você, não vai ser
ruim. Se você sentir medo, pode apertar a minha mão. – A emoção a faria chorar.
Estava acontecendo como se fosse algo normal. Demi envolveu os dedos aos do
namorado, olhou-o nos olhos e não conseguiu fitar nada mais que o verde lindo
dentro dos sessenta segundos. O impacto das palavras dela o tocou na alma, Joe
se sentiu acolhido e protegido, e muito amado. Por isso que ele se curvou para
beija-la na boca mostrando como a amava e apreciava o apoio de Demi, porque sem
ele, tudo seria mais difícil.
Continua... Oláa! Quanto tempo! Não desisti do blog, acontece que eu acabei ficando numa prova final, que foi ontem e agora está tudo bem! Então eu não tinha conseguido desenvolver o capítulo até onde eu gostaria de postar, mesmo que esteja dividido, até esse ponto dá para vocês entenderem, e também tem a parte mais legal de todas! Espero que vocês estejam gostando, a fanfic não vai ficar parada, tem muita coisa para acontecer! Obrigada pelo apoio de vocês, até qualquer hora <3