24.7.17

Capítulo 45


   - Está tudo bem? Você está estranho. – A voz de Demi soou entre os acordes de Wish You Were Here do Pink Floyd e Joe não soube a imediato responder a pergunta. Estavam a caminho do restaurante que jantariam, só que Dianna não estava acomodada no banco de trás como deveria. Não, ela estava logo atrás no SUV preto de Inácio.

   - Está tudo bem. – Limitou-se a dizer e quando percebeu que tinha soado duro, ele a olhou rapidamente porque estava dirigindo e levou a mão para cobrir a dela. Mais cedo, no instante que Inácio surgiu justamente quando eles estavam saindo, Demi resolveu chama-lo para se juntar a eles. E Joe não tinha ficado feliz. – Por que você o convidou? – Perguntou tentando parecer mais relaxado.

   - Porque eu acho que a mamãe gosta dele. – Disse inocentemente e Joe engoliu em seco sem saber lhe dar com a situação. – Hoje no café da manhã nós conversamos sobre ele. Ela disse que é um velho amigo da época da adolescência e que ele é viúvo. Então eu pensei: por que não? Seria muito bom para ela ter alguém, Joe. Quem sabe assim ela consegue ter uma vida.. Melhor? – Tudo bem, ele não a julgaria porque Demi estava pensando numa forma de melhorar a vida da mãe. Porém era tão absurdamente irônico. Inácio era o cara que tinha a violado! Não tinha como aquilo dar certo! Jamais. E Joe se perguntava como Dianna estava suportando estar naquele carro com o homem. Será que ele estava a ameaçando? Era uma alternativa.

   - Ela disse que ele é um velho amigo da época da adolescência? – Perguntou de cenho franzido guiando o carro o mais passivamente possível.

   - Sim. Ele é um amigo. – Demi colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e olhou pelo vidro da janela o carro de Edward ao lado. – Ele conheceu a vovó. – Comentou e Joe assentiu tentando encaixar a informação as que ele tinha sobre o caso Dianna e Inácio. – É muito bom ela ter amigos. Ainda mais um que a conhece dede que ela era adolescente. Acho que pode ajuda-la a largar essa vida, sabe? Pessoas que querem que ela fique bem. – Estava difícil de concordar com ela. Joe assentiu por obrigação porque não queria levantar suspeitas. A situação por si só já era demais e criar um clima estava fora de cogitação.

   - Você vai dormir comigo hoje? – Ele perguntou mudando de assunto quando pararam num sinal vermelho.

   - Você quer dormir comigo? – Demi sorriu quando ele se curvou para dar um selinho nos lábios dela e sussurrar um “Sim” a olhando nos olhos. – Então eu vou dormir com você. – Ela o puxaria para trocar um beijo longe de ser inocente, mas Joe teve que seguir com o carro quando o sinal abriu.

O restaurante que Demi tinha escolhido não ficava longe, só foi ruim encontrar um lugar para estacionar. O que ele faria? Joe observou Demi tirar o cinto de segurança e relutante ele tirou o dele. Alguém precisava contar a verdade a ela!
   - Joseph? – Ele ficou tão perdido em pensamentos que só percebeu que Demi o chamava quando ela o sacudiu levemente. – Você está bem? – Tornou a perguntou e Joe engoliu em seco.

   - Eu só estava pensando. – Ele acabou forçando um sorriso porque, por mais que queria contar a verdade, infelizmente não era algo que ele deveria se meter. – Pronta? – Joe deu um beijinho no pescoço de Demi e por alguns segundos ele ficou com a cabeça repousada na curva do pescoço da amada adorando sentir o cheiro dela.

   - Se você não estiver se sentindo bem, nós vamos ao hospital, tudo bem? – Ela disse erguendo o rosto dele com as mãos e Joe assentiu recebendo o selinho demorado. – A sua saúde vem em primeiro lugar, querido. – Disse o olhando nos olhos mesmo com o interior do carro sendo iluminado apenas com a luz do exterior, mas ainda sim era o suficiente para Demi conseguir fitar os olhos verdes de Joe e eles os marrons dela.

   - Prometo que vou falar se alguma coisa estiver errada comigo. – Ele a beijou na bochecha e sinceramente, não queria soltá-la e muito menos sair daquele carro. Era tão bom e tranquilo ficar com Demi. Com ela, Joe sabia que tudo seria bom e ele teria momentos felizes, já com Dianna acompanhada por Inácio a história era completamente diferente e ele estava com medo de onde aquilo tudo iria dar.

   - Vamos? – Ela perguntou acariciando a bochecha dele e Joe assentiu um pouco relutante.

A cena simplesmente embaralhou os pensamentos de Joe ainda mais. Ele tinha acabado de descer do carro e se preparava para abrir a porta para Demi. E poucos metros dali Inácio fazia a mesma coisa com Dianna, e quando ele estendeu a mão para ela, Dianna sorriu verdadeiramente. E lá estava Demi de novo o acordando do transe, dessa vez ela deu batidinhas no vidro da janela e Joe abriu a porta do carro um pouco atrapalhado.

   - Tem certeza que você está bem? – Demi perguntou estranhando o comportamento dele e Joe assentiu prontamente. – Amor, você está bem? – Perguntou preocupada enlaçando o pescoço dele com os braços e Joe ficou sem saber o que fazer.

   - Estou Dem. – Ele praticamente foi obrigado a enlaçar a cintura dela com os braços porque Demi o olhava daquela forma que ele conhecia muito bem. Ela queria um beijo e as bochechas de Joe estavam coradas porque ele se lembrava constantemente dos conselhos de Ed. E neles não estavam inclusos beijos, apenas selinhos. Porém Demi encaixou os lábios e aos pouquinhos conduziu a língua para acariciar a dele que cedeu segundos depois se permitindo relaxar nos braços da amada. – Eu te amo, ok? Se tiver alguma coisa te incomodando, é só falar que nós damos um jeito. – Ela tinha olhado nos olhos dele e foi tão sincera nas poucas palavras.

   - Eu também te amo princesa, e muito. – Joe acariciou o rosto dela e deu um selinho demorado nos lábios de Demi que acabou sorrindo e abraçando o namorado.

   - Ei pombinhos, nós estamos esperando. – A voz de Dianna fez Demi sorrir envergonhada e Joe corou sem saber como ele fitaria os pais da namorada.

   - Não precisa ter vergonha, eu estou com você. – Disse Demi apenas para que Joe pudesse ouvir e ele assentiu enlaçando os dedos aos dela para que eles pudessem caminhar com Dianna e Inácio ao lado. Pareciam dois casais apaixonados tendo uma noite agradável. Adentraram o restaurante com apenas Demi e Dianna trocando pouquíssimas palavras, Inácio e Joe estavam rígidos e eles preferiam não trocar olhares, principalmente Joe. – Amor, está sujo de batom aqui. – Porque ela tinha que conversar tanto? Joe franziu o cenho quando Demi limpou o batom da bochecha dele, mas ele acabou sorrindo quando ela o olhou nos olhos e também sorriu o puxando para que eles se acomodassem a mesa. O lugar não era como os convencionais, as mesas eram mais reservadas e a iluminação, assim como a decoração, dava um ar romântico e elegante ao restaurante.

   - Você é muito tagarela, Demetria. – Disse Joe arrancando um sorriso de Demi que envolveu os dedos aos dele e fitou Dianna ainda com aquele sorriso lindo nos lábios. Ela só estava feliz por ter as duas pessoas mais especiais de toda a vida ali com ela compartilhando aquela noite. Só faltava mesmo Ed e Selena para que tudo ficasse perfeito.

   - Vamos pedir agora? – Perguntou Demi fitando os olhos da mãe para depois os de Edward. Ela queria que desse certo aquele relacionamento de Dianna, e faria de tudo para ajuda-la.

   - Dianna? – Demi olhou para Inácio com certa admiração. Ele era um homem muito bonito. Os olhos castanhos dele eram intensos      e carregavam um brilho admirável de segurança e maturidade. O cabelo grisalho tinha o seu charme penteado de um jeito despojado com direito até mesmo um topete. Ele era sexy, e como era! A barba também apresentava alguns dos fios grisalhos e estava por fazer. E fato dele ser mais alto que Joe e forte, o deixava ainda mais atraente. – O que você quer querida? – Ele disse quando Dianna o olhou e Demi mordeu o lábio inferior quando Inácio e Dianna trocaram um olhar intenso, e bem, ele tinha o braço na cabeceira da cadeira onde Dianna estava sentada.

   - Crianças? – Disse Dianna a olhando e Demi sorriu sem jeito porque ela estava gostando demais da ideia da mãe ter um namorado.

   - Amor? – Demi olhou para Joe desejando beijá-lo na boca da forma mais intensa que ela poderia. Ele também estava lindo todo vestido de preto e o fato dele estar envergonhado o deixava fofo e ainda mais beijável.

   - Você quem decide, princesa. – Ela sorriu envergonhada, mas mesmo assim beijou a bochecha do namorado e deitou a cabeça no ombro dele completamente apaixonada.

   - Nós podemos pedir um bom vinho e conversar, o que vocês acham? – Disse Inácio. Conversar? Joe engoliu em seco porque ele não queria conversar com Inácio e Dianna, a única ideia que o agradava era ficar bem longe daqueles dois porque eles cheiravam a encrenca para o lado dele. Mas não teve jeito, Dianna e Demi assentiram e Edward pediu pelo vinho que foi servido em pouquíssimos minutos. Então lá estava Joe, o único na mesa que estava realmente sem jeito. Demi tinha a cabeça deitada no ombro dele e vez ou outra ela bebericava um pouco do vinho. Dianna estava tranquila observando o movimento do restaurante e Inácio vez ou outra lançava olhares para Joe claramente não aprovando como ele e Demi eram grudados. – Vocês estão juntos há quanto tempo? – Inácio perguntou com certa curiosidade fitando os olhos de Joe para depois os de Demi, que se ergueu para tomar mais um pouco do vinho.

   - Bem.. – Ela começou a dizer e por mais que Joe estava tenso, ele sorriu quando teve os dedos enlaçados pelos da namorada. – Nós estamos oficialmente namorando tem uma semana. – Disse Demi fitando os olhos de Joe.

   - Oito dias, princesa. – Corrigiu o rapaz com o cenho um pouco franzido e Demi sorriu. – Oficialmente desde o dia dois desse mês. – Ele disse orgulhoso e Demi tornou a sorrir o achando fofo.

   - Mas nós estamos juntos há quase dois meses. – Ela disse fitando os olhos de Inácio.

   - Como vocês se conheceram? – Disse Inácio e Dianna aproveitou para dar um tapinha no joelho dele por debaixo da mesa porque ela sabia aquele não era o momento para ele encher Demi de perguntas, principalmente para sondar o namoro dela e até mesmo proibi-la como ele fazia com as outras garotas.

   - É uma longa história. – Disse Demi fitando os olhos de Dianna com um pouco de receio e ela não soube ser muito discreta quando repreendeu Inácio, o que fez Demi rir baixinho. – Eu estava com os meus amigos numa pizzaria. – Começou a dizer mais para Dianna do que para Inácio porque o que aconteceria naquela noite, caso Joe não tivesse impedido, seria o suficiente para fazê-la desistir de tudo. – Eu quis ir para casa sozinha mesmo com a insistência da Sel para me levar, então eu fui. No meio do caminho um homem me abordou. Ele queria os meus pertences e... E assim que eu os entreguei, ele me encurralou num beco. O Joe me salvou naquela noite. – Ela forçou um sorriso fitando o namorado que beijou a testa dela com todo o cuidado e respeito. Ele jamais se perdoaria se tivesse deixado aquele monstro violar qualquer que fosse a mulher na presença dele.

   - E..eu jamais vou deixar nenhum homem te machucar. – O desafio estava lançado. Oh sim. Joe umedeceu os lábios quando trocou um breve olhar com Inácio antes de olhar para Demi esboçando um sorriso tímido. Ela estava sem jeito porque tinha sido daquela forma bruta que Dianna jurava que ela tinha sido gerada, e contar a história na frente da mãe complicava a situação ainda mais.

   - Eu não sei o que passa na cabeça desses homens. – Dianna respirou fundo quando Inácio encheu mais a taça de vinho e tomou o líquido num gole só claramente irritado.

   - Eu também não. – Por que diabos Joe estava tão na defensiva? Ele mesmo se repreendeu porque não deveria afrontá-lo com indiretas.

   - Você fez certo rapaz. – Comentou enchendo mais a taça de vinho chamando a atenção de Demi e Dianna. – Se eu pudesse, eu não permitiria que essa barbaridade acontecesse com as mulheres. – Estava claro que ele tinha dito aquela frase especialmente para Dianna, e Demi percebeu que eles eram realmente amigos desde adolescente e que Edward sabia da forma brutal que ela tinha sido gerada. – Eu tenho sete princesas para cuidar e eu não me perdoaria caso acontecesse alguma coisa com elas. – Joe assentiu pensando em Hannah e em Augusto. Inácio só queria protege-la assim como as outras garotas. O estranho era: se ele tinha abusado de Dianna, porque ele dizia aquelas palavras com tanta revolta e convicção? Joe observou brevemente a mãe da namorada que estava calada e optando por apreciar o vinho.

   - Você tem sete filhas? – Perguntou Demi impressionada e Inácio assentiu a olhando de uma forma tão especial que a fez sorrir verdadeiramente mesmo envergonhada.

   - Tenho as minhas três primogênitas de vinte e três anos. – Ele disse sorrindo e Demi franziu o cenho, mas sorriu. – Então vem Hannah com dezesseis, Megan com quatorze, Amber com onze e Alicia com dois aninhos. – Ele parecia ser um bom pai. O jeito que falava no nome das garotas sem toda aquela frieza de mais cedo fez Joe perceber que Inácio parecia ser um bom homem, ao menos com as filhas e no fundo só queria protege-las.

   - Você teve trigemeas? – Perguntou curiosa e Dianna enrijeceu quando Inácio a olhou como           se perguntasse se ele poderia contar que era o pai daquela garota.

  - Não. Eu tive gêmeas com a mãe das minhas seis meninas e na mesma época eu engravidei a garota que eu estava apaixonada. – Ele disse olhando de Demi para Dianna e Joe percebeu que ela estava mentindo. Era claro que estava! Como ele não tinha considerado o fato de Dianna estar mentindo? Era a única explicação cabível!

   - Vamos pedir? Está ficando tarde. – Disse Dianna. A mulher era uma verdadeira raposa! E ela estava começando a ficar encurralada, por isso preferia mudar de assunto. Joe colocou o braço nos ombros de Demi como se quisesse protege-la e enlaçou os dedos mais aos dela.

Foi interessante ver a química de Inácio e Demi surgir tão naturalmente. Eles estavam na liderança para pedir os pratos e vez ou outra trocavam sorrisos que deixavam o homem mais velho emocionado e com o coração batendo mais rápido.

   - E você rapaz, tem irmãos? – Inácio perguntou a Joe e ele negou balançando a cabeça um pouco envergonhado porque os pais de Demi olhavam para ele.

   - Meus pais faleceram quando eu ainda era bebê. – Ele disse tímido e foi de partir o coração, tanto que Demi o abraçou de lado como se o confortasse e sussurrou apenas para ele que o amava.

   - Qual a sua idade? –Dianna tentou repreender Inácio quando ele colocou aquela mascara de pai durão, não teria como segurá-lo. Joe murmurou um vinte e três tão intimidado e a tensão entre eles era perceptível por todos, exceto por Demi. – De onde você é?

   - Do interior do Texas, vim para Nova York a trabalho. – Mesmo quando o garçom os serviu, o clima continuou pesado entre os homens e Inácio parecia ainda mais disposto a interrogar o namorado da filha.

   - Você trabalha com que? – Perguntou Inácio fitando os olhos de Joe mesmo degustando da comida.

   - Sou analista de redes. – Disse Joe depois de bebericar um pouco do vinho já que ele não podia abusar de bebidas alcoólicas.

   - Analista de redes? – Inácio arqueou uma sobrancelha e assentiu. – É uma boa área. – Joe assentiu envergonhado e por alguns minutos eles ficaram em silêncio, nada constrangedor ou desagradável. – E quais são as suas intenções com a garota? Você prende pedi-la em casamento quando? – Deus! Demi arregalou levemente os olhos e Dianna repreendeu Inácio com um olhar, mas ele deu de ombros e tornou a fitar Joe. – Um homem só deve namorar uma mulher se pretende ter um futuro ao lado dela. – Completou e Joe assentiu trocando um breve olhar com Demi.

   - E..eu.. eu.. – Era hora para gaguejar? E ele apostava que estava vermelho!

   - Toma um pouco de vinho e respira fundo. – Inácio encheu mais a taça de Joe com vinho e riu quando o rapaz corado tomou um pouco do vinho e fitou os olhos da namorada que também estava corada.

   - Eu vou pedi-la em casamento daqui alguns meses quando as coisas estiverem melhores. – Joe se sentiu tão seguro quando Demi enlaçou os dedos aos dele. – Eu a amo e as minhas intenções são as melhores. – Eles trocaram um olhar demorado e intenso, e mesmo intimidado, Joe não ousou em romper aquela conexão por nada.

   - Muito bem. – Disse Inácio voltando a atenção para comida. – Você tem um bom genro, Dianna. – Ele disse a olhando e Dianna assentiu sorrindo um pouco sem graça.

   - Desculpe a pergunta indiscreta. – Começou a dizer Demi e antes continuar, ela bebericou o vinho. – Você também é assim com os namorados das suas filhas? – Perguntou inocentemente e Inácio franziu o cenho emocionado, engoliu o choro e trocou um breve olhar com Dianna perguntando novamente se ele poderia contar a verdade.

   - Um pai só quer proteger a garotinha dele. – Disse trocando um longo olhar com Demi. – Não podemos entrega-las para qualquer um. Geralmente, com o namorado das minhas meninas, essa é apenas a primeira fase para saber se o cara é bom, na verdade nenhum homem é bom o suficiente para as minhas garotas, mas eu só os tolero porque é o que um pai faz. – Ele disse fitando os olhos de Joe.

   - Você não pode ser tão malvado. – Ela disse esboçando um sorriso divertido e Inácio negou balançando a cabeça.

   - Um dia elas vão entender. – Dianna bebericou do vinho e observou Demi. A vontade dela era de puxar a orelha de Inácio. Por mais que as coisas eram complicadas, ele não precisava ser tão intimidante com Joe. Não agora e nem depois.

   - Filha, vamos ao toalete? – Disse Dianna a Demi e ela assentiu feliz porque era muito bom ser chamada de filha.

   - Eu já volto, coisa fofa. – Ela tinha que dar aquele selinho nos lábios dele e chama-lo de coisa fofa? Aquilo não era nada bom para a reputação dele, não perto de Inácio que arqueou uma sobrancelha quando Dianna e Demi saíram de braços dados em direção ao banheiro feminino.

   - Suas intenções são as melhores? Você não respondeu a minha pergunta. – Quando aquele pesadelo iria acabar? Joe engoliu em seco e pensou no que ele poderia dizer. Agora entendia porque o namoro de Augusto e Hannah estava àquela bagunça. – Não me entenda mal, você é um bom rapaz. Só que a Dianna é uma amiga muito especial, e eu vou cuidar para que ela não tenha problemas com moleques machucando a garota. – Será que ele queria disfarçar que era pai de Demi? E Inácio não precisava proteger Demi de Joe, jamais! Ele precisava protegê-la da própria mãe. – E é por isso que eu estou de olhou em você e naquele moleque. Pisa na bola, que eu vou atrás de você. – Eles se olharam por segundos e Joe assentiu prontamente, e poucos minutos depois de um silêncio carregado, Dianna e Demi voltaram à mesa.

   - Então, vamos para casa? – Demi perguntou a Joe espalmando o peito dele quando ele se virou para olhá-la.

   - Por mim tudo bem. – Ele disse aliviado porque foi a melhor coisa que ele ouviu durante toda a noite. – A Sra. Está bem? – Joe perguntou quando flagrou Dianna de cenho franzido e aparentemente cansada.

   - Estou querido, só é uma leve dor de cabeça. – Ao menos Dianna parecia gostar dele. Joe enlaçou os dedos aos de Demi e beijou a testa dela quando a namorada deitou a cabeça no ombro dele bocejando. Estava realmente ficando tarde e era hora de ir para casa. Demi teria trabalho no dia seguinte e ele estava compromissado em procurar um emprego.

Quando o garçom se aproximou com a nota, bem, Joe gelou e de tão tenso que estava por causa do clima com Inácio, ele disse que pagaria a conta. Ele rezava para que o cartão não fosse rejeitado, mas não foi ele quem pagou a conta e muito menos Demi, que também tinha insistido para pagar. Inácio pagou e quando eles caminharam para fora do restaurante, ele arriscou abraçar Dianna de lado como se eles fossem realmente um casal.

   - Eu as levo para casa. – Disse Inácio para Joe e Demi riu quando o namorado ficou completamente sem jeito.

   - Está tudo bem. Eu vou dormir com o Joe essa noite. – Disse Demi e o pai franziu o cenho indiscretamente não aprovando a ideia, ele até mesmo protestaria, mas Dianna o repreendeu com um olhar. – Vamos mamãe?

   - Eu vou com o Edward¸ tudo bem? – Disse Dianna e Demi assentiu prontamente. – Estou esperando uma visita de vocês. – Disse ao casal. Demi a abraçou feliz da vida, recebeu um beijo na testa e quase derreteu de felicidade quando a mãe a olhou nos olhos e sorriu. – Cuida dela, ok? – Disse a Joe e ele assentiu surpreso por receber um abraço de Dianna.

   - Obrigado pelo convite. – Disse Inácio a Demi. – Espero que tenhamos mais oportunidades de passar mais tempo juntos. – Demi não entendeu muito bem o que ele quis dizer, porém não recusou o abraço que o homem a envolveu. O sentimento era tão diferente e verdadeiro, ela sentiu o coração disparar no peito e por mais estranho que fosse, foi bom receber o beijo na testa. Ele era um amigo especial, pelo menos era o que Dianna tinha dito. – Rapaz. – Foi realmente engraçado quando Inácio ofereceu a mão para Joe apertá-la e quando ele o fez, os dois trocaram um olhar daqueles que só os homens trocam. E Demi riu sem conseguir disfarçar. – Cuida da garota. – Ele disse apertando mais a mão de Joe que sustentou o aperto sem grandes problemas.

   - Sempre. – Disse Joe sério e firme e aos pouquinhos Inácio soltou a mão dele.

   - Boa noite crianças. – Dianna riu de como Demi estava fofa observando o pai e o namorado, e como Inácio era daquele jeito que ela considerava da idade da pedra, resolveu puxá-lo para longe da filha o mais rápido possível antes que Joe ficasse ainda mais constrangido. – Inácio! – Ela não tinha esperado nem mesmo cinco minutos para repreendê-lo. – O que você estava pensando quando aceitou o convite? – Perguntou um pouco exasperada e Inácio a olhou de cenho franzido.

   - Que eu queria passar mais tempo com a minha filha? – Rebateu puxando Dianna pela mão para que eles pudessem atravessar a rua e caminhar na direção onde o carro estava estacionado.

   - Você não deveria ter interrogado o Joe daquela forma. – Disse assim que ele abriu a porta do carro para ela. – Eu já disse: a Demi é uma mulher independente e adulta, ela sabe com quem se relaciona.

   - Não me importo se ela é adulta ou não, ela é a minha filha e eu vou protegê-la. – Ele mal tinha adentrado o carro. – Quando você vai contar? – Perguntou a olhando e Dianna massageou as têmporas sem saber o que fazer. Ela estava bem com Demi e queria continuar daquela forma.

   - Eu não sei como vou fazer isso, entende? – Disse chorosa deitando a cabeça no encosto do banco. A situação que ela estava era complicada e difícil de reverter.


   - Não Dianna. Eu não entendo porque você ainda não contou. Demi sabe que eu estou por perto, enviei rosas brancas no aniversário dela. Você só precisa contar, querida. – Disse segurando as mãos de Dianna que, aflita, fechou os olhos pensando na encrenca que estava metida.


***


   - Eu gostei dele, o que você acha? – Joe franziu o cenho sem saber exatamente o que diria.

   - Ele é difícil. – Murmurou mais para ele, porém Demi acabou ouvindo e riu o abraçando de lado calorosamente.

   - Vamos para casa? – Ronronou manhosa arrancando um sorriso dele que a abraçou pela cintura e se curvou para beijá-la no pescoço como tinha desejado fazer durante toda a noite. Estavam na calçada do restaurante, e por mais que houvesse pessoas circulando por ali, não era nada demais trocar um beijo. – Quero namorar um pouquinho antes de dormir, e eu estou com muito sono amor. – Ele sorriu a abraçando de lado para que eles pudessem caminhar para o carro.

   - Você é muito manhosa gatinha. – Ele abriu a porta do carro para ela e a ajudou se acomodar com Demi o beijando na boca. – Ei, Dem, calma. – Joe riu porque assim que ele abriu a porta do carro e se acomodou ao banco, Demi nem mesmo esperou que ele fechasse a porta para começar a beijá-lo e acaricia-lo. – Hum, você não está naqueles dias? – Perguntou quando ela o acariciou lá.

   - Amor, nós podemos fazer sexo sem penetração. – Disse e ele corou tão bruscamente, sorte era que estava escuro e Demi não podia ver as bochechas dele rosadinhas. – Joe, liga o carro. – Ronronou e ele o fez e deu partida um pouco desnorteado porque ela tinha levado uma das mãos dele, à direita, para acaricia-la no seio enquanto a mão dela continuava o apertando...

   - Demi, você está bem? – Ele perguntou quando ela começou a beijá-lo na mão que antes acariciava o seio e do nada ela parou com tudo que fazia e respirou tão fundo que ele pensou que ela estava passando mal.

   - Estou.. É só que.. Bateu um desanimo. – Murmurou tristonha. Aquilo era coisa de mulher. Ah sim, era! Não tinha condições! Num segundo ela estava louca para ir para cama e noutro estava desanimada. Aquilo era complicado, e como era! Joe sentiu o coração bater um pouquinho mais rápido quando ele avistou o carro do pai da namorada ao lado do carro de Ed e foi daquele jeito até que ele pegou a rua que levava para o prédio onde morava. Namoro era complicado. Aliás, tudo era complicado. Demi estava calada ao lado dele e quando ela suspirou, ele percebeu que ela estava dormindo de mau jeito. Como estava tarde, não teria como devolver o carro de Ed e Joe o guardou na garagem do prédio. A noite tinha sido estranha. Joe desceu do carro e resolveu que não acordaria Demi, ele a acomodou facilmente nos braços e só deu trabalho para fechar a porta do carro.

   - Princesinha? – Joe sorriu quando Demi abriu os olhos e recostou mais no ombro dele claramente manhosa. Ele a carregava nos braços e era tão bom.

   - Onde nós estamos? – Ela perguntou envolvendo o pescoço dele com os braços para não cair, mas Joe a segurava com tanta firmeza que ela sabia que ele jamais a deixaria cair.

   - No elevador do meu prédio. – Ele sorriu quando ela franziu o cenho de olhos fechados e como ela projetou o corpo para ficar em pé, ele a ajudou. – Gostou da noite? – Perguntou quando ela o abraçou beijando o peito dele e daquele mesmo jeito Demi ficou com o rosto escondido no quentinho do peito de Joe.

   - Foi a melhor noite. – Ela disse contra o peito dele e Joe riu porque quase não tinha entendido nada.

   - Eu não entendi bebê. – Ela tinha o chamado de bebê quando mais cedo, mas na verdade quem se comportava como um bebê era ela.

   - Foi a melhor noite, só faltou a Selena e o Ed. – Demi sorriu quando o olhou. Eles até trocariam um beijinho carinhoso, mas a porta do elevador se abriu no andar onde Joe morava. – Nós podemos visitar a mamãe? – Perguntou quando eles já estavam em frente à porta do apartamento e Joe a destrancava.

   - É claro que podemos. – Ele disse acendendo a luz e dando espaço para que Demi pudesse entrar primeiro para depois ele entrar e trancar a porta. – Nós podemos convidá-la para almoçar com a gente no final de semana. – Sugeriu e Demi assentiu sorrindo animada quando Lucy caminhou até eles, se espreguiçou bocejando e latiu se colocando em pé nas patinhas traseiras. – Amor, olha pra ela. – Os dois sorriram e por alguns minutos brincaram com Lucy que gostava muito de receber o carinho das duas pessoas que ela mais amava.

   - Vou levar o bebê do papai para comer. – Demi riu quando Joe pegou Lucy no colo como quem pega um bebê e a mostrou para ela. – O bebê não pode morder. – Até a voz dele era de quem mimava um bebê. Demi se levantou e o acompanhou até a cozinha onde Joe serviu Lucy com ração e alguns pedaços de carne cozida e água limpa.

   - Amor, eu vou tomar um banho, tudo bem? – Ela disse o abraçando e Joe assentiu desviando o olhar de Lucy para envolver Demi num abraço de urso e como sempre, ela reclamou.

   - Você está bem? – Perguntou erguendo o rosto dela para que ela o olhasse nos olhos. – Alguma coisa está doendo? – Ele corou e Demi franziu o cenho o observando. – Nada de cólica? Estou perguntando por que as minhas tias às vezes ficavam de cama. A Rose também. – Demi negou balançando a cabeça e beijou o peito dele.

   - Nada de cólica. – Ela o olhou e tornou a beijá-lo no peito. – Você quer comer alguma coisa antes de deitar? – Perguntou massageando os ombros dele e Joe negou balançando a cabeça.

   - Talvez mais tarde nós preparamos um chocolate quente. – Demi assentiu observando Lucy comer e só depois ela olhou para o namorado. – Fica à vontade. – Joe a beijou na testa e aceitou de bom grado o beijo casto que recebeu nos lábios. Demi parecia cansada e ele a deixou caminhar para o quarto para tomar banho em paz. Ela também precisava de privacidade.

Para passar o tempo, Joe se acomodou a uma das cadeiras da cozinha e buscou pelo celular no bolso. Ed tinha deixado algumas mensagens perguntando sobre o jantar e bem, não teve como não reparar a falta da foto do perfil de Rose. Ele não poderia fazer nada a respeito da prima. Simplesmente nada.

“Você está bem? Mamãe quer falar com você.” – Laura.

A mensagem era de mais cedo e Joe ficou tão receoso quando leu a parte que Clara queria falar com ele. Será que Rose tinha dito alguma coisa para deixa-la preocupada?

“Eu estou bem. E vocês? Desculpe responder só agora, saí para jantar com a Demi e a mãe dela. Vou ligar amanhã de manhã, certo?” – Joseph. Ele enviou a mensagem e segundos depois Laura ficou online.

“Não se esqueça de ligar, querido. Ela está sentindo saudade de você e não para de reclamar sobre a falta que você faz nessa casa. Nós estamos todos bem. Dê um oi para a sua namorada por mim.” – Laura. Joe esboçou um pequeno sorriso porque se Rose tivesse feito alguma besteira, Laura o avisaria. Ele trocou mais algumas mensagens com a tia e respondeu as de Ed brevemente. Ele precisava compartilhar com alguém sobre Inácio, e Ed era um bom amigo e o ajudaria.

Joe ficou algum tempo há mais na cozinha pensando sobre os pais de Demi e como aquela história era complicada e o complicava. Ele colocou Lucy na caminha e apagou as luzes do apartamento.

   - Eu já estava indo te buscar. – No mesmo instante que ele adentrou o quarto fechando a porta, Demi saiu do closet vestindo calça de moletom e uma das camisas dele. – Tudo bem se eu usar a sua camisa? – Perguntou um pouco corada.

   - Claro. – Ele sorriu enquanto começava a se despir. – Vou tomar um banho rápido, tudo bem? – Ela tinha assumido o posto quando foi a vez de desabotoar os botões da camisa.

   - Eu vou te esperar na cama. – Os dois sorriram e quando a camisa estava finalmente aberta, Joe se curvou para trocar um beijo breve com a namorada.

   - Já volto. – Ele disse a olhando intensamente e Demi assentiu esboçando um sorriso tímido. Restou a ela arrumar a cama para abriga-los e uma vez que tirou a colcha e trouxe a coberta e os travesseiros do closet, Demi se deitou e por um pouco dormiu. Selena estava lá para interromper os melhores momentos como sempre.

“Obrigada por enviar mensagem avisando que você está viva, Demetria.” – Selena. Aquele drama.. Demi respirou fundo porque ela deveria pensar muito bem no que responderia. Selena era um amor, exceto quando estava naqueles dias. – “Fiquei sabendo que você chegou em casa sã e salva agora porque o seu namorado respondeu o meu namorado.” – Completou e Demi mordeu o lábio inferior. Coitado de Ed.

  “Eu acabei de me deitar. Tudo ocorreu bem. Não mandei mensagem antes porque acabei dormindo no carro, e quando cheguei, fui tomar banho. Só peguei no celular agora.” – Demi. Ela não iria cutucar a onça com vara curta.

“Não importa. Eu ficaria satisfeita apenas com um “Eu estou viva” ou um “Cheguei”. Mas você não tem jeito Demetria. E que diabos de dia você vai dormir comigo? Eu não estou gostando nadinha do seu descaso com a nossa amizade.” – Selena.

“Que tal amanhã?” – Demi.

“Amanhã. Sem falta, ouviu?” – Selena.

“Sim senhora. Eu estou com sono” – Demi.

“Estou dormindo com as crianças. O Ed ficou muito bem no sofá.” – Selena.

“Sel.. Não seja malvada com ele.” – Demi.

“Ele me excita de uma forma absurda quando eu estou nesses malditos dias. Não o ignoro por mal, só não consigo ficar perto dele sem pensar em muitas formas de agarrá-lo. Mas eu realmente não vou fazer isso.” – Selena. Demi sorriu porque Joe tinha acabado de sair do banheiro apenas com uma toalha escondendo o íntimo do rapaz. Ele também a excitava, e como.. Mas ela não o repeliria, jamais.

“Não é desculpa para ser malvada com ele. Estou indo dormir, eu te amo. Dê um beijo nas crianças por mim!” – Demi.

“Safada. Eu sei o que você vai fazer, Demetria. Boa noite para você que prefere “dormir” a falar com a sua melhor amiga.” – Selena. Não tinha dado tempo de respondê-la, não quando Selena saiu do aplicativo e quando Demi enviou uma interrogação, a mensagem nem mesmo chegou.


   - Ei. Você está com uma carinha de sono. – Seja lá o que era sono, Demi tinha o perdido quando viu Joe sem camisa vestindo apenas uma calça preta de pijamas. – Está pronta para dormir? – Ele perguntou apagando a luz do quarto para se deitar a cama e acender o abajur.

   - Estou. – Murmurou acomodando a cabeça ao travesseiro sem desviar o olhar do de Joe.

   - Posso apagar a luz do abajur? – Ele perguntou puxando a coberta para cobri-los e Demi corou um pouco.

   - Você quer dormir agora? – Perguntou ainda o olhando nos olhos.

   - Estou com pouco sono. – Disse e ele mesmo tomou a iniciativa de se aproximar mais dela arriscando até mesmo acaricia-la na cintura sobre a camisa. – Você disse que queria namorar antes de dormir. – As bochechas dele estavam coradas, o cabelo um pouco bagunçado e a luz baixa do abajur proporcionava um charme ainda mais especial para os olhos verdes.

   - Você quer? – O coração dela quase rasgou o peito quando aos pouquinhos se aproximou do corpo dele sentindo o calor envolve-la de todas as formas.

   - Quero. – Eles não trocaram mais palavras. Olharam-se nos olhos e se tocaram minutos mais tarde. Demi no peito largo e Joe na cintura delicada. O nariz dela roçou o dele e as pálpebras caíram lentamente conforme os lábios ficavam mais próximos assim como os corpos compartilhando do calor e do atrito que os excitava. O toque dos lábios foi molhado, o beijo demorou a acontecer porque ora Joe roçava os lábios aos da amada ora ele a olhava nos olhos fazendo daquele momento o mais especial possível. Quando os lábios se juntaram mais uma vez, o corpo dele estava sobre o dela, todo ele pesado a imprensando contra o colchão. Demi não reclamou, deixou que uma das pernas dele ficasse entre as dela e desceu as mãos pelas costas largas aproveitando também para puxar o cabelo sedoso da nuca.

   - Vai ser diferente querido. – Disse depois de puxar o lábio inferior dele entre os dentes. – Mas eu prometo que você vai gostar. – Para conseguir deitá-lo, Demi levou as mãos ao peito e conduziu Joe para que ele se deitasse a cama, e ele o fez concentrado no carinho das mãos de Demi até que ela estava sentada sobre aquela região. – Ei, você vai ficar quietinho aí. – Joe tinha aquela mania de querer beijá-la enquanto ela tirava a camisa, mas dessa vez Demi o barrou e tirou a camisa a jogando para fora da cama ficando com o torso nu sobre o olhar penetrante do namorado. – Acho que alguém acordou. – Ela sorriu quando ele corou e ficou todo sem jeito. – Oi garotão. – Tinha como ele ficar mais corado? Demi se curvou para dar um beijinho na bochecha dele e então se deitou ao lado de Joe ficando com a cabeça apoiada no peito dele enquanto ela o acariciava lá. – Hum? – Ronronou o beijando no peito quando a mão dele cobriu a dela a impedindo de continuar.

   - Dem, não. – Ele estava com vergonha. Demi tornou a beijá-lo no peito por repetidas vezes e quando terminou, ela sorriu o fitando nos olhos.

   - Você não quer namorar? – Perguntou subindo a mão para os pelinhos baixo do umbigo e Joe resmungou baixinho se virando para ficar de frente a ela. – Ei, você está vermelho. – Ela riu sapeca sem saber se deslizava a ponta dos dedos ali abaixo do umbigo ou se o acariciava dentro da cueca.

   - Eu quero fazer amor com você. – Os olhos dele fitavam os mamilos marrons e excitados que chegavam a estar duros. Joe envolveu o seio direito dela com a mão e quando o acariciou, Demi franziu o cenho e gemeu baixinho. – O que foi? – Perguntou acariciando o queixo dela e Demi aproveitou para beijar os dedos dele.

   - Estão doloridos, então você não pode apertá-los. – Ronronou manhosa e Joe sorriu um pouco menos corado passando para cima dela. – E a gente vai fazer amor, só que diferen.. – Não tinha dado tempo de concluir a frase porque ele a calou com um selinho e guiou os beijos para o pescoço. E os lábios estavam quentes e macios distribuindo beijos que faziam a pele alva de Demi arrepiar.

   - Você vai casar comigo? – A pergunta dele a deixou completamente desnorteada. Joe a beijava um pouco abaixo dos seios e a olhava intensamente com aqueles lindos olhos verdes.

   - Joe.. – Demi umedeceu os lábios e puxou o cabelo curto entre os dedos quando a língua quente lambeu o mamilo esquerdo. – Você sabe que eu vou. – Os olhos dela marejaram e o sorriso surgiu nos lábios femininos quando ela flagrou o namorado beijando as curvas dos seios com tanto cuidado para não machuca-la.

   - Você vai me dar uma menina linda igual a você? – O sorriso dela se ampliava a cada vez que ele a beijava na barriga a olhando nos olhos, o que tornava tudo mais intenso.

   - E se for um menino tímido igual o pai? – Joe sorriu se ajeitando sobre o corpo dela. Ele friccionou os seios ao peito e roçou o nariz ao de Demi antes de beijá-la na bochecha.

   - Um menino e uma menina, o que você acha? – Ele riu quando Demi o empurrou e apoiou o queixo na costela direita dele para olhá-lo nos olhos com aquele marrom bonito dela. – Um menininho que ficará todo vermelhinho de vergonha igual o pai e uma menina que apronta muito, o que você acha amor? – Eles sorriram felizes imaginando o futuro. Joe assentiu deslizando os dedos na bochecha da namorada enquanto admirava o sorriso dela e os olhos bonitos.

   - Acho que nós vamos ter muitos bebês. Eu quero muitas crianças correndo dentro de casa nos emocionando com as coisas mais simples. – Ele adentrou o cabelo dela com os dedos e massageou o couro cabeludo. Era tão bom que Demi fechou os olhos e aos pouquinhos encostou à cabeça a mão dele. – Te amo princesa. – A preguiça de Demi para abrir os olhos o feliz sorrir, e então ela também sorriu e aproximou o rosto do dele para beijá-lo na boca.

   - Eu também te amo, Joseph. – O abraço que trocaram durou mais tempo do que os comuns. E não estava ruim, bem pelo contrário. Demi gostava de descansar a cabeça na curva do pescoço de Joe e ele de sentir o cheiro do cabelo dela e a pele de pêssego das costas. – Ei, vai dormir? – Demi se ergueu para olhá-lo aproveitando para se deitar sobre ele.

   - Não mesmo. – O olhar sinuoso para os seios que estavam a pouquíssimos centímetros do rosto dele fez Demi gargalhar. Ela o beijou na bochecha e arqueou uma sobrancelha quando o sentiu roçar a perna.

   - Acho que tem alguém que também não quer dormir. – Ela sorriu quando Joe esboçou aquele sorriso tímido conforme a mão feminina deslizava pelo abdômen. – Hum.. Você está muito animadinho amor. – Ela encostou os lábios nos dele enquanto adentrava a cueca com a mão para segurá-lo.

   - Dem, eu só quero ficar com você, mas não vai dar certo. Vou tomar um banho gelado e pensar em coisas desagradáveis. – Resmungou e ela sorriu se colocando de joelhos ao lado dele. – O que você vai fazer? – Perguntou levando a mão aos seios dela e Demi mordeu o lábio inferior, mas acabou sorrindo.

   - Eu vou te ajudar, ok? – Ela cobriu a mão dele que a acariciava no seio direito, mas se livrou do carinho para começar a beijá-lo. – Por que você está fazendo esse biquinho, coisa gostosa? – Ela o beijou na bochecha e sorriu quando as bochechas dele coraram. – Joseph, você é um amor, sabia? – Ele continuou calado com aquele sorrisinho fofo nos lábios. Demi revirou os olhos e o abraçou forte aproveitando para beijá-lo exageradamente na bochecha fazendo Joe rir.

   - Você também é um amor, amor. – Os dois riram e trocaram um beijo breve para que Demi continuasse o beijando como queria. E dessa vez ela começou pelo pescoço, beijou o peito largo também chupando os mamilos olhando para os olhos dele, e ela beijou o abdômen, como beijou! Demi chegou a fechar os olhos e se xingou mentalmente por não ter emendado a maldita cartela. Quando chegou ao cós da calça de moletom, ela o olhou nos olhos e depositou um beijinho ali esperando pela reação dele. E não podia ser diferente. Joe corou que ele sentiu as bochechas quentes, as pupilas dilataram e o coração começou a bater mais rápido. – Gatinha.. – Chamou pelo apelido carinhoso e Demi preferiu abaixar a calça junto com a cueca.

   - Não vai me ajudar? – A voz dela soou rouca e sexy. Joe assentiu sentindo frio na barriga e o coração disparar no peito quando ela tirou a calça o deixando completamente nu. – Relaxa, ok? Se você não gostar, eu vou parar. – Ele assentiu balançando a cabeça e recebeu o selinho que ela deu nos lábios dele. – Tudo bem? – Perguntou o olhando nos olhos e Joe assentiu.

A melhor forma de começar a dar prazer era distribuir beijinhos pelo corpo dele, ajudaria Joe a relaxar e a criar um clima. Vez ou outra Demi sorria o olhando enquanto o movimentava sem pressa. E ele parecia gostar, até levou a mão ao rosto dela para acaricia-lo e tinha um pequeno sorriso nos lábios gostando de toda atenção que recebia da namorada. O momento que ele mais ansiava e temia aconteceu alguns minutos mais tarde. Demi o acariciou com certa curiosidade, distribuiu mais beijinhos na região abaixo do umbigo e na virilha, até que ela finalmente focou em dar carinho só para ele... Joe estava corado e não sabia como reagir, ele apenas se controlava para não fazer muito barulho, o que não deu certo e ele ficou ainda mais corado e em êxtase..

***

   - Visita! – Ninguém era gentil com quem estava atrás das grades. O pequeno espaço era compartilhado por quatro homens, e Jake Gyllenhaal era um deles. – Jake Gyllenhaal. – O guarda disse e Jake se levantou da cama claramente intimidado com a presença dos colegas, ele tinha sido ameaçado e na noite passada quase foi espancado. O lugar era tão desconfortável, e o fato de fazer frio piorava muito mais a situação. Jake ficou de costas para o guarda algemá-lo e conforme ele era escoltado pelo corredor, os presos das outras celas que tinham os braços para fora das grades gritavam constantemente palavras como: assassino, estuprador, doente, psicopata. Palavras que eram pesadas e fortes até mesmo para um homem como Jake. – Você tem vinte e quatro minutos, Gyllenhaal. – O guarda abriu as algemas e assustado com a claridade da sala, Jake caminhou até o compartimento onde teria acesso ao telefone e a cadeira onde sentaria para conversar com a pessoa que o visitava sem qualquer tipo de contato físico.

   - O que você está fazendo aqui? – Ele franziu o cenho quando a viu. Esperava que fosse Susan ou Marcus, as únicas pessoas que o visitava. Mas lá estava ela. Tão linda quanto uma boneca delicada e moldada em curvas que pareciam discretas nas roupas com estampas fofinhas e cortes simples.

   - Jake! Você está.. Está acabado. – O rapaz fitou os lábios de Mary tão bem desenhados no batom cor de cereja que se destacava no rosto de pele clara. – Eu trouxe bolinhos, o pessoal está conferindo e você logo poderá come-los. – Deus! Ele revirou os olhos e adentrou o cabelo com a mão livre um tanto impaciente.

   - O que você quer? – Perguntou fitando o próprio reflexo no vidro que os separava. O uniforme de cor laranja não ficava bem nele e o cabelo estava grande e a barba uma lástima.

   - Vim visita-lo! O que tem de mais? – Disse tão ofendida e Jake umedeceu os lábios olhando disfarçadamente se os guardas estavam de olho na conversa dele. – Nós passamos tanto tempo juntos, seria indelicado não visita-lo.

   - Olha.. Me escuta. Você precisa me tirar daqui. – Ele disse baixinho fitando os olhos de Mary. – Eu não matei o meu avô! Nós transamos naquela noite no carro nos fundos da empresa e depois eu encontrei a putinha. Foi só isso. – Murmurou a contra gosto e Mary mordeu o lábio inferior não muito feliz.

   - O que você quer que eu faça? Eu estou indo para casa, não posso me meter numa encrenca dessa. – Disse o olhando e Jake acariciou o queixo retribuindo o olhar de Mary.

   - O que você quer no interior da Pensilvânia? Não tem nada lá. – Ele disse mal humorado e um pouco alto atraindo a atenção dos guardas.

   - Meu voo já está marcado, e eu não vou desmarca-lo por você. – Disse enrolando uma mecha do cabelo escuro e Jake cerrou os punhos.

   - Você vai fazer o que eu mandar, gracinha.. – Ele sorriu quando Mary perdeu um pouco da pose. – Eles querem saber quem é que estava usando aquele colar ridículo de joaninha... Você não quer a polícia no seu pé, quer? Então você vai fazer o que eu mandar.






Continua... Oiiii! Tudo bem com vocês? Eu tô bem e triste, as minhas férias acabaram hoje. Isso é definitivamente um saco! Eu não quero voltar :( 
Espero que tenham gostado desse capítulo, ele não tem muita coisa, eu só queria mesmo ter feito esse jantar, porém acabou resultando nos outros momentos e quando percebi já estava muito grande para continuar e poderia ficar desproporcional com mais informações.. Enfim, no próximo capítulo teremos mais momentos dos outros personagens e vamos dá um UP nessa história, certo?! Obrigada por todo carinho, comentários e visualizações. E Jessie, super obrigada pela divulgação! Meninas, entrem lá no blog da Jessie: Breathless 
ps. Alguém indica umas fanfics Jemi? Confesso que estou lendo a minha própria fanfic, e como já sei o que vai acontecer, é sem graça e eu queria algo novo! 
Beijo para todas e até o próximo capítulo!!!

6 comentários:

  1. Top! O capítulo foi sensacional, adorei. É uma pena suas férias acabar! Até o próximo capítulo, bjos

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  2. Gostei do capítulo, gosto muito dela no geral! Só não gosto que comece a entrar a história de outro personagem na história! Tipo as irmãs e o pai gostaria que fosse mais voltado pra Dem e pro Joe com a Sel e o Ed! Pq eu não gostei do começo dela onde só tinha ela e o Jake e eu gosto tanto não quero desanimar e parar de acompanhar!!! Beijos

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    1. Tenta entender a história com um todo, que tudo isso tenha emoção, ação, superação, amor, amizade, companheirismo, encontro, verdade, mentira, verdadeiro, falso, família, vida... Tudo isso precisa ser colocado no capítulo para que ele possa ter estrutura e desenvoltura. Imagina todos os capítulos somente envolto do casal 'Jemi'?! Qual seria o sentido? Tudo bem, que eles são o MELHOR casal, mas essa história é totalmente diferente da fanfic passada... A passada tinha que ser focada neles, pq contava da fama deles, da "intimidade" deles e essa é diferente. Então todos os personagens tem que está presente em algum momento do capítulo para que alguma emoção afete o casal direta ou indiretamente.

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  3. aaaahhh que capítulo maravilhoso, mulher você me prende cada vez mais nessa fanfic, me deixa cada vez mais curiosa.
    a parte do jantar foi muito engraçada, o Inácio é tão protetor e difícil, quero só ver quando a Demi descobrir que ele é o pai dela, EU TÔ ANSIOSA MEU DEUS!
    O Joe é o cara mais fofo do mundo, ah eu sou apaixonada por ele nessa fanfic, ele é muito maravilhoso, meu deus.
    dianna está finalmente mudando mas acho que depois que a Demi descobrir sobre o pai dela e tudo mais não vai mais querer esse tipo de relação com ela, ah e queria muito que o Joe contasse pra ela porque sinto que vai sobrar pra ele também
    ah, e as irmãs da Demi parecem ser muito fofas, escreve mais sobre as outras garotas porque até agora só conhecemos mesmo a hannah, eu espero que a Demi se dê bem com elas
    enfim, eu estou amando essa fanfic, ela é maravilhosa
    poste assim que der, ok?

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  4. Tava três capítulos atrasada pq tinha muito tempo sem entrar. Mas eu amei cada capítulo e tudo que eu mais quero é que a Dianna conte a Demi toda verdade meu Deus a relação delas está tão boa o que custa. EU SABIA QUE A MARY TINHA RELAÇÃO COM O JAKE pior que agora ele vai chantagear ela e ela vai ceder e vai tudo virar uma merda agora, tava bom demais pra ser verdade,mas eu tô amando
    Você falou sobre fics Jemi lê no blog jemi-mystories.blogspot.com eu comecei ela tem pouco tempo.

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  5. EU TO É SURTADA SÓ IMAGINANDO O FUTURO DESSA HISTORIA.
    Espero que poste logo porque só me cativa essa historia cada vez mais.
    DEUS DO CEU QUANDO A DEMI DESCOBRIR. Os personagens dessa historia são todos fofos e encantadores. Estou adorando todos eles e tudo.
    Você perguntou sobre fanfics e eu estou finalizando uma minha gyllenswift, mas a proxima será Jemi. Então, se quiser fazer uma visita e se gostar, ela se chamará Heaven.
    Enfim, posta logo
    Beijos, Métis (gyllenswift.blogspot.com)

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