27.5.18

Capítulo 9


Ruim era ver o tempo literalmente passar e não conseguir chegar a nenhuma conclusão. Joe tinha visto o relógio mudar de onze da noite para duas da manhã sem saber o que ele poderia fazer. O sentimento era de uma confusão que o assustava de uma forma muito covarde. Quem era aquele cara que ele interpretou nos últimos dias e o que ele pretendia? A pergunta não o ajudou a pensar em nada significante. E ao se lembrar do quase beijo com Evelyn, Joe franziu o cenho. Ele se deixou levar por uma atração e nem percebeu o que estava acontecendo, se não fosse Evelyn o impedindo, tudo estaria pior. Então para fechar com chave de ouro, lá estava situação com Rose, a vencedora do concurso cafajeste do ano! Sim, ele era um cafajeste e Demi o mataria!

Será que ele era mesmo um cafajeste? Joe fitou o teto do quarto e não gostou nenhum pouco de onde os pensamentos estavam o levando. Ele era um bom rapaz, oras! A situação com Evelyn foi algo que o pegou desprevenido, foi por pura atração e não resultou em nada. Já Rose.. O buraco era mais embaixo porque, segundo o que diziam, eles tinham trocado beijos! O pior de tudo, ou sorte, era que Joe não se lembrava de absolutamente de nada que aconteceu naquela noite. E tinha aquilo que ele não tinha contado para Demi porque queria protege-la e evitar sofrimento desnecessário, até porque não era nada muito grave...

Por que tinha que ser difícil e complicado? Por que diabos coisas como aquelas tinham que pesar bruscamente na consciência? Joe encostou as costas na cabeceira da cama, olhou para Derick que estava dormindo profundamente no colchão todo esparramado e olhou para os adesivos de estrela no teto do quarto que simulavam o céu. Se ele tivesse um desejo, pediria para voltar no tempo e nunca ter viajado sem Demi. O coração batia tão rápido por ela. Ele a amava com tanta força e paixão que não conseguia se conformar por ter se comportado como um idiota! Era uma mistura louca de sentimentos: culpa, vergonha, medo, paixão, amor e desejo. Pensando no último, uma das razões para Joe estar acordado até às duas da manhã era porque alguém lá embaixo não o deixava dormir! Aquela coisa... Frustrante era ele ser um cara de vinte e três anos que ficava apavorado quando o corpo dava sinal de vida. A culpa toda era porque ele sabia que Demi estava num quarto do outro lado do corredor. A saudade de estar com ela era tão grande que Joe tinha suspirado sentindo o corpo aquecer e se frustrar por não ter a namorada ali com ele.

“Dem?” – Joseph.

A última vez que Demi tinha visualizado o Whatsapp foi há uma hora e meia. E pelo que Joe conhecia, apostava que a namorada já estava no mundo dos sonhos. Será que seria muito ruim ir ao quarto dela para saber se estava tudo bem? Por mais que a consciência pesava, a saudade que ele sentia de Demi era muito maior. Passando a mão no cabelo, Joe franziu o cenho e decidiu que ele iria atrás da namorada. Mais cedo eles tinham trocado alguns beijos e foi muito bom sentir o coração bater mais rápido e a melhor sensação do mundo que era ter Demi nos braços.

   - Derick? – Chamou o amigo e quem disse que teve resposta? Joe riu de como Derick estava esparramado, para depois se levantar. Podia passar um furacão e depois explodir uma bomba que Derick não acordaria.

Não tinha problema à falta da camisa, estava calor e Demi já estava acostumada. Ele só teria que tomar muito cuidado para que ninguém o visse. Quando foi a vez de calçar o chinelo, Joe fez careta porque na região do zíper da bermuda estava um exagero! Ainda bem que a porta não rangia, pois se acontecesse, as bochechas dele ficariam coradas. Olhar para os lados no corredor não custou nada porque de certa forma Joe tinha um pouco de medo de escuro... Se ele batesse à porta, todos saberiam. Então a abriu devagar e acendeu a luz para não assustar Demi.

Toda vez que a olhava, o pensamento era o mesmo: Existia mulher mais linda que a dele? Diferente do pessoal do Texas que estava sempre com um leve bronzeado, Demi estava muito longe de estar bronzeada. A pele sempre alva combinava muito com a cor castanha do cabelo que se destacava solto e levemente ondulado. Joe se sentou a beirada da cama e sorriu porque Demi dormia serenamente vestindo uma camisa larga com o desenho dos Power Rangers, a coberta estava até a altura da cintura e os lábios lindos e rosados levemente entreabertos. O melhor de tudo era saber que ela era a namorada dele.

   - Demi, acorda. – Chamou a tocando no braço e tudo que Joe recebeu foi um murmuro, e pela situação, não era nada mal. – Ei, acorda para você ficar comigo, amor. – Ele foi tão carinhoso quando a beijou na bochecha e depois tocou a curvinha do queixo sentindo o coração bater absurdamente mais rápido. Ela era toda linda e simplesmente beijável. – Dem, acorda gatinha. – Dessa vez Joe suspirou porque tinha a beijado no pescoço depois de afastar o cabelo castanho e aproveitou para mordisca-la na orelha, o que piorou a situação para ele lá embaixo.

  - Joe. – Como estava na casa da família dele, Demi seguiria todas as regras e sempre pensaria duas ou mais vezes antes de dizer ou fazer qualquer coisa. Era naquela etapa do relacionamento que ela se sentia realmente ameaçada e insegura, porém confessava que tinha esperado Joe durante toda a noite até que caiu no sono porque estava cansada. – Oi meu amor. – Demi não se ergueu para beija-lo, sorriu toda manhosa levando a mão ao queixo barbado do namorado que a beijou nos dedos e depois sorriu.

   - Eu posso ficar com você? – Ele queria tanto que a resposta fosse positiva, e quando Demi assentiu, os lábios se juntaram aos dela num selinho demorado. – Eu vou apagar a luz.  – Olharam-se por um tempo até que sorriram e antes de se levantar, Joe distribuiu muitos beijinhos pelo rosto de Demi para depois apagar a luz do quarto.

   - Não conseguiu dormir? – Perguntou Demi acendendo o abajur e ela arqueou uma sobrancelha quando Joe se sentou a beirada da cama e a olhou todo tímido e carente. – Não vai deitar comigo? – Ela não podia rir muito alto porque todos estavam dormindo, mas foi difícil se controlar porque no mesmo instante que ouviu a frase, Joe se enfiou debaixo da coberta com ela a abraçando e descansando o corpo sobre o dela.

   - Eu estou com muita saudade de você para pensar em dormir. – Disse Joe depois de beijar e chupar um pouco abaixo do maxilar esquerdo feminino. – Eu queria ao menos ficar abraçado com você um pouquinho. – Foi tão bom quando ela o deitou na cama e se deitou sobre o corpo dele sem receio de roçar cada parte dos corpos.

   - Eu estou feliz que você está aqui comigo, coisa fofa. – Demi o beijou na bochecha e quando se ergueu, sorriu para Joe acariciando o queixo barbado dele.

   - Vamos aproveitar para matar a saudade? – Perguntou de olhos fechados acariciando o bumbum de Demi para depois adentrar a camisa com as mãos e deixa-las repousadas na cintura. – Dem, eu estou tão feliz que você está aqui. – O objetivo era não tocar naquele assunto e nenhum outro, e quando teve o pescoço beijado e o membro apertado, Joe murmurou as palavras todo manhoso e carente. – Ei, fica quietinha. – Disse a segurando pela cintura para deita-la a cama.

  - Eu também estou feliz de estar aqui com você, Joe. – Demi encostou-se mais perto do namorado e descansou a cabeça no músculo do braço dele gostando muito de sentir todo o calor de Joe envolvê-la. – Hum, eu queria muito fazer amor com você, mas não é uma boa ideia. – Disse o abraçando e o beijando no peito para depois colocar uma perna entre as dele e ali mesmo descansar e ficar quieta.

   - Por quê? – Resmungou Joe um pouco mal humorado e quando Demi o olhou, ela sorriu toda sapeca o achando fofo.

   - Nós estamos na casa da sua avó, eu não vou me sentir confortável amanhã se isso acontecer. – Explicou-se porque quando se tratava da família do namorado, Demi era toda sistemática e cheia de paranoias.

  - Mas. – Foi um longo e manhoso “mas”. Joe levou a mão à cintura de Demi e encostou a testa na dela. – Tudo bem, então. Você tem razão, eu também vou me sentir desconfortável. – Disse adentrando a camisa dela para acaricia-la da forma que sabia que Demi gostava. – Como nós fazemos, gatinha? Eu quero você, você quer fazer amor comigo? – Perguntou dedilhando o queixo de Demi para depois toca-la suavemente na bochecha.

   - Eu quero, Joe. Eu sempre quero fazer amor com você. – Foi tão bom quando Demi enlaçou os dedos aos dele e o beijou no rosto. – Vamos esperar mais um pouquinho, quem sabe surge uma oportunidade de ficarmos completamente sozinhos? – Ele grunhiu manhoso e Demi riu sem conseguir resistir e o atacou com tantos beijos no rosto e no pescoço até que Joe suspirava fundo de olhos fechados gostando muito do que acontecia. – Joseph, calma. – Pediu Demi se erguendo porque ela conhecia todos os sinais de Joe quando ele estava excitado. – Calma, querido. – Disse pacientemente saindo de cima dele para se deitar ao lado porque o contato físico não faria nada bem para Joe.

   - Eu vou tentar pensar em velhinhas de biquine. – Joe estava de olhos fechados e suspirava que chegava a fazer barulho. – Conversa comigo? – Pediu alguns minutos depois procurando a mão dela para segura-la e Demi sorriu porque Joe era o cara mais fofo que ela conhecia. – Conta sobre Nova York? Está muito frio lá? – O frio era o suficiente para deixa-lo desanimado, mas só de pensar em ir para o apartamento dele para a cama dele junto com Demi, o frio passava a ser a melhor coisa que podia ter acontecido na cidade porque era bom demais para namorar.

   - Está muito frio, querido. Está nevando mais do que na semana passada. – Disse Demi brincando com os dedos nos dele. – Minha mãe voltou para casa. – Disse esboçando um pequeno sorriso e quando Joe a olhou, Demi assentiu. – Ela está completamente diferente e eu estou adorando ter uma mãe atenciosa e que se preocupa comigo.

   - Eu fico muito feliz por vocês. – Aos pouquinhos Joe se aproximou e roçou brevemente os lábios nos da namorada. – Acho que o pior já passou. – Comentou olhando na direção do volume da bermuda e Demi riu. – Dem, desculpa por mais cedo. Eu queria muito que você ficasse comigo no meu quarto. É só que nem todos aqui são legais como a vovó e a tia Laura. – Comentou um pouco apreensivo pensando em Lucas e nos primos que não perderiam a oportunidade de atormentá-lo e com certeza envergonhariam a Demi. – E minha cama também é bem pequena. – Resmungou porque o que ele pensava sobre ele e Demi naquela cama não era nada comportado. – Ah, e o Derick está dormindo comigo.. – Só depois que tinha dito aquela frase, Joe franziu o cenho e negou prontamente. – Não dormindo comigo.. Dormindo no colchão.

   - Eu sei, querido. – Demi riu e brincalhona, antes de deitar sobre Joe, conferiu se ele não estava excitado o tocando lá em baixo arrancando um gemido baixo. – Eu entendi, está tudo bem. É mais apropriado eu ficar aqui. – Disse se acomodando sobre ele e Joe a abraçou e a beijou na bochecha. – Você pode fugir à noite para nós dormimos juntinhos. O que você acha? – Perguntou toda carinhosa se erguendo para olha-lo e sorriu porque Joe também sorria.

   - O que eu acho? – Perguntou dando um selinho surpresa nos lábios dela e o sorriso de Demi aqueceu o coração dele de uma forma incrível. – Eu acho que é uma ideia extraordinária. – Dessa vez os dois sorriram quando se beijaram. – E que eu não vou resistir nenhum pouquinho. – Sussurrou a acariciando por dentro da camisa nas costas até que as mãos estavam sobre o fecho do sutiã. – Nós vamos acabar fazendo amor. – Os dedos deslizaram pela linha da coluna e devagar, Joe subiu a camisa que Demi vestia até a altura dos seios. – Eu posso tirar? – Perguntou sussurrando no ouvido dela e Demi não disse nada porque sentia todo o corpo pegar fogo e arder de desejo por Joe. – Prometo que não farei nada demais, só vamos namorar um pouquinho. – Explicou levando uma mão para aperta-la no bumbum e a resposta de Demi foi um gemido arrastado.

   - Você não pode fazer isso comigo, Joseph. – Resmungou Demi se erguendo para tirar a camisa e por instinto, ela se sentou na região do membro dele esquecendo o que iria fazer. – Não é uma boa ide... – Sussurrou o olhando nos olhos e como os dele eram intensos e estavam profundamente vidrados nela, Demi não conseguiu terminar a frase. O coração bateu mais rápido no peito e os pelos arrepiaram quando os dedos de Joe esbarraram na curva da cintura. Era tarde demais.

Tudo que Demi fez foi dar espaço para que Joe pudesse ficar de joelhos assim como ela ficou. Olharam-se nos olhos e nos lábios, e quando se beijaram foi com Demi rodeando o pescoço de Joe com os braços e ele a cintura delicada. Onde estavam? Não conseguiriam responder por que tudo que importava era o beijo que trocavam e o amor que sentiam. Demorou para que terminassem aquele beijo, e só o fizeram porque começavam a perder o fôlego.

   - Eles são lindos. – Disse Joe quando a namorada tirou a camisa e depois o sutiã os jogando para fora da cama. Então ele deslizou a ponta dos dedos pelos seios e quando tocou os mamilos marrons, procurou olhar nos olhos de Demi, porém a encontrou concentrada no carinho que recebia. – Eu gosto muito deles, amor. – Era para ele ter soado sexy, mas foi bem pelo contrário. Soou tímido e tão fofo. O efeito causado em Demi só contribuiu para aumentar o desejo e a vontade de agarrar Joe e fazê-lo perder de vez a timidez.

   - Não vai brincar com eles, querido? – Foi um tiro certeiro. A voz dela tinha soado rouca e os olhos marrons fitavam atentamente os de Joe, que franziu o cenho e mordeu o lábio inferior quando puxou um mamilo e o sentiu ficar mais duro.

   - Eu amo você, Dem. – Apesar de tudo que tinha acontecido, a maior certeza que Joe tinha em toda a vida era que amava aquela mulher linda que estava entregue de corpo e alma a ele. Ao olha-la nos olhos foi mostrando como ele a amava e sempre amaria. O toque no seio foi delicado e com a única intenção de mostrar a Demi como ele a apreciava. O beijo no mamilo foi ainda mais cercado de cuidados para depois Joe toma-lo nos lábios para lambê-lo e mordisca-lo. Foi tão bom que Demi fechou os olhos e suspirou adentrando o cabelo do namorado com os dedos para puxar as mechas mostrando como ela gostava daquele carinho.

Antes de partir para o outro seio que era tocado gentilmente, Joe beijou os lábios de Demi a abraçando contra o corpo como se pudesse se fundir a ela. Então quando foi a vez de beijar o seio que era acariciado, Joe dedicou beijos mais intensos que levaram Demi a franzir o cenho e se controlar para não fazer muito barulho. Aquela madrugada foi simplesmente incrível. Não existiam as diferenças, não existiam as brigas e confusões. O momento que compartilharam foi muito além de beijos e toques, promoveu uma sensação de pertencimento, de paixão e de uma conexão de alma que era rara de se encontrar.

Quando o sono chegou, era por volta de quatro da manhã e o galo já cantava, porém estava tão bom. Os dois estavam enroscados trocando carinhos e estavam perdidos de amor um no outro. Joe cumpriu com a palavra e não passou dos limites, assim como Demi também não o fez.

   - Puxa a coberta. – Pediu Demi quando Joe a abraçou por trás porque eles tinham decidido que iriam dormir. – Amor, puxa. – Pediu toda manhosa e Joe a beijou exageradamente na bochecha.

   - Amor, puxa. – Disse Joe a imitando e quando Demi riu, ele a abraçou forte. – Mais tarde eu vou te sequestrar, você vai conhecer cada pedacinho da nossa fazenda e nós vamos achar um lugar sossegado e seguro para fazer amor. – Ela sempre era manhosa quando estava com sono, por isso que Joe se contentou apenas com um “Aham”. Era quase dia e com certeza o horário mais tarde que Demi deveria ter dormido em toda a vida, ruim seria para fazê-la levantar...

   - Vamos, dorme. Apaga a luz do abajur e me abraça. – Pediu já de olhos fechados e o pedido dela foi atendido no segundo seguinte que feito. – Eu te amo, Joseph. – Disse se virando para beija-lo nos lábios e Joe juntou os lábios aos dela num selinho demorado.

   - Eu também te amo, Dem. – Era para ser daquela forma para sempre. Joe a encheu de beijinhos no rosto para depois abraça-la por trás quando Demi se aninhou a ele se sentindo segura nos braços do namorado. Os dois adormeceram sem culpa e ressentimentos com a certeza que se amavam.

***

O problema de dormir muito tarde era que não existia uma forma de acordar cedo. Ainda mais quando o horário ultrapassava quatro da manhã. As sete todos já estariam de pé! Joe ainda tentou acordar cedo, o relógio biológico o despertou por volta das sete e meia junto a ajuda dos galos, porém quando se ergueu, o rapaz estava tão zonzo de sono que não conseguiu unir forças para continuar acordado, ele abraçou o corpo de Demi e se aninhou a ela gostando de como eles estavam juntinhos e aquecidos.

Passou oito, nove, dez horas e quando faltavam trinta minutos para as onze, Joe despertou. Demi brigaria com ele, era certeza! E também não era para menos, ele tinha a abraçado por trás contra o colchão... Ela sempre ficava brava quando acontecia.

O cabelo do rapaz estava uma bagunça, só não estava pior porque Joe tinha cortado curto antes de viajar para o Texas. A primeira ação foi abraçar o corpo de Demi e beija-la atrás da orelha. Tinha melhor sensação de saber que Demi era apenas dele? Aos pouquinhos um sorriso foi moldado nos lábios do rapaz quando ele se lembrou da madrugada passada. Foi bom demais. Ficar mais alguns minutinhos com a namorada não foi uma ideia ruim, Joe sabia que no momento que descesse para tomar café com Demi, ele teria que compartilha-la com a família e assim seria durante a maior parte do dia.

A coragem para buscar pelo celular foi quase zero, e quando Joe o fez, os olhos verdes ficaram arregalados. Aquele horário era comprometedor demais! As bochechas dele coraram e um múrmuro escapou pelos lábios. Ele deveria ter pensado melhor antes de dormir tão tarde, mas será que tinha como? Aquele tempo dele e de Demi durante a madrugada foi realmente bom.

“Cara, cadê você? Estamos tomando café, o pessoal está perguntando por vocês...” – Derick, 07h10.

“O Lucas está aqui.. Odeio as piadas dele. Desce logo, Joseph. Está ficando constrangedor para mim” – Derick, 07h30.

“Acabou o café da manhã. Eu tenho a impressão que todos sabem o que vocês estavam fazendo..” – Derick, 07h50.

“Eu estou começando a ficar preocupado. Vocês tem sorte que todos já saíram para trabalhar, exceto o mala do seu tio.” – Derick, 08h30.

“Você ao menos está vivo?” – Derick, 09h18.

“Joseph?” – Derick, 10h11.

Só de se lembrar de Lucas, Joe sentia um nó se formar no estomago. Infelizmente o tio era a pior pessoa que ele conhecia sem exceção. Não tinha como evitar deixar Demi longe de Lucas, ela não merecia passar nenhuma vergonha ou algo semelhante. E ao pensar em vergonha, o coração de Joe bateu um pouquinho mais rápido quando ele pensou naquela noite...

“Você tem medo do escuro, Joseph?” – Juan perguntou e Joe engoliu em seco, mas com o olhar que Juan recebeu de Lucas, ele ficou quieto.

“Nós trouxemos uma venda para tampar os seus olhos, faz parte da surpresa, tudo bem?” – Disse Lucas amigavelmente tirando uma tira preta do bolso da calça e Joe assentiu depois de olhar para o celeiro. Estava tudo muito quieto e ele confessava que estava com muito medo...

Aquela venda nos olhos era a pior coisa que existia em todo o mundo! E ao pensar naquela noite, Joe franziu o cenho se sentindo impotente, assustado e humilhado. A cada passo, era possível ouvir os cochichos dos primos, mas Joe não conseguia entender porque a voz de Lucas grossa e firme dava-o instruções sobre o caminho até que ele tocava a madeira fria da porta do celeiro.

“O que tem aí dentro, tio Lucas?” – O medo estava estampado na voz fina e de menino de Joe. O coração estava batendo mais rápido e ele sentia que estava sendo observado e que atrás daquela porta não tinha nada de bom.

“Uma coisa que todos nós sabemos que garotos como você gostam.” – Pior de tudo foi sentir as mãos de Lucas nos respectivos ombros. – “Não tenha medo, garotinhos como você gostam muito disso.” – Repetiu Lucas e tudo que Joe ouviu foi à porta do celeiro gemer quando foi empurrada. Foi como num filme de terror. A cada passo que Joe era conduzido a dar, ele podia sentir o espaço vago e absurdamente gelado. E a sensação era, que a cada vez que Lucas o conduzia a caminhar, que quando ele parasse e tirasse a venda dos olhos, se depararia com um demônio horripilante e faminto pronto para tortura-lo e depois devora-lo numa bocada só.

“Coloca ele de costas.” – Era a voz de Juan. Joe franziu o cenho e tentou se esquivar, mas era muito tarde. Ele só sentiu algo gelado envolver os punhos e então Lucas não estava mais por perto porque não dava para sentir o calor dele.  

“Olha só como é todo afeminado” – Por que diabos Joe não tinha ouvido o consciente que o alertava para não se envolver com o tio? Era para aquela brincadeira estúpida que tinha começado alguns dias que Lucas tinha o levado ali. E toda vez que acontecia, Joe sentia as bochechas ficarem vermelhas porque ele não sabia o que dizer. Era apenas um menino inocente e tímido ao extremo.

“Acho que ele vai gostar do que o espera... Você gosta de brincar de bonecas com a Rose, florzinha do tio?” – Joe não esperava ser empurrado, ele só se deu conta do que estava acontecendo quando Lucas o empurrou e bruscamente ele caiu sobre baldes de ferro junto ao feno.

“Olha só como ele está todo vermelhinho. Ele vai chorar, Lucas.” – Disse Juan e então Joe pode ouvir as gargalhadas que realmente o deixou com medo e com muita vontade de chorar. – “Onde está o Mark?” – Joe sentiu o lábio inferior arder e logo o gosto do sangue. Ele só queria poder se defender e sair dali correndo para os braços da avó, mas sabia que seria impossível. Os braços estavam inúteis porque as mãos estavam presas com algemas e os olhos estavam cobertos com uma venda.

“A gente vai dá uma lição nesse viadinho, é por minha irmã, ela teria desgosto de ver no que essa coisinha se transformou.” – Disse Lucas. Joe não conseguia enxergar, mas os ouvidos estavam atentos. Ele se encolheu perto dos fenos e quando ouviu uma terceira voz concordando com o absurdo que Lucas tinha dito sobre Juliana, o coração bateu mais rápido. Ele era pequeno, não tinha músculos e não conseguiria gritar muito alto para alguém ajuda-lo. Não tinha como escapar dali e como estava com muito medo, Joe começou a chorar baixinho para não chamar muita atenção. Ele sempre chorava quando ficava com medo.

“Vamos dar uns bons tapas nele, depois partimos para a melhor parte.” – E assim foi feito. Joe resistiu quando foi puxado pelos ombros, mas como era um contra três, não teve jeito. Logo ele estava em pé e conforme era empurrado, levava socos e ponta pés enquanto era xingado perversamente sem entender o porquê que aquilo estava acontecendo.

“Tira a calça dele!” – Juan gritou e Joe quase não entendeu porque estava machucado e com o corpo todo dolorido. A porta do celeiro foi aberta e os gritos masculinos foram altos e animados.

“Jesus, Lucas! O que você fez com esse garoto?” – Todo mundo na cidade conhecia aquela voz masculina afeminada. Como Joe não passava de uma criança que só queria brincar, ele não entendia que o cabeleireiro da cidade era um travesti.

“Ele se comportou mal, Ângela. Quero que você dê uns amassos nele, ele gosta de garotos também e está louco para descobrir a vida, se é que você me entende.” – Disse Lucas e os garotos riram e empurraram Joe que franziu o cenho e tentou correr sem sucesso, o que foi motivo de mais risadas e empurrões no pobre garoto.

“É apenas um garoto.” – Disse o rapaz preocupado olhando o estado de Joe. Era um menino magro, não era muito alto e estava machucado. – “Seja lá o que você está aprontando, eu não vou me meter” – Disse colocando uma mecha do aplique atrás da orelha e Lucas arqueou uma sobrancelha.

“Você não precisa comer essa bichinha. Só uma foto, eu não vou jogar os meus duzentos dólares na lata do lixo. – Ângela olhou para Joe e depois para Lucas sem saber o que fazer. O Jonas mais novo não era conhecido pelo bom temperamento, bem pelo contrário. – Nós só vamos tirar uma foto de você abraçando o meu sobrinho gay. Apenas isso. – Como a voz estava alterada, não sobrou muita opção para o rapaz que se aproximou de Joe e o abraçou por trás, o que fez com que os rapazes gritassem animados.

“Tira a calça dele!” – Juan tornou a insistir na história e como Lucas tinha assentido, sobrou para Ângela o fazer.

“Está tudo bem, criança. Eu não vou te machucar” – Sussurrou Ângela para Joe que começou a chorar quando ouviu os assovios e risadas dos primos e do tio quando a calça foi abaixada e a tal de Ângela o abraçou.

“Acaricia ele! – Lucas gritou enquanto tirava a maior quantidade de fotos possíveis e no mesmo momento Joe tentou sair do abraço da melhor forma que podia, ele até acertou o queixo de Ângela com a cabeça, e no momento que ela se recuperava, ele tentou correr sem sucesso já que Juan o segurou por trás e o empurrou bruscamente sobre o travesti que acabou caindo sobre um monte de feno.

“O que está acontecendo aqui?” – A voz de Jon foi como um tiro numa multidão. Todos se calaram e ficaram assustados e sem saber o que fazer. Eles tinham chamado muita atenção com a gritaria e com a luz acesa do celeiro.

“Calma, Jon! É só uma brincadeira” – Lucas apressou a dizer quando o irmão franziu o cenho ao olhar para Joe todo machucado, seminu e deitado sobre a famosa Ângela.

“Lucas!” – Laura era apenas um ano mais velha que Lucas, e em comparação ao irmão, a maturidade da moça era até demais para pouca idade. O coração simplesmente saiu pela boca e os olhos marejaram de tanto ódio e indignação com o irmão mais novo. – “O que eu te disse sobre deixar o Joseph com esse estúpido!” – Gritou Laura com Jon que estava tão perplexo que não conseguia dizer uma frase. Ele era o mais velho e com a recente morte do pai, era quem ajudava Clara a cuidar dos mais novos. – “Você não presta, eu não vou pensar duas vezes antes de te colocar atrás das grades!” – Ninguém nunca tinha visto Laura tão nervosa a ponto de ficar vermelha. Indignada, a moça andou a passos largos até Joe e quando tirou a venda dos olhos do sobrinho, chorou junto com ele. Pobre, pequeno, inocente e indefeso menino Joe, ele não merecia sofrer daquela forma.

Foram poucas as vezes que Joe se permitiu lembrar-se daquela maldita noite que mais parecia um pesadelo. E toda vez que acontecia, ele ficava com muito medo e assustado. A respiração até estava ofegando e o coração batendo mais rápido como aconteceu quando ele sofreu aquele abuso físico e psicológico que o seguiu na escola porque Lucas publicou as fotos mesmo depois da bronca da mãe, e também na faculdade.

   - Joseph? Você está bem? – Foi como se Demi sentisse que tinha algo de errado acontecendo. Ela tinha acabado de despertar porque o corpo estranhava como Joe estava agitado e inquieto. – Querido, o que foi? – Perguntou sem entender muito bem o porquê de Joe abraça-la e ficar quietinho sem dizer uma palavra para explicar o que estava acontecendo. – O que foi, bebê? – Perguntou Demi toda carinhosa abraçando Joe, que se sentiu protegido nos braços da mulher que amava.

   - Eu me lembrei de algo ruim que aconteceu quando eu era pequeno. – Murmurou porque não queria preocupa-la. – Eu estou bem agora que você está aqui comigo me abraçando. – Ele não conseguia soar confiante porque precisava que alguém o fizesse se sentir seguro.

   - Vou ficar sempre cuidando de você para você ficar bem. – Demi não entendeu porque os olhos de Joe mostravam como ele estava assustado, então ela encostou os lábios nos dele num leve selinho e o conduziu para deitar à cama para abraça-lo. – Eu estou aqui, nada de ruim vai acontecer. – Disse por que ela podia sentir como Joe ainda estava assustado. – Vou proteger você, grandão. – O sorriso o acalmou e quando Demi foi puxada para se deitar sobre o corpo masculino, ela o fez de bom grado aproveitando para distribuir muitos beijinhos pelo rosto e pescoço de Joe. – Está tudo bem, Joe. – Disse minutos mais tarde e Joe assentiu respirando fundo. Era por aquele motivo que ele preferia esquecer a maldita noite.

   - Prometo contar depois. – Disse Joe levando as mãos para o bumbum de Demi o tocando superficialmente. – Bom dia, minha gatinha. – Não tinha frase melhor para ouvir. Demi sorriu um pouco sem jeito porque apostava que estava toda descabelada enquanto Joe era a visão do paraíso! Começava com aqueles lindos olhos verdes sempre a olhando, o cabelo lindamente desgrenhado e o peito largo e expondo a camada de pelos escuros.

   - Bom dia meu bebê extra G. – Demi sorriu porque Joe esboçava aquele sorrisinho de menino que a encantava e causava borboletas no estomago. – Eu tenho vontade de morder cada pedacinho seu e depois dar muitos beijinhos. – Disse se curvando para mordê-lo no queixo barbado e o resultado foi o mais lindo possível. Joe esboçou um sorriso lindo e apaixonado exclusivamente para ela. – Quero cuidar de você, meu anjo. Te mimar e aproveitar todo o meu tempo para fazer amor com você, coisa linda. – As bochechas dele estavam coradinhas, e Demi não conseguia evitar confessar tudo que queria a Joe enquanto o coração batia mais rápido que o normal.

   - Eu também. Quero muito fazer amor com você. – Murmurou manhoso porque o carinho dos dedos de Demi na barba era divino. – Topa ser sequestrada hoje, linda? – Num segundo Joe inverteu as posições. O peso do corpo estava todo sobre o feminino e a troca de olhares ora lábios ora olhos era ininterrupta.

   - Você não precisa perguntar. Eu vou com você para qualquer lugar, Joseph. – Soou confiante e tão intenso que Joe juntou os lábios num beijo enquanto Demi o abraçava pelo pescoço acariciando as mechas de cabelo da nuca e arranhava superficialmente as costas largas e nuas.

   - Humm.. – Joe ronronou nos lábios da namorada e quando o beijo terminou, ele continuou de olhos fechados com os lábios ora roçados ao queixo ora nos lábios femininos. – Infelizmente nós acordamos muito tarde. – Comentou distribuindo beijos demorados no pescoço e tórax de Demi até que ela suspirava alto. – Eu vou para o meu quarto me organizar, quando você terminar aqui, vai me visitar gatinha. – Se ele continuasse naquele quarto por mais um segundo, os dois cederiam ao desejo e não sairiam tão cedo, talvez no dia seguinte... Então quando Joe estava pronto para deixar o quarto, ele olhou para namorada, sorriu e logo lambeu o lábio inferior se despedindo com uma piscadela.

O sorriso nos lábios de Demi estava fantástico e transmitia uma sensação deliciosa de felicidade para quem o olhasse. Apaixonada, restou a ela suspirar e abraçar o travesseiro torcendo para que pudesse ficar sozinha com Joe num lugar seguro.  Foram alguns minutos sorrindo sozinha relembrando como tinha sido bom namorar na madrugada e principalmente dormir abraçada a Joe era a melhor coisa que existia. Então Demi se lembrou de como o namorado estava assustado e a abraçou quando ela acordou. Era intrigante porque Joe nunca tinha mostrado aquele lado frágil, ou será que a culpa era dela por não enchê-lo de perguntas sobre a infância?

O fato era: Demi sempre tinha uma desculpa para levantar da cama, naquela vez não foi diferente e quando ela olhou a hora no celular, murmurou um palavrão porque eram onze e meia! Aquilo não deveria acontecer, ainda mais no Texas! A vergonha a tomou no instante seguinte e a ideia de passar o dia todo no quarto a agradou, mas não seria possível. Por onde ela começava? Havia tantas mensagens no celular! O grupo com as irmãs estava com mais de duzentas mensagens, Selena tinha deixado algumas assim como Inácio e Dianna. Se parasse para responder cada uma daquelas mensagens, passaria mais tempo. Seria bom respondê-los depois, justamente se ela se sentisse deslocada quando estivesse com a família de Joe... Ou seria falta de educação mexer no celular? O questionamento ficou no ar e Demi resolveu que tomaria banho e se organizaria.

Vestido e botas. Será que estava ruim e ela deveria vestir calças? Em Marble Falls era quente e a ideia de vestir jeans a incomodava. O vestido soltinho de um rosa claro era muito confortável e comportado, ia exatamente até os joelhos e não era decotado. O tom do marrom claro da bota combinava com o rosa. Demi só as calçavam porque tinha notado que a maioria das pessoas no Texas usava botas, principalmente na fazenda da família de Joe. Falando nele.. Ela deveria bater à porta ou adentrar o quarto? Estava tão ruim ficar em frente à porta do quarto de Joe sem saber o que fazer e estar naquele corredor largo e bem iluminado pela luz do sol era uma armadilha! E se alguém a visse? O que ela diria? Demi estudou atentamente os sons que vinham do quarto de Joe e resolveu adentra-lo.

   - Você está muito bonita. – Foi um alívio ouvir aquelas palavras e também saber que Joe estava sozinho.

   - Desculpa entrar assim, era para eu ter batido antes de entrar. – Explicou de bochechas um pouco coradas, mas sorriu porque Joe também sorria.

   - Está tudo bem, Dem. – Como alguém conseguia ser tão calmo? Demi não desviou o olhar do de Joe porque o coração não deixava. Era uma mistura de sentimentos que a levava pensar em como o amava e precisava dele, de como a vida seria horrível sem Joe e que ela precisava pedir desculpas o quanto antes porque era ruim se sentir culpada. – Vem, eu vou trocar de roupa. – Não era melhor esperar sentada à cama? Demi não resistiu quando Joe ofereceu a mão para que ela a segurasse. – Me ajuda a escolher uma roupa? – Ainda bem que a cueca Joe vestia! Demi preferiu não olha-lo nos lugares que ela mais gostava, concentrou os pensamentos em buscar por uma peça de roupas para o namorado como ele também fazia.

   - Aqui é tão quente. – Comentou Demi dobrando as outras camisas que eles tinham separado já que Joe optou pela cor de rosa de algodão que combinava com a cor do vestido. – Acho que vou prender o cabelo. – Murmurou porque o cabelo solto começava a incomodá-la.

   - Aqui é realmente quente, mas é dentro do meu closet. Lá fora está fresco, é só evitar ficar exposta ao sol e consumir muito líquido. – Como o cabelo estava curto, não dava muito trabalho arruma-lo, Joe só o penteou de lado e arrepiou na frente. – Está preparada para conhecer o pessoal? – Perguntou Joe abraçando a namorada por trás quando os dois saíram do closet. No dia passado, a fazenda estava uma calmaria porque a maioria do pessoal estava na cidade resolvendo a vida e só chegava mais tarde, sempre era daquela forma à noite.. mas de dia! Principalmente perto do horário de almoço, parecia que brotava pessoas do nada!

   - Joe.. – Ronronou manhosa porque ela adorava quando Joe a abraçava por trás mesmo que o abraço era forte e a esmagava um pouquinho. – Estou com vergonha, mas preparada. – Disse se virando para abraça-lo pelo pescoço. – A casa já está cheia? – Perguntou o olhando nos olhos e depois nos lábios.

   - Não completamente. Os meus priminhos estão assistindo desenho, o meu tio está cuidando dos cavalos e a vovó está preparando o almoço com a tia Laura. O resto do pessoal deve estar para chegar – Demi assentiu e como o achava fofo, deu um selinho demorado nos lábios dele.

   - Ei. – Chamou o beijando no pescoço. – Nós precisamos conversar. Depois do almoço, o que você acha? – Demi não esperava que ao dizer aquela frase Joe ficasse completamente rígido, de coração acelerado e um pouco pálido. – É que eu não estou me sentindo bem com o que aconteceu em Nova York... – Explicou-se um pouco aflita com a situação. – Eu só gostaria de.. de esclarecer as coisas entre nós e aproveitar a viagem com você. – Não dava para entrar em muitos detalhes porque eles teriam que descer logo, mas também não dava para fingir que nada tinha acontecido.

   - Tudo bem, Dem. – Joe umedece os lábios porque a situação dele era péssima! Não tinha nem como imaginar como ele poderia começar a contar sobre Evelyn e Rose. – Você está certa. Nós precisamos conversar. – Quando ele coçava o cabelo da nuca, não era boa coisa. Demi o conhecia bem o suficiente para saber identificar todos os sinais de Joe.

   - Tudo bem? – Perguntou Demi o olhando e Joe assentiu de cenho levemente franzido.

   - Tudo bem? – Ele não deveria responder com outra pergunta, aliás, com a mesma pergunta, era que a cada minuto a situação o incomodava mais.

   - Está tudo bem. E para você? – Para acalmá-lo, Demi o acariciou no cabelo da nuca e pôs-se na ponta da bota para conseguir beijar o queixo do namorado.

   - Está tudo bem. – Ao beija-la nos lábios, Joe a beijou na testa e a abraçou forte contra o peito. – Nada que aconteceu importa para mim, eu sempre vou amar você com a minha vida. – Os olhos de Joe estavam marejados, então ele preferiu fitar o teto do quarto. O coração doía no peito e ele lamentava tanto por ter se comportado daquela forma. Para ele, a frase significava a situação desastrosa com Rose e a quase traição com Evelyn. Já para Demi era algo completamente diferente: a briga por causa de Inácio.

***

Era muita gente! A calmaria na casa cedeu espaço para o barulho das crianças correndo incansavelmente mesmo com as reclamações dos pais, a conversa não parava por um minuto e até o barulho da panela de pressão os acompanhavam! Demi se sentia muito deslocada e envergonhada como nunca se sentiu em toda a vida. Então as bochechas dela estavam rosadas durante todo o tempo, infelizmente demonstrando como estava sem jeito... E para cumprimenta-los? Às vezes ela recebia abraços calorosos, às vezes um simples “Oi, como vai?” e tinham aqueles que a cumprimentaram com um surpreso “Oi, você é a namorada do Joseph?”. O melhor de tudo era que não passou daquilo. Todos pareciam ter gostado de conhecê-la e Demi se sentia aliviada. Na hora de almoçar, eles fizeram fila para passar em frente ao fogão onde havia alguns caldeirões com comida e no balcão de mármore. Era uma variedade de pratos de deixar qualquer um indeciso do que poderia escolher para compor o almoço, eles tinham de verduras a uma saborosa lasanha.

   - Ei, nós vamos comer lá nas mesas de fora. – Disse Joe a Demi que estava parada ao lado timidamente segurando o prato com tão pouca comida. – Vai com o Derick. – Derick e Demi tinham se dado bem mesmo com o garoto sendo super tímido. Eles tinham trocado algumas palavras mais cedo sobre histórias em quadrinhos e Joe percebeu que não havia clima estranho com os dois, por isso sugeriu que fossem na frente. – Só vou pegar um pouco de brócolis. – Calada, Demi assentiu e Joe sorriu se curvando para beija-la gentilmente na bochecha. O resultado não podia ser diferente: as bochechas dela coraram e sem graça, Demi deu as costas e acompanhou Derick para fora da casa.

O coração de Joe doía porque o que ele fez no dia da formatura de Rose não era certo. E só de olhar para Demi e admirá-la, era o suficiente para que ele se sentisse mal. O pior de tudo era não se lembrar do que tinha acontecido. Preocupado com a dimensão absurda que a situação poderia se tornar, Joe franziu o cenho e sentiu o coração acelerar por conta da repentina ansiedade.

   - Eu também quero brócolis. – Por qual razão Lucas tinha que falar tão próximo a ponto de Joe poder sentir o hálito quente na orelha direta? Olhando para o tio de cenho franzido, Joe não disse nada porque a ansiedade foi automaticamente substituída pelo mau humor, razão que justificava a cara de poucos amigos...

   - Então espera. – Soou embolado e baixinho, Joe nem se deu o trabalho de olhar para o tio porque toda vez que o fazia, a lembrança da maldita noite surgia para assombra-lo.

A fila para os brócolis não era a maior, aliás, só Jon pegava um pouco do alimento para logo se juntar a enorme fila da lasanha que competia com a de carne de forno. Quando foi a vez de Joe, ele demorou o tempo que achou necessário, escolheu os brócolis mais bonitos e vistosos para depois se ajeitar para se juntar a Derick e Demi.

   - Sabe, Joseph. – Lucas disse baixinho quando o sobrinho passava por ele, e Joe fez a pior cara de tédio que conseguiu porque não tinha paciência para o tio. – Eu estava conversando com os meninos... – O sorriso debochado não significava boa coisa, e quando Lucas mordeu o lábio inferior e tornou a esboçar aquele sorrisinho debochado, Joe engoliu em seco. – Só para deixar claro: Quando nós formos brincar com a sua namoradinha, eu quero ser o primeiro. Eu sou o seu tio e não quero saber do Juan ou do Peter com ela antes de mim, eu tenho prioridade e prometo que vou cuidar muito bem dela, vou dar pra ela tudo que você não dá. – Foi muito bom visualizar Lucas cheio de hematomas jogado no balcão sobre as bandejas com os alimentos. E quando voltou a realidade, Joe decidiu que não entraria na de Lucas porque ele já tinha problemas demais.

   - Minha namoradinha é o meu punho que está ansioso para colidir nessa sua cara de pau. – Por que diabos todos tinham ficado em silencio? Ah! Ele tinha dito alto demais! Era para ser apenas um sussurro ameaçador. – Se você fizer alguma besteira, eu te quebro no meio. – Murmurou um pouco sem graça saindo da cozinha antes que a situação se transformasse em algo chato e constrangedor para ele e principalmente para Demi.

   - Ei, que cara é essa? – Ter Derick para conversar era muito bom e se Demi não estivesse sentada na direção da porta de saída da cozinha, não teria visto Joe porque a conversa estava envolvente.

   - Não é nada, princesa. – Só o sorriso de Demi para acalmar as confusões do coração. Ao se acomodar a mesa ao lado da namorada, Joe respirou fundo e a beijou na bochecha. – O que vocês estavam conversando? – A última coisa que Joe queria era que Demi soubesse como Lucas era um completo babaca, pois sabia que a machucaria e a faria se sentir insegura, constrangida e nervosa por conta da situação e dos malditos vídeos que Jake tinha postado na internet. O almoço seria mais divertido se Lucas não tivesse se acomodado na mesa que ficava perto da piscina, mas ainda sim não foi ruim. Joe se juntou a conversa com Derick e Demi de forma discreta e pouco participativa, ele preferia observar como a namorada era linda, inteligente e divertida.

   - Você gostou, querida? O Joe disse que você gosta de massa. – Demi estava tímida a ponto das bochechas corarem e ela mal conseguir sustentar o olhar de Clara.

   - A lasanha estava maravilhosa. – Demi olhou brevemente para Clara e logo sorriu envergonhada olhando para a direção onde Joe conversava com Derick e um tio. – Posso ajudar? – Perguntou a Clara porque a bagunça depois do almoço estava por todos os lugares, começava com a louça suja.

   - Não senhorita, vai descansar com o Joseph. – Demi ainda tentou argumentar, mas quando Clara negou sem sequer da uma oportunidade e chamou por Joe, ela se lembrou do que o namorado sempre dizia: quando Clara decidia algo, ela não voltava atrás.

   - O que você estava conversando com os seus tios? – Perguntou Demi caminhando ao lado de Joe em direção ao quarto. Não tinha como ignorar a conversa que ouvia e nem a forma como Joe tinha ficado irritado quando os tios o chamou para conversar e constantemente tocavam no assunto das terras que o pertencia.

    - Bem... – Joe a olhou brevemente antes de abrir a porta do quarto. – Os meus pais tinham terras e elas fazem parte da minha herança. – Explicou um pouco sem graça porque ele nunca tinha comentado com Demi que tinha uma herança. – É muita terra e as pessoas estão invadindo. Eu não me importo porque se estão invadindo, é porque eles não têm para onde ir. Você está brava? – Perguntou encostando a porta do quarto quando se virou e encontrou Demi sentada a cama o olhando atentamente.

   - Eu não tenho motivo para estar.. – Disse colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha. – Eu só estou surpresa. Por que você não me contou? – Perguntou quando Joe se acomodou a cama ao lado dela.

   - Eu.. Eu não costumo falar sobre isso.. E também não gosto. – Joe franziu o cenho e preferiu olhar para a mesa do computador a fitar os olhos marrons de Demi que olhavam atentamente para ele. – As terras são minhas, mas não... não quero ter nenhum poder sobre elas.

   - Joe, tudo bem. – Dava para sentir que o assunto incomodava Joe, por isso Demi envolveu a mão na dele e o beijou no ombro. – Eu entendo. – Disse quando ele a olhou. – Mas acho que é importante você me contar sobre essas coisas. Segredos só servem para complicar as coisas entre a gente. – Sustentar o olhar de Demi foi uma tarefa difícil, mas Joe o fez de coração acelerado e se sentindo mal por omitir tantas coisas.

   - Você está certa. – Murmurou de cenho franzido e se sentindo entre a cruz e a espada. – Eu deveria ter te contado. – Joe se deitou a cama e sorriu quando Demi se deitou sobre ele e o beijou no pescoço.

   - Você pode contar agora. – Quando ela esboçava aquele sorriso, boa coisa não era. Joe a acariciou na cintura e a beijou na boca enquanto a apertava no bumbum por debaixo do vestido.

   - Humm.. – O murmuro dele foi de pura aprovação porque era bom demais sentir a pele macia e lisa de Demi na palma das mãos. Joe a encheu de beijos no pescoço e a deitou na cama se deitando sobre ela. – Nós precisamos resolver isso. – Como não adiantaria nada ficar deitado sobre ela, Joe se deitou ao lado de Demi no pouco espaço que tinha da cama pequena.

   - Nós vamos resolver. – Para aquelas situações Demi sempre tinha um sorriso sapeca, e assim foi quando ela se ergueu um pouco descabelada olhando para a região do zíper da bermuda de Joe que estava marcada pela ereção. – Conta, amor. – O melhor de tudo era colocar uma perna entre as dele e descansar a cabeça no peito largo enquanto a mão tinha a liberdade de acaricia-lo no peito, no músculo do braço e aperta-lo incansavelmente no pênis ereto.

   - Meus pais tinham muitas terras e dinheiro, é a minha herança. Só que eu nunca quis usufruir de nada porque.. Porque é egoísta. Eu não preciso de todo o dinheiro que está no banco e nem de milhares de hectares de terra dessa cidade, é muita coisa para uma pessoa só e eu acho que já tenho tudo que preciso. Posso trabalhar para conquistar os meus sonhos e ser feliz sem precisar tocar em nada... Sempre tive vontade de ajudar quem precisa, por isso estou doando as terras a quem não tem nada. – Era sempre bom quando aqueles lindos olhos marrons femininos entravam no campo de visão dele. Joe sorriu timidamente e sentiu as bochechas corarem.

   - Você é um amor, Joe. – Um milhão de beijinhos não seriam suficientes para mostrar como Demi amava aquele homem! Ela o abraçou exageradamente, distribuiu muitos beijinhos pelo rosto de Joe e de tão envolvida que estava em dar carinho, acabou se deitando sobre ele e ali foi a deixa para que as coisas esquentassem entre eles. – É incrível o que você está fazendo. – A voz soou sexy e baixa. O rosto de Demi estava próximo do de Joe o suficiente para que ambos pudessem sentir as respirações quentes se misturando. – Eu quero muito, muito, fazer amor com você. – Disse baixinho depois de mordê-lo no lábio inferior.

   - Eu também quero. – Trocaram olhares e então os lábios de Joe selaram o pescoço de Demi conforme ele a conduzia a se deitar ao colchão. Deitar-se sobre o corpo da namorada era a melhor coisa que existia. Joe adorava como era bom tocar a pele macia e como Demi era feminina. – É o que eu mais quero, Dem. – Uma mão estava apertando o bumbum e a outra espalmava a coxa por debaixo do vestido. Joe a mordiscou no queixo e quando a olhou nos olhos, sorriu envergonhado porque ele tinha conseguido ficar com o corpo entre as pernas da namorada mostrando como ele estava pronto para tê-la.

   - Ei, eu.. – Demi sorriu o acariciando no rosto com as mãos. – Eu quero ter um bebê com você, Joe. Antes eu só estava assustada, mas agora eu tenho certeza que tudo que eu mais quero é ter um bebê com você. – Quanto tempo eles se olharam nos olhos? Realmente não importava. Joe sorriu quando sentiu o coração transbordar de felicidade e Demi também o fez abraçando o namorado e o beijando exageradamente na bochecha. – Eu amo você, coisa fofa. – Era para ter resultado num beijo, mas Demi acabou sorrindo e Joe aproveitou para beija-la no rosto e no pescoço.

   - A vovó que me desculpa. Agora nós vamos começar a praticar para fazer um bebê. – Disse Joe se erguendo e Demi arqueou uma sobrancelha. – Eu também amo você. – No movimento que ele fez para se deitar sobre ela, os íntimos se roçaram e Demi suspirou e o abraçou contra o corpo.

   - Eu adoraria, amor. Mas acho que não é uma boa ideia. – Disse Demi assim que bateram à porta. Ela estava frustrada, porém não mais que Joe que grunhiu manhoso descansando a cabeça no pescoço feminino. – Nós vamos ter a nossa oportunidade, agora vai abrir a porta. – Ainda bem que a excitação dele já não era problema, Demi sorriu se sentando a cama para que pudesse arrumar o cabelo e o vestido ao corpo sobre o olhar carente de Joe, que antes de abrir a porta a beijou na boca e arriscou um carinho mais ousado quando cobriu o seio direito com a mão e o apertou.

   - Joseph. – Clara era tão baixinha que tinha que olhar para cima para conseguir sustentar o olhar do neto. – Vocês subiram antes de servirmos a sobremesa. – Era a razão para que Clara tinha duas taças de vidro em mãos. Uma com frutas e a outra carregada com muito pudim de chocolate.

   - Obrigada. – Demi nem sabia de onde tinha conseguido forças para dizer aquela palavra porque ela estava com vergonha e com medo de o cabelo estar bagunçado denunciando o que ela estava fazendo com Joe pouquíssimos minutos atrás.

   - Espero que você goste, querida. – Clara era tão gentil e tinha aquele ar materno que fazia com que qualquer pessoa se sentisse acolhida apenas por tê-la por perto. E para tentar interagir, Demi provou um pouco do pudim e sorriu mostrando que estava realmente uma delícia.

   - Infelizmente eu fico com as frutas. – Murmurou Joe e as duas sorriram. Clara porque estava feliz demais por ter o neto em casa junto a namorada. E Demi porque Joe era simplesmente fofo quando se mostrava emburrado.

   - Falando em frutas, hoje é dia de feira. O seu tio vai levar os verduras, você pode levar as frutas para doação? Será bom para levar a Demi para conhecer a cidade. – Disse Clara olhando para Joe, que assentiu. Era sempre daquela forma. Jon cuidava de vender os produtos que estavam adequados para venda e os que não estavam nos perfeitos padrões estabelecidos pelo governo, ficavam na responsabilidade de Joe que os doavam para as pessoas que não tinham condições de comprar.

   - Às três? – Perguntou Joe e Clara assentiu, porém estava mais interessada em observar como Demi era bonita e combinava com Joe.

   - Às três, meu menino. – Mesmo que estava envergonhado, Joe abraçou a avó e quando a olhou nos olhos, sorriu logo recebendo um beijinho carinhoso na testa. – Cuida do meu garotinho, Demi. – Joe sorriu para Demi porque ela estava corada, mas mesmo assim assentiu. – Eu já posso imaginar como vocês terão bebês lindos. – Existia uma forma de deixa-los mais envergonhados? Clara sorriu e riu porque Joe estava vermelho de vergonha assim como Demi, que apesar de tudo sorria. – Vou deixa-los a sós. Se sentirem fome, é só me chamar no pasto. Fique a vontade, meu anjo. – Demi assentiu assim que recebeu um beijo na testa. Por mais que ela estava envergonhada, se sentia acolhida por Clara.

   - Acho que todo mundo quer ver um bebê nosso. – Comentou Joe ainda envergonhado alguns minutos mais tarde e Demi arqueou uma sobrancelha porque ela tinha se lembrado do pai. Inácio era tão ciumento, que a ideia de ter um netinho era capaz de resultar num desmaio.

   - A Selena não para de me cobrar um bebê. – Disse mais concentrada no pudim a conversa com o namorado. – A sua cozinha muito bem. – Murmurou porque o pudim era mais uma prova que Clara era uma cozinheira de mão cheia.

   - É, só que eu infelizmente só posso comer alimentos saudáveis. – Resmungou Joe desinteressado em comer as frutas, mas continuou porque não dava para negar que estava gostoso. Era que ele preferia comer o pudim. – Será que você pode me dar um pouquinho? – Perguntou, mas quando ele olhou para a taça de Demi, encontrou-a vazia. – Como eu pude me esquecer de que você é quase uma formiguinha quando se trata de doces? – Os dois riram e Demi beijou a bochecha do namorado e roubou um selinho quando Joe se virou para olha-la nos olhos.

   - Você sabe que mesmo se eu tivesse pudim, eu não te daria. – Pirraçou-o pegando a colher da mão dele para comer um pouco das frutas. – Está uma delícia. – Disse o olhando e Joe fez careta se curvando para beija-la nos lábios.

   - Eu acho que você tem algo que é muito mais delicioso. – Não era para ela rir. Demi fez careta e quando já estava deitada porque Joe a conduzia a se deitar, acabou rindo e abraçou o namorado. Mesmo tentando ser sexy, Joe era fofo porque ele jamais abandonaria aquele ar de menino.

   - Desculpa, amor. – Demi o beijou na bochecha e sorriu porque Joe estava corado. – Não fica com vergonha. – Pediu depois que puxou o cabelo dele até que Joe a olhava nos olhos.

   - Eu estou tentando te conquistar para a gente fazer amor e você acaba rindo. – Murmurou manhoso descansando a cabeça no pescoço de Demi. – Você é muito, muito, muito malvada, Dem. – Definitivamente não iria rolar. Demi murmurou um palavrão e no mesmo instante que sentiu que a mão grande de Joe sondava na calcinha, guiou-a para bem longe daquela região.

   - Não sou malvada, Joe. Só não quero fazer amor aqui. – Murmurou manhosa espalmando as costas de Joe porque ele tinha se deitado sobre ela e ofegava.

   - Desculpa, Dem. Eu não quis forçar a barra. – Explicou-se alguns segundos depois se erguendo para olha-la e Demi franziu o cenho. – Desculpa. – Murmurou envergonhado se deitando ao lado dela e Demi o abraçou de lado.

   - Você não forçou nada, Joe. – Disse dando um beijinho na bochecha dele e Joe suspirou se virando para poder se deitar de frente a ela. – Não forçou nada, coisa fofa. – Demi o beijou na boca e sorriu quando o olhou e o encontrou de olhos fechados. – Está tudo bem, meu amor. – Disse quando ele a olhou nos olhos.

   - Eu não quero forçar nada entre a gente. Jamais. – Joe a tocou na cintura e a olhou nos olhos mostrando que ele falava realmente sério. – Eu só fiquei um pouquinho empolgado mais que o normal com a ideia de fazer um bebê com você. – Demi riu do biquinho de Joe e ali mesmo o mordeu.

   - Tudo bem, meu amor. Eu também fiquei, e confesso que eu faria amor com você aqui, mas a sua avó bateu à porta e eu estou com vergonha. – Demi sorriu porque gostava muito de sentir o carinho que Joe fazia no pulso tatuado. – O que nós vamos fazer agora? – Perguntou enroscando as pernas nas dele.

   - Acho que nós podemos cochilar juntinhos até dar a hora de ir doar as frutas, o que você acha? Você quer ir comigo? Depois nós podemos dar uma voltinha para você conhecer a cidade, podemos comer e depois podemos namorar. – Era um bom plano, e para mostrar que concordava, Demi se ergueu e selou os lábios nos de Joe.

***

Onde estavam os arranha-céus? Demi tinha passado boa parte da viagem da fazenda Jonas a Marble Falls olhando pela janela do carro esperando ansiosamente que chegasse a cidade. O campo era de um verde deslumbrante e carregava uma plantação de milho, maçã e abóbora por boa extensão que também pertencia à família de Joe. E o céu daquela tarde? Intrigada Demi o olhou porque em Nova York ela jamais conseguia admirar o céu sem que um prédio gigantesco surgisse no campo de visão. Era lindo que nem parecia real. Quem diria que o interior a agradaria tanto? O verde estava sempre vivo na estrada e era delicioso sentir o cheiro das árvores, olhar para o céu e admirar o campo. Aquele lugar era acolhedor e parecia tão intimo.

Por volta de quarenta minutos mais tarde, a caminhonete chegava a Marble Falls. A arquitetura da cidade era moderna no centro e mais discreta nas casinhas que ficavam longe do foco da cidade, sendo estas aconchegantes apenas de olhar. E como Demi tinha pensado, a cidade era pequena e consequentemente a população se conhecia já que não era muita gente. Prova disso era que ela recebia olhares curiosos enquanto as pessoas gentilmente cumprimentavam Joe o chamando de Joseph e menino Joseph.

   - Por onde diabos você andou, Joseph? – Demi sorriu envergonhada quando Joe foi abordado por um senhor de cabelos brancos que era muito maior que ele. O homem o abraçou calorosamente e quando a olhou, pareceu envergonhado pela forma que tinha abordado Joe.

   - Jeffrey, essa é a minha namorada, Demi. Dem, esse é um velho amigo. – Ao olhar para Joe, Demi fez uma nota mental para não esquecer que na primeira oportunidade que eles tivessem de ficar sozinhos, ela iria enchê-lo de beijos porque Joe ficava simplesmente fofo usando boné.

   - É um prazer em conhecê-la. – Demi sorriu educadamente e apertou a mão do homem mais velho.

 Pelo que Joe tinha dito, eles ficariam num lugar mais discreto para não interferir nas vendas de outras pessoas. Depois que Jeffrey se despediu para voltar para barraca de amendoim, Joe montou o toldo para proteger as frutas do sol daquela tarde com a ajuda da namorada, que na verdade mais atrapalhava que ajudava.

   - Coisa linda, você está chamando muita atenção. – Aproveitando que a namorada estava sentada no banco do carona mexendo no celular, Joe se curvou para beijá-la nos lábios e depois na bochecha.

   - Ei, eu não estou chamando atenção coisa nenhuma. – Murmurou Demi desviando o olhar do celular onde a conversa com as irmãs e Selena estava a todo vapor para olhar Joe, que se curvou para beija-la na boca mais uma vez.

   - Está sim. Você é a mulher mais linda que já pisou nessa cidade. – Era um elogio um tanto exagerado. Demi revirou os olhos, mas quando olhou para Joe, sorriu porque ele sorria para ela. – Vem ficar comigo, hum? Você vai gostar de doar frutas. – Disse a empurrando para conseguir se sentar ao banco ficando pertinho de Demi que fez careta, mas também não reclamou porque ela gostava de ficar agarrada a Joe.

   - Amor. – Murmurou Demi bloqueando o celular para depois abraçar Joe de lado e olha-lo nos olhos fazendo a melhor cara de cachorrinho carente. – Eu estou com vergonha. – Tornou a murmurar manhosa e Joe a beijou nas bochechas todo exagerado.

   - Não precisa. Você estará comigo. Vai ser legal, prometo. – Ele disse a olhando nos olhos e segundos depois Demi assentiu porque confiava no namorado. – Se você não gostar, nós podemos ir embora. – A voz de Joe era tão calma e gentil. Demi o olhou nos olhos e respirou fundo porque era incrível como o verde era hipnotizante e simplesmente lindo! Ela o olhou nos olhos admirada, assim como ele também a olhou pensando em como ela tinha os olhos marrons mais femininos e meigos que ele já tinha visto.

   - Tudo bem. – Porque eles se olhavam a um bom tempo e não diziam nada, Demi sorriu, umedeceu os lábios e se aproximou de Joe para beija-lo na boca. – Também amo você. – Disse Demi assim que Joe sussurrou aquelas palavrinhas que ela tanto gostava de ouvir e a abraçou.

   - Pronta? – Como era carinhoso, Joe a beijou na testa e quando disse aquelas palavras foi a olhando os olhos.

   - Pronta, príncipe. – Sorridentes, os dois desceram do carro e se acomodaram nos banquinhos lado a lado.

Segundo Joe, a estratégia era não anunciar em alto e bom som que aquelas frutas não estavam a venda, mas discretamente e para o público alvo que eram para doação porque ele não queria atrair o público errado. E assim foi feito. Discretamente as frutas foram distribuídas e a cada agradecimento, o sentimento de estar fazendo o bem ao próximo era incrível. Teve uma hora que Joe resolveu levar a caminhonete para uma rua onde segundo ele, havia mais movimento de pessoas carentes.

   - Acho que acabou rápido. – Comentou Demi amarrando o cadarço do all star antes que tivesse que descer da caminhonete novamente. Como eles tinham planejado sair, ela tinha trocado de roupa porque não sabia exatamente se à noite continuaria calor ou faria frio.

   - Sempre acaba rápido. – Disse Joe escorado no lado de fora do carro perto de Demi. – Tem muitas pessoas que não tem condições de comprar uma grande variedade de frutas e legumes. Quando eu tinha os meus quinze anos, notei que na fazenda sempre perdíamos alimentos porque não tinha tanta gente para consumir. Então pedi a permissão da vovó para doar. – Joe sorriu e arqueou uma sobrancelha quando flagrou Demi da mesma forma que ele. – O que foi? – Perguntou envergonhado, mas não deixava de sorrir porque gostava de como a namorada era sapeca e fofa.

   - Você é o cara mais gentil que eu conheço. – Será que ela tinha noção de como aquele sorriso genuíno era o mais lindo que Joe já tinha visto?

   - E você é a mulher pálida mais bonita que eu já vi. – Era apenas uma brincadeira! Joe riu da careta de Demi, e para pirraça-la, arriscou fazer cócegas, o que resultou numa senhora cara emburrada. – Dem! – Ele disse rindo e a beijou na bochecha. – É só uma brincadeira. – Ele era forte e habilidoso o suficiente para conseguir erguer Demi e se sentar no lugar dela logo a colocando no colo.

   - Você pode anotar, Joseph: eu vou me bronzear tanto que vou ficar mais morena que você. – Resmungou Demi tentando sair dos braços do namorado que riu e a abraçou pela cintura a impedindo de sair daquele pequeno espaço.

   - Deixa de coisa, você sabe que eu amo como você é toda rosadinha. – A voz sussurrada e a mordida na orelha poderiam até afetar Demi deixando-a de bochechas coradas e ansiosa para namorar com Joe, mas ela não iria ceder só para pirraça-lo. – Foi só uma brincadeira. Não fica chateada comigo, por favor. – Descansando a cabeça no ombro feminino, Joe o beijou e ronronou manhoso porque gostava muito do cheiro do creme de Demi. – Ei. Não fica chateada comigo. – Pediu novamente e Demi relaxou no corpo dele e minutos depois se virou para beija-lo.

   - Eu não vou ficar chateada com você só porque eu te amo, apesar de você ser muito chato quando quer, Sr. Coradinho. – Às vezes acontecia das bochechas de Joe ficarem coradas sozinhas, e Demi adorava como ele ficava fofo quando acontecia. Ao se virar, o corpo dele se encaixou entre as pernas e Demi esboçou um pequeno sorriso porque pelo olhar de Joe, ela conseguia sentir como ele a amava e a desejava. – Você sabe que nós estamos num lugar público, certo? – Perguntou olhando brevemente para os lados. Sorte era que as pessoas estavam mais concentradas na feira que ficava do outro lado da praça. – Eu estou numa posição comprometedora e não quero ser presa por ato obsceno em público.

   - Eu só sei que amo você. – Ele disse minutos mais tarde porque não se cansava de admirar como a namorada era linda. – E você está numa posição perfeita, mas só para mim. – Joe sorriu e a puxou para um beijo que com o passar dos segundos ficava mais intenso com direito a mordidas e mãos bobas.

   - Ei. Está escurecendo e nós não podemos namorar aqui. – Demi sorriu quando partiu o beijo se erguendo, mas Joe a puxou de volta para dar vários selinhos nos lábios e no rosto dela. – Joseph, não podemos! – Reclamou Demi porque Joe tinha encostado a cabeça um pouco acima dos seios para beija-la ali.

   - Eu sei, desculpa. – O jeito foi descer do carro. Demi umedeceu os lábios e começou a domar o cabelo. Ela até sorriu ao olhar como Joe estava descabelado, corado ofegante e com a ereção marcando a bermuda. – Eu só preciso de uns minutinhos. – De olhos fechados ele permaneceu por minutos a fio, e naquele intervalo de tempo Demi se recostou na caminhonete e buscou pelo celular no bolso da calça jeans.

Ter mais mil mensagens no Whatsapp era uma novidade, porém ter mais de duas mil mensagens era de ficar intrigada. Ao abrir o aplicativo, Demi arqueou uma sobrancelha porque ela estava em muitos grupos que tinham o nome relacionado a “Garotas Super Poderosas”, “Means Girls”, “Means Girls – Sem crianças”, “Means Girls sem a cobra/Megan”, “Means Girls sem a vaca/Hannah”. Era uma pergunta muito interessante o que Demi tinha acabado de pensar: de onde diabos aquelas garotas tiravam tanta energia e criatividade? Não era que as irmãs não eram importantes, primeiro Demi optou por responder Dianna e Selena para depois descobrir o que aquelas garotas aprontavam.

   - Dem, vamos andar um pouquinho? Depois nós podemos ir para casa. – Quando Joe a abraçou de lado, Demi assentiu e guardou o celular para que pudesse dar atenção para o namorado.

   - Você está bem? – Perguntou o abraçando e olhando para cima para que pudesse sustentar o olhar de Joe.

   - Estou. – O beijinho na testa sempre a fazia bem. Demi sorriu e preferiu ficar mais alguns minutos envolta no abraço de Joe. Era muito bom se sentir protegida, amada e feliz. – Eu estou com fome, e você gatinha? – Perguntou Joe assim que trancou a caminhonete e ofereceu a mão para que Demi pudesse segura-la.

   - Estou. – Ser baixinha e namorar um homem alto como Joe era desproporcionalmente fofo. Sempre que iria dizer algo para ele, Demi tinha que olhar para cima, porém não achava ruim. Ela segurou a mão do namorado e sorriu o olhando porque Joe estava concentrado em olhar para ambos os lados da rua para que pudessem atravessar em segurança.

Tinha anoitecido tão rápido. Quando Demi olhou para o céu da pequena Marble Falls, a sensação de ver o céu escuro com traços do por do sol foi nostálgica e deliciosa. Parecia ser um bom lugar para viver e tudo ali parecia colaborar com a teoria. Na pracinha da cidade havia jovens, crianças, adultos e idosos. Todos pareciam contentes conversando e interagindo. E como era novidade, Demi olhava tudo curiosa assim como também algumas pessoas a olhavam.

A cada passo, Demi descobria que o namorado, além de muito conhecido pelos moradores como o menino Joseph, também era mais exagerado do que ela poderia se lembrar. Primeiro foi o algodão doce cor de rosa, depois a pipoca gourmet que tinha uma fila gigantesca.. Ah! E aquela coisa de sorvete de abóbora? Calculando mentalmente o resultado de todas as comidas que Joe queria comprar, Demi chegou a conclusão que ela perderia um bom número de jeans... E ela não poderia negar que estava curiosa para experimentar tantas comidas diferentes e relembrar o gosto das que já conhecia. A feira era interessante e Demi gostou de caminhar de mãos dadas com Joe e ser mimada, mas quando ele teve a ideia de comprar um balão em formato de coração a gás hélio, Demi achou que era exagero demais.

   - Joe, chega de comida. – Disse Demi discretamente porque Joe a arrastava para a barraca de doce de leite. A verdade era que Joe queria que alguém comesse tudo de doce que ele não podia comer.

   - Só quero que você conheça o pessoal. – Disse Joe envergonhado. Para ele, era muito bom ter uma namorada para andar de mãos dadas, principalmente uma tão bonita como Demi. Quando mais novo, a vergonha sempre o impediu de explorar toda a feira daquela forma, nem mesmo quando Derick ou Rose o acompanhava, Joe se sentia seguro porque parecia que as pessoas sempre estavam falando sobre ele e as malditas fotos que Lucas tinha espalhado pela escola. O bom era que com Demi, tudo parecia certo e ele sabia que ela o protegeria e vice-versa. A verdade era que Joe se sentia diferente do rapaz de seis meses atrás que saiu do Texas para ir se aventurar em Nova York. Ele tinha crescido e gostava daquela sensação de ser normal como os outros rapazes.

   - Joe, devagar. – Demi franziu o cenho e só não levou as mãos aos joelhos porque estavam em público. Aquela andada tinha sido cansativa porque não dava para acompanhar Joe. As pernas dele eram maiores que as dela.

   - Desculpa, Dem. – Joe sorriu sem graça e a guiou sem pressa para um banquinho de concreto longe do fluxo de pessoas. – Acho que eu fiquei um pouco empolgado. Eu nunca me senti tão à vontade e seguro aqui para andar em público como estou me sentindo com você. – Explicou-se a olhando nos olhos e Demi franziu o cenho.

   - O que você quer dizer? – Perguntou envolvendo a mão a dele e Joe desviou o olhar do dela, franziu o cenho e quando voltou a olha-la, umedeceu os lábios.

   - Ah, eu já te contei que o pessoal não era muito gentil comigo na escola. – Disse Joe envolvendo mais os dedos aos de Demi que assentiu levando a mão livre ao rosto dele. – É uma longa história, depois eu conto. – Como o sorriso dele era triste, Demi abraçou o namorado e o beijou na bochecha. Para ela, era um absurdo alguém pensar em machucar um cara tão incrível como Joe.

   - Eu vou cobrar. – Sorrindo, Demi puxou a barba do queixo de Joe para fazê-lo sorrir e aos pouquinhos se aproximou para beija-lo na boca num beijo simples e que mostrava como os dois se amavam. – Você é um homem incrível e ninguém nesse mundo pode dizer o contrário. – Disse o olhando nos olhos quando partiram o beijo e Joe esboçou um sorriso fraco e a abraçou forte. Ele queria acreditar naquelas palavras e que Demi continuasse acreditando quando soubesse do que tinha acontecido... Infelizmente ao olhar para as pessoas ainda abraçado a Demi, o coração de Joe disparou no peito porque alguns metros de onde estava, Rose conversava e ria com duas garotas de algo no celular. – Ei! Eu estou falando com você. – Demi o chamou e quando Joe a olhou, ele sentiu o coração apertar porque Demi não merecia passar por aquela situação e ele não a merecia.

   - O que você disse? – Perguntou Joe sem olha-la nos olhos, mas o fez quando Demi segurou as mãos dele.

   - Que eu acho que está na hora de nós voltarmos para casa. – O sorriso de Demi poderia dizer muita coisa, mas o importante era que Joe entendia exatamente o que significava. Ele sorriu um pouco sem jeito, coçou o cabelo da nuca e assentiu quando a namorada encostou a cabeça no ombro dele e riu toda sapeca. – Alguma ideia? – Perguntou Demi toda sorridente se levantando e Joe arqueou uma sobrancelha.

   - Acho que nós podemos visitar a minha casinha na árvore. – Era o lugar mais reservado que Joe conseguia pensar no momento. E até seria muito romântico passar uma noite lá. – Você tem medo de altura? – Perguntou se levantando e buscando a mão dela para segura-la para que eles pudessem caminhar lado a lado.

   - Um pouquinho, mas eu sei que você vai me proteger e não vai me deixar cair. – Demi sorriu quando Joe a abraçou de lado e ela também o fez ficando o mais possível agarrada a ele. Por mais que no Texas era geralmente quente, naquela noite em Marble Falls o tempo estava agradável e às vezes ventava frio.

Não havia pressa, então o casal caminhava distraído e no próprio tempo observando as pessoas e as diversidades da feira. Algumas vezes Joe olhava discretamente para os lados a procura de Rose, ela era simplesmente a última pessoa que ele queria topar no mundo todo porque a situação com a prima tinha passado de todos os limites e ele estava super encrencado por algo que nem mesmo se lembrava. Joe só não esperava quase esbarrar com tudo em um casal que pelo visto estava tão distraído quanto ele e Demi. Evelyn e o namorado, Andrew.

   - Joseph, oi. – Evelyn sorriu discretamente para Joe, e ele também o fez a olhando nos olhos porque gostava de como os olhos cor de mel eram bonitos e femininos. Será que era errado achar outra mulher bonita? Joe olhou para Andrew, que não parecia nada feliz e logo olhou para Demi que tinha acabado de desviar o olhar da praça como se olha-la fosse realmente interessante para olha-lo nos olhos.

   - Oi, Evelyn. – Disse Joe um pouco inseguro. – Essa é a Demi, a minha namorada. Dem, essa é Evelyn, minha amiga. – Será que ele tinha dito algo de errado? Andrew o olhou com uma sobrancelha arqueada e Joe engoliu em seco louco para correr para longe dali. Era estranho. Evelyn e Demi se cumprimentavam, e na cabeça de Joe parecia errado. Demi era a mulher que ele amava e Evelyn a mulher que ele achava bonita e que, se fosse solteiro e mais social, convidaria para sair.

   - Nós vamos indo. Até qualquer dia. – Disse Evelyn percebendo que não era nada convencional os dois conversarem depois do quase beijo.

   - Como está a Catty? – Joe perguntou antes que Evelyn virasse as costas. E Deus! Ele se xingou mentalmente porque não sabia exatamente o que estava fazendo.

   - Ela está ótima. Adorou os legumes. Até, Joseph. – Evelyn e o namorado saíram do campo de visão de Joe tão rápido quanto entraram. E alguém ao lado do rapaz não estava nada feliz. Respirando fundo, Joe coçou o cabelo da nuca e olhou para Demi que se fazia de distraída olhando o movimento daquela noite. O fato era: ele tinha uma namorada ciumenta e que armava uma briga por pouca coisa... Imagina quando ela soubesse o que de fato tinha acontecido?

   - Pensei que você não tinha amigas, além da sua prima. – Se toda vez que Rose e Evelyn estivessem no mesmo contexto o coração de Joe acelerasse daquela forma, ele estaria em maus lençóis. – Estou dizendo por que você não conseguia conversar com uma mulher sem começar a gaguejar e ficar todo atrapalhado. – O caminhar apressado de Demi não era boa coisa e Joe era quase que guiado pelos dedos enlaçados.

   - Eu a conheci essa semana. Acho que tem três ou quatro dias. – Disse Joe olhando para os lados da rua antes de atravessar.

   - Você precisa de apenas três ou quatro dias para considerar uma mulher como amiga? Uau. Estou impressionada. – Demi estava irritada porque odiava a ideia de compartilhar Joe com outra mulher mesmo que não fosse acontecer. E como não conseguia controlar a raiva, ela tentava usar a ironia a favor.

   - É só uma amiga. – Murmurou Joe destravando a caminhonete logo abrindo a porta do carona para Demi.

   - Você estava muito interessado. – Disse Demi assim que Joe abriu a porta do motorista. – Quem é Catty? Uma segunda amiga? – Não tinha como evitar! Demi pegou o celular, olhou a hora e cruzou os braços fitando Joe, que tinha levado as mãos ao rosto porque não aguentava pressão.

   - Catty é a filha dela. – Resmungou de coração acelerado, e quando olhou para Demi franziu o cenho porque a culpa estava o esmagando a cada segundo. – Eu amo você. Ok? – Começou a dizer um pouco desesperado e foi aí que o coração de Demi acelerou e os olhos se abriram um pouco mais porque ela conhecia muito bem aquele começo de frase. – Não aconteceu nada entre a gente. – Ele disse de imediato quando percebeu como a namorada estava estática o olhando. – Só que... Rolou um clima e eu quase a beijei.



Continua... Desculpem, desculpem e desculpem a demora! Como vocês estão estão? Eu estou bem e acho que por enquanto podendo respirar fundo sem que a consciência pese. Foram dias longos e cansativos de estágio, trabalhos em grupo </3 - ódio - e provas. Porém sobrevivi, não posso dizer que com a mesma sanidade, mas aqui estou eu hahaha brincadeiras a parte. Realmente desculpem por quase um mês sem postar. Comecei a escrever e por conta da faculdade junto a falta de ideias, demorei todo esse tempo. Não sei se ficou bom. Confesso que gostei de algumas partes, mas não sei se outras ficaram realmente boas e como vocês gostariam.. Tem muita coisa para acontecer e isso pode/vai ficar incrível, eu só preciso me reconectar as minhas ideias e trabalhar muito mais nessa fanfic. Obrigada a todas/os por esperarem todo esse tempo, vocês são incríveis. Um beijo e obrigada pelos comentários! Até mais :)