Ansiedade. Preocupação. Mais ansiedade. Sentada
de pernas cruzadas, Demi olhava a hora no visor do celular a cada um minuto, às
vezes nem mesmo chegava a se formar um minuto. Só era que estava demorando em
avançar o tempo. A casa estava movimentada com os Lovatos para comemorar o
aniversário de quinze anos de Megan. Tias, tios, primos e primas. Selena, Ed,
Scott e Augusto, Ana e o pequeno Harry deveriam ser os únicos que não eram da
família, só faltavam Joe e Rick. Joseph já estava a caminho, motivo da ansiedade
de Demi. E Rick não estava na festa, Anna não tinha o convidado por que
continuava a dormir pesarosamente cansada e muito enjoada. A ausência da moça
foi motivo de tantas perguntas, mas a velha desculpa do TCC colava muito bem.
- Ele
está a caminho? – Gentilmente Selena repousou a mão na coxa direita de Demi e
curvou-se ficando mais próxima a amiga para conseguir ver o que ela fazia no
celular.
-
Está. – Por mais ansiosa que estava para chegada de Joe, Demi se sentia mal
porque não queria que o namorado saísse de casa. Estava frio, perigoso lá fora
e Joe tinha tido um dia cansativo. Começou acordando muito cedo para se
preparar a fazer a maratona de exames que o esperava. – Estou preocupada com
ele.. – O olhar de Demi se perdeu em observar Megan conversando animadamente
com as primas e Amber, fitou também o pai conversando com os irmãos e depois
respirou fundo voltando a olhar o celular na palma da mão. – Acho que
convida-lo não foi correto. – O coração estava partido, dolorido e era tudo que
ela podia sentir por todo o tempo. O motivo se resumia exclusivamente ao medo
de perder Joe para a doença ou qualquer outra coisa que poderia tira-lo dela. –
Ele.. Ah, Sel. – Demi franziu o cenho quando teve vontade de chorar, enlaçou os
dedos aos de Selena e descansou a cabeça no ombro dela.
-
Você quer um copo com água? – Perguntou Ed um pouco sem jeito e preocupado por
ver Demi triste.
-
Obrigada Jesse. – Não dava para desabar em choro logo aí no meio de tanta gente
que Demi ainda não conhecia direito, então sorrir mostrando que estava “bem”
foi a melhor escolha. – Ele está chegando, vou espera-lo na saída do fundo. – Quando
se levantou, Demi sustentou o olhar de Selena o tempo necessário para que a
amiga entendesse que ela estava bem.
Ter tias e tios era muito estranho, e na
maioria das vezes Demi não sabia o que dizer a eles e nem se deveria chama-los
pelo “título”. Mas Inácio fazia questão e os irmãos e irmãs dele também, por
isso Demi parou para trocar algumas palavras com uma das tias e alguns minutos
depois seguiu na direção da cozinha ao sentir o celular vibrando. Ele tinha
chegado e a maior vontade de Demi era de abraça-lo forte e dizer que o amava. Ansiosa,
a barriga doeu e as mãos ficaram úmidas, mas Demi respirou fundo e não parou de
caminhar.
- Hann, o papai disse que daqui a pouco vem
buscar mais comida. – Hannah deveria entender o recado. Demi a olhou e teve
vontade de rir porque os lábios da menina estavam avermelhados, as roupas e o
cabelo desgrenhados. Hannah só não perdia para Augusto. A camisa do rapaz
estava com alguns botões abertos, o cabelo castanho bagunçado e com certeza na
calça jeans o volume o deixaria constrangido.
- Você
está indo para algum lugar? – Perguntou Hannah esperançosamente porque se Demi
fosse sair, ela iria junto. Não dava para ficar perto de Augusto e não matar
toda aquela saudade acumulada de dias e mais dias sem poder ver o namorado por
conta das regras do pai.
- O
Joe chegou. – Demi esboçou um sorriso fraco quando Hannah franziu o cenho e
depois arqueou uma sobrancelha. – É melhor vocês procurarem um lugar mais
reservado. – Disse antes de virar as costas para seguir caminho.
-
Dem. – Hannah estava prestes a beijar os lábios do namorado, mas ao se lembrar
do que queria dizer a irmã, mordeu o lábio inferior e a chamou ainda com os
braços rodeando a cintura de Augusto. – Você sabe o que está fazendo? –
Perguntou cautelosamente sustentando o olhar de Demi.
- Sei. – Demorou um pouco para Demi afirmar,
e quando o fez, foi com toda a certeza que carregava. – Vão para um quarto. –
Disse a menina e Hannah riu. Passar com Augusto para o segundo andar seria uma
missão impossível, claro, do jeito convencional, de outro jeito.. Bem, já era
uma diferente história.
No final daquela tarde o vento soprava sem
pressa, a neve tinha dado trégua e mais cedo um restinho do sol tinha
aquecido um pouco da neve, claro que não durou muito e nem foi o suficiente
para derreter aquela quantidade horrolenta de gelo. O caminho da porta da
cozinha até o portão não estava tão precário quanto dias atrás. Inácio tinha
empurrado a neve para as laterais das pedras que formavam o caminho até o
portão e em compensação, à direita e esquerda estavam com uma quantidade de
neve que deveria chegar a quase um metro!
O carro estava parado do outro lado da rua, e
Demi estranhou o porquê de Joe não descer. Antes de atravessar, a moça arrumou
o trench coat ao corpo, olhou para os dois lados da rua e se aproximou do carro
o estudando para saber se não passaria a maior vergonha de todo o mundo ao
abrir a porta de um carro idêntico ao de Joe, mas de outra pessoa. Mas lá
estava ele. Os olhos verdes livres dos óculos de grau, o cabelo escuro já
grande o suficiente para pentea-lo charmosamente de lado, a barba uma sombra de
pelos escuros, o suéter verde. Demi o olhou e quase chorou, mas quando Joe
sorriu, ela o abraçou mesmo com a marcha a atrapalhando, assim como o painel de
controle do carro.
- Você
está bem? – Demi respirou fundo, sustentou o olhar depois de atentamente
observa-lo procurando por algo que a deixaria muito preocupada.
-
Estou bem. – O sorriso dele a aqueceu. Demi roubou muitos selinhos, beijou as
bochechas e depois roçou os lábios. – Estou com saudades de você. – Resmungou
Joe tentando puxa-la para o colo porque queria ter o máximo de contato com
Demi.
-
Reclina o banco. – Pediu Demi sem sair dos braços dele mesmo daquele jeito
desconfortável, o que foi motivo para riso porque ficava muito ruim reclinar o
banco e empurra-lo para trás. – Está bem melhor. – Chegou a soar manhoso, e não
era para menos, ela ficou grudada a Joe e gostava muito de ter os braços dele a
envolvendo e de poder ouvir o coração batendo.
-
Você está bem? – Perguntou Joe minutos mais tarde depois de toca-la na cintura por
baixo de todas aquelas roupas que Demi vestia e acaricia-la do jeito que
gostava.
-
Estou bem. – Foi um ronrono. Os olhos estavam fechados e Demi suspirou
absurdamente manhosa com o beijo que recebeu na bochecha. – Me conta da
consulta. – Perguntou depois de roubar um beijo para depois se aninhar ao corpo
dele.
- A
tia Laura solicitou todos os exames que você pode imaginar. – As bochechas de
Joe coraram porque quando ele teve que tirar a camisa para ser examinado,
explicar o que significavam os arranhões de unhas nas costas foi muito
embaraçoso. Para a médica, Joe disse num murmuro que Lucy costumava brincar de
uma forma agressiva, se ela acreditou, o rapaz não fazia ideia, só tinha sido
mesmo constrangedor o fato de Laura estar com ele e saber a verdade. – Doeu
tanto quando tiraram sangue. Eu nunca mais quero passar por isso. – O suspiro
de Joe foi triste porque ele sabia que não seria a última vez que teria que
passar por procedimentos médicos, mas o beijinho que recebeu de Demi o fez
sorrir. – Fiz eletrocardiograma, radiografia do tórax, ecocardiograma e uma
tomografia computadorizada multicorte. Amanhã eles vão verificar como estão os
meus pulmões, pode ser que tenha algum problema com eles, os sintomas são
semelhantes aos de insuficiência cardíaca. Estou cansado de hospital, quero
ficar em casa com você. – A vontade de Demi era de segura-lo nos braços e nunca
mais soltar. Ela se ergueu para olha-lo, tocou-o no rosto e com muito carinho o
beijou na testa para depois abraça-lo.
-
Você tem que ir, temos que fazer tudo direito e todos os exames possíveis para
que o médico possa estudar o seu caso e saber exatamente o que deve ser feito. –
Beija-lo nunca era ruim, por isso que Demi o beijou na testa e depois nos
lábios apreciando como os dele eram suaves e macios. – A sua saúde está em
primeiro lugar, e nós vamos cuidar dela. – Demi suspirou com o olhar que
recebeu de Joe, mostrava como ele estava cansado e havia uma pontada de
tristeza o incomodando. – O que está te deixando com esse biquinho? – Ela
tentou ser carinhosa para quebrar aquele ar tenso de Joe, e por um segundo ajudou
porque o rapaz sorriu e a abraçou com mais força até que ela fez careta.
- Eu
quero ficar bem logo. – Disse focando o olhar no dela. – Eu estou começando a
me sentir cansado e doente. – Demi não esperava ouvir aquelas palavras, elas
foram ditas baixinho e Joe não a olhava mais. – Estou tendo palpitações e me
assusta sentir o meu coração bater. A médica disse que preciso me alimentar
melhor porque os meus glóbulos vermelhos não estão na quantidade adequada e eu
posso ficar anêmico. Dem, eu já estava cansado da diabetes e da hipertensão, e
agora isso. – As lágrimas rolaram sem que Joe nem mesmo percebesse, ele
suspirou e franziu o cenho se sentindo sensível e muito assustado com tudo que
estava acontecendo com a saúde. – Eu só queria ser normal, eu tenho vinte e
três anos e estou com medo de morrer. – Foi um murmuro e resultou em muitas
lágrimas dos dois. Quando o abraçou possessivamente, Demi se sentiu péssima por
não poder fazer nada para mudar aquela situação, pois se pudesse, daria toda a
vitalidade que tinha para que Joe ficasse bem e saudável.
- Você
é normal, meu anjo. Essas coisas fazem parte da vida, e nós temos que aprender
a conviver com essas situações e jamais abaixar a cabeça. Nós vamos derrotar
essas doenças juntos. – Os dedos foram enlaçados aos dele, e o beijo que
trocaram foi simples e transmitia a segurança que precisavam. – Você vai ficar
bem. – Era horrível sentir o medo de Joe, geralmente ele se mostrava tão
confiante, mas quando a abraçou e suspirou ainda derramando lágrimas, Demi
percebeu como ele estava frágil e precisava dela. – Você vai ficar bem, meu
menino. – Demi o beijou na boca e sorriu quando o olhou nos olhos.
-
Obrigado por ficar comigo, Dem. Seria muito mais difícil se eu não tivesse
você. – Nos braços dele, Demi sorriu e assentiu com um murmuro manhoso e
sussurrou que o amava. – Também amo você, gatinha. – Facilmente ele a deitou no
banco e cobriu o corpo dela com o dele aproveitando para beija-la no queixo e
aspirar o cheiro delicioso que vinha do cabelo enquanto a beijava na curva do
pescoço e abaixo da orelha. – O que você acha? – Alcançar o porta- luvas não
foi o problema, e de lá Joe tirou uma pequena caixinha enfeltrada onde estavam
as alianças de namoro.
- Tudo
bem, não tem um motivo para não voltarmos a usar. – Ela disse olhando para as
alianças e depois para os olhos do amado.
- Eu
quero te pedir em casamento. – Depois que tinha colocado a aliança no dedo
dela, Joe o beijou e sorriu porque Demi fez o mesmo. – Estou dizendo por que
quero saiba que as minhas intenções com você são puras. – Foi tocar no assunto
que Joe se lembrou de Inácio e de como seria complicado fazê-lo entender que a
intenção nunca foi machucar Demi.
- Eu
sei que são, assim como as minhas. – Sorrindo, ela o acariciou no rosto e
levemente o arranhou no cabelo da nuca. – No momento eu quero que o seu foco
seja a sua saúde. Nós pensamos em casamento depois. – O biquinho que Joe fez
foi o motivo do sorriso de Demi, ela o abraçou e o beijou na boca até que o
namorado retribuía o beijo na mesma proporção. – Você já tem o aceito, não precisa ficar preocupado. – E
mais uma vez, Joe se lembrou de Inácio. Era como se algo estivesse o alertando
o tempo todo para contar a Demi sobre a situação do dia passado.
- Dem,
o seu pai está bravo comigo. – Foi uma afirmação, mas quando Demi franziu o
cenho e depois arqueou uma sobrancelha, Joe assentiu confirmando mais uma vez o
que tinha dito. – Ele foi ao meu apartamento ontem à noite e disse que era para
eu ficar longe de você. – Resmungou de cenho franzido. – Ele tem razão em estar
bravo, ele sabe o que aconteceu no Texas e se não gostava de mim antes, agora
não tem nenhuma possibilidade dele gostar. – Se fosse pai de uma menina cujo
namorado tivesse a traído, Joe faria o mesmo que Inácio porque não iria querer
ver a garotinha de coração partido. Que antes partissem o coração dele!
- Eu
não contei nada para ele. Você está falando sobre a Rose e a Evelyn? – Demi
franziu o cenho pensando em como Inácio tinha descoberto, quando Joe assentiu.
– Só contei para Sel e as meninas. Elas não contariam. – Aos poucos Demi
relembrou da noite quando conversou com as irmãs sobre o término com Joe. Elas
tinham conversado muito sobre o assunto, e pouco depois de finalizá-lo, Inácio
tinha batido à porta para entregar as pizzas. Ele poderia muito bem ter
escutado parte da conversa.
-
Ele está bravo comigo. Não quero entrar com você, todo mundo vai me olhar
torto. Vai ser desconfortável. – Não tinha como garantir que o tratariam bem.
Demi sabia que as irmãs eram tão protetoras quanto o pai, mas também sabiam que
ela amava Joe e que não gostaria que ele fosse maltratado.
-
Você vai estar comigo. Preciso que alguém pegue docinhos para mim. – Murmurou
risonha o beijando na bochecha e Joe arqueou uma sobrancelha curioso. – Amor,
eu já peguei tanto docinho que estou com vergonha de pegar mais, preciso de alguém para pegar docinhos para mim. –
Joe acabou rindo apaixonado pelo jeito fofo e o sorriso feliz da namorada.
-
Então você quer que eu entre com você só para pegar docinhos? – Perguntou
brincalhão e Demi assentiu toda sorridente, e gargalhou quando os dedos dele
fizeram cócegas na barriga. – Estou muito magoado com você, Demetria. – Então
ele fez mais cócegas e juntamente com ela, riu contagiado pela felicidade e o
jeitinho de criança de Demi.
- Talvez.
– Confessou ainda rindo. Uma revanche seria perfeita, mas quando Demi tentou
ataca-lo com cócegas, facilmente Joe imobilizou os pulsos e continuou a fazendo
rir. – Joseph! – Aos poucos o riso cessou e os dedos dele não faziam mais
cócegas. Demi sustentou o olhar sem ousar em interrompê-lo, tocou-o no peito
largo e o segurou nos ombros e inquieta, relaxou mais o corpo ao banco. O toque
dos lábios foi suave, um leve roçar, mas que depois se transformou num beijo com
direito a toques de língua. – Você vai estar comigo e ninguém vai te maltratar,
está bem? – A boca estava tão próxima a dele e a respiração quente se
misturava.
-
Você tem certeza? Eu não quero causar problemas logo no dia do aniversário da
sua irmã. – Demi negou prontamente, roçou os lábios aos dele e o tocou no
rosto.
-
Está tudo bem. Eu vou conversar com o meu pai para esclarecer essa situação. – Demi
o beijou no queixo e suspirou porque o corpo de Joe estava todo sobre o dela. –
Hoje eu vou para casa com você. Nós vamos dormir juntinhos, o que você acha? –
O sorriso dele foi a resposta que ela precisava. Demi sorriu igual de orelha a
orelha e o beijou na bochecha ronronando algo sobre Joe ser muito pesado.
- Eu
estou com saudades de você. Vamos dormir no seu apartamento. – Aquele
sorrisinho Demi conhecia muito bem, e por isso ela o acertou com um leve tapa e
sorriu envergonhada. – O que? Eu preciso de carinho e atenção. – Disse depois
de beija-la e mordê-la no queixo. – É uma recomendação médica. Repouso, carinho
e muita atenção. – Os sorrisos se desmancharam quando se beijaram colando cada
pedacinho do corpo.
-
Vamos entrar. A depender da quantidade de docinhos que você pegar para mim,
prometo pensar sobre a possibilidade. – O biquinho dele foi beijado com uma
série de selinhos, então Demi tentou empurra-lo sem nenhum sucesso, e acabou
que Joe cedeu apenas depois de beija-la calorosamente na boca.
- Então
pode se preparar. – A intenção era empurra-lo com força tentando novamente
partir para o banco do carona, mas Joe a segurou nos braços quando ela se
ergueu e tornou a roubar um beijo e mordê-la na orelha.
- Vamos, bebê. Prometo que nós namoramos mais
tarde. – O beijo no pescoço era demais, Demi ronronou manhosa, mas se livrou
dos braços de Joe a rodeando na cintura para conseguir passar para o banco do
carona. – Joseph. – Quando o olhou, Demi acabou rindo porque ela tinha ganhado
um tapa no bumbum e Joe tinha aquele sorriso esperto nos lábios pronto para
induzi-la a fazer uma loucura. – Comporte-se, garotão. Agora nós vamos
aproveitar a festa. – O “Sim, querida” foi tão desanimado que Demi teve que
beijar o biquinho de Joe até que ele sorria.
- Eu
comprei um presente para Megan. É surpresa. – O sorriso de menino dele não foi
para implicar com Demi e deixa-la mais curiosa, porém foi inevitável. A mulher
fez a melhor cara de cachorrinho carente com direito a biquinho e tudo mais.
-
Você não vai me contar o que é? – Perguntou Demi sem conseguir desviar o olhar
do presente e Joe assentiu achando fofo como ela estava coradinha. – Joseph. –
O murmuro manhoso não adiantaria, e nem o beijo na bochecha seguido de uma
mordida na orelha.
-
Surpresa, gatinha. – Como sabia que Demi iria insistir, Joe saiu do carro a
deixando com cara de poucos amigos e quando abriu a porta oferecendo a mão para
ela, o olhar carente estava lá para tentar convencê-lo. – Vem cá. – Chamou e no
instante seguinte Demi estava nos braços dele o abraçando porque era manhosa e
estava frio. – Ainda é surpresa. – Sussurrou a beijando na testa e o murmuro
dela só o fez rir e puxa-la pela mão depois de trancar o carro. – Eu quase ia
me esquecendo. – Quando ele parou foi quase no meio da rua, Demi franziu o
cenho o olhando e o rapaz sorriu. – Comprei para você. – Era uma barrinha de
chocolate e ao vê-la, Demi umedeceu os lábios e quis juntar Joe ao chocolate.
Seria uma mistura deliciosa.
-
Obrigada, amor. – Ronronou o beijando no músculo do braço. – Se você continuar
comprando chocolate para mim todos os dias, eu vou virar uma bolinha. – Não que
ela se importasse com o peso, comer chocolate era sempre fantástico.
-
Vai ser a bolinha mais linda que eu vou apertar e morder muito. – Ao chegaram a
calçada, Demi sorriu de olhos fechados sentindo os braços de Joe a envolver e o
beijinho dele atrás da orelha.
- Eu
te amo, amor. – Disse baixinho e ele sussurrou que também a amava a virando
para que pudessem trocar um breve beijo.
-
Você vai me proteger? – Demi tinha o puxado pela mão, mas Joe não tinha a
acompanhado razão de estar com receio de Inácio. O homem era bravo e decidido, então
o risco de ser colocado para fora sobre gritos e pontapés era muito grande. – O
seu pai. – Disse um pouco sem graça quando Demi franziu o cenho.
-
Ele não vai bater em você, prometo. – Ela o puxou de novo, mas Joe não saiu do
lugar e continuava a olhando como uma criança medrosa. – Eu vou te proteger. –
Era o que ele queria ouvir. Demi o abraçou de lado e o beijou na bochecha
carinhosamente. – Você está bem protegido, querido. Quando quiser ir embora, é
só dizer. – Demi riu quando ele arqueou a sobrancelha. O agora não contava. A
festa de Megan estava divertida e mal tinha começado, Demi jamais a perderia,
por isso acelerou o passo. Joe a enrolaria o dia todo se ela deixasse.
Entrar pelos fundos era menos chamativo que
entrar pela frente, ainda mais acompanhada de um homem vistoso como Joe. A
vantagem de entrar pela cozinha era positiva a ponto de Demi conseguir comer
mais docinhos porque não tinha ninguém além de Joe para evidenciar o fato. Até
para ir se enturmando com o pessoal ficava melhor. A vergonha dos tios e tias
ainda era grande, mas conforme os encontravam pelo caminho até a sala, Joe era
devidamente apresentado.
-
Onde está Megan? – Perguntou Demi a Isabella roubando a atenção da irmã que
estava concentrada em algo que Scott contava.
-
Hum.. Está por aí. – Bella umedeceu os lábios e sustentou o olhar de Demi por
mais tempo do que deveria como se através daquela conexão pudesse descobrir se
estava tudo bem, para depois olhar para Joe e sorrir. – Você está bem, cunhado? – As bochechas de Joe ficaram
coradas, mas ele abraçou Isabella quando ela se levantou e a beijou
carinhosamente na testa depois de assentir.
- O
seu pai está aqui? – Perguntou Joe a Demi. Não demoraram com Bella e Scott,
apenas trocaram cumprimentos e partiram na direção de Megan para que Joe
pudesse presentea-la e desejar os parabéns. A menina tinha ficado desconfiada,
claro que não foi nada perceptível para quem não a conhecia bem como Demi e os
mais íntimos, mas recebeu de bom grado o presente e deixou que Joe a abraçasse
mesmo todo coradinho.
-
Ele está por aqui, querido. – Fazer uma pausa da festa no corredor não foi nada
ruim. Demi aproveitou que estava a sós com o namorado para abraça-lo pelo
pescoço e fechar os olhos apreciando o momento. – Selena, o Ed e as crianças
também. Só relaxa e aproveita a festa comigo. – Naquele momento Demi se sentiu
tão envolvida a Joe e absurdamente carente dos carinhos do rapaz, razão a qual a
moça o induziu a abraça-la e recostando-se a parede, os lábios foram de
encontro ao queixo barbado. – Amo você. – Disse baixinho o beijando na curva do
maxilar e Joe umedeceu os lábios.
- Eu
também amo você. – Não foram carregadas de calor como as palavras de Demi.
Enquanto ela o beijava, aninhava-se e ronronava manhosa, Joe não conseguia
relaxar, o olhar estava alternado a procura da presença de outra pessoa no
corredor, mais precisamente Inácio. – Dem. – Chamou de cenho franzindo e um
pouco desesperado porque quando Demi ficava daquele
jeito, ele sabia muito bem o que ela queria, e no momento estava
literalmente fora de cogitação trocar até mesmo um inocente selinho. – Aqui não.
Fica quieta. – Sussurrou se esquivando dos beijos dela e o que veio depois o
deixou confuso. Não era compreensível a situação? Ele tinha sido grosso e mal
educado? Os olhos de Demi marejaram! E ela parecia horrorizada com a situação.
– Dem, eu.. Nós estamos na casa do seu pai. – Disse se sentindo terrivelmente
culpado e Demi assentiu limpando uma lágrima e se afastando dele. Ah não! O que
tinha com ela?
- Tudo
bem, eu entendo. – Que atitude era aquela? A primeira vez que Joe enfrentava o
tipo de situação com Demi. Manhosa? Ela era. Mas achar que ele não a desejava
por afasta-la era a primeira vez.
-
Demi, o que foi? – Claro que o lado apaixonado e preocupado dele falaria mais
alto. Quando percebeu que ela estava se afastando, Joe a abraçou por trás e a
beijou gentilmente na bochecha. – Nós estamos na casa do seu pai na festa da
sua irmã. A casa está cheia e se alguém nos flagrar, vai ser muito chato,
princesa. – Disse quando ela permaneceu calada, e tentou soar o mais suave e
carinhoso que conseguia porque parecia que até um soprar de vento faria Demi
chorar.
- Vocês
dois não tem jeito. – A sorte foi que era apenas Selena, mas mesmo assim Joe
ficou assustado que o coração bateu mais rápido e o incomodou.
- Selena! – Demi até riu, abraçou a amiga
carinhosamente, mas quando olhou para o namorado, a preocupação a tomou. – Você
está bem? – Perguntou atentamente o olhando e segundos depois Joe assentiu
ainda respirando fundo e tentando ficar calmo.
-
Dem, eu estava te procurando. – Agora era Inácio. Demi mal olhou para o pai, a
atenção estava toda voltada para Joe porque ela tinha medo do que poderia
acontecer justamente quando se deparassem com Inácio depois da brincadeira de
Selena.
-
Senhor Lovato, boa tarde. – Se ele estava com medo, não demonstrou. A voz soou
impecável e a mão não tremia quando Joe a ofereceu para que fosse apertada numa
forma de cumprimento.
-
Garoto. – Inácio manteve o olhar sobre Joe por bons segundos examinando-o,
apertou a mão firmemente e depois olhou para Demi. – Acabei de verificar como
sua irmã está. Estou preocupado. Não estou exagerando, Anne está pálida de tanto vomitar. – Agora estava explicado. Só uma
das filhas doentes para desconcentra-lo do caso: namorado.
- Você
tem certeza? – Bem, não tinha como não ter certeza sobre alguém vomitar com
frequência. Demi só não sabia o que diria ao pai porque Anna não estava doente
como ele achava, ela estava tendo enjoos por conta da gravidez então leva-la ao
hospital significaria descobrir a verdade e possivelmente deixar o pai furioso.
– Porque.. Porque não tem cinco minutos que eu estava com ela. Está tudo bem,
ela até está se arrumando para descer. Disse que está morrendo de fome. –
Mentir não era uma boa saída, mas para proteger a irmã naquele momento, Demi o
faria. Só Anna tinha o direito de contar sobre o bebê e ela o faria na hora
ideal, segundo seus conceitos.
-
Mas.. – Inácio estava tão confuso. Ele olhou para trás, franziu o cenho e coçou
o cabelo da nuca. – Tem certo tempo que fui ao quarto. – Murmurou ainda
confuso. – Acabei de voltar de lá, a porta estava trancada e fiquei muito
preocupado, por isso vim buscar ajuda. – Explicou-se um pouco corado e Demi
sorriu agradecendo pela mentira ter se encaixado no contexto.
-
Não precisa ficar preocupado, ela está bem. – Quando abraçou o pai de lado,
Demi olhou para trás para se certificar que Joe estava bem, e o que o encontrou
a deixou de coração partido e aliviada. O olhar perdido e de menino carente era
merecedor de todo o amor do mundo. E aquela carinha emburrada também, mas Demi
continuou caminhando com o pai porque não queria que ele voltasse à atenção para
Joe.
-
Ele é exigente, mas é um pai excepcional. – Disse Selena a Joe observando Demi
caminhar abraçada ao pai conversando e sorrindo descontraída.
-
Ele é. – Joe adentrou os bolsos da calça com as mãos e respirou fundo. – Mas é muito chato e man..dã..dão. – O motivo
de gaguejar era porque o rapaz sentia medo de Inácio e de que Selena o achasse
ousado demais. – Ele fica no meu pé mais do que no pé dos outros rapazes. –
Explicou-se um pouco envergonhado começando a caminhar ao lado da amiga.
-
Ele fica no seu pé porque a Demi é muito importante para ele, Joseph. Inácio
sabe tudo que ela sofreu na mão da mãe, e agora ele não quer mais sofrimento
para ela. – Selena sabia que Inácio tinha um coração enorme e gentil porque ele
a tratava com carinho, respeito, cuidado e amor, como se ela fosse uma das
filhas dele. A história de Demi também estava lá para deixa-lo mais vulnerável
e protetor. – Você é um bom rapaz, Joe. – Disse o olhando nos olhos. – Mas você
a magoou mais de uma vez, é claro que ele vai ficar no seu pé. O que os olhos
meninos fizeram? Scott é um amor, Augusto só é um rebelde apaixonado
influenciado por Hannah que consegue o convencer de fazer o que ela quer. – Joe
franziu o cenho ao olhar para Selena. Não esperava que ela ainda estivesse
magoada e na defensiva com ele.
- E
o Rick? É médico, bonito e rico. – Ele não escondeu como estava ofendido. Olhou
para Selena e estreitou os olhos.
- Joseph.
Você pisou na bola. – Selena parou em frente ao rapaz e sustentou o olhar. – Não
estou dizendo que os outros são melhores que você. Só estou dizendo que você
magoou a Dem. Só não o faça novamente que tudo vai ficar bem. – Joe franziu o
cenho enquanto olhava para Selena. Ele queria dizer como tinha se sentido
quando brigou com Demi pouco antes de ir ao Texas, dizer que ela também o
magoou, mas quando Harry se aproximou correndo com a irmã junto aos sobrinhos
mais novos de Inácio, a atenção de Selena estava toda nas crianças e no pequeno
Harry que sabiamente explicava aos garotinhos e garotinhas que na barriga da mãe morava um irmãozinho.
- Não
vai ficar aí parado, vai? – Ao ouvir a voz de Ed, Joe sorriu e abraçou
calorosamente o amigo. – Você está com uma cara péssima, Jonas. – Joe quis
xingar Ed quando teve o cabelo bagunçado. Sempre dava tanto trabalho para
deixa-lo arrumadinho.
- A
sua namorada estava me importunando. – Resmungou Joe quando percebeu que Selena
estava longe o suficiente para não ouvir o que ele tinha dito. – O pai da Demi
quer arrancar o meu couro. Estou doente. Não tenho muitos motivos para estar
feliz. – Ed arqueou uma sobrancelha e sorriu.
- Quando
a Demi te der uns bons amassos, você vai ficar feliz rapidinho. – Era certeza
que Joe iria ficar corado, ele sempre ficava e Ed riu o puxando para que
pudessem se acomodar nuns puffs cor de rosa que estavam mais afastados da
concentração de pessoas. – Não é como se o Inácio fosse o seu melhor amigo e a
Selena.. Hum, você sabe. Esse negócio dela com a Demi é.. Às vezes eu tenho a
impressão que elas vão fugir juntas a qualquer momento. – Dessa vez quem
arqueou uma sobrancelha foi Joe, e então Ed levantou discretamente o copo de
caldo de frango que tomava na direção da namorada. – Você não pode considerar a
Selena como uma amiga fiel, assim como eu não posso considerar a Dem. – Era uma
pontada de ciúmes e curiosidade sobre aquelas duas que incomodava a Ed. Ele
olhou atentamente para a noiva que
estava toda sorridente conversando com Isabella e Amber enquanto Demi a
abraçava por trás também participando da conversa.
- Você
tem razão, ele nunca foi o meu melhor amigo e nunca vai ser. Mas ele é o pai da
mulher que eu amo, não podemos viver trocando farpas para sempre. Aliás, ele
atira as farpas, eu apenas me machuco com elas. – Se ele enfrentaria Inácio?
Jamais! O homem era grande e tinha certo porte físico, pelo menos sobre as
típicas camisas xadrez dava para imaginar um corpo forte.
- Você
pode bajula-lo, mostrar que você se importa com a Demi e não vai machuca-la.
Chame-o para sair com a gente. Podemos fazer um passeio até agradável. Eu, você, o pai da Selena e o
pai da Demi. Uma noite em amigos. – Ed riu imaginando como seria tenso, mas
também ficou curioso para saber se daria certo um passeio entre os quatro. – Se
você está achando ruim agora, imagina quando a Demi estiver grávida. Não
importa se o seu sogro é um cara legal ou não, você vai receber uma dura que jamais vai esquecer. Aconteceu
comigo, eu nunca tinha sentido medo de outro homem, até ser chamado na casa da
Selena para conversar sozinho com o pai dela. – Ed até respirou fundo, olhou
para o chão por alguns segundos e assentiu negativamente massageando o cenho
com a mão livre. – Nós não conversamos sobre o que aconteceu no Texas. Tudo que
eu sei é através dos resmungos da Selena sobre você. – Então Selena estava
realmente brava. Joe a olhou por breves segundos e depois voltou a atenção para
Ed.
-
Eu.. – Joe apertou a curva do pescoço e arrumou o cabelo com as mãos achando
curioso como o lustre da sala oferecia um charme especial a sala de uma
decoração rústica ao mesmo tempo em que era moderna. – Eu quase beijei uma moça
que conheci, e bebi na noite da formatura da Rose, acabei ficando com ela. Nada
mais que beijos, segundo a Rose. Não me lembro de nada. – Disse a Ed o olhando
nos olhos. – Eu estava chateado, mal humorado e com muita raiva de tudo que
aconteceu. Me arrependi por ter sido um idiota. Não foi intencional, só foi
acontecendo. É muito difícil administrar algumas situações sozinho, Ed. Quando
a Demi encontrou a família, eu a e Sel sofremos com a ausência dela. Foi
difícil compartilha-la com esse tanto de gente. Nos acostumamos, mas o jeito
que o Inácio me tratou não foi legal. – Joe olhou para o homem e se perguntou
se o problema era Inácio ou se ele era um cara fraco que não aguentava um pouco
de pressão. – Cada um tem sua maneira de olhar para uma situação. Acho que
outro cara poderia ter levado na esportiva todas essas implicâncias, mas me
senti ofendido com todos os olhares duvidosos, a forma que sou tratado como um
garoto que não sabe o que quer da vida. No dia que ele pediu a minha carteira
de motorista na frente de todos foi constrangedor. Nós brigamos por causa dele
e ela me disse coisas que me machucaram. No Texas eu.. Eu perdi a cabeça e fiz
besteira, e estou arrependido. – Joe suspirou quando olhou para Ed percebendo o
quão sério e concentrado o amigo estava.
-
Infelizmente acontece e você tem que aprender com os seus erros, Joe. – Ed era
mais velho e mais experiente, então sabia melhor do que ninguém como relacionamentos
funcionavam. – Errar é normal, mas cometer o mesmo erro é vacilo. O que
aconteceu, aconteceu. A Demi te perdoou e é o que importa, só não faça mais. –
Joe assentiu prontamente. Ele nunca mais iria omitir um fato.
-
Desculpe interromper, Ed. Mas eu estou sequestrando o meu gatinho. – Demi só
não se acomodou no colo de Joe porque ficaria muito envergonhada, então o
abraçou pelos ombros e sorriu quando Joe olhou para cima esboçando um
sorrisinho de menino. – Não está com fome? – Perguntou quando o abraçou de lado
e Joe negou num murmuro. – Amor, você precisa comer. – Salgados e docinhos
estavam fora de cogitação. Refrigerante não era uma opção, então não sobrava
nenhuma alternativa.
- A
tia Laura me obrigou a almoçar um prato carregado de comida, e eu comi uma maçã
depois, estou bem, Dem. – Ele disse quando ela o levou para cozinha.
-
São seis e meia da noite. Você não pode ficar esse tanto de tempo sem comer,
Joseph. – Demi o recostou no balcão e o abraçou aproveitando para se aninhar a
ele feliz. – Vou preparar um suco para você. – Não tinha como resistir. Quando o olhou nos olhos, Demi guiou as mãos
para o cabelo da nuca e ergueu a cabeça para que Joe pudesse encaixar os lábios
nos dela. – Bebê, me deixa cuidar de você. – Disse nos lábios dele e Joe
assentiu suspirando e voltando a beijá-la.
-
Vamos para casa, Dem. – Ronronou a abraçando e olhando na direção da entrada da
cozinha para verificar se ninguém estava prestes a entrar.
- Só
mais um pouquinho. – Demi o beijou e o mordeu no lóbulo da orelha. – O meu pai
não vai brigar com você. – Disse Demi observando que Joe não parava de olhar na
direção da entrada da cozinha. – Fica tranquilo. – Ela o beijou no queixo e
suspirou se agarrando a ele. – Joseph, me abraça. – Ronronou manhosa sentindo a
falta dos braços fortes dele a envolvendo. – Eu estou muito carente. –
Sussurrou para ele. – E você me deixa maluca, não é uma boa combinação, coisa
gostosa. – Então lá estava ela novamente tentando ataca-lo. Joe sorriu porque
gostava de quando Demi demonstrava o quanto se sentia atraída por ele.
-
Então vamos para casa que eu prometo que vou te dar muito carinho e te deixar
satisfeita. – Sutilmente ele a virou contra o balcão e guiou as mãos para o
traseiro da namorada o apertando com vontade. E o sorriso de Demi foi de orelha
a orelha.
- Só
se formos agora? Mais tarde não está valendo? – Demi queria que a mão dele a
acariciasse em outro lugar, porém era muito arriscado. – Eu quero muito você. –
Disse baixinho quando ele a beijou brevemente no pescoço. O corpo chegava a
esquentar de uma forma deliciosa só pelo fato de Joe estar ali com ela.
- Eu
vou te torturar se formos mais tarde. – Foi um dilema escolher o que faria. Se
fosse embora naquele momento, Megan ficaria chateada. Mas se fosse embora mias
tarde, Joe a torturaria. Seria ruim? O que ele faria? Demi esboçou um pequeno
sorriso sapeca e depois mordeu o lábio inferior. A curiosidade sempre falaria
mais alto.
- Eu
vou adorar ser torturada, desde que eu esteja nua e com você. – Ela o beijou
demoradamente na bochecha, acariciou a mão grande dele observando a aliança cor
de prata. Em troca, Joe a apertou na cintura a puxando para ele e a beijou no
canto da boca. – Vou fazer suco de laranja para você. – Agarre-o! O que estava acontecendo? Demi sempre desejou Joe, mas o
jeito que desejava agora era muito diferente. Quando estava alguns passos do
namorado, ela o olhou de cima a baixo. Ofegou, umedeceu os lábios e quando
olhou para os olhos de Joe, sentiu o coração disparar no peito. Ele era bonito
demais! Desde o cabelo arrumandinho as pernas grossas moldadas pelo jeans. Até
o bumbum dele Demi queria apertar, deslizar as mãos pelos músculos largos dos
braços, espalmar o peito largo e gemer manhosa o olhando nos olhos.
- O
que foi? – Perguntou Joe esboçando um sorriso fofo sustentando o olhar dela e
Demi franziu o cenho.
- Estou
admirando a vista. – E para pirraça-lo, Demi o olhou na direção do zíper da
calça e lambeu os lábios. – Uma bela vista, querido. – Corado e excitado! Demi
sorriu o achando incrivelmente fofo e sexy, então se aproximou para abraça-lo e
dizer o olhando nos olhos: – Eu amo você. – E por fim trocaram um beijo, na
verdade dois beijos de perder o fôlego.
- Eu
também amo você. – Joe a abraçou por trás e sussurrou no ouvido dela e a mordeu
no lóbulo da orelha aquecendo ainda mais o corpo feminino.
Suco de laranja. Era aquilo que Demi tinha a
fazer. Então ela precisava de laranjas. Não,
mangas! O efeito de Joe era exatamente aquele. Demi estava confusa, excitada
e louca para agarrar o namorado. Enquanto isso Joe continuava escorado ao
balcão, os braços cruzados sobre o peito e aquele sorriso de menino o deixando
absurdamente sexy. Alguém deveria multa-lo ou alerta-lo que ele não deveria ser
tão lindo. Quando os pensamentos voltaram para o lugar correto, Demi mordeu o
lábio inferior e pensou: se ele vai me
torturar, porque também não posso tortura-lo? Objetivando fazer daquele
momento um dos joguinhos de sedução que tanto a divertida e a fazia ansiar pelo
que estava por vir, pegar laranjas na fruteira exigiu muito jogo de cintura.
Demi reconhecia muito bem os atributos que
tinha, e adorava usa-los nos momentos corretos. Parada em frente à fruteira,
desabotoar o trench coat exigiu uma técnica que era uma aliada infalível à sedução:
usar e abusar de ações mais demoradas. Quando
os botões estavam desabotoados, Demi quase deixou o casaco cair no chão, e daí
lembrou que estava na casa do pai e tudo que faria teria que ser mais sutil e numa
linguagem que apenas Joe entenderia. Ele estava olhando. Tão envolvido que o
olhar acompanhava os movimentos dela. Ótimo. Ao entregar o casaco para ele
segurar, Demi apenas sorriu e voltou à missão de pegar as laranjas rebolando o
traseiro e sempre que podia, olhava para Joe deixando claro como ela estava
ansiosa para ficar sozinha com ele.
-
Esse foi o melhor suco de laranja da minha vida. – Os dois estavam escorados no
balcão. Trocaram poucas palavras depois que Demi entregou o copo com suco
natural de laranja para Joe acompanhar os poucos salgados que iria comer.
-
Você tem que se alimentar, querido. – Gentilmente ela o beijou no ombro e
sorriu o olhando. – Você é um homem grande e precisa de energia, principalmente
agora que.. que nós temos essa luta para enfrentar. – Não foi o melhor sorriso,
e estava longe de ser um feliz, mas quando Joe sutilmente a empurrou e sorriu a
olhando, Demi também o fez.
- E
que nós vamos ganhar. – Ser otimista não custava nada. Joe sorriu confiante
quando Demi assentiu sem olha-lo. Daí ele percebeu, mais uma vez, como a mulher
que ele amava era linda e preciosa.
-
Nós vamos. – Demi sorriu para a tia mais velha que buscava salgados e então
buscou o celular no bolso do casaco quando o sentiu vibrar.
“Não
quero montar a minha árvore de natal sem a minha estrela. Você tem um tempinho
para ficar com a mamãe, anjo?”. – Dianna.
Sim, o natal estava batendo na porta! Eram
tantas coisas acontecendo que Demi tinha se esquecido completamente daquele
fato. Seria o primeiro natal que ela estaria completamente feliz, pois havia
paz com a mãe, tinha encontrado Inácio e descoberto irmãs incríveis, Selena e
Anna estavam grávidas, e não existia um presente mais gratificante que Joe. Ao
pensar em tudo de bom que tinha acontecido, Demi sorriu involuntariamente e
feliz, respondeu a mensagem da mãe.
“Eu
estou morrendo de saudades de você!!! Estou na festa da Meggy, daqui a pouco
acaba e eu vou direto para aí ficar com você <3”. – Demi.
Não teria nada que a impediria de ficar com a
mãe naquele resto de noite, na verdade, ao olhar para o lado, Demi franziu o
cenho porque ela realmente queria compartilhar a cama com Joe naquela noite e
passar bom tempo nos braços dele o amando. Como faria para unir os dois
desejos?
-
Vocês estão aí. – Demi sorriu ao observar que Anna parecia mais saudável e
disposta. Provavelmente a companhia de Rick estava a ajudando. – Acho que já
vão cantar parabéns. – Disse a moça ao se aproximar do balcão e Demi aproveitou
para estuda-la melhor.
-
Você está bem? – Demi não cumprimentou Rick como costumava fazer, olhou-o
brevemente esboçando um pequeno sorriso e voltou toda atenção para irmã.
-
Menos enjoada, mas ainda muito sonolenta. – Disse a moça recostando no
namorado. – Só levantei porque o papai não parava de ir ao meu quarto. Ele está
preocupado e eu não quero que ele saiba que será
vovô agora. – O melhor foi à reação de Joe. Ele arregalou os olhos e não
soube disfarçar a surpresa.
-
Você está bem? – Rick perguntou e Joe assentiu tossindo um pouco. Ah! Ele podia
sentir as bochechas coradas e o nervoso começar a toma-lo. Inácio ficaria uma
fera, mas daquela vez não seria com ele!
- É
segredo. – Disseram Demi e Anna assim que o rapaz corado já estava mais calmo. –
Eu vou contar, mas não agora, preciso me preparar. – Anna olhou para Demi e
depois para Joe tendo a certeza que teria a ajuda deles. Já era difícil demais
apenas a ideia de que o TCC seria apresentado no dia seguinte, imagina se
Inácio estivesse por dentro dos últimos acontecimentos? A apresentação por si
só já era tensa, imagina a pressão no olhar do pai?
-
Isso vai ser muito complicado. – A intenção de Joe não era assustar ainda mais
a Anna, e muito menos chatear Demi, mas não teve como ele segurar aquela fala.
Seria muito complicado lidar com Inácio e ao pensar naquela questão, a
vontade de ser pai ficava um pouco mais distante. – Desculpa, eu não quero
assusta-la é só que.. – Ele achou melhor ficar quieto. As bochechas coraram e o
coração bateu um pouco mais rápido.
- É
realmente complicado, não tem outra definição. – Disse Rick enlaçando os dedos
aos de Anna quando a abraçou por trás. – Mas que graça teria se não fosse?
Nosso sogro só é um homem muito preocupado porque os tesouros dele são únicos.
– Soou tão confiante e apaixonado. Discretamente Joe espiou o casal trocando um
beijo apaixonado e então olhou para Demi.
- Não
fica preocupado. – Sussurrou Demi o abraçando de lado e ele assentiu
retribuindo o abraço e a beijando na bochecha.
-
Vamos cantar parabéns? – Isabella os chamou da entrada da cozinha e como
sempre, estava com Scott juntinho a ela.
Parecia que o que mais havia naquela festa
eram casais. E as meninas de Inácio então estavam bem acompanhadas. Demi e Joe.
Anna e Rick. Bella e Scott. Hannah e Augusto. Selena não fazia parte das irmãs,
mas era uma das jovens acompanhadas.
A cantoria foi calorosa e de arrancar
sorrisos. As meninas sempre eram espirituosas e o que não faltava de forma
alguma era criatividade para fazer a outra passar vergonha, e daquela vez não
foi diferente. Não era porque o aniversário pertencia a rainha da bagunça que
ela não sofreria com as brincadeiras que costumava fazer. Então Isabella
aproveitou para deixar a irmã de bochechas coradas na frente de toda a família
na hora do “Com quem será? Com quem será
que a Megan vai casar?!”, e Hannah, que não era boba nem nada, disse pelo
menos três nomes de garotos da escola de uma forma pensativa que era brilhante,
pois dava a entender que era verdade e que Megan tinha mais de um pretendente.
Na hora das fotos... Salve a tecnologia, pois
se fosse ao método antigo, não teria filme
fotográfico para registrar a quantidade de foto tirada. E detalhe, não era
apenas um smartphone que capturava as
imagens. Megan teve que sorrir e olhar para pelo menos quatro celulares e tirar
foto com muita gente, claro, incluindo a linda foto de família onde estavam
todas as irmãs com a aniversariante e o pai.
Depois de o bolo cortado e distribuído para
os convidados, todos pareciam mais calmos e relaxados, deveria ser também
porque já estava ficando tarde e era um dia de meio de semana, ou seja, muita
gente tinha saído direto do trabalho para a festa. As crianças eram as únicas
que estavam a todo vapor, como sempre. Alicia era uma dela, ou pelo menos
tentava ser já que a pequena não dava conta de correr como Harry, o sobrinho de
Ed, ou como a prima Isla. Os adultos estavam distribuídos. Hannah tinha tomado
chá de sumiço com Augusto, Isabella conversava com Scott junto ao tio David,
Anna cochilava no ombro de Rick sentada ao lado de Inácio. Demi e Joe estavam
sentados próximos a Selena e Ed, a conversa não estava muito animada porque a
atenção sempre era roubada pelo som melódico vindo do piano. Megan tinha
resolvido tocar, e o som que a menina construía era delicioso de ouvir, ela
tinha até arriscado cantar algumas vezes com a ajuda de Amber, e parecia que
quanto mais o tempo avançava, mais animada Megan ficava.
Clássicos do cinema foram tocados, trilha
sonora de jogos, algumas das músicas mais atuais e quando pensavam que a menina
estava ficando cansada, lá vinham mais músicas. Uma de fato foi a última, e com
certeza a que mais chamou a atenção. The
Scientist do Coldplay não foi
tocada de forma qualquer. A música envolvia tanto a Megan que a menina se
deixava levar pelo coração, e ao toca-la, os olhos estavam fechados e o coração
a mil.
Depois da última nota, Demi observou como
Megan parecia estática. O corpo rígido numa postura reta logo estava frouxo
como se perdesse as forças. A menina não olhou para trás quando se levantou, mas
os passos rápidos indicaram que ela não estava bem, por isso Demi se levantou
as pressas para ir atrás da irmã a tempo de aborda-la ainda no corredor. Os
olhos castanhos estavam marejados, as feições tristes e quando Megan a envolveu
num abraço apertado, Demi não teve coragem de pedir que ela não chorasse porque
ninguém deveria sofrer tão cedo com a falta da mãe.
***
- Eu odeio como as coisas são. – Dentro do
carro poucas palavras tinham sido ditas, e agora em frente ao prédio onde
Dianna morava, Demi tinha sentido a liberdade de dizer aquelas palavras a Joe. –
Megan é só uma criança, ela deveria estar radiante. – Resmungou emburrada
porque odiava quando uma das irmãs ficava triste, e naquele caso, todas tinham
ficado quando souberam que Megan chorava pela mãe. – Isso é tão injusto. –
Reclamou cruzando os braços sobre o peito e minutos mais tarde olhou para Joe
sem entender o porquê de ele estar calado.
- A vida é assim, princesa. Injusta. – A voz
soou cansada. Joe relaxou o corpo no banco do carro e observou o pouco
movimento de pessoas na rua. – Eu daria tudo para ter pelo menos um dia com os
meus pais, uma hora que fosse. Eu só queria sentir como eles me amavam, ouvir a
voz, sentir o cheiro, o toque. – Pior que perder um pai ou uma mãe, era crescer
sem ter uma única lembrança, apenas histórias contadas por familiares e
desconhecidos.
- Desculpa, amor. Eu sinto muito. – Murmurou
Demi envergonhada e Joe assentiu.
- Está tudo bem, Dem. – Disse levando a mão a
dela. – Cuida dos seus pais e sempre demonstre como você os ama. – Ao fita-lo
nos olhos, Demi assentiu. A vida tinha dado a ela uma única e rara chance de
ter uma família fantástica, e Demi jamais poderia ser grata suficiente por ter
tantas pessoas para amar e ama-la.
- Sobe comigo para dizer um oi para mamãe? –
O suspiro triste foi de partir o coração. Demi o beijou no braço e sorriu
porque Joe ficava fofo quando estava emburradinho. – Essa cara só porque eu não
vou dormir com você hoje? – Perguntou tentando não sorrir e agarra-lo.
- Você está sendo muito requisitada
ultimamente. Quase não ficamos juntos. – Era ciúme. Quando Joe franziu o cenho,
Demi gargalhou e deu um jeitinho de abraça-lo da forma que conseguia.
- Joseph, nós ficamos juntos a maior parte
do tempo, não seja egoísta. – Assentindo, Demi sorriu quando ele a olhou de
sobrancelha arqueada. – Tudo bem. Nos últimos dias eu tenho passado muito tempo
com as minhas irmãs, mas nesses últimos meses nós ficamos bem grudados. – Nos
seis meses de namoro, praticamente moravam juntos. Dormiam agarrados e
acordavam nus, brigavam por besteiras ao mesmo tempo em que se derretiam de
amor um pelo outro.
- É que eu preciso de você. – Não era
egoísmo. Joe umedeceu os lábios e olhou para o couro do volante como se fosse
algo realmente interessante. O medo de estar doente o desconcentrava de ter
esperanças e o assustava, ter Demi por perto para apoia-lo fazia toda
diferença. – Preciso muito, quando nós estamos juntos, me sinto muito seguro e
bem. – Explicou a olhando. – Mas tudo bem, você também tem que ficar com a sua
mãe. – Ficar emburrado era inevitável. Joe cruzou os braços e ficou impassível olhando
para o volante.
- Não faz isso comigo, amor. – Como o cinto
estava a atrapalhando, Demi o tirou e guiou os lábios para o pescoço do
namorado. – Eu sou apenas uma mulher. – Ronronou o mordendo na orelha e o
apertando na coxa. Joe quase se deixou vencer. Ele quis gemer alto e se
entregar aos carinhos de Demi, mas não o faria. – Joseph! – Demi quis
estapea-lo porque odiava quando ele ficava emburrado e irredutível. Ela parou
os carinhos para olha-lo e revirou os olhos com muita vontade. Era muito
difícil lidar com situações daquele tipo. As meninas queriam que ela
estivesse por perto, assim como Inácio. Selena precisava de ajuda com o
casamento e de alguém para mimá-la, além de Ed, porque era demasiadamente
manhosa e carente. Joseph era um namorado grudento, estava doente e Demi queria
muito ficar o tempo todo com ele, mas também havia Dianna. Era um sonho poder
finalmente chamar a mulher de mãe, e agora que elas estavam bem Demi mal tinha
tempo para ficar com ela. – Eu vou subir, Sr. Emburrado. Vem apenas
cumprimentar a sua sogra, chato. – Se ele podia ficar emburrado, porque ela
também não ficaria? Demi só pegou a bolsa e saiu do carro. Estava frio e
nevando, por isso apressou o passo e quando estava na parte coberta do prédio,
ouviu o resmungo de Joe.
- Está muito frio. – Como um homem podia ser
tão reclamão? Demi revirou os olhos ainda o olhando e deu de ombros caminhando
em direção ao elevador. Era Nova York em pleno dezembro, sempre foi frio e
sempre seria.
- Você gostou da festa? – Perguntou Demi
quebrando o silêncio dentro do elevador. O andar onde Dianna morava era um dos
primeiro, e apesar de ser um curto período dentro do cubículo, ficar em
silêncio era chato.
- Gostei. Ao menos o seu pai não brigou
comigo. – Joe coçou a nuca e sorriu um tanto sem graça. Inácio estava muito
envolvido com os irmãos e em agradar Megan, ele tinha no máximo lançando um ou
dois olhares intimidantes ao rapaz.
- Vou conversar com ele de novo. – Disse Demi
pensando no que Joe tinha contado mais cedo. – Ninguém vai brigar com você.
Aliás, só eu. – Ela sorriu quando as portas do elevador se abriram no andar
desejado e já naquele corredor, sorriu ainda mais porque a sensação de estar
ali era nostálgica.
- Eu não quis ser chato no carro. – O abraço
por trás a pegou de surpresa, e Demi ficou quieta sentindo o calor a envolver e
o beijinho delicioso atrás da orelha arrepia-la. – Mas é verdade: você me faz
bem e eu fico seguro quando estamos juntos. – Sussurrou a abraçando com mais
força e Demi assentiu de olhos fechados.
- Eu também, Joseph. – Aos pouquinhos Demi se
virou e aspirou o cheiro dele no pescoço. – Fica comigo aqui hoje? O que você
acha? – Perguntou o abraçando pelo pescoço e Joe franziu o cenho um pouco
surpreso com o convite.
- Mas esse momento é para ser seu e da sua
mãe. Acho que eu vou estragar as coisas. – Disse um pouco sem jeito a apertando
na cintura e Demi sorriu de orelha a orelha.
- Você não vai. Aposto que a mamãe vai
gostar muito se a gente ficar aqui com ela hoje. Ela também vai te conhecer
melhor e passar mais tempo comigo. Não vai ser ruim. – O beijo no queixo e
depois vários deles no pescoço era só para convencê-lo, e o melhor de tudo era
que estava funcionando.
- Não vamos combinar nada. Só vamos deixar
acontecer. – A proposta pareceu perfeita e então Demi assentiu concordando. –
Contando que eu durma com você, está valendo. – O beijo não poderia faltar. E
como sempre foi caprichado, apaixonado e muito intenso. Demi abraçou Joe pelo
pescoço e ele envolveu a cintura dela com os braços. E ao olhar para um ponto
qualquer, o corpo de Demi aqueceu no mesmo instante porque surpreendentemente a
porta do quartinho onde teve a primeira vez estava no campo de visão. A ideia a fez sorrir, mas ficaria para outro
dia...
- Vamos, coisa gostosa. – O calor que vinha
sentindo era sem igual. Um calor sexual que a fazia querer Joe de todas as
formas. E se ficasse mais um segundo sozinha com ele, Demi o levaria para o quartinho
e só sairia dali quando estivesse enjoada de sexo, o que não aconteceria. – Comporte-se. – O sorriso foi de orelha a
orelha porque assim que chegaram a porta do apartamento de Dianna, Joe a
acertou com um tapa no bumbum.
- Sempre. – Ah não! Demi quis arrasta-lo
para o quartinho porque aquele sorriso dele automaticamente a fazia derreter
de desejo. Por um tempo ela o olhou sustentando o olhar safado, mas
resolveu que seria melhor bater à porta. Ela o pegaria de jeito quando eles
estivessem indo embora. No quartinho, de preferência.
A batida à porta
foi atendida pouquíssimos segundos depois, era como se Dianna ansiasse a
chegada de Demi e estivesse ao lado da porta o tempo todo a esperando. O abraço
que elas trocaram foi caloroso, apertado e delicioso. Olharam-se sorrindo e
voltaram a se abraçar uma mais feliz que a outra.
- Mamãe, tem problema se o Joe ficar aqui
com a gente? – Desde quando Demi era tão manhosa? Ah! Quem se importava? Ela
sorriu como se tentasse convencer a mãe a deixa-la ficar com um gatinho que
tinha achado na rua e Dianna riu assentindo logo envolvendo o rapaz num abraço.
Estava quente e muito aconchegante no apartamento, com direito a cheiro de
biscoitos e chocolate quente.
- Nós só vamos precisar de um chocolate
quente diet, você é diabético, não é?
– Perguntou Dianna o olhando e quando Joe corou assentindo, ela sorriu porque o
rapaz era muito fofo. – Vocês estão com fome? – Perguntou caminhando em direção
à cozinha e Demi sorriu observando como a mãe estava normal vestindo roupas simples e sem maquiagem. Era uma mulher
linda.
- Eu estou esfomeada. – Disse Demi ansiosa
para comer os biscoitos e tomar chocolate quente. Era até estranho porque não
tinha uma hora de relógio que tinham saído da festa de Megan, Demi até tinha
comentado “Eu estou tão satisfeita que
acho que não vou comer nada pelo resto do mês”. – Esses biscoitos são
maravilhosos. – Resmungou Demi abismada com o sabor do biscoito quentinho. –
Onde você aprendeu? – Perguntou levando um biscoito aos lábios de Joe para ele
experimentar, já se fosse deixa-lo tomar atitude, jamais aconteceria.
- É uma receita da sua avó. – Comentou Dianna
a servindo com chocolate quente e Demi sorriu, mesmo se sentindo triste por não
ter mais a avó. – A sua vó era uma mulher rígida
e exigente, mas ela tinha um lado lindo, filha. Quando eu era adolescente,
às vezes ela me contava sobre as viagens ao arredor do mundo, sobre as pessoas
que tinha conhecido e como as cidades eram lindas. A minha história favorita é
a da viagem à França. Lembro-me como se fosse ontem a sua avó contando sobre
Paris. Ela ficou horrorizada com a Torre Eiffel, disse que era uma lataria
estranhamente linda. Só não gostou do cheiro do rio Sena, criticou a quantidade
de turistas e perdeu a paciência na fila para subir na Torre Eiffel. O que eu
mais gostava nas histórias dela era que tinham tantos detalhes desde a
estrutura dos lugares as sensações que eles transmitiam. – Dianna sorriu
verdadeiramente feliz contando sobre a mãe e se lembrando de como Amélia era
espirituosa, crítica e elegante. E Demi fazia o mesmo, só que derramava
lágrimas.
- Eu gostava tanto dela. – Resmungou chorona
e Dianna ficou surpresa, mas abraçou a menina e a beijou na testa. – Sinto muita a falta da vovó. – Ronronou manhosa se aconchegando ao abraço da mãe.
- Eu sei, querida. – Quando a olhou nos
olhos, Dianna sorriu e limpou as lágrimas que Demi derramava.
- Esses biscoitos são deliciosos. – O que
ela tinha? Joe franziu o cenho. Demi não era comilona e chorona daquele jeito. Ela
estava diferente até mesmo quando estavam na cama agarrada a ele. – Amor, come.
– Será que se ele não comesse ela choraria? A carinha de choro estava prestes a
desabrochar, então Joe comeu os dois biscoitos que Demi oferecia e ficou com
vontade de puxa-la para os braços e mima-la, mas quem fazia isso era Dianna.
- Eu não sabia que você era tão manhosa. –
Disse Dianna a beijando na testa para depois nas bochechas e Demi sorriu se aninhando ao abraço da mãe. – Vamos montar a nossa árvore de natal? – Perguntou a olhando nos olhos e Demi
assentiu sorrindo de orelha a orelha.
- Joe, você está com fome? – Perguntou Demi
olhando atentamente para o namorado e Joe negou no mesmo instante.
- Tenho maracujá, posso fazer chá para você.
– Disse Dianna o olhando e Joe sentiu as bochechas ruborizarem. Ele não estava
com fome, bem pelo contrário, Demi tinha o entupido de suco de laranja e
salgados assados.
- Eu estou satisfeito. – Disse o rapaz um
tanto sem jeito. – A Dem me fez comer bastante na festa. – Ele até tinha coçado
o cabelo da nuca envergonhado porque só depois que disse sobre Demi que foi se
lembrar de que ela poderia ficar brava com ele.
- Mãe, ele não come. – Resmungou Demi
desfazendo do abraço de Dianna para ajuda-la com os biscoitos. – E olha o
tamanho dele. – Dianna riu de como Joe ficou sem jeito. Era uma característica de
Demi ser exagerada com os namorados. Dianna sabia que sempre que a filha se
envolvia com um rapaz, ela fazia de tudo da forma mais exagerada possível.
Assim era com André e agora com Joe.
- Como foi a viagem? – Perguntou Dianna pegando
os maracujás para lava-los para fazer o chá, Demi puxou Joe pela mão para que
ele se acomodasse a mesa e comesse mais biscoitos com ela.
Sobre a viagem,
Demi evitou muitos detalhes, pois não queria constranger Joe na frente da mãe.
Seria uma conversa que elas teriam pessoalmente. Ela tinha muito a contar sobre
o Texas, e Joe ficou feliz por ouvir Demi contar sobre coisas que ele nem mesmo
imaginou que ela tinha prestado atenção. As paisagens eram descritas com tanta
precisão, e Demi realmente parecia apaixonada por elas, só não mais que nas
comidas preparadas por Clara. A moça falou tão bem do Texas, que Dianna
confessou que estava com vontade de visitar as terras de Joe.
Mais tarde a árvore
de natal estava montada, apenas o pinheiro posto num vaso com a ajuda de Joe,
que fez toda a diferença. Então Dianna tinha trago do quarto uma caixa de
papelão enorme cheia de bolinhas cor de
rosa, estrelas, velinhas e bonecos de feltro, sininhos, anjinhos, miniatura
de rena, festão colorido, pisca-pisca e muitos outros enfeiteis.
Escorado no sofá,
Joe acabou dormindo, resultado do chá de maracujá. Demi e Dianna estavam
animadas. Tinham distribuído bolinhas na ponta dos galhos do pinheiro,
colocaram os outros enfeiteis e a guirlanda na porta do apartamento. O
pisca-pisca colorido foi envolto em toda árvore, e quando estava ligado, a
sensação do natal foi única. Demi olhou emocionada para mãe a abraçou de lado
ainda admirada com a beleza da árvore.
- Só falta a estrela. – Disse Dianna a Demi,
que sorriu sabendo que aquela parte era a dela.
O pinheiro deveria
ter um metro e setenta, ou seja, era muito maior que Demi, por isso foi
necessário que Dianna pegasse um banquinho e auxiliasse a filha. A estrela cor
de ouro foi posta do topo da arvore, e Demi se sentiu como uma criança por
ficar responsável por aquela parte, a melhor parte de todas! O sorriso que
tinha passado maior parte do tempo no rosto da moça só foi desfeito quando o
cheiro do pinheiro a incomodou. Não era uma árvore artificial, Dianna tinha se
esforçado para comprar uma árvore real, como era costume no país porque queria
que o natal de Demi fosse especial.
A primeira reação
de Demi foi correr para o banheiro. E foi aí que ela percebeu o quanto de
comida tinha consumido nas últimas duas horas, pois quanto mais vomitava,
parecia que mais comida tinha para ser posta para fora. Sorte que Dianna a
ajudou segurando o cabelo e buscou por uma toalha limpa quando ela lavou o
rosto.
- Você está pálida. – Dianna sabia
exatamente o que a filha tinha. Só Demi que parecia alheia ao mundo, deveria
ser o sono já que ela bocejou e franziu o cenho um tanto manhosa.
- O cheiro daquela árvore é muito ruim. –
Resmungou Demi se escorando a pia e cruzando os braços sobre o peito, e no
mesmo instante ronronou porque os seios continuavam doloridos, principalmente
quando eram apertados.
- O que foi? – Perguntou Dianna a olhando
atentamente.
- Eu acho que minha menstruação está
chegando, os meus seios estão sensíveis desde ontem. – Tornou a resmungar
manhosa completamente alheia as suspeitas da mãe.
- Podemos conversar? – Dianna tinha
encostado a porta do banheiro porque não queria correr o risco de Joe ouvir a
conversa, se bem que o rapaz estava dormindo que chegava a suspirar. – Conversa
de mulher. – Demi só foi entender quando a mãe arqueou a sobrancelha, então ela
assentiu um pouco envergonhada.
- Tudo bem, nós podemos conversar sobre
coisas de mulher. – Desde quando ela ficava tão envergonhada? Será que era pelo
fato de ser Dianna? Demi sorriu cabisbaixa porque ela sempre conversava
tranquilamente sobre sexo e tudo mais com Selena como se fosse uma conversa
sobre um dia de chuva.
- Vocês estão se protegendo? – Tinha demorado
alguns minutos para Dianna conseguir coragem o suficiente para fazer a
pergunta. Não porque tinha vergonha de conversar sobre sexo, era porque aquela
pergunta queria dizer muito mais do que deveria, e Demi arregalou os olhos sentindo
frio na barriga e o coração bater tão rápida que ela podia escuta-lo.
- Mas eu... – O anticoncepcional.. Qual
tinha sido a última vez que ela tinha o tomado? Não tinha tomado no dia
passado, e nem no retrasado, pelo que se lembrava. Respirando fundo, Demi
cobriu o rosto com as mãos e buscou pelo celular no bolso. Nada como um
aplicativo para ajuda-la a encontrar a resposta daquelas perguntas difíceis. Só
era complicado mexer no celular com a mão tremula.
“A sua menstruação está atrasada. Informe-nos quando ela
chegar”. Era o que dizia a droga do aplicativo.
Atrasada uma semana! Uma semana! Nunca mais ela silenciaria uma notificação! E
aquele anticoncepcional? Ah! Era culpa de Selena! Demi quis xingar a amiga por
não lembra-la de tomar a maldita pílula. Elas sempre tomavam juntas no mesmo
horário. E agora que Sel estava grávida, o calendário que Demi usava para
marcar o dia e horário que tinha tomado à pílula estava incompleto, mais
incompleto que completo. O problema era: todos os dias ela e Joe chegavam ao ápice
juntos, até mais de uma vez em diferentes posições e com inúmeras declarações.
- Mãe. – Choramingou Demi se sentindo uma
bagunça porque muita coisa estava começando a fazer sentido. A fome voraz nunca
foi normal, talvez o desejo sexual sim.. Mas a fome era uma novidade. Os seios
doloridos, o quão chorosa ela estava. –
Eu não posso. – A voz saiu fina e falha. O coração doeu e muitas lágrimas
rolavam. Ser mãe? O medo de trazer um bebê inocente ao mundo era culpa
justamente da mulher que a abraçava. E agora?
Continua... Oiiiiii! Tudo bem com vocês? Hahaha, eu estou bem!!! Fim do mistério! Estão felizes? O que será agora da nossa menina? Lembrando que a Demi é cheia de complexos e medos justamente por tudo que ela passou com os pais, aliás, com a Dianna e a falta do Inácio. O que vai acontecer agora? Vocês gostaram? Eu estou animada para continuar escrevendo, muito animada!! Espero que vocês estejam gostando da fanfic, ainda tem muitas reviravoltas para acontecer, e acho que ela não vai demorar muito a acabar :/
Obrigada por todos os comentários maravilhosos, adoro quando vocês comentam a opinião de vocês!! Um abraço super apertado e até mais! Beijo no core <3