29.11.14

Capítulo 33

Coloquem para carregar: Give me love - Demi Lovato cover

Era interessante o branco perto do preto, haviam milhares e milhares de curvas e pouca expressão, mas lhe encantara os olhos, envolvia a sua mente que parecia rodar junto com as curvas que formavam um caracol. Estava simplesmente parado, uma mão encaixada no queixo sustentava a cabeça e a outra estava inerte. Os olhos ora cor de mel ora uma mistura fantástica de verde com mel, tinham cílios cumpridos e espessos para um homem. O rosto barbado, os olhos presos um quadro hipnótico, Joe estava completamente fora de si.
   - Joseph? - Insistiu a voz feminina. - Joe? - Embora Sara tenha o cutucado com força, Joe não despertou do repentino transe. - Joseph pelo amor de Deus, basta! - Estava sendo uma luta nas últimas semanas desde que Demi partiu. Joe comia por obrigação, viajava mentalmente deixando todos preocupados e quando estava em si, Deus! Ele era fechado e de pavio muitíssimo curto.. - Joseph! - O resultado do quase grito foi uma série de olhares assustados das pessoas que estavam a mesa de reunião.

   - Oi, o que foi? - Perguntou Joe igualmente assustado.

   - Desculpe. - Pediu Sara levemente corada. - A reunião está encerrada. - Murmuros e murmuros encheram a sala bem arranjada da NY Times, que logo era esvaziada por homens e mulheres em seus terninhos.
   - O que aconteceu? - Perguntou Joe de cenho franzido.
   - Aconteceu que todos esperavam por uma resposta sua, mas você estava no mundo da lua. - Ralhou. - Eu sinceramente não sei mais como ajudar Joe. - Sara estava sendo uma amiga incrível, sempre preocupada com ele e Demi, mas de nada adiantara uma vez que ela não resolveria a situação.
   - Eu só estava pensando.. - Disse passando as mãos pelo rosto, por mais que Sara ajudasse, Joe se sentia envergonhado e desconfortável por estar tão vulnerável a ponto de qualquer um perceber. - Olha, eu vou para o meu escritório, vou checar a papelada e ainda hoje mando uma resposta. - Disse se levantando apressado.
   - Não quero você aqui Joe, não posso manter um funcionário e um amigo nesse estado. -  Joe estreitou os olhos bufando irritado. - Olha o seu estado, parece um zumbi ambulante, você está esgotado, cansado e carente. - Joe grunhiu de olhos cerrados, mas não foi o suficiente para que Sara se afastasse.
   - Eu estou bem! Quantas vezes vou ter que repetir que estou bem? - Sussurrou tentando ser grosseiro.
   - Você não me engana. - Desafiou Sara. - O que você tem feito além de malhar? Tem se alimentado ao menos? - Perguntou ao se lembrar que em toda a manhã Joe não pedia café com pão de queijo como sempre fazia, não almoçava com os colegas de trabalho, e no final do dia parecia furioso praticamente espancando um saco de pancada na academia.
   - Sara, por favor, sei que está tentando ajudar, mas é melhor assim, eu só não sou uma boa companhia. - Disse um tanto sem jeito e envergonhado por ter sido grosso com Sara.
   - Você já ligou para ela? - Joe adentrou os bolsos com as mãos anunciando que estava incomodado e balançou a cabeça em negação. Ele era apenas sentimentos. Estava muito chateado com o descaso de Demi, ela tinha o machucado tanto e o obrigado a agir como um idiota. Não entendia o porquê daquela infantilidade enquanto ele tentava conseguir mais tempo para que Demi pudesse descansar antes de enfrentar um trabalho tão cansativo que era a turnê, mas tudo que ela fez na gravadora foi estufar o peito orgulhosa e humilhá-lo na frente de Nick e John. Sem contar com as provocações. Demi tinha se comportado de um jeito tão estranho naquele dia.. não parecia estar em si.. Começando pela maneira de agir como se não se importasse, como se não sentisse a falta dele como ele tinha certeza que ela sentia.. Não porque ele queria mostrar que ela precisava dele, mas sim porque ele sentia tanta falta dela a ponto de doer na alma.
  - Eu não vou ligar, eu não vou correr atrás. - Disse fitando um ponto qualquer. - Eu sei que agi como um idiota, sou homem o suficiente para admitir, mas ela estava brincando comigo Sara! Cheia de gracinhas se esfregando naqueles marmanjos! Ah! E o Nick? Ele estava a ajudando, ele adora me desafiar. - Grunhiu ao lembrar-se de Nick. - Eu estava disposto a pedir desculpas. - Pediria desculpas porque sabia que tinha agido como um idiota ao acusar Nick de olhá-la indiscretamente. O ponto era. Não se importava com o quão curtas fossem as roupas de Demi, confiava nela, mas não confiava em seus admiradores fascinados. Não queria compartilhá-la nem mesmo mentalmente com outro homem, e sabia que quando Demi se vestia daquela forma provocante muitos homens a ilustrava em seus sonhos eróticos. Aquilo o fazia ter uma ideia absurda do quão ruim seria perdê-la mesmo que fosse em um sonho.
   - Dê uma chance para ela.. Demi deve estar tão confusa quanto você. - Disse incerta.
   - Para mim tanto faz, eu tentei. - Joe pediu licença com um murmuro e saiu daquela sala o mais rápido possível para enfiar-se em outra. Irônico, não?
Depois de tantas tentativas frustradas para concentrar-se, Joe finalmente abandonou os pensamentos sobre Demi para ler cada linha daquelas laudas pacientemente pensando como o bom profissional que era. O calor começara a incomodá-lo, ainda lendo concentradíssimo, Joe alcançou o pequeno controle remoto para ligar o ar-condicionado, tirou o paletó o repousando no encosto da cadeira, desabotoou os primeiros botões da camisa branca e frouxou a gravata cor-de-rosa. Passou-se minutos e mais minutos e Joe continuou a ler respeitando cada vírgula e ponto.
   - Joseph? Com licença, Sara mandou servir café. - Joe mal olhou para ver quem era, porém assentiu permitindo a entrada. O estômago praticamente rugia anunciando a sua fome.
   - Obrigado. - Murmurou tentado a dar um belo gole no café, porém se o fizesse queimaria-se já que o café esfumaçava. E então estava concentrado em sua leitura enquanto comia pão de queijo. Ah! Ele os adorava. Conhecera o pão de queijo numa de suas viagens com Demi para o Brasil. Demi sempre o mimava quando os preparava, e Joe adorava ser mimado pela esposa.. Pela primeira vez a lembrança o permitiu sorrir ao pensar em Demi. Estava chateado, mas sentia falta dela. - Hum.. - Espera.. - Hum.. - Hum? Joe arregalou os olhos ao sentir mãos em seus ombros. Mãos femininas!
   - Está gostando? - Joe quase tombou a cabeça e gargalhou. O que era aquilo? Ela estava tentando seduzi-lo com aquela voz rouca?
   - Que diabos você pensa que está fazendo? - Disse completamente irritado levantando-se bruscamente.
   - Eu achei que.. - Disse a morena. - Você parecia tão tenso.. Achei que uma massagem ajudaria Joe. - Arqueando as sobrancelhas Joe ergueu o braço esquerdo para mostrar a aliança grossa dourada.
   - E depois achou que eu transaria com você? - Disse debochado. - Retire-se, e para você é Sr. Jonas. - Uma vez que estava sozinho Joe praticamente jogou-se na cadeira completamente chateado e irritado. - Sara? - Disse ao telefone. - Nesta sala não entrar mais nenhuma funcionária, o que você precisar me enviar peça a um rapaz. - Não era porque Demi estava longe e que eles estavam brigados que ele iria trai-la. Jamais! Amava Demi a ponto de ser a única a enxergar como uma mulher.
   - O que aconteceu? - Joe arqueou as sobrancelhas ao ver Sara adentrar o escritório.
   - A única mulher que eu quero está em algum lugar desse país me matando de raiva. - Disse ao se lembrar da ideia absurda de Demi. Diabos! Ela queria cantar Anaconda.
   - O que aconteceu? - Perguntou novamente sem entender.
   - É a terceira vez que as suas secretárias tentam me assediar. - Disse irritado. - Eu não preciso de mais problemas. - Sara assentiu um tanto constrangida. Era difícil controlar a mulherada quando se tratava de Joe. Todas suspiravam por ele.
   - Tire essa semana para descansar. - Disse Sara recolhendo os papéis da mesa. - Quero que vá para casa, tente relaxar, eu vou tentar conversar com Demi. - Joe balançou a cabeça em negação.
   - Deixe Demi, se ela quiser, ela que venha atrás de mim. - Murmurou. - Não sou o cachorrinho dela. - Infelizmente era como ela o fazia se sentir.
   - Eu estou torcendo por vocês. - Joe forçou um pequeno sorriso e abraçou Sara agradecendo por ela estar se preocupando com ele. Segundos depois estava caminhando pelos corredores do departamento sendo seguido por olhares nada discretos das tantas mulheres que trabalhavam ali, era incomodo..
As ruas de Los Angeles estavam movimentadas como sempre, mas Joe não reclamou, bem pelo contrário, aproveitou o engarrafamento para pensar no que faria. Era orgulhoso e Demi também, quem iria ceder? Iriam ceder? Pelo visto não. Ele não cederia, jamais. Tinha tentado conquistá-la, mas agora via-se desarmado porque era ele quem estava machucado. Quando o estômago rugiu Joe arregalou os olhos assustado. Ele realmente estava faminto. Chegaria em casa e não encontraria nada mais que a bagunça dos cães e a de Daniel. Estava cansado e queria descansar das semanas que passara trabalhando no escritório como um condenado. Dando a seta para a esquerda, Joe guiou o carro para um velho bar/lanchonete não muito longe dali. Era perto da praia, um ambiente ótimo para descontrair, sem contar que eles serviam os melhores hambúrgueres e pizzas de Los Angeles, segundo Joe.
Depois de estacionar o carro, Joe caminhou despreocupadamente pela calçada logo adentrando o estabelecimento. E como sempre o lugar estava cheio. Havia pessoas por todos os lugares, os garçons se revesavam para servir as mesas no tempo certo. O cheiro da pizza e outros salgados fizera do estômago de Joe uma bateria de escola de samba.
   - O que você manda? - Joe sorriu e cumprimentou o velho amigo com um tapa no ombro.
   - Pizza com muito queijo Will. - Joe sentou-se num dos banquinhos do balcão enquanto o pedido era repassado.
   - Como estão as crianças? - Perguntou Will enquanto administrava uma série absurda de bandejas.
   - Dan está bem, Lizzie está na casa dos pais de Demi. - Vez ou outra Joe passava no final da tarde na casa dos pais de Demi levando consigo uma pizza fresca para comer com a filha, às vezes conversavam enquanto comiam ou ficavam em silêncio, mas era bom estar com Lizzie. Depois ele partia para casa onde beliscava algum salgadinho com Dan enquanto assistiam um filme ou uma partida de futebol. - Will, minha pizza vai demorar? - Perguntou preguiçoso, estava faminto.
   - Dez minutos. - Disse o rapaz ajeitando o boné na cabeça. - A sua esposa está arrebentando. - Joe franziu o cenho sem entender o que Will queria dizer. - Ela está na tevê! - Estava tão envolvido na sua fome avassaladora que mal consiga pensar. Não era à toa que o bar estava quase silencioso, a tevê enorme chamava a atenção de todos.. Ou melhor, Demi chamava. Aquele show deveria ter sido o da noite passada.. Joe conferiu a data mentalmente e arregalou os olhos. A arena estava lotada, Demi lotara o The Garden!
Quando aproximou-se junto com Will, Joe fixou os olhos na tevê notando cada detalhe. Demi estava vestida como o de costume. 
O vestido preto não era tão curto como tinha imaginado, batia um poco acima dos joelhos e não tinha muito decote. Demi calçava sapatos fechados de salto absurdamente grandes no quesito altura, os cabelos pretos estavam mais volumosos por conta do aplique e caiam pelos ombros e as costas.
                             * PLAY*
 No palco tinha apenas um foco de luz enquanto a música era introduzida. Demi ajustou o pedestal e a voz dela soou no primeiro verso da música.. Give me love like her...Cause lately I've been waking up alone.. Até o momento Joe estava sem expressão alguma, a boca em uma linha e os braços cruzados.. Pain splattered teardrops on my shirt... Told you I'd let them go... And I'll fight my corner.. Maybe tonight I'll call ya... After my blood turns into alcohol.. No I just wanna hold ya.. Give a little time to me, we'll burn this out... Joe mordeu o lábio inferior e fechou os olhos lutando contra algumas lágrimas que também tentavam molhar o seu rosto.. Demi estava chorando, estava tão frágil quanto ele.. We'll play hide and seek, to turn this around.. All I want is the taste that your lips allow... My my, my my oh give me love... My my, my my oh give me love... My my, my my give me love... Tudo que ele queria era abraçá-la e amá-la como ela pedia, juraria com a própria vida que faria a dor passar.. Give me love like never before.. Cause lately I've been craving more.. And it's been a while but I still feel the same.. Maybe I should let you go.. Quando os arrepios começaram a percorrer o corpo, o coração quase o matava a cada pulo desesperado, as lágrimas começaram a rolar e antes mesmo que alguém pudesse notar Joe saiu do estabelecimento em meio dos "My my, my my, oh give me love", iria buscá-la, onde quer que Demi estivesse ele iria e a traria consigo.
   - Joseph? A sua pizza. - Disse Will o alcançando no estacionamento trazendo consigo a caixa da pizza . - Está tudo bem? - Perguntou e Joe limpou as lágrimas sem que o amigo o visse.
   - Desculpa.. Eu me lembrei que Dan está sozinho. - Mentiu.. Ou melhor, não era uma mentira completamente mentira, Daniel realmente estava sozinho.
   - Tudo bem. - Will entregou a caixa da pizza para Joe. - Por conta da casa. - Joe sorriu um tanto sem graça e despediu-se do amigo antes de entrar no carro. A fome tinha se perdido em meio da sua vontade de buscar Demi. A horas atrás Joe jamais cederia, mas agora estava disposto a ceder porque doía ver a mulher que ele tanto amava chorar e sofrer. Joe dirigiu como se não tivesse pressa de chegar, vez ou outra admirava o por do sol da Califórnia enquanto pensava em Demi. Não tinha jeito, ela não saia dos seus pensamentos, Joe estava com tanta saudade e se sentia culpado, porém disposto a tentar novamente.
Mais tarde estacionou o carro na garagem de casa, tinha sido bom pensar no que faria para trazer Demi de volta para casa. A recepção foi um tanto calorosa. Buffy e a gangue, como Demi os chamava, o recebeu com pulos e tentavas frustradas de lambidas e de capturar a caixa da pizza. Joe os repreendeu com um olhar e adentrou a casa. Tudo estava do jeito que Demi tinha deixado antes de sair de casa, só que um tanto.. lê-se muito, bagunçado. Joe passou da primeira sala indo em direção a segunda de onde vinha o barulho da televisão. I throw all of your stuff away..Then I clear you out of my head.. I tear you out of my heart. Joe arqueou as sobrancelhas ao encontrar Daniel sentando no sofá com Jenny ao seu lado, ele tentava beijar a garota, porém nenhum dos dois pareciam interessados em se beijar, estavam divididos entre Here we go again e o beijo.
   - Humm.. Oi. - Murmurou Daniel envergonhado. - Jenny queria assistir.. A culpa é dela. - Joe arqueou as sobrancelhas deixando Dan completamente sem graça enquanto cumprimentava Jenny com um aperto de mão. - Nós podemos trocar de canal. - Disse desconfortável.
   - Ei! Eu adoro a sua mãe, ela é incrível. - Joe riu da careta de Daniel e sentou-se na poltrona observando Jenny discretamente. A menina cantarolava os trechos da música sussurrando consigo mesma, tinha os olhos fixos na tevê e às vezes sorria admirada.
   - Ela é lovatic. - O sussurro de Daniel passou despercebido por Jenny, mas não por Joe que sorriu debochado.
   - Vou esquentar a pizza. - Daniel apenas assentiu desviando os olhos da tevê por breves segundos. Logo estava com a cabeça deitada no ombro de Jenny enquanto assistia a mãe cantar para milhares de pessoas. Por mais que estivesse chateado e se sentisse completamente idiota pelas palavras que tinha dito a ela, Dan não podia deixar de estar orgulhoso e mais apaixonado pela mãe. Ela era tão linda e o que Demi fazia por aquelas pessoas era simplesmente fantástico. Mesmo o show sendo uma gravação do dia passado, Dan podia sentir a energia positiva e a emoção que era passada.
   - Ela é linda. - Disse Jenny e Dan riu assentindo. - Se eu pudesse iria no show daqui de LA, mas a minha mãe não deixa. - Daniel ergueu-se e entrelaçou os dedos aos de Jenny, não entedia ao certo o porquê de Demi e a mãe de Jenny se evitarem, mas sabia que deveria ter algo de errado envolvendo-as.
   - Nós podemos dar um jeito. - Sugeriu roubando um selinho.
   - Você não pode dar um jeito em tudo mocinho. - Jenny acariciou o rosto de Dan e fez como ele, roubou um selinho. - Eu adoro essa música. - Logo a menina estava cantarolando os trechos de all night long junto com Demi.
   - Qual a sua música preferida? - Perguntou Joe adentrando a sala cheio de pratos, a caixa da pizza e o refrigerante junto com os copos.
    - Mlilas, believe in me e skyscraper.. - Disse Jenny um tanto indecisa. - Gosto de Catch me, party. Ah! Eu amo Don't forget e our time is here. Na verdade eu gosto de todas as músicas. - Daniel revirou os olhos, mas riu enquanto servia a namorada com uma fatia de pizza.
   - Gosto de catch me. - Murmurou. Não tinha um motivo para que Joe não gostasse de Jenny, ele gostava do jeito simples e natural da menina, não se importava se ela era a filha de Alex. Era bom conversar com Jenny, era como se aquele clima tenso evaporasse. Joe sorria assistindo Demi cantar, conversava com Jenny e Dan enquanto comia uma fatia de pizza.
Quando era mais tarde Joe resolveu subir para tomar banho e se deitar. A lembrança de ter Demi em seus braços lhe aqueceu e o fez sorrir enquanto lavava os cabelos se lembrando do quão bom era tê-la roçada em si como uma gata enquanto ele a beijava na testa e a abraçava nus prontos para dormir. Vestiu-se e logo estava debaixo das cobertas quase sendo levado pelo sono, porém Joe o venceu e buscou o celular que estava sobre o criado-mudo. Se queria encontrar Demi, precisava saber onde ela estava. As pálpebras estavam cedendo.. caiam lentamente, "Demi Lovato Live at Houston Rodeo" foi a última coisa que Joe viu antes que o cansaço o vencesse.

Continua... Oi! Como vocês estão? Eu estou bem... sonolenta. É bom que vocês se atentem a alguns detalhes... eles são mega importantes e no próximo capítulo vocês vão entender completamente TUDO que está acontecendo... rçrçrçr Enfim, será que o Joe vai conseguir encontrar a Demi? O que vocês acham? Obrigado pelos comentários e continuem a comentar! Beijos :)

23.11.14

Capítulo 32

Dois dias depois...

No centro da roda de pessoas havia dois bancos, o som do violão e do teclado soava junto das vozes rouca e doce. Todos paravam para assistir fascinados, ninguém ousava em interrompê-las, apenas estavam calados com seus arrepios percorrendo todo o corpo. Entre os membros da equipe encontrara-se Nicholas que não estava diferente de muitos. Os olhos estavam focados na esposa admirando-a, sussurrava cada verso da música que era cantada orgulhoso de vê-las juntas. Demi cantava ao lado de Miley versos conhecidos. We clawed.. we chained our hearts in vain we jumped never asking why. A voz de Demi era doce e estava carregada de dor, cantava como se cantasse para alguém.. Talvez sim talvez não.. Estava ali a pedido de Miley e cantava com todo o seu ser como sempre fazia. No último verso da música as vozes se encaixaram perfeitamente e então as palmas encheram o ambiente. Sorrindo de orelha a orelha agradecida, Demi abraçou Miley calorosamente sussurrando um obrigada.
Os dois dias que se passaram desde a discussão com Daniel e Joe tinham sido.. diferentes.. De uma forma que nem a própria Demi poderia explicar. A dor ainda existia.. Era intensa e parecia que jamais passaria, entretanto Demi não deixava doer.. Não se permitia lembrar-se dele ou de qualquer outra coisa que a feria, apenas fazia a dor passar da forma mais simples...
   - Uau! Nós precisamos de uma parceria. – Disse Nicholas quando as duas se aproximaram sorridentes.
   - Alguém sempre diz que vai marcar e nunca marca. – Brincou Miley abraçando o marido pela cintura.
   - Então vamos marcar! – Conversa vai, conversa vem e Demi não deixava o sorriso morrer nos lábios, mas quando o avistou no meio da multidão foi impossível continuar sorrindo. – O que ele está fazendo aqui? – Perguntou num sussurro para Nicholas.
   - Nós temos que gravar hoje à tarde, esqueceu? – Gravar. Os últimos dias se resumiam em muito trabalho, o que de certa forma era bom uma vez que Demi fazia o que gostava, mas como tudo não são flores, Joe às vezes passava na gravadora já que prometera a ela que faria o possível para que aquele álbum saísse do modo que planejara, pois se deixasse ao comando de John tudo viraria marketing.
   - Claro que não. – Demi desviou o olhar de Joe que se aproximava deles para qualquer outro canto. Fitá-lo não mudaria ou ajudaria em nada.
   - Nicholas. – Disse frio quando se juntou a eles. Porque ele tinha que estar incrivelmente sexy todo vestido de preto? Jaqueta de couro preta, camisa preta, calça preta assim como os sapatos. – Olá garotas. – Disse apenas por educação e Miley não hesitou em dar uma bela revirada nos olhos.
   - Miley, você viu a minha bolsa? – Perguntou Demi procurando a bolsa com os olhos minuciosamente.
   - Nicholas? – Nick coçou a nuca forçando a memória de onde tinha colocado a bolsa de Demi. – O que tem de tão especial naquela bolsa para que você pergunte por ela de minuto em minutos? – Demi deu de ombros e agradeceu quando Nick lhe entregou a bolsa e saiu de fininho.
   - Deixe-a. – Disse Nick vendo Demi partir às pressas com um sorriso simpático nos lábios uma vez ou outra cumprimentando as pessoas enquanto carregava a bolsa certamente para o banheiro.
   - Merda.. – Murmurou Joe de olhos cerrados ao vê-la distribuir sorrisos e cumprimentar dois rapazes calorosamente com direito a beijos no rosto e breves abraços. Ela estava o provocando e Joe tinha certeza disso.
Começando pelo modo que estava vestida (vestido branco curto e decotado), os sorrisos provocantes e Demi até tocava o braço de um dos rapazes enquanto eles conversavam com ela trocando sorrisinhos.
   - Como está o meu afilhado? – Perguntou Miley passando na frente de Joe o impedindo de caminhar até Demetria.
   - Hmm.. Daniel está bem. – Joe não sabia para que lado olhava, se olhava para Demi e o grupinho de rapazes que a rodeava ou se olhava para Miley, porém em um deslize olhou para a cunhada e quando procurou Demi com os olhos ela caminhava para longe sendo motivo de sussurros entre os rapazes e olhares carregados de más intenções. – Um pouco triste, mas bem. – Então houve silêncio novamente, e a situação só piorou quando Miley voltou para o pequeno show acústico para cantar mais um de seus hits deixando os irmãos a sós. Nick preferiu não falar nada, apenas assistia ao show da esposa cantarolando versos das músicas consigo mesmo enquanto Joe assassinava cada um daqueles indivíduos com os olhos e esperava que Demi voltasse de onde fora para “protegê-la” de alguma forma. Estava chateado com ela, mas não era por conta disso que a deixaria ser assediada na sua frente sem fazer nada.
(...)
Era insuportável aquele clima, quando estava apenas ela e Nick, eles tinham mais liberdade para se expressar, mas estar com Joseph a deixou incomodada, principalmente depois que o flagrara. Ah! Ele a vigiou no shopping o tempo todo e ela, que não era boba, mostrou a ele que todos os caras daquele shopping poderiam conversar com ela, tocá-la e receber o seu sorriso, exceto ele. Era a vingança quase perfeita, pois antes ela sempre se privou de fazer o que queria por ele e tudo que Joe fez foi duvidar da sua fidelidade sendo o mais possesso possível. Por Deus! Ela jamais iria trocá-lo por nenhum homem, uma vez que o escolheu para ser seu. Já na gravadora o sofá era ocupado por Nick e Demi, cantarolavam uma música de rock antiga e jogavam o jogo da velha a espera de John. Joe, largado e rejeitado, olhavam-nos nada feliz, o que fazia Nick prender o riso e cutucar Demi indiscretamente mostrando o resultado da pirraça dela.
   - Está animada para começar a turnê amanhã? – Perguntou Nick passando um traço na diagonal anunciando a sua vitória no joguinho da velha.
   - Sim! Principalmente para passar em Vegas, quero dançar a noite toda em uma balada, conhecer gente nova. – Nick quase engasgou ao ver Joe arquear as sobrancelhas enquanto mexia no telefone. – Eu e Miley já elaboramos o figurino da tour, tenho muitos vestidos, saias, tops, shorts. – Demi cutucou levemente Nick e eles tentaram não rir do punho cerrado de Joe.
   - Canadá.. – Sussurrou, mas o sussurro não passou despercebido por Demi.
   - O que você disse? – Direcionou a palavra a ele pela primeira vez desde que brigaram na casa de Dianna.
   - Canadá, você quer fazer shows quase pelada, quero saber como vai usar os seus micro vestidos no Canadá. – Demi cerrou os olhos e logo os revirou.
   - Cardigans, sobretudo, meia calça, jaquetas, posso usar com os meus micros vestido baby. E bem, eu não vou para o Canadá. – Rebateu irônica. – Nick, você poderia me ajudar a escolher uma música? – Em todas as turnês Demi sempre escolhia uma música de um artista preferido da qual gostava para cantá-la.
   - Que tal Cherry Bomb? – Demi riu e o acertou com uma almofada. – Está bem.. Vamos pensar. – Demi arriscou olhar para Joe, mas arrependeu-se quando o encontrou a olhando. Encarou-o por minutos sustentando o olhar de Joe até que ele desviou o olhar do dela. Desgraçado!
   - Quero uma música divertida. – Deixou escapar enquanto pensava em alguma música, mas não se lembrava de nada que a agradava, parecia que as músicas que mais gosta tinham sumido da memória.
   - Faça um cover da Britney, Clarkson, Aguilera.. – Disse Nick e Demi apenas murmurou não. – Wrecking Ball? Você cantou tão bem. – Quando Demi murmurou outro não Nick ergueu as mãos e Demi riu.
   - Deus! Eu não me lembro. – Disse mordendo o lábio inferior.
   - Anaconda? – Sugeriu Nick debochado. O engraçado era.. Demi tinha os olhos em Joe no momento exato em que Nick sugeriu a música da Nicki. A feição dele tinha sido a melhor, sem contar que seria ótimo provocá-lo no palco sacudindo o bumbum.
   - Isso! – Demi gargalhou que chegara tombar a cabeça para trás e logo estava cantando trechos da música em meio dos “Oh my gosh” - This dude named Michael used to ride motorcycles dick bigger than a tower, I ain't talking about Eiffel's. – Demi gargalhou até estar completamente vermelha junto com Nick afundando o rosto numa almofada. – Oh my gosh! – Gritou e Nick riu.
   - Você tem certeza? – Perguntou meio vermelho por conta do riso e por vergonha.
   - Sim! Eu quero um cartaz enorme com a minha foto de costas de bumbum de fora. – Joe cerrou os olhos e movimentou os lábios para dizer que ela certamente estava louca, mas acabou desistindo de uma futura confusão quando John adentrou o estúdio.
   - É possível escutar as suas gargalhadas lá do andar de baixo. – Disse rindo junto com Demi. – Ei, você está bem? – Perguntou apontando para Demi que ainda ria largada no sofá.
   - Oh my gosh! – Ela disse rindo. – Nós vamos fazer o cover de anaconda. – Disse tentando respirar fundo.
   – Ótimo. – Disse John animado enquanto colocava a pasta sobre a mesa. - Pelo visto tem alguém muito animada para começar a turnê amanhã. Olha que são seis estados. – John piscou para Joe que apenas riu sem jeito.
   - Não acha que é muito cansativo para ela? – Perguntou Joe coçando a nuca. Demi estaria fora por quatro semanas e ele mais que do que ninguém sabia que seria muito cansativo para Demi viajar de cidade em cidade em quatro semanas.
   - O que você acha Demi? – Perguntou John pensativo.
   - Deixa comigo, não é só porque uns e outros pensam que eu não sou boa o suficiente que eu não vou dar conta do recado. – Joe fechou a cara, Nick estava completamente quieto e John apenas franziu o cenho e depois riu.
– Muito bem, estou vendo que essa turnê vai ser ótima. – Demi assentiu com um sorriso falso olhando para Joe. Xeque-mate! - Joe, porque você não faz o aquecimento vocal com a Demi? – Sugeriu e Demi balançou a cabeça em negação.
   - Prefiro o Nick. – Disse indiferente. - Vem Nick. – Demi o puxou para o meio do estúdio onde eles ficaram de pé. Claro, Demi dava os seus pulinhos e esticava os braços animada.
   - Ei! Fique quieta. – Nick franziu o cenho mais acabou rindo enquanto maneava a cabeça como Demi. – Respire fundo. É melhor tomarmos um pouco de água. – Disse ao se lembrar das senhoras gargalhadas de Demetria.
   - John, o que você acha de um cartaz enorme com a minha foto mostrando o bumbum? – John franziu o cenho ao olhar para Demi e olhou para Joe como quem pergunta alguma coisa.
   - Bem.. Eu não sei. – Disse sem graça. Uma coisa era cuidar da carreira de Demi e outra completamente diferente era dizer se gostaria ou não de um cartaz com a foto dela mostrando o bumbum.
   - Deixe de asneira e beba a sua água Demetria. – Demi franziu o cenho ao olhar para Joe, mas não disse nada, apenas bebeu a água que Nick trouxe e minutos mais tarde aquecia a voz brincando como uma criança.
   - Respire, diafragma. – Logo que pegara o jeito, fazia-o naturalmente. – Está pronta? – Perguntou quando Demi entrou para a cabine. Minutos depois ela assentiu fazendo um sinal de legal com o dedão.
   - Está pronta? – Perguntou John pelo microfone e Demi assentiu. – Está tudo certo Joe? – Perguntou em relação aos painéis de controle e Joe assentiu já com os headphones. Demi cantaria os versos da música, depois encaixariam uma melodia e lançariam a demo, caso a música ficasse boa após os enquadramentos da voz e a melodia ela estaria no CD.
Joe verificava atentamente a intensidade das notas alcançadas por Demi, a frequência e outros fatores que tinham que estar nos conformes. A primeira música se chamava Heart Attack. E Demi cantava os versos como se já os conhecesse de anos. A letra falava basicamente sobre o medo de se apaixonar e que caso acontecesse provavelmente ela teria um ataque cardíaco.
Soava com naturalidade, Demi gesticulava as mãos e dava o seu melhor tentando não ultrapassar o tom da música. Vez ou outra os olhos encontravam com os de Joe, ele lançara sobre ela olhares indecifráveis, o que a deixava incomodada. Entre uma pausa e outra Demi sorriu perversamente ao ler o próximo verso da música, mordeu o lábio inferior o soltando aos poucos sabendo que Joe estava com os olhos pregados nele. Sorriu novamente um tanto maliciosa ao cantar “I can play them like a Ken doll” o que fez Joe cerrar os olhos.
   - Ei! Ela saiu do tom. – Disse Nick se segurando para não rir. Joe e John franziram o cenho não concordando com a opinião de Nick, que se segurava para não gargalhar. – Demi? – Chamou ao falar com ela pelo microfone. – Cante o último verso. - Joe cerrou os olhos ao ver o sorriso malicioso de Demi e balançou a cabeça negativamente quando ela cantou “I can play them like a Ken doll” novamente fazendo Nick gargalhar gostosamente.
   - Está bom? – Perguntou John pela segunda vez a Joe, mas o mesmo não respondia, parecia estar no mundo da lua. – Joseph? Como ficou? – Perguntou novamente e Joe o olhou.
   - Está ótimo. – Disse assustado e Nick gargalhou sobre o olhar feio do irmão.
   - Não sai do tom, sai? – Joe cerrou os olhos ao ver os braços de Demi rodeando a cintura de Nick. Diabo de mulher! Ela iria enlouquecê-lo.
   - Claro que não, estava ótima. – Disse John satisfeitíssimo com o desempenho de Demi. – Preparada para outra rodada? – Demi assentiu enquanto buscava mais um copo com água.
   - O que eu vou cantar agora? – Perguntou curvando-se sobre o painel para buscar as folhas onde estavam as letras das músicas propositalmente sabendo que Joe estaria de olho em seu decote.
   - Really don’t care. – Disse John. – Escolha alguém para cantar com você, vamos fazer uma parceria. – Demi apenas assentiu. Em todos os álbuns sempre fazia uma parceria para ajudar algum artista novo ou escolhia alguém que a inspirava. – Já decidiu o cover? Conversou com a figurinista? – Perguntou antes que Demi entrasse na cabine.
   - Estou pensando em anaconda e o figurino está sobre a minha responsabilidade e a de Miley. – Demi ignorou o olhar cerrado de Joe.
   - Lembre-se de que estamos trabalhando sério, você não pode subir no palco e cantar algo que não faz sentido, escolha uma música que passe uma mensagem para os seus fãs. – Demi continuou a ignorar Joe deixando John completamente confuso, Demi sempre era tão carinhosa com Joe, e agora mal o olhava.
   - Vamos gravar. – Murmurou caminhando para a cabine. Não deixaria que ele a dominasse novamente, Joe era possessivo e Demi sabia que se deixasse uma brecha ele a controlaria.
A voz de John a despertou do transe e Demi assentiu lendo o primeiro verso da música. O sorriso debochado surgiu nos lábios dela e os olhos estavam focados em Joe enquanto cantava cada verso de really don’t care o deixando irritado e fazendo Nicholas gargalhar a ponto de ficar vermelho.
   - Nick, você está bem? – Perguntou John não entendendo o motivo de Nick está rindo e o porquê da cara feia de Joe.
   - Estou. – Disse tossindo e rindo ao mesmo tempo. Enfurecido, Joe tirou os headphones bruscamente e olhou para o irmão bufando de raiva. Nick desregulara todo o painel de controle ao esbarrar sobre o mesmo.
   - Parabéns Nicholas! – Ironizou nervoso.
   - Eu não estou entendo o que está acontecendo. – Disse John já nervoso. – Nick, pelo amor de Deus, porque você está rindo? – Joe cerrou os olhos ao encontrar o olhar divertido e debochado de Demi sobre ele.
   - Eu quase fiquei surda. – Disse também rindo junto com Nick.
   - Demi é hilária. – Joe balançou a cabeça negativamente enquanto regulava botão por botão do painel de controle junto com John ao som das gargalhadas de Nick e Demi.
   - Podemos gravar? – Demi assentiu e dirigiu-se à cabine. Enquanto cantava os versos provocantes de really don’t care procurara o olhar de Joe sorrindo debochada, mas ele não a olhava, estava com os olhos fixos no painel, o que a deixou frustrada e irritada.
   - Está ótimo Demi. – Disse John assim que Demi cantou a última palavra do último verso da música. – Amanhã de manhã leve Demi para o aeroporto às sete e meia, nosso voo para a Flórida sai as oito, não se atrasem. – John não sabia que estavam brigados, pois até dias atrás Joe e Demi eram apenas beijos e abraços em todo o tempo que tinham juntos. 
 - Tudo bem. – Disse Joe antes que Demi pudesse dizer algo que os complicaria. Desceram juntos conversando sobre a turnê, claro, Demi, Nick e John já que Joe era excluído da conversa pela a esposa.
Joe estava à beira de ter um ataque de nervosos, Demi o provocava de todas as formas possíveis. Tinha vontade de agarrá-la pelo braço e erguê-lo para mostrar a aliança de ouro em meio dos brilhantes para todos aqueles caras que Demi conversava como se fossem amigos íntimos de longa data e flertava. – Espere. – Demi olhou para Nick atravessando a rua junto com John e olhou feio para Joe ao ver a mão dele agarrando-lhe o braço como ele sempre fazia quando a machucava por ciúme. – Achei que você fosse uma mulher, não uma adolescente estúpida e boba que mal sabe resolver um problema. Você acha que andar com essas roupas estupidamente curtas e me provocar flertando com esses rapazinhos da idade do seu filho vai resolver alguma coisa? Eu sou um homem Demetria, aprenda a ser mulher o suficiente para resolvermos essa situação como adultos. – Não iria ousar em derramar uma lágrima por ele, as únicas coisas que fez foi empurrá-lo e caminhar às pressas para a vaga onde o carro estava estacionado.
   - O que ele queria? – Perguntou Nick depois de buzinar para ela.
   - Tirar a minha paz. – Murmurou acompanhando Joe com os olhos atravessar a rua tão furioso quanto ela. – Eu vou para casa, não se preocupe. – Nick bateu a mão para Demi e seguiu.
Quando manobrou o carro para fora da vaga do estacionamento pudera ver pelo retrovisor o Audi preto parado e o dono do mesmo a encarando. Demi desviou o olhar furioso de Joe quando fechou o vidro da janela e deu partida dirigindo tranquilamente deixando algumas lágrimas rolar. Quem Joe pensava que era? Ele não poderia em hipótese alguma fazer o que estava fazendo, quem era a bipolar era ela, não ele. Uma hora a protegia a ponto de sufocá-la, noutra hora a repelia e depois a defendia? Aquilo não fazia sentido para Demi. Ele não entendia que a machucava e continuava a machucando mais que tudo sendo tão arrogante e estúpido? Sentia tanta falta de estar nos braços dele e ao menos tempo se sentia livre, pois aquele homem não era o Joseph que ela amava.
Demi estacionou o carro na garagem da casa dos pais respirando fundo para se controlar, sabia que agora era a hora mais divertida e triste do dia. Divertida porque encontraria os pais, a irmã e Elizabeth a esperando na cozinha entre piadas e gargalhadas. E triste porque Daniel não estava com eles. O coração doía só de se lembrar das palavras dele, do jeito que ele a olhava e de como ele a deixou. No começo tinha sido inacreditável. Estivera perplexa e acuada debaixo das cobertas como um animal indefeso; os olhos arregalados e o coração saltando a ponto de sair pelo peito. O que tinha sido aquilo? Tudo que ela queria era protegê-lo, Alex iria machucá-lo uma hora ou outra. Demi tinha mais que certeza que Jenny estava a mandado da mãe para perturbar a vida da sua família, e conseguira pontos ao conquistar Daniel e colocá-lo contra a própria mãe. Era o seu menino, o seu bebê que sempre sorria para ela, que a abraçava antes de dormir e sussurrava que a amava. Onde estava aquele bebezinho de olhos verdes que sorria todo bobo ao vê-la? Gemeu consigo mesma quando fechou a porta de casa, limpou as lágrimas e chamou pela mãe. A sala estava vazia e a cozinha não estava diferente. Demi leu os bilhetes colados na geladeira e suspirou frustrada. Anne não parava em casa, pois o último ano de escola e o namorado não a deixava. Elizabeth não estava diferente... Queria passar vinte e cinco horas com Eric. E Dianna e Eddie cuidavam da vida.
   - Odeio escadas. – Murmurou consigo mesma entediada enquanto subia cada degrau desejando ter o próprio elevador em casa ou uma vassoura mágica como a do Harry Potter.
Desanimada, Demi adentrou o quarto jogando a bolsa na poltrona e deixando os peep toes de cor rosa choque jogados em qualquer canto. Não tinha Lizzie para ficar com ela, Daniel estava furioso e Joe.. Bem, ela não o teria de maneira alguma. Estava sozinha e se sentia terrivelmente solitária. As coisas poderiam ser tão diferentes. Imaginara-se nos braços dele quando faziam amor ou simplesmente quando estavam abraçados numa manhã fria conversando via sussurros aconchegados um no outro. Era tão doloroso pensar nele e não pode tê-lo. Levantando-se, Demi começou a se despir em meio às poucas lágrimas que molhavam o rosto. O banho morno lhe fez bem, sentia-se um pouco melhor, ao menos estava distraída pensando que a turnê faria bem a todos, nada melhor que o tempo para consertar as coisas.
Depois de vestir as peças intimas Demi vasculhou o armário do closet a procura de uma peça de roupa para vestir-se que fosse confortável o suficiente para que ela pudesse deitar-se para dormir, estava psicologicamente cansada e no dia seguinte já tinha trabalho. Ao menos as malas já estavam arrumadas com tudo que ela precisaria para ficar quatro semanas fora. Cantarolando uma música qualquer Demi procurava por uma peça confortável até que os olhos avistaram uma.. Por Deus. Lembrara-se de si mesma aos dezenove anos grávida e vestida com aquele moletom, aliás, desde a época que tinha começado a namorar Joe tinha aquela peça. Era um moletom confortável e cinza três vezes maior que a sua numeração. Quando retirara o moletom do armário com o intuito de vesti-lo, uma série de folhas riscadas, fotografias e um velho diário cobriu o chão do closet. Demi conhecia muito bem aquela letra, aquelas fotos e aquele diário.
 A letra dele estava misturada junto à dela em palavras de amor e promessas, versos que nunca foram cantados apenas idealizados. Demi se lembrava como se fosse ontem.
Ainda era uma menina, mas estava perdidamente apaixonada. Joe estava meio sentado meio deitado no sofá do closet do set da antiga série da qual Demi era a estrela principal, ela estava sentada entre as pernas dele e no colo tinha um pequeno caderno onde eram escritas inúmeras palavras por ele e por ela.
   - Pequena, eu te amo. – Lembrou-se da voz suave dele entre um beijo em seu ombro.
Na primeira folha do diário tinha escrito sobre a seleção para a gravação do filme, Demi sorriu consigo mesma ao ler suas frases de adolescente. Estava tão ansiosa para conseguir aquele papel e na lauda seguinte tinha escrito um enorme “Consegui!” seguido de um pequeno texto. Lembrou-se da mudança de Dallas para Los Angeles, da mudança do visual, das novas amizades e das antigas. Então lá estava onde tudo tinha começado.. Um beijo bobo foi capaz de mudar todo o seu destino. As páginas do diário seguiam contando sobre Joe e o quão perfeito ele era. Eram tantas declarações de como ela se sentia por amá-lo, contava como tinha sido o dia, como estava à carreira e até mesmo os problemas pessoais.. Demi riu ao encontrar a embalagem da camisinha. Era tão boba! Guardara aquilo pensando que serviria de lembrança caso um dia esquecesse.. Mas jamais se esqueceria da sua primeira vez com o homem que amava. O diário seguiu até uma página escrita pela metade, não terminara a frase, mas uma lembrança a lembrou.. Tinha sido horrível. Joe tinha terminado tudo que eles tinham e Demi culpara Alex Short, mas a culpa era toda sua por ter feito coisas erradas. Estava a caminho da reabilitação com apenas dezoito anos.
Ficara meio zonza só de se lembrar de como as coisas tinham sido difíceis, de como ela era difícil. Então o diário tinha sido fechado e guardado, não iria se lembrar daquela época sombria.
   - Droga! – Disse ao ver a papelada esparramada pelo chão, àquilo era coisa de Dianna, Demi tinha certeza que era. Depois de vestir o moletom de Joe, Demi agachou-se para recolher os papéis e fotos que cobriam o chão. Ali nas folhas amareladas estavam os rascunhos de seus sucessos, nas fotos antigas estavam às amizades que o tempo desmanchou e as amizades que o tempo firmou. Primeiro Demi recolheu as folhas, cartões e ingressos de cinema e shows que nem ela mesma acreditara que fora, fotos com Selena, fotos com Miley, fotos nos palcos, fotos com fãs, fotos abraçando Oliver, fotos com a família, fotos do natal, e a última foto era com ele. Naquele dia tinham acabado de chegar a Nova York para uma apresentação naquela mesma noite, estava frio e começava a nevar, quando era mais tarde visitaram o Central Park no tempo livre. Na foto Demi vestia um casaco preto, calçava botas de inverno e abraçava Joe, que não estava muito diferente dela. Ela parecia uma anã perto dele, o abraçava pela cintura e sorria olhando para cima. Joe a olhava também sorrindo, Demi se lembrava, mas a foto estava amarelada e tinha uma parte do busto e do rosto de Joe que estava desbotada. Ao se lembrar de como aquele dia tinha sido divertido, Demi gemeu ao sentir um aperto no peito e levou a foto consigo para a cama.
   - Amor.. – Sussurrou entre as lágrimas tocando a foto. Os sentimentos estavam misturados e a tortura. Sentia raiva, saudade, culpa e uma infinidade de sentimentos. Eram tão felizes. Quebravam as regras para que pudessem ficar juntos, se amavam por incontáveis minutos, se divertiam juntos como se não precisassem de mais nada, encontravam tudo que precisavam um no outro. Entretanto a vida lhe deu uma rasteira e tudo estava de pernas para o ar. Talvez estivesse agindo como uma adolescente insegura.. Demi olhou para a foto antes de guardá-la no bolso e encolheu as pernas abraçando-as. Porque amar tinha que causar tanta dor? Porque eles não poderiam ser felizes como sempre foram? A dor não passaria daquele jeito.. Seria pior caso fizesse. Olhando para o lado Demi continuou impassível ao ver o ursinho que ganhara de Joe há alguns dias, mas suspirou quando viu o caderninho levemente mais volumoso, pois deveria abrigar um lápis entre as suas folhas.
A ponta do lápis vez corria vez estava parada. Buscara os óculos de grau e tinha os olhos fixos na linha onde escrevia. “I can barely just make out your face”. Alcançara a foto no bolso e fitou o rosto borrado de Joe.. “Pictures in my pocket”.
   - Are faded from... – Disse de cenho franzido concentrada no que fazia. - the washer.. – Olhara para o que tinha e o reorganizou. “Pictures in my pocket. Are faded from the washer. I can barely just make out your face.”. Demi bateu a ponta dos dedos sobre o caderno enquanto olhava para a foto e permitiu-se sorrir. Ainda podia se lembrar perfeitamente da pequena corrida que fizera com Joe quando fugiram dos produtores em meio dos risos da pizzaria, eram tão bobos e necessitados um do outro, tinham tomado o elevador entre beijos e quando adentraram o quarto onde Demi estava hospedada, Joe interrompeu o beijo apenas para guardar uma fatia de pizza que trouxera consigo na geladeira. Logo estavam cambaleando para o sofá sussurrando palavras indecifráveis se despindo. Food you saved for later. In my refrigerator. It's been too long since later never came. A pergunta se repetiu. Por que não podiam ser felizes como eram antes? I know. One day, eventually. Yeah, I know.
   - One day, I’ll have to let it all go. – Disse ao se lembrar de que era passado, que tinha que deixar ir.. - But I keep it, just in case. Yeah, I keep it, just in case. – Guardaria apenas em seu coração aquela lembrança, e se um dia tudo desse certo ela voltaria para casa.
(...)
O dia seguinte chegara o mais rápido que Demi imaginara. A sala parecia cada vez maior a cada mala que era levada pelo pessoal da equipe. A vida cansativa estava de volta mesmo Demi querendo se livrar daqueles sapatos de salto, daquela roupa colada e daqueles óculos de sol que usara por pura estratégia para que Lizzie não notasse que ela tinha os olhos marejados. Cama. Queria apenas sua cama e um..
   - Mãe, eu vou sentir saudade. – O coração partiu-se ao escutar aquela rouquidão familiar na voz feminina. Demi levantou-se do sofá onde estava conversando com os pais e Anne para acolher Elizabeth em seus braços.
   - Mamãe também vai sentir a sua falta meu anjo. – Sussurrou abraçando a filha calorosamente. Era sempre assim, mas as despedidas não eram a pior parte, a pior parte era estar em um lugar completamente longe de casa, longe dos seus pequenos.. - Eu prometo que vou voltar logo e nós vamos resolver essa situação. – Sussurrou apenas para que a filha ouvisse. – Não fique triste, são apenas alguns dias. – Encorajou-a com um sorriso.
   - Eu amo você. – Demi sorriu ainda mais e a abraçou fazendo Lizzie resmungar. Ficaram abraçadas por minutos e mais minutos até que o carro enviado por John buzinava no lado de fora da casa.
   - Eu estou esperando pela sua visita. – Disse Demi enquanto caminhavam para a saída de casa.
   - Eu vou adorar assistir o seu show. – Com muita relutância Lizzie desfez do abraço da mãe para permitir que Dianna, Eddie e Anne pudessem se despedir de Demi.
   - Cuide do meu bebê. – Disse Demi a Dianna. – Ei, vem cá. – Demi puxou a menina para os braços quando uma lágrima rolou pelo rosto de Lizzie e a beijou. – Eu prometo que vou voltar o mais rápido possível. – Disse tentando animá-la, pois era horrível ver a sua menina chorar. – A senhorita se lembra das regras? Nada de namorar até tarde, nada de ficar sozinha com o Eric, e se ficar.. – Demi riu ao escutar o riso de Lizzie.
   - Eu sei! Não vou deixá-lo passar dos limites. – Disse limpando as lágrimas que escorriam.
   - Diga para o seu irmão que eu o amo. – Agora era Demi quem tinha lágrimas rolando pelo rosto, mas a buzina enfurecida quebrou o clima e Demi teve que partir.

Continua.. Olá! Até que fim um capítulo >< Pois é... parece que alguém que está com uma super escassez de criatividade. Realmente foi super f.o.da escrever esse capítulo, comecei na segunda-feira, não consegui escrever no decorrer da semana por causa da m.erda do congresso de engenharizzzzzZZzzZ, foi um tédio e acabou ontem, e hoje, como eu sou mega sortuda teve aula e só sobrou à tarde e à noite do sábado para que a pessoa aqui tomasse vergonha na cara e tentasse escrever. Ao menos espero que vocês gostem. Vou indo, estou morrendo de sono :/
ps. Super, mega, hiper obrigada pelos comentários do capítulo anterior, se eu não usasse internet 3G eu as responderia </3 beijos no coração!
ps 1. Esqueci de avistar que provavelmente muita coisa está escrito errado, então deem uma conferida.

17.11.14

Capítulo 31 - Parte 2/2

Direita, esquerda; Esquerda, direita. Pinga limpa pinga limpa. A chuva começara a cair em pingos finos. O carro ainda estava morto em meio à rua do estacionamento, Demi segurava o volante com força e olhava indiscretamente para a figura de Alex a poucos metros dela descontraída rindo junto com Jenny. Assustada com a repentina palidez da mãe, Elizabeth a cutucou o número de vezes suficiente para Demi “despertar”.
   - Você está bem? – Perguntou de cenho franzido fitando os olhos de Demi.
   - Bem? O qu.. Sim, acho que sim. – Disse completamente confusa. Houve um breve silêncio que fora interrompido pelo barulho de uma buzina e palavreados nada agradáveis.
   - Por que não paramos em um quiosque? Acho melhor você tomar um pouco de ar. – Sugeriu Elizabeth e Demi apenas assentiu ligando o carro. O que faria? Jenny era filha de Alex! E Daniel estava apaixonado por a menina. E se aceitasse o namoro e Alex fizesse alguma coisa de mal contra Daniel? Demi tinha certeza que Alex não hesitaria em fazê-lo. Não sabia o que pensar, só estava completamente surpresa. O que faria? A pergunta se repetia e se repetiu durante todo o caminho até que Elizabeth a fez parar o carro para tomar um ar próximo à praia.
   - Por favor, duas águas de coco. – Disse Elizabeth puxando a mãe para sentar-se em uma das mesas. – Mãe, o que foi? – Perguntou novamente preocupada com o estado de Demi.
   - Acho que é só cansaço, nada de mais. – Murmurou Demi fitando o quebrar das ondas do mar agitado. Começara a chover forte.
   - Você não me engana. – Demi respirou fundo sem olhá-la, jamais contaria a Elizabeth o que estava passando em sua cabeça. Estava dividida entre afastar Daniel de Jenny e deixá-lo com a mesma..
   - Brigou com o papai? – Perguntou. Demi estremeceu ao se lembrar de como se sentiu nos braços de Joe enquanto faziam amor há algumas horas e como se sentiu ao escutar as palavras frias dele. Eram sentimentos diferentes. Sentia que não precisava de mais nada quando estava ao lado dele, mas aquelas palavras destruiu-a.
   - Elizabeth! – Repreendeu-a. – Olha, nós podemos conversar sobre outra coisa? – Perguntou. Sabia que não poderia esconder por muito tempo, principalmente de Elizabeth, e também mal estava se importando com Joe. No momento queria que ele sumisse da face da terra.
   - Eu realmente não entendo. Uma hora vocês estão brigando, outra namorando, depois brigam de novo. É muito confuso ok? Vocês têm que decidir o que vão fazer da vida, não podemos viver nessa bagunça. – Demi a olhou de olhos arregalados e a menina deu de ombros. – É a verdade, vocês são adultos e não sabem se resolver, quando eu e Eric brigamos nós nos resolvemos sendo sinceros um com o outro, e sempre acabamos bem. – Demi riu sem graça da careta da menina. Lizzie tinha razão.
   - Bebê, eu e o seu pai somos.. Bem, nós temos personalidades diferentes, cada um tem uma forma de lidar com os problemas e às vezes acabamos fazendo besteira.. – O que queria dizer era: Que Joe sempre tentava resolver os problemas com sexo e aquilo a incomodava. Mas jamais diria aquilo a Elizabeth. – Por que você e Eric estão brigando? – Perguntou mudando de assunto já que Lizzie parecia muito confusa.
   - Ele não me deixa fazer nada. – Murmurou. – Ele torce pelos raptors, não gosta de livros, diz que prefere os filmes. – Demi riu da careta de Lizzie ao descrever o namorado. – Ah! Eu gosto do meu cabelo solto e ele prefere preso, eu gosto de amarelo e ele prefere azul ou vermelho, você acredita que ele não gosta de frappuccino de morango à base de creme? – Demi levou a mão à boca como se fosse o maior absurdo do mundo e riu do olhar repreensivo de Elizabeth.
   - São coisas.. Normais. – Defendeu-se. – Todo casal tem as suas diferenças. – Disse lembrando-se dos longos anos ao lado de Joe e do quão diferentes e iguais eles eram em alguns aspectos.
   - Sabe, eu estava pensando numa coisa. – Lizzie fez uma breve pausa para receber os copos com água de coco antes de prosseguir. – Promete não ficar brava? – Perguntou com receio.
   - Depende. – Demi arqueou as sobrancelhas ao olhá-la. Lizzie acomodou-se na cadeira sem olhá-la brincando com a base do copo.
   - Você se lembra daquela conversa lá em casa.. no dia que eu estava com cólica? – Perguntou fitando as ondas se quebrando violentamente antes mesmo de tocarem a areia. – Eu estava pensando.. – Demi a observou e assustou-se ao ver a menina completamente corada e sem jeito.
   - No que você estava pensando meu amor? – Perguntou com a voz mansa tentando acalmá-la.
   - Eu e Eric.. Não está na hora.. de.. você sabe. – Demi franziu o cenho confusa tentando entender o que a menina queria dizer. – Nossa primeira vez. – Sussurrou envergonhada fazendo Demi engasgar com a água de coco e arregalar os olhos.
   - O quê? – Disse em meio de tosses frenéticas. – Merda.. – Resmungou quando a garganta estava seca. – A sua o que Elizabeth? – Perguntou a encarando.
   - Você está brava. – Murmurou a menina trêmula. – Eu poderia estar conversando sobre esse assunto com uma amiga ou sei lá.. Mas eu resolvi conversar com a minha mãe. – Demi respirou fundo cedendo contra vontade. Lizzie tinha razão, ela simplesmente poderia estar conversando com outra pessoa que não iria orientá-la da mesma forma que uma mãe orienta um filho. – Eu o amo tanto e eu sei que ele me ama, porque não pode acontecer? – Demi enterrou os dedos nos cabelos úmidos repousando os cotovelos sobre a mesa.
   - Meu anjo, você é muito nova para.. para fazer amor com o Eric, e ainda é muito cedo, vocês estão juntos a poucos meses. Ele está te pressionando? – Perguntou curiosa e Lizzie balançou a cabeça negando.
   - Não.. é que às vezes eu penso que ele quer que aconteça. – Demi riu consigo mesma ao se lembrar da época em que namorava com Joe. Ela não perguntara absolutamente nada para Dianna, simplesmente deixou acontecer.
   - É normal. Sempre acontece quando a coisa começa a esquentar. – Demi gargalhou despreocupadamente do quão Elizabeth estava vermelha. – Ei! Você sabe não é espertinha? – Disse a olhando com as sobrancelhas arqueadas. Adorava ver Lizzie toda coradinha de vergonha, lembrara-se de quando a menina era apenas um bebê rosado que sempre se constrangia quando era pega aprontando.
   - Mãe! – Disse envergonhada e Demi riu.
   - Estou brincando bebê. – Admitiu buscando as mãos da menina para entrelaçar os dedos aos dela. – Eu sei como é passar por isso.. Mas não é nada que o tempo não resolva, você é muito nova e tem tempo suficiente para experimentar de tudo nessa vida, cada coisa no seu tempo, ok? – Demi sorriu vendo-a sorrir. – Vamos pagar para irmos para casa? Eu tenho que te alimentar. – Disse ao lembrar-se que não tinha almoço pronto.
   - Eu realmente estou com fome. – Resmungou enquanto caminhava ao lado da mãe.
   - Eu ainda vou fazer o almoço. – Sussurrou abraçando a menina de lado. – Ei! Não faça careta. – Demi riu e a beijou na testa. Elizabeth ficava uma fera quando estava faminta.
   - Pensei que a vovó tinha feito almoço. – Resmungou enquanto Demi buscava o dinheiro na carteira.
   - Hoje eu vou cozinhar para você, depois nós podemos assistir a um filme juntas comendo besteiras, o que acha? – Demi agradeceu brevemente a moça do caixa e pôs-se a caminhar com Elizabeth em direção ao carro.
   - Mãe.. Não vai dá, eu vou ao cinema com o Eric. – Disse um tanto constrangida. – Eu posso? – Perguntou. Já tinha perguntado antes do repentino interesse de Demi em Jenny.
   - É claro que pode. – Demi forçou um sorriso, mas por dentro estava completamente frustrada. Estar com Elizabeth fazia com que os problemas evaporassem, já não lembrava mais de Joe e nem que Jenny era filha da Alex. – O que você quer comer? – Perguntou adentrando o carro. Demorou um pouco para Lizzie responder já que o celular a entretinha.
   - Você pode me deixar na casa do Eric? – Perguntou olhando para Demi.
   - Agora? – Uma vez que conversaram sobre Lizzie ter sexo com o namorado, Demi a olhava um tanto preocupada.
   - Ele está me convidando para almoçar na casa dele, se quiser pode vir comigo. – Deu de ombros e Demi ligou o carro calada. Tentou puxar assunto com Lizzie, mas a menina apenas a respondia com respostas curtas entretida com o celular.
   - Você não quer ir para casa primeiro para tomar um banho e almoçar comigo? – Perguntou antes de escolher que caminho pegaria na via expressa que levava para a localidade que Eric morava e a que Dianna morava.
   - Esta roupa, como está? – Perguntou tentando analisar a própria roupa. Lizzie estava vestida como uma típica adolescente que acaba de sair da escola. Camisa com o símbolo da escola, calça jeans clara e all star preto.
   - Não está ruim.. Mas você não prefere vestir algo mais confortável? – Perguntou com os olhos colados nas ruas. Há dias quase tivera um terrível acidente de carro por conta da falta de atenção no trânsito.
   - Gosto dessa roupa. – Demi assentiu sabendo que não resolveria nada tentar convencer a menina de ir para casa. Então seguiu caminho para a casa de Eric em meio das conversas rápidas com Lizzie.
   - Eu venho te buscar, ok? – Disse ao estacionar o carro enfrente a casa modesta de Eric.
   - Acho que Eric pode me levar em casa. – Novamente Demi ficou calada observando-a manusear a mochila. – Vou deixar minhas coisas aqui no carro. – E mais uma vez Demi assentiu. – Eu preciso de dinheiro.. – Disse sem graça.
   - Os pais de Eric estão em casa? – Disse enquanto checava a quantidade de dinheiro que tinha na carteira e calcula o quando daria a Lizzie.
   - Acho que só o irmão dele. – Demi a olhou feio e a menina engoliu seco guardando o dinheiro que ganhara da mãe no bolso da calça.
   - Elizabeth! Você conhece as regras, nada de ficar sozinha com ele. – Alertou. – E se você ficar mantenha o controle e não o deixe passar dos limites. – Disse deixando a menina vermelha.
   - Eu ligo mais tarde. – Murmurou envergonhada abraçando a mãe. – Obrigado. – Demi a beijou na testa antes de Lizzie sair do carro e ir a encontro de Eric, que apenas acenou para Demi abraçado a Lizzie.
Estava sozinha. Daniel estava na casa de um amigo, Elizabeth na casa do namorado, Anne ninguém sabia onde estava e Eddie e Dianna tinham saído juntos. Demi dirigiu sem pressa de chegar em casa, vez ou outra quando parava o carro no sinal vermelho olhava para a calçada e suspirava ao ver casais de jovens e velhinhos caminharem de mãos dadas, embora não quisesse vê-lo, sentia uma imensa falta de estar com ele. Acabou que Demi prolongou o caminho dirigindo preguiçosamente até que não tinha saída, tinha que ir para casa.
(...)
Estar sozinha não era o pior. Não conseguia parar de pensar na cena na escola. Alex era mãe. Nunca imaginara que aquela mulher tinha uma família, e que Daniel iria se apaixonar logo pela filha dela. Mas e se fosse um plano de Alex para conseguir informações? E se Jenny estivesse apenas tentando tirar proveito ao mandado de Alex? O que faria? Não tinha certeza de nada, talvez Jenny não fazia ideia de quem Alex realmente era assim como Daniel e Elizabeth não sabiam por completo do seu passado aterrorizante. Não poderia julgá-la, ou poderia? Demi enrolou o macarrão no garfo e o degustou segundos depois, tinha uma solução para aquela situação e ela iria encontrá-la, só não sabia como. O tempo passou e Demi já não estava mais na cozinha, dirigiu em direção a gravadora a pedido de Nick para tentar compor. Entretanto mal conseguia se concentrar, tudo que vinha a mente era a voz de Alex dizendo que ela não passava de um nada seguindo da voz de Joe em meio aos próprios gemidos e depois as palavras frias dele. Demi pediu um tempo a Nick e saiu do estúdio o mais rápido possível tentando não chorar.
   - Elizabeth? – Disse quando a menina atendeu ao telefone. – Onde Dan está? Vou buscá-lo, está tarde. – O final da tarde se aproximava e Demi, além de atordoada, também estava preocupada com o sumiço de Daniel, o garoto não telefonou ou tentou entrar em contato.
   - O filme está na metade. – Disse do outro lado da linha. – Dan está espere.. – Demi revirou os olhos, mas aguardou pacientemente até que a ligação caiu e Lizzie retornou. – Ele está no watts. – Sul da Califórnia! Diabos! Demi gemeu consigo mesma imaginando a distância que percorreria da gravadora ao watts e do watts até Hollywood hills. Daniel definitivamente levaria umas boas palmadas apenas por fazê-la dirigir.
   - Nicholas? – Chamou ao adentrar o estúdio depois de se despedir de Lizzie.
   - Estamos aqui. – Demi caminhou mais um pouco e avistou John e Nick entretidos com o computador. – Nós estamos escalando as datas da sua turnê. – Informou John.
   - Já? Pensei que seria daqui a um mês. – Disse confusa.
   - Quero você no palco ainda está semana se possível. – Demi arregalou os olhos, mas assentiu. O que faria da vida além de cantar?
   - Eu tenho que ir, Daniel está no watts! – Disse um tanto preocupada. – Eu vou buscá-lo antes que anoiteça. – No sul de Los Angeles, principalmente no bairro onde Dan estava, era onde o índice de criminalidade era maior em toda a Califórnia.
   - Eu posso ir com você. – Ofereceu-se Nick também parecendo preocupado.
   - Está tudo bem, não se preocupe. – Demi estava completamente sem graça perto de Nicholas por conta do ocorrido com Joe mais cedo, no queixo Nick tinha um pequeno corte em meio à barba, mas mesmo assim continuara na gravadora trabalhando sem cessar.
   - Qualquer coisa ligue. – Murmurou Nick envergonhado esperando pelo abraço de Demi, que abraçava John. – Miley e eu estamos a sua disposição. – Demi apenas assentiu e desfez do abraço de Nick antes de partir.
Demi dirigiu por quase uma hora e meia, parara para abastecer o carro e comprar batatas fritas na loja de conveniência do posto e seguiu caminho dividida entre o trânsito e Jenny e Alex. Quando mais tarde chegara ao bairro e seguiu as coordenadas do GPS que Lizzie passara até que chegara ao destino. A noite caíra num piscar de olhos, Demi encolheu-se ao sair do carro e deparar-se com o vento gelado. A casa que Dan deveria estar era simples, porém parecia confortável. Sem jeito Demi tocou a campainha. Demorou alguns minutos.. Mas quando a porta foi aberta Demi arregalou levemente os olhos ao olhar para o rapaz a sua frente.
   - Posso ajudá-la? – A situação era constrangedora, o rapaz que deveria ser amigo de Daniel estava descalço e tinha a calça jeans frouxa na cintura, o peito claro arranhado supostamente pela moça encolhida no sofá.
   - Daniel está? – Perguntou sem jeito.
   - Ele está nos fundos. – Adentrando a casa, Demi seguiu o rapaz calada e envergonhada. Deus! Que Daniel não estivesse fazendo o mesmo...
   - Daniel? – Chamou. Havia alguns posts de banda nas paredes brancas, o cheiro era de óleo e gasolina e a luz era forte.. Demi o reconheceu pelo par de tênis, até porque era a única coisa que via. Daniel estava debaixo do carro!
   - Mãe? – Demi observou o garoto surgir sem camisa no chão deitado sobre o que parecia ser um carrinho que o levava e trazia com ferramentas na mão.
   - Cara, ela é a sua mãe? – O rapaz disse sem jeito e Daniel apenas assentiu sem jeito.
   - Seu filho duma puta! – Gritou um rapaz moreno também sem camisa surgindo do nada. – Era par.. Demi Lovato? – Demi contraiu a boca em uma linha e assentiu balançando a cabeça.
   - Nós vamos para casa. – Disse olhando para o garoto sujo de graxa. – Agora. – Demi o observou levantar-se e guardar as ferramentas numa caixa de ferro e limpar as mãos numa toalha branca.
   - Eu posso terminar amanhã depois da escola, não falta muito. – Disse Daniel enquanto vestia a camisa sobre o olhar sério da mãe.
   - Amanhã sem falta. – Houve aqueles típicos toques de mão e então eles caminharam pelo corredor, Demi na frente, Daniel atrás seguido dos dois rapazes.
   - Entra no carro. – Disse quando estavam sozinhos.
   - Elizabeth não disse que Mark iria me levar em casa? – A princípio não respondeu, apenas ligou o carro e os levou para bem longe dali.
   - Primeiro, quem te deu permissão para.. para vim para esse lugar? Segundo, que diabos você estava fazendo debaixo daquele carro Daniel! – Esbravejou. O coração quase saíra pela boca ao ver o menino sair debaixo daquele carro, pois sabia que Dan poderia se machucar seriamente.
   - Eu estava trabalhando. – Murmurou o garoto e Demi riu debochada.
   - Trabalhando? E desde quando você é mecânico? Não me lembro de ir a sua formatura, assinar o seu diploma. – Ironizou e Daniel ficou calado. – Feche a janela, se a sua garganta inflamar eu não vou te levar ao hospital. – Daniel cerrou os olhos, respirou fundo e a olhou.
   - Não fale comigo como se eu fosse uma criança. – Disse irritado. – Eu estava trabalhando para conseguir o meu próprio dinheiro. – Demi reduziu a velocidade do carro o guiando para o acostamento e olhou para o garoto de olhos cerrados.
   - Você é uma criança, eu sou a sua mãe e mando em você. – Gritou assustando o garoto. – Esqueça essa história de conseguir o seu dinheiro porque você não vai namorar aquela menina Daniel, você me escutou? Não vai namorá-la! – Jamais deixaria Daniel namorar a Jeniffer, pois a menina só traria problemas. Começando pela mãe problemática e pela rebeldia de Daniel.
   - Isso é uma pegadinha? – Ironizou. – Eu estou trabalhando para conseguir o meu próprio dinheiro de forma honesta, ao contrário de você que engana as pessoas com a sua imagem de vítima do pop! – Antes mesmo que conseguisse raciocinar os dedos estalaram contra o rosto do garoto.
   - Você não vai namorá-la. – Disse por fim ligando o carro. Agarrava o volante com força e lutava para que as lágrimas não molhassem o rosto. Porque a vida estava de pernas para o ar? O que ela tinha feito para ter todos que amava como rivais? Primeiro Joe e agora Daniel.
   - Eu a amo! Porque você não me deixa namorá-la? O que eu fiz de errado? – Demi o ignorou e concentrou-se ainda mais no trânsito. A resposta jamais seria um sim. – Por favor, me deixe namorá-la, eu a amo. – Insistiu o garoto e Demi continuou a ignorá-lo. – Você não vai me responder Demi Lovato? Por que você não me deixa namorá-la! – Insistiu mais uma vez quando Demi estacionou o carro na garagem da casa da mãe. – Por quê? – Gritou saindo do carro para segui-la.
   - Você não vai namorá-la sobre hipótese alguma. – Disse pausadamente gesticulando as mãos.
   - Agora eu sei como o meu pai se sente. – Demi parou onde estava e respirou fundo tentando manter o controle. – Você quer manipular todos, tudo tem que ser do seu jeito. Não é à toa que a sua conta bancaria está explodindo de dinheiro sujo. Eu não sei como ainda acredito nas suas palavras, você mentiu para mim e Elizabeth a vida inteira, eu fui criado por uma mulher que não existe. – Demi cerrou o punho e fechou os olhos dizendo a si mesma que aquilo não estava acontecendo.
   - Daniel! – Dianna surgiu na sala tão assustada quanto Demi. – O que aconteceu com você? – Disse assustada ao ver o garoto cor de rosa de tanta raiva e nervoso.
   - A minha mãe, vó! Ela não me deixa fazer absolutamente nada. Acha que eu sou uma criança e diz que eu não vou namorar a Jenny! – Demi apenas apontou para a escada o mandando para o quarto. – Eu não vou! – Gritou. – Por que eu não posso namorar a Jenny, vamos, diga! – Esbravejou e Demi ficou a um passo dele.
   - Ele acha que tem idade suficiente para tomar as próprias decisões. – Ironizou olhando para cima para encontrar os olhos do garoto. – A senhora acredita que ele estava no watts debaixo de um carro? – Disse a Dianna.
   - Eu estava trabalhando vó! – Disse como se o que Demi acabara de dizer fosse o maior absurdo do mundo.
   - Trabalhando para comprar uma merda de um anel para colocar no dedo daquela menina. – Esbravejou.
   - Pelo amor de Deus, acalmem-se. - Disse Eddie surgindo da cozinha.
   - Eu a amo! E estou trabalhando sim, não sou igual você que só fica enrolando o papai a vida toda. – Demi o acertou com um tapa e Daniel respirou fundo completamente nervoso. – Eu não ligo, pode me bater o quanto quiser, me torture se achar melhor, mas você perdeu o meu respeito e admiração, eu te odeio. – Demi jurou ouvir o próprio coração despedaçando, estava estática, os olhos marejados e a respiração levemente ofegante.
   - Daniel! Você está louco?! – Gritou Elizabeth que acabara de descer as escadas por conta da gritaria.
   - Louco Lizzie? Eu não estou louco, ela é quem está. – Acusou e Demi nada fez além de ficar parada o olhando.
   - Garoto, eu vou te matar. – Elizabeth desceu as escadas e o empurrou na direção oposta para longe da mãe. – Mamãe, eu estou aqui, não chore. – Disse abraçando Demi com toda a força que tinha. – Ligue para o meu pai. – Disse a Dianna que apenas observava tudo completamente assustada. – Não chore, Daniel é um idiota. – Disse a abraçando ainda mais, claro, se ainda fosse possível. Daniel as observava também derramando lágrimas, ele queria apenas saber o porquê de não poder namorar Jenny. E o engraçado era, Demi fazia tanta questão daquele namoro, sempre perguntava por Jenny, dizia que ela era a garota certa para ele e a agora simplesmente dizia que ele não poderia namorá-la. Aquilo jamais faria sentido em seu mundo.
Minutos mais tarde Elizabeth ainda tinha a mãe nos braços, tentava acalmá-la sem ao menos saber o porquê do nervoso. – O que aconteceu? – As duas olharam em direção a voz fraca que vinha da porta. Lizzie forçou um sorriso e Demi despedaçou-se mais um pouquinho. Joseph.
   - Vou deixá-los a sós. – Antes mesmo que Lizzie pudesse sair, Demi a agarrou com mais força num pedido silencioso para que ela ficasse.
   - Chame a sua avó. – Disse já que a menina insistia em deixá-la a sós com Joe, o que não seria nada bom já que Demi queria esbofeteá-lo até que o mesmo estivesse inconsciente.
   - Demi, o que aconteceu? – Perguntou Joe. A roupa ainda era a mesma.. Ele parecia cansado e triste.
   - Daniel, Joseph! – Disse irritada. – Ele estava no watts debaixo de um carro. – Demi cerrou os olhos ao observá-lo. – Eu disse no Watts! – Gritou como se Joe fosse surdo.
   - Demi, ele é um garoto, é normal que queira consertar carros. – Disse calmamente e Demi arregalou os olhos.
   - O meu filho não vai virar um traficante. – Murmurou. – E advinha! Ele diz que estava trabalhando para comprar uma aliança para a filha da Short. – Joe franziu o cenho e enterrou os dedos nos cabelos, então era aquele o problema..
   - Alex? – Perguntou para confirmar as suas hipóteses.
   - Você acredita que ela tem uma filha? Daniel está apaixonado pela menina, resolveu se enfiar debaixo de carros e fazer os trabalhos do coleguinhas da escola para comprar uma aliança e pedir a garota em namoro. – Ironizou.
   - Vamos por parte. Qual o problema? Eu realmente não vejo nada de errado nisso. – Disse para o espanto de Demi.
   - Claro que você não vê nenhum problema, porque se você o visse estaria tentando transar comigo! – Dianna arregalou os olhos e desviou do objeto que Demi jogou na direção de Joe. – Não é assim que você resolve as coisas querido? Bancando o machão? – Joe fechou os olhos e os abriu ao sentir ao colidir contra a perna. Ótimo! Demi o acertara com um OB.
   - Demi, pelo amor de Deus! Seja racional, Daniel quer namorar a Jenny, não a Alex. – Disse. Não via Alex como uma real ameaça, considerava-a apenas como um fantasma do passado que tentara bagunçar a vida de Demi numa tentava frustrada já que quem estava fazendo toda a confusão era a própria Demi.
   - E a Jenny é filha de quem gênio da lâmpada mágica? – Gritou o acertando com uma almofada. – Joseph, até um saco de batata é mais homem que você! – Dessa vez Demi tentou o acertar com o abajur, mas Dianna o tomou da mão da filha antes mesmo que ela fosse eletrocutada.
   - Você está maluca, só pode. – Murmurou desviando de outra almofada.
   - Ela está maluca. – Demi cerrou os olhos ao ver Daniel descer as escadas carregado de mochilas e puxando a mala. – Eu vou para casa com você. – Disse olhando para o pai.
   - Daniel. – Disse Elizabeth do topo da escada num pedido para que o irmão não fosse.
   - Se eu fosse você também iria embora, não vai demorar muito para que ela te proíba de fazer o que quer. – Disse frio olhando para a irmã que apenas encolheu-se.
   - Leve-o para casa. – Dianna tentava controlar Demetria que tentava jogar a qualquer custo qualquer objeto em Joe.
   - Ele é o meu filho. – Murmurou em meio às lágrimas abraçando a mãe. – Eu quero o meu bebê.
   - Meu amor, vai passar. – Dianna a levou para o quarto e pediu que Lizzie fosse para o quarto para deixá-las a sós já que tinha coisas que a menina não entenderia. – Deite-se. – Ordenou e Demi se jogou na cama afogando o rosto no travesseiro.
   - A culpa é dele. – Dianna acariciou os cabelos de Demi esperando que ela se acalmasse.
   - Está calma? – Perguntou depois de minutos em silêncio. – Vocês brigaram de novo? – Demi gemeu assentindo.
   - Hoje no estúdio, ele machucou o Nick por ciúmes, depois nós discutimos e transamos no escritório dele. Ele não me ama, só quer sexo. – Dianna a olhou respirando fundo, sabia que Demi estava chateada e fora de si.
   - Se ele não te amasse jamais teria te pedido em casamento, jamais teria te dado filhos. São dezessete anos Demi, eu posso ver nos olhos dele que ele te ama. – Demi riu fraco em pura ironia.
   - Ele levou o meu filho mãe, o meu bebê. Ele não me apoia em nada, está contra mim o tempo todo, ele não me ama. – Grunhiu e Dianna balançou a cabeça negativamente. Demi estava fora de si.
   - É melhor você descansar querida, quando você estiver mais calma nós conversamos. – Demi ficou calada, deitada na cama com as palavras de Daniel ecoando na mente. Não era possível que aquele bebezinho que ela cuidou durante toda a vida a odiava. – Qualquer coisa me chame. – Demi abraçou mais o travesseiro e fechou os olhos, mas não dormiu. Sentira os lábios de Elizabeth em um beijo estalado em sua testa quando era mais tarde, depois Dianna veio verificar se tudo estava bem e Lizzie disse que ela estava dormindo. O tempo parecia não passar, os pensamentos corriam desenfreados trazendo todas as terríveis lembranças consigo. Daniel, Joseph e Alex. Estava tudo confuso, o peito doía tanto, como iria esquecer? Como faria para parar de doer? Demi abriu os olhos e encontrou o quarto escuro, Lizzie dormia pesadamente ao seu lado, no relógio marcava exatas duas da manhã e nada do sono chegar.. Acendera o abajur e a dor a invadiu com mais força ao ver o ursinho que ganhara de Joe perto do abajur e uma foto de Daniel abraçado a Lizzie. A dor passaria. Demi a faria passar a qualquer custo.

Continua... Chega de brigas né? Bem, vocês se lembram da sinopse, então.. está acontecendo. She lost the control! Agora vamos aguardar né.. pior que tá não fica.. Meninas, vocês estão gostando da fic? Sei que esses últimos capítulos têm sido de bipolares sentimentos, mas faz parte, as coisas realmente vão melhorar. Por favor, comentem, parece que a cada capítulo os comentários desaparecem ainda mais </3