Nevou
durante toda a noite. Os carros na rua estavam inacessíveis por conta de toda a
neve que os cobriam e os galhos nus das árvores carregavam neve caracterizando
aquela época do ano. Dentro das casas e prédios, o aquecedor era indispensável,
as lareiras estavam acesas e as pessoas usavam roupas pesadas e cobertas que
manteriam o calor. Na casa de Inácio não era diferente. No quarto de Amber, a
menina estava bem aquecida e no quarto das gêmeas, Inácio certificou-se que
todas as meninas estavam aquecidas colocando mais uma coberta na cama de Bella,
onde estavam Megan, Hannah e Demi, e na outra cama. A companhia de outra pessoa
também ajudava muito a ficar aquecido. Demi dormia tranquilamente como sempre.
Vez ou outra se mexia na cama se esparramando e ela acabou se aconchegando mais
ao abraço de Hannah, que não tinha a soltado.
- Amor,
me abraça. – Murmurou Demi toda manhosa enlaçando os dedos aos de Hannah. –
Você é tão quentinho. – Tornou a
murmurar e Hannah riu baixinho para não acordar Megan e nem Bella. Era cedo, quase
seis da manhã e a menina tinha acordado quando Anna acendeu o abajur
“discretamente” para começar a se arrumar.
- Demi, eu não sou o seu namorado. – Sussurrou
Hannah porque acordar Megan as seis estava fora de cogitação. A menina falaria
o dia inteirinho! – Ei, eu não sou o seu namorado. – Sussurrou quando Demi
franziu o cenho.
- O que foi? – Demi não tinha o sono leve,
bem pelo contrário, mas quando ela chamava por Joe, sempre esperava por um
beijo ou ouvir a voz rouca de sono dele sussurrada no ouvido. – Hum? – Ela não
abriria os olhos, mas daí se lembrou que não estava dormindo com Joe, estava na
casa do pai.
- Por favor, não faça barulho, nós não
queremos acordar Megan agora. – Disse Hannah baixinho e Demi franziu o cenho,
porém assentiu um pouco confusa.
- Quantas horas? – Ronronou Demi e as duas
olharam na direção da porta do quarto que foi aberta por Anna, que já vestia
roupas brancas e um casaco pesado.
- Bom dia. – Anna sorriu e Demi tentou
sorrir, mas sem muito sucesso, o que resultou em risos. – Desculpem por
acorda-las. – Disse baixinho as irmãs e então apontou para direção da parte
dela para onde iria terminar de se organizar.
- São seis horas. – Disse Hannah e Demi
arregalou os olhos. Seis horas? Quem diabos acordava seis horas? Aquilo
definitivamente não era para estar acontecendo, ela estava desempregada e o
previsto para acordar, até que estivesse de atestado, era meio dia, nua,
debaixo de três cobertas e com Joe a abraçando por trás, porém ela não estava
em casa e não conhecia as regras.
- Vocês acordam sempre as seis? – Perguntou
a Hannah tentando não se deixar levar pelo sono novamente.
- Nós não. A Anna acorda. – Sussurrou Hannah
apontando para Megan, e Demi assentiu se lembrando do que a irmã tinha pedido.
- Não vão dormir? – Disse Anna e Hannah
arregalou os olhos olhando para Megan que tinha mexido.
- Por favor, não acorda a Megan. –
Choramingou e Anna e Demi riram baixinho.
- Eu acho que estou sem sono. – Disse Demi
sem acreditar que ela tinha dito aquela frase. Se Selena a ouvisse, com certeza
Demi seria levada às pressas para o hospital.
- Vamos olhar o seu curativo? – Hannah
arqueou uma sobrancelha ao olhar para Anna. Quem diabos tinha tanta disposição
pela manhã? Ainda mais as seis? Demi assentiu e com a ajuda de Hannah, saiu
debaixo das cobertas e apontou para o banheiro tentando fazer o mínimo de
barulho possível para não acordar Megan e nem Bella.
- Eu não acredito que estou acordada. –
Murmurou Demi acomodada a um puff do closet. Ela tinha lavado o rosto e
escovado os dentes usando a escola para dentes que Selena sempre insistia que
ela carregasse, e realmente tinha sido útil.
- Eu não sei o que é acordar tarde há anos.
– Comentou Anna ajudando Demi a tirar as blusas de mangas.
- Meu
Deus! – Disse Hannah adentrando o closet tão assustada que Demi e Anna
franziram o cenho. – Eu quase acordei a Megan. – Murmurou a menina recostada
contra a porta do closet, ela até mesmo tinha fechado os olhos.
- Isso é tão ruim? – Perguntou Demi sentindo
o coração acelerar um pouquinho ao perceber que Anna começava a tirar o
curativo. Ela era tão sensível que podia sentir o esparadrapo sendo puxando,
mesmo que suavemente, excitando os pelinhos do braço.
- Ela fica muito mal humorada. – Disse Anna
examinando a ferida. – Está muito bom, não está inflamado. – Demi assentiu um
pouco tensa. Era horrível estar machucada, e aquele era o primeiro ferimento
que tinha a levado para o hospital e a usar um curativo. – Relaxa o corpo. –
Pediu e aos pouquinhos Demi o fez fitando os olhos de Hannah que tinha se
aproximado. – Preciso de uma enfermeira Hann,
você pode ajudar a nossa paciente a não ficar tensa? – Funcionou tão bem
quando Hannah abraçou Demi contra o corpo de modo que ela tinha a cabeça perto
da região da barriga da menina e até mesmo o couro cabeludo foi massageado
suavemente. – Doeu? – Demi franziu o cenho quando fitou o braço. O curativo já
estava pronto e ela nem mesmo sentiu quando ele foi feito.
- Não. – Resmungou manhosa e Hannah riu a
abraçando com mais força.
- Amanhã nós tiraremos o curativo para
deixar a ferida respirar. – Disse e Demi assentiu prontamente. – Nada de tocar
no curativo, evite usar a mão esquerda para não entrar em contato com sujeira e
não deixe animais lambe-la e evite toca-los.
- Sim senhora. – Disse Hannah e Demi riu a
olhando. – Vamos comer? – Perguntou as irmãs.
- Eu acho que a Demi deveria voltar a dormir
para que nós pudéssemos preparar o café da manhã para ela. – Disse Anna guardando
a maleta de primeiro socorros.
- Não precisa. – Murmurou Demi envergonhada.
- O papai não está preparando o café? –
Perguntou Hannah.
- Eu não o vi, mas acho que ele está no
quarto com Alicia. – Disse Anna. – Você deveria falar com ele. – Disse a Demi,
que franziu o cenho.
- É o aniversário dele, e se tem uma coisa
que o papai se importa, é em ser mimado no aniversário. – Disse Hannah e Demi
mordeu o lábio inferior fitando os próprios dedos.
- Vocês não ficariam chateadas? – Perguntou
com receio.
- Não, nós já comemoramos muitos
aniversários dele. – Disse Anna.
- É, e você não. Nada mais justo que você
falar com ele primeiro. – Demi assentiu, porém ainda estava em dúvida se
deveria falar com Inácio. O que poderia dizer a ele? E se eles não fossem pai e
filha? Não tinha como dizer não porque Hannah a guiou para o quarto de Alicia e
agora Demi fitava a porta entreaberta sem saber o que deveria fazer.
Inácio
estava sentado a cadeira de balanço com Alicia nos braços. Demi umedeceu os
lábios e com uma leve batida, adentrou o quarto sobre o olhar do pai que sorriu
ao vê-la. Ele parecia tão cansado, mas feliz. Para não acordar a pequena, Demi
caminhou com cuidado observando o quarto. A cortina estava fechada, e por isso
estava mais escuro. Quando chegou no tapete felpudo, Demi pensou em tirar as
pantufas, mas quando olhou para Inácio, ele assentiu como sinal positivo que
ela poderia caminhar tranquilamente. A decoração era de ursinhos de pelúcia e
tudo era tão delicado desde a cor creme suave nas paredes acima da linha de
divisão do papel de parede que ficava mais na parte inferior da parede, e o
branco impecável dos moveis em madeira ao cor de rosa do rodapé das paredes.
- Bom dia meu anjo. – O sorriso de Inácio
era tão contagiante que Demi também sorriu com vontade de envolve-lo num
abraço. – Dormiu bem? – Perguntou e Demi assentiu levando a mão direita para
tocar o cabelo de Alicia. A menina dormia nos braços do pai e chegava a
suspirar. – Puxe um puff. – Demi o fez e sorriu quando Inácio a olhou nos
olhos. – Ela chorou à noite e só dormiu agora. – Comentou baixinho.
- Você está acordado desde que horas? –
Perguntou curiosa e porque não sabia o que poderia dizer.
- Desde as quatro e meia. – Disse e quando
Demi arregalou os olhos, Inácio sorriu. – Alicia acordou mais tarde. Eu não
consegui dormir direito.
- Você deveria descansar já que ela está
dormindo. – Demi sentiu as bochechas corarem. Ela queria dizer tantas coisas a
ele, mas não conseguia. Nem mesmo olha-lo nos olhos era uma tarefa fácil.
- Hoje o dia será longo, querida. – O
silêncio era tão agradável que Demi podia dormir caso recostasse mesmo sentada,
porém ela estava atenta e pensando em várias coisas. Quando a mão foi
carinhosamente tocada e depois abraçada pela de Inácio, Demi sentiu o coração
disparar no peito, mas esboçou um pequeno sorriso ao fitar os olhos dele. – Por
que você está nervosa? – Perguntou baixinho por conta de Alicia e Demi umedeceu
os lábios.
- Eu só.. Eu estou feliz. – Disse sentindo
as bochechas corando. – Feliz por estar aqui com vocês. – Ela precisou umedecer
os lábios novamente e quando fitou os olhos de Inácio, sustentou o olhar e
sorriu porque o olhar dele carregava o amor e carinho que ela sempre desejou. –
Feliz aniversário.. pai. – Demi não
esperava que Inácio derramasse lágrimas, e quando ela viu que ele o fazia e
sorria, o coração bateu mais rápido.
- Meu anjo, vem cá. – Ele a chamou de braços
abertos depois que tinha colocado Alicia no berço. – Obrigado filhote. – Disse quando Demi o abraçou
com força e desejou que ele fosse feliz. – Obrigado por estar aqui, nós estamos
tão felizes. – Ele disse a olhando nos olhos e Demi sorriu.
- Eu também estou. – Disse e sorriu
envergonhada. – Muito feliz. – Disse quando Inácio a envolveu num abraço de
urso apertado.
- Vamos, sente-se aqui comigo. Se nos
espremermos, nós dois sentamos. – E foi o que eles fizeram. A cadeira de
balanço era espaçosa, mas os acomodou perfeitamente. Demi estava tão à vontade
que deitou a cabeça no ombro do pai e fechou os olhos pensando que finalmente
ela tinha realizado o sonho de conhece-lo. – Ontem eu me diverti tanto. –
Comentou e Demi se ergueu para olha-lo. – Você gostou? – Perguntou e ela
assentiu preguiçosa fazendo o pai rir. – Depois que Caroline faleceu, ontem foi
a primeira vez que eu vi as meninas animadas e sorridentes. E eu fiquei feliz
também. Isso não tem preço. – Por mais que Dianna fosse terrível mesmo com tudo
que tinha passado, perde-la causaria um estrago tão grande em Demi. Ela até
franziu o cenho pensando em como amava a mãe e jamais queria perde-la. – Megan
ficou dias sem falar. Amber parou de dançar. Hannah perdeu o ânimo. Bella se
trancou no quarto, ficou sem comer e dormir. Anna sumiu no mapa, tivemos que
acionar a polícia e ela só não foi reprovada porque Caroline era professora da
faculdade. Alicia chorava querendo a mãe. Foram meses difíceis. Eu a amava
tanto. Ela era a minha melhor amiga e a minha companheira. Foi tão difícil para
mim, eu estava quebrado por dentro, mas eu tive que ser forte. Não dormi
direito pensando em tudo que me aconteceu nesses últimos meses e pensando em
como ontem foi importante para cada pessoa dessa casa. Obrigada querida.
- Eu sinto muito. – Disse segurando a mão
dele e Inácio assentiu respirando fundo. – Quando eu perdi a minha vó, doeu muito.
Minha mãe se fechou ainda mais, eu sabia que ela estava sofrendo, mas ela não me
deixou aproximar. Foi difícil. – Comentou se lembrando de Amélia.
- Eu imagino, querida. Sua a mãe era muito apegada
a sua avó. É inexplicável a dor de perder alguém, mas infelizmente faz parte da
nossa vida. – Disse e Demi assentiu. – O que nós devemos fazer é guardar no
nosso coração com muito carinho as nossas melhores lembranças. – Inácio a
abraçou de lado e Demi nada disse, aproveitou o tempo que estava nos braços do
pai. – Vamos comer? Você deve estar faminta. – Demi assentiu e quando Inácio se
levantou estendendo a mão, ela a segurou e abraçou o pai de lado. Eles checaram
Alicia assegurando que estava tudo bem, e quando abriram a porta, Anna se
preparava para bater.
- Feliz aniversário, papai. Eu te amo. –
Anna sabia que era o que ela precisava dizer antes do bom dia. Ela envolveu o
pai num abraço apertado e sorriu quando ele a beijou na testa. – Bom dia. –
Disse sorridente fitando os olhos do pai que a olhou com orgulho para depois
olhar para Demi. Inácio estava tão feliz que era perceptível apenas pelo jeito
dele de se expressar.
- Minhas duas meninas. – As duas fizeram
careta, mas sorriram quando foram envolvidas nos braços do pai. – Vamos tomar
café da manhã? – Ele perguntou as olhando e sorrindo todo orgulhoso. Quando ele
olhou para Anna, a ideia veio à tona. – Eu preciso falar com vocês duas. –
Disse as guiando para dentro do quarto de Alicia para então fechar a porta
porque quando todas estivessem acordadas, seria impossível ter uma conversa
tranquila e de adulto. – Demi quer fazer um teste de DNA. – Ele disse com certo
receio e Anna franziu o cenho e olhou para Demi.
- Eu só quero ter certeza. – Disse fitando
os olhos de Anna. – Ter uma família é muito importante para mim, não quero que
seja mentira. Eu estou tentando confiar na minha mãe, mas.. – Era tão
complicado explicar tudo que Dianna já tinha feito para machuca-la. Demi fitou
os olhos de Anna para depois os de Inácio. – Ela já me machucou muito. – Anna
assentiu levando a mão ao ombro dela para puxa-la para um breve abraço.
- Tudo bem, nós entendemos. – Demi sorriu
fitando o sorriso da irmã. Ela tinha um jeito calmo e seguro de fazer com que as
pessoas se sentissem bem e especiais. – Então vamos fazer o seguinte. – Disse
Anna segurando a mão de Demi. – Já que os dois estão de jejum, eu vou buscar a
minha maleta para coletar um pouco de
sangue de vocês e vou levar as coletas para o laboratório. – Demi parou de
escutar no “coletar um pouco de sangue de vocês”. O rosto até pálido estava e o
coração batendo mais rápido.
- Nós não podemos fazer o teste com um fio
de cabelo? – Perguntou Demi tendo que respirar fundo e Anna arqueou uma sobrancelha.
- Podemos fazer com um pedaço de unha, mas
alguém aqui nunca deixa a unha crescer. – Inácio fitou as unhas das mãos
constatando que não havia mais o que cortar. E as dos pés também estavam
curtas.
- Não vai doer. – Disse Inácio a Demi, e ela
quis chorar porque odiava o fato de estar machucada e principalmente o de ter
que tirar sangue.
- Acho
que nós não precisamos mais de um teste. – Murmurou Demi e Anna riu de como
ela estava sem jeito.
- Você quer fazer isso, então vamos fazer. Não
vai doer muito, só vai ser uma picadinha rápida. – Aquela conversa era
totalmente fajuta. Demi ainda podia se lembrar da primeira e única vez que tirou
sangue. Selena tinha gargalhado em pleno laboratório e ela ficou vermelha e sem
conseguir esconder as lágrimas enquanto o pessoal fazia a coleta.
- Não vai doer muito, vai? – Perguntou Demi
receosa e Inácio a abraçou de lado.
- Não vai, prometo que vou ser o mais
cuidadosa possível. – Demi assentiu atentamente fitando os olhos de Anna. Não
tinha como não confiar nela.
***
- Eu sempre tenho que ficar de olho nelas. –
Isabella e Demi estavam sentadas num tronco de madeira deitado de onde tinham a
visão perfeita de Amber, Hannah e Megan correndo e brincando de guerra de
bolinha de neve.
- Por que? – Perguntou Demi envolvendo o
braço ao de Bella porque estava frio.
- Hannah foge e para Megan se meter numa
confusão não precisa de muito. Amber não apronta, mas Meggy e Hannah conseguem
manipula-la. – Demi franziu o cenho e Isabella assentiu. Hannah vivia para
fugir para o Central Park para ficar com Augusto, até aula a menina costumava
faltar. E Megan.. Ela só precisava dela mesma para deixar todos nervosos.
- Um namoro proibido só é mais excitante para ela. Adolescentes são
impulsivos e gostam de adrenalina. – Disse Demi observando Hannah tentando se
defender das bolinhas de neve de Amber e Megan.
- Eu não acho que o papai esteja certo, mas
depois que encontramos um teste de gravidez no quarto dela, eu o apoio. Hannah
é apenas uma garota, ela é tão inocente e sem experiência. Nós não queremos que
ela sofra, ela precisa estudar, crescer e amadurecer. – Disse Isabella e Demi
franziu o cenho. Estava errado. Tanto Inácio quanto Hannah, e tudo que eles
tinham que fazer era conversar e chegar num acordo que favoreceria os dois.
- Ela não vai parar, Bella. – Comentou
descansando a cabeça no ombro da irmã. – Ela o ama e não vai abrir mão dele, eu
não abriria. – Disse fitando os olhos de Isabella. – Eu comecei a namorar cedo.
Meu primeiro namorado sério foi um entregador de pizza. – Demi sorriu se
lembrando de como ela tinha ficado apaixonada por André de uma forma tão
intensa que o rosto do rapaz não saía dos pensamentos e ela fazia de tudo para
encontra-lo, até mesmo pedir mais de uma pizza à noite só para poder sorrir
para ele e beija-lo com paixão. – Eu tinha dezesseis anos. Era aquele amor
ardente e imprudente, eu não estava me importando com o que ninguém dizia. Na
época eu lembro que eu pedia tanta pizza que acabei engordando cinco quilos, eu
só queria vê-lo e flertar com ele. Quando nós começamos a namorar, nós
queríamos estar o tempo todo juntos. Era tão descontrolado que eu tive a minha primeira vez no quartinho da
dispensa do prédio debaixo da escada. – Demi sorriu quando Bella riu imaginando
a história. – Se a Selena não tivesse puxado a minha orelha e me dado um banho
de água fria, eu não teria muita noção de que sexo é sério e que nós devemos
nos proteger utilizando todos os métodos. Vocês já conversaram com a Hannah
sobre isso? – Perguntou observando o movimento da rua para depois fitar os
olhos de Bella.
- Conversamos, mas ela não está usando
anticoncepcional. Se o papai souber, vai ser muita dor de cabeça. E Hannah
também não colabora, ela está com os hormônios a mil e você sabe como é difícil
nessa idade. – Demi assentiu prontamente. Ela era a prova viva quando o assunto
envolvia homens e hormônios a mil.
- Nós podíamos marcar um ginecologista para
ela. Eu, você e Anna. – Disse um pouco envergonhada. – Seria divertido e eu
acho que ela poderia nos ouvir.
- É uma boa ideia, mas ainda tem o papai.
- Um problema de cada vez. – Demi acenou
para Amber quando a pequena o fez, e em troca foi atacada por muitas bolinhas
de neve de Megan e Hannah.
- Eu tive a minha primeira vez aos dezoito.
E como você sabe, foi com o Bryan. – Disse e Demi a abraçou de lado quando
Bella esboçou um sorriso triste. – Eu estava muito apaixonada por ele. Fui a
primeira a ter um namorado, acho que posso classifica-lo assim... O papai ficou
com receio, mas foi gentil e não me proibiu. Depois do que aconteceu, ele ficou
uma fera com qualquer garoto que tentasse se aproximar.
- Eu sinto muito por isso. Infelizmente não
dá para saber se estamos nos metendo numa furada ou não. – Demi queria contar
sobre os namoros que não deram certo e especialmente sobre Jake, talvez a
história dela serviria de alerta para alguém, mas a vergonha era tanta que ela
preferiu guardar para outra ocasião. – Depois do Bryan, você não tentou
novamente? – Perguntou e Bella sorriu de lado.
- Um ano depois eu conheci o Gregg, nós saímos. – As duas riram quando se
olharam. – Foi diferente e eu já estava mais esperta sobre os rapazes. Nós
ficamos seis meses juntos, não era nada demais, não ficamos apaixonados e nem
oficializamos a relação. Foi.. Foi.. – Demi riu das bochechas de Bella coradas
e mordeu o lábio inferior dando uma breve olhada nas irmãs que ainda brincavam.
- Sexo? – Disse e Bella assentiu
envergonhada.
- Apenas sexo. Nós erámos bons amigos, ele
era gentil comigo e eu me sentia bem, só acabamos porque ele teve que ir embora
para outro estado. Alguns meses depois que a mamãe faleceu, eu conhecei o Scott, nós estamos juntos como um casal.
Sexo é bom sozinho, mas quando é acompanhado pelo amor, é mil vezes melhor. –
Bella sorriu quando Demi assentiu também sorrindo. – Só contei só para Annie, e
agora estou confiando em você. – Disse a olhando nos olhos e Demi assentiu
prontamente. – Lembro que quando contei para Anna sobre o Gregg, ela queria me
matar porque eu estava saindo com um cara só por sexo. Ela sempre foi tão
tímida com os rapazes. Fico preocupada. – Disse Bella pensando em Rick e Anna,
eles eram tão diferentes e o maior medo era que a irmã acabasse machucada. – Eu
sei como um cara pode ser cruel, principalmente com uma mulher inexperiente e
apaixonada.
- Nós vamos guia-la. – Disse Demi
sustentando o olhar de Bella percebendo que ela estava realmente preocupada com
Anna. – Eu já tive o coração estraçalhado tantas vezes, tenho experiência em identificar
idiotas. E a minha melhor amiga também. Ela sempre identifica os idiotas
primeiro que eu, aliás, eu só consigo saber com o que estou lhe dando quando já
é tarde, mas a Sel pode nos ajudar. Ela é quase uma perita em idiot.. – Era o
que dava ficar muito tempo envolvida em conversar sobre garotos. Por alguns
segundos Demi não conseguiu distinguir o que estava acontecer, mas quando descobriu,
ela cerrou os olhos e fez a maior bola de neve que conseguiu. Bella e Demi
contra Hannah, Megan e Amber. O resultado da brincadeira foi um desastres,
porém com muitos risos e neve até mesmo atrás da orelhas.
- Eu preciso atender o meu celular. – Disse
Demi. Se o aparelho não estivesse vibrando no bolso traseiro da calça, ela não
perceberia.
- Bom
dia. – Joseph.
- Bom dia, amor. – Demi sorriu envergonhada com
os olhares que recebeu e caminhou para se sentar ao tronco de árvore para que
pudesse conversar com Joe com mais calma e privacidade.
- Estou
com saudade de você. Tudo bem? – Joseph.
- Também estou, gatinho. Estou bem e você? –
Demi.
- Não
muito bem, não aguento mais ficar um minuto sem você, está me matando aos
poucos. Posso te buscar, bebê? – Joseph.
- Você me deixou preocupada, bobo. Pode, já
estou esperando. – Demi.
- É
para ficar, a cada segundo eu fico um pouquinho mais fraco. Você vai ter que me
dar muitos beijinhos para que eu possa me recuperar. – Demi riu de como Joe
estava manhoso e riu um pouco mais ao imaginar o biquinho que ele fazia.
- Já estou esperando. – Demi.
-
Estou indo, gatinha. Amo muito você. – Joseph.
- Eu também querido, tenha cuidado. – Demi.
- Pode
deixar. Manda a localização, até daqui a pouco. ps. Vou mandar mensagem quando
eu chegar. – Joseph.
Se
ela não tivesse desviado o olhar do celular, fazia-o porque enviava a
localização para Joe, para olhar para frente, seria recebia com muitas bolinhas
de neve. – Ok, eu me rendo. – Disse erguendo as mãos. – Vocês acabaram comigo. Nem
quando eu era mais nova eu tinha esse tanto de energia e fôlego que vocês tem. –
Disse observando as bochechas coradas das mais novas e como elas estavam
atentas a qualquer sinal para começarem de novo com a brincadeira. – Eu falei
com o Joe, ele está vindo me buscar. – Como era possível tanto barulho vir de
apenas quatro pessoas? Demi franziu o cenho e ficou sem saber qual reclamação
ela deveria responder primeiro, mas eram tantas que ficava complicado até mesmo
para pensar.
- Ok, vamos nos organizar. – Disse Bella
quando percebeu que aquele falatório não estava ajudando em nada.
- Nós não jogamos ainda, e você prometeu que
iria jogar comigo. – Disse Megan.
- Eu iria te convidar ontem. – Disse Amber
corada. – Eu e a Meggy, na verdade. Hoje no final da tarde a Meggy vai tocar e
eu vou dançar na peça da escola, nós gostaríamos muito que você fosse.
- Eu vou à peça. – Megan e Amber só faltaram
pular de alegria e Demi sorriu por saber que elas estavam felizes porque ela
iria a peça.
- E eu preciso de alguém para me ajudar a me
arrumar para peça. – Disse Hannah.
- Nós poderíamos conversar mais enquanto eu
faço o almoço. – Disse Bella.
- Tudo bem. Está cedo, muito cedo. – Demi
quis chorar quando olhou a hora no celular. Tinha acabado de dar oito horas. Era
para ela estar levantando. – Eu quero ficar um pouquinho com o Joe, estou com
saudade dele. Então, se vocês quiserem, eu posso voltar depois do almoço e nós
passamos o resto do dia juntas.
- Eu não acredito que você vai perder o
almoço da Bella. – Disse Megan e Demi mordeu o lábio inferior quando olhou para
Isabella, que arqueou uma sobrancelha.
- Talvez eu volto para o almoço, combinado? –
Ela só ouviu o “combinado” em grupo alguns segundos depois e as meninas riram
de como ela ficou receosa. Os próximos minutos foram dedicados a conversa sobre
a peça daquela tarde. Megan falou tanto que quase não sobrou oportunidade para
Amber, mas quando a menina falou, Demi ficou surpresa porque Amber estava tão
animada contando como ela tinha ensaiado durante todo o período de aula para
aquela apresentação.
Trinta
minutos mais tarde, o celular vibrou no bolso e Demi sorriu de orelha a orelha
ao ver a mensagem de Joe. A ansiedade era tanta para vê-lo, que Demi riu
envergonhada quando as irmãs lançaram um olhar divertido a ela, mas logo ela
pediu licença para ir encontrar Joe, o que foi motivo de risos. A neve a
atrapalhou um pouco, mas Demi não desistiu de correr até que estava nos braços
de Joe o abraçando com força. Foi apenas uma noite sem ele, porém o suficiente
para que Demi sentisse saudade.
- Oi meu
amor. – Quando olhou para cima e levou as mãos a nuca, Demi sorriu ao fitar
os olhos verdes e o sorriso de menino de Joe. Ele a abraçou forte e roçou o
nariz ao dela logo encostando as testas. – Eu senti saudade. – Disse Demi
adentrando com as mãos a touca de pompom que Joe usava para acaricia-lo no
couro cabeludo.
- Eu também. Muita saudade. – Murmurou
roçando os lábios aos dela e então Joe se encostou na caminhonete ainda com
Demi nos braços. – Tudo bem com você? – Ele perguntou deslizando as pontas dos
dedos nas bochechas dela e fitando os olhos marrons.
- Tudo.
– Aquele sorriso. Joe o conhecia muito bem. Ele fitou os olhos de Demi e depois assentiu também sorrindo. Ela estava feliz e não tinha nada mais gratificante.
– O que foi, amor? – Perguntou o beijando no queixo e Joe sorriu de olhos
fechados a abraçando com mais força repousando as mãos na cintura delicada.
- Você está muito feliz, eu posso sentir. –
Ele disse a olhando nos olhos. – E eu estou muito feliz porque você está feliz.
– Demi riu e apertou as bochechas de Joe. Agora que ela não conseguiria parar
de sorrir.
- Eu estou. – Disse roubando um selinho. –
Você está muito bonito e beijável. – Comentou o beijando no pescoço e Joe
sorriu gostando de sentir o carinho que ela fazia no cabelo da nuca. A cor da
touca era verde com detalhes brancos. E o verde combinava com os olhos dele. O
cabelo de Joe estava mais curto, porém não curto o suficiente para que as
mechas não saíssem da touca, principalmente na nuca. – Ah, Joseph. – Suspirou manhosa
descansando a cabeça no peito dele.
- Vamos para casa? Comprei ingredientes para
fazermos chocolate quente hoje à tarde e podíamos assistir filmes depois. – Joe
arqueou uma sobrancelha quando Demi o olhou nos olhos e mordeu o lábio
inferior.
- Hoje
à tarde não vai dar. – Disse levando as mãos para o peito dele. – Hoje é o
aniversário do meu pai. – Joe tornou
a arquear uma sobrancelha para pirraça-la, mas Demi riu e roubou um selinho. – Eu
quero passar o dia com ele. Só vou em casa pegar algumas peças de roupas. –
Demi o beijou no queixo e fez a melhor cara de cachorro carente. – Desculpa
amor. – Disse quando Joe franziu o cenho, mas acabou assentindo. Era a primeira
vez, desde que eles começaram a namorar, que Demi recusava um convite dele. – E
tem a apresentação das meninas. Megan vai tocar piano e Amber vai dançar. É na
escola, você poderia ir comigo, nós.
- Então a senhorita vai passar a noite
comigo? – Perguntou e Demi revirou os olhos o acertando com um tapa no braço.
Ela sabia que Joe estava começando a ficar emburrado.
- Talvez. – Disse sorrindo para provoca-lo. –
Ou talvez eu fique com as meninas. – Demi riu quando Joe fez cara de poucos
amigos, mas logo sorriu a abraçando com força. – Joseph! O que nós já
conversamos sobre esse abraços? – Perguntou um pouco sem fôlego e em resposta
Joe a encheu de selinhos que a fez rir de orelha a orelha.
- Eu estou brincando. Eu realmente gostaria
de passar o dia com você, mas também entendo que você precisa ficar com a sua família. – Demi olhou para trás
observando as garotas que ainda brincavam de bolinha de neve e assentiu fitando
os olhos de Joe.
- Vamos? Eu quero que vocês se conheçam. –
Ela já o puxava pela mão. E Joe franziu o cenho olhando brevemente na direção
da casa de Inácio. – Joseph! – Reclamou porque toda a força que ela aplicava
para movê-lo não exercia resultado. Joe continuava parado encostado no carro
enquanto ela até tinha afundado os pés na neve.
- E o seu pai? – Perguntou com receio e Demi
respirou fundo. Aquilo não podia estar acontecendo. Era perceptível que Joe
estava assustado com a ideia de topar com Inácio.
- Ele está com Alicia. – Disse Demi
observando o namorado. – Ele foi rude com você ontem? – Perguntou e quando Joe
a olhou, ele franziu o cenho.
- Não, mas também não foi gentil. –
Murmurou. – Mas ele não gosta de mim. – Disse e o coração de Demi partiu porque
ela não gostava ver Joe intimidado. – Como
nós vamos fazer? – Ela não sabia a resposta, mas também se perguntava a
mesma coisa. Havia o caso dela e o de Hannah.
- Amor, eu estou aqui. Só quero que você
conheça as meninas. – Disse o olhando nos olhos e Joe finalmente assentiu
começando a caminhar de dedos enlaçados aos dela. – Cuidado, aqui tem mais neve
que lá fora. – O portão de grade só foi aberto porque Joe a ajudou, e quando
eles pisaram no quintal de Inácio, foi um pouco complicado para adentra-lo. –
Bella, esse é o Joseph. Joe, essa é a Isabella. – Tinha dado trabalho chegar
onde Bella estava sentada. E quando Demi olhou para Joe, ela riu porque ele
estava com vergonha.
- Olá Joseph, é um prazer conhece-lo. –
Bella sorriu para Joe e ofereceu a mão para que ele apertasse, e Joe o fez
mesmo envergonhado.
- Oi Isabella, o prazer é meu. – A vontade
Demi era de apertar as bochechas de Joe e enchê-lo de beijos exagerados, e ela
o faria quando eles estivessem sozinhos.
- Ei
Joe! – Joe sorriu e fez careta quando Hannah o acertou com algumas bolinhas
de neve, e quando se aproximou o envolveu num abraço. – A sua namorada é minha
irmã. – Disse a menina abraçando Demi de lado.
- Ele ficou sabendo primeiro que a gente. –
Disse Demi e Hannah arqueou uma sobrancelha fazendo Joe ficar corado.
- Noutro dia no Central Park, o Augusto falou
o nome do seu pai. Pensei que era apenas uma coincidência, mas.. – Joe sorriu
um pouco envergonhado quando as outras garotas se aproximaram.
- Mas o papai me deu uma bronca e um sermão
no Augusto na sua frente. – Completou Hannah e Joe assentiu.
- Eu também ouvi um sermão. – Ele disse
ainda envergonhado que as bochechas chegaram a corar. Foi o suficiente para que
as meninas o achasse fofo e para que Demi quisesse apertá-lo ainda mais.
- Amor,
essas são Megan e Amber. Garotas, esse é o Joseph. – Demi os apresentou e
Joe as cumprimentou com um aperto de mão.
- Vamos entrar? Podemos tomar uma bebida
quente. – Disse Hannah e Joe nada disse, coçou o cabelo da nuca e franziu o
cenho quando as garotas olharam para ele se perguntando o porquê dele continuar
parado enquanto elas já caminhavam para dentro de casa.
- E.. eu.. eu.. não acho qu..que é uma boa
ideia. – Custou muito para que ele conseguisse concluir aquela frase sem que
virasse uma confusão de palavras. Demi franziu o cenho e se aproximou do
namorado.
- Você está nervoso. – Disse o observando e
Joe assentiu de cenho franzido.
- O papai não vai fazer nada. – Disse Hannah
e Megan arqueou uma sobrancelha.
- Nós podemos fazer isso depois? – Perguntou
Joe a Demi, que franziu o cenho, mas assentiu fitando os olhos dele.
- Eu acho melhor organizarmos melhor essa
situação. – Disse Demi olhando para Bella que assentiu se lembrando da conversa
delas antes de Joe chegar.
- Eu não acho que ele ficará bravo, mas você
quem sabe. – Disse Hannah.
- Vocês podem ir a nossa apresentação. Não
tem como ele falar nada. – Disse Megan e Demi sorriu logo olhando para Joe. Ele
estava tenso e com medo de Inácio que toda hora olhava na direção da porta.
- Nós vamos. E agora eu vou para casa me
organizar para mais tarde. – Disse Demi as irmãs e ela sorriu com a careta que
elas fizeram.
- Pensei que você iria almoçar com a gente.
– Resmungou Hannah.
- O nosso primeiro almoço juntas. – Demi riu
de como Megan piscou para ela.
- Eu realmente tenho que ir em casa, mas é
certeza que vamos assistir à apresentação. – Megan já tinha a ameaçado, caso
ela não fosse a apresentação. E Amber estava animada e ansiosa para dançar,
tinha até mostrado a roupa que usaria para Demi quando a convidou timidamente
para conhecer o quarto. – Vou buscar as minhas coisas e me despedir do Inácio e
da pequena. – As meninas acabaram rindo quando Demi deu um jeitinho de beijar a
bochecha de Joe e ele ficou todo vermelhinho, mas esboçou um sorriso tímido
vendo a namorada caminhar para dentro de casa. E quando ele ficou sozinho com
as irmãs de Demi, não foi nada que o rapaz pensou. Rapidamente Hannah puxou
assunto e as outras garotas fizeram perguntas a ele a fim de conhece-lo melhor,
e Joe também perguntou e conseguiu relaxar quando as primeiras risadas
surgiram.
Qualquer
dia Demi se perderia dentro daquela casa. Ela não acertou de primeira o
corredor que levava para o quarto das gêmeas, só depois de três tentativas que
chegou ao quarto onde estavam as roupas da noite passada e a bolsa. O próximo
passo era procurar Inácio e Alicia. Demi não os encontrou no quarto da pequena,
procurou na sala e na cozinha, porém sem sucesso. Restou subir as escadas e no
final do corredor, no escritório, encontrou-os.
- Ei. – Disse Demi toda sorridente antes de
adentrar a sala. Inácio estava sentado a cadeira de couro com Alicia nos braços
e focado em trabalhar no notebook. – Eu estou indo. – Disse ao pai se
aproximando e quando Alicia levantou os braços, Demi derreteu-se de paixão
porque a menina queria que ela a pegasse. – Oi bebê, você está bem? – Demi
sorriu quando Alicia sorriu mesmo com a chupeta na boca. – Eu quero te apertar.
– Ela sorriu de orelha a orelha quando ouviu a risada da menina que descansou a
cabeça no peito dela e curiosa, começou a falar o nome dos membros do rosto de
Demi os tocando. Detalhe, Alicia só sabia o nome nariz e tudo para ela chamava
nariz.
- Já vai? – Inácio parou tudo que estava
fazendo para ver Demi e Alicia interagindo. – Você não vai almoçar comigo? –
Perguntou e Demi riu para a pequena logo voltando a atenção para o pai.
- Bem, eu pensei em ir em casa porque
preciso me organizar. – Disse Demi fitando os olhos de Inácio. – E como nós já
vamos assistir à apresentação das meninas e jantar juntos, pensei em ficar em
casa um pouco. Com o Joe. – Ela sustentou o olhar de Inácio sem coragem para
desvia-lo. Ele não parecia bravo, porém também não estava feliz. – Nós vamos
para o Texas esse final de semana e temos que começar a organizar as nossas
coisas. – Completou sentindo as bochechas corarem e completamente agoniada com
a falta de reação de Inácio.
- Vão? – Ele só desviou o olhar do dela para
desligar o telefone que tinha acabado de tocar. E Demi assentiu engolindo em
seco. – Nós temos que conversar sobre esse namoro, mas não hoje.
- Nós estamos juntos e eu o amo. – Disse
baixinho.
- Não hoje, querida. – Inácio sorriu para
descontrair mais o clima. Ele não queria brigar com Demi, queria que ela apenas
compreendesse os motivos dele para não aprovar os namoros. – Vou leva-la para
casa então.
- Não precisa. – Demi umedeceu os lábios e
juntou toda a coragem para falar: - O Joe veio me buscar. – Disse envergonhada
e Inácio assentiu depois de olhá-la nos olhos.
- Ele veio te buscar, muito bem. – Murmurou
se levantando. – Vou acompanha-la e cumprimentar o garoto. – Os sorrisos de Alicia ajudaram Demi a esquecer que
Inácio poderia dar um sermão em Joe sem o coitado merecer. – Deixe-me ajuda-la.
– Demi sorriu quando Inácio segurou as coisas dela para que ela pudesse ficar
com Alicia a mimando, e ele também a ajudou a descer pacientemente degrau por
degrau da escada. – Tem certeza que não vem almoçar conosco? – Inácio tornou a
perguntar e pelo olhar dele, Demi mordeu o lábio inferior se lembrando do que
Hannah tinha tido sobre o aniversário dele.
- Tudo bem, eu venho. – Ao menos ele sorriu
e a abraçou de lado. Quando eles chegaram ao quintal, Demi quis abraçar Joe e
dizer que tudo ficaria bem. Ele fez uma cara tão depressiva e logo tentou
disfarçar sem muito sucesso já que a tensão era óbvia.
- Joseph. – Inácio ofereceu a mão para que
Joe a apertasse e sorriu quando Joe a apertou corado, porém ainda firme. Era
admirável a coragem de Joe, mas todos ali sabiam que ele estava para fugir
correndo. – Vamos entrar? Tomar um café e conversar um pouco? – Isabella e
Hannah conheciam muito bem aquela fala. Primeiro Inácio esboçava um sorriso
convidativo e era gentil para depois, aos poucos, começar a colocar os garotos
contra a parede.
- Obrigado. – Joe desviou o olhar dele para
olhar para Demi brevemente, precisamente para a pequena Alicia nos braços da
namorada. O rapaz até perdeu o fôlego e esboçou um pequeno sorriso imaginando
uma garotinha deles. – Fica para outra ocasião, eu tenho que passar no
trabalho. – Joe piscou algumas vezes antes de olhar para Inácio. Bella e Hannah
torciam por ele, e quando o convite foi recusado, elas quase gritaram de
felicidade pelo rapaz, ficaram até inquietas chamando a atenção do pai, que
balançou a cabeça em negação e esboçou um sorriso charmoso.
- Tudo bem, filho. – Inácio franziu o cenho quando Joe voltou a olhar para Demi
e Alicia, dessa vez sorrindo. – Essa é Alicia, a minha caçula. – Ele pegou
Alicia dos braços de Demi e para a pequena, Inácio sorriu lindamente. – Você
quer pega-la? – Perguntou e quando Joe assentiu, as meninas quiseram negar por
Joe porque Alicia era uma das armas que Inácio usava para começar a se enturmar
melhor com os garotos para depois colocar os outros planos em prática. – Você
já segurou um bebê? – Perguntou estrategicamente e Joe, de tão inocente que
era, assentiu acomodando perfeitamente a pequena nos braços. – Você já tem
filhos? – Perguntou e Joe quase assentiu, mas logo franziu o cenho negando.
Demi até riu.
- Não senhor.
– Disse fitando os olhos de Inácio que estudava os dele procurando por
algum vestígio de mentira. – Cuidei da minha prima quando ela era bebê. – Rose. Demi revirou os olhos e acomodou
as mãos nos bolsos da calça não muito feliz porque ela conheceria a garota
dentro de alguns dias. – Eu tenho muitos primos e primas, os vi nascer. – Joe
sorriu para Alicia e a acariciou na bochecha achando fofo como o cabelo era marrom
assim como os olhos igualmente como os de Demi.
- Vamos entrar? Você pode me contar essa
história melhor enquanto tomamos café. – Joe adorava contar sobre os primos,
ele até assentiria, mas realmente precisava passar no trabalho.
- Eu realmente tenho que ir. – Disse a
Inácio.
- Você está me devendo um café. Vou
acompanha-los. – Parecia que eles poderiam dar certo. Quando Inácio, Joe e
Alicia avançaram na frente conversando, Demi assustou-se quando Megan enlaçou o
braço direito dela e Hannah ficou responsável pelo esquerdo.
- Não se engane, Demi. – Disse Bella
caminhando ao lado de Amber. – O papai só está o testando.
- Exatamente. Ele é um bom homem, mas não é
gentil com os nossos meninos. – Disse
Hannah e Demi franziu o cenho. Eles pareciam bem. Estavam até rindo juntos
mesmo com Joe com um pouco de receio.
- Ele é esperto como um predador. – Disse
Megan. – Estuda a presa, prepara o terreno e quando você menos espera. – Ela
parou de caminhar chamando a atenção das irmãs. – Boom! Ele ataca, não mata na hora, vai torturando aos poucos até
que você morre de medo. – Ela estava exagerando, só podia! Demi riu porque
Megan conseguia encenar muito bem, mas no fundo não acreditava que Inácio era
tão terrível. – E eu estou falando sério. Você acha que Bella está sem beijar
desde os dezoito porquê? – Quando Demi olhou para Isabella, ela riu da cara de
poucos amigos da irmã. Não era à toa que ela contava as aventuras apenas para
Anna.
- Aos menos eu já beijei alguém, Srta.
Fofoqueira. – Disse Bella e Megan revirou os olhos com vontade.
- Eu realmente não me importo. Não estou
interessada mesmo em trocar bactérias e germes com outras pessoas, isso é bem
nojento e desgastante. Estou muito bem e feliz sozinha, muito obrigada. – Demi riu. Megan sempre tinha uma resposta na
ponta da língua.
- Bem.. – Disse Demi ajudando Hannah a
caminhar já que a neve atrapalhava. – Trocar bactérias e germes com outra
pessoa é muito bom, e quando a Srta. fizer, aposto que não vai querer parar. – Ela
tinha olhado para Joe porque estava ansiosa para ficar sozinha com ele e
enchê-lo de beijos exagerados.
- Se você não vacinar o seu namorado fofo e
coradinho contra o papai, você não vai trocar bactérias e germes com
ninguém pelos próximos cinquenta anos. – Megan tinha dito alto demais e quando
Inácio a olhou, ele sorriu.
- Megan, Megan. – Inácio arqueou uma
sobrancelha e Megan fez o mesmo.
- Papai, papai. – Disse a menina sustentando
o olhar do pai, e Inácio a puxou para um abraço de lado porque ele estava com
Alicia nos braços.
- Quero a minha garota em casa meio dia em
ponto. – Disse Inácio a Joe, que assentiu mesmo sem entender e as meninas
sorriram porque Demi almoçaria com elas.
- Sim senhor.
– Joe esperou que Demi se despedisse das irmãs com abraços calorosos e do
pai para que também pudesse se despedir.
- Tudo bem, querido? – Joe não tinha dito
nenhuma palavra desde que eles adentraram a caminhonete. E quando ele assentiu
já guiando o carro, Demi franziu o cenho. – O gato comeu a sua língua? –
Perguntou levando a mão à coxa dele.
- Não. – Joe esboçou um pequeno sorriso a
olhando. – Senti a sua falta. – Ele disse levando cuidadosamente a mão para a
esquerda de Demi sobre a coxa dele.
- Hum, eu também. – Lutando contra o cinto
de segurança, Demi se esticou para que pudesse beijar a bochechas de Joe e
quase o atrapalhou com a marcha também o desconcentrando do trânsito que estava
ligeiramente mais perigoso que o normal por conta da neve. – Desculpa, eu só
queria um pouco de contato. – Murmurou manhosa. – Eu também senti a sua falta.
– Joe esperou o carro parar numa sinaleira para puxar Demi para um beijo que a
deixou zonza e a fez sorrir. – Joseph. – Era bom sentir os lábios dele a
beijando no pescoço e a mordiscando na orelha, porém o sinal tinha acabado de
mudar para o verde e os carros atrás já começavam a buzinar.
- Nós já vamos para casa, só tenho que
passar na empresa para entregar os recebidos das entregas para o Steve. – Joe
sorriu ao ver os lábios dela avermelhados, ele queria beija-la novamente, mas
se o fizesse, eles estariam em sérios problemas. – Amor, nós já temos as nossas passagens para o Texas. – Disse
levando a mão ao joelho dela.
- Você comprou as passagens sem me falar
nada? – Resmungou Demi colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha se sentindo
nervosa.
- Eu falei com a vovó mais cedo, ela disse
que a formatura da Rose é no início da semana. Nós já tínhamos conversado sobre
ir nesse final de semana, Dem. – Joe não podia esconder como estava animado
para voltar para casa, mesmo que fosse a passeio. Ele gostava de Nova York,
porém preferia viver no campo, onde era mais sossegado. A ideia de apresentar a
família, a cidade e a fazenda a Demi também o animava bastante.
- Joe, conversar é uma coisa. – Choramingou.
– Ter as passagens é outra completamente diferente. – Murmurou fitando o movimento
das pessoas lá fora. – E você não deveria fazer esse gasto sozinho. Eu compro
as passagens de volta. – Disse e Joe umedeceu os lábios e a olhou brevemente.
- Amor, a vovó comprou a minha passagem e eu
a sua. E você está desempregada, não pode fazer gastos. Eu estou te convidando,
então eu vou arcar com tudo. – Ah! Ele era tão cabeça dura. Demi revirou os
olhos e como não podia ataca-lo com tapas como fazia às vezes, cravou as unhas
da mão direita sobre a coxa de Joe, o que não resultou em nada.
- Para com isso, ok? Eu tenho dinheiro no
banco e ainda um salário a receber. – Disse emburrada.
- Não senhora. Quando eu estava desempregado, você cuidou de tudo. Agora é minha vez. –
Joe sorriu para Demi e a beijou demoradamente na bochecha aproveitando que o
carro estava parado na ponte do Brooklyn. – E não seja injusta. Nós concordamos
que um cuida do outro, lembra? – Sussurrou no ouvido dela e Demi, que estava
com cara de poucos amigos, revirou os olhos, mas virou o rosto para beijar os
lábios de Joe.
- Você é um chato. – Disse e Joe deu de
ombros roubando um selinho antes de voltar a guiar o carro. – Eu acho que vou
resistir como você fez. Não me deixou pagar praticamente nada, seu orgulhoso.
- Eu não sou orgulhoso, gatinha. – Demi
arqueou uma sobrancelha e buscou o celular na bolsa para checar as mensagens. –
Suas irmãs são legais. – Ele disse levando uma mão para acariciar a bochecha
dela enquanto a outra agarrava firme o volante revestido de couro. – Alicia é
tão fofa. – Comentou sorrindo porque ele tinha gostado tanto da pequena que não
queria entrega-la para Inácio de jeito nenhum.
- Elas são as melhores irmãs do mundo. –
Disse Demi toda sorridente ao ver que Amber tinha a adicionado no grupo que
elas tinham apenas de garotas. – Alicia é um amor, Joe. Toda vez que eu a olho,
penso em aperta-la e em ter um bebê com você. – Disse exatamente quando Joe
parou o carro. Demi continuou envolvida com o celular e Joe a olhando
completamente emocionado. – O que foi? – Perguntou alguns minutos depois ainda
sem olha-lo e Joe umedeceu os lábios sentindo o coração quase sair pela boca.
- Você quer ter um bebê comigo. – Demi
franziu o cenho quando o olhou, mas sorriu porque Joe estava todo fofo a
olhando com paixão. – Eu estou ansioso para ser pai. – Disse quando ela o
abraçou.
- Hum, não se empolgue muito. A Sel está
surtando por causa do parto, e ela me mandou um vídeo. – Joe fez careta e Demi
deu de ombros. – Eu não estou psicologicamente preparada para ter um bebê. –
Disse e ele cruzou os braços sobre o peito.
- Você terá nove meses para se preparar. E
eu vou estar com você, não vai ser ruim. Vai ser a melhor coisa da nossa vida.
– Disse emburrado e Demi cerrou os olhos.
- Nós temos problemas bem maiores e
cabeludos por agora, como montar o meu escritório e ir ao Texas. – Demi
sustentou o olhar de Joe constatando que ele não tinha ficado nada feliz com o
tom que ela tinha usado ou era pelo fato dela ter se referido ir ao Texas como
um problema. – Eu não quis ofender. – Murmurou sentindo as bochechas corarem e
Joe assentiu calado.
- De todas as possibilidade de você não
querer ir ao Texas, eu jamais imaginei que era um problema cabeludo para você. – Joe não conseguia desmanchar a testa enrugada
de tão chateado que estava.
- Joseph. Eu só me expressei mal. – Disse
levando a mão ao braço dele e Joe continuou sem olha-la.
- Sinceramente? E..eu..eu não estou
entendendo mais nada! Pensei que nós estávamos indo ao Texas porque você queria
conhecer a minha família e onde eu cresci porque nós vamos ser uma família. – O
objetivo não era magoa-lo. Demi tentou se aproximar quando Joe a olhou, porém
ele não permitiu. Descansou a cabeça no volante de cenho franzido.
- Você esqueceu que a sua prima me odeia? –
Disse Demi e quando Joe a olhou, ele negou balançando a cabeça.
- Olha, eu vou falar com o Steve. Me espera
aqui no carro. – Não foi como se ela tivesse opção. Joe esticou para pegar uma
pasta do porta-luvas e saiu do carro batendo a porta com um pouco de força. Ele
estava realmente chateado e Demi respirou fundo o observando caminhar para
dentro do prédio. O que ela faria para reverter a situação?
“Você está aí?” – Demi. Quando Selena a
respondesse, se é que aconteceria já que Demi não tinha respondido as dez
últimas mensagens, ela saberia como iria administrar aquela situação com Joe.
“Não, eu não estou
aqui.” – Selena.
“Quanta maturidade...
Eu preciso da sua ajuda” – Demi.
“Eu não estou aqui.”
– Selena.
“O Joe está chateado
com algo que eu disse e agora eu não sei o que fazer” – Demi.
“Você anda chateando
muitas pessoas. Talvez você mereça todo o mal humor dele.” – Selena.
“Qual o seu problema?
Sel, fala comigo, por favor! Você sabe que eu preciso de você mais que o ar que
eu respiro” – Demi.
“Eu te odeio tanto! O
que você falou?” – Selena.
“Que ir ao Texas era
um problema cabeludo. Ele comprou as passagens para esse final de semana sem me
consultar! – Demi.
“Hum.” – Selena.
“Por que ir ao Texas
é um problema?” – Selena.
“Por que a prima dele
me odeia? Por que os parentes dele sabem que eu dormi com um cara casado? Por
que eles com certeza me viram fazendo sexo numa droga de vídeo em sites
pornográficos? Por que eles sabem que a minha mãe é uma prostituta? E se eles não
gostarem de mim?” – Demi.
“Dem, não funciona
assim” – Selena.
“E funciona como? Não
tem como dizer que eu estou exagerando, porque eu não estou! A prima dele
enviou os links dos vídeos pelo celular do Derick. Imagina só o que ela deve ter
dito para os primos? Você sabe como adolescentes são idiotas quando o assunto é
sexo!” – Demi.
“Eles não podem
julgá-la porque eles não conhecem você. Seria estúpido e só mostraria que eles
são mente fechada e se deixam influenciar por qualquer notícia sem ao menos
saber se é verdadeira. Enquanto aos vídeos, o Joe tirou do ar. Sobre a sua mãe,
não desrespeita a ninguém, além de você. E eles vão gostar de você! Não precisa
ter medo, só seja você mesma que será o suficiente.” – Selena.
“Sel! Não é tão simples
assim. Eu realmente estou nervosa em conhecer a família dele” – Demi.
“Você tem razão. Não
é simples como eu disse. Dem, nem sempre as pessoas vão gostar de quem nós
somos. O que nos resta? Respeitar porque é dessa forma que a vida é, não tem
como ter tudo e agradar a todos. É impossível todos te odiarem. Laura e Clara
já gostam de você, e pelo que o Joe sempre diz, ele foi criado por elas.
Diríamos que você já tem setenta por cento da aprovação da família dele. O
resto é resto. Eles não vão afastar o Joe porque eles não podem obriga-lo, ele
teria que ser manipulado contra você, e isso só aconteceria se ele fosse mente
fraca” – Selena.
“Você tem razão, mas
eu ainda vou ficar morrendo de vergonha. O que eu digo a ele? – Demi.
“Por que a sua prima
me odeia? Por que os seus parentes sabem que eu dormi com um cara casado? Por
que eles com certeza me viram fazendo sexo numa droga de vídeo em sites
pornográficos? Por que eles sabem que a minha mãe é uma prostituta? Por que eu
estou com medo deles terem mais motivos para não gostar de mim e me afastar do
Joe?” – Selena.
“e me afastar de
você*” – Selena.
“Você copiou a minha
mensagem. Inacreditável!” – Demi.
“Dem, na sua mensagem
há tudo que você tem que explicar para ele. É a verdade, não é? Então explique,
vocês já discutiram sobre isso, você me contou” – Selena.
“É a verdade.
Obrigada! ps. EU TENHO QUE TE CONTAR SOBRE AS MINHAS IRMÃS! ELAS SÃO
INCRÍVEIS!” ps1. SERÁ POR MENSAGEM DE VOZ!” – Demi.
“Oh, que legal. Estou
animadíssima. ZzzZz” – Selena.
“Eu não acredito! Não
vale ter ciúmes delas” – Demi.
“Eu” – Selena.
“Não” – Selena.
“Estou” – Selena.
“Com” – Selena.
“Ciúmes” – Selena.
“Conta outra,
ciumenta” – Demi. A
conversa com Sel estava realmente boa, tão boa que Demi tinha se esquecido do
tempo e se assustou quando Joe adentrou o carro.
“Um ps. Realmente
importante: contei para o Ed sobre o nosso beijo :) ps. Ele surtou, porém ficou
mais curioso que bravo.” – Selena.
“Eu já falo com você,
te amo” – Demi.
- Falou com o Steve? – Demi odiava quando
Joe ficava chateado porque ele parava de falar. Ficava mudo e sem reação para
qualquer coisa que ela tentasse. – Joseph, deixa de ser criança. – Disse também
brava e Joe a olhou feio dando partida no carro. – Você vai ficar sem falar
comigo? Ótimo. – Era melhor olhar a vista da cidade a brigar com Joe, coisa que
Demi não tinha paciência. O inverno era uma boa lembrança, era naquela época do
ano que ela e Selena costumavam ficar mais próximas porque elas preferiam ficar
dentro de casa juntas a sair como costumavam fazer nas outras estações. Uma vez
ou outra visitavam o Rockefeller Center e lamentavam porque não podiam subir no
Top of The Rock para apreciar a vista da cidade como faziam. – Eu vou ficar no
meu apartamento. – Disse a ele sem nem olha-lo, o carro já estava na área do
Central Park e não demoraria nada para chegar onde Demi morava. – Por que você
parou? – Perguntou irritada porque eles estavam algumas quadras de casa.
- Nós vamos conversar. – Disse tirando o
cinto de segurança e Demi sentiu o sangue ferver nas veias ao olha-lo.
- Agora você quer conversar? Nós poderíamos
ter conversado se o gato não tivesse comido a sua língua durante todo o caminho
até aqui, mas parece que eu estava enganada. – Soou tão calmo que Demi nem
acreditava que era ela.
- Você não quer conhecer a minha família? –
Perguntou descansando a cabeça no volante ainda sem olhar para Demi. – Seja
sincera.
- Eu não quero. – Demi sentiu o coração partir
quando Joe a olhou nos olhos. – Não é porque eu não quero conhecer quem eles
são, entende? Eu estou pensando no nosso relacionamento. Não quero que a sua
família me odeie. Não quero que eles julguem a minha mãe e nem a mim. Eu não
quero ter que passar por situações constrangedoras e me sentir desconfortável
perto de você.
- Você sempre está dependendo da opinião das
outras pessoas para viver a sua vida.
- Já pensou o inferno que seria se eles não
gostarem de mim? – Perguntou chateada e Joe respirou fundo acomodando o corpo
ao banco.
- Posso vender a sua passagem? – Perguntou
alguns minutos depois e Demi franziu o cenho.
- Você vai sozinho?
- Vou. – Joe umedeceu os lábios e olhou
brevemente para Demi. – Prometi a Rose que eu iria, e o Steve já me liberou.
Vou continuar trabalhando, só que online.
- Quanto tempo você vai ficar? – Perguntou
com receio. E se ele decidisse ficar no Texas e não voltar para Nova York? Ela
nem mesmo se lembrava o nome da cidade de onde Joe era.
- Eu não sei. Uma semana ou duas. – Disse a
olhando sem muito interesse e Demi franziu o cenho.
- Se eu
for com você, você vai cuidar de mim e não vai mudar? – Joe cerrou os olhos
quando a olhou, mas depois suspirou e assentiu um pouco impaciente.
- Eu não vou te deixar por um boato ou
fofoca. – Ele disse a olhando. – Vem cá. – Não tinha como ficar chateado com
ela. Joe a envolveu num abraço apertado e a beijou no topo da testa. – Você me
irrita quando se importa com a opinião dos outros a ponto de nos prejudicar. –
Disse a olhando nos olhos e Demi desviou o olhar do dele. – O que importa só é
eu e você. – Ela assentiu e Joe roçou o nariz ao dela antes de roçar os lábios
e olha-la nos olhos. – Eu e você. – O lábio inferior dela foi mordiscado e a
língua ternamente acariciada pela dele num beijo devagar que aos poucos ganhava
mais calor e movimento conforme as mãos grandes apertavam a cintura delicada.
- Eu vou com você. – Demi se controlou para
não passar para cima dele porque o carro estava estacionado num lugar público e
era dia. – Vamos para casa? Ainda está cedo e nós podemos dormir um pouco. Eu
acordei às seis. – As mãos estavam apoiadas ao rosto de Joe e os olhos
admirando o verde dos dele. – Você está um amor. – Quando ela tirou a touca que
ele usava, o sorriso de Demi foi de orelha a orelha porque o cabelo de Joe
estava bagunçado. – Acho que alguém não penteou o cabelo. – Comentou rindo
quando viu que as bochechas dele coraram. Joe sempre penteava o cabelo, era uma
das maiores preocupações dele quando se tratava da aparência.
- Não deu tempo. Quando vi a mensagem da Sel
perguntando onde você estava, eu tinha acabado de acordar. Então liguei para
você e assim que desliguei, fui te buscar. – Demi arqueou uma sobrancelha, mas
logo cerrou os olhos.
- Isso significa que você não tomou o café
da manhã? – Perguntou e ele coçou o cabelo da nuca de bochechas coradas.
- Tomei. Eu acordei um pouco mais cedo, comi
e não aguentei, acabei dormindo no sofá com a Lucy. – Disse envergonhado e
quando Demi tornou a arquear as sobrancelhas, Joe deu de ombros. – É sério. –
Murmurou sem jeito e ela riu o abraçando de lado. – Acho que a sua preguiça de
manhã é contagiante.
- E as suas bochechas coradas também. – Os
dois sorriram quando se olharam. – Casa? – Joe assentiu e antes de ligar o
carro, deu um selinho nos lábios de Demi.
***
- Eu odeio ter que fazer isso. – Elas tinham acabado de descer do carro. Hannah, Bella, Anna, Demi e Inácio com Alicia. –
Era papel da Megan, mas ela está ansiosa demais para apresentação que nem sabe
mais fofocar. – Disse Hannah e Demi franziu o cenho quando a olhou. Era
complicado entender o que a menina dizia porque ela falava baixinho e o barulho
que as pessoas faziam não permitia. A escola onde Amber e Megan estudavam era a
mesma onde Joe dava aulas de reforço. O lugar era grande e espaçoso, e era para
o auditório, onde aconteceria a apresentação de encerramento da turma, que todos
caminhavam. Inácio estava na frente com Alicia empacotada num sobretudo que fez
Demi sorrir de orelha a orelha e apertar a irmã quando a viu toda arrumada.
- Do que você está falando? – Perguntou Demi
a Hannah tentando não se perder naquela confusão de pessoas.
- Hoje à noite provavelmente a casa estará
cheia de parentes. A Megan me pediu para falar com você sobre cada uma das
nossas tias, tios, primos e primas, mas eu acho que não sou capaz de descrever
cada um deles como ela faria. – Hannah olhou atentamente para cada pessoa a
procura do rosto do namorado.
- Como assim? – Demi perguntou fazendo o
mesmo. Inácio tinha convidado Joe para assistir à peça e jantar com eles. Mais
cedo, antes de Joe leva-la de volta para casa de Inácio, o rapaz ficou tão
nervoso que Demi teve que conversar com ele e mima-lo um pouco.
- Parentes podem ser legais, mas também
terríveis. – Qual era a experiência de Demi com parentes? Ela franziu o cenho e
coçou o cabelo da nuca pensando no que Hannah tinha dito. Selena tinha parentes
problemáticos, não muitos e ela teve pouco contato, então não tinha muita noção
do que se tratava.
- Eu só conheci a minha avó materna. – Disse
a menina tendo que segurar com mais força o braço de Hannah para que elas não
fossem separadas.
- O papai tem duas irmãs: Tia Clarisse, Tia
Letícia. E três irmãos: Tio David, Tio Thiago e o Tio Gustavo. – Hannah contou
um pouco sobre cada um deles e disse tantos nomes, que pertencia aos primos e
primas, que Demi nunca se lembraria. Segundo Hannah, Clarisse era uma boa tia,
um pouco exigente e durona, mas sempre estava as ajudando. Letícia era mais
distante porque sempre estava viajando a trabalho, e quando estava por perto,
queria saber de toda a vida dos sobrinhos e sobrinhas. Enquanto aos tios, David
era o mais próximo a Inácio e o melhor tio, já que ele tinha o costume de
mima-las. Thiago e Gustavo não eram tão presentes, mas segundo Hannah, os
filhos deles eram terríveis. – Megan com certeza explicaria melhor. – A menina
chegou a ofegar, e quando Bella olhou para trás, ela riu.
- Vocês estão falando sobre o que? – Perguntou
Bella se virando com Anna. Se elas não estivessem com roupas diferentes, Demi
não iria conseguir distingui-las.
- Sobre a família do papai. – Disse Hannah
logo esboçando um sorriso de orelha a orelha ao ver Augusto ao lado de Joe. – É
muito bom desfrutar da companhia de vocês, mas eu tenho que ir. – Hannah foi
rápida o suficiente para que Demi só percebesse que a menina tinha saído
minutos depois.
- Ela? – Perguntou Demi e Anna assentiu
levando a mão ao ombro dela.
- Ela foge que você nem vê quando o Augusto
está por perto. – Disse Anna procurando por Hannah que já estava nos braços do
namorado o abraçando.
- E o papai deixou, então ela fica mais
feliz que o normal. – Bella enlaçou um braço ao de Demi e Anna ficou com o
outro. – O Rick está aqui. – As duas olharam para Anna que olhou para multidão
procurando pelo supervisor.
- A irmã dele é da mesma classe da Amber. –
Comentou Anna sentindo o coração quase sair pela boca. – Ele está aqui mesmo? –
Perguntou e Bella assentiu sorrindo.
- Acho que é uma boa oportunidade para
falarmos com ele, ou você falou? – As bochechas coradas de Anna entregavam que
ela não tinha nem mesmo tocado no assunto com Rick. E Demi não a culpava, ela
era tímida e estava apaixonada. – Vamos falar?
- Nós temos mesmo que fazer isso? – Anna franziu
o cenho pensando nas consequências de sair com Rick. – Ele é meu orientador.
- Você está terminando o TCC. Mês que vem o Rick não será nada mais
que um mero vizinho. – Disse Bella sustentando o olhar de Anna que suspirou sem
saber se era certo.
- E você tem que pensar nos seus
sentimentos. Você não quer ter alguém? – Perguntou Demi depois de guia-las para
um lugar mais sossegado onde poderiam conversar longe das famílias e crianças
que circulavam por ali.
- Eu não sei. Às vezes eu quero muito ter um
relacionamento, mas às vezes não. – Anna finalmente tinha encontrado Rick, e
ela suspirou observando como ele estava bonito de terno e sobretudo,
conversando e sorrindo.
- Relacionamentos são.. são complicados. –
Disse Demi pensando na discussão com Joe mais cedo e em como a situação foi
completamente revertida minutos depois. – Mas vale a pena quando você está com
a pessoa certa. É tão bom ter alguém para te abraçar à noite, cuidar de você de
um jeito especial, te ouvir sem te julgar, te proteger, te amar. – O sorriso
sempre estava nos lábios de Demi porque ela não conseguia para de pensar em Joe
e em como o amava.
- E quando eu vou saber se eu estou com a
pessoa certa? – Perguntou Anna e Demi mordeu o lábio inferior.
- Para encontrar o Joe, por tantas vezes eu
pensei que estava saindo com o cara certo, mas estava enganada. Ele me faz
feliz de uma forma que ninguém fez antes, e quando isso acontece, você apenas
sente que é especial. – Anna assentiu fitando os olhos de Demi para depois os
de Bella.
- Eu só não quero me machucar. – Disse Anna.
Quando Isabella teve o coração partido por Bryan, Anna ficou mais triste que a
irmã. E se ela ficou triste por ver Bella machucada, ela não sabia o que
poderia acontecer caso fosse machucada.
- Nós vamos estar com você. Você merece ter
alguém. – Elas até conversariam mais sobre relacionamento se Hannah não tivesse
se aproximado acompanhada de Joe e Augusto as chamando para entrar porque a
peça começaria.
Tinha
como estar feliz? Demi não conseguia parar de sorrir. Estava acomodada numa
poltrona e ao lado direito estava Joe e no esquerdo Anna. Bella, Hannah e
Augusto estavam na mesma fileira que elas, já na fileira de cima estava Inácio
com Alicia no colo, David e a esposa dele estavam logo ao lado. O auditório
estava cheio, não tinha uma poltrona vazia e todos pareciam ansiosos pela
apresentação. Demi sorria de orelha a orelha porque ela estava feliz. Muito
feliz por fazer parte de algo importante como uma família. Todos estavam sendo
receptivos e carinhosos com ela, e não era só que ela era o novo membro da
família. Inácio era carinhoso e preocupado com todas por igual. E as meninas se
tratavam bem e uma protegia a outra. Estavam sempre unidas como melhores
amigas.
A
ansiedade e o suspense tomou conta quando as luzes foram apagadas. Demi
observou as irmãs ansiosas e sorridentes e percebeu que ela estava da mesma
forma, ansiosa para ver Megan tocar piano enquanto Amber dançava junto as
colegas. Ao olhar para Inácio, Demi sorriu porque ele também sorria animado e
tinha a câmera em mãos para filmar as meninas.
Quando
Megan entrou no palco e se curvou cumprimentando o público, era para que todos
continuassem em silêncio, mas Hannah gritou “Vai Megan, você arrasa!”, então
Bella também gritou o nome da irmã junto com Anna, que estava claramente
envergonhada. Elas riram e então ficaram em silêncio porque sabiam que Megan as
mataria no minuto que terminasse a apresentação. O som do piano soou suave e
harmônico. Demi ficou impressionada e boquiaberta com o talento de Megan, e o
coração bateu mais rápido quando o som do violoncelo se juntou ao do piano. A
cada segundo a música ficava mais emocionante e envolvente levando quem a ouvia
para outra dimensão. As cortinas foram abertas numa breve pausa e aos poucos a escuridão
foi rompida pela luz. Sutilmente as pequenas bailarinas surgiram no palco
demonstrando o talento e disciplina através dos movimentos bem executados e em
sincronia com cada nota. O passar dos minutos só melhorava a apresentação e
Demi nunca se sentiu tão presa a música como naquela noite. Os olhos estavam
fixos ao palco. A cada nota ela se sentia mais viva e a cada movimento mais
hipnotizada. Nos segundos finais da apresentação, a pirueta de Amber arrancou
palmas de todos, que se levantaram para aplaudia-las.
- Eu estou impressionada. – Demi não
conseguiu se conter, ela estava boquiaberta e muito orgulhosa. As meninas
comemoram com fervor quando perceberam que as pessoas faziam comentários
positivos a respeito da peça. – O que você achou? – Perguntou a Joe quando
finalmente chegaram ao corredor. O local estava lotado e eles tinham que
esperar o movimento das pessoas amenizar para conseguirem passar.
- Elas são talentosas. – Disse a Demi a
olhando nos olhos e o sorriso dela o fez sorrir. – Eu amo você. – Ele a
beijaria se não houvesse pessoas atrás os esperando caminhar. Joe abraçou Demi
de lado e eles se olharam enquanto caminhavam a passos lentos.
- Eu também amo você. – Ela disse quando já
estavam do lado de fora do auditório. Demi umedeceu os lábios ainda fitando os
olhos de Joe. Ela queria beija-lo na boca e ama-lo naquele mesmo instante, mas
só restou arrumar a gravata dele e receber o selinho delicado e carinhoso nos
lábios. – Muito, Joe. – Disse o beijando no peito quando ele a abraçou e a
beijou na testa. Demi olhou para cima e esboçou um pequeno sorriso porque Joe
também a olhava um pouco corado e apaixonado.
- Eu quero muito te beijar agora. – Ele
disse levando a mão ao rosto dela. – Mas as suas irmãs estão olhando e eu não
quero que o seu pai fique bravo comigo. – Demi assentiu e roubou um inocente
selinho porque toda vez que Joe ficava corado, a primeira coisa que ela pensava
era em enchê-lo de beijos.
- Tudo bem. – Demi enlaçou os dedos aos dele
e caminhou para perto das irmãs sentindo as bochechas corarem. – Então? –
Quando elas riram, Demi apertou mais a mão de Joe e sorriu de orelha a orelha
cabisbaixa. – Onde estão as pequenas? – Perguntou e Hannah sorriu abraçada a
Augusto quando Demi a olhou.
- Estão no camarim de acesso restrito dando
entrevista para o jornal da escola. – Disse Hannah e Demi arqueou as
sobrancelhas.
- Detalhe, Megan é a diretora do jornal. –
Anna ficou parada olhando fixamente para uma pessoa em especifico, Rick. Demi
cutucou discretamente Bella que assentiu. Anna não conseguia ser muito discreta
e os cinco já olhavam na mesma direção que ela.
- Gatinho, você pode esperar um pouquinho?
Preciso falar com as meninas. – Demi sussurrou para Joe e eles assentiu corado com
o beijo que recebeu na bochecha.
Anna
franziu o cenho quando foi puxada por Bella e Hannah fez careta porque teria
que deixar Augusto com Joe. Para não perder Rick de vista, Demi as guiou para
um lugar mais reservado ali perto e no caminho, quando toparam com Inácio,
sorriram e ele cerrou os olhos porque sabia que eles estavam aprontando.
- Ok, vocês tem cinco minutos. – Disse
Hannah emburrada e de braços cruzados. Era difícil estar com Augusto, e
geralmente ela tinha que fugir para encontra-lo. Agora que o pai tinha a
deixado ficar aquela noite com Augusto até que o jantar acabasse, Hannah queria
aproveitar o tempo com o namorado.
- Você precisa convidar o Rick agora. –
Disse Demi a Anna e ela arregalou os olhos e negou balançando a cabeça.
- Demi, eu não posso fazer isso. – Disse
Anna. – Ele é meu orientador e eu não vou passar essa vergonha. – Explicou-se
olhando na direção do rapaz.
- Annie,
convide-o. – Disse Hannah fitando a irmã nos olhos. – Não é esse bicho de
sete cabeças mutantes que você está pensando. É só convida-lo, se ele não
aceitar, parte pra outro.
- Você está demorando muito para tomar uma
atitude. É tão simples, meu anjo. –
Anna fitou os olhos de Bella e a abraçou porque precisava se sentir segura. – Faça
isso por você, você merece ser feliz. – Demi conhecia muito bem aquela troca de
olhares. Era a mesma forma que Selena a olhava. E também funcionava, Anna assentiu
minutos depois fitando os olhos de Bella.
- Você vai comigo? – Anna perguntou a Demi,
que mordeu o lábio inferior e arqueou uma sobrancelha. – É o nosso encontro duplo, não tem nada
demais se você me acompanhar para convida-lo.
- Eu tenho medo de agulhas e você de
garotos. – Disse Demi e Anna assentiu sorrindo.
- Espera. – Hannah arrumou o sobretudo de
Anna e colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. – Agora está perfeita.
– Disse sorrindo e Anna corou, mas assentiu olhando para Demi.
- Se ele disser não? – Demi franziu o cenho
e negou balançando a cabeça guiando Anna na direção de Rick.
- Eu tenho quase certeza que ele vai
concordar, você não percebe como ele te olha? – Anna assentiu nervosa porque a
cada passo, ela ficava mais perto de Rick. – Nada de nervoso, relaxa e tenta
ser o mais natural e espontânea possível. – Demi sabia que era difícil para
Anna não ficar nervosa, até ela estava nervosa e ansiosa para que aquele namoro
saísse. – Fala com ele e aos poucos nós chegamos
lá. – Anna assentiu mais focada em olhar para Rick.
Ainda
a alguns passos de Rick, Anna parou de caminhar para fita-lo. Ela só não tinha
travar, nem gaguejar e corar. A mente deveria estar limpa, e ficar analisando
como o cabelo de Rick estava penteado, os lábios beijáveis e a roupa
absurdamente impecável no corpo atlético dele, não a ajudaria a relaxar. Anna
enlaçou os dedos aos de Demi e negou quando a irmã perguntou se elas poderiam
avançar. Ela só não queria atrapalhar Rick, que estava no celular. Eram anos ao
lado dele e Anna ainda não tinha aprendido que não deveria olha-lo daquele
jeito hipnotizado e apaixonado porque Rick sempre a flagrava e sorria. Daquela
vez não foi diferente. O plano era ela falar com ele, não o contrário.
Tudo
sumia quando o olhar de Rick estava sobre Anna. Ela sorriu que as bochechas
ficaram coradas, e Rick esboçou um sorriso charmoso ainda fitando os olhos dela.
Demi queria sair de fininho para se juntar a Bella e Hannah para comentar como
Anna e Rick eram feitos um para o outro. A química entre eles era natural e
qualquer pessoa conseguia senti-la no ar.
- Anna. – Ela deveria sair dali. Quem estava
constrangida era Demi, e ela sentia que, se Rick aceitasse ser o par de Anna no
encontro duplo, ela e Joe segurariam vela. – Você está muito bonita. – O rapaz
era bonito, charmoso e tinha um belo sorriso.
- Vo..Você também está. – Anna gaguejaria,
mas conseguiu se manter firme e esboçar um sorriso educado porque Demi tinha
razão sobre espontaneidade, até porque ela não queria assustar Rick com toda
paixão que sentia por ele, não agora. – Ah, minha irmã, Demi. – Disse alguns
segundos depois e Demi sentiu as bochechas corarem, mas sorriu educadamente
apertando a mão de Rick que a olhava com certa curiosidade.
- Eu me lembro de você no hospital, é um
prazer revê-la. – Ele disse e Demi assentiu e disse um tímido e breve
“Igualmente”. – A peça foi fantástica. Megan tocou muito bem e as meninas estavam
deslumbrantes dançando. – Rick tentou disfarçar a forma que olhava para Anna
olhando para Demi.
- Nem parece a Megan tagarela de sempre. –
Comentou Anna, mas logo corou. Megan já tinha a colocado em cada situação com
Rick, aliás, não só com ele. A menina tinha o dom de envergonha-la nos momentos
mais delicados. – Sua irmã dançou bem.
- Amber também. Elas ensaiaram juntas. –
Eles não deveriam ficar em silêncio. Só precisavam de um sutil empurrão e Demi
estava se segurando para não deixar Anna sozinha, mas também não daria certo
porque eles estavam cercados por outras pessoas. Incluindo Inácio. – Garotas,
eu tenho que ir. – Anna não o convidaria. Demi percebeu como ela ficou
desanimada quando ouviu a frase de Rick, mas também não fez nada nem mesmo
quando ela a cutucou discretamente.
- Humm.. – Murmurou Demi logo mordendo o
lábio inferior tentando pensar no que poderia falar. – A minha amiga está
grávida. – Disse porque tinha se lembrado que Rick era médico pediatra. – E..
E.. O namorado dela é responsável pelos sobrinhos. – Demi engoliu em seco
porque Anna e Rick olhavam para ela. – São crianças e não reagiram muito bem
com a chegada de mais um membro na família. – Demi tinha certeza que Selena
gargalharia se estivesse ali com ela a usando como desculpa para chamar um cara
para sair. – E.. – Murmurou envergonhada. – E..
- E..
– Anna mordeu o lábio inferior e corou porque Rick arqueou uma sobrancelha. – E
nós precisamos da ajuda de um pediatra. – Não tinha muito sentido e Anna
esperava que Rick não questionasse os conhecimentos dela sobre medicina.
- Nós vamos sair amanhã à noite. Eu, o meu
namorado, a minha amiga e o namorado dela... E a Anna. Você gostaria nos
acompanhar? – Era o melhor que ela podia fazer. Demi sustentou o olhar de Rick
e quando ele coçou o queixo barbado, Anna apertou mais o braço ao dela com medo
da resposta.
- Para conversar com a sua amiga? –
Perguntou e Demi assentiu sem jeito. – Onde e que horas? – O olhar dele estava
sobre Anna! Demi quis sorrir de orelha a orelha, mas se repreendeu. O melhor de
tudo era que Rick tinha entendido o recado.
- Às oito da noite? – Anna perguntou a Demi,
que assentiu.
- Provavelmente será em um restaurante mais
reservado. Anna entrará em contato avisando. – Disse Demi e Anna assentiu
prontamente.
- Então até amanhã, garotas. – Rick sorriu e
antes de ir embora, fitou os olhos de Anna. – Amanhã às sete da manhã em ponto
na minha sala, nós precisamos conversar sobre a sua monografia. – Se não fosse
o sorriso, Anna surtaria pensando que teria que refazer toda a monografia
poucos dias antes de entrega-la.
- Parece que alguém tem um encontro. –
Cantarolou Demi e Anna sorriu de orelha a orelha a abraçando.
- Obrigada, Demi! Obrigada! – Ela disse se
sentindo feliz e ansiosa.
- Desculpa a enrola, eu não sabia o que
estava dizendo. – O comentário de Demi foi motivo para risos. Quando elas
romperam o abraço, o sorriso de Anna ia de orelha a orelha, o que fez Demi
sorrir feliz.
- Não foi tão ruim. – Disse a olhando nos
olhos. – Obrigada, isso é muito importante para mim e sem você, eu não conseguiria.
– Anna envolveu Demi num abraço apertado e a beijou na bochecha. Só não deu
tempo delas conversarem mais a respeito porque foram cercadas de meninas
curiosas e que vibraram com Anna quando descobriram que o plano, pelo menos parte
dele, estava dando certo.
- Eu odeio acabar com a alegria de vocês,
mas o papai está nos esperando. – Disse Megan olhando para o pai que conversava
com David.
- Ele não disse nada? – Bella perguntou a
Hannah, que estava de mão dados com Augusto.
- Nada! É o nosso acordo hoje, ele não vai
ser chato e eu vou me comportar. – Demi franziu o cenho quando as irmãs pararam
de caminhar para que pudessem olhar para Hannah e depois assentirem em
descrença.
- Você ainda vai aprontar alguma coisa hoje
que vai deixar o papai furioso. – Comentou Megan. Demi, que caminhava de mão
dadas com Joe, sorriu para o namorado e o abraçou de lado se sentindo protegida
e aquecida.
- Estão prontas? – Inácio perguntou aparentemente
cansado quando as filhas se aproximaram. Era difícil ter que cuidar de sete
pessoas, ainda mais quando se tratava de garotas e uma criança que era
completamente dependente dos cuidados dele. – Quem vai comigo? – Ele não
deveria perguntar. Inácio franziu o cenho quando elas começaram a falar e falar
sem parar e muito menos chegar numa decisão. – Garotas. – Chamou e todas
olharam para ele com atenção. – Quatro comigo e três com o tio David.
- Eu vou com o Joe. – Disse Demi com um
pouco de receio e Inácio franziu o cenho, mas assentiu fitando Joe.
- Você tem habilitação, filho? – Joe assentiu
prontamente e sentiu as bochechas corarem um pouco, mas conseguiu alcançar a
carteira no bolso traseiro da calça. Se o saquinho com preservativo tivesse
caído no chão, Joe iria embora para o Texas para se certificar que nunca mais
veria Inácio.
- Demi, eu e o Augusto podemos ir com você?
– Sussurrou Hannah para Demi discretamente enquanto Inácio analisava a
habilitação de Joe e perguntava sobre as condições do carro e se os documentos
estavam com Joe.
- Podem. – Demi levantou as sobrancelhas
quando Hannah o fez. Se Inácio continuasse com as perguntas, daria meia noite e
elas ainda estariam na entrada da escola sentindo os flocos de neve caírem e o
vento soprando frio.
- Nada de correr, o fluxo de carro está mais
traiçoeiro que o normal. – Joe assentiu se sentindo aliviado. Ele não
conseguiria responder mais perguntas porque não conhecia o carro de Ed por
completo e o nervoso estava começando a atrapalha-lo. – Vamos? – Anna e Bella
caminharam para perto do pai porque elas cuidariam melhor de Alicia. Já Amber e
Megan caminharam para perto de David, que as acolheu num abraço já que estava
frio.
- Eu vou com a Demi. – Disse Hannah
sustentando o olhar do pai com toda coragem que tinha. – Eu posso? – Perguntou
engolindo em seco e Inácio assentiu mal humorado lançando um olhar duro a
Augusto.
- Vocês dois. – Ele disse tentando não
perder a paciência. – Eu quero as minhas garotas em casa. E você, o carro atrás
do meu, entendido? – Inácio ficou perto o suficiente para Joe sentir o calor do
corpo, e mesmo intimidado por um homem maior que ele, Joe assentiu sem mostrar
como estava abalado com a pressão que recebia.
- Entendido. – Disse sem gaguejar fitando os
olhos de Inácio. Até mesmo os ombros de Joe estavam alinhados e ele continuou
todo rígido quando todos seguiram caminho para os carros.
- Ei, relaxa. – Nem mesmo Demi o abraçando
foi o suficiente para que o coração de Joe voltasse a bater normalmente. Ele
podia ouvir as batidas cada vez mais rápidas e se sentiu um pouco tonto. –
Joseph. – Demi o chamou e Joe respirou fundo tentando se controlar. – Nós só
precisamos de um minuto. – Disse Demi a Hannah quando a menina a olhou
preocupada.
- Eu estou bem. – Ele não olhou para os
olhos de Demi. Procurou o carro de Inácio ou algum rosto familiar os
observando, mas não encontrou nada além dos carros partindo. – Vamos? – O
sorriso forçado não passou despercebido por Demi, que se sentiu péssima porque
sabia que Joe estava acuado. Ele era tímido, inexperiente e um garoto bom para
passar por aquele tipo de situação.
- Você está se saindo bem. – Disse Augusto e
Joe franziu o cenho, mas sorriu quando o amigo o tocou no musculo do braço. Caminhavam
abraçados lado a lado: Demi e Joe. Augusto e Hannah.
- Eu acho que ele gosta de você, Joe. –
Disse Hannah e Joe negou quando a olhou. – Estou falando sério. O papai é
difícil mesmo, mas quando ele perceber que você é um bom rapaz, ele vai baixar
mais a guarda, não muito, mas vai. – Hannah riu quando Augusto arqueou uma
sobrancelha.
- Eu não sou um bom rapaz? – Ele perguntou e
Hannah se fingiu pensativa, mas assentiu sorrindo.
- Amor, você está bem? – Demi perguntou
aproveitando que Hannah estava mais distraída com Augusto. – Eu estou
preocupada. – Ela o olhou nos olhos e Joe esboçou um pequeno sorriso e
assentiu.
- Não fica preocupada. Está sendo muito bom
conhecer a sua família, eu só estou um pouco sem jeito e com muito medo do seu pai, mas não fica
preocupada, só aproveita o tempo com as suas irmãs. – Demi estava com tanto
medo de conhecer a família de Joe, que não tinha pensado em como ele estava em
conhecer a família dela.
- Desculpa por mais cedo. – Disse baixinho e
Joe a olhou de cenho franzido. – Eu estava com medo de ir ao Texas conhecer a
sua família e você está aqui comigo dando o seu melhor para conhecer a minha
família.
- Eu já disse, está tudo bem, nós
conversamos depois em casa. – Ele era tão bom que o sorriso inocente fez com
que Demi se sentisse culpada. – Nós vamos ter que pegar um atalho. – Disse Joe a
Augusto e Hannah.
Como
geralmente acontecia no inverno, quando estavam expostos ao tempo, o frio era
agonizante, mas dentro das casas e veículos, a temperatura estava equilibrada por conta do aquecedor. Joe se sentiu extremamente incomodado com o sobretudo e
o blazer do terno, e nem mesmo quando estava vestindo a camisa social se sentiu
mais fresco.
- Dem, me ajuda com as mangas. – Ele
murmurou todo manhoso e Demi quis xinga-lo, mas já se sentia culpada o
suficiente para dar uma bela bronca em Joe por usar roupas em excesso.
- Eu avisei sobre as camisas. – Um puxão na
gravata não fazia mal a ninguém. Demi dobrou as mangas da camisa social de Joe
e revirou os olhos porque por baixo da camisa havia mais duas de manga. – Meninos
dão trabalho. – Comentou com Hannah e ela assentiu fitando Augusto.
- Não fica chateada com o papai, ok? –
Hannah abraçou o banco do carona para que pudesse enlaçar os dedos aos de Demi.
– Eu tento não ficar, mas eu o amo demais para ficar chateada com o
comportamento dele. – Demi a olhou nos olhos pensando nas palavras da menina.
- Eu não estou chateada com ele. – Disse a
olhando e para descontrair o clima, sorriu. – Só que.. – Hannah se aproximou o
máximo que pode quando Demi pediu. – O Joe é muito tímido e eu fico preocupada
com ele. – Cochichou e Hannah assentiu olhando para Joe que puxava as mangas
das camisas que estavam por baixo da social.
- Eu não tenho esse problema, mas não gosto
de quando o papai dá broncas no Augusto. – Cochichou de volta.
- Nós vamos ter que resolver isso. – Disse
Demi e Hannah assentiu. – Tudo pronto? – Ela perguntou a Joe quando ele
afrouxou a gravata de cenho franzido.
- Agora sim. – Joe umedeceu os lábios quando
ligou o carro e o guiou para fora do estacionamento da escola. Até mesmo a
forma que ele segurava o volante estava rígida e tensa.
- Relaxa, querido. – O som baixinho ajudou a
Joe a relaxar mais os ombros e sem prejudica-lo, Demi guiou a mão direita as
dele para deixar apenas a esquerda segurando o volante e a livre, ela guiou
para o joelho dela e a cobriu cuidadosamente com a mão machucada.
- Nós vamos chegar um pouco atrasados. – Joe
estava tão pra baixo que para anima-lo, Demi deu um jeitinho de beija-lo na
bochecha.
- Não tem problema, o importante é que nós
vamos chegar. – No sinal vermelho, Demi beijou brevemente os lábios de Joe e
preferiu não chamar atenção de Hannah porque ela fazia o mesmo com Augusto, só
que há mais tempo que ela. Era como Demi tinha comentado com Bella mais cedo,
Hannah era adolescente e estava com os hormônios a mil. Fora que estava
apaixonada. Ela precisava daquele tempo com Augusto, todo adolescente precisava
namorar e se divertir, era a razão para que Demi não chamasse a atenção da
menina. Quando mais nova, se Dianna tivesse a proibido de namorar, ela surtaria,
então não faria com Hannah.
Até
que não demorou muito para que chegassem e o melhor foi que quando Joe entrou
na rua da casa de Inácio, ele e David tinham acabado de parar o carro. Em
relação a Hannah e Augusto, Demi se lembrou de quando ela saía com Selena.
Aquela era a sensação de se sentir mais velha e responsável? Sempre era ela
quem ficava no banco de trás com o namorado, e Sel a vigiava “discretamente”.
- Obrigada. – Demi apertou a bochecha de
Hannah e sorriu. Até mesmo o sorriso de Hannah estava diferente, mais feliz e
espontâneo. E a sensação de vê-la sorrir era tão boa.
- Hum.. – Murmurou Demi olhando para trás
certificando que Joe e Augusto não ouviriam o que ela iria dizer. – Nós
precisamos conversar sobre garotos. – Ela disse baixinho a menina e Hannah
resmungou já sabendo do que se tratava.
- Preservativos não são totalmente seguros.
– Murmurou envergonhada tendo que segurar a mão de Demi para conseguir caminhar
na neve.
- Mas
são extremamente necessários, eles e o anticoncepcional. – Aquilo era tão
Selena! Demi franziu o cenho e mordeu o lábio inferior. Ela estava fazendo o
papel de Selena falando sobre preservativos, anticoncepcional e tudo mais. –
Você ainda é muito nova, quase uma garotinha. – Pirraçou e Hannah revirou os
olhos, mas riu quando percebeu que era brincadeira. – Agora estou falando
sério, nós precisamos organizar isso. – Era o que ela mais dizia àquelas
garotas. Elas precisavam tanto saber mais sobre homens e como o mundo dos
relacionamentos funcionava. Estavam perdidas e Demi sabia que se elas
continuassem naquele caminho, cometeriam os mesmos erros que ela. – Amanhã à
noite, o que você acha? – Hannah franziu o cenho e Demi fitou as irmãs que as
esperavam na porta de casa. – Amanhã no meu apartamento, nós vamos ajudar Anna
e conversar sobre garotos.
- Tipo à tarde das garotas? – Perguntou
Hannah e Demi pensou mais sobre.
- Na verdade nós podíamos fazer à noite das
garotas, tipo uma festa do pijama. E eu posso apresenta-las ao meu apartamento
e a minha melhor amiga. – Só restava convencer Selena a não ter ciúmes. E
naquela fase de gravidez, Sel estava impossível. – Vocês nos ajudam a arrumar,
eu e Anna saímos e vocês ficam com a Sel no meu apartamento. O plano é sair
mais cedo e deixar a Anna com o Rick, então eu vou voltar primeiro para casa e
nós podemos nos divertir e torcer juntas pela Anna.
- Eu acho que será perfeito. – Comentou
Hannah animada. – Só temos que torcer para o papai não estragar o plano, o
detector de namorados dele sempre está trabalhando.
Quando elas chegaram a entrada da casa e foram
recebidas pelas irmãs, Demi se sentiu um pouco nervosa. Hannah tinha comentado
mais cedo que a casa estaria cheia de parentes da família, e ela não conhecia
ninguém. Seria sufocante conhecer mais pessoas e principalmente constrangedor
porque Demi tinha certeza que algumas pessoas fariam perguntas que ela não
saberia como responder. A rua era movimentada e não tinha como saber se os
carros que estavam estacionados pertenciam a algum tio ou tia. Ao entrarem,
Demi se sentiu mais à vontade porque a única pessoa diferente era David e a
esposa, e eles se despediram deixando apenas Inácio com as filhas e Joe e
Augusto, que estavam tão sem jeito, mas mantinham a postura.
- Eu posso falar com você? – Inácio não
tinha sido muito discreto e Demi assentiu. Ela esperava que não fosse sobre
Joe, o assunto a deixava desconfortável e de mãos atadas. – Nós já voltamos. –
Ele disse as garotas que os olhavam e Demi sentiu as bochechas corarem. Inácio
não parecia bravo, apenas ansioso. E ele não estava bravo, caso estivesse, Demi
apostaria que ele não seria gentil e nem a abraçaria de lado enquanto eles
caminhavam em direção ao escritório.
- Tudo bem? – Perguntou porque não gostava
de ficar em silêncio.
- Tudo bem, querida. – Inácio acendeu a luz
do escritório e guiou Demi para o sofá onde eles poderiam ficar mais à vontade.
– Eu preferi cancelar o jantar com os meus irmãos, hoje à noite eu só quero
estar com vocês. – Ele estava nervoso e Demi soube o porquê no instante que viu
o envelope que Inácio tinha em mãos. – Anna não sabe o resultado, ela pediu
para um dos colegas fazer o teste. – Disse se acomodando ao lado de Demi.
Não
poderia ser mais uma mentira. Mas e se fosse? Será que era o motivo para Dianna
ir embora? Demi cobriu o rosto com as mãos e respirou fundo porque ela estava
com medo. Se fosse negativo, o que ela faria? Como olharia para aquelas garotas
incríveis que tinha conhecido na noite passada? Como aquilo funcionaria? Que
Dianna não a decepcionasse mais uma vez. Era a última coisa que Demi pedia,
porque aquele pai era a melhor coisa que Dianna já tinha feito por ela.
- Você pode abrir? – Ela perguntou para
Inácio e ele assentiu alguns segundos depois.
- Não fica nervosa. – Gentilmente ele a
abraçou e a beijou na testa. – Confia em mim. – Demi assentiu limpando uma
lágrima e se acomodou mais perto de Inácio. – Posso abrir? – Minutos depois
Demi assentiu. Desarmar uma bomba não deixaria Inácio tão nervoso quanto simplesmente
rasgar um envelope e ler o que estava escrito num pedaço de papel, mas era
aquilo que os pais faziam, demonstravam que eram fortes para proteger e cuidar
dos filhos.
Ele
não sabia se agilizava o processo ou o que faria para acabar logo com aquela
agonia. Inácio optou pela primeira opção, rasgou o envelope e buscou pelo
pedaço de papel que continha a informação que poderia mudar todo o curso da
vida dele e a de Demi. Respirando fundo, Inácio desdobrou o papel e começou a
ler o cabeçalho e Demi nem mesmo olhava para o papel, tremia a perna e fitava a
mesa de madeira.
- Ei, filhote.
– Era tanta felicidade que Demi chorou quando abraçou o pai com força. – Meu
anjo, eu soube que você era realmente minha garotinha
desde que te vi naquele cemitério.
- Eu só precisava ter certeza, pai.
Continua.. Oi! Tudo tranquilo com vocês? Eu estou bem, de rinite atacada, mas bem! Demorei a escrever essa capítulo porque eu não sabia o que deveria fazer, e depois que eu li, acho que ficou bom, o que vocês acham? Espero que tenham gostado. Vou tentar escrever o outro capítulo para postar antes ou no do dia 12, que é o aniversário do blog. Eu gostaria também de fazer uma maratona para vocês, mas acho um pouco difícil devido ao tempo que levo para escrever os capítulo, às vezes eu simplesmente travo e nada fica bom, espero que entendam. Então é isso, obrigada pelos comentários. Um bom começo de ano para vocês! Aah, muito obrigada as minhas queridas leitoras Brunna e Roberta, sem vocês, eu não teria conseguido escolher as fotos dos personagens para sinopse. E Brunna, obrigada por sempre me ajudar a conciliar as minhas ideias! Beijo a todas, vocês estão no meu coração!
POSTA MAIS PARTES JEMIIII PF
ResponderExcluirEu fico bemmm aérea em ler cada cap dessa fanfic, mas preciso comentar que você arrasou mais uma vez e está lindo esse capítulo, a parte final foi mais emocionante... Estou a chorar!!!!
ResponderExcluirQuero as irmãs da Demi pra mim gent 😍😍😍
Elas são lindas e tão protetoras uma da outra, mas preciso também ver Semi juntas, já estou com saudade delas. Ahhhhhh e já estou beeeem ansiosa para que o casal Jemi vá ao Texas, mds. Tô muito ansiosa!!!! Até a próxima, bjos
Eu amo tanto suas histórias que não posso imaginar você parando com o blog, me deixa tão triste..
ResponderExcluirPoste quando puder 💓
VAI POSTAR HOJE?????
ResponderExcluirPosta hoje por favor !!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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