ps. Capitulo não revisado
Um dia depois...
As vinte e quatro
horas que compunham um dia pareciam ter sido triplicadas. O bebê tinha
escolhido um dia específico para deixar Demi enjoada com qualquer cheiro. E não
tinha como ficar de olhos abertos e muito menos acompanhar as conversas, não
quando ela estava zonza. A saída foi dormir, mesmo que as vezes o sono durava
três horas ou trinta minutos.
- Bela adormecida? – As pálpebras se
abriram, capturaram o rosto bonito de Joe e logo fecharam-se. Pelo menos à
noite Demi tinha conseguido dormir continuamente. Só que já estava na hora de
acordar. Passava das dez e meia da manhã, e Demi não tinha feito nada além de
suspirar em sono. Joe, já mais estável com os medicamentos sentia-se renovado e
pronto para qualquer batalha, estava ansioso para a namorada acordar, e também
preocupado porque no dia passado tudo que Demi tinha consumido tinha sido posto
para fora. – Demi? Está na hora de levantar. – Ele disse colocando uma mecha do
cabelo longo atrás da orelha rosada para depois dar um beijinho na ponta do
nariz da namorada. – Eu sei que você está me ouvindo, vamos, levanta. – Como
sabia que Demi dava trabalho para acordar, Joe pensou que ela poderia estar
brincando para não levantar. Fazer cócegas era uma ótima saída, mas ao deslizar
os dedos para barriga, não houve nenhum resultado. – Demi, vamos, levanta. –
Resmungou de cenho franzido deslizando a ponta do dedo polegar pelo rosto de
Demi e sorriu quando ela ainda de olhos fechados o tocou no braço na tentativa
de puxa-lo para ela.
- Joseph? – A voz de Laura o desconcentrou
de Demi. – É normal ela ficar sonolenta, faz parte da gravidez nesses primeiros
meses. – Comentou Laura da porta da quarto. Ela tinha observado Joseph desde a
hora que eles tinham acordado por volta das sete da manhã. O rapaz estava
ansioso para Demi acordar e a cada cinco minutos falava sobre ela ou olhava
para direção do quarto. – Eu estou indo a farmácia e depois vou ao mercado,
você vai ficar bem? – A pergunta foi frustrante para ele, e Joe não conseguiu
disfarçar o descontentamento.
- Eu vou ficar bem. – Disse sério
sustentando o olhar da tia, e ela riu adentrando o quarto para abraça-lo.
- Só me preocupo com você, querido. – Laura o
beijou carinhosamente na testa e sorriu porque mesmo assim Joe continuou com
cara de poucos amigos. – Quer alguma coisa do mercado? – Perguntou penteando o
cabelo dele com os dedos e quando Joe olhou para Demi, Laura confirmou mais uma
vez que o rapaz só tinha atenção para a namorada.
- Não... – Murmurou. Na verdade ele queria
poder comer normalmente, mas como estava sob observação médica, no mercado não
tinha nada que ele poderia consumir. – Eu vou acordar essa dorminhoca, se ela
quiser alguma coisa, eu ligo e te pago depois. – Laura assentiu, olhou-o nos olhos
com atenção e antes de sair o abraçou com força.
- Demi, acorda. – Ronronou a beijando nas
pontas dos dedos e se acomodou na beiradinha da cama para abraçar a namorada. –
Acorda, vamos. – Reclamou a beijando suavemente nos lábios.
- Quantas horas são? – A cabeça estava
pesada, Demi sentia-se zonza e tinha medo de enjoar como no dia passado.
- São quase dez e quarenta. Você dormiu
muito. – Muito era pouco. Como se não bastasse o dia passado dormindo de
pouquinho em pouquinho, depois do jantar Demi tinha vomitado e quando decidiu
que iria dormir estava perto de o relógio marcar nove horas da noite. – Enjoo?
– Perguntou preocupado se erguendo quando a namorada levou as mãos ao rosto e
suspirou. Será que o cheiro do sabonete era forte do banho de mais cedo era
forte? Joe tinha procurado não usar nenhum dos produtos de higiene pessoal que
tinha cheiro.
- Não querido... Eu só... Eu acho que dormi
demais. – Disse Demi sentindo o corpo mole. Provavelmente era a pressão baixa e
a tontura um alerta que ela deveria comer. – Você pode me ajudar a levantar?
Preciso ir ao banheiro. – Joe assentiu prontamente. Ele era cuidadoso e a
guiou, só não ficou no banheiro com Demi porque ela o expulsou.
- Fome? – Perguntou assim que a porta do
banheiro foi aberta, e pela cara de Demi, ela não tinha estava nenhum pouco
interessada em comer. – Dem, você está grávida. – Disse de sobrancelhas
franzidas a olhando com atenção sentar-se ao lado dele na cama.
- Joseph, eu não quero comer. – Ronronou
descansando a cabeça no ombro dele. – Ontem eu fiquei muito enjoada e zonza, eu
nunca fiquei assim. – Demi o abraçou de lado e fechou os olhos quando foi
abraçada de volta. – Como você está, querido? – Perguntou o beijando na curva
do pescoço e voltou a se aninhar nele adorando como Joe era quente e tinha um
abraço reconfortante.
- Eu estou bem, me sinto normal. – O brilho nos olhos e o sorriso mostravam que Joe
parecia bem, apesar de um pouco abatido. Demi tinha notado que os músculos não
estavam grandes como o normal porque o rapaz tinha parado de praticar
atividades físicas e a pele morena mostrava-se pálida. – Sinto que estou
preparado para qualquer aventura. – O sorriso sapeca e a piscadela foram motivo
para riso, então ela o beijou no queixo barbado franzindo o cenho ao sentir
como os pelinhos pinicavam e arranhavam a pele.
- É muito bom saber disso, Joe. – Ela não
podia negar que estava com saudade de quando eles namoravam até a madrugada, era
simplesmente fantástico ficar enroscada a Joe e sentir o corpo em sintonia com
o dele. – Mas nós ainda estamos em hiatos.
– Murmurou fechando os olhos. Os lábios ficaram entreabertos depois de
serem roçados, o beijo no queixo, sobre os seios protegidos pelo moletom,
terminou na barriga. Demi não conseguiu conter o suspiro quando gentilmente
teve a blusa levantada e a barriga quente selada com um beijo que a aqueceu em
todos os sentidos.
- Você tem que comer, bebê. – Os lábios selaram
a barriga novamente e os olhares prenderam-se. – Me promete que vai tentar? – O
olhar profundo e os lábios masculinos agora a beijando no queixo jamais
permitiriam que ela negasse. Não tinha como resistir ao charme de Joe, e era
natural a ponto de ele nem perceber que se agisse daquela forma com mais
frequência conseguiria convencê-la a fazer tudo
que ele quisesse.
- Eu vou tentar. – A voz soou macia e fraca
porque os beijos dele não deixavam que ela processasse outra informação além do
calor que eles compartilhavam. – Vamos para cozinha porque você não tem jeito,
Joseph. – A mão boba já estava sobre o seio, claro que antes o traseiro tinha
sido apertado. E quando ele ficava sobre ela era difícil resistir.
- Dem,
eu te disse que estou preparado para qualquer
aventura. – Era claro que estava. Quando o assunto envolvia sexo, Joe tinha
energia para dar e distribuir, e mesmo assim ele ainda ficava na ativa por
muito tempo. Ignorando o sorriso sapeca dele, Demi o empurrou pelo peito para o
lado na cama e se ergueu.
- A sua única aventura nessa manhã vai ser
me acompanhar até a cozinha, mocinho. –
Não era surpresa a ereção marcando a calça de moletom. Demi olhou na direção da
porta do quarto e assentiu negativamente ao sentir a mão de Joe sobre a dela. –
A sua tia está em casa, ainda por cima. – Sussurrou o olhando nos olhos e Joe
negou.
- Ela não está. Não tem dez minutos que ela
saiu para ir à farmácia e depois ao mercado. – Demi não iria ceder, por isso
que Joe suspirou e se sentou ao lado dela. – Você quer comer alguma coisa especial? Posso ligar e
pedir para a ela trazer. – Disse enlaçando os dedos aos dela.
- Não, meu
amor. Vou comer uma fruta e biscoitos. – Demi o tocou na ponta do nariz e
sorriu quando teve o dedo mordiscado. – Para cozinha agora. – Disse tentando
parecer séria, mas sem sucesso porque o riso não deixou.
- Tudo bem, vamos para cozinha. Tenho o dia
todo para te convencer a fazer amor comigo, e eu aposto que você vai pedir
mais. – Ele disse a abraçando pelas pernas e descansando a cabeça na barriga
para olhar para cima esboçando um sorriso de menino.
- Deixa de coisa, Joe. Você sabe que não
pode ficar por aí fazendo estripulias. – Reclamou quando ele se ergueu
bruscamente e a beijou nas bochechas e a abraçou por trás. – Deixa de ser grudento. – Pirraçou-o. A
última coisa que Demi queria era distância do calor do namorado. Ficar nos
braços dele era muito bom, mas os beijos e abraços sempre resultavam em sexo. –
Joseph! – Estar grávida não ajudava
em nada, ainda por cima. Os hormônios estavam descontrolados! E só aquela
brincadeira tinha sido o suficiente para deixa-la pronta para recebe-lo.
- O que? Eu não posso te abraçar? –
Perguntou confuso sem desfazer do abraço e Demi suspirou tentando caminhar em
direção a cozinha.
- Você pode me abraçar. – Não tinha muito
que dizer. Ao chegar a cozinha Demi o beijou na boca por alguns segundos e
depois saiu do abraço do namorado porque ele estava quase conseguindo o que
queria.
- Amanhã é vinte e quatro. – Disse Joe minutos mais tarde. As orelhinhas de
Lucy eram deliciosas de pegar, e tinham o envolvido bastante. Era que ficar em
silêncio era estranho, Demi estava quieta sentada a mesa com uma tigela cheia
de maçã cortada em cubinhos e noutra tigela havia biscoitos, ela comia com
muito esforço porque tinha medo de vomitar. – Você está bem? – Perguntou
preocupado observando a namorada franzir o cenho.
- Eu.. Estou bem. – Murmurou Demi. – É que não
é legal ficar enjoada. – Disse forçando um pequeno sorriso para Joe quando ele se
sentou ao lado e cobriu a mão dela e sorriu. – E amanhã é véspera de natal, não
programamos nada. – Explicar para Joe que Inácio tinha descoberto a gravidez
estava fora de cogitação, uma hora ele iria descobrir, claro, mas não precisava
ser naquele momento onde a situação ainda estava estressante.
- Entendo. – Carinhoso como sempre, ele a
beijou nos dedos e umedeceu os lábios antes de começar a falar. – Você está
confusa porque está complicado passar uma data especial como o natal com todas
as pessoas que você ama. Confesso que eu queria estar no Texas com a minha vó,
a Rose, o Derick, a tia Laura e você. Seria legal se o Ed e a Selena também
pudessem estar comigo. Mas Dem, é assim mesmo. Natal é sobre amor e família.
Não vou ficar triste se você quiser ficar com a sua família, eu vou ficar aqui
com a tia Laura e a Lucy. Também vai ser divertido. – Demi negou com um
balançar de cabeça e abraçou o namorado de lado.
- Esse natal a minha prioridade é você, hum?
– Ela beijou nos lábios para depois sustentar o olhar de Joe. – Queria poder
passar o natal com todos vocês, mas agora
a minha família é essencial para mim. Vamos ficar juntinhos nós quatro. – Disse olhando para Lucy quando
Joe franziu o cenho. – Depois nós podemos visitar a minha mãe, a Sel ou o meu
pai.
- Ok, quando a tia Laura chegar, eu vou ao
mercado para comprar as coisas da nossa ceia, você tem algum prato em mente,
além do padrão? Sobremesas? – Perguntou já na velha agitação de sempre e Demi
riu porque gostava do jeito preocupado e teimoso de Joe de querer agradá-la.
- Eu não quero nem tomar água porque tenho
medo de ficar enjoada, imagina comer outras coisas. – A feição de desanimo
sumiu assim que Joe roçou-lhe os lábios e aos poucos empurrou a língua contra a
dela.
- Ficar enjoada faz parte, o que não pode é
você parar de comer. Nosso bebê precisa que você fique saudável. – A voz soou falha
assim que terminaram o beijo, mas era aquela deliciosa calmaria que funcionava
como um pulso de energia no coração de Demi deixando-o agitado, principalmente
quando os olhos verdes fitavam diretamente os dela. – Eu faço questão de
cozinhar ou comprar o prato que você quiser, é só falar. Aliás Dem, eu vou
fazer tudo que você quiser. – Os olhos dele fecharam-se com o toque feminino no
queixo, e num gesto automático ele guiou uma mão para cintura e outra para o
ventre.
- Eu vou pensar no que nós podemos cozinhar
amanhã. – Ela se controlou para não rir de como Joe estava excitado e mostrava-se
apaixonado, e era muito fofo, por isso que ela distribuiu beijinhos pelo rosto
do namorado e depois o beijou na bochecha demoradamente. – Quais são os seus
planos para hoje? – Perguntou voltando a comer as frutas porque sabia que se
desse muita atenção para Joe, ele a convenceria facilmente a ir para cama.
- Como eu estou melhor, mais tarde vou
resolver algumas pendências. E vou
ajudar o Ed com a despedida de solteiro e as coisas do casamento. – Disse Joe
pensativo, ele só tinha usado as palavras erradas e contado mais do que
deveria, porque agora Demi iria importuna-lo até saber do que se tratavam as
pendências.
- Joseph! Você não pode me deixar curiosa. –
Resmungou o olhando.
- O que? – Perguntou desentendido, e ao
olha-la se lembrou de quão curiosa Demi era. – Você não pode me deixar duro,
mas você deixou. – O sorriso maroto quebrava toda a típica inocência do rapaz, e
Demi sabia que aquele sorriso significava como Joe estava inspirado e louco
para ficar com ela.
- São coisas completamente diferentes. –
Desconversou desviando o olhar do dele, mas um segundo depois fixou os olhares,
encostou o cotovelo a mesa e sorriu tentando ser o mais charmosa possível. – Que
pendências são essas? – Ela não ousou em desviar o olhar do dele porque sabia
poderia identificar qualquer mentira através de uma simples troca de olhares
com Joe.
- Uma delas é você na minha cama. – Diabos!
Joe se mostrava fofo e inocente na maioria das vezes, mas quando ele tinha aqueles momentos... Automaticamente a
calcinha molhava em sinal que o corpo já estava pronto. – As outras eu conto
depois. – Ele sabia que conseguia atingir Demi quando ela suspirava e umedecia
os lábios.
- Quem disse que você vai para essa
despedida de solteiro do Ed? – Era melhor desconversar porque os hormônios não
ajudariam a manter o controle de não ceder as seduções dele.
- Quem disse que eu não vou para essa
despedida de solteiro do Ed? – Perguntou se aproximando um pouco mais e quando
Demi franziu o cenho, ele sorriu.
- Você
que sabe da sua vida. Você vai e nós só vamos transar depois que o meu filho nascer, e olhe lá. – Ela
sorriu por dentro porque não queria mostrar para Joe que só estava o
pirraçando.
- Você não está boa hoje. – Comentou
pensativo e a vontade de Demi era de beija-lo nas bochechas, mas preferiu
manter-se inabalável porque Joe precisava entender que ela não queria sexo por
falta de desejo, mas sim porque estava preocupada com a saúde dele.
- O que você vai fazer hoje? – Perguntou se
levantando para lavar a louça que tinha sujado.
- Eu quero sair de casa. Realmente tenho que
ajudar o Ed com as coisas do casamento, escolher um terno e um presente. Você
tem alguma sugestão do que eu posso comprar para eles? – Aos pouquinhos ele
conseguiu coragem para se aproximar de Demi a abraçando por trás. Um abraço não
era nada demais, ou era?
- O bebê vai precisar de um berço. A Sel não
comentou nada comigo sobre um berço. – Disse o olhando brevemente e Joe
assentiu se curvando para dar um beijinho no pescoço dela.
- Nós também vamos precisar de um berço. –
As mãos tocaram gentilmente o ventre de Demi por baixo da blusa, e ela perdeu a
concentração da louça quando Joe ronronou que a amava. – Você é a gravida mais
linda que eu conheço. – Comentou assim que ela se virou depois terminar com a
louça e secar as mãos.
- Você não tem jeito. – Era para ser um
resmungo descontente, mas acabou que Demi não conseguiu desviar o olhar do
dele. Abraçou-o pelo pescoço e suspirou ao ter a bochecha tocada.
- Trocar beijinhos comigo agora não vai
fazer mal algum, o que você acha? – Perguntou a observando atentamente e quando
Demi assentiu, ele a beijou carinhosamente na testa e depois roçou os lábios. –
Vamos para debaixo das cobertas? – Os lábios selaram especialmente o queixo
para depois a ponta do nariz, onde ele roçou com o dele.
- Promete que se você não se sentir bem,
você vai me contar? – Perguntou de olhos fechados tentando controlar os
suspiros.
- Eu prometo, princesa. – Como os lábios
estavam próximos dos dela, Joe os selou num simples toque, envolveu a cintura
num abraço mais apertado e avançou mais com o beijo quando Demi puxou o cabelo
da nuca dele. – E aí? O que me diz das cobertas? Eu e você, muitos beijinhos? –
Ele sorriu assim que Demi ronronou e sorriu de olhos fechados.
- Eu acho uma ideia fantástica. – Os
sorrisos se alargaram um pouco mais ao se olharem. Demi até tocou a ponta do
nariz do namorado com o dedo para depois voltar abraça-lo pelo pescoço. – Joe.
– Chamou na metade do caminho para o quarto, então eles pararam de caminhar na
sala. – Amo você, grandão. – O apelido sempre soava bem. Joe a abraçou e
curvou-se para beija-la sem nenhuma pressa.
- Eu também amo você, amo muito. – Disse a
abraçando por trás. – Você topa ser sequestrada por mim? – Perguntou entre os beijos
que depositava no pescoço dela.
- Com certeza, mas só por você. – Ela riu da
careta dele, ainda mais quando Joe a abraçou mais apertado como se quisesse
protege-la. – Meninos da sua idade já sabem resolver esse probleminha sozinhos. – Comentou o olhando ao adentrar o
quarto.
- Eu... – As bochechas coraram e ele não
conseguiu sustentar o olhar por muito tempo. – Dem... – A gargalhada dela só o
deixou mais envergonhado, e Demi nada fez além de se deitar a cama e arquear
uma sobrancelha o observando todo coradinho e com uma ereção que marcava a
calça de moletom.
- Eu estou brincando. – Ronronou umedecendo
os lábios e o olhando com atenção e desejo. – Vem cá. – A voz soou rouca e o
cenho foi levemente franzido porque as pernas foram afastadas por Joe que se
pôs entre elas. – Isso é covardia. – Nenhum detalhe ficou para trás. As mãos
fortes e grandes agarraram a barra da camisa, e conforme o tecido branco subia
pelo tronco, os músculos eram exibidos. Então nu da cintura para cima, Joe
tinha posto uma mão de cada lado da cabeça dela e os lábios ficaram próximos
trocarem outro beijo.
- Eu aposto que você está derretendo. – Demi
só não respondeu por que o lábio inferior foi mordido, o queixo beijando e o
pescoço selado com beijos e chupões que a fazia suspirar. – Você está
derretendo, você sempre está por mim. – O corpo dela tinha arqueado quando a
mão de Joe adentrou a calça de moletom e facilmente se enfiou adentro da
calcinha.
- Você também sempre está duro por mim,
querido. – Murmurou o tocando na ereção sobre a calça. Por segundos os dois
perderam o fôlego como se fosse a primeira vez juntos. – Você vai ficar bem? –
Perguntou adentrando o cabelo dele com a mão livre ao perceber os suspiros mais
frequentes que o normal.
- Eu estou bem. – Ele disse se sentando a
cama ao lado dela. – Eu só estou ansioso. – Respirar fundo não faria mal, bem
pelo contrário. Joe fechou os olhos e se concentrou em controlar as batidas
agitadas do coração porque ele precisava que o momento fosse tranquilo ao mesmo
tempo em que prazeroso.
- Querido. – Ao se erguer Demi o beijou no
ombro esquerdo e envolveu a mão dele com a dela. – Respira fundo e relaxa. –
Disse o beijando na bochecha, só que o beijo se transformou num muito mais
intenso quando o rapaz virou a cabeça e selou os lábios aos dela.
- Amo o seu cabelo, Dem. – Elogiou depois de
deita-la a cama. O olhar tinha se perdido nas mechas longas de cor marrons. Joe
pensava que não havia uma sintonia mais perfeita que os olhos e cabelos marrons
com a pele rosada de Demi.
- Não. Existe. Olhos. Mais. Bonitos. Que.
Os. Seus. – Cada palavra foi um beijinho no rosto dele. Demi tinha conseguido
deita-lo a cama e adorava o fato de estar sob o namorado. – Vou fazer você
relaxar antes de... – Demi riu como uma menina sapeca. Mordeu o queixo barbado,
roçou os lábios e se sentou exatamente sobre a ereção porque ela tinha que
prender o cabelo num coque alto com elástico.
- O que você vai fazer? – Perguntou
desconfiado e ardentemente excitado deslizando uma mão pelas costas dela até
conseguir apertar o bumbum e a outra tratava de brincar com o cabelo da nuca de
Demi, fazendo do cabelo preso uma bagunça.
- Eu só vou te encher de beijinhos. – Foi
exatamente o que ela disse. Os lábios beijaram até as pálpebras de Joe num
beijinho gentil e carinhoso. Para acalma-lo um pouco mais e mostrar segurança,
Demi tinha enlaçado os dedos aos dele e continuou o beijando até o momento em
que foi deitada e beijada ardorosamente.
- Não tem coisa melhor que ficar aqui
agarrado com você. – Disse entre um beijo e outro no maxilar e pescoço. As mãos
apalparam o traseiro avantajado, e ao sentir as pernas femininas se enlaçando
nele, Joe empurrou o corpo contra o dela causando um pesado suspiro entre os
dois.
- Não tem. – Disse o olhando nos olhos.
Estar nos braços de Joe era muito mais que um ato físico. A sensação de
segurança, amor e carinho eram incomparáveis. – Você está b...? – A pergunta
não foi finalizada porque os lábios foram selados num beijo exigente e a mão guiada
para dentro da cueca dele.
- Por que esse tipo de coisa tem que
acontecer com a gente justamente agora? – Resmungou ainda ofegando ao ouvir os
latidos de Lucy porque a porta da sala tinha sido aberta indicando que Laura
estava de volta. – Que droga. – As
mãos cobriram o rosto e aos poucos ele conseguiu controlar a respiração.
- Ei. – Chamou-se se erguendo. O cabelo de
Demi tinha virado uma bagunça e nem estava mais preso, os lábios avermelhados
eram frutos dos beijos. – Nós temos toda uma vida juntos para namorar. Não fica chateado. – As palavras inspiravam
paciência. Demi o olhou nos olhos e enlaçou os dedos aos dele. – Fica
tranquilo. – Pediu o beijando no queixo e o sorriso foi inevitável porque a
barba era áspera e a pinicava.
- Está bem, Dem. Eu vou ficar. – Toda vez
que Joe ficava emburrado ele parecia um bebê manhoso de tamanho extra G. E Demi
o abraçou de bom grado e o beijou na testa.
- Vocês dois estão aí quentinhos. Está muito
frio lá fora, crianças. – Laura só
tinha colocado a cabeça para dentro do quarto depois de bater à porta. –Comprei
algumas frutas para você, Demi. Está tudo na cozinha, vem para preparamos algo
para você comer. – Como ela faria para Joe sossegar com todos aqueles beijos e
mãos bobas? Laura mal tinha virado as costas e ele já estava com a mão dentro
da blusa dela tocando os seios.
- Mais tarde nós continuamos. – Disse Demi
dando um último selinho nos lábios de Joe para depois empurra-lo pelo peito
porque precisava se levantar. – Nada disso. – A vontade era de rir. Ela sabia
que aquele biquinho junto com um “Ah, Dem” era pura manha e sinal que Joe
ficaria emburrado até conseguir o que queria. – Sua tia está em casa. –
Sussurrou o olhando enquanto arrumava o cabelo com os dedos. – Mais tarde. –
Não existia nem a possibilidade dela ceder, Laura estava com eles no
apartamento e seria muito estranho. E Joe beijava no pescoço exatamente onde
ela mais gostava, na lateral do pescoço.
- Estou ansioso, gostosa. – A voz rouca sussurrada era de fazê-la estremecer de
desejo, por isso que Demi cedeu ao beijo e suspirou com a testa encostada a dele.
- Levanta. – Demi acabou rindo quando Joe
deu um tapa no traseiro dela e descaradamente piscou quando ela o olhou. – Vem
cá, seu sem vergonha. – Definitivamente não era uma boa ideia Joe ir para
cozinha, dado que o volume na calça estava claramente perceptível. – Acho que
um banho vai ajudar, gostoso. – Mesmo
um pouco mais magro, o físico de Joe era de encher os olhos e despertava
desejo.
- Você não quer tomar banho comigo? Nós
podemos resolver esse probleminha se
você ficar quietinha. – Demi demorou
alguns segundos para negar com um aceno de cabeça, não porque considerava a
ideia, era que o jeito que Joe a olhava e tinha dito aquelas palavras faziam
com que o corpo dela aquecesse de desejo. Meses atrás ele sequer faria uma
proposta como aquela.
- Não. Estamos esperando você na cozinha. – O
beijo era para ter sido na bochecha dele, mas como Joe era muito alto, Demi o
beijou no peito, pegou o celular sobre o criado-mudo e saiu às pressas do
quarto porque sabia que não precisava de muito para o namorado convencê-la de
ir para cama com ele.
- Como estão os seus planos para o natal? –
Laura perguntou assim que ela adentrou a cozinha e se acomodou a mesa.
- Eu não sei. – Disse Demi de cenho
franzido. Já era natal e muita coisa tinha mudado em relação ao ano passado,
inclusive o fato dela estar grávida. – Quero passar o natal com a minha família. – Laura assentiu porque
entendia perfeitamente o dilema que Demi enfrentava.
- Comprei as coisas da ceia para nós três e
a Lucy, é o suficiente. – Disse olhando para as sacolas. – O Joe não pode comer
a ceia típica, e esse ano a alimentação dele está mais rigorosa. – Era uma
série de protocolos que Joe tinha que seguir naquela fase de exames e se ele
quisesse se manter estável, muitos hábitos teriam que mudar, razão pela qual
Laura queria estar em Nova York.
- Eu não estou podendo comer muito por conta
dos enjoos. Só estou preocupada em como vou me dividir em quatro para o natal. –
Seria muito mais simples se todos pudessem e quisessem passar o natal
exclusivamente com ela, mas era um pensamento egoísta a ser considerado.
- Nós podemos ir prestigiar a árvore de
natal do Rockfeller Center, ouvi
dizer que é muito bonito. Depois cada um vai para sua casa ceiar. – Disse
Laura. Demi assentiu prontamente gostando da ideia. O Rockfeller Center ficava
ali pertinho e em todo natal as pessoas visitavam a enorme árvore de natal,
aproveitavam para tirar fotos e o delicioso clima de natal entre família.
- O Joe não vai gostar muito da ideia. – O
comentário escapou e quando Laura a olhou com curiosidade, Demi umedeceu os
lábios e sustentou o olhar da mulher. – Ele não gosta muito da neve. – Não era
o motivo principal. Ela olhou para trás procurando por algum rastro do
namorado, mordeu o lábio inferior e suspirou. – Ele e o meu pai não são fãs um
do outro. Não é culpa do Joe, é que o meu pai é muito protetor. Não sei se
seria uma boa ideia para o Joe ficar perto do meu pai agora, não quero confusões e ele tem que evita-las o máximo. – Por
que só por um olhar Laura sabia que tinha mais coisa a ser dita? Demi respirou
fundo, tocou a superfície da mesa com a ponta dos dedos. – E.. Hum.. Meu pai descobriu
que eu e a minha irmã estamos grávidas. Eu não contei para o Joe e não sei se
vou contar, ele vai ficar preocupado. – Ela tinha dito baixinho porque não
queria correr o risco.
- Nesse caso eu não acho que o Joseph no
mesmo ambiente que o seu pai vai resultar em coisa boa. – Disse Laura pensativa
e Demi assentiu com pesar. – Eles vão ter que se resolver. Vocês estão
esperando um filho, é um laço eterno, Demi. Não será saudável para ninguém um
ambiente hostil.
- Eu sei. Só que agora o Joe precisa ser
poupado de stress. – O coração veio a boca quando ela sentiu um toque no ombro
esquerdo, e ao olhar para o lado Demi só confirmou que era o namorado. – Estamos
falando de sair. O transito está um
inferno, você só vai passar raiva. – Disse o olhando nos olhos. Se Joe
acreditou, já era outra história. Ele trocou um breve olhar com Laura e
assentiu se sentando ao lado de Demi.
- Você está precisando de alguma coisa? –
Perguntou desviando o olhar do dela só porque precisava pegar Lucy no colo para
mima-la. Ele tinha ouvido a última parte da conversa, mas perguntaria para Demi
o porquê dele precisar ser poupado quando estivessem sozinhos.
- Não querido, nós só estamos conversando
sobre o movimento na cidade. – Disse Demi acariciando o pelo de Lucy.
- A sorte foi que o mercado não é tão longe
daqui, e o caminho que fiz está menos movimentado, mas as ruas principais estão
lotadas. – Laura sorriu observando como Joe e Demi eram bonitos juntos. E pelo
jeito que eles tratavam Lucy com cuidado e carinho, seriam bons pais. – Vocês
querem comer? – Perguntou se levantando.
- Eu já comi. – Disse Demi acariciando as
orelhinhas de Lucy quando a cadelinha passou para o colo dela.
- Eu também. Você quer jogar vídeo game
comigo, Dem? – Como ela poderia recusar sendo que Joe a olhava todo pidão? Demi
assentiu sorrindo, ela até poderia dar um selinho nos lábios dele porque aquele
homem era apaixonante. Só que o celular toando roubou a atenção, ainda mais
quando a foto de Anna apareceu na tela.
- Ei!
Como você está? A última vez que nos falamos foi ontem à tarde! Melhorou dos
enjoos? – Perguntou Anna e Demi murmurou um “Uhum” caminhando para a sala
para que pudesse ter mais privacidade com a irmã.
- Ontem eu dormi bastante, mas agora eu
estou bem. Acordei tem pouco tempo e ainda não fiquei enjoada. – Disse se
deitando ao sofá. – E você? Como está? – A vontade era de perguntar como Inácio
estava se comportando, mas Joe iria descobrir na hora que o sogro já sabia da
novidade.
- Nada
de enjoo. Hoje eu estou faminta. Liguei para o Rick três horas da manhã porque
eu queria muito comer doce de abóbora. Ele não encontrou, mas o papai fez para
mim. Estava delicioso. – Doce de abóbora? Demi franziu o cenho porque ela
não conseguia imaginar como aquilo poderia ser gostoso. Só o doce não era mais
estranho que o fato de Inácio cozinha-lo.
- E então? – Já que Anna tinha tocado do
assunto, só cabia a Demi explora-lo um pouquinho mais. Ela estava louca para
saber tudo que se passava na casa dos Lovatos, só que seria interessante se
estivesse sozinha, e quando Joe se acomodou ao sofá que ela estava deitada, ele
estragou o momento.
- Ele
está sendo maleável. Nós três conversamos ontem. Não foi tão terrível como eu
pensava, claro, tirando a ameaça de morte. – A risada de Anna não foi
nenhum pouquinho contagiante. Demi murmurou um “Ah não” porque sabia que com
Joe seria pior. – Estou exagerando, ele
não disse isso. Ele só pediu que o Rick cuidasse de mim e do bebê, que
assumíssemos a responsabilidade porque um filho não é brincadeira. Então desde
a nossa conversa ontem de manhã, eu estou sendo muito mimada. O papai não me
deixa fazer nada, pergunta o que eu quero comer, verifica se estou bem
agasalhada. É estranho, mas eu estou adorando e as meninas morrendo de ciúmes. –
Tirando o ciúme e a proteção exagerada, Inácio era um excelente pai.
- Isso é muito bom. Estou feliz por você, Anne. – Disse Demi limitando as palavras
por conta do namorado. – Isso muda muita coisa.
- Com
certeza. E ele está preocupado com você. Me perguntou se você já fez os exames
iniciais, se está se alimentando corretamente. Vem aqui em casa agora à tarde.
Nós precisamos conversar e organizar o natal. Já é amanhã e nós estamos ferradas
de coisas para fazer. – Inácio estava preocupado com ela de uma forma
“boa”. Talvez se ela fosse a casa do pai naquela tarde, eles poderiam conversar
sobre a gravidez e sobre Joe.
- Depois do almoço eu vou. Podemos conversar
mais tarde? O Joe está aqui me perturbando para jogar vídeo game com ele. – Ela
esperava que Anna tivesse entendido o recado. Já Joe estava com cara de poucos
amigos a olhando, o que a fez rir.
- Tudo
bem. Até mais tarde Demi. Manda um oi para o Joe. – Disse Anna.
- Ele está mandando outro “oi”. Até mais tarde, Anne. – Demi
largou o celular debaixo da almofada do sofá e arqueou uma sobrancelha quando
Joe ergueu as pernas dela para se sentar no espaço que ela ocupava. – Anna
mandou um oi, chato. – Disse se acomodando ao sofá mesmo com o rapaz ali para
importuna-la.
- Você já mandou um oi para ela por mim. –
Ele disse se acomodando a almofada e fechando os olhos. – Ainda vai querer
jogar vídeo game comigo ou já vai me trocar pelo seu pai? – A intenção não foi
ser rude, mas Joe não conseguiu esconder como ele ficava chateado. Demi sempre
cancelava o dia que eles tinham planejado para ficar com o pai. Era egoísta,
claro. O homem era o pai de Demi, mas ele também queria atenção.
- Eu já vou te trocar pelo meu pai. – Disse
Demi de cenho franzido se levantando para calçar os chinelos para ir para o
quarto.
- O que vocês querem para o almoço? –
Perguntou Laura adentrando a sala mais concentrada no celular que no casal.
- Eu estou indo para casa do meu pai. Não
vou almoçar com você. – Demi nem mesmo estava mais na sala, só que do quarto
dava para ouvir perfeitamente o que acontecia no outro cômodo. Agilmente ela
vestiu jeans, calçou as botas e pegou a bolsa. Já era difícil para ela ter que
administrar o tempo com as pessoas que amava, e ser cobrada era sufocante.
Quando não era Inácio com ciúmes e sendo chato, Joe o fazia.
- Dem, espera aí. – Disse quando a namorada
passou por ele sem olha-lo.
- Tchau, tia Laura. – Bem, ela não sabia por
que de repente estava com tanta raiva de Joe, e talvez seria até melhor ficar
longe dele para não tornar a situação desagradável.
- É sério que você está chateada? – Não era
para ter soado tão alto, mas Joe estava quase tropeçando nos próprios pés. Ele
fechou a porta do apartamento com certo custo porque Lucy estava tentando sair
para rua.
- É sério que você está achando que eu estou
brincando? – O cenho de Demi estava franzido e ela irritada.
- Se eu disse algo que não deveria ou que pareceu
outra coisa, desculpa. – Disse a tocando no ombro direito e Demi franziu um
pouco mais o cenho pressionando constantemente o botão do elevador.
- Eu estou indo embora, de qualquer forma.
Depois nos falamos. – Só porque estava irritada não queria dizer que tinha que
ser grossa com Joe. A sorte foi que o elevador chegou, e ao adentra-lo, Demi
negou com a cabeça e arqueou uma sobrancelha quando Joe fez menção de seguir
junto com ela. E ele ficou parado com cara de cachorrinho carente a olhando
enquanto as portas se fechavam.
Mudanças de humor
faziam parte da gravidez. Talvez o que tinha acontecido nos últimos cinco
minutos fosse uma mera mudança no humor. Mas uma coisa Demi sabia: ela estava
muito cansada de confusões familiares. Desde sempre as pessoas que tinham o mesmo
sangue que ela sempre geravam traumas e frustrações. Inácio não podia ser
tóxico como Dianna foi por um bom tempo, e por culpa dele Joe tinha criado um
receio e indiferença. A situação era desagradável.
Estava nevando e o
frio era impiedoso. Demi teve que abraçar o próprio corpo na tentativa de reter
o calor do corpo. A mandíbula tinha criado vida porque movia-se sozinha fazendo
com que Demi “batesse” os dentes inferiores com os superiores. Teve uma hora
que ela teve que abaixar a cabeça para evitar o vento no rosto, agilizou os
passos e os cinco minutos que andou até o apartamento pareceram durar uma
eternidade.
Fato era: Demi não
passava nem mesmo metade do dia no próprio apartamento. Quando não estava no
apartamento de Joe, estava no de Dianna, quando não estava no apartamento da
mãe, estava na casa do pai ou na de Selena. As contas tinham chegado. Demi se
acomodou ao sofá e mordeu o lábio inferior. Ela precisava organizar o mais
rápido possível o lugar onde iria trabalhar, ou começaria a passar por
dificuldades financeiras. Ed tinha passado o contato do amigo que estava
alugando o espaço onde Selena tinha feito as fotos do casamento. Era um local
excelente e definitivamente uma boa opção, visto que era espaçoso e perto de
onde ela morava.
Ter um escritório
de design não era simples, o negócio envolvia muito mais que criatividade e
técnicas. Os clientes precisavam confiar no trabalho que seria desenvolvido. E
Demi tinha nome na cidade porque a Gyllenhaal
tinha investido na carreira dela e os produtos assinados por ela faziam
sucesso. Talvez não seria complicado montar aquele negócio, Demi só precisava
focar as energias nele depois das festas de fim de ano.
O banho quente a
ajudou a aquecer, e quem disse que Demi foi diretamente para casa de Inácio? A
cama pareceu irresistível, o que resultou num “cochilo” de uma hora de relógio.
Se não fosse quase véspera de natal, com certeza o dia seria aproveitado
dormindo, mas como havia muitas coisas a fazer, Demi preferiu se levantar
porque tinha que ir a casa do pai. Na hora de chamar um táxi, quem disse que o
celular estava no bolso? Tinha ficado no apartamento de Joe, e ela não iria
busca-lo.
Não faltava em Nova
York táxis. Naquela época do ano, os carros tipicamente amarelos eram
disputados mais que o comum, porém não demorou muito para que Demi estivesse no
interior de um a caminho da casa do pai.
- Olha só quem lembrou que tem família. – Isabella
a abraçou apertado, e Demi retribuiu o abraço calorosamente. – Você está
gelada, Demi. – Disse a tocando nas bochechas e na ponta do nariz. Era o
resultado de ficar esperando táxi e da breve caminhada da calçada até a porta.
- Hoje está mais frio que o comum. – Quando
Hannah levantou a coberta a convidando para se juntar a ela, Demi não pensou
duas vezes e se aninhou a irmã no sofá.
- O aquecedor não está resolvendo. –
Comentou Hannah abraçando Demi pela cintura e descansando a cabeça no ombro da
mesma. – Você está gelada. – Resmungou. A lareira estava acesa num fogo baixo
por conta da pequena Alicia. Havia mais uma coberta no outro sofá, na mesinha
do centro três xícaras e a televisão estava ligada passando um filme qualquer.
- Demetria?
– A voz de Inácio carregava preocupação. Demi desfez do abraço de Hannah
para se levantar e olhou para o pai atentamente. Inácio vestia um suéter cinza
por cima de uma camisa branca de botões, calça jeans e botas. O semblante
mostrava como ele estava preocupado, e era apenas preocupação. – Eu estou
preocupado com você. – Ele disse com ela nos braços num abraçado forte. Demi
era pequenina, então era fácil beija-la na testa.
- Não precisa ficar preocupado comigo, eu
estou bem. – Disse contra o peito dele, soou abafado, mas Inácio tinha toda
atenção exclusivamente na filha, nenhum detalhe passaria por despercebido. –
Nós temos que conversar. – Demi o olhou nos olhos para tentar perceber alguma
reação do pai, mas ele não se mostrou bravo como ela esperava, pois o assunto
era óbvio.
- Nós vamos. Você quer chocolate quente? –
Perguntou gentilmente arrumando uma mecha do cabelo dela atrás da orelha. – Não
está muito forte, acho que não vai causar enjoo. – Bem, Inácio estava normal e
mostrando-se preocupado. Ele a guiou pela mão para cozinha e chegando lá, Demi
sorriu porque Anna estava sentada a mesa.
- Se a gente não liga você não vem. – Disse
a moça depois de ser beijada a bochecha.
- Eu iria aparecer. Ontem passei o dia
dormindo e enjoada, hoje estou melhor e mais disposta. – Comentou observando os
alimentos a mesa. Os pequenos biscoitos pareciam gostosos, e com certeza Demi
ficaria longe do iogurte de ameixa.
- São biscoitos de polvilho. Você já
experimentou? – Inácio a serviu com uma xícara cheia de chocolate quente e um
punhado de biscoitos de polvilho doce numa vasilha de vidro.
- Foi o papai que fez. – Disse Anna olhando para
o pai com tanta admiração que Inácio teve que abraça-la e beija-la na testa.
- Não fiquei enjoada hoje.. – As bochechas
de Demi coraram e a voz soou baixa porque ela podia sentir o olhar de Inácio a
analisando.
- Só tenta comer, querida. – Ele disse se
acomodando a cadeira ao lado da de Demi com uma xícara cheia de chocolate
quente em mãos. – Quero que vocês organizem uma lista com tudo que vamos
precisar para cozinhar nesse natal. Vou sair para comprar as coisas agora à
tarde para começarmos a agilizar, está muito em cima da hora. – Anna sorriu
feliz porque ela tinha imaginado que o natal seria péssimo, mas desde que
Inácio se acalmou no dia que descobriu da dupla gravidez, ele estava sendo
compreensivo.
- Eu não estou acostumada a cozinhar pratos
tão elaborados. – Comentou Demi. Aos poucos ela tinha conseguido comer os
biscoitos e bebericar o chocolate quente.
- Nós temos Isabella e o papai, Dem.
Organizamos as meninas e essa ceia vai sair rapidinho. – Anna não era muito fã
de cozinha e nunca teve oportunidade para praticar, pois o tempo sempre esteve
comprometido com os estudos nos últimos seis anos.
Em época de natal
Demi não tinha costume de cozinhar pratos de ceia ou comprar presentes muitos
presentes. Dianna e Amélia não comemoravam, então a menina passava na casa da
melhor amiga, onde apresentou sobre aquele costume e ficou de bochechas coradas
ao receber presentes dos pais de Selena. Durante alguns anos, Demi passou o
natal com os Gomez, e alguns ela passou em baladas sozinha.
Pelo que as garotas
discutiam com o pai no sentido literal da palavra, o natal dos Lovato seria O
natal. Demi não soube muito bem o que pedir para Inácio comprar, mas não pode
deixar de observar como as irmãs eram exigentes e sabiam muito sobre as comidas
daquela data. Elas contestaram até os tipos de sobremesas, os temperos da
comida e as bebidas.
O clima não estava
cem por centro agradável depois que Megan tinha chegado. Isabella tinha
comentado com Demi que desde a confusão com a tatuagem e piercing, Megan não tinha conversado com ninguém, exceto Amber.
Passava boa parte do dia dentro do quarto e preparava a própria comida.
- Eu quero pavê de abacaxi. – Disse Megan baixinho.
Inácio só tinha ouvido o pedido da menina porque ela estava sentada ao lado
dele, e as demais nos outros sofás.
- Pavê de abacaxi. – Era mais uma coisa na
lista que já estava enorme, mas mesmo assim Inácio anotou e observou
discretamente Isabella verificar o que ele tinha acabado de escrever.
- Nós combinamos que vamos fazer apenas dois
pavês. – Disse Bella olhando para o pai.
- Megan quer pavê de abacaxi. – Ele comentou
dando de ombros fingindo estar verificando as mensagens no celular como se
fosse algo realmente importante, mas o que de fato fazia era observar as
filhas. Isabella não disse uma palavra, mordeu o lábio inferior e olhou para as
irmãs.
- Nós decidimos que seria pavê de chocolate
e de limão. – Disse Hannah de cenho franzido porque o pai só tinha permitido
que elas fizessem duas sobremesas de cada para não jogar comida fora.
- Eu quero de abacaxi. – Disse Megan e o
clima pesou entre elas. Hannah abaixou a cabeça para não revirar os olhos e as
mais velhas preferiram ficar quietas.
- Vamos fazer o seguinte. – Inácio guardou o
bloquinho no bolso da jaqueta e enlaçou os dedos. – Nós só vamos ter sobremesa
amanhã se essa indiferença entre vocês acabar. Eu estou indo ao mercado agora e
espero que alguém me ligue avisando que está tudo realmente bem. Por favor, não
se matem. Vocês estão no comando. – O olhar para Demi e Bella era de confiança,
e assim ele saiu porque ainda havia muito para resolver durante o dia.
- Eu vou fazer o almoço. – Disse Bella se
espreguiçando. Era alguém comentar alguma coisa sobre ligar o som num volume
mais alto que o permitido ou que fizesse alguma piadinha sobre o que elas
poderiam fazer. Mas nada. A única coisa que aconteceu foi ser seguida para
cozinha por Demi e Hannah, enquanto as outras subiam para o quarto.
***
Atitude. Inácio era
apenas um homem, não um monstro.
Despistar Laura deu
trabalho, aliás, ele simplesmente não conseguiu despistar a tia. Convenceu-a
que precisava sair um pouquinho do apartamento porque se sentia sufocado. E de
certa forma era verdade. Trabalhar estava inviável e praticar esportes não
deveria nem ser uma alternativa a se considerar.
Só que Joe não só
tomaria um ar e veria o momento das pessoas naquele fim de manhã nova-iorquino pré-véspera
de natal. O carro estava estacionado em frente a casa dos Lovatos porque aquela
situação seria resolvida. Estava o incomodando toda a indiferença de Inácio, e
agora que ele tinha descoberto que o sogro já sabia da gravidez, não tinha
jeito. Eram adultos e resolveriam tudo civilizadamente.
A respiração funda
era sinal que o nervoso estava começando a sufoca-lo, mas não tinha nada a
temer. Joe repetia com ele mesmo.
A camisa social
branca por baixo do suéter verde era para ajuda-lo a incorporar um papel mais
sério. Não havia sinal da barba porque Joe achou que ficava mais sério barbeado
e com o cabelo penteado de lado, como o de um menino comportadinho.
Ele não seria
hipócrita a ponto de negar alguns minutos para se concentrar em não ficar
nervoso. E foram quase dez minutos, mas resultou em músculos não tão tensos e o
ajudou a organizar os pensamentos sobre o que dizer ao sogro.
Aquela neve caindo
do céu era frustrante e o fez apressar o passo. Era muito ruim sentir frio, o
sentimento que transparecia era de pura solidão. Para quem usava óculos de grau
não era nada agradável ter flocos de neve derretendo nas lentes, atrapalhava a
enxergar e poderia causar um acidente. E no caso de Joe foi por um pouco. O
carro até buzinou umas três vezes para chamar a atenção. Na calçada era seguro,
por isso ele limpou as lentes no suéter e quando arrumou os óculos ao rosto, a
imagem de Inácio projetou-se alguns metros de onde ele estava.
- Sr. Lovato. – Quem cruzou a distância
entre eles rapidamente foi Inácio, e assim que estava cara a cara com o homem, Joe
encheu os pulmões de ar e adentrou os bolsos da calça com as mãos tentando não
ficar nervoso. Inácio estava impassível o olhando atentamente de cenho franzido
como se não estivesse feliz, e ele de fato não estava. – Eu preciso conversar
com o senhor. – Disse sério que a voz soou mais grave que o normal.
- Eu estou de saída, Joseph. – Inácio não
foi grosso como o de costume, mas também não foi gentil. Não tinha um sorriso
sequer para Joe.
- Prometo não tomar mais de trinta minutos
do seu tempo. – Insistiu o rapaz mesmo que algo dentro dele gritava para voltar
para o carro e deixar aquele problema para resolver futuramente. – É um assunto
muito urgente. – Ele estava quase tremendo de frio, mas manteve a pose séria
sustentando o olhar de Inácio até que o mesmo assentiu depois de olha-lo de
cima a baixo. – Pode ser lá dentro? – Perguntou franzindo as sobrancelhas
porque tinha passado quase dois minutos e Inácio o olhava como se esperasse que
ele fosse começar a falar ali.
- Eu espero não estar perdendo o meu tempo
porque eu tenho muitas coisas importantes para fazer hoje. – Mau humor o
definia. Joe permitiu-se abraçar o próprio corpo até que estava dentro de casa,
mas não deu tempo de cumprimentar as cunhadas ou dar um beijinho em Demi porque
Inácio o guiou diretamente para o escritório.
- Bem.. – Bons argumentos não eram iniciados
daquela forma, porém o ajudou com o evidente nervoso. Joe se acomodou a cadeira
acolchoada de um lado da mesa e Inácio estava sentado no lado oposto impessoal
o observando. O escritório de decoração rústica em tons madeira estava quente,
deveria ser por conta da lareira acesa a fogo médio. Até que estava calor, ou
eram as fases do nervoso junto a ansiedade? – Eu entendo completamente a sua
posição de pai. – Começou a dizer se acomodando melhor a cadeira. – Eu amo a
sua filha com todo o meu coração e a minha intenção nunca foi magoa-la, bem
pelo contrário. Algumas coisas aconteceram quando fomos para o Texas porque eu
estava muito confuso e magoado com a Demi. E estar em casa sempre me deixa um
pouco assustado, durante a minha
infância aconteceram muitas coisas que resultaram num adulto inseguro e
inexperiente. Tudo que sei sobre o amor, eu aprendi com a sua filha e eu
respeito isso. Eu quero fazê-la feliz assim como ela me faz. A Demi é uma
mulher incrível e ela nos ama, essa indiferença entre a gente não faz bem para
ela... Não faz bem para o.. para o bebê. – Joe umedeceu os lábios e não se
deixou diminuir quando Inácio franziu mais o cenho assumindo um papel protetor.
– Eu vou cuidar deles. Você pode confiar em mim. Jamais faltará nada para o meu
filho e nem para Demi. – A voz tornou a soar grave e Joe não interrompeu o
olhar de Inácio mesmo sendo ameaçador. – Quando ela disser sim, vou organizar o
casamento e comprar uma casa. Meus pais deixaram uma boa herança, eu nunca
tinha usado, mas como agora é necessário, eu vou organizar as coisas como devem
ser e preciso que você esteja do meu lado.
- Eu estava fazendo tempestade num copo
d’água por medo. – Inácio soltou a respiração e relaxou o corpo na cadeira. O
olhar se perdeu sobre um objeto na mesa. Demi era uma mulher independente, e
por mais que na vista dele Joe parecia fraco, ele era um bom rapaz. – Eu não
aguentaria se ela sofresse novamente. Me sinto péssimo por ela ter crescido sem
pai porque fui irresponsável. Você entende a gravidade disso, Joseph? – Perguntou pensativo observando
o rapaz e Joe assentiu prontamente. – Eu engravidei uma menina e a Demi foi
quem pagou o preço. Ela é importante para mim. Sei que não posso protege-la de
tudo, mas do que eu puder, eu o farei. – Não soou rude, pareceu muito mais
cansado do que qualquer outra coisa. – Vou ajuda-los com o que vocês
precisarem. – Inácio não precisou dizer que confiava em Joe, pois estava claro
que ele confiava, ou tentaria confiar.
- Eu não faço ideia do quão difícil deve ter
sido para ela crescer sabendo que o pai estava em algum lugar e a mãe.. – Ele
preferiu não entrar em detalhes, mas Inácio entendeu a colocação quando
assentiu cabisbaixo. – Mas eu sei o que é crescer sem os pais, os meus morreram
quando eu ainda era bebê. Quero que esse natal seja especial para Dem, ela tem
vocês e está feliz. Esse natal tem tudo para ser incrível, e eu quero que seja
para ela. – Doía quando Demi ficava pensativa ou irritada sobre a situação dele
com Inácio, e por ela, Joe estava disposto a firmar um acordo de paz.
- Sim, esse natal é especial em todos os
sentidos. – Disse Inácio sem conseguir esconder a pitada de tristeza. Ele iria
ser duas vezes avô, tinha descoberto uma filha maravilhosa e um antigo amor,
mas tinha perdido a esposa. – Por favor, não a decepcione. – Pediu minutos mais
tarde. O olhar estava fixo ao de Joe. Não havia raiva ou ameaça na voz, era
apenas um pedido sincero.
- Eu não vou. – Joe franziu um pouco as sobrancelhas,
e respirou fundo. Estava sério e impassível.
- Você não a pediu em casamento? – Perguntou
Inácio depois de encarar o rapaz por alguns minutos.
- Algumas vezes. – Joe coçou o cabelo da
nuca e sorriu se lembrando de como Demi o olhava quando ele tocava no assunto. –
Ela diz que sim, mas que não quer casar agora. – Comentou um pouco sem jeito
desviando o olhar atento do sogro. – Eu tenho insuficiência cardíaca, a doença
saiu de controle nesses últimos seis meses, chegaram a cogitar a alternativa de
um transplante, mas eu estou melhor. Minha tia está na cidade e nós estamos
refazendo os exames e seguindo o tratamento com medicação. Não acho que vou
precisar de um transplante, mas a Demi insiste que eu tenho que.. – Ele se
acomodou mais a cadeira e olhou para Inácio. – Desacelerar. Ela acha que
organizar um casamento agora não me fará bem. – Enquanto ele estava disposto a
se esforçar para ter um casamento grande e digno de conto de fadas, Demi só queria
que ele não se estressasse, o que aconteceria se eles revolvessem organizar um
casamento.
- Você é pai, Joseph. Você precisa organizar
a sua saúde nesses oito meses e poucos dias até o seu bebê nascer. Ele vai
precisar muito que você seja forte e determinado. – Inácio sabia muito bem o
que era fazer sacrifícios pelos filhos. Quando descobriu que iria ser pai, nem
vinte anos ele tinha. Foi uma loucura, principalmente quando descobriu que eram
gêmeas. – Lembre-se que a partir de agora não é mais apenas você, isso será
para sempre. – Joe assentiu pensativo. Era muito bom saber que Inácio não
estava forçando a barra, agora as coisas ficariam muito mais tranquilas para
Demi.
- Acho que já tomei muito do seu tempo. –
Comentou Joe olhando para o relógio. Ele também tinha pressa porque queria
comprar o presente de natal de Demi e quem sabe uma roupinha para o bebê. –
Obrigado por me ouvir, Sr. Lovato. – Disse se levantando e estendendo a mão
para que Inácio apertasse.
- Apenas Inácio, garoto. – Mesmo concordando
com tudo, Inácio não perderia aquela marra. Ele riu de como Joe ficou um pouco
sem jeito ao ter a mão apertada um pouquinho mais forte que o normal. – Se você
precisar de alguma coisa, pode falar comigo. – Disse Inácio antes de abrir a
porta do escritório. Ele sabia como era perder uma pessoa importante, e não
queria que Demi passasse pelo menos.
- Obrigado. Eu vou me cuidar. – Joe estava
um pouco envergonhado, mas não deixou de sorrir para Inácio.
Os dois desceram a
escada em silêncio, mas pelo menos não era nada desconfortável ou embaraçoso,
pelo para Joe que se sentia muito aliviado por ter resolvido aquela situação
que até já tinha sido motivo de brigas entre ele e Demi.
- Você não deveria estar no supermercado? –
Hannah estava sentada no balcão da cozinha, e ao ver o pai, a menina desceu as
pressas porque sabia que Inácio não gostava quando ela se sentava ali para
pirraçar Bella enquanto a mesma fazia o almoço.
- Já estou indo. – Disse Inácio arqueando
uma sobrancelha para menina, mas ele resolveu que não iria ser chato, como as
meninas diziam, então não a chamaria atenção.
- Joe? – Demi estava em frente ao fogão
mexendo o macarrão como Bella tinha pedido para que o mesmo não grudasse na
panela. Ao ver o namorado ao lado do pai, ela não conseguiu esconder como ficou
surpresa e receosa, por isso que Inácio sorriu e disse:
- Nós estávamos conversando sobre algumas
coisas. – O sorriso era o suficiente para que ela entendesse que estava tudo
bem. Inácio achou melhor não tocar no assunto específico porque era melhor
conversar pessoalmente com a filha.
- Está tudo bem. – Mesmo tímido porque as
irmãs de Demi e o pai olhavam para ele, o sorriso não pode deixar de ser
esboçado porque Demi o abraçou e o beijou no peito. Ao menos ela não estava
brava com ele.
- Eu estou indo para o mercado. – Disse
Inácio de cenho franzido, ele até iria rir porque Hannah o fazia cabisbaixo,
mas resolveu manter a pose séria. – Você vem, Joe? – Perguntou ao rapaz.
- Deixa ele ficar só um pouquinho? Daqui a
pouco eu o coloco para correr. – Disse Demi ainda agarrada ao namorado. Ela
queria enchê-lo de perguntas, beijos e se sentir segura nos braços dele.
- Tudo bem. Estou indo, comportem-se. – Inácio
riu com gosto de como as bochechas de Demi ficaram coradas, e as de Joe não
estavam diferentes.
- Eu não acho que o papai está bem da cabeça.
– Hannah mal tinha esperado o pai virar as costas, era que ela precisava
urgente fazer aquele comentário porque no dia passado Rick e Inácio estavam
amigos, agora era Joe.
- Hannah! – Bem... Se ela tivesse esperado
mais alguns minutos, não ouviria o quase grito do pai vindo da sala.
- Agora você pode comentar a vontade. –
Disse Anna ao ouvir a porta ser aberta e depois fechada.
- Eu já volto. – Demi não esperou os
comentários das irmãs, enlaçou os dedos aos de Joe o guiando para sala onde
poderiam ficar sozinhos. – O que você está fazendo fora de casa? – Perguntou
depois de beija-lo na boca.
- Estou resolvendo algumas pendências. – Não tinha problema
beija-la na casa do sogro, não significava que ele estava quebrando uma regra,
ou significava? Joe se acomodou ao sofá, levou uma mão para cintura da namorada
por baixo do moletom e a outra para o queixo, onde ele acariciou enquanto a
beijava calorosamente na boca. – Odeio ficar longe de você. – A cabeça
descansava na almofada do sofá e a testa ia de encontro a de Demi. – Está brava
comigo? – Perguntou depois dar um selinho nos lábios dela.
- Estou, você é muito teimoso. – Não soou
nada bravo. Demi o beijou na bochecha e o abraçou calorosamente quase
ocasionando que Joe deitasse no sofá com ela nos braços. – Você fez o que eu
estou pensando? – Perguntou o olhando nos olhos.
- Sim, eu contei para ele do bebê. – Disse a
tocando na barriga. – Sem querer eu ouvi você contata para tia Laura que ele já
sabia. – Joe deu de ombros quando Demi o acertou com um tapa no braço e franziu
o cenho emburrada. – Ei, eu precisava falar com ele sobre toda essa situação
chata, e preferi contar logo sobre o bebê. Desculpa se eu não perguntei para
você primeiro se você queria contar comigo ou sozinha, mas eu precisava fazer
isso o quanto antes. – A preocupação de Demi não era especificamente aquela. O
medo era que Inácio explodisse com Joe a ponto de induzir o rapaz a passar mal.
- Está feito. – Resmungou o abraçando. –
Como foi? Ele ficou bravo? – Perguntou o olhando nos olhos porque saberia se
ele mentisse.
- Não exatamente bravo nem nervoso, ele
estava muito sério. – Joe aproveitou para toca-la no rosto e admirar cada
detalhe que ele adorava beijar. – Nós conversamos sobre como nos importamos com
você. Eu o entendo, ele só quer que você seja feliz. – Era realmente o que
Inácio queria. Que as filhas fossem felizes. Demi sabia porque podia sentir
apenas pelo olhar do pai.
- O senhor pelo menos almoçou antes de vir?
– Perguntou arrumando o suéter dele ao corpo e Joe assentiu enlaçando os dedos
aos dela.
- Aproveitei para trazer o seu celular, não
parava de tocar. – Ele disse pegando o celular no bolso da calça. Quantas
notificações Demi tinha! Ele não tinha nem metade.
- A Selena vai me matar. – Resmungou se
deitando ao sofá com a cabeça no colo do namorado porque ela precisava
responder as trinta mensagens da melhor amiga. – Joe, faz carinho no meu
cabelo. – Demi esperava que o murmuro fosse manhoso, no momento ela só queria
atenção do namorado.
- Eu tenho que ajudar o Ed hoje à tarde sem
falta. Não estou sendo um bom padrinho. – Disse adentrando as mechas de cabelo
dela com os dedos para suavemente começar a fazer carinho. – Eu não vou pegar
peso e nem fazer atividades físicas puxadas. – Resmungou quando Demi o olhou
com uma sobrancelha arqueada. Ele e Ed tinham brincadeiras pesadas, gostavam de
praticar esportes e viviam inventando coisas.
- Se você fizer, eu vou saber. – Demi riu do
biquinho do namorado, não tinha momento mais fofo que quando Joe ficava
emburrado. – Você fica um amor com esse biquinho. – Disse se erguendo para
beija-lo nos lábios.
- Não morde. – Murmurou envergonhado porque
Demi o mordeu no queixo e depois o abraçou toda manhosa. – Acho que já vou
embora, quanto antes eu resolver essas pendencias, mais cedo estarei em casa
com você e o nosso bebê. – Joe queria
sustentar o olhar de Demi da mesma forma que ela fazia com ele, transparecendo
desejo e paixão, mas o medo de uma das meninas era maior, então ele sorriu
cabisbaixo e puxou a namorada para um breve beijo.
- Você está muito misterioso com essas pendências. – Demi deitou a cabeça no
ombro largo e aproveitou para dar um beijinho ali no pescoço. – Mas tudo bem,
também tenho algumas coisas para resolver com a Selena mais tarde antes de ir
para casa ficar com você. – Sel tinha marcado de encontra-la à tarde para que
elas pudessem resolver alguns detalhes da decoração da igreja.
- Já estou avisando que você já tem
compromisso hoje à noite comigo. – Soou ciumento, e Joe abraçou mais Demi
contra o corpo sem se importar em demonstrar o ciúme.
- Pode ficar tranquilo, nós vamos dormir
juntos hoje. – Demi o olhou e sorriu apaixonada o observando. De certa forma, Joe
tinha a surpreendido por ter conversado com Inácio, e por vê-los bem, o coração
estava em paz pela primeira vez depois da descoberta da gravidez.
- Então eu acho que já vou. – Ele disse
encostando a testa a dela. O beijo aconteceu naturalmente, sincero e carregado
de amor. Quase que os dois se esqueceram do tempo e de onde estavam porque era
a sensação era mágica. – Vou dar tchau para as suas irmãs. – Disse nos lábios
dela e Demi assentiu de cenho franzido. A vontade era de arrastar Joe para um
lugar mais reversado, mas eles nem em casa estavam.
- Tudo bem. – O suspiro, Joe conhecia muito
bem. Ele abraçou Demi e sorriu porque sabia que ela o queria. Se não fosse a
tensão de estar na casa de Inácio, o corpo dele corresponderia cem por cento ao
desejo de tê-la, provavelmente Demi tinha o mesmo pensamento, porém ela estava
uma bagunça de hormônios.
- Você está bem? – A risada foi inevitável
porque as bochechas dela estavam avermelhadas e os olhos marrons vidrados nele.
– Mais tarde nós ficamos juntinhos. – Sussurrou para ela e a beijou
demoradamente na bochecha direita. – Vamos? – Se despedir de Demi deu trabalho.
Durante os minutos que ele conversou com as meninas na cozinha, ela estava
abraçada a ele quieta. A vontade era de ficar com ela a mimando a tarde toda,
mas realmente havia coisas a serem resolvidas.
Continua... Oiii! Quanto tempo? Sumi, mas estou aqui. Tudo bem com vocês? Eu estou bem. Acho que todas já sabem o motivo do meu sumiço, tudo se resume a uma vilã chamada faculdade. Eu terminei o meu "penúltimo" semestre agora, e no final do ano eu formo. Isso é tão emocionante porque quando eu comecei esse blog, eu estava no segundo ano do ensino médio e agora eu sou 95% engenharia de computação. Passa muito rápido o tempo, por isso aproveitem. Eu jamais vou desistir do blog ou de escrever histórias, podem ficar tranquilas.. Eu não respondi aos comentários porque confesso que fiquei envergonhada... Queria ter feito um capítulo maior, mas a parte mais relevante está aí, e acredito que agora em diante o que importa é resolver as tretas instaladas nessa história até finaliza-la, o que não está longe. Obrigada por todo apoio, e de verdade, desculpem por preocupa-las. Acho que vou criar um instagram para a blog e vocês poderão entrar em contato comigo um pouquinho mais fácil, e por lá eu posso ir dando algumas prévias do que está acontecendo. Beijo!!!