Monitorar
uma rede era uma tarefa muito chata e sem graça. Bem, talvez o problema não
fosse a rede. A cada três segundos, Joe batia os dedos indicador, o médio e o
anular da mão direita ritmicamente. A cabeça do rapaz estava escorada na mão
esquerda e ele suspirava olhando em direção à porta do escritório da namorada.
Por que o tempo estava demorando tanto para passar? Ele queria tanto ter algum
relatório para mostrar para Demi, ou melhor, qualquer coisa que o colocasse
dentro do escritório dela. Não dava mais para ficar longe daquela mulher. Desde
que podia se lembrar, ele estava dormindo todas as noites com Demi, quando não
era no apartamento dela, era no dele. Nem sempre tinha sexo, o que importava
era que eles estivessem enroscados um no outro dormindo serenamente.
- Você pode, por favor, parar de bater esses malditos dedos? – Tudo bem, Ed
nunca era agressivo daquela forma e os olhos verdes dele que sempre
demonstravam uma singela paz, estavam enfurecidos. Porém Joe nem deu muita atenção,
desviou o olhar do amigo para a porta do escritório de Demi esperando que ela
saísse. – Joe, eu estou falando sério. – Reclamou, mas dessa vez ele puxou Joe
pela gravata para chamar atenção dele.
- Eu estou entediado. – Disse empurrando a cadeira de Ed que escrevia algo no
papel. O resultado não foi nada agradável, o documento foi riscado e Ed
respirou fundo.
- Você está um chato depois que começou namorar. – Disse empurrando a cadeira
de Joe que revirou os olhos e empurrou a cadeira de Ed novamente. Eles trocaram
olhares selvagens e novos empurrões, até que começaram a trocar olhares
ameaçadores.
- Qual é o problema de vocês? – Selena tinha rolado a cadeira executiva até que
estava entre os dois únicos homens daquele departamento e por um pouco ela não
foi agredida por um deles. – Parecem crianças! – Reclamou encarando Joe para
depois Ed. E realmente pareciam dois meninos brigões de escola trocando olhares
ameaçadores com suas bochechas coradas.
- O que está acontecendo? – O sorriso de Joe foi de orelha a orelha, Selena
arqueou uma sobrancelha e o sorriso debochado estava nos lábios, já Ed revirou
os olhos e imitou o sorriso babão de Joe. Demi tinha as mãos apoiadas à cintura
e não parecia muito interessada em conversa, mas a pequena confusão tinha sido
barulhenta o suficiente para tirá-la do escritório e atrair olhares das outras
funcionárias do departamento.
- Eu vou deixar esses dois com você. – Disse Selena rolando a cadeira em
direção à mesa e então lá estavam os dois rapazes de olhos verdes olhando para
Demi esperando pelo que estava por vir.
- Desde quando vocês brigam? – Perguntou cruzando os braços alternando o olhar
entre Joe e Ed.
- O seu namorado idiota quem começou. – Resmungou Ed. – Ele me empurrou quando
eu estava assinando o meu relatório, que acabou riscado de caneta. – Disse
mostrando o documento a Demi que arqueou uma sobrancelha surpresa.
- Ele puxou a minha gravata. – Disse Joe arrumando os óculos ao rosto para
depois arrumar a gravata na gola da camisa e bem, foi impossível controlar o
sorriso. Ele estava simplesmente lindo vestido com camisa xadrez azul e gravata
de um tom de azul mais forte que o da camisa.
- Antes que você pergunte o porquê, ele estava batendo os dedos à mesa de três
em três segundos olhando para a porta do seu escritório. – Ed revirou os olhos
enquanto brincava com o suspensório da calça. Eles tinham que trocar aqueles
olhares nauseantes na frente dele?
- Eu estava com saudades, gatinha. – Seria errado beijá-lo em meio
a tanta gente? Demi mordeu o lábio inferior para controlar o sorriso enquanto
olhava as mesas a procurava de alguma curiosa, e a única que tinha encontrado
era Selena que logo voltou ao trabalho sorrindo. Errado seria não beijar aquele
homem! Discretamente ela colocou a mão sobre a dele enlaçando os dedos e se
curvou para depositar um rápido selinho nos lábios de Joe, que acabou sorrindo
a beijá-la como queria. Ele estava tão feliz por estar pertinho dela, o cheiro
de Demi e o sorriso o encantava de tal forma. – Você pode olhar uma coisa no
meu computador? – Ela assentiu se curvando para olhar para a tela do computador
e as bochechas coraram quando a mão de Joe subiu pela coxa esquerda e
rapidamente espalmou o bumbum.
- O que você quer me mostrar? – Perguntou cautelosamente olhando a sua volta,
sorte era que todos estavam concentrados em suas atividades. – Joseph! –
Repreendeu-o baixinho quando viu que ele tinha escrito “Eu quero você” no bloco
de notas. – Nada disso aqui, ok? Mais tarde a gente vai para casa. – O vídeo
dela com Joe na reprografia exibido para milhares de pessoas na conferência
tinha sido o suficiente para Demi querer ficar longe da reprografia, nem mesmo
passar perto ela queria.
- Você não pode me levar de castigo para a sua sala? Eu empurrei o Ed e o fiz
rabiscar o documento dele. – Disse a abraçando pelas pernas e Ed, que tinha
ouvido, revirou os olhos e Demi sorriu mesmo com receio.
- Você sabe que não. – Disse um pouco sem graça desfazendo do abraço dele. –
Agora vai trabalhar, o tempo vai passar rápido e a gente vai poder namorar um
pouquinho na hora do almoço. – Um beijo não faria mal a ninguém. E ela queria
beijá-lo. Então o fez se curvando e selando os lábios aos de Joe por alguns
segundos. Duro foi deixá-lo com aquela carinha carente, mas o fez e aproveitou
que estava fora do escritório para resolver alguns assuntos com o pessoal dali.
- Satisfeito? – Disse Ed a Joe que assentiu sorrindo. – Estou imprimindo a
papelada de novo. – Disse jogando uma bolinha de papel em Joe, que sorriu
observando Demi.
- Ela fica tão linda quando veste saia. – Disse observando as pernas da
namorada enquanto ela analisava uma papel super concentrada escorada a mesa de
Selena. Demi vestia um conjunto de saia e blazer, o cabelo castanho estava
solto e os saltos negros davam alguns centímetros a mais à altura dela. –
Aliás, ela sempre está linda. – Disse ainda olhando para Demi e suspirando.
- Cuidado com a baba. – Cantarolou Ed se girando na cadeira. – Quando você vai
oficializar o namoro de vocês? – Perguntou buscando por uma prancheta para que
pudesse fazer suas anotações perto de Joe.
- Como assim? – Perguntou e ao mesmo tempo se apressou em verificar o sistema
já que o computador tinha avisado que algo poderia estar errado.
- Você já pediu a Demi em namoro? – Perguntou e Joe arregalou os olhos verdes
dele completamente surpreso.
- Ela já é a minha namorada, não? – Ed negou balançando a cabeça. Estava na
hora de dar novos conselhos para o amigo.
- Joe, toda mulher quer uma noite especial e ser pedida em namoro. – Disse e
Joe franziu o cenho sem entender muito bem. – Você não queria oficializar a
união de vocês? Agora que o Jake não está no caminho, é a oportunidade
perfeita. – Só de ouvir o nome do infeliz, Joe fechou a cara.
- Você acha que ela quer ser pedida em namoro? – Perguntou analisando a
namorada que já estava em outra mesa instruindo uma jovem mulher que tinha
entrado na empresa há pouco tempo.
- Ela com certeza está esperando um pedido de namoro. Isso é especial para as
mulheres, ok? E é um passo importante no relacionamento de um casal. Depois
vocês ficam noivos e se casam. – Ed esperava uma careta, mas Joe sorriu
assentindo.
- Eu preciso de alianças e chamá-la para jantar, certo? – Disse e Ed assentiu
surpreso. – Você pode me ajudar com as alianças?
- Eu tenho que sair agora para entregar uma papelada, quer vir comigo? Nós
podemos passar numa joalheria para você olhar, sem compromisso, os anéis.
- Eu só tenho que resolver um probleminha aqui. – Probleminha? Joe apressou em
contornar o problema na rede antes que informações preciosas fossem acessadas
por pessoas com más intenções. Demorou um pouquinho, mas quando finalmente
terminou Ed já tinha chamado Selena que estava tão ansiosa quanto Joe.
- Você pode levar a minha aliança, ela cabe perfeitamente no dedo da Dem. – O
sorriso de Selena era radiante. Envergonhado, Joe entregou a aliança para que
Ed pudesse guardá-la com ele e Selena acabou rindo de como o namorado da melhor
amiga era tímido. – Estou torcendo por vocês. – Disse se ajeitando para voltar
para a cadeira e trabalhar e aquele sorrisinho tímido estava nos lábios de Joe.
– Cuida da minha menina, ok? – Ele assentiu prontamente e antes que Sel pudesse
voltar ao trabalho ela beijou os lábios de Ed.
- Está pronto? – Perguntou Ed e Joe negou balançando a cabeça. – O que foi? –
Uma mão de Joe arrumava o cabelo e a outra alisava a camisa a arrumando ao
corpo.
- Eu vou falar com a Demi antes, ok? – Disse agora arrumando a calça e então
estava alinhando a gravata aos botões dispostos no meio vertical da camisa. –
Você terminou com os documentos? – Ed assentiu e Joe pegou a papelada do amigo
e conferiu as assinaturas. – Vou entregar a Srta. Lovato. – O que era aquele
sorriso maroto nos lábios dele? Ed arqueou uma sobrancelha, mas riu
acompanhando o caminhar de Joe com o olhar.
A
batida à porta desconcentrou Demi da intensa leitura dos documentos
importantíssimos da empresa, mas quando ela disse um firme “Pode entrar”, o
sorriso foi de orelha a orelha ao vê-lo todo arrumadinho e sorridente.
- Os relatórios do departamento. – Joe desviou o olhar do dela sem conseguir
conter o sorriso, caminhou até que estava em frente à mesa e sobre a mesma,
colocou os relatórios de Ed e esperou ansiosamente que Demi analisasse a
papelada, e quando ela fez, ele sorriu.
- Jesse Metcalfe? – Disse sorrindo ao ver que os relatórios eram de Ed. –
Financiais do setor de Design? – O melhor de tudo eram as bochechas coradas de
Joe. – Onde está o seu relatório, Joseph? – Infelizmente ela não conseguiu
ficar séria por muito tempo, acabou rindo e se levantou para que pudesse estar
nos braços do homem que amava.
- Pegar o relatório do Ed foi a única desculpa que eu pude inventar para te
ver. – Disse envolvendo a cintura dela com os braços. – Estou morrendo de
saudade. – Demi envolveu o pescoço dele com os braços quando Joe se curvou e o
beijou na boca sem se importar se tinha ou não uma câmera naquela sala.
- Eu também estou morrendo de saudade de você, amor. – Ela o guiou para a
cadeira e se sentou no colo dele. – Nem parece que a gente passou a noite
todinha namorando. – Disse manhosa o beijando no pescoço e Joe sorriu
retribuindo o carinho com caricias na cintura e nas costas dela. – Até o
amanhecer. – A claridade assumindo os tons escuros da noite enquanto Joe a
beijava e se unia ao corpo dela ainda era uma lembrança viva e excitante. –
Joe, não me aperta. – Resmungou manhosa e foi aí que Joe a abraçou forte e a
beijou na testa cheio de carinho quando ela fez careta.
- Acho que eu estou viciado em você. – Disse distribuindo beijinhos no tórax
feminino aproveitando para aspirar o cheiro magnífico dela que o fazia suspirar
com a lembrança do aroma suave e doce, e sentir saudades quando Demi estava
longe. – Você está melhor, linda? – Perguntou por que era perceptível como Demi
estava cansada e preocupada. Ela não tinha parado de falar sobre o pai no dia
passado e como estava com medo de encontrá-lo.
- Aham. Quando eu estou com você, é como se nada no mundo pudesse me abalar. –
O sorriso dele foi de orelha a orelha assim como o de Demi. Os olhares que
trocaram foram apaixonados e cheios de carinho. – Amor.. – Quando ele a abraçou
contra o peito, Demi sussurrou nos lábios dele e iniciou um beijo intenso o
suficiente para arrepiá-la da cabeça aos pés.
Ambos
ofegavam e sorriam, e Joe não deu espaço para que Demi pudesse respirar,
abraçou-a e aos poucos começou a beijá-la atrás da orelha e acariciá-la
arrancando um pequeno sorriso de Demi, que tinha os olhos fechados sentindo o
carinho que recebia. – Gatinha, eu não quero te soltar. – Ele
beijou os seios mesmo sobre a blusa delicada e então voltou os beijos para os
lábios dela os selando entre pequenos intervalos de tempo.
- E eu não quero que você me solte. – Demi repousou a cabeça no peito dele e
fechou os olhos se concentrando para ouvir as rápidas batidas do coração
agitado. Batia tão rápido que o coração dela acelerou e quando o frio na
barriga a pegou desprevenida, foi como se sentir apaixonada pela primeira vez
novamente. – É tão injusto não poder ficar com você à tarde toda. – Reclamou o
beijando no peito e Joe assentiu a beijando na testa.
- Quer jantar comigo essa noite? – Perguntou enlaçando os dedos aos dela e Demi
o olhou curiosa atraindo o olhar dele.
- No seu apartamento ou no meu? – Perguntou estudando o verde dos olhos dele e
Joe selou os lábios nos dela rapidamente.
- Vamos jantar fora, o que você acha? – Ele não conhecia os restaurantes de
Nova York, mas sabia que bastava pesquisar no Google ou consultar Ed para
resolver aquele pequeno detalhe.
- Jantar fora? – O sorriso dela foi o suficiente para Joe perceber que levá-la
para jantar era uma ideia perfeita. – Acho que será uma noite incrível. – Disse
ainda com aquele sorriso lindo nos lábios olhando para os olhos dele, que a
beijou ternamente na boca.
- Você é linda gatinha. – Era difícil conseguir resistir ao charme dela. Joe
girou a cadeira ficando fora de alcance do ângulo da câmera e beijou Demi no
pescoço e conforme descia os beijos em direção aos seios, a mão esquerda
acariciava a coxa nua por debaixo da saia estrategicamente em direção ao bumbum
que foi apertado arrancando um tímido gemido de Demi. – Me dá um beijo? – Pediu
ainda com a mão no bumbum dela e Demi o abraçou pelo pescoço para que pudesse
beijá-lo na boca sem nenhuma pressa. – Não é uma boa ideia, princesa. – Disse
quando sentiu a mão dela apertá-lo no membro. – Só passei para te dar um beijo,
vou sair com o Ed. – Comentou observando o carinho que ela fazia no peito dele
e como os lábios dela estavam bonitos avermelhados e levemente inchados.
- Para onde você vai? – A curiosidade estava estampada no rosto de Demi junto à
pitada de ciúme.
- O Ed vai entregar uma papelada, eu não sei onde, e ele me chamou para
acompanhá-lo. – Sim, ela estava com ciúme e atenta a cada palavra dita por ele.
– Passei para avisar que vou sair e para te dar um beijo. – Disse a acariciando
nas costas e no cabelo bonito se contendo para controlar o sorriso. – Tudo bem?
– Ele a beijou na bochecha e sorriu quando Demi assentiu calada o abraçando
contra o peito.
- Você podia ficar aqui comigo. – Murmurou manhosa contra o peito dele
aproveitando para beijá-lo ali. – Você está muito bonito para sair com o Ed. –
Ah sim! Ela tinha certeza que as mulheres se jogariam aos pés dos dois. Se Joe
era de tirar o fôlego, Ed não ficava para trás. – Não quero te deixar ir. –
Resmungou o olhando.
- Sou apenas seu. – Disse a olhando nos olhos e a abraçou com força
aproveitando para beijá-la no pescoço. – Vou me comportar, prometo. – Ah!
Quando ela levantou para arrumar a saia ao corpo, Joe mordeu o lábio inferior
para conter um gemido ao admirar aquele bumbum magnífico bem desenhado na saia
secretária. Ele só não conseguiu resistir à vontade de dar um leve tapa naquela
maravilha e puxar Demi para o colo e aspirar o cheiro dela atrás da orelha
direita, onde aproveitou para beijá-la. – Linda. – Disse a apertando e o
sorriso de Demi foi de orelha a orelha. Seria bom se pudessem ficar o resto do
dia juntos trocando carinhos e trabalhando, mas Ed os interrompeu quando bateu
à porta do escritório e chamou por Joe.
- Por favor, tenha cuidado. Amo você. – Joe assentiu fitando os olhos de Demi e
se curvou para beijá-la na boca brevemente e dizer que também a amava antes de
sair do escritório com um sorriso feliz estampado nos lábios.
- Ah, o amor! – Cantarolou Ed observando como o amigo caminhava quase que
saltitante, e de tão feliz que estava o sorriso não saía dos lábios dele. –
Pensei que você tinha desistido de sair comigo. – Não demorou nada para que as
portas metálicas se abrissem quando Ed chamou pelo elevador.
- Bom dia rapazes. – Os dois sorriram para Mary que tinha acabado de sair do
elevador carregando consigo uma pasta e a típica bolsa.
- Eu não consigo ficar longe da Dem. – Disse Joe tocando no assunto quando já
estavam dentro do elevador a caminho do estacionamento no térreo. – Quando nós
não estamos juntos, não consigo parar de pensar se ela está bem, no que ela
está fazendo. Essas coisas.. Isso é normal? – Perguntou adentrando os bolsos da
calça com as mãos.
- Super normal. – Ed passou a mão no cabelo o arrumando e umedeceu os lábios
antes de olhar para Joe. – Só tenha cuidado, vocês estão grudados demais, um
bebê agora seria uma loucura. – Por que todo mundo relacionava bebês com
problemas? Joe franziu o cenho e assentiu porque ele tinha entendido o que Ed
queria dizer. Ele não ficaria triste caso tivesse um bebê com Demi, seria
simplesmente fantástico construir uma família com aquela mulher que o deixava
eufórico de paixão.
- Estamos nos cuidando. – Por conta do horário, o térreo estava lotado de
carros e com pouco movimento de pessoas já que praticamente todos estavam
trabalhando. – Estou estudando a possibilidade de arrumar outro emprego. –
Disse quando já estavam dentro do carro e Ed franziu o cenho enquanto afivelava
o cinto de segurança para que pudesse dirigir.
- Já pensei nessa possibilidade. – Não foi difícil sair do estacionamento, mas
quando o carro já estava circulando nas ruas de Nova York, todo cuidado e atenção
eram poucos. – Mas eu tenho as crianças, e eles pagam bem. – Disse olhando
brevemente para Joe.
- Bem, eu só tenho a Lucy para cuidar. E o aluguel do apartamento. – E as
contas, alimentação e transporte. Respirando fundo, Joe arrumou os óculos ao
rosto e fitou a cidade pela janela do carro. Trabalhar naquela empresa era um
sonho, mas suportar Jake era demais. – Estou sentindo que farei uma besteira
assim que eu o encontrar. – Comentou mal humorado.
- Não posso te julgar. Nunca tive tanta vontade de socar um cara como eu tenho
vontade de socar a cara daquele imbecil. – Era uma situação complicada e Ed se
controlava apenas porque precisava muito do emprego na Gyllenhaal para viver e
cuidar dos filhos da falecida irmã. – Não se precipite, ainda tem todo o
mistério do assassinato do Jason. E o Jake é suspeito, e se ele for culpado,
ele será preso e nós poderemos viver em paz.
- Eles estão demorando demais para solucionar o caso.
- Pode até ser, mas uma coisa é certa: ninguém sai imune quando se trata do
FBI. Mais cedo ou mais tarde eles vão descobrir. – Joe assentiu pensativo. – Já
tem em mente o modelo das alianças? – O clima mudou rapidamente de tenso para
radiante. Joe sorriu ansioso e enlaçou os dedos enquanto pensava em Demi.
- Eu não sei. – Ele disse de cenho franzido. – Você pode me ajudar com isso,
certo? – Perguntou um pouco envergonhado porque precisava da ajuda de Ed para
descobrir outras coisas das quais ele tinha vergonha até mesmo em pensar.
- É claro que sim. – O local onde Ed tinha que comparecer não era muito longe e
não demorou muito para que ele conseguisse que alguns dos documentos da
Gyllenhaal fossem assinados e os outros entregues ao seu destinatário.
Então
lá estavam os dois amigos caminhando pelo comércio da cidade em busca de uma
joalheria. O dia estava tão bonito e ensolarado. Por mais que já tinha alguns
meses que Joe morava em Nova York, ele ainda se sentia intimidado com a
arquitetura moderna e de como todos os lugares sempre estavam movimentados. Os
incríveis arranha-céus eram de tirar o fôlego com toda aquela imensidão. E bem,
as mulheres que passavam por ele o estudando e até mesmo o cumprimentando o
deixava literalmente rosa! Tudo era tão diferente da vida no interior do Texas.
- Você está vermelho! – Comentou Ed rindo. Mesmo que Demi tinha quebrado boa
parte da timidez de Joe em relação às mulheres, ele ainda ficava sem jeito
quando se tratava de desconhecidas. Principalmente quando elas tentavam flertar
com ele. – Vamos Joe, não seja bobo! Você não fica vermelho quando está
transando com a Demi, fica? – Era para ser uma brincadeira! Joe acabou tão
vermelho que Ed controlou o riso e abraçou o amigo de lado. – Ei cara, relaxa!
– Disse o olhando nos olhos. – Vamos escolher a aliança para a sua garota, ok?
– Finalmente um sorriso! Ed sorriu observando como as mulheres não paravam de
olhar para Joe porque ele estava simplesmente fofo, como elas diziam! Com
direito a bochechas avermelhadas e os lindos olhos verdes brilhavam em inocência.
- Que tal essa loja? – Disse Joe observando a vitrine da loja a procura de uma
aliança que ficaria perfeita para Demi.
- Você quem sabe. – Disse Ed ao lado do amigo.
- Você pode falar com a atendente? – Perguntou tímido e Ed arqueou uma
sobrancelha. – É sério, eu vou começar a gaguejar e derrubar as coisas. –
Murmurou arrumando os óculos ao rosto.
- Você fala com a atendente. – Será que dava para fugir? O frio na barriga o
assombrava enquanto Ed o guiava para dentro da loja praticamente o empurrando
pelos ombros. – Chega de vergonha! – Disse e Joe sentiu as bochechas corarem
quando já estava no interior da loja. O lugar era bem arrumado e eram tantas
joias a amostra, mulheres comprando e atendentes. E quando a jovem olhou para
ele e sorriu, Joe piscou algumas vezes e desviou o olhar. Estava acontecendo!
- Bom dia, posso ajudá-los? – Ah! Ela era baixinha e deveria ter os seus vinte
anos. Era uma moça bonita e simpática.
- Joseph? – Ed sorriu para moça e olhou para o amigo. Ele não iria tomar frente
porque Joe precisava finalmente vencer a vergonha e nunca mais deixá-la
dominá-lo.
- Bo..bom dia. – Ele murmurou gaguejando atraindo alguns olhares femininos que
o deixou ainda mais sem jeito. – Eu.. – Joe respirou fundo tentando se
controlar e não ficar corado, mas ele estava demorando tanto para responder que
apostava que a moça começaria a rir dele a qualquer minuto. – Vocês têm aliança
de compromisso? – Perguntou tentando ser o mais educado possível e até que não
soou mal, ele foi firme e não gaguejou, mas em troca algumas mulheres olharam
para ele e Ed..
- Me acompanhem. – Ele só deveria relaxar e agir normal. Não era um bicho de
sete cabeças! Lembrar-se do sorriso de Demi e como ela se aninhava a ele quando
dormia foi a melhor coisa que Joe fez. – O que o senhor tem em mente? – A moça
perguntou já atrás do balcão buscando pelas amostras dos anéis.
- Eu quero algo delicado e simples. – Ele disse observando todos os anéis e os
imaginando no dedo da namorada. – Você acha que a Dem vai gostar? – Perguntou
mostrando o simples anel de prata pra Ed.
- Está muito simples. – Ed disse buscando a aliança de Selena no bolso para que
eles pudessem ter noção do tamanho do anel. – Você tem algum anel com pedras? –
Perguntou Ed e a moça buscou por mais um estojo cheio de anéis com pedras. – Os
simples são bonitos, mas esses ficarão melhores. – Joe analisou os anéis
procurando por algum que o agradasse. Alguns eram exagerados, caros e outros
coloridos demais.
- Eu gostei desse. – Ele disse assim que fitou o anel de ouro branco cravejado
com zircônia transparente. – Acho que ela vai gostar desse. – Quando a moça
entregou o anel para que ele pudesse analisá-lo, Joe o mediu com o anel de
Selena comprovando que ele caberia perfeitamente no dedo de Demi. – Não é muito
exagerado, certo? Posso pedi-la em namoro com esse anel? – Perguntou porque não
entendia muito do assunto. O anel era diferente das alianças que ele tinha
visto, porém Joe gostava de como as pedras de zircônia cúbica estavam dispostas
nas três linhas do anel.
- Ela vai amar. – A vendedora acabou corando, mas Joe sorriu porque se aquela
moça tinha gostado, Demi também gostaria.
- É claro que pode. – Disse Ed examinando o anel. – Ela vai gostar muito. – Ele
sorriu para a vendedora que assentiu animada procurando pelo estojo de alianças
masculinas.
- Não estou acostumado a usar anel. – Disse colocando a aliança que a atendente
o entregou no dedo anelar da mão esquerda.
- Você está colocando na mão errada. – Disse Ed mostrando a aliança de namoro
na mão de direita e Joe assentiu envergonhado e colocando a aliança também no
dedo anelar da mão direita. – Você gostou dessa? – Perguntou e Joe negou. Era
simples demais e tinha algumas pedras.
- Eu acho que essa fica boa, e combina com a da Dem. – Comentou colocando o
anel de ouro branco grosso no dedo anelar. Ficava bem no dedo dele e se
destacava na pele morena clara. – Acho que é isso mesmo. Está tudo certo? –
Perguntou a Ed que assentiu. – Você pode colocar numa caixinha em forma de
coração? Eu vou ficar. – Disse depois de analisar novamente as alianças que
tinha escolhido. Ele não tinha nem mesmo se importado com o preço, buscou pela
carteira e na hora de efetuar o pagamento usou o cartão de crédito já que tinha
exagerado um pouquinho, mas por Demi valeria a pena.
- Você já sabe onde vai levá-la? – Perguntou Ed assim que eles saíram da loja.
– Posso te emprestar o carro, contando que você não faça nada demais com a Dem.
– Ah sim! Era tiro e queda! As bochechas de Joe coraram, mas ele sorriu.
- Não tenho nada em mente. Não quero levá-la pra jantar num restaurante
extravagante ou chique demais. – Ele adentrou o primeiro mercado que encontrou
deixando Ed completamente confuso. – Vou comprar chocolate para a Dem. – Disse
caminhando em direção a seção de guloseimas e Ed revirou os olhos, mas resolveu
que também compraria chocolate para Selena e os sobrinhos. – Você conhece algum
lugar agradável e que a gente possa ficar à vontade? – Perguntou ao amigo que
assentiu enquanto eles caminhavam em direção ao caixa. Da última vez que os
dois estiverem num mercado, Joe ficou tão constrangido quando Ed acrescentou
camisinhas à compra dele, mas dessa vez ele mesmo pegou os preservativos
deixando o amigo tão orgulhoso que Ed sorriu e o abraçou exageradamente de lado
quando eles saíram do mercado.
- Meu garoto! – Ed estava tão animado que Joe apenas sorriu envergonhado. –
Como estão as coisas com ela? – Perguntou ainda o abraçando de lado enquanto
eles caminhavam em direção ao carro.
- Nós estamos bem. – Ele disse sentindo as bochechas corarem. – Mas eu estou
preocupado com a minha gatinha. – Ed sorriu quando o ouviu
chamar Demi de gatinha. – Ela está passando por tanta coisa. – Suspirou se
sentindo terrivelmente culpado por ter permitido que Jake humilhasse Demi da
forma que ele tinha feito na conferência. – Ontem nós conversamos e ela chorou,
eu queria poder protegê-la, sabe? Não deixar ninguém machucá-la. Me sinto péssimo. – Ed destravou o
carro e esperou que Joe o adentrasse para que pudesse aconselhá-lo.
- Você pode protegê-la de algumas coisas, mas não de tudo. – Disse dando
partida no carro. – Você tem que estar sempre com ela e apoiá-la, entende? Ser
um bom companheiro e amigo. A Demi é uma mulher forte, ela vai superar tudo que
aconteceu.
- O pai dela resolveu aparecer do nada. – Disse por que era o que mais o
preocupava. – Ela está abalada. – Demi era uma mulher inteligente e
independente, mas ela ainda tinha um lado de menina carente e rejeitada que era
de partir o coração. – Às vezes ela parece tão indefesa, ontem quando nós
fizemos amor ela estava tão tímida e quieta. Eu não sei, só sinto que ela
estava diferente depois das flores.
- Ela está com medo Joe. – Disse Ed. – Foi tão difícil quando ela descobriu que
era fruto de um ato bárbaro.. A Sel ficou tão preocupada, e aconteceu o que
aconteceu... Imagina agora que o pai dela pode aparecer a qualquer momento. Ela
só está com medo e sem saber o que fazer.
- Eu não quero que ela fique tensa e assustada. – Disse buscando pela caixinha
em formato de coração onde as alianças estavam.
- Você pode fazer isso. – Comentou Ed. – Vocês podem passear à noite, visitar
uma cidade vizinha no final de semana, assistir filmes, essas coisas. Não dê
tempo para ela pensar em besteiras, será bom para o namoro de vocês. Claro que
ela precisará de um tempo para desabafar e você, como um bom namorado, pode
ouvi-la e aconselhá-la.
- Nós estamos fazendo isso. Ontem passamos boa parte do dia lendo revistas em
quadrinhos e assistindo desenho. – Ele sorriu e corou ao se lembrar de como a
noite tinha terminado. – E a gente acabou na cama. – Ed entendeu
muito bem o que o “na cama” baixinho significava..
- Esse é um campo que vocês podem explorar à vontade. – Infelizmente eles já
tinham chegado a Gyllenhaal e Joe umedeceu os lábios um pouco nervoso porque
precisava ter aquela conversa com o amigo.
- Podemos conversar sobre isso? – Perguntou quando Ed estacionou o carro na
vaga de costume.
- O que você quer saber? – Eram tantas coisas! Joe desafivelou o cinto de
segurança e relaxou no banco como Ed tinha feito.
- Eu não consigo parar de pensar em como eu a quero, isso é normal? – Perguntou
tímido e Ed riu assentindo.
- Você está apaixonado e cá entre nós, sexo é viciante, principalmente quando é
com a pessoa que a gente ama. – Disse se espreguiçando. – Anormal seria se você
não pensasse nela desse jeito.
- Você já me disse que não preciso ter vergonha, mas às vezes eu travo. –
Começou a dizer um pouco nervoso. – Quero muito que ela.. Hum.. – As bochechas
coraram e ele arrumou os óculos ao rosto. – Que ela tire a roupa pra mim. –
Sim, era o que ele mais queria e confessava que às vezes até sonhava com a
namorada o seduzindo. – A gente tentou semana passada, mas a mãe dela nos
interrompeu. – Os olhos marrons dela eram tão penetrantes, e quando Demi tirou
cada peça de roupa naquele fim de tarde e finalizou o espetáculo arremessando a
calcinha no peito dele, Joe pensou que poderia desmaiar ou chegar ao ápice
apenas por assisti-la. – Depois disso, bem, eu só tive coragem para.. – Ah! Ele
deveria contar aquilo para Ed? Arriscando olhar no retrovisor do carro, Joe se
flagrou com o rosto vermelho de vergonha. Era tão constrangedor ficar naquele
estado! Ele era um homem e às vezes se comportava como um menino.
- Respira fundo. – Comentou Ed sem rir do amigo para não constrangê-lo ainda
mais. – É a sua fantasia com a sua garota. Isso também é normal. – Disse
levando a mão ao ombro de Joe e o olhando nos olhos. – Quando eu quero fazer
alguma coisa diferente com a Sel, às vezes eu converso com ela. Ou às vezes
quando a gente está namorando, vou tentando aos poucos e se ela deixar, a gente
faz. – Ele não podia evitar um sorriso. Selena era a mulher perfeita para ele,
e sem ela, Ed não se imaginava. – Nós já transamos num banheiro público, mas
primeiro eu dei a sugestão. – Exemplificou.
- E se eu quiser tentar algo diferente? – Perguntou por que não conseguia parar
de pensar em quando tinha feito sexo oral na namorada. E consequentemente
estava corado porque ele não sabia de onde tinha tirado coragem para fazer
aquilo..
- Algo diferente? – Perguntou Ed de cenho franzido e Joe coçou a barba que
começava a nascer pensando em como explicaria aquilo para o amigo.
- Uma vez você disse que eu poderia beijá-la em todos os lugares se ela deixasse. – Foi
o melhor que ele pode fazer para ter certeza que Ed se lembraria do dia que o
aconselhou sobre sexo, e o amigo assentiu entendendo o que Joe queria dizer.. –
Eu a beijei. – Foi um sussurro, mas Ed ouviu e arqueou uma
sobrancelha.
- E aí? – Perguntou tão curioso quanto Demi e Selena juntas.
- Não conversamos diretamente sobre isso. – Disse corado. – Ontem eu perguntei
se ela tinha gostado... Não me referindo diretamente à... Você sabe... E ela
disse que tinha gostado. – Ele respirou fundo e Ed o observou. Joe era
literalmente diferente da maioria dos homens. Aquele ar sempre tímido,
preservado e respeitoso dele dizia a Ed que Demi tinha sorte por ter alguém
como Joe. – Estou com vergonha de fazer de novo. – Disse e foi como tirar um
peso das costas. – E eu quero muito. – Tinha sido gratificante sentir como Demi
tinha ficado radiante e satisfeita.
- É como eu disse, você pode beijá-la em todos os lugares, se ela deixar é
claro. – Joe assentiu e acabou desviando o olhar de Ed. – Você pode começar a
beijá-la e aos poucos você vai guiando os beijos pra lá, se ela
deixar, ótimo.. Caso contrário é só respeitá-la. Não tem nada de mais, vocês
podem fazer tudo que quiserem, basta conversar, Joe. – Ed conferiu a hora no
celular e arregalou os olhos porque faltavam exatos cinco minutos para o
horário de almoço e Selena tinha o enchido de mensagens! – Cara, nada de
vergonha! Se você continuar se reprimindo dessa forma, você só vai passar
vontade. Basta conversar com ela e respeitá-la. Será melhor para você
aproveitar o seu namoro, e não só nesse aspecto, em geral as coisas ficarão
mais intensas entre vocês. Confiança, segurança, ser você mesmo,
companheirismo. Tudo está ligado à conversa e convivência, e se você continuar
com vergonha ficará difícil. – Como sempre Ed tinha razão. Ser tímido era uma
coisa. Ter vergonha era outra, e Joe sabia que deveria parar de se repreender.
As
dúvidas que ele tinha para tirar com Ed eram bobas e com respostas tão óbvias,
mas para um cara inexperiente eram aterrorizantes! Os dois acabaram conversando
sobre o assunto de forma mais discreta enquanto subiam para o andar onde
trabalhavam e Joe até se permitiu rir de algumas coisas e brincar com outras.
Até mais leve ele se sentiu.
- É melhor você esconder as alianças e sumir com essa sacola da joalheria. – Ah
sim! Demi o perturbaria muito e foi o que Joe fez, guardou as alianças do bolso
da calça, dobrou a sacola perfeitamente para que pudesse guardá-la no bolso e
colocou a caixinha junto com o chocolate. - Só não se esqueça do preservativo.
– Disse Ed o olhando nos olhos e Joe assentiu sem desviar o olhar. Não se
passaram muitos segundos e as portas do elevador se abriram no departamento de
Design da Gyllenhaal. O sorriso de Joe foi de orelha a orelha assim como o de
Ed. Não tinha nada melhor que deparar-se com Selena e Demi, e por mais que elas
trocavam um abraço de lado e olhares um tanto suspeitos, os rapazes estavam
felizes.
- Vocês demoraram. – Murmurou Demi desfazendo do abraço da amiga para abraçar
exageradamente o namorado que sorriu feliz e a abraçou de volta. – Senti sua
falta. – Ela disse assim que Joe a beijou na testa. E Ed sorriu mesmo com
Selena nos braços, observando os amigos.
- Muitos negócios. – O olhar que Joe lançou a Ed deixou Demi com a pulga atrás
da orelha e Selena com um sorriso de orelha a orelha porque ela sabia o que
estava acontecendo.
- Que negócios? – Ah! Selena também sorria! Demi cerrou os olhos olhando de Joe
para Ed, e de Ed para Selena. Eles estavam escondendo alguma coisa. Era
certeza! – O que diabos você aprontou? – Perguntou um pouco impaciente porque
odiava quando era excluída. Selena respirou fundo pensando em como Joe estaria
encrencado até o final da noite. Demi era impossível quando queria descobrir
alguma coisa e só sossegava quando conseguia.
- Não aprontei nada. – Ele disse um pouco envergonhado. – Comprei chocolate
para você, princesa. – Ao menos um sorriso! Era tão bom quando ela ficava
satisfeita, e sempre que acontecia, Joe tinha vontade de fazer o impossível só
para ver aquele sorriso lindo nos lábios da amada.
- Acho que a pergunta correta é: Por que vocês duas estavam abraçadas daquele
jeito? – Perguntou Ed as olhando. – Quando vocês vão se assumir? – Demi olhou
para Selena e Sel a olhou de volta sorrindo.
- Qualquer dia. – Sel piscou para Demi, e as duas sorriram deixando Ed e Joe
intrigados.
- Deus! – Resmungou Ed as fazendo rir. – Vamos almoçar? Eu estou morrendo de
fome. – Ele não resistiu e beijou Selena carinhosamente no pescoço a abraçando
por trás. E claro que Demi revirou os olhos.
- Desce com a Sel e o Ed, eu já vou, ok? – Joe lançou um rápido olhar para Ed
que entendeu muito bem o que ele quis dizer.
- Mas eu.. – Demi começou a dizer, e Sel, percebendo o que acontecia preferiu
interromper a amiga antes que ela começasse um drama desnecessário.
- Vamos Dem! Você não estava reclamando que estava faminta agora pouco? – Era
tiro e queda! Demi fuzilou Selena com os olhos porque ela odiava quando a amiga
a fazia passar vergonha na frente de algum namorado. E Sel sempre fazia para
pirraçá-la.
- Só vou tomar insulina e já desço, princesa. – Joe a abraçou e se curvou para
beijá-la na boca brevemente. Ele só precisava ficar sozinho para guardar as
alianças num lugar seguro, e caso Demi o acompanhasse, seria complicado.
- Você é tão chata! – Resmungou Demi já dentro do elevador claramente emburrada
porque estava sem Joe para abraçá-la como Ed abraçava Sel. – E parem com isso,
eu não vou segurar vela para vocês. – Tornou a resmungar quando o casal de
amigos trocaram um rápido beijo.
- Deixa de ser mal humorada. – Sel desfez do abraço de Ed e sorriu para Demi na
tentativa de fazê-la sorrir de volta. – Senhoria Lovato, você é a amiga mais
ciumenta que uma mulher poderia ter. – Agora Demi sorriu colocando uma mecha do
cabelo atrás da orelha. Ela não negava que estava com ciúme e muito menos que
estava com saudade de Joe.
O
refeitório ainda não estava cheio como o de costume. Enquanto escolhiam uma
mesa, Demi sentiu alguns olhares diferentes dos colegas sobre ela e se sentiu
tão incomodada que quando se sentou à mesa ao lado de Sel, a amiga sorriu a
incentivando e enlaçou os dedos aos dela. As pessoas falavam! E como falavam!
Era horrível ter toda a atenção sobre si, mas o que ela poderia fazer? Todos já
deveriam estar sabendo que ela tinha um caso com o dono da empresa que era
casado. Era um fato incontestável. O vídeo da conferência também não ajudava em
nada.
- Eu acho que vou comer em outro lugar. – Disse olhando para Sel que negou
balançando a cabeça. Ed deu uma bela olhada no pessoal e aproveitou
repreendê-los já que ninguém fazia questão de ser discreto, principalmente os
homens.
- O Joe chegou. – Disse Ed. Demi arriscou olhar para a direção do namorado, mas
não gostou nada de ver que Mary o acompanhava. Tudo bem! Ela não era uma
ameaça, era? Mesmo não gostando de como Joe e Mary pareciam amigos, Demi
resolveu ignorar aquele sentimento de ciúme e tentou relaxar.
- Oi pessoal! – Mary os cumprimentou e esboçou aquele sorriso perfeito. – A
gente se vê, Joe. – Ela disse um pouco sem jeito.
- Senta aqui com a gente. – Disse Selena animada com a ideia de descontrair
aquele clima tenso do refeitório. Na última vez que estiveram reunidos no
aniversário de Demi, eles deram boas gargalhadas e curtiram a tarde. E Mary
estava inclusa. – Você iria sentar sozinha? – Perguntou quando Mary se acomodou
ao lado de Ed e Joe ao lado de Demi.
- Já estou acostumada. – Demi só desviou o olhar de Mary quando sentiu que Joe
a olhava.
- Oi. – Ele disse timidamente encostando a mão a dela sobre a mesa. – Está tudo
bem? Você está quieta. – Perguntou arriscando enlaçar os dedos aos dela, e Demi
envolveu os dedos aos dele forçando um pequeno sorriso.
- Não estou me sentindo a vontade e.. – Ah! Ela franziu o cenho quando escutou
a risada de Selena. Por que diabos Sel estava tão íntima de Mary? Elas riam
juntas e até cochicharam uma pra outra. – E acho que perdi a fome. – Murmurou
emburrada observando como Sel se divertia com Mary e nem se importava com ela.
- Eu posso te beijar? – Joe perguntou e quando Demi assentiu, ele fechou os
olhos e encostou os lábios aos dela. Não era um beijo propriamente dito, estava
mais para um selinho que foi o suficiente para melhorar o humor de Demi. – Eu
te amo. – Ele disse baixinho e Demi o beijou na bochecha e deitou a cabeça no
ombro dele. Ela tinha certeza que agora sim as pessoas estavam curiosas, mas
ela não iria deixar de demonstrar como estava apaixonada por aquele homem. –
Quer que eu busque o seu chocolate? – Perguntou brincando com os dedos nos
dela.
- Está tudo bem. – Ela não iria soltá-lo. A sensação de segurança que ele
transmitia era o suficiente para deixar Demi mais confortável em meio aos
olhares que recebia. – Não está com fome? – Quando Selena riu novamente, Demi
franziu o cenho sem conseguir esconder como aquela repentina amizade a
incomodava. E Ed foi o único que percebeu o desconforto dela. – Vocês estão
conversando sobre o que? – Perguntou olhando para Selena que sorriu um pouco
sem graça.
- Sobre o último desfile da Victoria’s Secret. – Disse Mary colocando uma mecha
do cabelo atrás da orelha e Demi arqueou as sobrancelhas.
- Ela odeia desfiles. – Disse Sel a Mary, e Demi revirou os olhos. – Ei, não
adianta negar, o seu forte é revista em quadrinhos. – E era verdade. Mas Demi
queria participar da conversa e até tentou, mas como não sabia nada
infelizmente foi deixada de lado.
- Vamos comer? – Disse a Joe que assentiu se levantando junto com ela para que
eles pudessem se servir. Ed aproveitou para acompanhá-los já que também estava
sobrando.
- Você está morrendo de ciúme. – Disse Ed a Demi enquanto eles faziam o prato.
– Não está exagerando? – Perguntou pegando o tomate que Demi pegaria só para
brincar e tentar arrancar um sorriso dela.
- Não! Ela está roubando a minha melhor amiga. – Resmungou Demi lançando um
olhar feroz a Ed porque ele também tinha pegado o frango que ela queria. – Você
é tão chato! – Agora sim ela estava mal humorada. O almoço seguiu naquele mesmo
esquema sufocante. Selena e Mary grudadas, Ed e Demi deslocados e Joe era o
único que conseguia manter o clima agradável na mesa.
- A gente deveria ter almoçado em casa. – Comentou Demi assim que chegou ao
departamento de mãos dadas com Joe. – Você comeu tão pouco. – Ela estava
preocupada, e com razão já que o almoço de Joe se resumiu em salada de legumes,
um simples pedaço de frango acompanhado de um copo com água.
- Eu estou bem. – Ele disse forçando um sorriso para não preocupá-la. – Você
está chateada com a Sel? – Perguntou a guiando para a mesa dele e quando Demi
assentiu, Joe a puxou para que ela pudesse se sentar em seu colo. – Será que um
pedacinho de chocolate vai ajudar a melhorar o seu humor? – Ele sorria enquanto
abria a embalagem do chocolate e quando colocou um pedacinho na boca dela, Joe
a beijou no tórax.
- Está uma delícia! – Chocolate melhorava tudo! Demi buscou por mais um pedaço
do chocolate e resolveu compartilhá-lo com Joe num beijo que começou devagar e
se transformou em algo quente e excitante. Quando finalizaram o beijo, as
bochechas estavam coradas e as respirações ofegantes. Sorte era que o departamento
ainda estava vazio. – Amor, obrigada por melhorar o meu dia. – Demi tirou os
óculos dele os colocando sobre a mesa e o abraçou pelo pescoço. – Depois de tudo,
pensei que acabaria surtando. – Disse puxando o cabelo dele da nuca e o olhando
nos olhos. – Obrigada por cuidar de mim. – Joe sorriu e levou a mão ao rosto
dela para acariciá-lo. Ele estudou como os lábios de Demi eram bonitos e
beijáveis os tocando com o polegar, fitou os olhos gostando de como o marrom
estava vivo e se destacava por conta da luz do sol que iluminava o
departamento.
Quando
o beijo aconteceu, foi a melhor sensação de felicidade e amor que ambos jamais
poderiam descrever. Demi aprofundou os dedos no cabelo da nuca de Joe, e ele
levou uma das mãos para acariciá-la nas coxas nuas e a outra se embrenhou no
cabelo castanho médio apreciando como as mechas eram sedosas e pesadas. O único
ponto negativo daquele beijo era que ele tinha o poder de afastá-los da
realidade, e por alguns minutos Joe e Demi se esqueceram de que estavam no
local de trabalho e consequentemente não estavam sozinhos. A magia foi quebrada
quando o barulho de um grampeador de mesa se colidindo com o chão ecoou. E
infelizmente não era Selena ou Ed. Demi mordeu o lábio inferior e preferiu
desviar o olhar do grupo de cinco mulheres que trabalhavam naquele mesmo setor.
Elas não eram exatamente amigas, já tinham almoçado antes, porém Demi não
esperava que uma delas dissesse, indiscretamente, “Ela é rápida”.
- Eu vou para o meu escritório. – Disse claramente envergonhada se levantando
do colo do namorado e mais mulheres chegaram para iniciar o turno da tarde.
- Ei, não fica chateada. – Joe a puxou pela mão antes mesmo que Demi pudesse
correr para o escritório e só sair de lá no final do expediente. – Não fica
chateada. – Tornou a dizer se levantando para que pudesse abraçá-la com força.
Ele odiava quando Demi o olhava daquele jeito carente. Por que diabo ainda
existia gente que insistia em tentar cuidar da vida dos outros? Será que
ninguém percebia que todo aquele julgamento só machucava e causava discórdia? –
Esquece tudo isso, ok? Quero que você se concentre em ter uma boa tarde sem
stress ou qualquer coisa do tipo. – Ele disse colocando uma mecha do cabelo
dela atrás da orelha. E Joe sentia que estava sendo observado, mas não se
deixou afetar. – Leva o seu chocolate, gatinha. Mais tarde eu tento
arrumar alguma desculpa para te visitar e te encher de beijinhos. – Ao menos
ela sorriu e antes de partir para o escritório deu um selinho nos lábios dele.
No
decorrer da tarde tudo estava tão tranquilo. Joe se concentrou no trabalho e
quando tinha tempo, ele buscava as alianças guardadas na mochila e sorria
pensando em como estava feliz por ter Demi em sua vida. Ela tinha mudado todas
as suas perspectivas para melhor. E ele estava tão decidido em oficializar o
namoro, que pensou em invadir o escritório de Demi e pedi-la em namoro de
joelhos.
- Falta meia hora para a gente ir embora. – Ele tinha rolado a cadeira até que
estivesse perto de Ed e disse baixinho apenas para que o amigo pudesse escutar
já que o pessoal estava tão concentrado em trabalhar que o silêncio era quase
absoluto. - Você não me disse em qual restaurante eu posso levá-la.
- Tem o da estação ferroviária. – Disse se referindo ao restaurante onde eles
tinham jantado no aniversário de Joe.
- Eu gosto de lá, mas eu quero um lugar menos movimentado.
- Você gosta de comida italiana? O Carbone é um dos melhores restaurantes da
cidade. – Disse Ed buscando por fotos do restaurante na internet.
- É muito tradicional. – Disse Joe observando como o restaurante tinha toques
da cultura italiana até mesmo na decoração, e ele não se imaginava pedindo Demi
em namoro ali..
- É um restaurante Italiano, oras! – Resmungou Ed e então ele optou por abrir
um daqueles sites com recomendações de restaurantes já que Joe era exigente.
- Gosto desse, e é perto de casa. – Disse observando as incríveis fotos do
restaurante que tinha uma incrível vista para o Central Park.
- Asiate? Você tem bom gosto. – Era um restaurante elegante, reservado e com a
vista panorâmica do Central Park. O lugar perfeito para um pedido de namoro. –
O Gramercy Tavern é excelente. Eles têm o bar e o restaurante no mesmo
ambiente, só que lá é mais lotado que o Asiate.
- Vou levá-la no Asiate. – Disse decidido. – O Gramercy parece ser o tipo de
lugar para sair com os amigos, nós podemos ir lá depois. – Então estava
decidido. Ed assentiu e mostrou mais restaurantes para Joe explicando onde
ficava cada um deles e como o ambiente era.
- Já sabe o que vai vestir? – Perguntou por que sabia que Joe precisaria estar
bem arrumado para a ocasião.
- Camisa social? – Disse olhando para o amigo que assentiu.
- E sapato e calça social. – Joe assentiu. Ele não era muito fã de roupa
social, preferia camisa xadrez ou com estampas de super heróis. – Você pode
arrepiar o cabelo para descontrair o visual. – Sugeriu. – E é melhor você falar
para Demi onde vai levá-la. O lugar é elegante e ela vai querer ir bem
arrumada.
- Queria que fosse surpresa. – Disse pensativo. – Seria mais emocionante. – E
Demi o beijaria e sorriria para ele toda feliz.
- É só dizer que é surpresa, ela saberá o que fazer e provavelmente eu vou
ficar sem a Sel. – Resmungou porque sabia que Demi e Selena eram inseparáveis,
e quando uma precisava da outra, elas abriam mão de tudo.
- Eu vou falar com ela. – E lá estava ele arrumando a gravata à camisa e penteando
o cabelo com os dedos. Mas quando Joe se preparou para se levantar, ele acabou
cerrando o punho. Tudo estava bem demais! É claro que estava, e quando aquilo
acontecia com certeza algo de errado estava acontecendo. Jake batia à porta do
escritório de Demi e não demorou muito para que ele o adentrasse deixando Joe
nervoso. – O que ele quer com ela? – Disse nervoso atraindo alguns olhares e Ed
se apressou em segurar Joe antes que ele fizesse uma besteira.
- Ele não vai fazer nada demais. – Disse o olhando nos olhos, mas Joe só
conseguia olhar na direção do escritório como se pudesse ver através das
paredes o que estava acontecendo entre Jake e Demi.
- Quem garante? Eu não conseguiria confiar nesse cara nem se a minha vida
dependesse disso. – Ele se sentou a cadeira e cerrou os punhos ainda olhando em
direção à porta. – Se ela disser que ele tentou alguma coisa, eu não respondo
por mim. – E Ed não duvidava. Os punhos de Joe estavam tão cerrados que as
veias das mãos estavam alteradas. Sem contar que ele não parecia nenhum pouco
feliz e racional. – Eu deveria entrar naquele escritório e dar uma surra
naquele bastardo nojento. – Pensar em tudo que Jake fez a Demi só impulsionava
e aumentava toda a raiva que Joe sentia. E se lembrar de como a sua garota
tinha ficado triste e estava vulnerável foi o catalisador perfeito para que Joe
se levantasse bruscamente da cadeira e caminhasse em direção ao escritório de
Demi.
- Você está louco? – Resmungou Ed apressando o passo para que pudesse segurar o
amigo. Foi por um pouco! Ele tinha conseguido parar Joe a pouquíssimos
centímetros da porta do escritório. – Me escuta com atenção: Não vale a pena. –
Disse o olhando nos olhos e Joe tentou escapar, mas Ed o segurou firme pelos
braços. Sorte era que ele era do mesmo tamanho de Joe e um pouco mais forte.
- Eu não me importo com o meu emprego. – Ele tentou caminhar e quando Ed o
impediu, Joe o fuzilou com os olhos e tentou se livrar das mãos do amigo em
seus braços.
- Todo mundo está olhando. – Selena não parecia nada feliz com aquela situação.
– Parem com isso! – Pediu quando percebeu que Joe e Ed não trocavam olhares
amigáveis. – Qual é o problema de vocês? – Ela se enfiou entre os dois
quebrando aquela troca de olhares selvagens e empurrou Joe pelo peito para trás
assim como tinha feito com Ed.
- O Jake está dentro dessa sala com a Demi. – A voz de Joe tinha soado tão
séria e masculina. Sel nunca tinha o visto naquele estado. – Eu vou dar uma
lição nesse crápula. – Ele tinha passado por Selena e quando se preparava para
adentrar o escritório com tudo, Ed o segurou pela cintura e o puxou pelo braço
na direção do banheiro masculino e quando o adentrou, soltou Joe bruscamente.
- Você quer ser preso e demitido? – Disse sem desviar o olhar do de Joe. –
Bater no Jake vai resolver alguma coisa? – Perguntou ainda sustentando o olhar
assassino do amigo que aos poucos se acalmou.
- Ele a humilhou na frente de todos! Eu não posso deixar isso barato! – Disse
gesticulando as mãos demonstrando como estava nervoso.
- Eu sei. Mas não vou deixar você se rebaixar ao nível dele. – Ed o segurou
pelos ombros e disse aquelas palavras fitando os olhos de Joe. – Não vale a
pena! – Disse e só alguns segundos depois que Joe relaxou um pouco.
- Isso não vai dar certo, eu sinto que vou acabar fazendo alguma besteira. –
Ele tinha apoiado as mãos à bancada de mármore e respirava fundo tentando
controlar a respiração e a raiva que ameaçava explodir.
- Eu não vou deixar. Respira fundo, lava o rosto e mantenha a calma. –
Violência não é a resposta. Era aquela a frase que o treinador da equipe de
futebol sempre dizia aos rapazes quando eles se desentendiam. E Joe sabia que
era verdade. Foi preciso apenas de cinco minutos para que ele se sentisse
completamente envergonhado por ter quase perdido o controle na frente de todos.
Ele não era agressivo e muito menos vingativo. Apenas lutava por boas e justas
causas. Foi por isso que ele salvou Demi naquele beco escuro. Jake merecia
apanhar, mas não seria ele quem bateria. A vida daria o troco mais cedo ou mais
tarde. – Você está melhor? – Ed perguntou o observando e Joe assentiu cruzando
os braços e respirando fundo.
- Desculpa. Eu não queria ser estúpido. – Disse o olhando e Ed assentiu. Ele
entendia a raiva de Joe porque também queria bater, muito, em Jake, mas não
valeria a pena e poderia resultar num problema gigantesco com direito a cadeia
e tudo mais.
- Você está bem para voltar? – Perguntou porque faltavam exatos cinco minutos
para que o departamento encerrasse as atividades daquele dia.
- Estou, só preciso beber um copo com água. – Como era de se esperar, algumas
pessoas já estavam indo embora e outras se organizavam para ir. Joe bebeu uma
boa quantidade de água e precisou de alguns segundos para se estabilizar.
- Nada de nervoso, rapaz! – Disse Ed dando um leve tapa nas costas do amigo que
assentiu forçando um pequeno sorriso enquanto eles caminhavam de volta para as
respectivas mesas.
Joe
só não esperava que Jake ainda estivesse no escritório de Demi e que juntos, os
dois riam enquanto conversavam como se nada tivesse acontecido. O que diabos
estava acontecendo? Ele sentiu o sangue ferver quando Jake sorriu para Demi, e
mesmo que fosse um sorriso fraco, ela sorriu de volta se despedindo. Como não
ficar nervoso? Se perguntou quando olhou para Ed e ele o repreendeu. Ah! Ele
tinha os punhos cerrados e estava tão mal humorado que não conseguia parar de
franzir o cenho! E quando ele imprimiu o relatório do dia e o assinou? A raiva
era tanta que ele tinha forçado a ponta da caneta contra o papel com tanta
intensidade que quem tateasse aquele documento na região assinada poderia
sentir as curvas das letras.
- Você vai pegar o carro? – Ed o abordou quando ele se levantou pronto para ir
embora o mais rápido possível daquele prédio. E de tão chateado que estava, Joe
tinha se esquecido que pegaria o carro do amigo e que naquela noite ele pediria
Demi em namoro.
- Eu não sei. – Murmurou mal humorado arrumando a alça da mochila.
- É melhor você levá-lo agora, eu vou para casa com a Sel. Vamos levar as
crianças ao cinema mais tarde. – Comentou animado esperando que Joe perguntasse
que filme eles assistiriam, mas tudo que o amigo fez foi assentir. – Você está
bem? – Perguntou buscando pela chave do carro no bolso do paletó.
- Só estou um pouco estressado. – Disse guardando a chave no bolso da calça. –
Obrigado pela ajuda. Vou cuidar bem do seu carro. – Joe forçou um sorriso para
Ed e ofereceu a mão para ele pudesse apertá-la. – Divirta-se. – Era para soar
mais animado, porém foi tão desmotivador que Ed franziu o cenho.
- Você também, e se precisar de ajuda com a roupa é só mandar mensagem. – Joe
apenas assentiu e respirou fundo fitando a porta do escritório de Demi. Não tinha
para onde escapar. Ele teria que falar com ela querendo ou não, pois o
relatório do dia deveria ser entregue apenas para ela.
Quando
bateu à porta, só de ouvir a voz dela, Joe ficou arrepiado. – Oi, amor! – Ele forçou um sorriso quando
adentrou o escritório e a encontrou sentada à poltrona. Demi usava os óculos de
leitura, tinha uma caneta em mãos e alguns documentos sobre a mesa.
- Meu relatório. – Disse um pouco sem jeito colocando a folha de papel sobre a
mesa sobre o olhar curioso dela. – Já estou indo. – Ele adentrou os bolsos da
calça com as mãos porque não sabia o que fazer. A única certeza era: ele estava
chateado por vê-la sorrir para Jake.
- Por que você está tão sério? – Demi tirou os óculos e caminhou até que estava
em frente ao namorado. – Ei, o que foi? – Perguntou folgando a gravata que ele
usava e o beijou no peito.
- Nada, eu só estou cansado. – Ela não podia fazer aquilo com ele! As mãos
femininas eram divinas o acariciando no peito e a forma que aqueles olhos
castanhos fitavam os dele era excitante e carregada de amor.
- Não vai me esperar? – Perguntou enlaçando o pescoço dele com os braços e com
muito esforço, Demi conseguiu beijá-lo brevemente na boca. – Joe? – Chamou-o
porque ele não a abraçava como era o de costume e estava tão sério que Demi
cogitou a ideia que ele terminaria tudo que tinham. – Não vai me beijar? –
Aquilo ele não poderia negar. Aos poucos Joe a abraçou pela cintura e se curvou
para que pudesse beijá-la na boca até que estavam ofegando.
- Estamos no seu escritório. – Disse entre o beijo quando Demi tentou se livrar
da mochila dele e guiou as mãos másculas para que ele pudesse apertá-la no seio
e no bumbum.
- Vem cá. – Como ela queria, Joe tirou a mochila e a colocou sobre o sofá, ele
se deixou ser guiado até a poltrona. – Me abraça. – Pediu se sentando no colo
dele e Joe engoliu em seco a abraçando pela cintura e repousando a cabeça nas
costas dela. – A gente vai poder ficar assim. – Comentou Demi assinando
rapidamente um documento. – Amor, me aperta. – Pediu manhosa porque adorava
como as mãos de Joe eram grandes e deliciosas de sentir apertando e
acariciando. – Não tem mais câmera aqui. – Disse de olhos fechados quando
sentiu os lábios quentes beijá-la atrás da orelha e uma das mãos dele acariciava
a coxa nua e a outra a apertava no seio esquerdo. – O que foi? Você está tão
quieto. – Ela largou a caneta e os documentos para se sentar de frente a ele
para puder olhá-lo nos olhos e beijá-lo na boca. – Aconteceu alguma coisa? –
Perguntou acariciando o rosto dele com os dedos e o beijou na ponta do nariz
tentando arrancar um sorriso de Joe. Ele era tímido, não calado daquele jeito.
- O que ele estava fazendo aqui? – Perguntou a olhando nos olhos demonstrando
que não estava nada feliz com a visita de Jake.
- Ele veio aqui para avisar que o nosso departamento está entre um dos melhores
da empresa. E que nós estamos concorrendo com o departamento de Administração e
Financias um pequeno aumento salarial e uma noite na 1Oak para comemorar o nosso
trabalho duro. – Se ela estava feliz? Feliz era pouco! Demi tinha lutado muito
em cima dos livros para não ter a mesma vida que Dianna, e ela se orgulhava do
resultado de seus esforços. O departamento de Design sempre estava entre os
melhores da empresa e quando vivo, Jason sempre elogiava as garotas que
trabalhavam ali e fazia o mesmo que Jake: beneficiava o departamento com
pequenos aumentos salariais e outros mimos.
- Eu não quero você perto dele. – Disse sem rodeio e Demi franziu o cenho.
- Ele é o meu chefe. – Tentou explicar e Joe balançou a cabeça e levou a mão à
testa. – Por mais que eu queira muito, não tem como ignorá-lo. – Disse o
olhando nos olhos e se arrependeu porque os olhos verdes que geralmente
brilhavam em inocência estavam carregados de ciúme e revolta. – A única coisa
que eu posso fazer e que você também pode fazer é esquecer o que aconteceu. Ele
não vai interferir mais na nossa vida, ele está até usando a aliança e tirou a
câmera que ficava aqui.
- E você confia nele? – Ele não conseguiu disfarçar a ironia e o sarcasmo, o
que fez Demi franzir o cenho e se levantar. – Você acha que ele não vai te
perturbar só porque está usando um anel? Não seja inocente, ele com certeza
está bolando alguma coisa.
- Por que você está tão obcecado com essa história? Não dá para virar a página
e seguir em frente? É o que estou tentando fazer, Joe! – Ela o olhou nos olhos
e se sentiu tão cansada. – O Jake não foi o primeiro cara que me usou. A melhor
coisa que eu fiz quando recebi o meu primeiro par de chifres quando ainda era
adolescente foi seguir em frente, esquecer e perdoar. Não vou ficar remoendo
sentimentos por mais ninguém, já tenho problemas suficientes e não quero mais.
– Ela era muito mais que um rostinho bonito. Desde pequena sofria por falta de
atenção da mãe e das atitudes dela. Quando começou a namorar, o coração foi
partido por uma série de vezes. E tudo que ela tinha feito foi continuar
acreditando que encontraria alguém que a amaria mesmo que corresse o risco de
quebrar a cara novamente. – Vamos focar na gente, amor. O
tempo não volta atrás e eu quero aproveitar cada segundo ao seu lado. – Pela
primeira vez naquela tarde, o sorriso de Joe foi de orelha a orelha e quando
Demi voltou para o colo dele, ele a abraçou e a beijou ternamente nos lábios.
- Desculpa por ser chato. – Disse cada palavra entre os beijinhos que
distribuía no tórax dela. – Mas eu ainda não quero você perto dele. – Confessou
manhoso porque gostava de como Demi fazia carinho no cabelo da nuca dele. –
Você ainda vai jantar comigo essa noite? – Perguntou depois de beijá-la no
queixo e acariciá-la nas coxas nuas por baixo da saia.
- Claro que eu vou. – Demi sorriu enquanto abria alguns botões da camisa dele.
Ela sentia que aquela noite prometia.
Continua...
E essa noite realmente vai prometer, e muito! Oiii! Tudo bem com vocês? Quanto
tempo! Demorei essa tonelada de tempo para postar porque a faculdade mal me
deixa respirar! Esse semestre eles tiraram a semana de prova e agora essas
malditas avaliações são feitas junto com as aulas e projetos, o que virou uma
loucura! Desculpem mesmo por todo esse tempo sem postar, eu deveria ter
dividido esse capítulo alguns dias atrás, mas eu só senti que deveria dividi-lo
quando escrevi ontem essa parte do Joe querendo bater no Jake. Novamente,
desculpem a demora! E Brunna, tá beeeem atrasado, mas é o seu presente de
aniversário! Beijos, garotas! Obrigada pelo apoio e pelos comentários.
Respostas AQUI e AQUI.