25.10.14

Capítulo 27

Mudar. Nunca era demais quando se tratava de se sentir bem consigo mesmo. Aliás, era um ponto essencial para uma vida mental saudável. Talvez fosse aquele cabelo.. Vermelho.. Mal completara quatro semanas e Demi já estava completamente enjoada do vermelho.. Pensara no loiro novamente.. O cabelo vermelho fazia com que ela se lembrasse daquela obsessão de Joe. Joseph adorava o vermelho, ele sempre dizia que ela ficava muito sexy quando tingia os cabelos de vermelho. Pondo-se de lado, Demi fitou a barriga, ou a não existência dela, e fez careta. Malhar.. Ela precisava retomar o seu relacionamento sério com a acadêmia já que não queimara calorias há semanas desde que as noites fantásticas de sexo com Joe cessaram... Esqueça-o. Disse mentalmente para si mesma. Era tão estranho, pois tudo que ela fazia a ideia de Joe estar envolvido surgia em sua cabeça. Não era para menos, Joe não era apenas o seu marido ou companheiro de cama, Joe era o seu amor-melhor-amigo, ele a fazia chorar de rir, ele "brincava" com ela, ele era carinhoso e mandão, era o seu Joe fofo e completamente tarado. Por isso que fazer as coisas sozinha era estranho. Estava decidido. Vestindo um vestido soltinho e comportado, Demi calçou sandálias rasteiras e finalmente saiu do banheiro do quarto.
   - Daniel! Por que você não espera lá fora? - Exclamou Elizabeth completamente irritada com a traquinagem do irmão. Daniel era um amor quando queria.. Apenas quando queria.
   - Anne está aos beijos com Bryan, vovó está no quarto com o vovô e a mamãe no banheiro, sinto muito, mas você é a minha única escolha para perturbar. - Revirando os olhos, Demi acertou o traseiro do garoto com um falso tapa e riu quando Dan assustou-se quase que pulando.
   - Por que você não começa a preparar o café da manhã? Eu não me responsabilizo caso vocês percam a primeira aula. - Aproximando-se de Lizzie, Demi pegou a prancha de alisar cabelo das mãos da menina. - Por que você está alisando o seu cabelo? - Perguntou de cenho franzido. Ora, os cabelos castanho claros de Elizabeth eram naturalmente lisos.
   - Lizzie quer ficar bonita para o Eric. - Disse Daniel fazendo biquinho para pirraçar a irmã.
   - Mãe.. - Choramingou Elizabeth de punhos cerrados louca para acertar Daniel.
   - Daniel. - Demi o repreendeu. Na verdade ela queria rir, Dan e Lizzie eram uma graça juntos, viviam em pé de guerra, mas no fundo não conseguiam viver um dia sequer um longe do outro. Demi se lembrou do primeiro contato entre eles. Elizabeth tinha poucas horas de vida, estava aprendendo a mamar timidamente no seio da mãe sobre a guarda do pai coruja.. Joe estava encantado com a menininha, a cada meio segundo sorria bobo observando a neném nos braços da mãe. Mas Demi sabia que a chegada da sua menina não devia tomar toda a sua atenção, Daniel era um bebê de um ano e quase três meses, estava na típica fase egoísta que toda criança tem e era completamente apegado aos pais. Com o intuito de reunir os seus pequenos e mimá-los com todo amor e carinho, Demi pediu para que Joe buscasse o pequeno Daniel que estava com os tios na sala de espera do hospital, preparara a pequena Elizabeth com um beijo carinhoso na testa e a deixara mamar. Mais tarde, quando a porta foi aberta, Demi sorriu dando as boas vindas ao bebê irritado de olhos verdes, mas tudo que Dan fez ao ver que no seio que ele se alimentava tinha um pacotinho cor-de-rosa, foi chorar escandalosamente e tomar o posto da recém nascida abocanhando o seio da mãe para sugar-lhe o leite. Foi ai que começara a pequena rixa entre eles.
   - Você implica com Eric porque você não tem namorada. - Disse Elizabeth sorrindo vitoriosa. - Todo mundo tem um namorado ou uma namorada, menos você menino patinho. - Revirando os olhos, Lizzie mostrou a língua para o irmão o pirraçando.
   - Você não sabe de nada pequena encrenqueira. - Piscando o olho esquerdo, Daniel finalmente deixou o closet depois de atiçar as duas mulheres mais curiosas que ele conhecia. - Ele arrumou uma namorada? - Perguntou Elizabeth repassando os últimos dias mentalmente procurando alguma evidência de uma suposta namorada do irmão.
   - Jenny conta? - Sugeriu Demi ao se lembrar da tarde que Dan pediu para que ela levasse a cadelinha cheia de lacinhos para escola dizendo que encontrara um lar para ela.
   - Eu não faço ideia. Na escola as garotas vivem penduradas no pescoço de Dan, exceto Jenny, que conversa com ele apenas quando a aglomeração de garotas está longe. - Demi revirou os olhos, odiava aquela coisa de ter garotas penduradas no pescoço do seu bebê.
   - Deixe Daniel, mas tarde eu o imprenso e ele não terá saída há não ser contar quem é a namoradinha dele. - Murmurou Demi e Lizzie choramingou quando teve o cabelo puxado. - Eu estou pensando em pintar o meu cabelo. - Comentou penteando os cabelos da menina com os dedos.
   - Pierre terá um infarto. - Elizabeth olhou-se no espelho ajeitando os cabelos sobre o olhar admirado da mãe. - Mas eu confesso que adoro o seu cabelo loiro. - Recebendo um beijo carinhoso na bochecha, Demi sorriu ao fitar os olhos da sua menina.
   - Você está linda meu bebê. - Demi riu das bochechas vermelhas de Lizzie e as apertou.
   - Isso doí. - Choramingou não conseguindo sorrir para a mãe. - Hum.. Papai mandou mensagem.. - Lizzie observou atentamente a mãe mudar as feições antes alegres agora indiferentes.. tensas. 
   - O que ele disse? - Perguntou Demi enquanto organizava a penteadeira lentamente.
   - Ele disse que está com saudades. - Demi mordeu o lábio inferior não gostando nadinha daquela história..
   - Se ele está com saudade, o problema é dele. - Pegando a bolsa, Demi caminhou para fora do closet acompanhada de Lizzie. - Ok, vocês resolveram ficar comigo, certo? - Disse para Lizzie que estava em pé ao seu lado e Daniel que estava jogado na cama mexendo no celular. Quando ambos assentiram Demi apontou para as toalhas molhadas na poltrona, os tênis de Daniel próximos a cama e o carregador do notebook de Elizabeth plugado na tomada. - Nós não estamos em casa, se vocês querem ficar aqui comigo vão ter que seguir as minhas regras. - Demi arqueou as sobrancelhas ao vê-los revirar os olhos. - Nada de toalhas molhadas no quarto, sapato jogado ou carregador na tomada srta. Elizabeth. - Houve múrmuros preguiçosos enquanto as toalhas eram recolhidas junto com o sapato e o carregador do notebook desplugado da tomada.
   - Mais regras? - Perguntou Daniel claramente entediado.
   - Não estou querendo ser chata, mas nós precisamos manter o nosso espaço organizado, a vovó é muito rígida com a organização da casa. - Apontando para as mochilas sobre a cama, Demi esperou pacientemente que ambos pegassem as mochilas para que ela finalmente pudesse levá-los para a escola. - E como vocês dois são bagunceiros, eu estou avisando antes que vocês levem uma senhora bronca. - Demi sabia que aquele aviso seria em vão e que a casa estaria revirada antes mesmo que completasse as vinte e quatro horas que Dan e Lizzie estavam oficialmente na casa dos avós.
   - Nós vamos tentar. - Pronunciou Elizabeth. Tentar já era alguma coisa. - Nós podemos passar lá em casa depois da escola? Eu preciso buscar mais roupas. - Passar em casa significava ver Joe. Hum.. Não.
   - Posso trazer Buffy? - Demi revirou os olhos assim como Elizabeth e as duas lançaram um duplo olhar mortal para o garoto que ergueu as mãos em defesa.
   - Vinte minutos e você pega as suas roupas em casa. - Grunhiu enquanto descia as escadas. - E Daniel, pelo amor de Deus, nada de Buffy. - Buffy era um amor, apenas um amor, pois a bagunça que aquele cão fazia sozinho era pior que a bagunça de Daniel e Elizabeth.
   - Nada de beijos.. - Demi riu quando Dan acertou Anne e Bryan com uma almofada do sofá. Adolescentes e as suas manias de namorar escondido.. Lembrara-se da sua época com Joe.. Deus! Eles não podiam ficar um segundo sozinhos que a coisa a esquentava.
(...)
   - Daniel! - Demi o chamou pela terceira vez enquanto guiava o carro pelas ruas de Los Angeles. No carro estava Elizabeth no banco do carona e atrás Anne, Bryan e Daniel. Todos conversavam animadamente sobre diversos assuntos, menos o garoto. Dan tinha o telefone em mãos e não desgrudava os olhos da tela por um segundo sequer. Era tão irritante.. - Alguém o acerte. - Murmurou e logo o grunhido do garoto a assustou.
   - Bryan! - Dan passou a mão nos cabelos franzindo o cenho. - Qual o seu problema cara? - Perguntou ainda com a expressão de dor.
   - Sua mãe quem mandou. - Bryan parecia satisfeitíssimo por acertar o primo, tinha sido o troco quase que perfeito por Dan atrapalhá-lo com Anne quando ainda estavam em casa.
   - O que eu fiz? - Choramingou Daniel massageando a cabeça.
   - Você não desgruda desse celular desde ontem, poxa, será que dá para me dar um pouquinho de atenção? - Aproveitando que o carro estava parado por conta do sinal que estava vermelho, Demi fitou o garoto pelo retrovisor e franziu o cenho ao vê-lo respirar fundo antes de guardar o telefone no bolso. - Mamãe sente a sua falta bebê. - Enlaçando os dedos aos dele, Demi riu dos falsos suspiros de Anne e Bryan e da careta enciumada de Lizzie.
   - Mãe.. - Murmurou o garoto envergonhado.
   - Dá um beijinho na bochecha da mamãe.. - Demi sorriu de orelha a orelha ao receber o beijo do garoto sobre os risos intermináveis de Anne e Bryan, e a cara de quem não estava muito feliz de Elizabeth. - Mais tarde nós conversamos.. - Depois da piscadela, Demi acelerou o carro rumo à escola. Ora, ela poderia ser a mãe mais divertida de todo o mundo, mas uma coisa que Demi não aceitava era não receber a atenção dos filhos, pois a vida profissional tomava todo o seu tempo, dificilmente ela conseguia férias ou até mesmo uma folga, e quando ela conseguia esse tempo livre, dedicava-o completamente para si mesma e a família.
   - Bebê da mamãe, você vai se atrasar para a aula de física. - Disse Anne desprendendo o cinto de segurança assim que Demi estacionou o carro.
   - Você vai ficar bem? - Perguntou Elizabeth quando Anne e Bryan desceram, e restava apenas ela, Daniel e a mãe.
   - Claro que vou. - Sorrindo timidamente, Demi os olhou e sentiu-se completamente feliz apenas por tê-los. Quando saíra de casa há uma semana, deixara os seus bebês com Joe. Sentiu falta de levá-los para a escola, sentiu falta das brigas, das perguntas bobas e da bagunça surreal que aqueles dois faziam. Mas os feitos de Lizzie e Daniel não eram nada perto do amor que Demi sentia por eles.
   - Qualquer coisa ligue, juro que vou correndo te socorrer. - Demi riu em meio do sorriso bobo e os abraçou calorosamente antes do "Tchau, eu te amo". O sorriso não sumia dos lábios enquanto os via caminhar pelo estacionamento da escola lado a lado. Daniel gesticulava as mãos enquanto conversava animadamente com a irmã a fazendo rir, Demi jurou ouvir nitidamente a risada de Elizabeth como se a menina estivesse rindo de uma de suas piadas sem graça. Os fantasiou durante todo o percurso que fizera cautelosamente para o shopping onde iria encontrar Miley. A vida era maravilhosa, não podia negar.. ela tinha o homem, por mais cabeça dura que fosse, que amava, com ele tinha filhos fortes e saudáveis, tinha a carreira fantástica que construíra com garra e determinação, e não seria apenas porque os últimos dias se resumiam turbulentos que ela diria que não era feliz.
(...)
Ao descer do carro Demi deparou-se com ondas luminosas, os malditos flashes. Agradecera por estar usando óculos escuros e acenara brevemente para os paparazzis apenas por educação. O problema não era os paparazzis, o problema era as malditas fotos estampadas nos informativos com os títulos bombásticos das matérias absurdas. A mídia era algo tão fútil e ao mesmo tempo útil, fútil para aqueles que a usava para criar uma imagem negativa de determinado elemento, e útil para promover a paz e coisas positivas, pena que este era usado com menor frequência. Bem, os flashes das câmeras dos paparazzis Demi ignorava, mas aqueles flashes, sorrisos surpresos-felizes e abraços calorosos ela jamais ignoraria. Eles eram como melhores amigos, os seus anjos, os seus Lovatics. Acenando para alguns, e abraçando os outros, Demi sentiu-se acolhida por aqueles desconhecidos, tirou fotos, autografou cadernos, camisas, CDs e até mesmo o corpo dos mais atirados..
   - Acho melhor você autografar minha b... - Antes que Miley pudesse completar a frase, as gargalhadas encheram seus ouvidos e Demi virou-se para abraçá-la calorosamente no meio daquele tanto de adolescente.
   - Você quer que autografe onde? - Perguntou Demi arqueando as sobrancelhas fazendo com que todos rissem ainda mais.
   - Quero um autografo no meu bumbum. - Ainda rindo, Demi a abraçou novamente sentindo-se acolhida e segura nos braços da amiga. - Deus! Você está tão carente. - Sussurrou Miley depois que elas se despediram dos fãs.
   - Por favor! - Demi revirou os olhos já prevendo as piadas de Miley. - Bryan estava lá em casa com Anne. Você segura o seu rapazinho porque eu sou nova demais para ser tia. - Arqueando as sobrancelhas, Miley fingiu dar um leve empurrão com o ombro em Demi e riu.
   - Sim, nova demais, uma adolescente quarentona. - Revirando os olhos, Demi enlaçou o braço ao da amiga e a beliscou.
   - Trinta e seis. - Murmurou fazendo Miley rir. - Enfim, controle Bryan porque Anne é um bebê. - Acenando para uma senhora que insistia em acenar para ela constantemente, Demi aproveitou o silêncio natural que surgiu entre ela e Miley para admirar algumas peças de roupas expostas nos manequins das lojas.
   - Eu sei. Bryan puxou a mim, ele não tem nada do Nick. - Começou a dizer Miley. - Mas eles são novos demais para terem um bebê. - Comentou de cenho franzido. Seria completamente estranho um bebê de Bryan e Anne naquele momento.
   - Sim, eu sei. Mas basta que eles não tomem cuidado para acontecer. - Disse Demi mais concentrada nas vitrines de calçados que na conversa com a amiga.
   - Baby, deixe-os praticar, na nossa época nós praticávamos o tempo todo.. Principalmente a senhorita e o Joe naquele apartamento dos pais dele. - Percebendo que Demi ficara desanimada e envergonhada de um segundo para o outro, Miley bufou irritada e olhou para a amiga. - Desculpe, eu não queria falar dele. - Por mais que não soubesse dos mínimos detalhes da discussão de Demi e Joe, Miley podia imaginar o quão doloroso poderia ser para Demi em apenas pensar no marido.
   - Eu sei. Nós passávamos o tempo todo juntos, eu sinto falta do meu Joe. - A saudade era apenas daquele Joe divertido, risonho e carinhoso. Ele era tão especial, mas quando estava enciumado sempre fazia besteira.
   - Se quiser nós podemos conversar sobre outra coisa. - Disse Miley pensando na hipótese de criar um clima desagradável entre ela e a amiga caso continuasse com aquela conversa.
   - Preciso conversar com alguém sobre essa bagunça. - Estivera rodeada pelos pais, a irmã e os filhos nos últimos dias, e conversar abertamente sobre como se sentia e sobre o que tinha acontecido não era nada apropriado, conversara apenas com Dianna, mas tinha detalhes que a mãe não entenderia.
   - Que tal um café? Nós podemos conversar e depois partir para a ação. - Assentindo com um sorriso, Demi achara a ideia perfeita. Miley era uma boa ouvinte, tinha a personalidade forte e era sincera, ou seja, a pessoa perfeita para ouvi-la e compreendê-la.
A sede representante da Starbucks do shopping estava praticamente vazia, não era para menos, pois naquela hora da manhã as pessoas geralmente estavam em seus trabalhos, em suas camas descansando ou estudando nas instituições de ensino espalhadas por LA. Sentaram-se numa das mesas mais afastadas da pequena movimentação, Demi pediu o seu incansável morango frappuccino à base de creme acompanhado de muffin de chocolate, já Miley optou por uma fatia de bolo de limão junto à baunilha frappuccino.
   - Desembucha parceira. - Foi preciso que Demi respirasse ao menos três vezes para cessar a repentina tensão.
   - Tudo começou quando as fotos vazaram, a Alex as vazou. - Demi observou os olhos azuis de Miley arregalarem-se e assentiu. - A Short. Quando o Joe me tirou do palco, ele me levou para o banheiro para que eu pudesse me recompor, pedi água e quando ele foi buscar ela apareceu no banheiro e disse coisas.. coisas que nesses últimos dias estão fazendo sentido. - Contara toda a "conversa" com Alex, principalmente a parte que Alex dissera que Joe estava apenas interessado no sexo e que ainda não tinha pedido divórcio por conta das crianças. No fundo as palavras de Alex pareciam verdadeiras, ao menos foi o que pareceu depois daquela noite de sexo com Joe que ele a deixou na cama sozinha. - Nós transamos na noite que as fotos vazaram no twitter, Joe estava tão estranho comigo, mas ele foi tão carinhoso. Na manhã seguinte eu acordei sozinha, ele mal me olhou enquanto dizia que iria trabalhar e que nós teríamos uma reunião à tarde com a minha assessoria. - Demi fez uma breve pausa para receber os pedidos que a garçonete trazia numa bandeja. - Mas eu não deixei barato, vesti o meu vestido mais curto e resolvi ignorá-lo também. Acabamos brigando na frente de todos, ele me puxou pelo braço com força para o carro e nós discutimos quando chegamos em casa. - Aquela parte Miley sabia, mas não a parte que Joe a puxou pelo braço com força.
   - E você resolveu sair de casa. - Completou Miley tão pensativa.. - Por que você acha que o Joe estava bravo com você? - Perguntou Miley a analisando.
   - Ele queria denunciar a Alex e ficou nervoso quando John falou sobre a sex tape, mas eu tenho certeza que ele está com ciúme, ele sempre está com ciúme de tudo que eu faço. - Murmurou depois de bebericar o frappuccino.
   - Ok, ciúme. Você já tentou se colocar no lugar dele? E se ele estivesse no seu lugar? O que você faria? - Demi mal disfarçou e revirou os olhos na frente de Miley..
   - Como eu iria contar sobre uma possível transa que aconteceu há anos se eu mal me lembro de nada que eu fazia quando estava chapada? E se a Alex estiver mentindo? - Realmente não se lembrava de nada que fazia quando estava alterada.
   - São possibilidades. Joe só estava com medo por você, imagina se esse vídeo realmente existir e a Alex o vender para um site de fofoca? Você estaria exposta da pior forma possível, e Daniel e Elizabeth? Como eles ficariam sabendo que a mãe deles está num site de fofoca num vídeo fazendo sexo? Eles também estão envolvidos nessa confusão de vocês, não se esqueça disso. - Jamais deixaria de pensar neles. Talvez Miley tivesse razão. Todos ali tinham motivos. Joe estava tentando a proteger, mas acabara entregando os pontos por conta do ciúme. Elizabeth e Daniel estavam neutros, porém caso acontecesse do possível vídeo vazar na internet a reação deles seria surpresa.
   - Não quero que ele pense que pode resolver tudo na cama. - Murmurou Demi fitando o nada. - Todos os nossos problemas são resolvidos com sexo e eu estou cansada disso. - Há dias Demi tivera o mesmo problema com Joe quando o mesmo ficara contra o namoro de Lizzie, eles acabaram se resolvendo sem sexo, mas Joe pareceu ter se esquecido da condição de Demi.
   - Demi, homens não gostam de discutir porque eles não sabem discutir, por isso que o Joe sempre te leva para a cama porque lá ele com certeza terá o controle da situação. - Aquele ponto era realmente verdade e Demi tinha noção disso, todos os homens estavam englobados naquela condição, claro que alguns sabiam debater e também aproveitavam da situação para levar suas mulheres para a cama, e infelizmente Joe era um deles.
   - Eu só quero que ele saiba que não importa o tamanho da minha roupa, não importa quantos homens vão dizer besteiras para mim, eu sou apenas dele e nada vai mudar isso, mas parece que ele não entende.
                                                               (...)
Depois de um dia longo, em meio de brincadeiras e olhares nada discretos sobre si, Demi caminhava de braço enlaçado ao de Daniel ao lado de Elizabeth e Eric pelos corredores do supermercado. Estava cansada, não poderia negar, o dia tinha sido cansativo, principalmente a loucura que fizera no shopping com Miley. Lotara o carro e um taxi de sacolas das tantas coisas que comprara, os cabelos estavam pretos e renovara o corte. Tinha sido simplesmente insano. Miley tinha contribuído para que o seu alto astral voltasse e agora Demi praticamente se sentia como uma adolescente risonha.
   - Vamos, conte-me sobre a sua gatinha. - Disse a Daniel. Ora, estivera insistindo naquele assunto desde mais cedo e Daniel apenas ria envergonhado e desconversava.
   - Humm.. - O garoto murmurou olhando para baixo para encontrar o olhar da mãe. - Ela não é a minha gatinha. - Tanto Demi quanto Daniel olharam para o lado completamente intrigados com o alarme que uma velhinha fizera. A pobre senhora pensava que eles eram um casal de namorados?
   - Que coisa. - Murmurou Demi puxando o garoto para longe daqueles curiosos. - Você a presentou com Lady, passa o dia inteirinho grudado no celular falando com ela, como ela não é a sua menina? - Demi mordeu o lábio inferior para não sorrir de orelha a orelha. Elizabeth com certeza herdara o seu lado manhoso, a menina abraçava o namorado pela cintura e quando o olhava os olhos brilhavam de paixão.
   - Eu estou indo devagar.. Jenny é especial demais, não vou arriscar perdê-la. - Agora sim ela deixara o sorriso tomar o seu rosto. Daniel estava apaixonado. Acontecera apenas uma vez e o menino até então era completamente traumatizado por conta da antiga "namoradinha", como Demi costumava chamá-las.
   - Quando for pedi-la em namoro posso ajudar com as alianças. - Disse parando para buscar um dos itens que Dianna pedira para que ela comprasse.
   - Obrigado, mas eu já estou trabalhando nisso. - Depois de colocar o item no carrinho e riscá-lo da lista, Demi fitou Daniel de sobrancelhas arqueadas esperando por uma resposta. - Um.. um amigo da escola me pagou para fazer alguns trabalhos, nada demais. - Coçando a nuca, Daniel sorriu fraco arrependido por ter falado demais.
   - Que trabalhos Daniel? - Perguntou de braços cruzados na típica pose de mãe durona.
   - Nada demais.. - O nervoso começara a tomar conta de si, Dan coçou os cabelos da nuca e engoliu seco quando a mãe arqueou a sobrancelha. - Trabalhos escolares. - Disse uma palavra atropelando a outra.
   - Você não precisa fazer isso, posso comprar sem nenhum problema. - Disse voltando a empurrar o carrinho.
   - Eric, mãe.. Eric comprou as alianças dele e de Lizzie com o dinheiro que ele ganhou trabalhando. - Disse olhando para o rapaz e a irmã logo a frente envolvidos no próprio mundo. - Bryan comprou um anel para Anne trabalhando com o tio Nick no estúdio, eu quero compra um anel para Jenny com o meu próprio dinheiro. - Tudo bem.. Estava chegando a fase que Demi mais temia. Daqui a alguns meses Daniel completaria dezessete anos e já queria ser independente..
   - E você acha que fazer o trabalho dos outros é a melhor forma de conseguir esse dinheiro? - Disse o olhando. - Eu não vou tocar mais nesse assunto, mas você sabe que não precisa fazer isso, o que é meu também é seu. - Dito isso Demi voltou a enlaçar o braço ao do garoto enquanto eles caminhavam sem pressa fitando as enormes prateleiras do supermercado.
   - Nós estamos indo para a lanchonete, vocês querem ir conosco? - Perguntou Elizabeth olhando para a mãe e para o irmão.
   - O que acha de terminarmos primeiro? - Perguntou Daniel a Demi.
   - Por mim tudo bem. - Disse. Como estava na casa da mãe, decidira comprar alguns alimentos já que a cozinha de Dianna não parava, eram bolos, tortas, doces e todos os pratos malucos e saborosos. Dianna adorava agradar a todos com a sua rica culinária.
Aos poucos Lizzie e Eric se distanciavam enquanto Demi e Daniel buscavam os itens que não estavam riscados da lista nas prateleiras, caminharam enquanto conversavam sobre o possível prato que Dianna faria para o jantar, cada um com a sua sugestão maluca. Virando a esquina da seção que estavam, Demi franziu o cenho ao ver Eric de costas ao lado de Elizabeth, eles conversavam com alguém.. Era ele.. A cada passo o coração acelerava mais sabendo que Joe estava a poucos metros dela. Ele estava tão bonito e ao mesmo tempo parecia tão cansado. Joe vestia uma camisa xadrez verde e preta de botões, calça e o tênis de cor negra. Os cabelos dele estavam curtos nas laterais, não curtos o suficiente para não cobrir os dedos dela caso ela.. E na parte de cima estavam maiores e penteados para trás.
   - Eu estava com tantas saudades. - Pudera escutar o sussurro de Joe quando o mesmo abraçou Elizabeth calorosamente. - Como você está? - Perguntou ainda com a menina nos braços.
   - Bem.. e você? - Perguntou Lizzie e recebeu um "Bem" tristonho do pai junto com outro abraço. Respirando fundo Demi terminou o trajeto inevitável até Eric. O clima logo ficou estranho quando os olhos de Joe encontraram com os dela. - Dan.. - Joe o chamou. Olhando para o lado Demi encontrou o garoto simultaneamente confuso e chateado.
   - Oi pai. - Daniel disse num murmuro neutro. Houve alguns minutos de silêncio e então Joe caminhou até o filho e o abraçou. O abraço demorou a ser desfeito por conta dos sussurros trocados por Joe e Dan, mas quando Joe afastou-se do filho o nervoso tomou conta de Demi. Ele a olhou e sorriu timidamente, era aquele sorriso que a deixava de pernas bambas.
   - Dem.. oi. - O coração quase saiu pela boca quando ele se aproximou. Fitaram-se por um tempo que parecia não se passar. Demi relembrava toda a conversa com Miley, tentara se colocar no lugar de Joe e sentiu-se culpada talvez por ter saído de casa, mas ao mesmo tempo sabia que se deixasse que as coisas seguissem como Joe queria o casamento afundaria. Quebraram a troca de olhares com um abraço esquisito e completamente acolhedor como se aquele ato fosse a coisa mais errada e certa ao mesmo tempo. Demi se sentia acolhida nos braços dele, mas ao mesmo tempo se sentia incomodada por tê-lo tão próximo. - Você está linda. - Ele disse sorrindo ao fitar o cabelo tingindo de preto. Murmurando um obrigado, Demi partiu o abraço.
   - Então.. Como você está? - Perguntou Joe um tanto sem jeito.
   - Bem, e você? - Perguntou com o mesmo sorriso sem graça que ele tinha nos lábios.
   - Bem. - Disse por fim.
   - Nós podemos conversar? - Perguntou Joe depois de repassar aquela pergunta mentalmente milhares de vezes.
   - Estamos fazendo compras. - Disse com um sorriso desjeitoso fitando-o.
   - Ah sim. Compras. - Joe riu fraco envergonhado. - Posso te ligar mais tarde? - A pergunta a pegou de surpresa, Demi mordeu o lábio inferior e depois dos segundos agonizantes para Joe, Demi assentiu.
   - Eu tenho que ir. - Disse quebrando o silêncio entre eles.
   - Eu te ligo. - Aproximando-se, Joe curvou-se e a beijou no canto esquerdo da boca.

Continua... Oi. Tudo bem com vocês? Eu estou bem. Desculpem a demora para postar, essa semana foi uma tragédia, ou seja, semana de provas, dai tive que estudar até quase morrer porque se eu estudasse até morrer, eu morreria e não faria as provas e vocês ficariam sem fanfic duaidoad chega de viagem! Então, agora eu estou "livre" e posso escrever e postar com frequência, acredito.. Prestem bastante atenção nesse capítulo, ok? Não ficou exatamente como eu queria, mas é por ai que... Beijos, obrigado pelos comentários e até o próximo capítulo.

9 comentários:

  1. "por ai que..." garota você me deixa tão ansiosa, Demi com cabelo preto é a melhor coisa! Pelo visto o Dan está zangado com Joe e eu não gosto disso (just saying lol), mal vejo a hora de todos se acertarem, espero ansiosamente para o próximo capitulo!
    Sam, xoxo

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  2. Tomara que eles se acertem ♥ vc me deixou curiosa

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  3. Aí cara eu quero que essa tortura acabe 😖 quando esses putos vai reatar ? Eu quero um hot que merda
    Amei o capitulo ❤️ aí cara tadinho dan levando foras da jenny
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  4. A Demi tá se fazendo muito de durona.... ela tá vendo que o Joe ama ele e o tadinho pedindo um monte de oportumidades pra conversar com ela... se eu fosse ele desistia e se ela quisesse ia atrás kkkk

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  5. JOE LASCA UM BEIJO NELA LOGO E FALA COISAS BONITAS PEDE PERDAO DE JOELHOS AI EU QUERO UMA NOITE DE AMOR DELES LOGO P MATAR A SAUDADE

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  6. Aiii que perfeito
    ansiosa para mais
    Posta logoo
    Beijos

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  7. Eita Giovana!!!! meu forninho caiu agdkhasgdhasdg
    eu quero matar a dona Demetria, esta na cara que o Joe esta arrependido e quer pelo menos conversar com ela, ele quer voltar, mas ela fica nessa resistência!! fjsgdashdgajsd
    quero eles juntos de novo, ou pelo menos que matem as saudades com um hot, mas que parem com essa brincadeirinha de não falar um com o outro, quero ver se trancar eles dois em um quarto se eles não voltam asgdkjasgdd
    Posta mais, beijooos <3

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Eu amei judisdks eu tô com dó do Joseph, ele tá sozinho naquela casa enorme? tipo sem a tia denise nem nada? uahnsuhasj coitado
    eu estou tão feliz por saber que você vai postar com frequência, porque eu amo tanto essa fic que a felicidade não cabe em mim <3
    ei, eu tenho uma dúvida sobre isso tudo, a imprensa tá comentando que eles estão separados ou nem? kkdjsd
    bjs, continua logo.

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