25.7.15

Capítulo 66

Alguns meses depois...

Arrepiado ou partido de lado? No estacionamento do shopping em pleno final de tarde californiana Joe estava indeciso entre arrepiar os cabelos ou parti-los de lado. Olhava-se no espelho interno do carro indeciso e super ansioso para encontrar-se com Demi e finalmente beijá-la depois de um dia cansativo na empresa. Bem, não só na empresa. Nos últimos meses estivera tão preocupado e cansado.

A gravidez de Demi lhe tirava o sono, o trabalho no estúdio e na NY Times não faziam diferente, estivera lutando tanto para conseguir manter-se sã, principalmente depois do incidente em um dos shows acústicos da mini-tour que a esposa fizera pelo país. A cena perturbadora não saía de sua mente, pensara que perderia o seu pequeno Bernardo quando Demi um tanto animada e emocionada demais tropeçou em um dos cabos de força do sistema de som. Deus! A sorte foi que o instinto protetor de Joe falou mais alto e antes mesmo que Demi caísse de metros de altura, ele a envolveu em seus braços impedindo que ela caísse para fora do palco. Joe ficara tão nervoso e com medo por todo aquele tempo que Demi estivera na estrada que contratara seguranças para vigiá-la e alertara todos os funcionários em relação aos cabos e tudo que pudesse machucar a amada e o seu pequeno. E como sempre Demi odiou ser vigiada, o que foi motivo para tantas discussões com Joe, mas no final, depois de uma noite intensa de amor, Joe explicara com tanta paciência e cuidado que o objetivo dele era só protegê-la e proteger o bebê.

Como a ansiedade era grande, Joe tirou o paletó que vestia, afrouxou a gravata cor de rosa que Demi escolhera, levou as mangas da camisa branca até a altura dos cotovelos e resolveu que arrepiaria os cabelos já que Demi sempre dizia que ele ficava sexy com os cabelos daquela forma. Tudo bem, tudo estava em seu devido lugar. Concluiu Joe olhando-se atentamente no espelho satisfeito com o que via. E antes de sair do carro pegara uma de suas balinhas de hortelã porque sabia que Demi ficaria de pernas bambas em pleno shopping ao beijá-lo no boca. Céus! Por que ele estava tão nervoso para encontrá-la? Parecia um adolescente virgem em seu primeiro encontro.

   - Relaxa. – Disse Joe para si mesmo adentrando os bolsos da calça social com as mãos ignorando o olhar de muitas das mulheres que o devorara com os olhos. Jamais retribuiria aqueles olhares porque não lhe interessava flertar com outra mulher a não ser Demi. Ela estava o tempo todo em seus pensamentos em um cantinho especial, Joe pensava na esposa já com um pequeno sorriso nos lábios e com a melhor sensação de paz que poderia existir e às vezes se perguntava como era possível amar alguém daquela proporção que o devorava.

 Olhando para os lados à medida que caminhava, Joe resolveu que procuraria Demi na praça de alimentação já que ela estava no shopping a um bom tempo com as amigas na tarde das garotas que também incluía Daniel. Dan não saía do pé da mãe. Estava sempre ao lado de Demi a ajudando com tudo que ela precisava, eles se divertiam tanto juntos, às vezes brigavam mais não demorava muito para que fizessem as pazes. Infelizmente Demi ainda não se sentia pronta para conversar com Alex e a falta de tempo por conta da turnê, de toda a repercussão da carta que escrevera contando a verdade e os preparativos finais para a chegada do bebê atrapalhava bastante a agenda já lotada de Demi. Demi até tentara conversar com Jenny, mas a garota estava com tanto medo das loucuras da mãe que nunca dava uma resposta certa, e mesmo Dan sofrendo, a alegria da chegada do irmão aplacava um pouco mais aquela dor.

   - Boa tarde garotas. – Joe sorriu tímido assim que se aproximou da mesa que elas ocupavam em plena praça de alimentação com milhares e milhares de pessoas. Deus! Eram tantas sacolas que Joe engolira em seco ao se lembrar de que tinha emprestado os cartões de crédito para Demi. E pensando na sua baixinha, Joe correu os olhos pela bagunça que era aquela mesa. Miley estava ao lado de Taylor e elas fofocavam baixinho e riam; Selena com sua barriga de pouco mais de cinco meses carregava no dedo anelar da mão esquerda um enorme anel de noivado de brilhantes e conversava com Daniel, Danielle e Anne distraída. – Onde está a minha gatinha? – Perguntou já preocupado para o filho.

   - Está no banheiro. – Disse Dan olhando brevemente para o pai para que então pudesse tirar a sacola que ocupava um dos lugares vazios para que Joe pudesse se sentar junto a eles.

   - Ela foi sozinha ao banheiro? – Perguntou Joe olhando para o filho.

   - Não, foi com a Marissa. – Disse Daniel ainda entretido com a conversa com as tias. Joe respirou aliviado ao saber que Demi não estava sozinha, pois caso estivesse ele teria que invadir o banheiro feminino atrás da esposa para saber se estava tudo bem.

Os minutos se passaram e a ansiedade para encontrar Demi aumentava cada vez mais, porém Joe aproveitava o tempo em que ela não chegava para arrumar os cabelos pelo reflexo da tela do iphone que lhe servira de espelho. Céus! Não era apenas as mulheres que eram inseguras e cuidadosas em relação à aparência, ao menos Joe era um homem que gostava de estar bem consigo mesmo e estar sempre arrumado.

   - Adivinha quem é. – Bem, apesar do susto, Joe sorriu ao sentir aquelas pequenas mãos femininas quentinhas em contato com a sua pele lhe tampando os olhos. O perfume era tão familiar e até mesmo o respirar Joe já conhecia. Tocara as mãos dela com as suas e assim que disse o nome dela, Joe a olhou e sorriu de orelha a orelha levantando-se para envolver Demi num abraço de urso.

   - Oi pequena. – Disse Joe ainda com Demi nos braços a olhando tão admirado e sorrindo ao notar como ela ficara linda com o novo corte de cabelo. – Você está linda, Dem. – Elogiou a deixando coradinha. Tocara as mechas dos cabelos de Demi agora mais curtos e acariciou o rosto da amada com a ponta dos dedos. – Gostei do seu corte de cabelo. – Disse por que sabia que as mulheres adoravam quando os homens notavam aqueles pequenos e importantes detalhes.

   - Obrigada amor. – Mesmo com a barriga pesando e estando enorme, Demi ergueu-se na ponta das sapatilhas para que pudesse envolver o pescoço de Joe com os braços e repousar as mãos nos cabelos da nuca dele. – Você também está lindo. – Elogiou arrancando um lindo sorriso dos lábios bonitos dele. Aos poucos o sorriso nos lábios de Joe morria e o desejo entre eles era estampado em seus olhos. Fitaram-se intensamente por minutos cada vez mais próximos e esquecendo que estavam em um local público, o beijo aconteceu mesmo as falsas tosses e as indiretas de Miley. Beijaram-se matando toda aquela saudade daquele tempo que ficaram separados naquele dia e logo Demi um tanto envergonhada aninhou-se ao peito de Joe satisfeita e ofegante por estar nos braços dele.

   - Como foi o seu dia? – Perguntou Joe todo tímido e apaixonado fitando os lindos olhos marrons de Demi que também fitavam os seus.

   - Divertido. – Disse Demi acomodando-se a cadeira onde estava sentada anteriormente e Joe cumprimentou Marissa e sentou-se ao lado da esposa. – E o seu? – Perguntou enlaçando os dedos aos dele.

   - O meu? – Joe sorriu fitando os dedos enlaçados aos dela. – Muito cansativo minha linda. – Disse a olhando nos olhos esboçando o seu melhor sorriso deixando Demi tão corada e ansiosa para receber um beijo dele.

   - O que foi? – Perguntou ela ainda corada desviando os olhos dos dele e Joe riu baixinho antes de aproximar-se e roçar os lábios nos dela com tanto amor e carinho.

   - Te amo. – Disse dando um selinho estalado nos lábios dela. – Como o nosso menino está hoje? – Perguntou Joe todo orgulhoso acariciando a barriga da esposa com as mãos. Bernardo já estava com os seus oito meses e provavelmente o parto seria daqui a três ou quatro semanas.

   - Chutando muito. – Demi sorriu levando a mão junto à de Joe. – Ele está muito agitado. – Comentou se lembrando dos sustos que levara naquele dia por conta dos chutes de Bernardo.

   - Ele está ansioso para nascer, querida. – Joe focou os olhos nos dela, acariciou-lhe o rosto com a mão e roçou os lábios aos dela. – Quer ir para casa? Você tem que descansar. – Disse um tanto preocupado. Joe sabia que aquele final de gravidez não era nada fácil para Demi, ela sempre estava tão cansada e sonolenta, mas naquele dia Demi resolvera quebrar as regras e fora ao shopping passear com as amigas e ajudar Selena com o enxoval da pequena Alice.

   - Estou bem. – Disse o olhando nos olhos. – Você não vai jogar futebol hoje? – Perguntou Demi descansando a cabeça na curva do pescoço de Joe que sorriu acariciando-lhe o rosto.

   - Acho que vou para casa para descansar com você. – Disse e Demi ergueu-se para olhá-lo.

   - Joseph! Você não precisa desmarcar os seus compromissos por minha causa, Bernardo e eu vamos ficar bem em casa com Beth e Dan. – Joe franziu o cenho não gostando nada daquela ideia de deixar Demi sozinha ou até mesmo na “responsabilidade” de dois adolescentes. – Eu estou bem querido, e estou ansiosa para te ver jogando. – Raramente aquilo acontecia, e Demi sorriu de orelha a orelha ao flagrar Joe corado.

   - Tem certeza? – Perguntou Joe observando Daniel, que agora estava calado fitando as mãos. Droga! Doía tanto ver o seu garoto triste como Dan estava nos últimos meses. Daniel não era mais o mesmo garoto brincalhão de meses atrás, procurava sempre se isolar e se Demi não fosse tão insistente para que ele ficasse com ela, certamente Daniel teria entrado em depressão.

   - Tenho. – Demi também olhou para o filho e suspirou sentindo-se culpada por ainda não ter conversado com Alex, se é que resolveria alguma coisa. – Estou preocupada com ele. – Sussurrou para Joe, que assentiu observando o filho. Daniel parecia um tanto incomodado e Joe só percebeu o que o incomodava quando Dan tentou espiar uma mesa há poucos metros da que eles estavam e logo franziu o cenho irritado. Deus! O sorriso nasceu nos lábios de Joe que discretamente mostrou a Demi o que incomodava o garoto. Uma mesa cheia de garotas que cochichavam e lanchavam olhares na direção da mesa que eles estavam, principalmente a menina de cabelos negros que Joe suspeitara flertar com Daniel.

   - Fala com ela. – Disse Joe assustando Daniel que arregalou os olhos e corou ao receber olhares das tias e do pai.

   - Falar com quem? – Tentou desconversar Dan um tanto irritado.

   - Com aquela gatinha que não para de olhar para você. – Demi cerrou os olhos quando Joe olhou para a mesa e esboçou aquele sorriso galanteador. Diabos! Ela o mataria.

   - Joseph! – Disse Demi o puxando pela gravata. – É melhor você se comportar. – Disse o fuzilando com os olhos e Joe engoliu em seco logo esboçando um sorriso amarelo.

   - Eu só tenho olhos para você querida. – Joe aproveitou o beijo que dera na bochecha de Demi para que pudesse espiar as garotas e Daniel. Talvez se Dan conhecesse outra garota as coisas seriam mais fáceis. – O que você acha Dem? A morena é perfeita para o nosso menino. – Discretamente Demi espiou a mesa das meninas, mas tivera que acenar porque fora flagrada e as meninas acenaram para ela eufóricas.

   - Sem chances. – Murmurou Daniel mal humorado. Estivera a tarde toda naquele shopping e até fora legal fazer compras com a mãe e as tias. O mundo feminino era estranho, mas Dan achara divertido a forma que as mulheres não paravam de conversar num minuto sequer, nunca havia silêncio e elas riam de qualquer coisa. Por mais que tinha se divertido, Jenny não saía de sua cabeça. Tinha sido assim por todos aqueles meses que eles estavam separados e não seria agora que a amada deixaria os seus pensamentos para dar lugar a uma garota que Dan até achara atraente, mas que não imaginava um futuro.

   - Joe, deixa ele. – Comentou Demi percebendo o quão sem graça Daniel já estava. – E se você olhar mais uma vez para aquela mesa você vai dormir na garagem no chão frio! – Em meio à ameaça, ao menos ele ganhara um beijo na boca.

   - Meninas, vamos? Christopher está me esperando. – Disse Selena. Em toda a sua vida Demi nunca vira a amiga tão feliz como Selena estava. O brilho nos olhos era inigualável, e o sorriso de Sel denunciava o quão feliz ela estava.

   - Hum.. – Murmurou Joe arqueando as sobrancelhas e as meninas riram assim como Demi. – O bofe está te esperando Sel? – Demi revirou os olhos, mas riu das caras e bocas que Joe fazia. Ele era tão bobo quando queria.

   - Dem, controla a sua bicha. – Demi riu do comentário de Selena e aproveitou para agarrar Joe e o encher de beijos quentes pelo rosto e finalmente na boca.

   - A gente podia ir para casa. – Sussurrou Demi beijando o maxilar de Joe próximo a orelha dele. – Para a nossa cama. – Joe esboçou aquele sorrisinho de menino levado e capturou os lábios dela com os seus num beijo apaixonado. Bem, fazer amor estava difícil nos últimos meses, a barriga de Demi estava grande e o receio de Joe só de imaginar em machucar o pequeno Bernardo acabava com todo o clima.

   - Dem.. Eu adoraria. – Sussurrou agradecendo a Deus por não serem mais o centro das atenções. – Mas você precisa descansar, estamos quase lá amor, só mais algumas semanas. Nós vamos ter o nosso filhote e vamos poder fazer amor. – Tornou a sussurrar enlaçando os dedos aos dela.

   - Mas vai demorar amor, nós vamos ter que esperar o resguardo. – Sussurrou Demi o olhando com aqueles lindos olhos marrons e carentes. – E eu preciso relaxar. – Joe beijou o biquinho que Demi fazia e logo a abraçou de forma que o rosto ficava escondido no pescoço dela.

   - Prometo te ajudar a relaxar, tudo bem? – Cedeu sabendo que se a gravidez para ele já era de tirar o sono, imagina para Demi que carregava uma vida no ventre. – Mas ainda prefiro que você descanse durante todo o dia. – Disse e Demi fez careta. Deus! A mulher era tão teimosa! Joe a olhou e suspirou, se Demi soubesse como ele estava louco para fazer amor com ela.. mas Joe colocava em primeiro lugar a saúde do filho e da esposa, encontraria uma forma de ajudá-la a relaxar sem que para isso sexo estivesse envolvido.

   - O dia todo amor? – A pequena discussão seguiu-se por minutos e mais minutos, Demi sempre tentava argumentar e Joe respondia pacientemente que era para o bem dela e do bebê. Conversaram entre cochichos durante todo o tempo que estavam na praça de alimentação do shopping e enquanto caminhavam abraçados de lado logo atrás do grupo de amigas de Demi, Anne e Daniel. Tudo isso porque Demi era teimosa demais.

   - Deus, Demi! Juro que quando você se recurar do parto eu vou te pegar de jeito. – Joe a olhou nos olhos e sorriu satisfeito quando viu o leve rubor tomar conta do rosto de Demi. – E vai ser daquele jeito. – Sussurrou dando um leve beijo nos lábios dela. Demi sabia que quando Joe prometia amanhecia o dia e ele mal tinha começado...

   - Joe! – Demi o olhou nos olhos e respirou fundo. Porque ele tinha que dizer aquelas coisas logo naquele local que estavam? Olhara a sua volta e quando encontrou Marissa a poucos centímetros deles, Demi quase infartou de tanta vergonha. Será que ela tinha escutado?

   - Daniel está com Selena, Dani e Anne, e Miley e Taylor estão de segredo. Acho que sobrei. – Disse Marissa esboçando aquele sorriso culpado que Demi conhecia muito bem. Droga! Ela tinha escutado.

   - Como está o seu pai? – Perguntou Joe a Marissa. Jamais Joe seria capaz de agradecer a Deus por toda a sabedoria que William, pai de Mairssa e médico que cuidou de Demi, tivera para administrar aquela situação agonizante que viveram durante um mês.

   - Está bem, trabalhando como sempre. – Comentou Marissa suspirando e adentrando as mãos nos bolsos. Às vezes Demi se perguntava como uma mulher tão bonita e inteligente como Marissa era tão sozinha. A mãe havia morrido e o pai vivia trabalhando.

   - Quer assistir ao jogo comigo? Joe vai jogar hoje com os amigos. – Convidou Demi tendo a certeza que Marissa passaria mais uma noite sozinha em seu apartamento já que não estava mais namorando.

   - Obrigada pelo convite, mas daqui a pouco tenho que ministrar o grupo de casais. – Disse Marissa fitando os olhos da amiga.

   - Pensei que você só trabalhava com casos como o meu. – Disse Demi fitando os olhos de Marissa enquanto caminhavam. O shopping estava tão cheio naquele fim de tarde.

   - O meu trabalho é bem amplo. É tão interessante o nosso debate sobre o comportamento dos homens e das mulheres em um relacionamento, o pessoal geralmente fica tão surpreso com cada detalhe simples que faz toda a diferença nos relacionamentos do cotidiano. – Comentou Marissa atiçando a curiosidade de Demi, que olhou esperançosamente para Joe.

   - Deve ser muito divertido. – Disse Joe e Marissa assentiu sorrindo de algo que lembrara. Ela só não os convidava para entrar para o grupo porque a decisão tinha que partir do casal.

   - Vocês não fazem ideia. Na verdade é uma mistura de sentimentos. Há casais histéricos demais, outros já são pura comédia, temos alguns dramáticos. Enfim, é uma lista sem fim. O legal é que todos nós acabamos nos identificando, sabe? Sempre encontramos alguém que tem praticamente o mesmo ponto de vista e também tem aquelas pessoas que são o nosso oposto, mas é bom porque nós conseguimos enxergar através de uma pessoa desconhecida coisas que não conseguimos enxergar sozinhos e nem com os nossos parceiros. – Marissa estava tão envolvida fascinada com o seu próprio mundo encantando Joe e Demi com o seu trabalho que só notou a pessoa a sua frente quando esbarraram-se com tudo. – Desculpe. – Apressou a dizer recompondo-se para que não caísse.

   - Está tudo bem. – Soou a voz feminina da mulher que pegava a bolsa do chão.

   - Você se machucou? – Perguntou Marissa preocupada, mas assim que a mulher a olhou ambas esboçaram um sorriso. E Demi, que estava ao lado de Marissa junto com Joe, arregalou os olhos ao ver de quem se tratava.

   - Dra. Callahan! Como vai? – Era um sonho? Melhor, um pesadelo? Alex, a mãe de Jenny, tinha educação e sorria para as pessoas? Deus! De todas as vezes que encontrara com a mulher a mesma não parecia nenhum pouquinho feliz, bem pelo contrário... E agora esboçava sorrisos e tinha a melhor educação do mundo? Ao menos com Marissa, Alex era educada.

   - Estou bem Srta. Shorty. – Disse Marissa educadamente naquele tom profissional que Demi conseguira ultrapassar até que elas construíssem a amizade que tinham. – Amanhã no meu consultório? – Demi desviou os olhos de Marissa e Alex para que então pudesse procurar Daniel, e quando finalmente o encontrou a pouquíssimos metros de onde ela estava, Demi arregalou os olhos ao ver Dan de cenho franzido e de punho cerrado fitando algo logo a sua frente que a deixou intrigada. Oh meu Deus! Demi olhou para Joe que a largou para que pudesse se aproximar de Daniel para que evitasse que o garoto explodisse de raiva. Jenny estava um tanto incomodada próxima da mãe e um rapaz envolvia a sua cintura possessivamente com os braços. Por um momento Demi sentiu a raiva tomar conta de si só por saber que Daniel sofria, mas assim que fitara Jenny o olhar encontrou com o da menina e a raiva sumiu. Jenny parecia tão abatida e triste, mas mesmo assim esboçou um pequeno e tímido sorriso apenas para Demi. O que tinha acontecido com aquela menina feliz e sorridente? Jenny não parecia nem de perto aquela garota, estava triste e infeliz. Isso! Era aquele termo o correto. Jenny parecia tão infeliz quanto Daniel, e Demi teve a certeza que aquele rapaz que a abraçava pela cintura deveria ser uma das maluquices de Alex para que a filha pudesse esquecer Daniel.

   - É melhor eu ir, se não vou me cortar de dó. – A risada sem graça de Alex fez Demi revirar os olhos cansada daquela brincadeira infantil e Marissa olhou para a paciente um tanto confusa.

   - Demi, Daniel está bem? – Perguntou Marissa assim que aproximou-se da amiga, mas de longe pudera ver Joe tentar acalmar o rapaz que chegara estar vermelho.

   - Ele só está chateado. Você não sabe quem ela é? – Disse Demi virando-se para fitar o filho e Marissa negou balançando a cabeça.

   - Alex é minha paciente há anos. – Comentou Marissa confusa e Demi arregalou os olhos.

   - Alex precisa de um psiquiatra, não de um psicólogo. – Disse Demi distraída e Marissa a repreendeu com o olhar. – Desculpe.. É uma longa história... Eu a conheci antes da reabilitação quando ainda era adolescente, nós brigamos e Daniel é apaixonado pela filha dela, mas o namoro não deu certo por causa dessa louca. Enfim, são tantas coisas. – O sentido de Demi estava em Daniel, tanto que atropelara as próprias palavras e olhava na direção do filho. Dan deveria estar arrasado.

   - Espere, ela é a Alex Shorty? – Disse Marissa despertando a atenção de Demi que apenas assentiu preocupada com Dan. – Ai meu Deus! Como eu pude esquecer? – Comentou e Demi a olhou arqueando as sobrancelhas.

   - Tudo bem? – Perguntou Demi puxando Marissa pelo braço para que elas pudessem alcançar Joe e Daniel.

   - Eu só estava pensando numa coisa. – Disse Marissa. Pensar em toda aquela história de Demi fez Marissa lembrar-se de como Demi tinha a ajudado a enfrentar os obstáculos da vida e da amizade que construíra com Demi naquele tempo que elas se conheceram. Estava na hora de contar toda a verdade a Demi já que ela não era mais a sua paciente.

   - Está tudo bem meu amor? – Perguntou Demi a Daniel preocupada ignorando os olhares das pessoas e até mesmo daqueles que tiravam fotos. Ótimo, o shopping estava ficando cada vez mais cheio e os paparazzi começavam a chegar.

   - Está. – Disse o garoto ainda de olhos cerrados fitando Jenny que também o fitava, mas Alex logo a puxou junto com o rapaz. – Nós podemos ir? – Perguntou Daniel arrumando os cabelos com as mãos. Demi sabia que ele estava irritado e que a qualquer momento o garoto poderia partir para cima daquele rapaz que abraçava Jenny. Caminharam em silêncio, Dan estava tão quieto e Demi fazia questão de estar ao lado do filho. Anne conversava com Selena e Dani; Miley e Taylor ainda conversavam e agora Joe e Marissa também conversando logo atrás de Dan e Demi.

   - Está tudo bem Daniel? – Tornou a perguntar Demi assim que entravam no carro de Joe depois que tinham despedido das meninas.

   - Está. – Disse o garoto puxando o cinto de segurança, mas logo o soltou assustando os pais. – Aliás, vocês podem esperar um pouquinho? – Perguntou e Demi cerrou os olhos já sabendo que Dan iria aprontar.

   - Esperar? – Perguntou Joe esperando pelo o que o garoto diria.

   - É, prometo não demorar. – Antes mesmo que pudessem protestar Daniel já corria pelo estacionamento em direção à entrada do shopping.

   - Joseph! Ele vai aprontar. – Disse Demi preocupada e no mesmo instante Joe buscou o celular no bolso e ligou para o filho. – Amor, vai atrás dele. – Pediu Demi, mas quando Joe riu enquanto falava ao telefone com Daniel, Demi perdeu a paciência e abriu a porta do carro. Se Joe não iria atrás de Dan para impedi-lo de fazer uma besteira, ela mesma iria atrás do menino.

   - Querida, está tudo bem. – Disse Joe a puxando pelo braço assim que guardou o telefone no bolso. – Dan não vai fazer nada. – Disse curvando-se para fechar a porta do carro.

   - Tem certeza? – Perguntou Demi ainda aflita e Joe assentiu esboçando um sorriso de orelha a orelha.

   - Ele disse que só tentaria pegar o número do celular daquela garota da praça de alimentação. – Demi arregalou os olhos em surpresa. Pensara que era uma atitude precipitada demais.. E se aquele rapaz fosse apenas um amigo ou um primo de Jenny? E se fosse uma armação de Alex? Daniel não tinha enxergado a tristeza nos olhos de Jenny? Céus! Era tão evidente para Demi que não a conhecia como Dan conhecia.

   - Eu não acho que seja uma boa ideia. – Disse Demi pensando no que Marissa dissera sobre Alex.. Se Alex era paciente de Marissa, algo de errado deveria estar acontecendo.

   - Dem, Dan não pode ficar correndo atrás de Jenny a vida toda, ele é jovem, tem que se divertir, sair, namorar. – Demi revirou os olhos para aquela teoria de Joe, tudo bem que ele estava certo em alguns pontos, mas Jenny fazia parte de Daniel e Demi tinha certeza que o filho amava a namorada.

   - E o amor? Joseph, você não vê que eles se amam? E vão jogar esse sentimento no lixo por minha culpa? – O arrepio foi inevitável quando os dedos dele acariciaram a sua bochecha e Joe aproximou-se o suficiente para beijar onde acabara de acariciar.

   - Se eles se amam de verdade nada nesse mundo será capaz de separá-los. Um dia eles vão ficar juntos. Eles ainda são jovens demais, Dem. – Demi respirou fundo acomodando-se mais ao banco.

   - Joe. – Sussurrou o nome dele quando sentiu os lábios quentes e macios de Joe em seu maxilar. – Quando nós nos apaixonamos eu tinha a idade de Jenny e você era um ano mais velho que Dan, nós enfrentamos tantas coisas mesmo sendo jovens demais. E olha só tudo que nós vivemos, não foi nada fácil, bem pelo contrário, e eu não me arrependo de nada que fiz para estar com você. Valeu a pena cada loucura, nós vivemos todos esses anos com o nosso amor crescendo cada vez mais. Eu quero que Dan viva o amor com Jenny, e se ele arrumar outra garota as coisas não vão acontecer para eles. – A esse altura do campeonato Joe já tinha os lábios roçados nos de Demi num beijo lento e sofrido enquanto todas aquelas lembranças da adolescência ao lado de Demi tomava conta de suas memórias.

   - Eu sei. – Sussurrou ofegando. – Eu acredito amor, que se.. – Antes mesmo que ele pudesse concluir a frase Demi roçou os lábios aos dele. – que se eles se amam, eles vão ficar juntos. Daniel só está chateado, ele precisa de tempo e coragem para enfrentar a Alex. – Demi fixou os olhos nos de Joe pensando que aquela parte era a sua carga e não a de Daniel.

   - Eu vou falar com ela, prometo. – Sussurrou desviando os olhos dos dele para fixá-los nos lábios bonitos de Joe e levemente borrados de batom vermelho. – Se não fosse Bernardo eu te atacaria aqui mesmo. – Sussurrou Demi nos lábios de Joe e os roçou rapidamente com os seus.

   - Essa é a melhor parte de ser casado com uma tarada. – Sussurrou Joe dando um selinho nos lábios de Demi. – Mas a gracinha precisa descansar, nada de traquinagens Demetria. – Se dependesse de Demi estariam em casa enroscados em meios aos gemidos e grunhidos. Não era à toa que as pessoas diziam que as mulheres grávidas eram fogosas. A última vez que fizeram amor foi no aniversário de casamento de dezoito anos de casados há quase um mês atrás e desde então Demi estava subindo pelas paredes louca para fazer amor com Joe a todo custo, porém ele que estava preocupado demais com o quase acidente no palco nesse meio tempo preferiu proteger a esposa e o filho de todo o mal, e isso incluía sexo já que Joe andara lendo tantas coisas na internet que nem mesmo era verdade, mas que fora o suficiente para deixá-lo assustado e receoso.

   - Joseph, você não pode fazer isso comigo. – Choramingou aflita tentando se aproximar mais dele, porém a barriga enorme atrapalhava e causava incomodo na coluna. – Amor, a gente transou durante toda a gravidez de Daniel e Elizabeth, você sabe que não tem problema. – Tornou a choramingar feliz por conseguir alcançar o pescoço dele com os lábios e acariciar o peito e o abdômen com a mão.

   - Não faz isso. – A voz de Joe soou falha quando a pequena mão de Demi ameaçou á descer um pouco mais por seu abdômen em direção à felicidade... Diabos ela não o seduziria ali, seduziria? – Dem, não... – O gemido escapou pelos lábios de Joe quando a mão dela finalmente o apertou lá e Demi roçou os lábios aos dele com paixão.

   - Promete que vai fazer amor comigo? – Sussurrou nos lábios dele movimentando a mão lá em baixo o que fez Joe gemer de deleite.

   - Eu.. eu.. Bebê, não faz isso. – Joe a beijou nos lábios e os dois acabaram rindo. – Te amo pequena. – Sussurrou nos lábios dela quando Demi levou a mão que o acariciava lá em baixo ao braço dele. – Eu só quero cuidar de vocês meu anjo. – Os lábios de Demi deveriam ser como uma droga que Joe era total dependente. Beijara-os incansavelmente por minutos e mais minutos, Joe chegara perder o fôlego e quando encostara a testa a de Demi e fitou os lindos olhos marrons o sorriso nasceu em seus lábios e reafirmara para si mesmo que jamais conseguiria viver sem aquela mulher, sem aqueles lindos olhos marrons e aquele sorriso que iluminava o seu dia.

   - Eu sei. – Demi sorria lindamente sem conseguir desviar os olhos dos dele. – Nós estamos em boas mãos pequeno. – Disse levando a mão de Joe para a sua barriga. – Eu só sinto a sua falta querido. – Sussurrou quando era mais tarde e estavam quietos sentindo o pequeno Bernardo com as testas encostadas e com os olhos fechados.

   - Eu estou aqui. – Disse Joe a olhando nos olhos. - Prometo que vamos dar um jeito. – O sorriso de Demi foi o melhor e Joe tivera que rir a envolvendo num desajeitado abraço que foi o pretexto perfeito para que eles pudessem selar os lábios num beijo demorado e intenso.

   - Pai, eu.. Droga! – Os carinhos de Demi nas mechas de cabelo da nuca de Joe e os carinhos dele no braço e na barriga dela eram o suficiente para entretê-los, porém o beijo era de levar a outra dimensão, estavam tão envolvidos que Daniel bufara frustrado por ter flagrado aquela cena mais uma vez... A sorte era que dessa vez eles não diziam frases ousadas e não se tocavam em lugares íntimos. – Ei, eu estou aqui. – Disse um pouco mais alto completamente sem jeito e os pais se separaram assustados e ofegantes.

   - Oi! – Dissera Demi em estado de alerta e vermelha. Céus! Joe esboçou um sorriso ao vê-la corada. Ele simplesmente adorava quando aquilo acontecia, Demi ficava tão fofa envergonhada!

   - Conseguiu? – Perguntou Joe dando partida no carro.

   - Consegui. – Daniel fitou o pedaço de papel com a letra feminina de caneta rosa escrito “Amber” e o número do celular da menina que quase o agarrou em público. – Eu só.. – Dan tornou a fitar o pedaço de papel e respirou fundo sentindo o coração doer ao fitar os olhos de Jenny naquela tarde. – Eu não sei o que fazer. – Os olhos de Daniel fixaram-se nos de Demi pelo retrovisor e a resposta veio como uma luz no fim do túnel.

   - Vai ligar para ela? – Perguntou Joe, mas Dan já tinha jogado o papel por uma pequena brecha do vidro da janela da porta do carro em movimento.

   - Mais tarde. – O sorriso cúmplice surgiu nos lábios de Demi e nos de Daniel, que curvou-se e beijou a bochecha da mãe. – Você é a melhor mãe do mundo. – Sussurrou e o sorriso nos lábios de Demi alargou-se.

   - Nós vamos dar um jeito. – Disse Demi fitando os olhos lindos de Daniel. – Mamãe promete bebê. – Dan sorriu sabendo que quando a mãe prometia ela cumpria mesmo que às vezes demorava um pouquinho.

(...)

   - Você tem certeza que não quer ir para casa? – Joe havia acabado de estacionar o carro no estacionamento do estádio que jogaria futebol com os amigos e os irmãos naquele começo de noite, por um lado estava animado, porém pelo outro estava preocupado com Demi e queria que ela repousasse.

   - Tenho Joe, Elizabeth vai estar comigo, não tem nenhum problema. – Garantiu Demi desprendendo o cinto de segurança do banco do carona. – Só preciso do seu paletó caso faça muito frio. – Automaticamente Joe curvou-se e pegou o paletó ao lado de Daniel e o vestiu em Demi.

   - Elizabeth já está chegando? – Perguntou Joe a Daniel. Ultimamente Lizzie passara mais tempo com a colega de escola do que com a família, visitava Eric nos finais de semana em Santa Mônica e sempre quando voltava para casa estava estranha ou brigada com Eric por ciúmes. A menina estava tão independente e Demi estava completamente assustada com a evolução de Elizabeth.

   - Ela já chegou pai. – Disse Daniel abrindo a porta do carro e Joe aproveitou para roubar um beijo de Demi aproveitando que o garoto não os olhava.

   - Linda. – Sussurrou com a testa encostada a dela e Demi mordeu o lábio inferior e o empurrou só para provocá-lo. – Como você sabe que ela já chegou? – Joe apressou-se em sair do carro e abrir a porta para Demi estendendo-lhe a mão para impressioná-la.

   - Ela mandou mensagem. – Dan revirou os olhos e virou as costas para os pais. Como eles podiam ser tão grudentos e melosos? Ninguém podia dá uma oportunidade sequer e eles já estavam trocando beijos ou fazendo coisas que Daniel preferia não pensar. Diabos! Nem quando estava com Jenny conseguia superar o pai e a mãe. – Eu estou vendo. – Disse Daniel de mau humor buscando a mochila com os uniformes no porta-malas. Infelizmente ele ainda podia escutar o barulho dos beijos e até mesmo dos tapas que Demi dava em Joe.

   - Joseph! – Demi o empurrou e Joe riu voltando a abraçá-la de lado. Que Deus o perdoasse, mas Joe adorava pirraçá-la. – Você é muito chato, sabia? – Disse cedendo e o envolvendo num abraço de lado já que Demi sabia que Joe não iria desistir.

   - Vocês dois são tão.. – Murmurou Daniel os olhando. – melosos e grudentos. – A careta do garoto foi motivo para risada para Joe e Demi.

   - É só o amor. – Disse Joe aproveitando para beijar a testa de Demi enquanto esperavam os carros passar para que pudessem atravessar na faixa. - Você tem certeza que quer jogar? – Perguntou a Daniel. Por mais que Dan fosse um pouco maior que ele, a experiência do garoto nem se comparava a do pai, e mesmo que fosse um jogo de futebol Joe tinha medo que Dan se machucasse já que ele jogaria com homens mais velhos e mais fortes.

   - Tenho. – Disse Daniel. Nesse meio tempo que estava separado de Jenny, Dan dedicara-se aos esportes e agora frequentava a academia com o pai sempre que podia. – Algum problema? – Perguntou e Joe negou balançando a cabeça.

   - Vocês demoraram! – Disse Elizabeth assim que avistou os pais e o irmão se aproximarem da primeira fileira da arquibancada.

   - Trânsito pequenina. – Joe puxou a menina para um abraço de urso e a beijou na testa. Ele simplesmente adorava mimar a filha. – Deus! Você está à cara da sua mãe. – Disse olhando de Demi para Lizzie e a menina sorriu de orelha a orelha feliz. Ora, se ela estava à cara da mãe, então estava linda!

   - Vamos cara, eles estão nos esperando! – Daniel puxou o pai pelo braço antes mesmo que Joe pudesse beijar Demi.

   - Acho que preciso de ajuda. – Aquele único degrau que dava acesso a primeira fila de cadeiras da arquibancada era grande e Demi tinha certeza que não conseguiria subir sozinha. Os degraus da escada de casa ela até conseguia subir com muita paciência e cuidado, mas os degraus não eram tão altos como aquele e graças à ajuda de Elizabeth, Demi conseguiu subir e se instalar numa cadeira confortável e que não daria muito trabalho caso alguma coisa acontecesse por ser acessível e fora de perigo.

   - Não está cansada? – Perguntou Lizzie acomodando-se na cadeira vizinha a da mãe. – Como foi à tarde? – Tornou a perguntar fitando os olhos da mãe por uma fração de segundos para que logo desviasse o olhar deixando Demi intrigada. Aquilo vinha acontecendo com frequência e Demi não sabia o porquê da menina não olhá-la nos olhos. Lizzie estava diferente, Demi tinha certeza que estava..

   - Não, estou bem. – Disse Demi já cansada daquela pergunta. – Foi ótima, nós compramos quase todo o shopping. A sua madrinha perguntou por você e mandou avisar que ainda essa semana é para você escolher um dia para ajudá-la com as coisas de Alice e do casamento. – Selena era a madrinha de Lizzie e por mais que não tinha muito tempo por conta da carreia e agora a gravidez e o casamento, Sel procurava um jeito de estar presente na vida da afilhada.

   - Eu vou ligar para ela. – Disse a menina levando a mão à barriga da mãe. – A mãe de Eric mandou um presente para Bernardo. – Demi sorriu quando a menina tirou da bolsa que carregava sapatinhos de lã de cor azul de um saco de presente branco com lacinhos azuis.

   - São lindos. – Disse Demi já imaginando o seu pequenino com aqueles sapatinhos. – Mais tarde vou ligar para agradecer. – Comentou e Lizzie assentiu focando no campo ainda vazio enquanto a mãe guardava os sapatinhos de lã na bolsa.

   - Está tudo bem? Eu estou preocupada com você. – As palavras de Demi assustaram Elizabeth que mexeu-se desconfortável na cadeira e olhou rapidamente para os olhos da mãe.

   - Querida, olhe as minhas coisas. – A voz de Joe as desconcentrou e Elizabeth respirou fundo aliviada. – Vou marcar um gol para vocês. – Joe deu um rápido selinho nos lábios da esposa e logo se juntou ao grupo de homens que já gritavam por ele.

   - Não vai me contar o que está acontecendo? – Perguntou Demi olhando para a filha esperando pacientemente que Lizzie começasse a falar. – Eu te conheço meu anjo, o que está errado? – Demi acariciou o rosto da menina enquanto a mesma fitava o colo.

   - Mãe.. eu. – Começou a dizer Elizabeth e a primeira lágrima rolou pelo rosto da menina. Intuição de mãe nunca falhava! – Eu não sei como dizer. – Disse limpando as lágrimas com as mãos.

   - O que está acontecendo Elizabeth? – Não foi intencional, o tom severo e preocupado era apenas a reação de Demi a pensar que algo não estava certo com a sua menina.

   - Mãe... Eu e o Eric, a gente... – Sussurrou a menina aflita fitando o colo e o coração de Demi quase saiu pela boca. – Eu não estou grávida. – Disse fitando brevemente os olhos arregalados da mãe. Deus! Será que ela estava bem?

   - Elizabeth Marie Jonas! – Demi respirou fundo diversas vezes. Elizabeth, Eric, sexo? Ai meu Deus! A visão ficou turva e por um pouco não desmaiara. – Você o que? – Disse quase num grito, mas daí lembrou que não podia ficar nervosa.

   - Mãe! Eu posso explicar. – Choramingou a menina a olhando nos olhos. Então era por isso que Lizzie estava tão estranha! Que Deus lhe desse forças.. Ou melhor, paciência!

   - Ai meu Deus! – Demi fechou os olhos respirando fundo e abraçando o próprio corpo para proteger o seu Bernardo. – Há quanto tempo? – Perguntou mais calma.

   - Eu nunca dormi na casa da Júlia. – Disse a menina depois de minutos quebrando aquele silêncio tenso que se forma entre elas. – Me deixa explicar! – Apressou-se em dizer Elizabeth quando viu que a mãe passara da típica cor de pele claríssima para o vermelho! Diabos! Ela estava frita! – Eu estava com medo. Ele estava a caminho da faculdade e eu pensei que alguém mais interessante que eu pudesse tomá-lo de mim. Sei lá, uma menina mais velha e mais experiente. – Demi cobriu o rosto com as mãos sem saber o que pensar.

   - Você mentiu para mim e escondeu isso por todo esse tempo. – Dessa vez não teve como Lizzie desviar o olhar intenso da mãe. – Elizabeth, você tem apenas dezesseis anos, você sabe o que significa sexo nessa idade? E você fez porque estava com um medo estúpido! Você poderia ter engravidado ou qualquer merda. – Nervosa Demi massageou as têmporas na tentativa frustrada de se acalmar. Deus! A sua menina era só um bebê! Lizzie só tinha dezesseis anos e não sabia nem da metade das coisas do mundo. – Cinco meses Elizabeth! Cinco meses! – Disse irritada assustando a menina. Demi sabia que não estava indo pelo caminho certo culpando Elizabeth, mas também sentia medo do que poderia acontecer a menina. Nessas horas todas os absurdos cercavam a sua cabeça. O medo de Lizzie engravidar cedo, de a menina ser forçada a fazer algo que não queria e o medo das doenças sexualmente transmissíveis.

   - Mamãe, eu.. – As lágrimas já rolavam descontroladamente pelo rosto da menina. Não contara antes porque estava com medo da reação da mãe e focada apenas em Eric e nas garotas que o sondava.

O nervoso fora substituído pelo instinto de proteção de mãe. Demi olhava para a menina e era impossível não se lembrar de quando contara para Dianna sobre a sua primeira vez com Joe. Estava sendo injusta com Lizzie assim como Dianna fora injusta com ela, tudo bem que a preocupação não era em vão, ela só tinha que ser mais compreensiva e carinhosa com a filha como lera uma vez na internet, porém Demi pensara que a filha não teria sexo com o namorado tão cedo..

   - Meu anjo, desculpa se te assustei. – Envolvera a menina em seus braços da melhor forma que pudera e para a sua surpresa Lizzie aninhou-se a ela mesmo assustada. – Olha para a mamãe. – Pediu da forma mais carinhosa e quando Lizzie a olhou Demi limpou as lágrimas que rolavam pelo rosto da menina e roçou o nariz ao dela dizendo que apesar de tudo ela não estava mais chateada.

   - Desculpa. – Sussurrou a menina chorosa e Demi negou balançando a cabeça.

   - Você está crescendo tão rápido. Ontem era um bebê, uma menina, uma mocinha e hoje você é uma mulher. E todo mulher sabe o que faz e sabe as consequências do que faz. – Disse olhando fixamente nos olhos de Lizzie.

   - Você não está brava? – Perguntou a menina com receio.

   - Estou. – Disse e Lizzie arregalou os olhos. – Estou brava porque você inventou essa história durante todo esse tempo, nós vamos ter que conversar sobre isso. – Lizzie assentiu sabendo que a mãe tinha razão.

   - Você vai contar para o papai? – Perguntou envergonhada só de pensar que o pai saberia daquele pequeno e importante detalhe.

   - Nós vamos ter que conversar querida, eu, você, Eric e o seu pai. – Elizabeth arregalou os olhos e engoliu em seco. Mil vezes diabos!

   - Ele vai surtar! – Disse a menina assustada. – Mãe, ele vai fazer uma loucura. – Demi riu do desespero da menina, ainda não era certeza se contaria ou não para Joe, primeiro ela tinha que estudar a situação para saber o que faria. – Por que a gente tem que conversar sobre isso? – Perguntou emburrada.

   - Porque tem coisas que vocês ainda não entendem. – Disse Demi olhando para os olhos da menina. – Fora que nós temos que visitar a ginecologista. – Demi riu da cara de desgosto de Elizabeth, não existia castigo pior no mundo que ir ao consultório de um ginecologista, mas ela queria garantir que tudo estava bem com a saúde da filha e decidir junto com Lizzie o melhor método contraceptivo.

   - Eu vou ficar de castigo? – Perguntou Lizzie toda manhosa abraçando a mãe de lado.

   - Por que não ficaria? Não é só porque a mocinha já é uma mulher que vai deixar de ser o bebê da mamãe que leva bronca e palmada no bumbum. – Demi beijou a bochecha da filha a protegendo em seus braços e a gritaria no campo as assustou.

   - O papai fez um gol. – Murmurou Elizabeth e Demi gargalhou ao ver Joe correr a todo vapor pelo campo de braços abertos e logo deslizar de joelhos na grama como aqueles craques de futebol.

   - Tem mais alguma coisa para me contar? – Perguntou Demi quando era mais tarde. Ela estava tão concentrada em Joe admirando a beleza dele e a habilidade que ele tinha para jogar futebol que acabara esquecendo se da história de Elizabeth.

   - Não, você já sabe de tudo. – Lizzie sustentou o olhar da mãe e acabaram sorrindo de orelha a orelha por saber que tudo estava bem entre elas.

Continua... Oi! Espero que gostem do capítulo! Será qual vai ser a reação do Joe? E o que aconteceu com a Alex lá no passado para ela ser tão noiada "mal resolvida". Beijos e até o próximo capítulo, obrigaaaada pelos comentários!

5 comentários:

  1. Eu quero ver Joe enforcando o Eric kkkkk e quero ver o Dan com Amber, mesmo sabendo que Jenny está mal e tudo mais. Já imagino a Demi fazendo massagem tantrica em Joe após a conversa com Lizzie e Eric!
    Sam, xoxo.

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  2. Amanda sua linda eu adorei o capítulo muito fofa a parte da Demi com Dan é muito legal a parte de pai e filho eu sabia que Elizabete estava aprontando alguma coisa aguardo o próximo Capítulo beijos.

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  3. CARALHO EU SABIA EU SABIA Q A LIZZIE E O ERIC TINHAM TRANSADO,SABE Q ERA KO DELA IR DORMIR NA CASA DA JULIA CARALHOO EU SABIAAA AHHHH Q LINDOOOO
    Nossa entendo ela,e tals mais foi meio bobeira,mas awntr q lindo,a Demi pirando kkkkk
    Quando o Joe descobrir nossa vei vai querer matar o Eric e vai deixar a Lizzie de castigo ate o ultimo dia da vida dela kkkk
    Awnt q fofo o Joe cara,q mozaao
    Eu ameei cara q perfeito
    Ahhh to morta feat enterrada q perfeitooooo ameeei
    Cara perfeitooo cara q lindo,vai ter flashback da primeira vez dela? Vai ter?please please quero saber como foi ai q lindooo
    Eu ameei caralho
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    Xoxo

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  4. Lizzie safadinha kkk...sabia que era isso ❤️
    Está tudo lindo ❤️❤️❤️
    Estou doida para o Bernardo nascer ❤️
    Posta logoo amoré
    Está tudo lindo
    Beijos

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  5. M E U D E U S KKKKKKKKKKKKKKKKKKK O Joe vai M A T A R a Lizzie. Vai ter um ataque cardíaco coitado do Eric. Joe se achando o craque vai ralar o joelho querido kkkkkkkkkkkkkkk amei esse cap

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