-
Respira fundo. – Os batimentos cardíacos de Inácio estavam acelerados mostrando
como ele estava agitado. Dianna podia ouvi-los porque a cabeça estava encostada
ao peito másculo. – Querido, respira fundo. – Repetiu deslizando a ponta dos
dedos na linha da coluna para depois espalmar as costas largas. – Respira
fundo. – Sussurrou e o beijou no peito.
O abraço foi o fator chave para que aos
pouquinhos o ritmo cardíaco de Inácio voltasse ao normal. Claro o fato de ser
com Dianna ajudava muito mais do que qualquer outra coisa. Minutos mais tarde,
quase meia hora depois, eles ainda estavam em silêncio e Dianna esperava
pacientemente que Inácio fosse o primeiro a falar o que tinha acontecido, se
bem que ela já suspeitava.
-
Essas meninas vão me matar a qualquer segundo. – A voz de Dianna ressoava na
mente de Inácio nas doces palavras: respira fundo. Era o que mantinha calmo. –
Elas não têm um pingo de juízo. – Disse se deitando a cama de barriga para
cima. A vontade Dianna era de perguntar o motivo, mas sabia que era melhor
Inácio contar quando se sentisse preparado. – Anna e Demi estão grávidas. –
Choramingou de olhos fechados. – Megan está com um piercing no nariz e tem uma
tatuagem em algum lugar do corpo. O namorado da Hannah estava no meio
escritório vestindo apenas a cueca. Isabella vai embora morar com o namorado. –
Inácio jamais se esqueceria do momento em que abriu o escritório. Augusto
vestia apenas a cueca, as roupas dele estavam jogadas no caminho da entrada do
escritório até o sofá onde havia as luvas de cor roxa que Inácio sabia que
pertencia a Hannah. – Eu pensei que iria infartar mais cedo. – Sussurrou
sentindo os dedos de Dianna o tocando no couro cabeludo.
-
Você precisa ser mais paciente. – Disse Dianna o acariciando na barba. – Sim,
você precisa. – Ela sustentou o olhar de Inácio até que ele o desviou. –
Quantos anos Anna e Demi têm? – Dianna já sabia a resposta da pergunta, mas
queria que Inácio refletisse quando a respondesse.
-
Vinte e três. Anna é dois meses mais velha, ela e Bella. – Disse de olhos
fechados.
- E?
– Dianna o tocou no queixo e Inácio franziu o cenho sem entender a pergunta. –
Elas são adultas, não? – A sobrancelha arqueada e a cara de poucos amigos já
eram esperadas. – Inácio, elas são mulheres, não meninas. – Não foi o
suficiente para que Inácio entendesse o que Dianna queria dizer. Ela o olhou
nos olhos, arqueou uma sobrancelha, e a única resposta que teve foi um cenho
franzido. – Não seja teimoso. Anna, Bella e Demi são maiores de idade. São
formadas e já podem seguir com a vida sozinhas. O que você estava pensando
quando achou que poderia proibir que elas namorassem? – Perguntou o olhando com
curiosidade.
-
Evitar justamente o que aconteceu. – Resmungou mal humorado sem olha-la.
-
Querido, você tem que entender que elas são adultas. Namorar, construir a
própria família e ser independente são coisas que adultos fazem, você não pode
proibi-las. Nó máximo pegar no pé das mais novas, mas proibir já é demais. –
Dianna não tinha muita experiência com adolescentes rebeldes, pois Demi sempre
foi muito independente e inteligente desde cedo. Mas ela tinha sido rebelde com
Amélia durante uma parte da adolescência e sabia que era muito emocionalmente
fazer algo proibido.
- Se
o namoro fosse proibido, ninguém nesta casa estaria grávida. – Reclamou e
Dianna revirou os olhos começando a se sentir irritada com a teimosia de
Inácio.
-
Não é proibido, mas você age como se fosse. – Demi tinha contado de como Inácio
sempre e sem exceções tratava mal os garotos. – Um dia iria acontecer. Não foi
nada absurdamente fora de hora. Não fica bravo, elas precisam do seu apoio.
-
Elas têm o meu apoio, mas eu vou continuar bravo. – Dianna não conseguiu
segurar a risada, e de tão apaixonada que estava beijou os lábios de Inácio e o
olhou sorrindo. – Eu não quero que elas sofram de forma alguma. Eu tenho medo
de.. De que elas passem o mesmo que nós passamos. – Explicou-se mostrando como
estava angustiado só de pensar na possibilidade. – Eu queria que elas estivem
mais estabilizadas... Ter um filho não é brincadeira. – Disse pensando em tudo
que já tinha passado para conseguir criar as filhas.
- A
Demi é completamente independente. A Anna não ficará desempregada, e ela tem o
namorado para apoia-la. – A situação das meninas não era ruim. Ambas eram
formadas e sabiam como sobreviver na selva de pedra que era Nova York. Caso
estivessem na escola e fossem mais novas, aí sim a situação seria alarmante. –
Sofrer faz parte da vida, Inácio. Ajuda-as a crescer. Você não pode protegê-las
de tudo, só pode estar aqui para ajudar no que for preciso. – Disse o olhando
nos olhos. – Não seja mandão e chato, querido. Você é um excelente pai. Promete
que vai pensar melhor no que vai fazer?
- Se
você está pensando que eu vou expulsar a Anna de casa, eu não vou. – Ele disse
puxando Dianna para o peito e a acariciando no rosto. – Megan e Hannah estão
encrencadas até o meu último suspiro, Hannah principalmente. Esses moleques vão
ter que se virar porque eu quero as minhas filhas casadas antes dos nove meses.
Isabella também, se ela quiser sair de casa. – Dianna não podia negar que
achava a atitude de Inácio um tanto quanto careta, mas ainda sim era melhor que
reclamações.
-
Você tem mesmo que ser radical com a Hannah? – Perguntou o beijando no queixo.
– Ela é uma adolescente. Demi na idade dela deveria ter o terceiro namorado.
Ela era completamente apaixonada pelo rapaz e os dois viviam grudados dentro de
casa. – A cara de mau humor de Inácio foi motivo do riso de Dianna. Se ele
tivesse convivido com Demi adolescente, os dois brigariam muito porque a menina
era impulsiva e apaixonada quando se tratava do namorado.
-
Ela estava no meu escritório. – Resmungou se lembrando da cena. – No meu sofá.
Isso é imperdoável. – Hannah sempre seria uma menininha inocente, aliás, todas
as filhas. Era duro para Inácio se quer pensar que as suas meninas estavam por
aí namorando e crescendo.
- Só
me promete que vai ser mais compreensível e que não vai brigar com as meninas.
– Pediu o beijando nos lábios. – Pensa bem, meu amor. Se você for amigo delas e
mais compreensível, elas não vão ter medo e muito menos vão esconder o que
estão fazendo. É muito mais fácil para ajudá-las se for dessa forma. Ao menos
tenta, está bem? – Inácio não disse nada. Sustentou o olhar de Dianna e segundos
depois a beijou na boca.
***
-
Você está bem? – Silêncio na casa dos Lovato era algo inusitado, estranho e só
ocorria em momentos desconfortáveis. A situação atual não era diferente. Até o
uivar do vento do lado de fora fazia mais barulho que dentro daquela casa. –
Você está com uma carinha de doente. – O sorriso forçado não combinava com
Demi, mas não tinha outra forma de fazê-la sorrir no momento, nem mesmo quando
Anna tocou a ponta do nariz dela e sorriu se acomodando ao sofá empurrando-a
para o lado. – Dem.. – Chamou Anna abraçando a irmã e beijando-a a bochecha
esquerda.
-
Anne.. Eu não sei nem o que dizer. – Murmurou Demi tristonha descansando o
corpo na almofada do sofá. Não tinha meia hora que Dianna estava em algum lugar
daquela casa com Inácio fazendo só Deus sabe lá o que... E para tristeza e
ansiedade de Demi, Selena estava demorando muito a responder as mensagens, o
celular de Ed chamava até a ligação cair na caixa postal e o de Joseph nem
sequer chegava a completar a chamada. Era uma droga! Simplesmente uma droga
porque no momento tudo que Demi mais queria era estar longe daquela casa, de
preferência nos braços de Selena sendo consolada. – Eu só quero ir para o meu
apartamento dormir e comer waffles com carne cozida. – Demi franziu o cenho e
fechou os olhos, e pela primeira vez depois da confusão, ela riu. O motivo da
risada era mais por Anna, que ria com gosto mostrando como estava
exclusivamente feliz que nada poderia afetá-la por completo.
- O
alimento mais estranho que eu senti vontade foi torta de berinjela. Eu não
gosto de berinjela, mas quando o Rick cozinhou para mim usando nada mais que
jeans surrados e avental, não pude resistir. – Disse Anna. Demi a olhou e riu
porque o olhar da irmã mostrava que ela relembrava o momento.
- Sabe, eu estou com medo. – Disse Demi se
referindo a vida que carregava no ventre. – Mas... eu estou feliz porque é com
o Joe, eu não conseguiria imaginar isso acontecendo com outro cara. – As
inseguranças somadas aos medos, receios e obstáculos não eram nada perto de
como Demi se sentia completa, amada e estranhamente feliz por estar esperando
um bebê do homem que amava.
- Eu
entendo! Agora eu não me importo mais com o medo. Eu estou feliz, simplesmente
feliz e muito ansiosa. – Disse Anna com um sorriso no rosto olhando para o teto
da sala. – Eu sempre quis ser mãe, e esse bebê é só o primeiro dos cinco que
quero ter. – O cenho franzido e grunhido de Demi foi motivo do sorriso de Anna
se alargar um pouco mais.
-
Encontrei alguém mais exagerada que a Selena. – Murmurou se acomodando ao sofá
e desbloqueando o celular com a esperança de um sinal de vida dos amigos e do
namorado, mas nada. – Estou preocupada. Como vai ser o nosso natal? O papai
estava muito animado e agora eu imagino que ele não vai querer uma festa de
natal como planejava... Vai ser muito estranho. – Era o primeiro natal que ela
passaria com uma família, aliás, com quatro famílias! Para quem comemorava
natal sozinha ou com Selena, agora Demi não fazia ideia nem mesmo de como
dividiria o tempo para ficar com a família paterna, com Dianna, Selena e Ed, e
Joe.
-
Infelizmente você tem razão, vai ser estranho. – Seria estranho por dois
principais motivos: Caroline não estava lá mais entre elas e Inácio uma fera. –
Eu não quero que seja tenso. – Murmurou pensando no que poderia fazer para
contornar toda situação. – Eu.. Vou tentar falar com ele, talvez ele não fique
tão bravo se eu disser como estou feliz. – Era muito improvável que Inácio
abaixaria a guarda só pelo fato de Anna estar feliz. Ele se preocupava com
muito mais além da felicidade das filhas.
-
Aquela piralha fez as malas para ir embora. – Hannah tinha um saco de
salgadinho e um potinho de iogurte em mãos. A menina sentou-se ao sofá que
ficava ao lado e antes de continuar encheu uma colher generosa do iogurte. –
Para onde ela iria sem dinheiro? – Perguntou buscando pelo controle da televisão
para liga-la.
- Eu
não sei para onde ela iria. – Resmungou Anna de cenho franzido. – Mas eu tenho
certeza que nós teremos que ir a um otorrino se você não abaixar o volume da
televisão. – Hannah arqueou uma sobrancelha e ignorou o comentário da irmã.
- Eu tenho certeza que ela surtou assim
porque é natal.. E é... Hum... – Hannah batucou o controle na coxa da perna e
mordeu o lábio inferior. – Nosso primeiro natal sem a mamãe. – Disse baixinho,
mas não o suficiente para não ser ouvida. – Eu só sei que essa casa está uma
loucura. – Reclamou a menina se acomodando ao sofá e estendendo o saco com
salgadinho para as irmãs sem nem olha-las. – Megan está louca, completamente
surtada. Amber quebra tudo que vê, cuidado com o celular de vocês. Caramba, camisinha
é de graça e vocês duas estão grávidas. Isabella vai embora.. Ah, e o papai?
Ele mal esperou um ano e já está com uma oxigenada. Parece que nem lembra mais
da mamãe. Eu mereço. – O rosto de Demi perdeu a cor e se houvesse algo no
estomago, ela com certeza vomitaria de tão sem graça que estava. Anna foi a
única que percebeu, já que Demi não conseguiu disfarçar como ficou
desconfortável com o comentário. Hannah nem mesmo notou que a mulher que ela
tinha chamado de oxigenada era a mãe da meia-irmã.
- Se você continuar se agarrando com o
Augusto no escritório do papai, aliás, em todos os lugares, nós com certeza
teremos um trio de grávidas na família. – Anna não estava brincando, ela se
levantou e se aproximou de Hannah. – E abaixa o volume dessa televisão que a
mocinha não tem problema de audição. – Se fosse Isabella, Hannah não abaixaria
o volume só para implicar, mas como era Anna, não tinha discussão ou
brincadeiras.
- E
abaixa o volume dessa televisão que a mocinha não tem problema de audição. –
Hannah só imitou a irmã mais velha usando uma voz fina e debochada porque Anna
a acertou com uma almofada porque ela demorou de diminuir o volume. – Eu vou
para o meu quarto, vai que gravidez pega pelo ar. – Resmungou a menina trocando
um olhar cerrado com Anna.
- Eu
acho que vocês não estão preparadas para esse natal. – Tocar no assunto era
preciso de muita coragem. Demi só o fez porque se sentia confortável com Anna.
– Cada uma parece afetada de uma forma. – Completou quando Anna a olhou com curiosidade.
-
Ninguém nesta casa está preparado para o natal. – Disse Anna desviando o olhar
do de Demi e umedecendo os lábios. – É muito difícil porque desde que tenho
recordações do natal, a mamãe está em todas elas sorrindo, fazendo
brincadeiras, cozinhando para gente. Nós saíamos para doar comida para pessoas
carentes e animais de rua. Ano passado nós duas fizemos plantão juntas no dia
vinte e cinco, foi cansativo e triste, mas quando voltamos para casa
completamente esgotadas, foi gratificante encontrar o papai e as garotas. O
natal era a festa favorita dela.. – Algumas lágrimas rolaram, mas não foi nada
além de lágrimas de saudade que faziam o coração de Anna doer.
- Eu
realmente sinto muito, Anna. – Demi não sabia o que poderia dizer por que não
existiam palavras no mundo que aplacariam a dor de perder um ente querido como
uma mãe.
- Eu
também. Nunca vou superar. – Sentindo que as lágrimas a inundaria e logo logo
perderia o controle emocional, Anna respirou fundo e umedeceu os lábios afastando
os pensamentos ruins. – O natal não precisa ser pesado. – Disse Anna tentando
se concentrar em não chorar. – Nós estamos carregando vidas, isso é lindo, Dem.
E é motivo de celebração. – Anna era a imagem da mãe. O que Caroline mais
mostrou de importante a moça era que vidas deveriam ser respeitadas e cercadas
de positividade. – Você quer fazer o natal comigo? O natal da nossa família. –
Disse olhando diretamente para os olhos de Demi.
- Eu
não sei se tenho psicológico para esse momento. – Era melhor ser sincera que
embarcar em algo que não conseguiria levar até o fim. – Digo.. Eu não quero ter
que passar pelo que passamos hoje. – Demi queria desviar o olhar de Anna porque
sentia que a irmã conseguia enxerga-lhe a alma e todos os segredos através de
um simples olhar.
-
Você não se sente confortável com a sua mãe entre a gente. – Não era uma
pergunta. Anna já tinha percebido como Demi ficava deslocada com a presença da
mãe perto delas. – E nem de quando falamos dela. – Tinha o que dizer? Demi deu de ombros como
se explicasse tudo que ela sentia.
- É
embaraçoso para mim. – Murmurou cobrindo o rosto com as mãos. – Eu tenho medo
de vocês não gostarem dela e... – Como ela contaria sobre Dianna e Inácio como
um casal? Melhor era não contar. – Eu amo vocês, todos vocês e só queria que
tudo pudesse ser normal sem desconfortos e confusões. – Tornou a murmurar
sentindo a cabeça começar a doer só de pensar na confusão que seria quando
Inácio e Dianna resolvessem assumir que estavam romanticamente juntos. Demi não
queria estar por perto e muito menos conviver com aquilo, só era uma pena que
não era possível.
-
Ainda não entendi a razão para não gostarmos da sua mãe. – Disse Anna um pouco
desconfiada e Demi deu de ombros.
- Eu
vou tentar ligar para a Selena, ainda hoje tenho que ajuda-la com os convites.
– Era a escapatória perfeita do assunto, mas Demi realmente tinha que entrar em
contato com Sel porque precisava ajuda-la com os convites e tomar um ar para
não passar mal com toda a informação das últimas horas.
-
Vou preparar algo para comer. Você não pode ficar de estomago vazio. – Disse
Anna se levantando. Demi fez careta porque ela não queria vomitar novamente. –
Você precisa comer, Demetria. Não pouco, não muito. Apenas coma o suficiente
para o seu estomago não ficar vazio. – Disse autoritária calçando as pantufas
porque o aquecedor não conseguia aliviar completamente o frio.
-
Tudo bem. Se for algo com ovos fritos eu vou te amar para sempre. – Disse Demi
se sentindo muito estranha. Como assim ela queria comer ovos fritos? Estar
grávida era definitivamente uma caixinha de surpresas. Quando não estava louca
para fazer sexo com Joe, ela estava enjoada ou com variadas vontades. Anna
respondeu da cozinha, só que Demi não conseguiu entender porque no mesmo
instante o celular começou a tocar e ela o atendeu super ansiosa para que fosse
a melhor amiga ou o namorado..
- Oi, é a Demi? – A voz era um tanto
familiar. Antes de responder Demi tirou o celular do ouvido para que pudesse olhar
o display. O DDD não era de Nova York, era do Texas e foi aí que o sangue gelou
nas veias. Será que Joe estava bem?
-
Ela mesma. Quem é? – Perguntou receosa porque a mente estava muito fértil e ela
começava a pensar em tantas besteiras que enchiam o coração de angustia.
- Demi, é a Rose. – Por aquela Demi
definitivamente não esperava. Ela até engoliu em seco e se acomodou melhor ao
sofá porque não estava acreditando que Rose tinha entrado em contato. Coisa boa
não deveria ser.
-
Aconteceu alguma coisa com o Joseph? – Perguntou de sobressalto porque não
tinha mais nenhum motivo para que Rose ligasse além de ter acontecido algo
realmente grave com o namorado. Laura poderia ter comunicado primeiro a
família...
- Não que eu saiba. Ele está bem? –
Perguntou Rose tão confusa quanto Demi.
-
Ele está.. Eu acho. – Bem, Joseph deveria estar fazendo os exames naquela hora,
ou saindo do hospital. Mas se Rose estava em dúvida, então nada de ruim tinha
acontecido com Joe.
- Eu espero que sim. – Disse Rose. O
silêncio seguinte só foi quebrado pelo suspiro da menina. – O Joseph me passou o seu contato. Eu queria
te ligar tem dias... Entrei em contato porque quero me desculpar por tudo que
aconteceu quando você esteve aqui no Texas. Fui muito imatura.. Na verdade eu
achava que amava o meu primo de uma forma que jamais vou amar. Então acabei
sendo muito inconveniente e mal educada. Desculpa por tudo, Demi. Eu prometo
que vou ser mais legal na próxima vez que você vier nos visitar. – Demi não
soube exatamente o que poderia responder a Rose porque não esperava por a
ligação e muito menos que o motivo dela fosse um pedido de desculpas. Como Rose
tinha o feito, não custava nada aceitá-lo.
-
Você está desculpada, Rose. Eu entendo perfeitamente o que é passar por esse
tipo de situação. Você ainda é muito jovem e vai encontrar alguém. – Ela queria
dizer que Derick era a pessoa que Rose precisava, mas a ligação não significava
que elas tinham aquele tipo de intimidade.
- Obrigada, Demi. Cuida do Joseph. Ele é muito
teimoso às vezes, mas é um bom menino. – Bom menino era pouco para definir
Joe. Ele era um amor e não existia homem mais doce e tranquilo para conviver. –
Eu espero que vocês dois estejam
realmente bem, ele vai precisar muito do seu apoio. – O suspiro de Rose
mostrou como ela estava preocupada e receosa com o assunto.
- Eu
vou cuidar. Prometo que vou. – O coração de Demi chegava a doer quando ela
pensava sobre a saúde do namorado. – Mantenha contato, Rose. O Joe vai gostar
muito de ouvir a sua voz todos os dias, nós precisamos unir forçar para cuidar
dele e mostrar apoio. – Demi sabia que Joe tinha muito carinho por Rose e ela
por ele. Eram como irmãos, e Joe precisava que as pessoas que ele amava
demonstrassem apoio e carinho.
- Pode deixar, Demi. Vou perturbá-lo
bastante. – A
risada entre elas foi algo natural, e Demi se sentiu aliviada e mais segura com
a iniciativa de Rose. – Eu já tomei muito
do seu tempo. Obrigada por me entender, e cuida do meu irmão. – A
concentração de Demi da conversa foi para o espaço porque Anna voltou da
cozinha carregando duas xícaras. Pelo cheiro fantástico, era chocolate quente.
-
Vou cuidar. Beijo, Rose. – Quando a chamada foi encerrada, Demi aproveitou para
verificar as mensagens que tinha recebido. Selena finalmente apareceu depois de
toda tarde sem dar notícias. – O meu medo de vomitar não é maior que a minha
vontade de tomar chocolate quente. – Disse largando o celular sobre o sofá para
pegar a xícara que Anna a oferecia.
-
Nem me fala. – Anna tinha aproveitado para comer o chocolate em pó enquanto
preparava a bebida. Nos surtos de desejos, elas nem se importavam se ficariam
enjoadas ou não. – Tem um pouquinho de chocolate quente na panela. – Disse Anna
assim que Isabella apareceu na sala vestida num moletom que elas sabiam que
pertencia a Scott.
-
Daqui a pouco eu tomo. – Disse Bella um tanto curiosa se sentando entre Demi e
Anna, ela só tinha o feito para implicar com as irmãs que tomavam chocolate
quente para atrapalha-las e descontrair o clima tenso. – Vocês estão quentinhas
nesse sofá. – Comentou olhando para Demi e depois para Anna.
-
Está tão delicioso aqui que eu posso dormir a qualquer momento. – Comentou Demi
antes de tomar um pouco mais da bebida quente. Ela era naturalmente dorminhoca,
então grávida e sendo mimada, as chances eram altas de dormir num sofá macio e
quentinho numa tarde fria.
- Se
você dormir agora, a Selena te mata. – Disse Bella descasando a cabeça no ombro
de Anna. – Ela me mandou muitas mensagens agora à tarde. Você está encrencada,
Demetria. – Demi sorriu assentindo. Selena era terrível e a perturbaria muito
com as coisas do casamento, mas no final seria divertido. – Eu estou muito
feliz por você, Dem. – O abraço de Isabella foi muito bem vindo, o que fez Demi
sorrir de orelha a orelha.
-
Obrigada. Eu também estou feliz, só que assustada. – A vida iria toda mudar,
mas o melhor de tudo era que Demi tinha Joe. Tudo iria mudar com ele ao lado
dela.
- Já
estou avisando que eu vou mimar muito os meus sobrinhos. – Disse Isabella toda
sorridente. Ela adorava crianças, não era a toa que tinha cursado do pedagogia
e optado por trabalhar com os pequeninos. – Vocês podem contar comigo sempre,
ok? – Elas estavam distraídas conversando sobre os bebês que não notaram a
presença do pai e de Dianna.
-
Hannah está em casa? – Inácio não parecia bravo como mais cedo. Ele estava
receoso e muito observador, tanto que no momento que chegou a sala ele tinha
flagrado os sorrisos das filhas e Bella com uma mão na barriga de Demi e a
outro na de Anna.
-
Está no quarto. – Disse Isabella sustentando o olhar do pai.
-
Não a deixe sair. Eu vou levar a Dianna em casa, não demoro. – Ele disse
cabisbaixo e se sentindo nervoso com a situação.
-
Demi, vejo você mais tarde? – Dianna se aproximou de Inácio e discretamente
enlaçou os dedos aos dele porque sabia que no momento ele precisava de tempo
para processar toda aquela situação e de alguém para ajuda-lo a entender alguns
pontos.
-
Mais tarde. – Demi estava nervosa demais para explicar que sairia com Selena e
quando chegasse pretendia passar o resto do dia cuidando de Joe, ele precisava
de atenção.
- Eu
ligo para você. – A tensão era palpável, mas mesmo assim Dianna sorriu. –
Tchau, meninas. – Anna e Bella responderam educadamente, o que de fato as
deixava tensa era Inácio.
-
É... – O que aquilo significava? O silêncio estava pesado e constrangedor.
Inácio tinha levado a mão à maçaneta da porta, mas não a abriu. – Vocês estão
precisando de alguma coisa? – Ele perguntou com toda coragem que tinha e foi
surpreendente como o stress pareceu evaporar, até o corpo relaxou. Só que o
coração batia rápido que parecia que sairia boca a fora a qualquer momento.
-
Nã.. Não. – Murmurou Anna umedecendo os lábios e então ela olhou para Demi que
só teve coragem de negar balançando a cabeça.
-
Hum... – Inácio fechou os olhos e quando os abriu franziu o cenho. Dianna tinha
razão, ele sabia que ela tinha. – Eu.. – De nervoso que estava, ele desistiu de
abrir a porta e adentrou os bolsos da calça jeans com as mãos. – Eu amo vocês.
– Disse ao se aproximar das garotas e se acomodou ao centro de madeira da sala
mesmo com o risco do móvel quebrar. – Só quero que vocês fiquem bem. – Ele era
um bom pai, chato, mas não deixava de ser amoroso, prestativo e exageradamente
protetor. Inácio umedeceu os lábios antes de olhar nos olhos marrons das
filhas. – Nós conversamos com calma mais tarde. – Foi como tirar um peso das
costas ao dizer aquelas palavras sem pensar em querer brigar. Inácio respirou
fundo e se aproximou das filhas para beija-las na testa, e Anna foi a única que
sorriu e retribuiu a carinho ao beija-lo na bochecha.
-
Ele está mais calmo. – Comentou Isabella podendo respirar tranquila depois que
o pai saiu de mãos dadas com Dianna.
-
Ele está. – Anna estava um pouco distraída porque ainda olhava na direção da
porta pensando na cena que tinha acabado de presenciar. Dá última vez que ela
viu o pai de mãos dados com uma mulher, era Caroline.
-
Foi muita informação para ele em pouco tempo. – Duas filhas grávidas, uma menor
de quinze anos tatuada, Augusto seminu no escritório e o braço direito de
Inácio estava se preparando para ir embora. – Eu acho que se ele não tivesse
encontrado o Augusto no escritório, tudo estaria mais calmo. – Bella olhou para
Demi e depois para Anna. As duas estavam pensativas e depois da presença do pai
não tiveram interesse em terminar o chocolate quente.
-
Acho que não é bom a gente comemorar muito, ainda tem os meninos. – Disse Anna.
Demi engoliu em seco pensando em Joe. Ele não podia passar por aquele tipo de
situação por conta da saúde, e se fosse preciso, ela iria intervir por ele.
- Ele
vai ter que aceitar os meninos, Anna. Um filho é para vida toda. O Joe e o Rick
sempre farão parte dessa família independente de qualquer coisa. – Uma relação
crítica entre os adultos nunca faria bem para as crianças, Demi mesmo sabia
como tinha sido ruim conviver com a mãe a avó brigando.
- Estou
preocupada com o Joe. Não quero que ele passe por situações turbulentas. –
Disse Demi. – O papai ouviu a nossa conversa e ele acha que o Joe é um... O que
aconteceu no Texas foi me magoou, mas já passou, não me importo mais. – Havia
coisas bem mais importantes no momento do que o ciúme infantil de Rose e toda
situação que ela tinha criado. Estava no passado, a menina perdoada e a vida
tinha outras prioridades como o bebê e a saúde de Joe.
- Eu
vou estar com vocês e não vou deixar o papai passar dos limites. – Disse Isabella.
- A
situação é séria, mas não sei se terei essa conversa com ele hoje. – O celular
vibrava com o nome e a foto de Selena na tela. – A Sel está lá fora me
esperando. – Demi assentiu quando Anna a olhou com uma sobrancelha arqueada.
- Dem,
você deveria esperar o papai. – Disse Anna se acomodando mais ao sofá.
- Eu
deveria, mas a Selena está me esperando e ela vai fazer um escândalo se eu der
o bolo. – No momento tudo que Demi queria era passar um tempinho longe daquela
casa porque ela tinha sido sufocada por tudo que tinha acontecido nas últimas
horas, principalmente sobre Inácio, Dianna e as irmãs. – Amo vocês. Nós
conversamos mais tarde. – Os abraços foram mais apertados que o normal e foi
bom, porque Demi sentia que podia contar com Anna e Bella.
- Coisinha rosada, eu estou morrendo de
saudade de você. – A porta traseira do carro mal tinha sido aberta. Demi olhou para
Selena e sorriu de orelha a orelha.
- Eu
também senti a sua falta. – Tudo que importava era Selena. Ao adentrar o carro,
Demi se esticou para abraçar a melhor amiga sem se importar se aquela forma era
desconfortável ou não.
- Can’t read my, can’t read my. No, he can’t
read my poker face. Po-po-po-poker face, po-po-poker face. – Ed tinha
aumentado o volume de Poker Face de
propósito e fazia caras e bocas cantando a música da forma mais desajeitada
possível chamando atenção das duas amigas. – O que foi? Estão com inveja da Lady Gaga que habita em mim? – Só Ed
mesmo! Ele passou a mão no cabelo e se recostou ao volante com uma mão na
cintura.
- Quero
só ouvir essa Lady Gaga cantar Shallow. – Selena mordeu o lábio
inferior para conter o sorriso porque Ed era um amor! Ele cantou os primeiros
versos da música de olhos fechados com harmonia e respeitando o tempo da
música.
- Vocês
podem fazer isso depois, por favor? – Demi ainda estava debruçada sobre o banco
de Selena quando ela avançou sobre Ed para beija-lo nas bochechas e depois na
boca.
-
Tem beijo para você também, Demi. – Ed beija-la na bochecha a deixou vermelha,
e Selena riu aproveitando que a amiga estava envergonhada para beija-la na
outra bochecha. – Lovato, você faz o
back vocal. Gomez, você é a Gaga
agora. Eu sou a Beyoncé. – Tudo
porque Telephone tinha começado a
tocar. Ed aumentou mais o volume da música e deu partida no carro. Quem cantava
era apenas ele e Selena, que estavam felizes da vida. Já Demi se limitou a
sorrisos e poucos versos da música.
- Querido, a diva que habita em você já
brilhou demais hoje à tarde. – Disse Selena um tempo depois. Ed cantava
Wrecking Ball com direito a uma atuação mega dramática, e o tom de voz elevado
que começava a doer os ouvidos. Mas não era único motivo para Selena abaixar o
volume da música. Demi estava quieta e durante toda viagem, olhava pelo vidro
do carro Nova York sob neve. – Dem, você está bem? – Perguntou se ajeitando ao
banco para conseguir olhar para trás focando a atenção em Demi.
- Não muito. – Murmurou Demi num suspiro
pesado. – Estou sonolenta. – O sorriso forçado não convenceu Selena, e muito
menos Ed. Demi tinha muito que contar e precisava de conselhos, por isso que Ed
estacionou o carro numa cafeteria quando Sel o olhou.
- Vamos entrar? Vai estar mais quente lá
dentro, e nós podemos tomar café. – Disse Ed sorrindo para Demi tentando
anima-la.
- Eu não quero café, você quer, Dem? – Demi
negou no mesmo instante. Ela só tinha tomado o chocolate quente de Anna porque
cheirava muito bem, só que a ideia de tomar café não parecia boa.
- Tudo bem, Ed. Você também pode ouvir. –
Disse Demi ao sentir como Ed estava sem jeito. – Hoje na casa do meu pai foi um
caos. – Suspirou tirando o cinto de segurança. – Megan está numa fase ruim, ela
fez uma tatuagem e colocou um piercing no
nariz.. Anna e Bella ficaram nervosas. Megan acabou contando sobre a gravidez
de Anna e outras coisas. – Só de lembrar da situação Demi tinha vontade de se
esconder para sempre. – O maior problema foi que o meu pai ouviu tudo. Pensei
que ele iria passar mal. – Resmungou cobrindo o rosto com as mãos. – Foi uma
confusão porque o Augusto estava seminu no escritório, o papai o encontrou e
quase o matou. Megan fez as malas para ir embora, tropeçou na escada e quebrou
um perfume. Eu fiquei enjoada e vomitei bastante, e foi aí que o meu pai
descobriu que também estou grávida. Depois a minha mãe apareceu de mãos dadas
com o meu pai, as meninas não gostam dela, eu tenho certeza. Está tudo uma
bagunça e eu não sei o que fazer, está tudo muito confuso, e.. – Demi estava
começando a sentir falta de ar. Os olhos estavam marejados e o coração batia
rápido no peito.
- Ei.. – Selena aproveitou que Ed desceu do
carro para comprar água mineral para se acomodar ao banco de trás com a amiga e
abraça-la. – Calma, está bem? – Pediu gentilmente enlaçando os dedos aos de
Demi. – Respira fundo. – Quando as lágrimas de Demi rolaram, Sel soube que não
tinha melhor saída a não ser a deixar a amiga chorar. Colocar tudo para fora
era bom. – As coisas vão se ajeitar aos pouquinhos, está bem? – Com o tempo
Demi se acalmava, mas ainda sim soluçava entre o choro aninhada a Selena com a
cabeça deitada ao ombro. – Não fica triste. – O seu pai vai amar os netinhos
que estão a caminho. Com o tempo as suas irmãs vão se acostumar com os seus
pais juntos como um casal. O Joe vai ficar bem e vocês vão ficar ainda mais
lindos juntos quando o bebê nascer. Nós vamos conseguir um bom emprego. –
Selena intercalava as palavras calmas aos dedos no couro cabelo de Demi a
acariciando porque sabia que ajudava a relaxar. – Tudo vai se encaixar devagar.
A vida é assim, não? Uma caixinha de surpresas, nós só temos que insistir em
permanecer de pé. – Demi era a prova viva de que mudanças eram possíveis,
dentro de menos de um ano ela tinha descoberto a família que sempre sonhava,
tinha se resolvido com a mãe e a própria família estava encaminhada. – Dem..
Calma, está bem? Não precisa entrar em pânico. – Disse Sel ao observar como as
mãos de Demi estavam tremulas. - Ei, ele precisa que você fique calma. – Ao
pensar no bebê, Demi assentiu se erguendo e respirando fundo por algumas vezes.
- Eu só queria que tudo estivesse certo. –
Disse minutos mais tarde quando Ed adentrou ao carro.
- E o que está errado? – Perguntou Selena
curiosa observando a amiga franzir o cenho e umedecer os lábios. – Nós só temos
que focar as nossas forças no Joe, o que tem de errado no resto, Demetria? –
Selena sabia que Demi sofria antecipadamente por criar muitas teorias que
jamais aconteceriam.
- Não quero ter problemas com as meninas,
não quero que o meu pai brigue com o Joe. – Disse Demi massageando o queixo.
Chorar tinha ajudado a se livrar do peso da angustia no coração.
- Os seus pais são adultos, Dem. Eles sabem
exatamente o que estão fazendo, esse tipo de preocupação você tem que deixar
para eles. – Era um ponto de vista interessante, e Demi não discordou dele, mas
fazia algumas ressalvas. Inácio tinha perdido a esposa faria um ano, ele sabia
o que era melhor para ele. – Enquanto as suas irmãs.. É um ponto delicado para
elas por conta da morte da mãe, mas elas vão ter que entender que o seu pai
também é um ser humano que se apaixona e tem uma vida, elas vão ter que
entender ou no mínimo respeitar. – Murmurou Selena de cenho franzido porque
sabia que aquela parte não era tão fácil como parecia. – E pelo amor de Deus, o
seu pai brigar com o Joe não deveria ser um assunto discutido porque é absurdo.
Simplesmente absurdo. Você é uma adulta e não existe isso do seu pai te proibir
namorar. No máximo ele pode dar uma prensa no Joe para cuidar de você e do
bebê, mas o resto.. É absurdo. – Selena chegou a ofegar, havia muito tempo que
ela queria dizer a Demi que Inácio estava passando dos limites, e pareceu se
encaixar corretamente dada a situação.
- Eu sei.. Só que quando os meus pais estão
juntos eu me sinto vulnerável e com muito medo de perdê-los. – Disse baixinho. –
De perder as minhas irmãs. – Selena assentiu com pesar e trocou um breve olhar
com Ed.
- É normal ter medo, Dem. – Disse o rapaz um
pouco envergonhado, mas nada que o impedisse de mostrar como queria ajudar a
amiga. – Você só precisa ser mais confiante e segura das suas decisões. Se as
suas irmãs não gostarem dos seus pais juntos, tudo que você pode fazer é
conversar com elas sobre o assunto, explicar o seu ponto de vista e deixar
claro que as coisas entre vocês não precisam mudar, agora se elas não
aceitarem, é uma pena. – Nada era cem por centro da forma esperada, a
frustração e a surpresa estavam sempre sujeitas a acontecer. Era algo que Demi
e todas as pessoas deveriam aceitar. – Nós estamos aqui com você para segurar
qualquer barra, só não fica triste. Tudo vai se encaixar. Eu até tenho uma
notícia boa, o meu amigo ficou interessado em alugar o espaço onde fizemos as
fotos do casamento. Alguém vai poder montar o escritório de Design. – Ed sorriu quando Demi também
sorriu limpando as lágrimas que ainda molhavam o rosto. – Não fica triste,
baixinha. Nós estamos aqui. – Ele desastrosamente deu um jeito de passar para o
banco de trás quase ficando preso no pequeno espaço entre os dois bancos da
frente. Selena era magra, já ele era largo demais para passar com facilidade.
- Depois do que esse bobão falou, só me
resta te abraçar. – Selena fechou os olhos quando Demi descansou a cabeça no
ombro e a abraçou de lado suspirando. Ah! E Ed não ficou de fora do abraço, ele
deu um jeitinho de envolver Demi nos braços, o que foi motivo de riso.
- Eu amo vocês. – Murmurou Demi sabendo que
as lágrimas não tinham nada a ver com o medo que sentia de a família virar um
caos, era apenas a emoção de estar com os amigos. – Amo muito. – Tornou a
murmurar quando ouviu as declarações de volta.
- Minhas garotas lindas, vocês vão cantar
comigo? – Ed escorou-se ao recosto do banco e olhou para as duas mulheres com
curiosidade.
- Se eu for a Beyoncé, eu canto. – O sorriso feliz de Demi era contagiante, e ela
realmente parecia animada.
- Eu sou a Gaga. Gomez, o back vocal é todo seu. – Disse Ed voltando para o
banco do motorista com certa dificuldade. Naquele tipo de situação o carro
parecia minúsculo para ele. – Beyoncé vem
para frente. – A cara de Selena foi a melhor, mas ela riu colocando o cinto de
segurança porque sabia que Ed só queria curtir o momento e animar Demi.
Divertido era pouco
para definir aquela tarde! Boa parte dos convites foi entregue, e na viagem de
uma casa para outro o volume do som dentro do carro estava altíssimo e os três
amigos cantavam as músicas tocadas a todos os pulmões. Quando escureceu, o
destino foi um fast food. Os hambúrgueres eram enormes! Ed se
lembrava que meses atrás Selena mal conseguia comer metade de um que já
reclamava que estava super satisfeita, então ela o surpreendeu porque queria um
pedaço do lanche dele! Era sempre o contrário: Ed ficava feliz por Sel não
conseguir comer o lanche sozinha, pois ele terminava o serviço.
- Se você não estivesse grávida, eu iria
fazer exatamente como em friends: Joey
não divide comida! – Não tinha como negar ao biquinho da noiva. Ed arqueou
uma sobrancelha quando ofereceu o hambúrguer para Selena e ela o mordeu com
gosto. – Você deveria ser uma grávida comportada igual a Demi. – Bem, agora ele
tinha perdido o hambúrguer de vez porque Selena tomou o bom pedaço que tinha
sobrado para si.
- Ela está trocando mensagens com o Joe e mal
tocou na comida. – Disse Selena com o queixo sujo de ketchup, e quem o limpou
foi Ed, mesmo que ele estava chateado por ter tido o lanche roubado.
- Se você não comer, a Selena vai. – Disse
Ed ignorando a namorada quando largou o hambúrguer sobre a bandeja para
abraça-lo de lado. – Jesus, Selena. – Resmungou mal humorado. Era complicado
conviver com Selena. Numa hora ela o tratava mal e no segundo seguinte o enchia
de beijos em público.
- Estou tentando entrar em contato com o meu
namorado. – Disse Demi completamente focada no celular. – As mensagens não
estão chegando, e pelo horário, ele já está em casa. – Eram quase sete da noite
e Demi começava a se sentir incomodada com a falta de notícias de Joe.
- Você não tem o contato da tia dele? – Ed
perguntou sustentando o olhar de Demi e fazendo carinho no rosto de Selena.
- Tenho. – Murmurou. Ela só não queria ter
que incomodar Laura, mas como estava preocupada, o jeito era mandar mensagem
para a tia de Joe.
Era de extrema
agonia enviar uma mensagem, a mesma chegar e a pessoa demorar a visualizar.
Demi encostou o cotovelo esquerdo à mesa, adentrou o cabelo com os dedos e
respirou fundo observando a lanchonete que estavam. O lugar era muito
agradável. As poltronas acolchoadas eram confortáveis, o calor artificial do
aquecedor era gostoso, pois lá fora estava doendo de frio. Ainda havia o som
que vinha do rádio no balcão. O hambúrguer parecia delicioso. Demi o olhou com
curiosidade cogitando a ideia de dar uma bela mordida no alimento, como era de
costume fazer. Só que havia dois empecilhos que a impedia de concretizar a
vontade: o medo de passar mal e a atenção focada no celular. Ed e Selena quase
conseguiram chamar toda atenção de Demi, já que eles discutiam. Uma mordida não
faria mal. E de tanto olhar para o pão formoso, foi muito bom idealizar o sabor
da carne junto ao queijo cheddar, picles e bacon. Era muito bom! Muito mesmo!
Demi fechou os olhos ao sentir o sabor do bacon junto ao do queijo, e ela só
não deu uma segunda mordida generosa porque o celular vibrou no colo e o
hambúrguer quase caiu porque no mesmo instante foi largado para que Demi
pegasse o celular, mesmo com as mãos sujas.
“Oi meu anjo. Nós chegamos tem um bom tempo. O Joseph
está dormindo, ele está sobre efeito de medicamentos e ficou um pouco zonzo.” –
Laura.
O rosto de Demi
perdeu a cor, como numa queda de pressão. O coração parecia ir a boca em
batidas rápidas. O que de fato a mensagem significava? Joe ficar zonzo numa
consulta era preocupante dadas as condições de saúde dele.
“O que aconteceu? Ele está bem?” – Demi.
“Ele está descansando. A pressão estava baixa, mas eu o
alimentei e ele está repousando.” – Laura.
“Eu vou passar aí daqui a pouco” – Demi.
Naquele resto de
dia ninguém além de Joe teria a atenção de Demi. Ela o mimaria e aproveitaria
cada segundo ao lado do namorado porque sentia que precisava ficar sossegada e
em paz.
“Estarei aguardando. Nós precisamos conversar sobre
algumas coisas.” – Laura.
A mensagem fez com
que Demi franzisse o cenho. Ela nem sobre o que responder ao certo, então um
“Ok” pareceu o mais adequado. Laura não era séria como mostrava, e não se
restringia a poucas palavras via mensagem. Demi só não conseguiu processar mais
o que a tia de Joe queria dizer por que algo áspero caindo contra o rosto a
assustou.
- Vocês estavam brigando não tem cinco
minutos e agora se juntaram para me atacar com batata frita? – Resmungou porque
Selena jogou um pedacinho de batata frita na direção dela.
- Nós três deveríamos apreciar esse passeio
maravilhoso juntos, mas você fica isolada nesse celular. – Disse Selena com a
cabeça deitada no ombro de Ed e comendo batata frita.
- Eu estava conversando com a Laura. O Joe
já está em casa, mas ele está dormindo. – Tornou a murmurar olhando a conversa
com Joe e a última vez que ele esteve online. – Vocês podem me deixar no
apartamento dele? A Laura quer conversar comigo sobre algumas coisas e eu estou curiosa para saber o que é. – Curiosa
e com medo, e quanto antes ela soubesse do que se tratava o assunto, mais
aliviada ficaria.
- Tudo bem, você merece. Já perturbamos você
demais por hoje. – Demi revirou os olhos porque agora quem jogou a batata frita
foi Ed. Pior que não tinha como ficar irritada com eles. Quando não estavam
brigando ou um implicando com o outro, Ed e Selena transbordavam paixão e
inspiravam amor. Eles ficavam lindos juntos e sempre estavam agarrados.
- Vocês são duas crianças. – Reclamou Demi
os acercando com uma bolinha feita com guardanapo, e antes que uma guerra
começasse naquele estabelecimento, Demi se levantou rindo porque era de se
perceber o olhar de Ed como o de uma criança convencida a aprontar, e do jeito
que ele era.. Não importava se eram adultos, a brincadeira aconteceria mesmo em
público.
Não faltaram
risadas naquele final de tarde. Demi até se sentia mais aquecida e feliz por
ter compartilhado da companhia de Ed e Selena. Só faltava Joe para que tudo
ficasse ainda melhor. Quando estava com os amigos, não existiam problemas e nem
outros empecilhos. As risadas eram gostosas e cantar as músicas que tocavam no
rádio foi uma terapia que a ajudou a dissipar toda tensão com Inácio e as
irmãs. Só que agora, o coração de Demi não estava mais aquecido como antes. Em
frente a porta do apartamento de Joe, a mensagem a fazia ficar preocupada e
imaginando uma sequência absurda de coisas ruins.
- Você não demorou. – Laura a cumprimentou
com um beijo na bochecha e parecia normal. Demi adentrou o apartamento às
pressas porque sabia que cumprimentos demorados com a porta aberta só
resultaria em dor de cabeça já que Lucy iria tentar fugir.
- Eu estava com os meus amigos. Eles estão
de casamento marcado para daqui algumas semanas e nós entregamos os convites
hoje. – Comentou mais focada em observar o apartamento a olhar nos olhos de
Laura. A esperança era encontrar Joseph deitado no sofá assistindo televisão,
mas no sofá estavam as cobertas de Laura e o canal de culinária não era o
favorito de Joe.
- Ele ainda está dormindo. – Por que o
silêncio começava a incomodar a Demi? Ela umedeceu os lábios e se sentindo
desconfortável até mesmo para se sentar ao sofá, nem parecia que era aquele o
lugar onde ela passava mais tempo que no próprio apartamento. – Fica a vontade.
– Era o que ela precisava ouvir para se sentar ao sofá. Demi sorriu
envergonhada e enlaçou os dedos esperando que Laura dissesse o que ela tinha
comentado por mensagem.
- Está tendo muitos enjoos? – Perguntou
Laura se acomodando ao sofá e recostando a cabeça a almofada de pernas
cruzadas.
- Fiquei enjoada hoje à tarde com o cheiro
de um perfume, mas agora estou bem. – Explicar a Laura o que tinha acontecido
na casa de Inácio só a deixaria mais apreensiva, por isso Demi preferiu ficar
calada e esperar.
- O Joe não parou de falar do bebê. Ele está
animado. – Demi sorriu ainda sem olha-la. Se naquela bagunça de sentimentos
tinha um sentimento que ela tinha certeza era que não podia estar mais feliz
por estar grávida de um filho do homem que amava.
- Ele sempre falou de ter filhos.. –
Comentou tímida. – Nós não planejamos, mas eu estou feliz. – Disse erguendo a
cabeça e sustentando o olhar de Laura.
- Eu confesso que estou muito surpresa. –
Começou a dizer colocando uma mecha do cabelo longo atrás da cabeça. – Meses
atrás ele.. – Laura sorriu ao desviar o olhar de Demi. – Ele mal podia ficar
perto de uma mulher que não era da família. Ele ficava vermelho de vergonha e
todo atrapalhado. – O sorriso de Laura mostrava que a lembrança não era ruim. –
E agora ele está empolgado porque vai ser pai.
- Isso é ruim? – A ansiedade chegava a ser
corrosiva, motivo do qual Demi tremia a perna direita e mordia o lábio
inferior.
- Não é ruim. Um filho nunca é ruim. – Disse
Laura e os ombros de Demi relaxaram porque ela tinha muito medo de que as
famílias não aprovassem a gravidez. – Só que ele está muito agitado, Demi. Ele
não pode passar por esse tipo de situação agora. Nós estamos com bons médicos,
mas sozinhos eles não podem fazer muito. O Joe não coopera. Ele está o tempo
todo falando e pensando sobre vocês. E agora com um bebê.. Você entende o que
eu quero dizer, querida? – Perguntou a olhando nos olhos e Demi não soube o que
poderia responder por que não tinha entendido o que Laura esperava. - Você é a
única pessoa que ele vai ouvir, então faça-o desacelerar, Demi. A situação está
sob controle. O remédio para pressão não estava fazendo efeito, por isso ele
estava passando mal com frequência. E agora tem a medicação para o coração.
Enquanto a saúde dele não estabilizar, por favor, seja suave com ele. Você
também precisa desacelerar por causa da gravidez. Preciso da sua ajuda porque
ele não vai me ouvir.
- Ele não vai precisar de um transplante? –
Perguntou de cenho franzido pensando na noite na casinha na árvore no Texas.
- Por enquanto os remédios estão ajudando.
Foi um equivoco. Por enquanto ele será monitorado pelos médicos. Todos os dias
vamos aferir a pressão arterial e certificar que ele está tomando a medicação
no horário correto e se alimentando conforme a dieta. – Laura parecia tão
séria, e Demi se sentiu ainda mais preocupada com o namorado. – Nós temos que juntar forças, o Joe é
exagerado igual o pai. Ele quer tudo para ontem, principalmente quando é com a
família. Só me ajude a domá-lo até essa fase passar. – Demi assentiu
prontamente e suspirou quando Laura a abraçou.
- Eu vou dar um jeito. Ele é teimoso, mas
ele vai ter que me ouvir. – Murmurou se lembrando de como Joe era todo
sistemático e orgulhoso, principalmente quando ficou desempregado meses atrás.
- Não o sobrecarregue, está bem? Ele precisa
ficar quietinho. – A atenção das duas foi exclusivamente para Lucy. A cadelinha
apoiou as patinha ao sofá e fechou os olhos sentindo o carinho nas orelhinhas. –
Por enquanto, nesse prazo dele se acostumar com os remédios, é melhor fazer uma
pausa no sexo. – Envergonhada era pouco. Demi nem conseguiu olhar para Laura,
assentiu cabisbaixo e aos poucos sentiu a vergonha passar porque a atenção
estava toda em Lucy.
- Eu
vou ver como ele está. – Demi sorriu porque Lucy a acompanhava em direção ao
quarto, e a porta que estava encostada foi aberta pela cadelinha que a empurrou
e agilmente pulou na cama para se esfregar no dono.
A verdade era que o
coração doía ao vê-lo. Demi queria poder envolver Joe nos braços e não deixar
que nada de ruim acontecesse a ele. Ao se sentar a cama, ela umedeceu os lábios
e franziu as sobrancelhas o observando dormir. As feições do rapaz mostravam
puro cansaço, e as olheiras estavam lá para comprovar.
Os braços estavam
dobrados e Joe descansava a cabeça sobre as mãos. Os músculos sempre chamavam a
atenção de Demi. Ela gostava de como eles eram grandes e atrativos. E ao
observá-los, ela notou o curativo na dobra do braço esquerdo.
- Joseph.. – Foi um sussurro triste e a
intenção não era tocá-lo para não o acordar, mas Demi o fez. Adentrou o cabelo
escuro com os dedos e o tocou nas bochechas. – Fica quietinha, Lucy. – Pediu
porque a cadelinha se enroscou mais a Joe e o lambeu no pescoço. – Quieta. –
Não resolveu muito. Lucy levou a patinha ao queixo de Joe e o empurrou. Ela
sempre o fazia quando queria carinho ou atenção. – Você tem que deixar o papai
dormir. – O jeito foi colocar Lucy no colo e acariciá-la nas orelhinhas.
- Vocês estão aí. – Foi difícil controlar a
emoção ao ouvir a voz fraca de Joe. Demi umedeceu os lábios e sorriu porque ele
também sorria ainda sonolento. – Não tem coisa melhor que ser acordado por vocês
duas. – Lucy ou Demi? As duas eram ciumentas e disputavam a atenção dele. Joe
acariciou as orelhinhas da cadelinha ao mesmo tempo em que roçava os lábios aos
da mulher que amava, só assim não teria disputas entre as duas. – Parece que
tem anos que não te vejo. – Murmurou observando os lábios rosados de Demi para
depois beija-los novamente. – Eu sinto muito, Lulu. Mas agora eu quero ficar agarrado só com a sua mãe. – Era
engraçado quando eles tinham aqueles momentos, Lucy geralmente ficava enciumada
quando não recebia atenção, e quando Joe puxou Demi para os braços e a abraçou
por trás, teve até rosnado.
- Acho que ela vai me morder. – Disse Demi
evitando fazer movimentos. Joe foi mais corajoso e passou a mão trás da
orelhinhas de Lucy.
- Ela não vai te morder porque ela é uma boa
menina. – O carinho era feito em Lucy, mas quem ganhava o beijo era Demi. –
Você vai brincar lá fora com a tia Laura porque o papai e a mamãe vão fazer
coisas de adultos. – A bolinha que estava sobre o criado-mudo sempre deixava
Lucy afoita. Joe a jogou na direção da porta do quarto e quando Lucy voltou com
a bolinha toda babaca esperando que ele a jogasse novamente, o rapaz
choramingou e apontou para direção da porta, que foi por onde a cadelinha saiu
às pressas.
- Eu só vim saber como você está. – Demi
arqueou uma sobrancelha quando Joe tirou a camisa e passou para cima dela a
beijando no pescoço e a apertando no bumbum. – Ei. – Murmurou o empurrando
porque os beijos de Joe eram exagerados e ele muito pesado. – Não. – Foi um
banho de água fria, tanto para ele quanto para ela. Demi sustentou o olhar de Joe até que ele
entendeu que o não era mesmo sério e se deitou ao lado completamente frustrado.
- Primeiros nós temos que conversar. – O
comentário mal humorado foi motivo de riso. Demi se deitou de lado para olha-lo
e não viu nenhum problema quando Joe a puxou um pouco mais para perto. – Minha
tarde foi ruim sem vocês. Eles
colheram sangue e foi desconfortável. Fiz muitos exames e comecei a tomar novos
remédios. – Disse pensativo com a mão na cintura dela. – Eu estava ansioso para
te ver porque sinto saudade e por agora só consigo pensar em ter vocês por
perto. – Murmurou a tocando no queixo na ponta dos dedos para depois beija-la
na boca. – Como foi a sua tarde, princesa? – Os lábios ainda estavam próximos.
Joe desceu a mão para barriga onde a acariciou todo sorridente.
- Minha tarde foi.. – O sentimento de estar
ao lado de Joe a fazia se sentir segura e amada, e ao olhá-lo claramente feliz,
Demi decidiu que era melhor não contar o que tinha acontecido na casa de
Inácio. – Divertida.. O Ed e a Sel estão mais fofos que o normal, nós
entregamos muitos convites e comemos agora pouco. – Disse o abraçando e o
beijando na garganta. – Só faltou você. – Murmurou manhosa quando Joe a puxou
para cima dele e sorriu a olhando.
- E na casa do seu pai? – Perguntou, mas na
verdade estava focado em observar como o cabelo de Demi parecia mais bonito em
mechas longas e marrons. A pele clara mais rosada, e as bochechas cheias.
- Ah.. Foi complicado. – Demi o olhou nos
olhos e sorriu porque Joe também o fazia. E ela conhecia muito bem aquele jeito
dele. – A resposta ainda é não. – Sussurrou no ouvido dele e o beijou no
queixo. – Megan fez uma tatuagem e colocou o piercing, o meu pai não ficou muito feliz. – Disse encostando o
queixo no peito dele e o cenho franzido de Joe a fez rir. Ele até levou as mãos
ao rosto e resmungou um expressivo “Caramba!”.
- Ela é corajosa, meu Deus. – Disse
massageando as sobrancelhas e depois coçou o queixo barbado. – Eu nem quero
imaginar a dimensão dessa confusão. – Disse olhando para o teto e o beijinho
que ele recebeu no peito o fez olhar para Demi. – Estou pensando sobre algumas
coisas sobre nós. – O olhar estava fixo ao dela e ele sorria. – Já está na hora
de contar para o seu pai sobre o nosso
bebê e de começarmos a pensar no nosso
casamento, procurar uma casa.. Nós precisamos planejar o nosso futuro. – Os
olhares ficaram fixos por um tempo, e cada um pensava em algo diferente. Joe na
reação de Demi e ela no que Laura tinha dito. – Você não quer casar comigo? –
Perguntou minutos mais tarde porque começava a se sentir ansioso com todo o
silêncio de Demi.
- Joseph, eu quero casar com você. – Disse o
tocando na ponta do nariz para descontrair o clima entre eles. – Só que eu acho
que nós podemos esperar, está bem? Você precisa ficar bem, amor. – Antes que
ele pudesse reclamar, Demi selou os lábios aos dele numa série de selinhos
molhados. – Sem stress ou ansiedades.. Nós dois precisamos de sossego por um
tempo. – Disse nos lábios dele.
- Eu só vou ficar sossegado quando nós
estivermos na nossa casa com o nosso bebê bem e saudável. – Disse de cenho
franzido a olhando nos olhos.
- Quem disse que nós não vamos ter isso? Só
vamos esperar mais um pouquinho. Não precisamos ter pressa. Não quero que você
fique ansioso ou estressado. – Demi o beijou na testa quando Joe a abraçou, e
de cenho franzido assentiu.
- Tudo bem... Mas eu quero falar com o seu
pai sobre o bebê e contar para minha família. – O que ela podia fazer além de
assentir? Joe ficaria duplamente ansioso, caso soubesse que Inácio já havia
descoberto sobre o bebê.
- Nós podemos fazer isso. – Demi sorriu
quando ele a deitou na cama e começou a beija-la no pescoço. Por mais que era
maravilhoso tê-lo, a fala de Laura ainda era clara e Demi iria respeita-la
porque ela tinha razão. – O não ainda é não, meu anjo. – Para que ele não
ficasse emburrado, ela o encheu de beijos no rosto e muitos selinhos nos lábios
até que Joe foi obrigado a sorrir. – Eu estou pensando naquela sopa que você me
prometeu. O que acha de prepararmos? – Frustrado, Joe assentiu se deitando ao
lado.